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AVALIAÇÃO E GERENCIAMENTO DE
RISCOS AMBIENTAIS
Prof Eltiza Rondino
Maio/2009
Desenvolvimento de estudos de análise de riscos
1. Caracterização do empreendimento2. Identificação de perigos3. Estimativa de consequências: efeitos físicos -
radiações térmicas (incêndios), sobrepressões (explosões) e concentrações tóxicas.
4. Estimativa de frequências de ocorrências do cenário ambiental
5. Estimativa de risco do empreendimento (número de vítimas)
6. Avaliação (comparação da estimativa compatível com o critério de tolerabilidade adotado) e gerenciamento de risco (manter o risco próximo ao valor estimado ou diminui-lo ao longo da vida útil do empreendimento)
Definição do sistema, fronteiras, objetivos e
abrangência do estudo
Identificação dos perigos
Avaliação das frequências
Avaliação das consequências
Avaliação dos riscos
Riscos aceitáveis
Informações sobre o sistema
PGR/PAE
Sugerir medidas mitigadoras de risco
SIM NÃO
Dados de falhas e de reparo , manutenção
Meteorologia, população, propriedades
Reavaliar
Estimativa do risco
• associada a populações de interesse como a presente em uma localidade, no entorno do empreendimento, numa cidade ou país.
• Risco Individual (RI) e Risco Social (RS)
• FAR (Fatal Accidente Rate) ou TAR (Taxa de Acidente Fatal): usado na atividade industrial
Índices de Risco
Índices de Risco
O risco expresso na forma de risco individual pode ser definido como o risco para uma pessoa presente na vizinhança de um perigo, considerando a natureza do dano e o período de tempo em que este pode acontecer.
• Normalmente expresso em danos irreversíveis ou fatalidades; difícil obtenção de dados sobre as injúrias.
Risco Individual
A apresentação do risco individual, segundo estabelecido pela CETESB, deverá ser feita por meio de curvas de iso-risco (contornos de risco individual), uma vez que estas possibilitam visualizar a distribuição geográfica do risco em diferentes regiões.
Assim, o contorno de um determinado nível de risco individual deverá representar a frequência esperada de um evento capaz de causar um dano num local específico (ponto x,y).
Risco Individual
função que associa probabilidade de ocorrência de um evento indesejado com as gravidades das
conseqüências deste evento.
RI = F x C
Onde:
RI = Risco Individual (chance de fatalidade por ano)
F = Frequência de ocorrência de um evento indesejado (nº de mortes por ano)
C = Consequência gerada pelo evento indesejado
Risco Individual
Estimativa do Risco IndividualEstimativa do Risco Individual
n
i
iyxyx RIRI1
,,,
RIx,y = risco individual total de fatalidade no ponto x,y; (chance de fatalidade por ano (ano-1))RIx,y,i = risco de fatalidade no ponto x,y devido ao evento i; (chance de fatalidade por ano (ano-1))n = número total de eventos considerados na análise;fi = frequência de ocorrência do evento i;pfi = probabilidade que o evento i resulte em fatalidade no ponto x,y, de acordo com os efeitos esperados.
fiiiyx pfRI .,,
Risco IndividualRisco Individual
Curvas de iso-risco
10e-3/ano
10e-4/ano
10e-5/ano
10e-6/ano
Advsory Committee on Major Advsory Committee on Major Hazards (ACMH, UK)Hazards (ACMH, UK)
• O risco para um trabalhador ou para um indivíduo do público não deve ser significativo, quando comparado com outros riscos aos quais a pessoa é exposta;
• O risco decorrente de qualquer perigo maior deve, tanto quanto razoavelmente praticável, ser reduzido;
• Onde houver o risco de um perigo maior, o desenvolvimento de um perigo adicional não deve ser significativo para o risco existente;
• Se o possível dano decorrente de um acidente é alto, o risco de que este acidente aconteça deve ser o mais baixo possível.
Riscos - Reino UnidoRiscos - Reino Unido
Atividade Risco Individual (ano-1) Fumar (20 cig/dia) * 5,0x10-3 Beber (gar.vinho/dia) * 7,5x10-5 Jogar futebol * 4,0x10-5 Corrida de carros * 1,2x10-3 Leucemia ** 8,0x10-5 Meteoros ** 6,0x10-11 Transporte químicos ** 2,0x10-8
Risk Criteria for Land-use Planning in the Risk Criteria for Land-use Planning in the Vicinity of Major Industrial Hazards (UK, 1989)Vicinity of Major Industrial Hazards (UK, 1989)
Empreendimento Zona I Zona II Zona III Habitação Inaceitável Talvez Normalmente
aceitável Comércio e
indústria Aceitável Aceitável Aceitável
Comércio e lazer Talvez Talvez Aceitável Empreendimentos muito vulneráveis
Inaceitável Inaceitável Talvez
HSE, 2008.
Zona I - riscos acima de 10-5 ano-1;Zona II - riscos entre 10-6 e 10-5 ano-1;Zona III - riscos entre 3,1.10-7 e 10-6 ano-1.
