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Referência básica:Prestes-Motta, Fernando. C; Vasconcelos, Isabella F. G.. Teoria Geral da Administração. 3. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006.
Universidade Federal de Minas GeraisInstituto de Ciências Exatas
Curso: Sistemas de InformaçãoDisciplina: Teoria Geral da Administração
Prof. Rogério Zanon da Silveira1º semestre de 2012
O Estruturalismo Fenomenológico e a Teoria da Burocracia
1. Introdução
Origem do estruturalismo na Linguística: a linguagem como estrutura
O estruturalismo nas demais áreas do conhecimento: economia, sociologia, organizações, ciência política, psicologia.
Estruturalismo e conceito de sistema Relacionamento das partes na constituição do todo O todo é maior do que a mera soma das partes
Tipos de Estruturalismo Abstrato, concreto, fenomenológico, dialético.
Nomes do Estruturalismo Max Weber: burocracia Merton, Gouldner, Crozier, Blau
2. Origens de estrutura e estruturalismo Origens do termo “estrutura”
Antes do Século XVI: modo pelo qual um edifício é construído
1930: popularização do termo “estrutura social”
Origem na biologia: interrelações entre as partes componentes de um todo
(biologia)
Nas ciências sociais: uso da palavra estrutura associada ao conceito de função
(Spencer, Durkheim)
3. Estruturalismo e conceito de sistema
Estruturalismo e conceito de sistema “Para o estruturalismo, o conceito de sistema é de especial
importância, pois considera em sua análise o relacionamento das partes na constituição do todo, isto é, o estruturalismo implica totalidade e interdependência.” “Os conjuntos que interessam ao estruturalista são sistemas, ou seja,
apresentam como característica básica o fato de que o todo é maior que a simples soma das partes.”
Escola Clássica de Administração Considerava as organizações como um sistema fechado cujo
ajuste perfeito das partes garantiria necessariamente o bom funcionamento da organização, tal qual uma máquina.
Sistemas fechados e sistemas abertos: As organizacionais vistas como máquinas ou como organismos
3. Estruturalismo e conceito de sistema
Propriedades do todo explicam as partes
SISTEMAS
O todo tem propriedades que as partes não possuem
Formados por partes diferentes, mas
interdependentes
O todo é maior que a mera soma das partes
4. As correntes estruturalistas
“O conceito de organização para o estruturalismo é múltiplo, depende da teoria e do enfoque empregado”.
É necessária a compreensão de que cada paradigma utilizado ou cada teoria tem seus limites metodológicos e esclarece alguns aspectos do objeto organização, encobrindo outros.
Não há uma única “verdade” ou uma única definição válida.
4. As correntes estruturalistas
Estruturalismo abstrato Método de estudo desenvolvido por Lévi-Strauss
no final dos anos 1940. Recusa a visão utilitarista das instituições sociais.
As relações sociais são a matéria-prima para a As relações sociais são a matéria-prima para a construção de modelos que permitiriam a construção de modelos que permitiriam a manifestação da estrutura social.manifestação da estrutura social. A estrutura é, assim, uma construção abstrata.
4. As correntes estruturalistas
Estruturalismo concreto
Para Gurwich e Rodliff – Brown, a estrutura seria o conjunto de relações sociais num determinado período.
A estrutura é, assim, a própria definição do objeto.
O conjunto de relações sociais, em dado momento, O conjunto de relações sociais, em dado momento, constituiria uma estrutura a ser analisada e constituiria uma estrutura a ser analisada e compreendida.compreendida.
4. As correntes estruturalistas Estruturalismo fenomenológico (Weber)
“...estrutura é um conjunto que tem um sentido e que oferece, pois, à análise intelectual um ponto de apoio, mas que ao mesmo tempo não é uma ideia, porque se constitui, se altera ou se organiza diante de nós como um espetáculo”.
Os “tipos ideais” de Weber refletem essa concepção. Para Weber, os atores sociais interagem construindo em
conjunto os significados compartilhados que constituem a sua realidade.
Agindo, os indivíduos interpretam e atuam no mundo social, mudando-o, construindo-o socialmente.
4. As correntes estruturalistas
Estruturalismo dialético (Karl Marx) “A análise que descobre as partes força a preparar
seu surgimento ao longo do desenvolvimento do todo, como um episódio de sua história”. Marx via a estrutura como um conjunto de partes que se
diferenciam, tornam-se independentes, mantendo-se integradas ao todo por reciprocidade e não por reunião.
