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8/9/2019 42 Consideracoes Atuais Sobre Aspectos Import Antes
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Jos Carmelo Mota Junior
CONSIDERA ESATUAIS SOBRE ASPECTOS
IMPORTANTES RELACIONADOS
OSSEOINTEGRA O
2009
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Jos Carmelo Mota Junior
CONSIDERA ESATUAIS SOBRE ASPECTOS IMPORTANTES
RELACIONADOS OSSEOINTEGRA O
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Jos Carmelo Mota Junior
CONSIDERA ES ATUAIS SOBRE ASPECTOS IMPORTANTES
RELACIONADOS OSSEOINTEGRA O
Orientador: Antonio Carlos Canabarro Andrade. Junior
Disserta o apresentada ao curso de ps-gradua o em
Odontologia da Universidade Veiga de Almeida como
requisito parcial para a obten o do grau de Mestre. rea de
Concentra o: Reabilitao Oral.
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDASISTEMA DE BIBLIOTECAS Rua Ibituruna, 108 Maracan 20271-020 Rio de Janeiro RJ
Tel.: (21) 2574-8845 Fax.: (21) 2574-8891
Ficha Catalogr fica elaborada pela Biblioteca Setorial Tijucal/UVA
M917c Mota Junior, Jos Carmelo
Considera es atuais sobre aspectosimportantes relacionados osseointegra o / Jos Carmelo MotaJ nior, 200 9.77p. ; 30 cm.
Disserta o (Mestrado) Universidade Veiga deAlmeida, Mestrado em Odontologia, Reabilita oOral, Rio de Janeiro, 2009. Orienta o:Antonio Carlos Canabarro Junior
1.Implantes dent rios osseointegrveis. 2. Titnio I.Canabarro Junior, Antonio Carlos (orientador). III.Universidade Veiga de Almeida, Mestrado emOdontologia, Reabilita o Oral. IV. Ttulo.
CDD 617.693
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JOS CARMELO MOTA JUNIOR
CONSIDERA ESATUAIS SOBRE ASPECTOS IMPORTANTES
RELACIONADOS OSSEOINTEGRA O
Disserta o apresentada ao curso de ps-gradua o em
Odontologia da Universidade Veiga de Almeida como
requisito parcial para a obten o do grau de Mestre. rea de
Concentra o: Reabilitao Oral.
Aprovada em 26 de junho de 2009.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
Prof. Antonio Carlos Canabarro Andrade Junior - Doutor
Universidade Veiga de Almeida
___________________________________________________________________________
Prof. Gustavo Andr De Deus- Doutor
Universidade Veiga de Almeida
___________________________________________________________________________
Prof. Eduardo Muniz Barreto Tinoco - Doutor
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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Dedico
Ao meu filho Fabr cio Pereira Mota, pelo incentivo, apoio nas dificuldades eajuda na revis o desta dissertar o;
minha filhaSabrina, Voc a respons vel por esta conquista, Obrigadovamos continuar conquistando ;
Dra. Vnia Pillar, cuja amizade, dedicao e participao foram cruciais paraa elabora o deste trabalho;
Aos meus pais, Jos Carmelo e Abigail Mota, por me ensinarem a no acreditar no imposs vel.
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AGRADECIMENTOS
A minha esposa Guiomar pelas primeiras palavras de incentivo, e acrediteconsegui superar tudo e n o faltou nada;
Ao meu amigo Maguila pelo companheirismo nos momentos dif ceis;
Ao meu amigo Cl udio Fernandes que trouxe novo rumo para a Odontologia doRio de Janeiro, e para minha vida profissional;
A Prof. Beatriz da minha querida Juiz de Fora por trazer nimo e cultura; Ao Prof. Antonio Canabarro, pelo valor imensur vel de sua amizade e ajudaneste trabalho;
Ao meu amigo e Prof. Alberto Grinsztejn grande mestre e amigo;
Ao meu primo Manoel Antonio Silva Neto meu querido irm o;
Aos meus irm os Leonam,Carlos Carmelo, Ruy, Paulo Roberto, e ReginaMotta;
A minha cunhada Elizabeth Barra;
Ao Dr. Bruno Giglio, pelo valor imensur vel de sua amizade e ajuda nestetrabalho;
Aos professores da Veiga de Almeida, que tanto contribu ram para estarealiza o;
Aos meus companheiros de mestrado que tornaram esta jornada mais f cil;
As secret riasMarta e Elo , incans veis e sempre bem dispostas em nos ajudar;
Aos que direta e indiretamente contribu ram para a elaborao deste trabalho.
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RESUMO
O tit nio (Ti)tem sido amplamente usado em implantes dentais. Mais recentemente,
tem havido uma tend ncia de substituir os implantes de Ti de superf cie usinada por implantes
de superf cie rugosa, para aumentar a osseointegra o. Como diversos sistemas de implantes
dentais est o disponveis atualmente, necessrio avaliar os critrios biolgicos e clnicos
dispon veis para escolher um sistema especfico. O uso do titnio (Ti) como o biomaterial
trouxe um avan o grande na rea da implantodontia, por m os pesquisadores ainda buscam
melhorar a macroestrutura (design) e a microestrutura (superf cie) dos implantes para uma
melhor ancoragem no osso. Assim, o objetivo deste estudo rever a literatura sobre o uso de
implantes dent rios, enfatizando os seguintes aspectos: evoluo dos implantes, tecido sseo,
interface osso-implante, ossointegra o e a import ncia do tratamento de superfcie dos
implantes dent rios na melhor resposta biolgica.
Palavras chave: Implantes de tit nio, Superfcie de Implantes,Osseointegra o.
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ABSTRACT
Titanium (Ti) have been widely used for dental implants. In recent years, there has
been the tendency to replace Ti machined surfaces by roughness surfaces in order to enhance
osseous apposition. Several dental implant systems are used to replace lost teeth. Therefore, it
is necessary to evaluate the available biological and clinical criteria to choose a specific
system. The use of titanium (Ti) as biomaterial brought a great advance in dental implant area.
Currently, the researchers aiming to improve the macrostructure (design of the implant) and
the microstructure (surface of the implant) for a better bone implantation. So, the aim of this
study is to review the literature on the use of dental implants, emphasizing the following
aspects: development of dental implants, bone tissue, bone-implant interface, ossointegration
and the importance of the surface treatment of dental implants in a better biological response.
Keywords: titanium implants; implants surface; osseointegration.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
m - Micr metro
Al2O3 - Tri xido de Alumnio
Al - Alum nio
Ao - Angstrom
ASTM - American Society for Testing Materials
AES - Espectroscopia Eletr nica de Auger
BMP - Prote nas morfo gentica (Bone Morphogenetic Protein)
Ca - C lcio
Co - Cobalto
Cr - Cromo
DE/DAE - Ataque cido duploou Bicondiciona
H2SO 4 - cido Sulfrico
HA - Jateamento com Plasma de Hidroxiapatita
IGF - Fator de crescimento semelhante a insulina
LTI - Carbono Pirol tico com baixa Temperatura Isotrpica
Mb - Molibd nio
mm - Mil metro
Mpa - Mega Pascal
Ncm Newtons por cent metro
Ni Ti Nquel Titnio
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Nm - Nan metro
O2 - Oxig nio
PMMA - (Poymethilmetacrilate) Polimetilmetacrilato
CAPO4 - Fosfato de calcio
Psi - Libra por polegada quadrada
PDGF - Fator de crescimento derivado de plaquetas
RF - R dioFreq ncia
RFA - An lise de Freqncia de Ressonncia
SEM (Scanning Electron Microscopy) - Microscopia eletr nica devarredura
SL (Sandblasted Large) Jateamento com part culas grandes
SLA (Sandblasted Large Acid) Jateamento com part culas grandese ataque cido.
TCP - Fosfato Tric lcio
Ti cp - Tit nio Comercialmente Puro
Ti - Tit nio
TI6 Al4 V - Tit nio Alum nio Van dio
TiO 2 - xido de Titnio
TPS - Jateamento com Plasma de Tit nio
TGF- - Fator de crescimento transformador beta
V - Van dio
XPS - T cnica de anlise de superfcie (Sistema Perkin-Elmer- CT)
- Beta
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SUMRIO
RESUMO ...................................................................................................................................8
ABSTRACT ...............................................................................................................................9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..............................................................................10 1. INTRODU O................................................................................................................13 2. PROPOSI O.................................................................................................................15 3. REVIS O DE LITERATURA........................................................................................16
3.1. EVOLU O DOS IMPLANTES .............................................................................16 3.2. TECIDO SSEO.......................................................................................................18
3.2.1. Conceitos b sicos...............................................................................................18 3.2.2. Classifica o do Osso.........................................................................................21
3.2.2.1. Macroscopicamente:....................................................................................22 3.2.2.2. Microscopicamente .....................................................................................22
3.2.2.3. Embriologicamente: ....................................................................................24 3.2.3. Composi o Qumica:........................................................................................24 3.2.4. Remodela o ssea............................................................................................25
3.3. INTERFACES OSSO/IMPLANTE...........................................................................27 3.4. OSSEOINTEGRA O.............................................................................................39
3.4.1. Resposta do Hospedeiro .....................................................................................41 3.4.2. Fatores que Interferem na Osseointegra o........................................................43 3.4.3. Crit rios de Sucesso...........................................................................................44 3.4.4. Superf cie de Titnio:.........................................................................................47
3.4.4.1. Introdu o....................................................................................................47 3.4.4.2. Tit nio e Suas Ligas....................................................................................53 3.4.4.3. Classifica o das Ligas de Titnio:.............................................................54 3.4.4.4. Propriedade do Tit nio................................................................................56 3.4.4.5. Morfologia da Superf cie dos Implantes.....................................................57 3.4.4.6. Resist ncia da Interface Implante Osso ......................................................59
3.5. BIOINTEGRA O:.................................................................................................61 4. DISCUSS O....................................................................................................................64 5. CONCLUS O..................................................................................................................68 6. REFER NCIAS BIBLIOGRAFICAS.............................................................................69
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1. INTRODUO
A reposi o de dentes perdidos tem sido um grande desafio para o homem ao longo da
hist ria. A implantao de substitutos artificiais por muito tempo foi vista como uma op o
pouco previs vel, por empregar tcnicas e materiais de maneira emprica(ELLINGSEN,
1998). Uma nova modalidade terap utica comeou a tomar corpo na dcada de 1950, com o
desenvolvimento dos implantes end sseos (de BRANEMARK). Estudos clnicos realizados
posteriormente mostraram que este tipo de implante apresenta uma alta previsibilidade de
sucesso cl nico(SYKARAS et al., 2000)
A chave para o sucesso da terapia com implantes end sseos a integra o tecidual, ou
osseointegra o, fenmeno que foi definido como a unio estrutural e funcional direta entre
o osso vital e organizado e a superf cie de um implante dentrio submetido a cargas
funcionais (ALBREKTSSON, 1985). Trata-se, portanto, de um processo din mico de
intera o osso-implante que resulta em ancoragem ssea direta e estabilidade do biomaterial
(SYKARAS et al., 2000). A utiliza o de implantes osseointegrveis tem proporcionado
ndices elevados de sucesso clnico(ADELL et al., 1981; BABBUSH et al., 1986), que podem
chegar a 97-98%, ap s 5 anos(BUSER et al., 1990; MERICSKE-STERN et al., 1994).
