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SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 ISSN 2359-1684
IMPLEMENTAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO
ELO DE PROCESSAMENTO DE DIAMANTE
NA ÍNDIA
R A Q U E L R O C H A J U L I A N A A R A Ú J O T O R R E S M A R I A L U Í S A P E S S Ô A R A M O N I V O P O R T E L A S A R A D E A B R E U J O R D A N I
SUMÁRIO
O ambiente de competitividade do elo no país de destino 2
Mapeamento do Contexto Global do Elo
Dimensão Política 4
Dimensão Econômica 5
Dimensão Social 6
Dimensão Tecnológica 7
Análise do Risco no ambiente doméstico
Ambiente Político 8
Ambiente Legal Regulatório 10
Relações Externas 12
Ambiente Econômico 12
Sumarização dos riscos 17
Tendências e perspectivas 18
Referências Bibliográficas 19
Anexo A - Escopo Geográfico 23
Anexo B - Partidos Nacionais 24
Anexo C - Índia e a Corrida Armamentista 25
O presente relatório possui o objetivo de viabilizar a internacio-nalização de tecnologias para aprimorar o elo de processa-mento referente à cadeia global de valor (CGV) do diamante
na Índia, visando seu aperfeiçoamento e consequente agregação de valor, visto que a configuração do comércio internacional de diaman-tes tem sido remodelada nas últimas décadas.
As atividades de corte e polimento mudaram (com exceção das pedras mais valiosas) da Bélgica, Israel e EUA para Índia e China. Ademais, a Índia tornou-se um dos principais centros de reciclagem de diamante no mundo, ou seja, realiza o reaproveitamento de diamantes que seri-am descartados pela indústria (FATF, 2013). Tais alterações foram consequências de fatores como mão de obra barata e abundante.
O presente estudo está composto por quatro etapas: (1) Análise do Ambiente de Competitividade do elo (processamento) no país de des-tino (Índia), evidenciando características e importância nesta CGV; (2) Mapeamento do Contexto Global do Elo, identificando fatores políti-cos, econômicos, sociais e tecnológicos; (3) análise dos riscos no ambi-ente doméstico indiano, por meio de quatro dimensões que afetam os negócios internacionais na Índia, sendo elas sistema político, legal regulatório, política econômica e relações externas; e (4) tendências e perspectivas que impactam a implementação de tecnologias no elo.
O estudo prévio da CGV do diamante possibilitou inferir que devido à alta concentração dos elos ao redor do mundo1, o mais adequado nes-ta indústria seria o aprimoramento de um elo já existente. Ou seja, investir em um país que apresente uma posição de destaque em detri-mento da criação de um elo novo em um outro destino, o que tornaria este processo inviável devido ao alto investimento demandado.
Por meio destas avaliações de oportunidades e impactos foi possível concluir que a proposta apresentada neste trabalho é viável, visto que a Índia apresenta um gap tecnológico, no que tange ao elo de proces-samento, que ainda é realizado, majoritariamente, de forma manual. Logo, o uso de tecnologias tende a potencializar a produtividade no país e, consequentemente, aumentar a atratividade de investimentos no setor de diamantes, além de incrementar suas receitas.
1 O escopo geográfico pode ser encontrado no anexo A.
O Ambiente de Competitividade do Elo no País de Destino
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 2
G lobalmente, a indústria do diamante é organizada
em uma cadeia produtiva, que inclui atividades
como exploração e mineração, triagem, corte e
polimento, fabricação de gemas/joias e demais produtos.
Devido à dispersão verticalizada de seu escopo geográfico,
tem-se interposições positivas e negativas, diretas e indire-
tas de um elo a outro, refletindo em toda a cadeia.
Para analisar a viabilidade da internacionalização, o
foco será a implementação de tecnologias no elo de proces-
samento do diamante. Os diamantes são ímpares devido às
suas propriedades físicas de dureza, condutividade térmica e
brilho (BAIN & COMPANY, 2011). Além do diamante natural
tem-se também o diamante sintético (mesmas propriedades
químicas, porém produzidos em laboratório). As vendas de
diamantes sintéticos foram estimadas em US$ 150 milhões,
em 2017, contra US$ 80,1 bilhões em 2016 do diamante
natural (FORBES/DANZINGER, 2017; STATISTA, 2017).