Estudos críticos adotam essa posição: Estudo da dominação Participação nas decisões falseada pelos administradores Gestão de pessoas e não recursos humanos
4. As correntes estruturalistas Os quatro tipos de estruturalismo Estruturalismo abstratoEstruturalismo abstrato
Lévi-Strauss Estruturalismo concretoEstruturalismo concreto
Radcliffe-Brown e Gurvitch Estruturalismo Estruturalismo
fenomenológicofenomenológico Max Weber
Estruturalismo dialéticoEstruturalismo dialético Karl Marx
O homem adormecido. Salvador Dali
5. O Estruturalismo de WeberMax Weber e a definição de burocracia Max Weber foi o primeiro teórico significativo das
organizações.
Faz a análise das organizações a partir de uma perspectiva “estruturalista fenomenológica” O estruturalismo, ao estudar as disfunções da burocracia,
volta à origem das organizações modernas.
As crenças e valores do indivíduo seriam, para Weber, os limites a sua capacidade de ação e a sua escolha.
As crenças e os valores do indivíduo pré-estruturam sua ação.
5. O Estruturalismo de WeberA ação humana e a burocracia Inclusive numa situação o mais coercitiva
possível, o homem pode decidir não agir de acordo com a ordem que lhe é dada, se estiver disposto a aceitar as consequências da desobediência.
Definição de burocracia de Weber:
A burocracia é uma tentativa de formalizar e coordenar o comportamento humano por meio do exercício da autoridade racional-legal para o alcance de objetivos organizacionais gerais.
Ação humana e disfunções da burocracia.Max Weber
5. O Estruturalismo de WeberFinalidades da burocracia
De acordo com a análise de Weber, a burocracia é um sistema que busca organizar, de forma estável e duradoura, a cooperação de um grande número de indivíduos, cada qual detendo uma função especializada.
A burocracia separa a esfera pessoal e familiar da esfera do trabalho. Nas sociedades tradicionais, geralmente esfera familiar e
esfera do trabalho se confundiam, dado o caráter pessoal das relações.
Na sociedade industrial, esses dois padrões são rompidos:
5. O Estruturalismo de Weber O Paradigma Weberiano ConhecimentoConhecimento
Apreender objetivamente a significação das intenções do outro a partir de suas condutas.
Ação humanaAção humana Pré-estruturada, mas não determinada. Crenças e valores do
indivíduo influenciam suas condutas. RealidadeRealidade
Construção de significados compartilhados pelos atores sociais
Tipo ideal de burocraciaTipo ideal de burocracia Sistema racional-instrumental que busca organizar de forma
estável e duradoura a cooperação humana para o atingimento de objetivos explícitos e formalizados.
5. O Estruturalismo de Weber Princípios da estrutura burocrática Funções e competências definidas por regras e Funções e competências definidas por regras e
regulamentosregulamentos. A divisão das tarefas é feita racionalmente, para permitir o
exercício das tarefas necessárias aos objetivos da organização.
Direitos e deveres delimitados por regulamentos.Direitos e deveres delimitados por regulamentos. Regras se aplicam a todos, de acordo com seu cargo e
função. Hierarquia definida por meio de regras explícitas.Hierarquia definida por meio de regras explícitas.
As prerrogativas de cada cargo são estabelecidas legalmente e regulam o exercício da autoridade.
Remuneração igual para funções semelhantes.Remuneração igual para funções semelhantes. Promoções reguladas por normas:Promoções reguladas por normas:
Meritocracia e não favoritismos ou relações pessoais.Na estrutura burocrática, a função a ser exercida é separada Na estrutura burocrática, a função a ser exercida é separada das características pessoais do indivíduo que a exerce.das características pessoais do indivíduo que a exerce.
5. O Estruturalismo de Weber Argumentos a favor da burocracia Vantagens da burocracia, segundo alguns autores:
Predomínio da lógica científica sobre a lógica mágica, mística ou intuitiva.
Consolidação de metodologias de análises baseadas na razão, visando o aprimoramento dos processos de produção.
Profissionalização das relações de trabalho Igualdade de todos perante as regras Redução de favoritismos e clientelismos (corporações de ofício)
Formalização de competências técnicas Redução de perdas e desperdícios, próprios da tradição oral das
comunidades artesanais e sociedades baseadas no costume e na tradição.
Isomorfismo: A estrutura burocrática impessoal, altamente formalizada, pode ser
transposta para sociedades e culturas diferentes Expansão dos negócios, facilitação da comunicação e do comércio global.
6. Outros nomes do Estruturalismo fenomenológico nos Estudos Organizacionais Robert Merton (sociólogo americano)
A estrutura burocrática introduz transformações na personalidade dos seus participantes que levam à rigidez, às dificuldades no atendimento aos clientes e à ineficiência.
Merton responsabiliza essas transformações pelo que chama de disfunções ou consequências imprevistas. Seguem-se regras porque é preciso segui-las, não importa quais
sejam. Ritual burocrático que se desvincula das preocupações com eficiência, com considerações práticas ou com o objetivo da organização.