Gra as a estes resultados, esta modalidade de tratamento aceita amplamente e est
consolidada como um recurso importante na reabilita o bucal (ELLINGSEN, 1998).
A osseointegra o um processo influenciado por vrios fatores, entre eles o material
do implante, seu desenho e a topografia superficial do mesmo (SYKARAS et al., 2000).
Muitos materiais t m sido testados na composio de implantes dent rios, porm poucos
possuem uma biocompatibilidade aceit vel (BAGAMBISA et al., 1994). O tit nio (Ti) e suas
ligas, por suas qualidades, t m sido os materiais de escolha dos implantes disponveis
atualmente (ELLINGSEN, 1998). O sucesso destes materiais tem sido atribu doprincipalmente a biocompatibilidade da camada de xido superficial(PIATTELLI et al,
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2003). Al m disso, o Ti um metal leve, resistente corroso e ao ataque qumico. Pode ser
facilmente manipulado, sem interfer ncia na sua elasticidade e resist ncia mecnica
(SYKARAS et al., 2000).
Quando um implante instalado cirurgicamente,uma s rie de reaes acontecena sua
superf cie. O implante exposto a diferentes ons, polissacardeos, protenas e clulas como
fibroblastos, condr citos e osteoblastos, al m de clulas inflamatrias. A resposta celular
depende das caracter sticas superficiais do implante(BABBUSH et al., 1986) e de suas
propriedades qu micas(BRUNETTE, 1998).
Diversos trabalhos t m documentado os efeitos biolgicos de diferentes superf cies de
implante. A rugosidade superficial favoreceu, in vitro , a ades o e proliferao de
osteoblastos (ARAUJO et al., 2001; KELLER et al., 2003; MUSTAFA et al., 2001), sua
diferencia o e a produo de matriz extracelular (BOWERS et al., 1992; DINIZ et al., 2001;
MARTIN et al., 1995; POSTIGLIONE et al., 2003; ROSA & BELOTI, 2003) e a express o
de genes que regulam sua diferencia o (SCHNEIDER et al., 2003). Estes resultados t m sido
confirmados por estudos in vivo , que tm mostrado ummaior contato osso-implante com o
uso de implantes com superf cies rugosas(COCHRAN et al., 1996, 1998; LIMA, 1999).
Vrios tratamentos tm sido propostos para alterar a superfcie do titnio
(ALBREKTSSON, 1985). As t cnicas que utilizam plasma spray de titnio (TPS, do ingls
Titanium Plasma Spray ) e hidroxiapatita (HA) modificam a superfcie do titnio por um
processo aditivo, enquanto as t cnicas queusam cidos ou jateamento com part culas
abrasivas s o processos subtrativos(DINIZ, 2001).
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2. PROPOSIO
O objetivo deste estudo promover uma reviso deliteratura sobre aspectos
importantes relacionados osseointegra o como: evoluo dos implantes, tecido sseo,
interface osso-implante, osseointegra o e influncia do tratamento de superfcie namelhor
resposta biol gica.
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3. REVISO DE LITERATURA
2.1. EVOLU ODOS IMPLANTES
O primeiro indiv duotratado na Odontologia, seguindo os princ pios da osseointegrao
datado de 1965. Modifica es no sistema inicial foram introduzidas noper odo de 1965 a
1980 ap s concluso de estudo envolvendo um sistema de implante osseointegrvel
desenvolvido por Br nemark et al. Foi alcanado um ndice de sucesso de 95% no perodo de
15 anos (ADELL et al., 1981).
Na antiga dinastia eg pcia era comumantes da mumifica o se implantar dentes
artificiais ou animais, em mulheres, a fim de prepar -las para outra vida (MORSE, 1977;
CRANIN, 1970; DRISKELL, 1987).
O primeiro registro de implantes met licos ocorreu em 1807, tendo sido idealizado por
Maggiolo. A partir desse evento, v rios formatos e materiais foram utilizados com a
finalidade de repor dentes perdidos. Na Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918), houve um
grande n mero demutila es obrigando a comunidade cient fica da poca a estudar a
biocompatibilidade dos metais. Em 1961, Jacques Scialom introduziu as agulhas divergentes
do tr pode (implantes em forma de trip), sustentando prteses, fabricadas em tntalo, um
material inerte e resistente a corros o, faltando a concepo biolgica em termos de f avorecer
ao paciente o controle de placa. Em 1967, Leonard Linkow idealizou o implante end sseo por
extens o, nascendo almina de LINKOW ou BLADE-VENT. Em 1972 surge o parafuso
bicortical de Garbachio, mudando a forma do implante de Formiggini (SERSON, 1985).
O conceito de osseointegra o se originou em 1952, em uma pesquisa que consistiu de
um estudo microsc pico in vivo r ealizado na t biado coelho para avaliar a microcircula o.
O acompanhamento in vivo do comportamento do osso e da medula, durante um grande
per odo de tempo, se fez implantando uma cmara de titnio. Esses estudos indicaram a
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possibilidade de estabelecer uma verdadeira osseointegra o com o tecido sseo, visto que a
cmara tica utilizada no podia ser removida do tecido sseo circundante, uma vez este
cicatrizado. E descobriram que este material era o mais indicado para a reposi o radicular artificial, devido a tima biocompatibilidade e resist ncia (BR NEMARK ; ZARB;
ALBREKTSON, 1985).
A partir dessas observa es ensaios de citotoxidade e biocompatibilidade domaterial,
assim como avalia o de vrios desenhos atravs de ensaios de elementos finitos e
fotoelasticidade foram realizados visando buscar o metal e a forma ideal para a fixa o.
Brnemark conceituou o fenmeno de osseointegrao como sendo uma conexo
estrutural e funcional direta do tecido sseo vivo e ordenado e a superfcie de um implante
submetido a cargas funcionais (BR NEMARK et al., 1985).
Ao longo dos anos, novas descobertas foram realizadas, mas acreditava-se que ao redor
dos implantes end sseos formava-se uma c psula de tecido conjuntivo fibroso no
mineralizado, denominado na poca de pseudo-ligamento periodontal. (LISTGARTEN et al.,
1991), o que n o demonstrou ser est vel a longo prazo(ALBREKTSSON & SENNERBY,
1991).
Nos prim rdios daimplantodontia e na atualidade grande parte dos implantes de tit nio
utilizados em todo o mundo para reabilita es de pacientes edntulos, por m,no h limites
em suas possibilidades, tais como pr teses faciais, auriculares, entre outras (BRNEMARK
et al., 2001).
Com a osseointegra o, a Odontologia mundial rendeu-se a uma nova realidade que
viria a contribuir decisivamente na solu o de casos protticos, at ento insolveis.
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2.2. TECIDO SSEO
Na instala o de implantes na mandbula ou maxila, importante que os clnicos
assimilem o processo de remodela o ssea, os diferentes tipos de osso, e como esses fatores
podem afetar a integra o dos implantes dent rios. Aproximadamente 0,7% do esqueleto
humano reabsorvido diariamente, sendo substitudo por osso saudvel recm formado.
Entretanto, com a idade e o estado metab lico da doena, o processo normal de renovao
pode ser reduzido, resultando no crescimento da idade m dia do osso. Esse aumento pode
afetar a instala o e integrao dos implantes (MARX & GARG, 1998).
2.2.1. Conceitos b sicos
As c lulas que participam da formao ssea so clulas mesenquimais indiferenciadas,
que ap s sofrerem estmulosdiferenciam-se em c lulas progenitoras sseas que evoluem e
transformam-se em c lulasosteobl sticas. Estas ltimasquando est o maduras so chamadas
de oste citos (McKINNEY JUNIOR, 1985).
Durante a mineraliza o pequenos cristais de hidroxiapatita (Ha) so densamente
acondicionados em uma s rie ordenadade acordo com a orienta o das fibras colgenas
(ROBERTS et al., 1987).
O conhecimento da fisiologia do tecido sseo essencial para o entendimento do seu
comportamento em enxertos sseos, colocao de implantes osseointegr veis,
osseointegra o e na sua manuteno longitudinal (ROBERTS et al., 1987).
A integridade estrutural do osso pode estar comprometida em mulheres p s-menopausa
pela diminui o de estrgenos, com uma espcie de encolhimento da massa ssea em que as
interconex es entre as trabculas tornam-se perdidas com conseq ente aumento da
fragilidade. Para a implantodontia e manipula o de enxertos sseosisso importante porque
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a diminui o dos nveis de estrgenos esta includa entre os fatores de risco de fracasso para o
uso de implantes osseointegr veis(ROBERTS et al., 1987).
O osso um tecido dinmico que contm clulas vitais que produzem e respondem avrios est mulos externos e internos(DZIAK, 1993).
Osteoclastos s o moncitos fusionados quehistologicamente aparecem como c lulas
gigantes multinucleadas (ROODMAN, 1991), podendo conter 50 n cleos respons veis pela
reabsor o ssea;sua atividade controlada pelo hormnio da paratireide. Dentre os muitos
fatores que regulam sua atividade talvez o mais importante seja a interleucina-11 (ZAIDI et
al., 1993) .