Entre os elos estudados para o processo de internacio-
nalização, elencou-se o elo de processamento destinado ao
setor de gemas e joias, o qual envolve as atividades de de-
sign, corte, lapidação e polimento. A escolha deste elo deu-
se devido ao mesmo ser o intermediário entre o mercado de
pedras brutas e o de joias de luxo (conforme a figura abai-
xo), o que representa a agregação de valor ao diamante bru-
to através da lapidação e a posterior possibilidade de criação
de gemas/joias genuínas, exclusivas e personalizadas no
mercado de joias de luxo. Segundo o portal de estatística,
STATISTA (2017), no ano de 2016, o valor global total de ata-
cado de diamantes lapidados totalizou US$ 25,6 bilhões.
É neste elo que os diamantes são transformados de
pedras ásperas a gemas. O corte do diamante requer conhe-
cimento especializado, além de ferramentas e equipamentos
específicos. Este processo consiste em cinco etapas: deter-
minação do corte; clivagem ou serragem ideal para quebrar
o diamante bruto em pedaços; explosão para dar ao diaman-
te a forma desejada; polimento para cortar as facetas; e ins-
peção final para garantir a qualidade da peça (BAIN & COM-
PANY, 2011).
Atualmente, o processamento do diamante é feito de
duas formas: manual e por meio de tecnologia de alta preci-
são - as quais utilizam softwares para criar moldes em 3D e
depois aplicam lasers para cortar e polir a pedra. No entan-
to, nem todos os países processadores fazem uso destas
tecnologias, visto que requerem maiores investimentos e
mão de obra treinada para manuseá-las. Por outro lado, é a
forma mais indicada para o aproveitamento da pedra.
De acordo com Cajano (2016), Índia e China destacam-
se como principais players globais no elo de processamento,
posto que juntas, em 2016, detinham cerca de 80% do mer-
cado de corte e polimento de diamantes. Segundo o autor, a
Índia corta e pole mais de 40% dos diamantes com mais de
um quilate, com padrão de qualidade similar àquela dos
mercados desenvolvidos. Dados recentes apresentaram que
em 2017 a Índia foi responsável por cerca de 85% do corte e
polimento do diamante mundial, sendo que 12 em cada 14
diamantes vendidos no mundo são cortados e polidos na
Índia (GJEPC, 2017).
A Índia é atualmente o maior importador e exportador
de diamantes do mundo (OEC, 2017). O setor de gemas e
joias contribui com 7% do PIB indiano e cerca de 16% das
exportações para outros países, além de empregar mais de
4,64 milhões de pessoas. Ademais, o mercado de joias na
Índia engloba mais de 300 mil players, em sua maioria, pe-
quenos empresários. Desde 2017, o business indiano corres-
ponde a US$ 60 bilhões, e até 2022, segundo projeções, de-
ve atingir entre US$ 100 e US$ 110 bilhões (IBEF, 2018).
Apesar de ser um país que já tem uma posição de des-
taque neste setor, existem alguns gargalos que podem ser
minimizados, entre eles a falta de qualificação e treinamento
dos trabalhadores para o uso de tecnologias e o acesso às
mesmas por parte dos pequenos empresários - que repre-
sentam cerca de 80% do setor (ABN AMRO, 2017). De acor-
do com um estudo feito pela Associated Chambers of Com-
merce and Industry of India (ASSOCHAM), em 2016 os traba-
lhadores do setor de gemas e joias na Índia receberam, em
média, US$ 3.700,00 por ano; o salário mais baixo da indús-
tria manufatureira. Ademais, muitos dos players no elo de
processamento são de pequeno porte e/ou de empresa fa-
miliar e não estão equipados para trabalhar com tecnologias
a laser para o corte da pedra.