Paradoxo de Merton: “O fato de observar-se cegamente as regras afasta a
organização de seus objetivos e não produz a eficiência desejada, bem ao contrário.
6. Outros nomes do Estruturalismo fenomenológico nos Estudos Organizacionais Estudo de Merton: O soldado americano (anos
1940) Hipótese testada no exército norte-americano:
Quanto mais os aspirantes a oficiais se conformassem às normas e aos padrões da corporação, mais rapidamente seriam promovidos nos diversos níveis hierárquicos do oficialato.
Os aspirantes a oficiais que se comportavam de forma mais convencional eram mais rapidamente promovidos.
Não se tratava de conformidade às normas e regras escritas, formais, mas às formas de comportamento e valores informais dos oficiais da corporação.
6. Outros nomes do Estruturalismo fenomenológico nos Estudos Organizacionais Gouldner
Estudos em mina de gesso (anos 1950)
Os membros de uma organização não têm os mesmos interesses e objetivos. Propõe que as regras burocráticas representam os
interesses de parte dos membros da organização, por isso conflitavam com os interesses de outros membros do sistema, gerando conflitos no sentido de mudar essas regras.
6. Outros nomes do Estruturalismo fenomenológico nos Estudos Organizacionais Os três tipos de estrutura burocrática de Gouldner: “Falsa” burocracia
Estrutura que contém regras que não representam o interesse de nenhum grupo organizacional. Regras são articificiais, existem por existir e são desobedecidas.
Burocracia representativa Baseada em regras que representam interesses de todos os
grupos organizacionais. Regras são seguidas e reforçadas pelos membros da organização.
Burocracia autocrática Estrutura burocrática em que um grupo impões regras aos outros
grupos. Gerentes elaboram regras com o objetivo de punir condutas
disfuncionais. Estrutura geradora de conflitos e decorrente de falsa generalizada
de confiança.
6. Outros nomes do Estruturalismo fenomenológico nos Estudos Organizacionais Phillip Selznick
Estudo da Tennesse Valley Authority (TVA) 1949. Fábrica de fertilizantes administrada pelo Estado
Descreve como o excessivo apego à regra leva ao não-atingimento dos objetivos organizacionais.
Direção consultava a comunidade local de forma democrática. A grass roots foi uma ideia desenvolvido como política
oficial da TVA, na construção de um sistema de administração democrático.
6. Outros nomes do Estruturalismo fenomenológico nos Estudos Organizacionais Princípios da ideia de grass roots
Autonomia gerencial A agência ou representante de dada localidade tinha o poder de
tomar decisões com autonomia em relação à hierarquia oficial. Participação
As comunidades locais afetadas pelas decisões da agência governamental seriam ouvidas e manifestariam a sua opinião dentro do processo decisório.
Associação entre TVA e o governo local A agência tinha um papel de coordenação entre as instâncias
governamentais municipais, estaduais e federais.
Pressuposto básico da grass roots: a região constitui uma unidade integrada na qual vários níveis
decisórios e várias políticas devem ser compatibilizados. Estilo inovador para a época, mas difícil de ser implementado.
6. Outros nomes do Estruturalismo fenomenológico nos Estudos Organizacionais Michel Crozier
Estuda a burocracia francesa e mostra como as características das organizações que ele estuda induzem comportamentos nos grupos que reforçam ainda mais essas mesmas regras e estruturas, em um círculo vicioso.
Características das organizações estudadas: Regras impessoais Centralização de poder de decisão Estratificação dos indivíduos em grupos homogêneos e
fechados
6. Outros nomes do Estruturalismo fenomenológico nos Estudos Organizacionais Peter Blau (aluno de Merton)
Pesquisas em administrações públicas Interesse: o papel do conflito no desenvolvimento
das organizações Em uma de suas pesquisas, Blau relata como
recepcionistas e funcionários de uma organização sem fins lucrativos desobedeciam a normas e regulamentos nos casos em que pessoas necessitadas solicitavam-lhes ajuda formal.
Os funcionários acreditavam que os indivíduos mereciam um tratamento mais “humano” e “caridoso” do que o tratamento permitido pela regra e por isso desobedeciam as regras.
7. Ideias centrais da sociedade modernizada e industrializada O homem organizacional
O homem passa a depender das organizações para nascer, viver e morrer.
Personalidade requerida: Flexibilidade Capacidade de adiamento de recompensas Resistência a frustrações Desejo permanente de realização
Participação em vários sistemas sociais Variação de papéis desempenhados Inversão de papéis Desligamentos bruscos Novos relacionamentos: desgastes emocionais minimizados
7. Ideias centrais da sociedade modernizada e industrializada O homem organizacional: entre a cooperação e o
individualismo “É indiscutível que um grande número de pessoas que
participam de organizações ressinta-se do conformismo exigido. As forças que determinam essa conformidade não são, entretanto, tão poderosas a ponto de impedir a explosão lenta das potencialidades criadoras do homem, e o próprio desejo permanente de realização acaba por constituir um poderoso agente de mudança organizacional. Esse fato vem reforçar o caráter natural e, muitas vezes, dinâmico do conflito nas organizações.” O perigo da alienação habita na adoção de comportamentos
conformistas e na adoção cega de papéis e comportamentos exigidos pelas organizações para o seu funcionamento.