O risco expresso na forma de risco social refere-se ao risco para um determinado número ou agrupamento de pessoas expostas aos danos decorrentes de um ou mais cenários acidentais.
Essa forma de expressão do risco foi originalmente desenvolvido para a indústria nuclear.
A apresentação do risco social deverá ser feita através da curva F-N, obtida por meio da plotagem dos dados de freqüência acumulada do evento final e seus respectivos efeitos representados em termos de número de vítimas fatais.
Risco Social
• valor de risco de fatalidade a que está sujeita a comunidade mais próxima da instalação devido a acidentes industriais dos tipos explosão, incêndio e emissão tóxica ocorridos por falha na instalação e que tenham seus efeitos danosos projetados além dos limites divisórios da instalação em estudo.
• Fornece a frequência de acidentes com N ou mais vítimas.
Risco Social
• Tipo de população (residências, escolas...)• Presença da população no período de tempo• Características das edificações onde as
pessoas expostas se encontram• Condições meteorológicas (dia e noite)
Risco Social
Ni = número de fatalidadesPx,y = número de pessoas presentes no ponto x,ypfi= probabilidade que o cenário i resulte em
fatalidade no ponto x,y, de acordo com os efeitos esperados
Risco Social
yx
fiyxi pPN,
, .
RS = RISCO SOCIALFn = FREQUÊNCIA DE OCORRÊNCIA (ano-
1): nº de acidentes por ano Ni= NÚMERO DE FATALIDADES (resultante
do cenário i): consequências = nº de mortes por acidente
Risco Social
XNiFRS n
Risco Social - HolandaRisco Social - Holanda
1,0E-09
1,0E-07
1,0E-05
1,0E-03
1,0E-01
1 10 100 1000
Número de fatalidades (N)
Freq
uênc
ia a
cum
ulad
a de
N
ou
mai
s fat
alid
ades
Inaceitável
Risco a ser reduzido
Risco Social - Hong KongRisco Social - Hong Kong
1,0E-09
1,0E-07
1,0E-05
1,0E-03
1,0E-01
1 10 100 1000
Número de fatalidades (N)
Freq
uênc
ia a
cum
ulad
a de
N
ou
mai
s fat
alid
ades
InaceitávelRisco a ser
reduzido
ALARP
Aceitável
ALARP – As Low As Reasonably Practicable = Risco deve ser reduzido tanto quanto praticável
Risco Social - CETESBRisco Social - CETESB
1E-09
1E-08
1E-07
1E-06
1E-05
1E-04
1E-03
1E-02
1 10 100 1000 10000
No de Fatalidades
Fre
quên
cia
de N
ou
mai
s fa
talid
ades
Intolerável
Região ALARP
Negligenciável
Para o risco individual:
• Risco máximo tolerável: 1X10-5 ano-1
• Risco negligenciável: <1X10-6 ano-1
Para efeito comparativo, valores dos riscos médios sociais e individuais encontrados no Brasil e internacionais, para atividades industriais ou não, sendo ambos obtidos de literatura especializada.
Estimativas dos Riscos Sociais e Individuais para os habitantes da capital do Estado de São Paulo decorrentes de várias causas iniciadoras de risco ambiental.
CAUSAS RISCO SOCIAL
(mortes/ano)
RISCOINDIVIDUAL(mortes/ano)
CHANCE DE MORTE/ANO
Acidentes de Trânsito(VEÍCULOS A MOTOR)
8.125 2,5 E -4 1 em 3.942
Incêndios Acidentais 73 2,3 E -6 1 em 438.748
Suicídios (devido a alcoolismo, dificuldades financeiras, doenças mentais,etc)
1.197 3,7 E -5 1 em 26.757
Riscos Social e Individual médios para os Habitantes no Município de São Paulo
Fonte: IBGE, Anuário Estatístico, 1990População do Estado: 32.028.569 habitantes (base: 01.07.91).
Gerenciamento de RiscosGerenciamento de Riscos
• utilizado para caracterizar o processo de identificação, avaliação e controle de riscos.
• formulação e a implantação de medidas e procedimentos, técnicos e administrativos, que têm por objetivo prevenir, reduzir e controlar os riscos e manter uma instalação operando dentro de padrões de segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil.
• pode ser conseguida por meio da implementação de medidas que visem tanto reduzir as frequências de ocorrência dos acidentes (ações preventivas), como as suas respectivas conseqüências (ações de proteção.
Redução do risco
PGR - Programa de Gerenciamento PGR - Programa de Gerenciamento de Riscosde Riscos
Deve contemplar:
• medidas para a redução dos riscos
• ações que visem manter a instalação operando, ao longo do tempo, dentro de padrões de segurança considerados aceitáveis ou toleráveis.
PGR - Programa de Gerenciamento PGR - Programa de Gerenciamento de Riscosde Riscos
Assim, toda e qualquer empresa que desenvolva atividades que possam acarretar acidentes maiores deve estabelecer um Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), que objetiva prover uma sistemática voltada para o estabelecimento de orientações gerais de gestão, com vistas à prevenção de acidentes.