Diante deste panorama, a Índia apresenta-se, perante o
cenário internacional, como um país adequado para receber
a internacionalização de tecnologias para aprimorar o elo de
processamento de diamante, uma vez que o país domina as
atividades que o compõem, requerendo apenas investimen-
tos constantes em novas tecnologias de lapidação, que con-
solidará o elo em sua totalidade, por meio da agregação de
valor a cada pedra processada.
O Ambiente de Competitividade do Elo no País de Destino
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 3
Figura 1: Cadeia Produtiva do Diamante
Fonte: Elaborada pelos autores
.
Mapeamento do Contexto Global do Elo
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 4
P ara realizar a internacionalização de um elo é preci-
so levar em consideração diversos fatores que po-
dem colaborar ou causar empecilhos para a expan-
são das atividades no âmbito global. Sendo assim, as pers-
pectivas que devem ser analisadas são os âmbitos políticos,
econômicos, sociais e tecnológicos, visto que todas incidem
diretamente sobre o possível sucesso ou o fracasso da ativi-
dade.
Dimensão Política
Entre os riscos prováveis elencados com relação à
dimensão política e possíveis impactos na internacionaliza-
ção de tecnologias para aprimorar o elo de processamento
da CGV do diamante estão: o comércio ilegal das pedras; as
guerras e conflitos armados; o terrorismo; a fragilidade polí-
tica dos governos; e o Sistema de Certificação do Processo
de Kimberley.
Entre as características que tornam os diamantes
vulneráveis ao comércio ilegal tem-se: baixo peso (relação
massa versus tamanho relativamente pequena); alta durabi-
lidade e capacidade de reter valor em longos períodos de
tempo; não rastreabilidade; facilidade de compra e venda
fora do sistema bancário formal; origem (lícita versus ilícita)
não distinguível (FATF, 2013).
Neste contexto de comércio ilegal, a África é um ce-
nário onde grupos armados radicais como Hezbollah, Boko
Haram, Al-Shabab e Al Qaeda disputam o poder e aprovei-
tam-se da extração de diamantes existente em vários países
e da fragilidade local do Estado, muitas vezes em situação de
conflito, para o financiamento ilegal de suas atividades
(FEITEIRA et al., 2016).
O nível de fragilidade da governabilidade em um Esta-
do, em casos extremos, os denominados Estados Falidos2,
repercutem na solidez do elo de processamento, isso porque
isso porque a falta de segurança ocasionada pela instabilida-
de política (disputa pelo poder), conflitos armados e, em
casos extremos, até ataques terroristas, afeta a regularidade
das atividades, ocasionando prejuízos ao setor (GOMES,
2008). De acordo com o Fund for Peace (2017), em seu Fragi-
le States Index, a maioria dos Estados Frágeis3 concentra-se
no continente africano, local responsável por 60% da produ-
ção mundial de diamantes. Essa instabilidade afeta a dinâmi-
ca de extração do diamante e pode gerar reflexos diretos no
elo de processamento, haja vista que este requer constante
reabastecimento pela indústria mineradora.
O acontecimento recorrente de conflitos armados
resultante da extração de diamantes levou o Conselho de
Segurança das Nações Unidas a impor sanções contendo
proibições de importações de diamante bruto provenientes
de vários países. O propósito era impedir a fonte de financia-
mento de movimentos rebeldes (MACEDO e FILHO, 2004).
De sanções passou-se, em 2002, à criação do Sistema de
Certificação do Processo de Kimberley (SCPK), por meio da
Resolução 56/263, na Assembleia Geral das Nações Unidas
(ONU, 2010).
O SCPK é atualmente o principal instrumento interna-
cional que busca evitar que diamantes ilegais ou de áreas de
conflito possam financiar conflitos armados e a violência por
movimentos rebeldes que tentam minar governos legítimos,
além de certificar o não abuso dos direitos humanos no pro-
cesso de mineração (ANM, 2015; FATF, 2013). Atualmente, o
acordo une 81 países e seus signatários afirmam garantir
99,8% da produção global de diamantes de origem de áreas
não conflituosas (KIMBERLEY PROCESS, 2017).