Os osteoblastos depositam matriz ssea e so referidos como osteoblastos periosteais
(superf cie externa do osso) ou endosteais(forrando os canais vasculares no interior do osso)
conforme a sua localiza o. Os osteoblastos maduros so responsveis pela produo de
prote nas da matriz ssea. A deposio continua numa rea de crescimento ativo por vrios
meses, com osteoblastos formando novo osso em camadas sucessivas de c rculos concntricos
sobre as superf cies internas da cavidade onde esto atuando. Secretam tambm fatores de
crescimento entre eles: TGF- Fator de crescimento transformador beta; BMP Prote na
ssea morfogentica, PDGF Fator de crescimento derivado de plaquetas e IGF Fator de
crescimento semelhante a insulina, que s o armazenados na matriz ssea. A partir do
momento que os osteoblastos formam a matriz ssea e tornam-se embebidos em seu interior,
se transformam em oste citos(MARX & BURR, 1994).
Os osteoblastos s o car acterizados por sua inabilidade em se locomover ou se dividir, de
modo que eles n o so capazes de proliferar para dentro dos defeitos. Assim, a cicatrizao do
tecido sseo depende da presena de clulas precursoras osteognicas (mesenquimais) ao
redor do osso ou tecido mole e da habilidade destas para invadir o defeito e se diferenciar em
osteoblastos (LANG; BECKER; KARRING, 1999).
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Em n vel molecular o osso composto de colgeno do tipo I(90%), gua, hidroxiapatita
e pequenas quantidades de proteoglicanas e prote nas no colgenas (10%). O colgeno do
tipo I determina o modelo de mineraliza o(HOLLINGER et al., 1999).A forma o ssea depende de dois pr-requisitos indispens veis: suprimento vascular
amplo e suporte mec nico. A reduo de oxignio parece alterar o c digo gentico em direo
ao tecido fibroso e fibrocartilaginoso (MISCH, 2000).
Os mecanismos que controlam a aposi o da matriz colgena e diferenciao dos
osteoblastos ap s o nascimento ainda so pouco conhecidos. Supem-se que a mineraliza o
ocorra atrav s da intera omatriz extracelular/osteoblasto (D ALONZO et al., 2002).
Os osteoclastos formam-se na membrana celular adjacente a superf cie ssea a ser
reabsorvida. Quando uma massa concentrada de osteoclasto se desenvolve, eles reabsorvem o
osso por 3 semanas, criando um t nel que varia de 0,2 a 1mm de di metro at vrios
mil metros de comprimento. Aps a reabsoro, os osteoclastos desaparecem por um processo
de degenera o, e o t nel invadido por osteoblastos iniciando novamente afase de forma o
ssea do ciclo de remodelao contnuo (GARG, 2004).
A procura constante de biomateriais que promovam uma intera o e formao ssea
excelente ainda necessria, pois perduram diversas perguntas sem respostas em relao
engenharia tecidual e a atividade das c lulas-tronco (DONAHUE, 2004).
O osteoblasto responsvel pela sntese de vrios tiposde col geno (Tipos I, III, IV e
V), sendo que o Col geno Tipo I respons vel por cerca de 97% do colgeno total
sintetizado pelos osteoblastos (BOSKEY & PASCHALIS, 2005).
Dados recentes levantam a hip tese de que este tipo celular seja responsvel tambm
pela manuten o das clulas-tronco hematopoi ticas atravs de fatores que induzem a auto-
renova oe o controle da quiesc ncia (BALDUNO, 2006).
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O poss vel mecanismo peloquais os osteoblastos possam ativar a osteoclase pode ser
descrito atrav s da exposio de minerais pelos osteoblastos ao produzirem colagenase eo
ativador tecidual do plasminog nio (DUMPLOMB et al., 2006).As c lulas envolvidas no metabolismo e fisiologia do tecido sseo so ososteoblastos,
oste citos e osteoclastos, havendo inter -relacionamento entre elas. Os osteoblastos derivam de
clulas mesenquimais pluripotentes (WU et al., 2007), s o clulas polarizadas diferenciadas,
encarregadas de sintetizar col genoe subst ncia fundamental ssea. Participam no processo
de mineraliza o de matriz orgnica produzindo vesculas da matriz extracelular que
acumulam ons clcio e fosfato, fosfolipdios, proteoglicanas, sendo ricas emfosfatase
alcalina, pirofosfatase, enzimas indutoras de centros de nuclea o para o depsito de sais
minerais importantes no processo de mineraliza o (XIAO etal., 2007).
A lei de Wolff determina que o osso responda ao estresse das for as mecnicas, de
altera es patolgicas e do desenvolvimento, modificando a sua forma. (MARTIN, 2007). Do
ponto de vista cl nico, esse mecanismo aplicado na Ortodontia, para movimenta o dentria,
na Ortopedia, para tratamento de fraturas, na distra o osteognica e na carga imediata nos
implantes osseointegr veis.
2.2.2. Classificao do Osso
Em 1985, (LEKHOLM & ZARB) listaram quatro qualidades sseas encontradas nas
regi es anteriores do osso mandibular:
Tipo 1, composta de osso homog neo e compacto;
Tipo 2, apresentava uma camada espessa de osso compacto ao redor de um n cleo de
osso trabecular denso;
Tipo 3, exibindo uma fina camada de osso cortical ao redor de um osso trabecular
denso com resist ncia favorvel;
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Tipo 4, uma camada fina de osso cortical ao redor de um n cleode osso trabecular de
baixa densidade.
A densidade ssea inicial no apenas fornece a imobilizao mecnica do implantedurante a cicatriza o, mas tambm permite a distribuio e a transmisso das tenses (aps a
cicatriza o) da prtese para a inter face osso implante. A distribui o mecnica da tenso
ocorre principalmente onde o osso se cantata com o implante. Os fatores como a quantidade
de contato com o osso, o m dulo de elasticidade e a distribuio axial da tenso ao redor do
implante s o todosafetados pela densidade do osso.
2.2.2.1. Macroscopicamente:
Levando em considera o a porosidade, podemos considerar o osso como:
Osso cortical denso: compreende 85% do osso total do corpo, encontrado ao redor do
vaso sangu neo central formando osistema de havers. Osso esponjoso: constituem 15% do osso total no esqueleto suas cavidades medulares
so preenchidas por medula vermelha ou amarela (JEE, 2005).
2.2.2.2. Microscopicamente:
A estrutura ssea classif icada como: trabecular, fibrosa, composta e lamelar.
Osso trabecular: Tecido sseo altamente celular formado rapidamente em resposta ao
crescimento ou a uma les o. Comparado ao osso maduro tem um contedo mineral
relativamente baixo. Sendo mais male vel, tolera mais o micromovimento relativo associado
cicatrizao da interface.
Osso fibroso: caracter stico das inseres do ligamento e tendo ao longo das
superf cies formadoras de osso. Os mecanismos do pseudoperiodonto e da integrao
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fibro- ssea foram propostas para alguns tipos de implantes endsseos com mobilidade. No
entanto o verdadeiro osso fibroso, o fundamento sseo de uma insero ligamentosa, nunca
foi demonstrado de uma maneira fisiol gicaconvincente (WEISS, 1986; LINKOW, 1991).
Osso composto: osso lamelar depositado em uma matriz de osso trabecular. Durante o
crescimento r pido e a cicatrizao do ferimento, um retculo de osso trabecular altamente
poroso, cresce e captura os vasos sang neos ao longo de uma superfcie endstea ou
peri stea. O osso lamelar mais abundante, maturo, tendo uma matriz col gena e estrutura
colgena bem organizada, capaz de suportar cargas extremamente fortes e se forma mais
vagarosamente (0,6a 1,0 m/dia) (MARTIN et al., 1998).
Osso lamelar ou maduro: Principal tecido de suporte de carga do esqueleto adulto. Ele
o componente principal de ossos cortical e trabecular maduro (MISCH, 2000)
Quatro grupos de densidade ssea, independentemente das regi es que ocupavam nas
maxila e baseado nas caracter sticas microscpicas do osso corticale trabecular, foram
classificadas como:
D1: Osso cortical denso (observada na regi o anterior da mandbula, duas vezes mais
do que na posterior);
D2: Osso cortical espesso denso a poroso na crista do rebordo e trabecular fino no
interior (anterior da mand bula, podendo tambm ser encontrado na regi o posterior de
mand bula); D3: Osso cortical poroso e fino no rebordo envolvendo um osso trabecular fino
(anterior da maxila, e posterior da mand bula);
D4: Osso trabecular fino (encontrado em regi o posterior da maxila, especialmente em
regi o demolares);
Um osso muito macio, com mineraliza o incompleta, pode ser classificado como D5;
por analogia t til pode ser comparado ao isopor (MISCH, 2006).
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2.2.2.3. Embriologicamente
O osso maxilar e mandibular tem origem intramembranosa (se desenvolvem dentro de
uma membrana) na sua maior estrutura (McKINNEY JR et al., 1985).
H dois tipos de desenvolvimento sseo de acordo com o local: intramembranoso e
endocondral. Na forma o intramembranosa o osso se forma diretamente na membrana de
tecido conjuntivo, sem a interposi o de um molde cartilaginoso(RABIE et al.,1996).
A ossifica o endocondral acontece quando o molde cartilaginoso substitudo pelo
osso, o que melhor observado nos ossos longos. um processo mais lento, sendo somenteinterrompido quando o osso alcan a o seu tamanho e termina o crescimento do corpo
(SOMMERFELDT & RUBIN, 2001).
No existe diferena bioqumica, morfolgica ou funcional entre o osso endocondral e
intramembranoso, respondendo aos mesmos fatores durante a repara o ssea do esqueleto
humano adulto. A diferen a entre esses ossos de origem distinta se encontra na carga
funcional e vasculariza o.O osso intramembranoso tem uma vasculariza o maior queo das
extremidades e permite maior concentra o de BMP em nvel local(PELEGRINE et al 2008).
2.2.3. Composi o Qumica
O tecido sseo constitudo por uma matriz protica colgena impregnada por sais
minerais, na forma de hidroxiapatitas, incluindo fosfato de c lcio (85%), carbonato de clcio
(10%) e pequenas quantidades de fluoretos de c lcio e magn sio (5%), necess rios para
manter a estrutura ssea normal; apresenta ainda pequenas quantidades de prote nas no
colgenas, como as BMPs embebidas em sua matriz mineral. Al m de servir como suporte
para as estruturas do corpo, armazena c lcio e outros minerais (SEYEDIN, 1989; RABIE et
al., 1996).