O escopo do PGR deverá conter:
PGRPGR
Informações de segurança de processos; Manutenção e garantia da qualidade de sistemas
críticos; Normas e procedimentos operacionais; Política de capacitação de recursos humanos; Gerenciamento de modificações; Revisão da análise de risco; Investigação de acidentes; Auditorias Plano de emergência;
• Fornecer diretrizes e informações visando a adoção de procedimentos te´cnicos e administrativos, a fim de propiciar respostas rápidas e eficientes em situações emergenciais.
• Deve contemplar ações para que situações que ocorram se agravam;
• Instrumento prático e sucinto, claro e objetivo.
Plano de Ação de Emergência - PAEPlano de Ação de Emergência - PAE
• Introdução
• Características das instalações e atividades
• Objetivo
• Área de abrangência
• Cenários acidentais considerados
• Estrutura organizacional contemplando atribuições e responsabilidades dos envolvidos
• Fluxograma de acionamento
Estrutura do PAE
• Ações de resposta às situações emergenciais
• Tipos e cronogramas de exercícios teóricos e práticos, de acordo com os diferentes cenários acidentais estimados
• Anexos:– Formulário de registro de ocorrências– Listas de acionamento interna e externa– Recursos materiais– Fichas de informação sobre substâncias
químicas
Estrutura do PAE
ESTRUTURA DO RELATÓRIO DO EAR
1) Introdução
2) Caracterização do Empreendimento
Localização e descrição física e geográfica da região
Distribuição populacional da região
Características climáticas da região
Descrição física e lay-out da instalação
Distribuição populacional interna
3) Substâncias Envolvidas
Quantidades, movimentação, manipulação e formas de armazenamento
Características físico-químicas e toxicológicas
4) Descrição das Operações
Caracterização das instalações e equipamentos
Descrição de rotinas operacionais
5) Identificação dos Riscos
Técnicas utilizadas para identificação dos riscos
Consolidação das hipóteses acidentais
6) Avaliação dos Riscos Análise de conseqüências
Análise de vulnerabilidade
7) Gerenciamento dos Riscos
8) Plano de Ação de Emergência
9) Referências Bibliográficas
10) Anexos
Exercícios1. A frequência de ocorrência de um dano diminui à medida que o
indivíduo se afasta da fonte de perigo:• a 50 metros da fonte de vazamento, tem-se uma freqüência de
2,15 x 10-2 fatalidades/ano• a 100 metros da fonte de vazamento, tem-se uma freqüência de
9,23 x 10-3 fatalidades/ano• a 150 metros da fonte de vazamento, tem-se uma freqüência de
11,35 x 10-4 fatalidades/ano• a 200 metros da fonte de vazamento, tem-se uma freqüência de
12,13 x 10-5 fatalidades/ano• a 250 metros da fonte de vazamento, tem-se uma freqüência de
10,15 x 10-6 fatalidades/ano• a 300 metros da fonte de vazamento, tem-se uma freqüência de
2,13 x 10-6 fatalidades/ano• a 350 metros da fonte de vazamento, tem-se uma freqüência de
1,24 x 10-6 fatalidades/ano.Calcular a frequência esperada do dano para cada uma das
distâncias.
Exercícios2. Analise a curva F-N, a seguir e escreva como se comporta
os valores obtidos para o risco social, relacionado aos acidentes com vazamento do produto. Quais atitudes devem ser tomadas?
Exercícios1. A frequência esperada do dano para cada uma das distâncias é:
• a 50 metros da fonte de vazamento, a cada ano, há a probabilidade de ocorrer 2 fatalidades em 100 indivíduos
• a 100 metros da fonte de vazamento, a cada ano, há a probabilidade de ocorrer 9 fatalidades em 1000 indivíduos
• a 150 metros da fonte de vazamento, a cada ano, há a probabilidade de ocorrer 11 fatalidades em 10.000 indivíduos
• a 200 metros da fonte de vazamento, a cada ano, há a probabilidade de ocorrer 12 fatalidades em 100.000 indivíduos
• a 250 metros da fonte de vazamento, a cada ano, há a probabilidade de ocorrer 10 fatalidades em 1.000.000 indivíduos
• a 300 metros da fonte de vazamento, a cada ano, há a probabilidade de ocorrer 2 fatalidades em 1.000.000 indivíduos
• a 350 metros da fonte de vazamento, a cada ano, há a probabilidade de ocorrer 1 fatalidades em 1.000.000 indivíduos..
2. O comportamento da curva F-N mostra que os valores obtidos para o risco social relacionado aos acidentes com vazamento do produto é alto, pois uma parte da curva se encontra dentro da zona de redução do risco (ALARP) e a outra na zona aceitável.
Os riscos para esta instalação devem ser reduzidos e somente toleráveis nas condições que este empreendimento tenha um plano de ação emergencial e um grupo de pessoas que avalie e gerencie os riscos existentes na instalação.
Referências Bibliográficas
CETESB. Análise, avaliação e Gerenciamento de Riscos. Volume 2. São Paulo, 2008. 180 p.
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