Ainda que em uma baixa percentagem, os diamantes
de sangue4 fazem parte do mercado global, demonstrando
falhas no processo legal regulatório aplicado. DeBoom
(2016), sugere a criação de um novo mecanismo regulador
internacional, pois a falta de capacidade de monitoramento
e fiscalização enfraqueceu a legitimidade do SCPK na política
internacional.
Assim, o diamante está envolvido em complexas
2 Estados Falidos são Estados que proporcionam uma quantidade limitada de bens públicos essenciais como saúde, educação e segurança. Progressivamente tais bens passariam a ser distribuídos por atores não-estatais. O legislativo apenas ratificaria as decisões do executivo en-quanto o judiciário seria apenas uma extensão do soberano. A infraestrutura do país estaria comprometida e a economia privilegiaria uma oligarquia próxima ao poder (ROTBERG, 2004). 3
Estados Fracos (Frágeis) são Estados que possuiriam clivagem étnica e/ou religiosas capazes de desencadearem um conflito. Ademais sua
capacidade de distribuir bens públicos seria mais limitada (ROTBERG, 2004). 4 Diamantes de sangue são qualquer diamante que seja extraído em áreas controladas por forças opostas ao governo legítimo e internacional-
mente reconhecido de um país e vendido para financiar ações militares contra esse governo (ONU, 2000).
Mapeamento do Contexto Global do Elo
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 5
questões de ordem internacional, sustentando grupos arma-
dos e atividades terroristas. Desta forma, a criação de meca-
nismos que garantam a autenticidade do diamante contribui
com a legitimidade do país no setor e, consequentemente,
minimiza os possíveis riscos na dimensão política local, hu-
manitária e os impactos ao elo.
Dimensão Econômica
A dimensão econômica é analisada para compreen-
der cenários e mitigar riscos presentes que possam impactar
o elo e o setor. No que tange a esse tema, alguns tópicos a
serem apresentados são: dinâmicas do mercado e de preço;
restrições econômicas; e acordos no âmbito da OMC.
Segundo dados da Bain & Company (2017), espera-se
que a demanda por diamantes brutos cresça de 1% a 4% ao
ano. Esse crescimento baseia-se na economia dos EUA e no
crescimento contínuo da classe média na China e na Índia,
visto que são países que representam o maior consumo de
joias de diamante do mundo. A contribuição do elo de pro-
cessamento para exportação mundial representa 52,7% em
relação a cadeia em sua totalidade.
De acordo com Paul Zimnisky, principal analista do
setor mundial de diamantes, existe a previsão de uma con-
tração de 3,4% da oferta global de diamantes brutos em
2018. Logo, isso resultará em um aumento de preços de
aproximadamente 3% a 4%. De acordo com Zimnisky, entre
os principais players da indústria, somente a De Beers5 irá
aumentar sua produção neste ano, por outro lado, a Alrosa
e Rio Tinto reduzirão (ZIMNISKY, 2018).
Entretanto, vinculado à queda na produção mundial
de diamantes está o aumento da demanda, e também dos
preços dos diamantes em 2018, a qual tem o crescimento
previsto de 2% a 4% ao redor do mundo. Esse cenário, apre-
sentado pelo Zimnisky Global Rough Diamond Price Index
(2018) pode implicar no aumento de 3% a 5% nos preços de
diamantes brutos e polidos em 2018.
Como visto no gráfico abaixo, desenvolvido pela Bain
& Company (2017), no primeiro semestre de 2017, os preços
dos diamantes bruto aumentaram 3%, enquanto os preços
dos diamantes polidos diminuíram 3%. Apesar das persisten-
tes preocupações com a economia global, a indústria do
diamante foi resistente em 2011. Embora tenha diminuindo
Figura 2: Variação de preços de diamantes brutos e polidos
Fonte: BAIN & COMPANY, 2017.
5 De Beers Group é um dos maiores players no setor de gemas e joias. É uma das empresas que controla desde o elo de pesquisa e desen-
volvimento até o de processamento.