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A osteopontina tem papel na liga o celular em especial para os osteoclastos. A
osteonectina, uma glicoprote na fosforilada, foi originalmente idealizada para unir a apatita ao
colgeno(OLDBERG et al., 1986; REINHOLT et al., 1990).
2.2.4. Remodela o ssea
Os ossos corticais e trabeculares do corpo s o constantemente modificados pela
modela o ou remodelao. A modelao tem locais independentes de formao e reabsoro,
e resulta em alterar a forma e o tamanho do osso. A remodela o um processo de reabsoro
e forma o no mesmo local, que substitui o osso previamente existente e afeta principalmente
o movimento interno do osso, incluindo o que est prximo ao implante end sseo(ADELL et
al., 1981).
As pesquisas atuais sobre remodela o ssea focalizam-se na compreens o e
quantifica o dos processos de adaptao do osso cargas funcionais. A compreenso
integral dos mecanismos desses processos de remodela o poder levar, por fim, predio
da resposta biol gica a determinadas condi es mecnicas(TREHARNE et al., 1981).
A rea o inicial do calo perto do implante orientado principalmente pelas citocinas e
fatores de crescimento locais. A remodelagem do calo come a no perodo de cicatrizao de
acordo com o princ pio da resistncia adequadacom massa m nima, o calo reduz em tamanho
e se reorienta a medida que a matura o interna e a fora so obtidas (ROBERTS et al.,
1984).
A remodela o ssea refere-se s aes conjuntas e seqenciais dososteoblastos e
osteoclastos, que removem o osso envelhecido e substituem por um novo tecido sseo
(KIMMEL,1993).
Se o osso esta sendo modelado ou remodelado ele ser depositado na proporo doesfor o de compresso que deve suportar. O estresse fsico contnuo estimula a atividade
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osteobl stica e a calcifica o do osso, o que pode determinar a sua forma em algumas
circunst ncias, portanto, a compresso ssea causa um efeito chamado piezoeltrico sseo ,
presen a de sinais bioqumicos que parecem refletir um campo eltrico, possivelmentedecorrente da sobrecarga aplicada. Teoria que se aplica a qualquer deforma o ou sobrecarga
ssea causada por compresso, tenso, toro ou cisalhamentodesse tecido (MENKES et al
1993).
Modela o ssea pode ser qualquer alterao na forma outamanho do osso, mediante
um processo anab lico como: a aposi o do osso sobre a superfcie, ou um processo
catab lico como a reabsoro de sua superfcie. um fenmeno particular de superfcie
espec fica que ocorre durante o crescimento, como parte do processo de cicatriza o, por
exemplo, na estabiliza o de um implante endsteo e na resposta a carga funcional (RABIEet
al., 1996).
O osso compacto submetido a trocas constantes. Sua perda pode se dar na superf cie
ssea ou tamb m na intimidade do tecido sseo como conseqncia da atividade
osteocl stica. Quando o osso entra em fadiga, ou est necrtico, as atividades osteoclsticas
iniciam a remo o deste tecido, acumulam-se na superf cie do osso ou em seu interior nos
canais de Harvers, criando finalmente um t nel na profundidade do osso denso. Este arranjo
de osteoclastos denomina-se cunha de corte , e o tnel que produz chama-se tnel de
eros o (reabsoro). Esta cunha de corte continua aprofundando-se no interior, at que todo
o tecido necrosado tenha sido removido ou delimitado (McKINNEY JR, 1985; MISCH,
2000).
Outro conceito caracter stico das teorias de remodelao o equilbrio da remodelao,
que faz refer ncia situao mecnica na qual o osso simultaneamente absorvido e
depositado. Afirma-se que toda atividade remodeladora de adapta o aplicao a uma carga
ou a uma altera o das condies mecnicas ser levada a se aproximar desse estado de
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equil brio na remodelao. Esse fenmeno est presente depois de estabelecidos o equilbrio
de for as e o sistemaimplantado (MISCH, 2000).
A osteog nese um processo complexo que envolve a diferenciao de clulasmesenquimais pluripotentes em pr -osteoblastos e posteriormente em osteoblastos. Este
desenrolar celular se repetir ainda durante a remodela o ssea fisiolgica ou em fraturas
(MURAGLIA; CANCEDDA; QUARTO, 2000; HING, 2004).
Este processo dividido em dois tipos de ossificao, intra membranosa e endocondral.
Onde a primeira ocorrer atravs de clulas embrionrias totipotentes, diferenciando-se em
osteoblastos com conseq ente formao de tecido sseo. E a segunda atravs da substituio
de um molde de tecido cartilaginoso por c lulas sseas, como citado anteriormente (HING,
2004).
2.3. INTERFACES OSSO/IMPLANTE
J que as respostas de cicatrizao so limitadoras, a perda extensa da camada
osteog nica (interna) pode impedir a formao da ponte peristea. Se o peristeo
descortificado, o calo tem que se originar no tecido osteog nico no traumatizado mais
prximo (MELKER et al., 1971).
Em estudos realizados numa s rie de experimentos com macacos, acompanhados por
sete anos e idealizado para avaliar convenientemente o desenho dos cilindros de Ti com
superf cie de TPS sobre as respostas do osso, o tecido conjuntivo e epit lio, foi demonstrado
que o tipo de uni o que se forma entre o osso e um cilindro oco de titnio jateado comspray
de tit nio anquiltica . Formada entre o osso e a superf cie do implante, a mesma
permaneceu inalterada sob cargas funcionais por um per odo experimental de doisanos. O
osso adaptou-se a todas as irregularidades e fendas da superf cie de TPS, e ostecitos vivosforam observados em contato com o metal (SCHROEDER et al ,1981).
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Os osteoclastos preferencialmente reabsorvem os tecidos mais mineralizados e os cones
cortantes tendem a remodelar o osso mais velho, presumivelmente mais enfraquecido. O
mecanismo fisiol gico ajuda a manter a integridade estrutural indefinidamente (PARFITT,1983).
Em rela o biocompatibilidade dos implantes de tit nio, quanto aos aspectos
cient ficos da superfcie, os processos biolgicos estimulados pela introduo de um implante
inorg nico produzem interaes qumicas no local da interface entre o implante e o tecido do
hospedeiro.Quando implantes met licos so usados, a interao qumica determinada por propriedades do xido da superfcie, e no por propriedades qumicas do metal. Fatores que
contribuem para o sucesso dos resultados em implantes de tit nio puro,como material de
eleio, podemser uma combina o da inrcia qumica do xido e algumas propriedades
bioqu micas especficas domesmo (KASEMO, 1983).
Na interface entre o osso cortical e o implante h canalculos participando no transporteeletrol tico prximo camada de xido. Uma rede de fibras col genas envolveos oste citose
se inserem na camada de proteoglicanas. Formando-se uma camada de 100 de
proteoglicanas, que se funde com a camada de xido, e uma camada de substncia
fundamental amorfa de 10 a 20 m de espessura se funde camada de proteoglicanas. A
osseointegra o em osso esponjoso ocorre quando as trab culas se aproximam do implante e
entram em contato ntimo com a camada de xido. Os vasos sanguneos proporcionam
nutri o, e ocorre remodelao na trabeculagem ssea que envolve a superf cie do implante.
Os fibroblastos e os osteoblastos aumentam em n mero e mudam deaspecto quanto
mais pr ximo estiverem do implante, aderindo camada de xido; logo, a subst ncia
fundamental amorfa formada preenchendo os espaos entre as trabculas sseas
(BR NEMARK et al., 1985).
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No intuito de avaliar tr s variveis: mdulo de elasticidade, textura de superfcie e
composi o da superfcie do material. Os autores desse estudo obtiveram resultados na
resposta ssea mediante estas variveis, utilizando implantes colocados em ces. Foramutilizados 12 tipos de implantes, em forma de cilindros, medindo 6 mm de di metro e 16 mm
de comprimento, compostos dos seguintes tipos de materiais: polimetilmetacrilato (PMMA),
carbono pirol tico com baixa temperatura isotrpica (LTI), titnio comercialmente puro (Ti
CP) e xido de alumnio (Al2O3). A textura de superf cie destes grupos foi variada utilizando
mtodos: polidos e jateados. Os implantes foram instalados transcorticalmente em fmures de
ces mestios adultos e os animais foram sacrificados ap s um perodo de 32 semanas. A
seguir, testes de remo o mecnica foram realizados para determinar a fora e a rigidez de
cisalhamento na interface osso e implante. Os resultados obtidos nos testes mec nicos
indicaram que, para os implantes fixados por aposi o ssea direta, a fora e a rigidez de
cisalhamento na interface n o foram afetadas por variveis: mdulo de elasticidade e
composi o da superfcie do implante. No entanto, variando a textura de superfcie, a resposta
ssea na interface osso e implante foi significativamente alterada. Avalia es histolgicas
demonstraram que implantes com superf cie rugosa exibiram aposio ssea direta, enquanto
os lisos exibiram v rios graus de tecido fibroso envolvendo-os. A partir destes resultados, os
autores conclu ram que o mdulo de elasticidade dos materiais teve um efeito pequeno, tanto
sobre a resposta mec nica na interface dos implantes, quanto na resposta histolgica na
interface osso e implante. Por m, a superfcie rugosa, nos grupos de implantes estudados,
afetou significativamente a resposta tecidual na interface e exibiu maior aposi o ssea. Os
autores conclu ram que das variveis estudadas, a que influenciou uma resposta mais
favor vel foi a textura de superfcie dosimplantes (THOMAS & COOK, 1985).