7. Ideias centrais da sociedade modernizada e industrializada Características do homem organizacional:
Indivíduo flexível, resistente à frustração, capaz de adiar recompensas, com desejo permanente de realização.
Participação simultânea em vários sistemas sociais e variação de papéis sociais.
Indivíduo habilitado a mudanças rápidas e contínuas.
Homem político, age estrategicamente para o atingimento de suas metas e objetivos organizacionais.
7. Ideias centrais da sociedade modernizada e industrializada Inevitabilidade de conflitos
Para os estruturalistas, o conflito está fora das discussões da Escola Clássica e da Escola de Relações Humanas. Na primeira (EC), a harmonia de interesses seria natural. Na
segunda (ERH), essa harmonia poderia ser preservada por meio de atitude compreensiva e terapêutica.
Para os estruturalistas contemporâneos das organizações, o conflito é um processo social fundamental, elemento inclusive propulsor do desenvolvimento. Evolui-se com base em uma dialética de construção e
desconstrução dos sistemas organizacionais.
7. Ideias centrais da sociedade modernizada e industrializada Os incentivos mistos
Os estruturalistas entendem que o problema dos incentivos foi tratado pelas Escolas Clássica e de Relações Humanas a partir de uma visão fragmentada da realidade da organização e da natureza humana.
A Escola de Relações Humanas, segundo os estruturalistas, falha ao superestimar incentivos e recompensas psicossociais.
A Corrente estruturalista: Considera incentivos monetários e não monetários Recompensas psicossociais e materiais.
7. Ideias centrais da sociedade modernizada e industrializada O Estruturalismo e a organização
Para os estruturalistas, a organização é um sistema deliberadamente construído e em constante relação de intercâmbio com seu ambiente.
Base sociológica: construção social da realidade. Os seres humanos constróem sua própria realidade
social, e são ao mesmo tempo influenciados por ela. A organização constitui uma parte de um sistema
maior no qual está integrado o sistema social.
7. Ideias centrais da sociedade modernizada e industrializada Tipologias de organização burocrática:
Organizações burocráticas coercitivas A coerção é o principal meio de controle (campos de concentração,
prisões, hospitais psiquiátricos). Organizações burocráticas utilitárias
Remuneração como principal meio de controle (Indústrias, comércios, ...).
Organizações burocráticas normativas Poder normativo como principal meio de controle (org. religiosas,
hospitais, universidades). Organizações burocráticas híbridas
Organizações duais (sindicatos, unidades de combate, ...)
Segundo Amitai Etzioni, esses tipos de organização variam em sua Segundo Amitai Etzioni, esses tipos de organização variam em sua necessidade de coesãonecessidade de coesão..
8. Críticas ao Estruturalismo nas Organizações Baumgartel:
Grande volume de pesquisas mostram a maior produtividade dos empregados sob a supervisão do tipo relações humanas.
Pesquisas também demonstram: que os grupos significativos aos quais uma pessoas pertence
exercem maior influência em suas ações e opiniões do que qualquer outra força.
que o grupo é superior à pessoa, em termos de eficiência, na solução criativa de problemas.
Não é verdade que a Escola de Relações Humanas desconsidera o conflito e possui caráter manipulativo. Mayo jamais condenou todos os tipos de conflito (Homans).
8. Críticas ao Estruturalismo nas Organizações
A despeito dessas reações mais ou menos violentas ao estruturalismo, sua contribuição à teoria das organizações parece indiscutível:
1. pela consolidação da incorporação iniciada pelas teorias da decisão e da racionalidade limitada.
2. Pela ênfase nova nas relações entre as partes da organização (grupos e outros elementos formais e informais, vários níveis hierárquicos, recompensas e incentivos materiais e sociais);
3. Pelo destaque dado às relações entre a organização e seu ambiente, que preparou o campo para a análise baseada na teoria geral dos sistemas abertos.
Referência básica:Prestes-Motta, Fernando. C; Vasconcelos, Isabella F. G.. Teoria Geral da Administração. 3. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006. (Capítulo 5)
Universidade Federal de Minas GeraisInstituto de Ciências Exatas
Curso: Sistemas de InformaçãoDisciplina: Teoria Geral da Administração
Prof. Rogério Zanon da Silveira1º semestre de 2012
O Estruturalismo Fenomenológico e a Teoria da Burocracia
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