Mapeamento do Contexto Global do Elo
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 6
as vendas, a demanda mundial continuou crescendo. Esta
performance está alinhada ao desenvolvimento da categoria
de luxo e, também, a desvalorização do dólar pós crise de
2008.
O valor agregado ao longo da cadeia do diamante é
expressivo, assim, US$ 15 bilhões em diamantes brutos tor-
nam-se US$ 24 bilhões em diamantes polidos, por exemplo,
quando transformado em joias de diamantes passam a ter
um valor de varejo de US$ 71 bilhões. No entanto, a deman-
da por diamantes polidos converte maior valor a indústria
do que a demanda por diamantes brutos (BAIN & COM-
PANY, 2012).
No que diz respeito a assuntos comerciais, pode-se
mencionar que, em 2003, 11 países membros da OMC solici-
taram a renúncia de três regras presentes no acordo do
GATT 1994. Foram elas: o tratamento da nação mais favore-
cida (Artigo I:1); eliminação de restrições quantitativas
(Artigo XI:1); e administração não discriminatória de restri-
ções quantitativas (Artigo XIII:1). Essa decisão visa reprimir o
comércio de diamantes de sangue, enquanto apoiam o co-
mércio de diamantes legítimos no âmbito do Processo Kim-
berley. Entre as decisões, foram abrangidas questões como:
a proibição à exportação e importação de diamantes brutos
para não participantes do Processo de Kimberley. No entan-
to, tal medida foi aprovada somente em 2012, tornando-se
conhecida como WT/L/876 14 (WTO, 2003).
Constata-se, portanto, que no cenário atual é vanta-
joso o investimento em tecnologias neste elo, visto que a
demanda por diamantes polidos converte maior valor à in-
dústria comparado a de diamantes brutos. Apesar da previ-
são de queda da oferta mundial de diamantes brutos, o re-
sultado para membros do setor em geral será positivo em
virtude do aumento da demanda e consequente valorização
dos preços em toda a cadeia produtiva.
Dimensão Social
No que diz respeito à dimensão social presente em
níveis globais, apresentando-se em maior ou menor força
em determinados países, os aspectos elencados são: viola-
ção dos direitos humanos (trabalho infantil) e conflitos rela-
cionados a diamantes de sangue.
Em escala global os países especializados no corte e
polimento do diamante são a Índia e a China. Uma das prin-
cipais razões pelo crescimento deste elo nesses países espe-
cificamente é sua alta disponibilidade de mão de obra bara-
ta. Isso sugere que parte da rentabilidade desta indústria
provém do pagamento de baixos salários e de condições
insalubres da indústria – evidenciando violações de direitos
humanos e de leis trabalhistas firmadas internacionalmente.
O crescimento da indústria mobilizou a migração de famílias
campesinas para a cidade, tendo como uma das consequên-
cias o aumento do trabalho infantil, cuja mão de obra é utili-
zada no polimento do diamante (PHUKAN, 2015).
Em 1992, a Índia tornou-se o primeiro país do mundo
a aderir ao Programa Internacional de Eliminação do Traba-
lho Infantil (IPEC), criado pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT) em 1991. Contudo, os índices nesta indústria
ainda são altos, devido ao fato de muitas das fábricas atua-
rem na ilegalidade e o governo não ter o controle sobre a
atividade. Ademais, as crianças, além de serem numerosas
no país, são consideradas as mais propícias para a execução
da lapidação das pedras, visto que suas mãos são delicadas
e estas têm a visão precisa, sendo possível fazer cortes com
exatidão (GOEL, 2015).
Os diamantes de sangue são caracterizados por deri-
varem de conflitos armados no continente Africano, confor-
me já mencionado na questão do comércio ilegal. Com as
guerras civis, as milícias lutam entre si para a obtenção de
território rico em diamantes e como resultado, nas últimas
duas décadas, ocorreram mais de 3,7 milhões de mortes e
pelo menos um milhão de deslocados (BRILLIANT EARTH,
2016).