Com a finalidade de avaliar os implantes de tit nio cobertos com hidroxiapatita, versusa resposta histol gica frente aos implantes cilndrico com tamanho, dimetro e formato
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padr es, porm com diferentes superfcies (Ti CP usinado e polido, Ti CP com cobertura
jateada com part culas apresentando irregularidades em sua superfcie de 25-50 m e Ti CP
com cobertura de HA com 50-75 m de espessura CalcititeTM
), dez c es tiveram seusincisivos superiores e inferiores e 40 pr -molares e primeiros molares extra dos, e aps um
per odo de cicatrizao de 12 semanas, 96 implantes foram instalados. Os ces foram
sacrificados em intervalos de 1, 4 e 10 meses ap s a instalao dos implantes para a realizao
de cortes histol gicos. Os resultados obtidos com um ms mostraram que 100% dos implantes
lisos foram facilmente removidos de seu osso ap s a seco axial. A aderncia ao osso se deu
em 100% dos implantes de HA (13) e 50% dos implantes jateados. Na biointegra o inicial,
uma camada mais completa de osso lamelar e melhor manuten o do osso da crista ssea
alveolar foi encontrada ao redor dos implantes cobertos com HA. Os autores afirmaram
tamb m que, tanto em experimentos in vitro , quanto nos in vivo , a solubilidade da
cobertura com HA estvel e no apresentadiminui o significativa com otempo (BLOCK
et al., 1987).
Aps realizao de estudos em fmures de seis coelhos, para avaliar a resistncia de
implantes de Ti Cp com duas texturas diferentes (lisas e rugosas), constatou-se que decorridos
um per odo de seis semanas os implantes rugosos apresentaram valores significativamente
mais altos do que os lisos, sendo que a for a mdia para a remoo dos implantes rugosos foi
de 26,4 Ncm, enquanto que a m dia para os polidos foi de 17,2 Ncm. As observaes
histol gicas mostraram que ambos os implantes apresentaram-se ancorados diretamente no
osso sem interposi o de tecidosmoles (CARLSSON et al., 1988).
As respostas biol gicas que ocorrem em nveis celulares e macroscpicos so uma
conseq ncia das interaesmoleculares. Por estas raz es, o estado da superfcie do implante
de importncia central nas avaliaes biolgicas do implante, bem como seu uso clnico.
Para eles, as propriedades de superf cie de interesse eram acomposi o qumica,
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microarquitetura, microestrutura, limpeza e propriedades de intera es com relao gua e
biomol culas. Em relao textura de superfcie, afirmaram quea superf cie lisa ea rugosa
provocam diferentes reas de contato com biomolculase clulas; isto produz diferentesperturba es e tipos de unies das unidades biolgicas que podem influenciar a sua
conforma o e funo(KASEMO & LAUSMAA, 1988).
Ao avaliar a textura de superf cie dos implantes cobertos com HAsepararam-se dois
implantes, com a finalidade de serem submetidos a testes de desgaste progressivo por meio de
uma m quina que simulava a escovao. Observa es foram feitas ao microscpio eletrnico,a fim de avaliar sua resist ncia escovao dental. Nove implantes dentais feitos de liga de
Ti-Al-4V6, foram cobertos com HA por meio da t cnica de plasma spray. As espessuras das
coberturas variaram de 50 a 90 m. Aps 10.000 ciclos de escovao, os grnulos presentes
na cobertura desapareceram e apresentavam superf cie irregular. No entanto, aps 20.000
ciclos de escova o, cerca de 5% da cobertura havia desaparecido. Com isto, os autores
conclu ram que, em geral, a presena de fendas pr-existentes pode ser vantajosa para a
integridade mec nica de coberturas instveis, desde que estas fendas possam ser compensadas
por diferen as na elasticidade entre a cobertura e o substrato. A razo pela qual as fendas
diminuem em n mero aps a escovao, provavelmente devido sua superficialidade.Os
autores conclu ram que prefervel utilizar no interior da boca materiais metlicos polidos,
pois diminuem o ac mulo de biofilme, e que a resist ncia das coberturas ao desgasteno
boa o suficiente para resistir a per odos de escovao prolongados(VAN ROSSEN et al.,
1989).
At os anos 70, os cortes histolgicos eram observados em espcimes dos quais os
implantes haviam sido removidos. Isto impedia avaliar a interface sem a possibilidade de
atribuir ao artif cio da tcnica um resultado duvidoso. Somente a partir do incio da dcada de
80, tornou-se vi vel a avaliao integral da ntima congru ncia entre a superfcie do metal e do
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osso, e muitas autoridades, que at ento hesitavam sobre a possibilidade deste contado direto,
ficaram convencidas n o se tratar de um artifcio(ALBREKTSSON & SENNERBY, 1991).
Em pesquisa, in vitro, realizada para avaliar a resposta de c lulas do tipo osteoblastos
mediante cinco tipos de superf cie de titnio, os autores utilizaram discos de titnio
comercialmente puro medindo 1,25 cm de di metro e 4 mm de altura para realizar um preparo
na superf cie destes, deixando-os com tipos de morfologia de superf cie: regulares e
irregulares. As irregulares foram preparadas utilizando pap is metalogrficos para polimento
com part culas de SiC e, em seguida, foram jateadas com partculas de Al2O3 de 50 m ouatacadas por cido (HF a 3,5% - HNO 3 a 25%), por per odos de 1, 5 e 10 minutos. Todos os
espcimes, aps o preparo da superfcie, foram limpos com solvente, lavados em gua
destilada, passivados em cido ntrico, enxaguados em gua destilada, secos em um secador a
vcuo e esterilizados por exposi o luz ultravioleta, por um perodo de 30 minutos. Aps
todo este preparo, as superf cies foram analisadas e a rugosidade de superfcie, determinada
por um rugos metro. Os osteoblastos obtidos para este experimento foram retirados da
calv ria do osso parietal de ratos. Os discos de titnio foram preparados com a metodologia
dos autores permitindo que os osteoblastos entrassem em contato com os esp cimes,
observando assim, por meio de microscopia eletr nica, em intervalos de 15,30, 60 e 120
minutos. Os autores conclu ram que os resultados deste experimento sugerem que o tipo de
rugosidade produzido na superf cie de Ti Cp afeta a resposta biolgica inicial, como adesocelular e prolifera o. A superfcie irregular produzida por jateamento demonstrou ser mais
condutiva para as ades es celulares apresentando resultados significativamente mais altos, do
que as rugosidades produzidas por polimento com papel spero ou atacadas por cido
(BOWERS et al. 1992).
Com implantes cobertos com HA, particularmente com rela o ao contato osso e
implante, for a de resistncia e fixao, observou melhores resultados na maxila. Esse
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implante pode apresentar um melhor sucesso em longo prazo quando implantes mais curto s o
necess rios e quando se tratade indiv duos com osso esponjoso e de baixa densidade (Tipo
D4). Ap s o trmino do estudo o autor sugeriu que: implantes de titnio tipo parafusoso indicados para regi o anterior de mandbula (osso Tipo 1- D1); parafuso recoberto com HA
para regi o anterior de maxila e posterior de mand bula (osso Tipo 2 ou 3- D2 ou D3 e para o
osso Tipo 4 - D4) (MEFFERT , 1993).
Treze sistemas de implantes comercialmente dispon veis no mercado foram estudados
em rela o ao desenho e as caractersticas de superfcie. Os implantes foram divididos em
grupos, dependendo dos seus diferentes materiais e tratamentos de superf cie. Grupo A:
implantes cobertos com HA, apresentando seis sistemas cil ndricos; Grupo B: implantes
cobertos com plasma spray de tit nio (TPS), com um sistema cil ndrico; Grupo C: implantes
de liga de tit nio, fazendo parte deste grupo, um implante cilndrico e dois em forma de
parafuso e, Grupo D: implantes de Ti Cp, constitu do por trs implantes em forma de
parafuso. Os resultados deste estudo mostraram que os treze diferentes tipos de implantes
variaram consideravelmente em rela o superfcie topogrfica, no s entre os diferentes
grupos, mas tamb m entre os implantes manufaturados com o mesmo tipo de material e as
diferentes amostras do mesmo grupo. Os autores avaliaram neste estudo apenas um implante
de cada sistema. Segundo eles, haveria necessidade de considerar a variabilidade que existe
entre cada esp cime e, desta maneira, saber se os resultados do estudo podem ou no ser
generalizados para a maioria da popula o. Os autores acreditaram que a mdia de valores
seria confi vel para os diferentes parmetros de rugosidades de superfcie que tm sido
produzidos (WENNERBERG et al., 1993).
Em estudo histomorfom trico para avaliar a quantidade de osso em contato com a
superf cie de implantes lisos e jateados comTiO 2 (implantes Astra Tech TM), utilizou-se c es
submetidos extrao de pr-molares na maxila. Ap s quatro meses de cicatrizao, cinco
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implantes lisos e cinco jateados foram instalados. Dois meses ap s, novamente houve a
implanta o de cinco lisos e cinco rugosos. Quatro meses aps instalao dos primeiros
implantes, os animais foram sacrificados e sec es em bloco foram preparadas. Dos 20implantes instalados, um foi perdido e a m dia decontato osso/implante na superf cie dos
implantes lisos foi de 40%, tanto no per odo de observao de dois ou quatro meses, enquanto
que para os implantes jateados, esta m dia foi de 65%(ERICSSON et al., 1994).
Em um estudo experimental com o prop sito de avaliar histom trica e
biomecanicamente a ancoragem de implantes jateados somente com xido de titnio eimplantes jateados com xido de titnio acrescido de cobertura deHA, utilizou-se implantes
torneados lisos e polidos como grupo controle. Foram colocados um total de 156 implantes,
com formato de parafuso, medindo 10 mm de comprimento e 3,5 mm de di metro, na parte
proximal da t bia de 26 coelhos. Em cada coelho, foram colocados seis implantes, trs em
cada t bia (um liso e polido, um jateado com TiO2 e um jateado com TiO 2 e HA). Ap s um
per odo de cicatrizao de 3 e 12 semanas, respectivamente, os implantes colocados na tbia
direita foram submetidos a testes de remo o por torque e os colocados na tbia esquerda,
usados para mensura es histomorfomtricas. Os implantes com cobertura de HA
demonstraram valores significativamente maiores nos testes de remo o por torque, do que os
jateados com TiO 2, seguidos pelos lisos. As mensura es para verificar o contato osso e
implante apresentaram tamb m valoresmaiores nos jateados com TiO 2 do que nos lisos. As
vantagens da superf cie jateada com TiO2 foram mais evidentes nas anlises com trs
semanas do que nas amostras com 12 semanas. Os implantes com cobertura de HA
freq entemente apresentaram fraturas da HAna parte inferior das roscas. Segundo os autores,
os resultados demonstraram que foi poss vel influenciar os resultados de ancoragem dos
implantes, por meio da altera o da estrutura morfolgica da superfcie dos mesmos (GOTFREDSEN et al., 1995).
