Hoje, morrer é Brega. Vai pagar mico?

Preview:

DESCRIPTION

Palestra de Graça Taguti no youPIX RIO 2013 -> http://youpix.com.br/festival As barreiras entre o on e offline acabaram! Com a “internet das coisas” e a sofisticação das novas tecnologias, além de estarmos always on, nos espalhamos na rede através da pele de trocentos avatares, mil personas e máscaras, multiplicando nossas vidas-extra, espalhadas em fragmentos de mosaicos na web e em games. Atualmente, ninguém quer ser criança, nem ficar velho. Ninguém quer se frustrar, nem perder nada. Muito menos a vida. A capacidade de viver infinitamente compõe nossa frenética busca. Com tantos recursos da genética e das neurociências, podemos acreditar nisso. As séries de zumbis mostram esses “prolongamentos”. Viver pra sempre é o hype do momento. Walking Dead, Resident Evil… #eternallove! Palestra com Graça Taguti (professora da INFNET e consultora em Publicidade e Marketing Digital

Citation preview

Graça Taguti Estudou bioquímica e neuroquímica na UFRJ, jornalista, publicitária, professora, palestrante e escritora. Mestre em Novas Tecnologias da Comunicação e Cultura , pela UERJ. Amante do novo, da aceleração, dos sujeitos mutantes;)

Hoje morrer é brega. Vai pagar mico??

Os nossos impérios de comando começaram aqui.

Com um joystick na mão e outro na cabeça.

Hoje os domínios estão aqui. Busca de controle total nos jogos da vida.

Com a chegada da Internet, você descobre que tem mil cabeças.

Trocentos perfis sociais, basta escolher.

Corpos mutáveis.

Os avatares que quiser, porque agora você é um

camaleão.

Com o advento das redes sociais, você virou um super-herói.

Participa de 6.547 comunidades.

Entramos no cibridismo. Online e offline #tudojunto

Somos da geração cabeça-baixa. Ligados nas telas da palma das mãos.

A gente sissi, se acha. Como um polvo digital. Braços pra todo lado.

Nova qualidade: somos ubíquos. Deuses que estão here,

there and everywhere.

Nos transformamos em pinturas.

Esculturas móveis.

O corpo é suporte de experimentações.

Novos mundos. O virtual é real

#quedemais

Que tal ser uma boneca humana? Ou comprar um bebê reborn.

Pra que ter filhos?

Transe com o seu imaginário. Do jeito que quiser.

Homo Sapiens, Homo Ludens, Homo Digitalis,

Homo Ciberneticus, Homo deletabiles:

O que somos?

Pessoas diferentes.

Androides, ciborgues, pós-humanos,

demiurgos?

Ou um mashup de tudo.

TRANSHUMANISMO.

A nova regra também é extinguir o corpo.

Abolir o tempo. Os limites.

Jamais se frustrar. #éoquehá

O parada é manter a morte viva. Nos perfis do facebook.

A morte pode ser fértil.

Aliás, dizem que alguns atores entre nós

são imortais Confira.

Fato: a gente quer abolir a MORTE.

Abraçar o infinito #étudo. Ainda que você vire

um zumbi. Um canibal.

Ou um vampiro no cotidiano.

Esse é o jogo dos dias atuais. É proibido PROIBIR.

Os neurocientistas projetam a vida eterna para breve.

Nossa união com andróides.

No livro Adeus ao Corpo, do antropólogo David Le Breton, o corpo tornou-se um rascunho

a ser corrigido.

Jean Baudrillard,

em "Simulacro e Simulações”, livro que inspirou “Matrix”

já anunciava o “assassinato do real”.

Maria Cristina Franco

Ferraz No livro

O Homo Deletabilis

disseca o perfil do homem descartável.

Um sujeito em vias de

desaparecer.

O lance é puxar o tapete do tempo.

CORRER pra não MORRER.

Então, se a morte te stalkeia, trolla ela, vai.

Obrigada!

Facebook: Graça Taguti

Twitter: @uhuh

gracatt@gmail.com