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Resultados preliminares de um estudo multic ntrico, o qual testou a eficcia de uma
superf cie de implantes osseointegrados com formato de parafuso e com superfcie
quimicamente tratada com cidos hidroclordrico e sulfrico,mostraram que os m todos depreparo produziram rugosidades de superf cie altamente uniformes, com uma varia o da
altura entre picos e vales da ordem de 0,3 a 0,2 m e espaos horizontais entre os picos com
valores de 0,3 a 0,2 m. Em adio, para minimizar possveis complicaes dos tecidos moles
resultantes da exposi o da superfcie rugosa, nos casos de reabsoro marginal do osso, foi
idealizado que a superf cie rugosa seria iniciada 3 mm apicais superfcie oclusal, ou seja,
nos 3 mm iniciais foi mantida a superf cie lisa, denominado pelo fabricante implante
Osseotite TM . Os resultados dos 147 implantes colocados em 75 indiv duos foram avaliados e
acompanhados durante tr s anos por meio de exames clnicos e radiogrficos. Os implantes
foram instalados para suportar coroas unit rias, sobredentaduras e pr teses fixas, de acordo
com as necessidades de cada indiv duo. Clinicamente, os tecidos gengivais periimplantares
foram observados sobre 95% dos implantes, enquanto 88,3% n o demonstraram sangramento
durante a sondagem e nenhuma recess o durante o per odo de acompanhamento. De acordo
com o crit rio utilizado no estudo, o ndice totalde sucesso calculado foi 96,6% (SULLIVAN
et al., 1997).
Em estudo comparativo com 132 implantes entre Ti Cp (66 implantes) e Ti6AI4V (66
implantes), com observa es realizadas em intervalos de 1, 6 e 12 meses ap s a implantao
em t bias de 30 coelhos. Os resultados obtidos nos testes de remoo revelaram que as
amostras observadas com um m s no apresentaram diferenas estatisticamente significativas,
porm aps 6 e12 meses, os implantes de Ti Cp apresentaram-se mais aderidos ao osso, em
compara o com os de Ti6AI4V, nos testes de remoo por torque (Ti Cp = 29 Ncm X
Ti6AI4V = 23 Ncm aos 6 meses e Ti Cp = 38 Ncm X Ti6AI4V = 35 Ncm aos 12 meses). Os
resultados histomorfom tricos revelaram uma porcentagem mais alta de osso em contato com
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Ti Cp, comparado ao Ti6AI4V. O volume sseo ao redor das roscas foi semelhante. Os
autores acreditam que uma importante causa para estas diferen as pode ser o fen meno da
dissolu o inica (JOHANSSON et al., 1998).
Foi realizada uma an lise histomorfom trica da interface osso-implante de tit nio
comparando superf cies lisas e rugosas em maxilas humanas com baixa densidade ssea, aps
per odos de 3, 6 e 12 meses com os implantessubmersos, sem dist rbios de cicatrizao.
Neste estudo participaram seis indiv duos voluntrios adultos, sendo que cada um recebeu um
implante liso e um rugoso. Os valores de contato osso e implante aos tr s meses foram 6,2%para os lisos e 58,9% para os rugosos. Aos seis meses, os resultados foram de 3,55% para os
lisos e 72,9% para os rugosos e aos 12 meses, 6,7% para os lisos e 76,75% para os rugosos.
Os autores mostraram por meio de seus resultados que as superf cies rugosas, em osso de
baixa densidade, promovem aumento nos ndices de contato osso e implante, porm
destacaram que, devido ao pequeno n mero de implantes observados, no puderam apresentar
conclus es definitivas, apesar das diferenas significativas entre os dois grupos (TRISI et al.,
1999).
A descortifica o extensa do peristeo inibesubstancialmente a resposta inicial da
cicatriza o. Apesar das citocinas estimulantes e dos fatores de crescimento serem liberados
do co gulo do sangue no local cirrgico, essencialmente nenhuma clula osteoprogenitora
competente sobrevive no peri steo descortificado(MISCH, 2000).
Quanto a influ ncia da rugosidade da superf cie e da cobertura de fosfato de clcio
(CaP) na resposta ssea aos implantes de tit nio. Quatro tipos de implantes de Ti: polidos,
jateados com part culas AI2O3, polidos com uma cobertura de CaP e jateados com part culas e
implantes com uma cobertura de CaP foram inseridos nos c ndilos femurais direitos e
esquerdos e nas di fises tibiais direitas e esquerdas de coelhos. Aps um perodo de
implanta o de 2 e 12 semanas, a interface osso e implante foi avaliada histolgica e
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histomorfometricamente. A avalia o histolgica no revelou nova formao ssea ao redor
dos diferentes materiais de implantes ap s duas semanas de implanta o. Ap s 12 semanas,a
cicatriza o ssea havia se completado. Os implantes com cobertura de CaP mostraram umamaior quantidade de contato sseo do que os sem cobertura, tanto para os instalados na tbia,
quanto para os instalados no f mur. Por outro lado, a rugosidade de superf cie melhorou a
resposta aos implantes inseridos na di fise tibial. Com base nestes achados, os autores
conclu ram que o preparo de uma cobertura de CaP sobre um implante tem efeito benfico
sobre a resposta ssea frente a este implante durante a fase de cicatriza o; e
independentemente das condi es da superfcie do implante, a resposta tambm
determinada pelas condi es locais da posi o do implante(HAYAKAWA et al., 2000).
Em estudo comparativo entre 4 diferentes tipos de superf cies topogrficas produzidas
sobre implantes de Ti Cp instalados na met fise tibial de 12 coelhos foiobservada a resposta
ssea mediante testes histomorfomtricos e biomecnicos. As quatro superfcies topogrficas
estudadas foram: usinadas, jateadas com part culas de TiO2 (tamanho de 10 a 60 m), tratadas
com plasma spray e atacadas com cido (cido hidrofluordrico alta temperatura numa
primeira exposi o e com uma combinao de cido hidrofluordrico e cido sulfrico numa
segunda exposi o Osseotite TM). Dentro dos limites de um estudo experimental em curto
prazo, os resultados indicaram que um micr metrode rugosidade da superf cie do titnio
obtida com procedimentos de ataque cido aumentou em 33% o contato ossoimplante sobre as
superf cies usinadas(CORDIOLI et al., 2000).
A superf cie de xido porosa criada pelo aumento controlado da camada de TiO 2
incluindo propriedades de superf cie desenhada daespessura de xido, rugosidade e textura.
prov vel que as propriedades especficas mecnicas e de superfcie do implante possam ser
melhoradas a fim de aumentar a estabilidade do implante e a capacidade de suporte de
carga no osso. Est claro que a geometria do implante fundamentalmente importante para a
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distribui o de carga eficiente, mas as propriedades de superf cie do implante, tais como rea
de superf cie e topografia, tambm podem ter um papel importante. Os diferentes fabricantes
de implante abordaram o problema modificando a topografia da superf cie do implante. Asvrias tcnicas, incluindo jateamentode part cula, cobertura com spray de plasma e
condicionamento qu mico seco foram usadas, sendo que, uma tcnica diferente foi modificar
o tecido ao redor do implante. provvel que a organizao ssea e a taxa de formao
possam ser otimizadas trazendo mol culas tais como matriz extracelular,fatores de
crescimento e fatores de diferencia o no local do implante. O alto grau de porosidade
(densidade, distribui o do tamanho e volume do por o) pode servir como um fator adequado
para o aumento da taxa de forma o ssea e a capacidade de suporte de carga no local do
implante, desde que seja bem administrado e controlado (HALL & LAUSMAA, 2000).
Experimentos sobre implantes com xido de superfcie foram modificados por alguns
anos. O xido espesso, anodizado e cristalino, com uma estrutura rugosa micro-porosa
espec fica manifesta propriedades de superfcie muito interessantes que podem influenciar a
resposta biol gica. Para integrao, o titnio puro tem propriedades nicas entre todos os
metais na tabela peri dica e em muitas situaes o metal de escolha. Geralmente, o titnio
um metal reativo com um filme de xido nativo de cerca de 4 Nm de espessura. Aps uma
monocamada inicial ser formada, um aumento do xido acontece.Os ons de oxignio
migram em dire o ao metal e regem com o tit nio contra on na base do xido e via difuso
do on metlico do metal at a superfcie(LARSSON et al., 2000).
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2.4. OSSEOINTEGRA O
Com a instala o de implantes de titnio puro de acabamento e geometria definidos de
acordo com o procedimento de osseointegra o, uma conexo firme, ntima e duradoura pode
ser criada entre o osso vivo e o implante (ADELL et al., 1981).
Portanto, a partir de estudo realizado ficou estabelecido que o fen meno de
Osseointegrao uma ligao direta e estrutural e funcional entre o tecido sseo vivo e
ordenado e a superf cie de um implante submetido a cargas funcionais (BR NEMARK,
1985).
O melhor material para ser utilizado no implante o titnio, comercialmente puro e para
alcan ar a osseointegrao foi desenvolvido um implante de titnio puro, com a forma de
parafuso e protocolo cir rgico, cortando o osso em baixa rotao, seguido por um perodo de
cicatriza o sem funo e tcnicas protticas apropriadas. Um implante end sseo deve
permanecer submerso no osso alveolar, sem receber cargas por um per odo de quatro a seis
meses, para permitir a osseointegra o. Durante afase de cicatriza o, novo tecido sseo
forma-se pr ximo ao implante. A remodelao ocorrer entre o dcimo segundo e o dcimo
oitavo m s, seguindo aps um estado de equilbrio, onde as foras exercidas sobre o implante
sero compensadas pela capacidade de remodela o do osso desuporte (BR NEMARK etal.
1985).
Foram instalados em trinta e oito coelhos adultos albinos um implante de tit nio e outro
de material teste em cada t bia de cada animal. Sendo os materiais de teste, tit nio, liga de
titnio (Ti6AL 4V), liga de cromo e cobalto e molibid nio (Cr Co Mo), e ao inoxidvel
observados por um per odo de 4 a 11 meses. A microscopia ticada interface revelou um
contato direto entre o osso e a superf cie do implante (osseointegrao) em 73 dos 76 casos.
Dadas as condi es de cicatrizao idnticas, os metais de implantes modernos foram aceitos
pelo osso da mesma maneira. Logo, o autor sugere que a osseointegra o poderia ser vista no
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como uma rea o exclusiva, mas como a expresso de uma cicatrizao potencial n o
espec fica e bsica no osso(LINDER; OBRANT; BOIVIN, 1985).
Com o surgimento da osseointegra o, os adeptos dos implantes convencionaisvoltaram sua aten o para o que estava sendo denominado interface (espao compreendido
entre osso e o implante). At ento os trabalhos de histologia apresentavam sistematicamente,
salvo raras exce es, tecido conjuntivo fibroso ao redor do implante e concentravam suas
aten es em constatar a aceitao biolgica dos mesmos pelos tecidos circunvizinhos. E por
acharem que seus implantes forneciam uma fun o adequadaou justamente pela presen a de
tecido conjuntivo, passaram a denomin -los osseofibrointegrados, numa alus o perfeita
integra o osso-fibra-implante (SILVA, 1999).
A osseointegra o implica no contato direto entre o implante e o tecido sseo
circundante, n o havendo nenhum tipode mecanismo de amortecimento entre ambos. O
controle de diversos fatores, como o grau de compatibilidade biol gica do implante, assim
como sua forma geom tr ica, desenho, condi es de superfcie, qualidade do tecido sseo,
tcnica cirrgica utilizada e o controle das foras oclusais, iro permitir a ancoragem ssea.
No entanto, o descuido com qualquer um destes fatores resultar na formao de uma
interface implante - tecido conjuntivo, com a conseq ente perda do implante, ainda que todos
os demais fatores tenham sido controlados (KASEMO & LAUSMAAN, 1988).
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2.4.1. Resposta do Hospedeiro
Qualquer material de implante inserido no corpo torna-se rapidamente coberto por
vrias camadas de protenas do sangue, que sero os primeiros elementos a entrar em contato
com o implante. As prote nas iro aderir superfcie do implante, controlando atravs de
processos enzim ticos a adeso inicial de clulas, determinandoo tipo de interface do
implante (ALBREKTSSON et al., 1985).
A escolha do material de implante um elemento to crtico quanto o preparo do local
ou o procedimento de inser o. Por longos anos pesquisas de materiais tem sido realizadas epromovido a emerg ncia de uma ou mais subst ncias designadas para a implantao em
tecido duro humano. O tit nio e sua liga, Titnio/Alumnio/Vandio (Ti-6Al-4V), s o metais
atraentes devido a sua dureza , compacta o comparativamente baixa, peso leve e inrcia
relativa (COOK et al., 1987).
Aps a fixao de implantes endsseos, existem trs possveis respostas que podero
ocorrer no tecido do hospedeiro: A primeira o processo inflamat rio agudo ou crnico que
pode resultar na perda precoce do implante. A segunda uma encapsulao por tecido
conjuntivo fibroso, resultando em falha de ancoragem ssea. E a terceira, pode ocorrer
forma o de um tecido sseo vivo em torno do implante, de maneira previsvel e duradoura,
estabelecendo um contato mec nico que resultar na ancoragemdo implante denominada
osseointegra o(KRAUSER et al., 1989).
Os protocolos desenvolvidos para que se atinja o fen meno da osseointegrao, ou seja,
a forma o ssea em torno do implante quando este se encontrar em funo, vo da escolha
do metal at a instala o e manuteno da prtese. Portanto, importante considerar
condi es de usinagem, tipo de osso receptor e material empregado na fabrica o
(ALBREKTSSON & SENNERBY, 1990).
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Ocorrem diferen as importantes a nvel morfolgico (fibras colgenas desorganizadas e
finas) e a n vel bioqumico (grau avanado de glicosilao e hidroxilao do colgeno) entre o
tecido col geno da cicatriz, observado quando o implante encapsulado por tecido conjuntivoe a matriz col gena do tecido sseo lamelar. Essas diferenas demonstram o motivo pelo qual
a migra o da insero epitelial ocorre facilmente, podendo levar a marsupializa o do
implante (STEENBERGHE et al., 1990).
A osseintegra o dos implantes de titnio em osso regenerado e o processo de
remodela o do osso,sob condi es de cargas funcionais, foram abordadas pelo autor. Aps
elabora o do estudo obteve-se um completo preenchimento sseo aps seis meses de
cicatriza o, o que histologicamente representa um osso compactoregular e um osso
trabecular em perfeita situa o paraa osseointegra o dos implantes(BUSER; DAHLIN;
SCHENK, 1994).
Entre a parede ssea da rea cirrgica e a superfcie do implante depositada pelos
osteoblastos uma fina camada de novo osso, denominado osso imaturo, do tipo trabecular,
este tipo de osso n o possui fora suficiente para suportar a carga mastigatria, porm, mais
tarde os espa os existentes nessa camada so preenchidos por osso maduro ou lamelar, de
forma que quase toda rea entre o stio cirrgico e o implante so preenchidospor tecido
sseo, ou seja, o osso estar mais compactado resistindo assim fora da mastigao
(STEFLIK & McKINNEY JUNIOR,1994).
A rea o inicial da interface osso-implante seria envolvendo a libera o de clulas
sangu neas e amino-vasoativas na forma o de uma rede de fibrina, debridamento por
macr fagos,organiza o e substituio de hematoma por granulao do tecido e subsequente
recoloca o por calo fibroso e posteriormente calo sseo pr imrio ou osteide
(BR NEMARK etal. 1985; HOLLINGER et al., 1996).
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A regenera o do osso ao redor dos implantesendsseos pode ser alcanada com
mtodos de subtrao (jateamentopor ataque cido) ou com mtodos aditivos;pulveriza o
de plasma de tit nio, cobertura de HA(MARINHO et al. 2003).
2.4.2. Fatores que Interferem na Osseointegra o
Aproximadamente 1mm de osso adjacente ao implante end sseo necrosa como
conseq ncia do traumatismo associado aprepara o do stio do implante(ROBERTS etal.,1987).
O calor friccional gerado e as altas temperaturas geram s rias conseqncias como:
hiperemia, necrose, fibrose, degenera o das clulas sseas, aumento da atividade de
osteoclastos, desidrata o, contrao e carbonizao do tecido sseo. Segundo os autores, o
calor gerado durante a prepara o dos stios para a colocao de implantes, promove um
aumento de temperatura no tecido sseo circundante, que s retorna sua temperatura
original ap s 60 segundos, pormo uso de irriga o inibe o calor (LAVELLE &
WEDGWOOD, 1980).
O interesse corrente nos implantes end sseos tem crescido devido a maior consci ncia
dos avan os na tcnica de colocao e nos materiais. Junto a especificidade do projeto do
implante e a sele o de materiais, este objetivo de longevidade e funo, podem ser melhor obtidos pelo preparo meticuloso do local. Deve-se tomar cuidado para n o traumatizar
demasiado o local do osso pelo sobreaquecimento ou pela remo o de grande volume em
qualquer passo do debridamento que essencial para a osseointegra o(COOK et al., 1987).
Dentre os fatores que podem interferir no processo de osseointegra o encontra-se o
trauma cir rgico, pois existe a necessidade crtica em controlar a temperatura do osso, durante
o procedimento do s tio receptor (MEFFERT et al., 1992).
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Devido ao calor, gerado durante o procedimento de preparo dos s tios a receberem os
implantes, por ser um dos fatores que influenciam na osseointegra o (WATANOBE et al.,
1992).
A prepara o do osso para a instalao de implantes feita atrav s da utilizao de uma
seqncia de brocas, que aumentam o dimetro gradualmente e devem ser irrigadas com soro
fisiol gico, mantendo-as sob regime de baixa rota o, para reduzir a gera o de calor
(McKINNEY JUNIOR, 1985).
Desde os prim rdios da Implantodontia at a atualidade a osseointegrao vem
promovendo um profundo impacto no plano de tratamento. Antes se contemplava apenas o
edentulismo total maxilar e mandibular e a est tica no era preocupante, logo, o tratamento
era limitado e relativamente simples. Com as altas taxas de sucesso e previsibilidade
alcan adas o espectrose estendeu para os edentulismos parcial e unit rio. Portanto, a
osseointegra o , continuamente em desenvolvimento mudou o perfil da profisso, tornando-a
complexa, multidisciplinar e onerosa. Os limites de seguran a e previsibilidadeda terap utica
podem ser extrapolados e como conseq ncia, os fracassos e complicaes podem aumentar
em freq ncia e magnitude ocasionando possveis danos aos pacientescom repercuss es
ticas, morais e legais(PINTO et al., 2006).
2.4.3. Critrios de Sucesso
Durante a confer ncia sobre implantes dentais ocorrida em 1978, ficou estabelecido
que:
Mobilidade do implante deve ser menor que 1mm em alguma dire o;
Presen a de imagem radiolcida ao redor do implante, mas sem critrio definido;
Perda ssea no deve ultrapassar um tero daaltura vertical do implante;
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Pode ocorrer inflama o gengival amena passvel de tratamento, ausncia de sintomas
e infec o; ausncia de dano ao dente adjacente; ausncia de parestesia e anestesia ou
viola o do canal mandibular, seio maxilar ou assoalhoda fossa nasal; e tecido col genosaud vel;
Os implantes devem permanecer em fun o no perodode 5 anos em 75% dos
pacientes (SCHINITMAN & SCHULMAN, 1979).
imperativo, que o uso cl nico rotineiro de qualquer sistema de implante se baseie
totalmente na evolu o dos resultados de um sistema especfico com estudos obrigatrios das
investiga es clnicas seguidas longo prazo. Pesquisas cl nicas sobreosseointegra o
demonstram que na ocorr ncia de mobilidade os implantes tornam-se sens veis percusso e
press o, se a mesma aumentar necessrio remover o implante.Mobilidade um sinal
contundente de fracasso do implante. Por esta raz o, e pela evid ncia citada, a ausncia de
mobilidade um critrio importante para o sucesso do implante (ALBREKTSSON, 1985).
Crit rios para avaliar o sucesso dos implantes foram propostos por ALBREKTSSON
(1985) e ainda nos dias de hoje, s o recebidos com grande respeito pelos profissionais da rea.
So eles:
O implante deve permanecer im vel quando testado clinicamente;
Ao aspecto radiogr fico deve apresentar radiopacidade periimplantar;
Perda ssea vertical menor que 0,2mm anuais aps o primeiro ano de funo;
Na realiza o de cada implante est caracterizada a ausncia de sinais irreversveis, e a
persist ncia dos mesmos como: dor, infec o, neuropatias, parestesia ou violao do canal
mandibular;
De acordo com o proposto acima, um ndice de sucesso deve alcanar 85% no perodo
de 5 anos e 80% em 10 anos.
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O interesse atual nos implantes end sseos tem crescido devido a maior consci ncia dos
avan os na tcnica de colocao e nos materiais. Junto a especificidade do projeto do implante
e a sele o de materiais, este objetivo de longevidade e fun o, podeser melhor obtido pelopreparo meticuloso do local. Deve-se tomar cuidado para n o traumatizar o local do osso pelo
sobreaquecimento ou pela remo o de grande volume em qualquer passo do debridamento.
Todos esses cuidados s o essenciais para a osseointegra o(COOK et al., 1987).
Um implante n o pode ser considerado um sucessose a sua presen a causa desconforto
ao paciente. Dor e desconforto talvez sejam as causas mais comuns na remo o do implante,quando associadas parestesia ou anestesia decorrente de dano ao nervo durante
procedimento cir rgico ou colocao do implante sobre o nervo. Essas condi es podem
causar a perda do implante ou a decis o de no utiliz-lo como apoio prot tico, embora este
problema seja considerado uma complica o, que no decorrente do desenho do implante.
Este tipo de resposta n o deve ser considerado nem fracasso nem sucesso, devendo ser
reportado separadamente como complica o (SMITH & ZARB, 1989).
Uma taxa de sucesso com o uso do sistema Br nemark, superior a proposta por
Albrektsson et al. (1986), foi apresentada pelos autores, apresentando 89% no per odo de 5
anos e 81% em 10 anos. Suas pr teses permaneceram em funo na regio de maxila em
95% (ou mais) dos pacientes e na regi o de mandbula em 99% dos pacientes. As prteses
permaneceram em fun o por um perodo de 5 a 10 anos e por 15 anosrespectivamente
(ADELL et al., 1990).
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2.4.4. Superf cie de Titnio
2.4.4.1. Introdu o
Os par metros a serem analisados na seleo dos materiais para emprego como
implantes, est o associados a definio do tipo e nvel de tenso que ser submetido,
resist ncia corros o e biocompatibilidade. importante que o material apresente elevada
resist ncia trao e a fadiga, associada a boaresist ncia degradao fsica
(ALBREKTSSON, 1985).
Independentemente do material que se eleja para a confec o dos implantes, ser a sua
superf cie que entrar em contato com o tecido receptor. No caso do titnio, o que entra em
contato com o tecido sseo o xido de titnio, e no o titnio totalmente puro, pois, segundo
os autores, assim que se abre o inv lucro do implante e este entra em contato com as
mol culas de oxignio presentes no meio ambiente, em um espa o de tempo de 10
nanosegundos, forma-se a primeira camada nanoat mica de oxignio. Em um espao de
tempo pr ximo de um milsimo de segundo, a espessura desta camada pode, no caso do
titnio, chegar a 1 mm de espessura, adquirindo rapidamente uma camada entre 3 e 5 mm
temperatura ambiente. Esta camada de xido pode ser altamente protetora. Na realidade, n o
se estabelece um contato direto entre o metal que constitui o implante e o tecido receptor, mas
sim entre o tecido e o xido de superf cie doimplante (KASEMO & LAUSMAA, 1985).
Embora os implantes met licos de cobalto e titnio tenham demonstrado ser
biocompat veis em grande parte devido s camadas de xido protetorespresentes nesses
materiais, a qu mica de suas superfcies no semelhante que ocorre no osso natural
(LACEFIELD et al., 1994).
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Em estudo experimental, no qual compararam implantes em forma de parafuso,
torneados e jateados, foi dada nfase especial aosefeitos do material de jateamento e a
superf cie topogrfica. Foram utilizados60 implantes, medindo 3,75 mm de di metro, 6 mmde comprimento e divididos em 4 grupos: grupo A 10 implantes lisos; grupo B 20
implantes jateados com part culas de TiOcom 25 m; grupo C 20 implantes jateados com
part culas de AI2O3 com 25 m egrupo D 10 implantes jateados com part culas AI2O3 com
75 m. Depois de preparados, os implantes foram inseridos em tbias e fmures de 10 fmeas
de coelhos adultos brancos da NovaZelndia , entre 9 e 11 meses de idade. Cada animal
recebeu seis implantes e, ap s 12 semanas de colocao, os animais foram sacrificados e
testes de remo o por torque e histomorfomtricos foram realizados. Tanto nos testes de
remo o por torque como noshistomorfom tr icos, os implantes dos grupos B e C
apresentaram resultados similares. Os do grupo D apresentaram valores mais elevados e
estatisticamente significativos nos dois tipos de testes, quando comparados com os implantes
lisos do grupo A (WENNERBERG et al., 1996).
Foram avaliados implantes end sseos de titnio com tipos de textura de superfcie:
plasma spray de tit nio (TPS) ecom superf cie jateada e tratadapor cido (SLA), por meio de
acompanhamentos radiogr ficos. Foram utilizados 69 implantes,colocados na mand bula de
ces, que tiveram seus dentes inferiores extra dos trs meses antes da implantao e
acompanhados por meio de tomadas radiogr ficas periapicais padronizadas em condies sem
carga, e ap s 3, 6, 9 e 12 meses sob carga, num perodode acompanhamento de 15 meses. Os
implantes com carga foram restaurados com coroas de ouro similares dentio natural.
Cinco diferentes reas de interesseforam definidas coronal e apicalmente ao longo do
implante. As mensura es de DIB revelaram que aqueles com cobertura de SLA tiveram
menos perda de altura ssea (0,52 mm) do que os com cobertura de TPS (0,69 mm), avaliados
no per odo de pr-carga. Estes dados tamb m se confirmaram no perodo de trs meses, aps
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receberem carga com valores para SLA = 0,73 mm e TPS = 1,06 mm. Esta diferen a foi
mantida no per odo de acompanhamento de um ano. As altera es na densidade ssea
imensur veis foram aparentes nas reas apicais de ambos os implantes. Estes resultadossugeriram que os implantes com tratamento SLA s o superiores aos com cobertura de TPS
por meio de mensura es radiogrficas, em osso, em condies de carga ou no (COCHRAM
et al., 1996).
Em estudo de oito anos foi observada a eleva o da taxa de sucesso para os implantes
Steri-OssTM
em desdentados totais, parciais e de um nico dente comparada com estudosprvios de cinco a seis anos. Um total de 1499 implantes colocados em 389 mulheres e 216
homens teve uma taxa de sucesso de 96,1%. As compara es das performances dos implantes
Steri-Oss TM rosqueados, coberto com HA, implantes cil ndricos e titnio plasma jateado
cilndricos, apresentou uma taxa de sucesso maior para os implantes cobertos e jateados,
especialmente para os implantes curtos colocados em osso Tipo IV e V. Observaram-se desta
forma, que havia uma diferen a significativa entre a taxa de sucesso dos parafusos de tit nio e
dos implantes cobertos com HA. Apesar das afirma es controversas sobre suas falhas, os
implantes cobertos com HA apresentaram-se significativamente melhor nesse estudo do que
os implantes de tit nio no cobertos(SAADOUN & LEGALL 1996).
Um dos precursores da pesquisa de utiliza o do titnio em enxertos sseos na dcada
de 50 foi Per Ingvar Br nemark. Hoje este metal utilizado na restauraes de leses faciais,
implantes extra-orais e na implanta o de prteses de membros definitivamente integrados na
ortopedia. Na integra o de prteses ocorre uma interao permanente, uma vez que a ligao
metal-osso, possibilita a sseo-percep o e uma prtese mio-eltrica (captamos est mulos
dos m sculos), o que permite o emprego do tit nio em tendes, nervos e msculos
remanescentes para o contato direto com a pr tese, o qual passaria a ser controlada pelo
crebro(AMEEN et al., 1996).
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O tempo recomendado entre a coloca o e ocarregamento funcional dos implantes com
superf cie usinada tem sido de trs meses para a mandbula e seis meses para a maxila. E anos
recentes, os estudos experimentais e histol gicos tm mostrado que as superfcies deimplantes micro topogr ficas especif icamente desenhadas podem resultar no contato
aumentado de osso e implante em per odos mais precoces de cicatrizao do que os obtidos
com implantes de superf cie usinada. Os estudos clnicos e histolgicos investigando
carregamentos de implantes imediatos e precoce sustentam a premissa de que implantes
podem ser colocados em fun o antes do tempo previsto recomendado (LAZARRA et al.,
1998).
Ao estudar o crescimento sseo em c maras ocas de titnio,com superf cies internas
usinadas e com duplo ataque cido (DAE) e jateamento abrasivo, instaladas no f mur de
ratos, enquanto as duas c maras mostraram invaginao ssea,as c maras com a superfcie
topogr fica mais complexa mostraramestatisticamente mais osso nas superf cies das cmaras
(DAE). Estes achados t m sido duplicados em superf cies DAE que no foram previamente
abrasonadas por jateamento, indicando a import ncia da microtopografia do DAE em tais
procedimentos biol gicos (DZIEDZIC et al., 1999).
Estudos comprovam que a hidroxiapatita, as coberturas porosas, e as superf cies rugosas
intermedi rias dos implantes proporcionam um bom resultado clnico. Portanto, importante
que estudos cl nicos e experimentais de novos tipos de implantes sejam contnuos. As
superf cies oxidadas porosas (TIUNITE-Nobel Biocare) constituem hoje uma inova o no
mercado internacional, apresentando uma resposta mais r pida do crescimento sseo na
superf cie dos implantes, quando comparados a outros tipos de superf cie (ALBREKTSSON
et al., 2000).
Uma das principais t cnicas para analise de superf cie, espectroscopia fotoeletr nica de
raios-X (XPS), foi amplamente utilizada para investigar a composi o qumica dasuperf cie
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do tit nio. Os resultados das anlises de superfcie dos 34 implantes de tit nio testadosneste
estudo apresentaram: a maior parte dos elementos pode ser discriminada por procedimentos
de limpeza
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