Com tal questão está enraizada dentro da CGV do
diamante, para ser comercializado exige-se o certificado de
origem da gema/joia, contribuindo para que esses produtos
não sejam provenientes de áreas onde ocorrem derrama-
mentos de sangue. No entanto, a verdade é que a indústria
por si só não consegue ter o controle sobre 100% da proce-
dência das pedras comercializadas, assim cerca de 80% dos
diamantes no mundo são extraídos de áreas onde não há
preocupações com violações de direitos humanos
(BRILLIANT EARTH, 2016).
Portanto, nota-se que a dimensão social está intima-
mente ligada aos custos de produção e extração do diaman-
te. Quanto mais barato e exploratório o uso da mão de obra,
mais vantajoso e atraente economicamente o diamante se
torna para membros que lideram o setor. E, apesar das ten-
tativas de proibição do comércio de diamantes de sangue,
encontram-se, ainda, obstáculos na cadeia como um todo,
Mapeamento do Contexto Global do Elo
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 7
pois o foco das iniciativas de controle está na regulamenta-
ção dos Estados Membros e não na atuação das empresas
dando margem para graves violações dos direitos humanitá-
rios.
Dimensão Tecnológica Levando em consideração os aspectos tecnológicos
relacionados ao elo de processamento, tem-se algumas parti-
cularidades a serem observadas no âmbito global. Entre elas
estão a variável de pesquisa e desenvolvimento; a infraestru-
tura tecnológica; e as regulamentações que podem ajudar ou
dificultar o desenvolvimento do elo.
Sob esta ótica, é possível dizer que o elo de processa-
mento do diamante está intimamente ligado ao de Pesquisa e
Desenvolvimento, visto que as empresas deste setor estão
sempre em busca de melhorias, seja em novas formas de
realizar a mineração ou em tecnologias para cortar os dia-
mantes brutos, com o objetivo de reduzir perdas da pedra.
Para atingir tal objetivo, os principais players do setor criaram
centros de pesquisa com foco em inovação, em países como
Estados Unidos, Brasil, Rússia, China, Austrália, Reino Unido,
Bélgica, Alemanha, África do Sul, entre outros que podem ser
observados no escopo geográfico (Anexo A) (DE BEERS, 2017;
DOMINION DIAMOND, 2016; ALROSA, 2017; RIO TINTO,
2017; ENDIAMA, 2017).
O elo de processamento é realizado a partir de proces-
sos manuais e tecnológicos, sendo que existe uma tendência
para o aumento de tecnologias de ponta nas etapas que o
compõem, com o objetivo de aumentar a rentabilidade do
processo (BAIN & COMPANY, 2017). Entre as etapas deste elo
estão a marcação, o corte ou serragem do formato que o
diamante vai receber e o polimento. A marcação, é tradicio-
nalmente feita de forma manual, no entanto, as empresas
que detêm mais recursos financeiros utilizam sistemas de
computador que analisam a pedra, criam protótipos digitais
em 3D e determinam a melhor maneira de efetuar o corte
com a ajuda de lasers de precisão. O formato escolhido do
diamante pode ser alcançado através do atrito entre duas
pedras girando em sentidos opostos ou também através de
lasers que darão a forma escolhida à pedra que depois será
polida para chegar no brilho desejado (AWDC, 2017; SARINE,
2016; BEYOND 4Cs, 2017).
Sendo assim, é possível observar que o uso da tecnolo-
gia no processamento de diamante está presente em várias
etapas deste elo. No entanto, não são todos os países proces-
sadores que utilizam esta ferramenta, especialmente porque
requer maior investimento e, também, mão de obra especia-
lizada para o manuseio de tecnologias de precisão.
Análise do Risco no Ambiente Doméstico
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 8
E ste tópico busca identificar e conhecer o contexto
doméstico da Índia. O objetivo é demonstrar o
cenário atual indiano e os riscos presentes em seu
ambiente doméstico. Para tal, serão discutidas as variáveis
dos ambientes: político, legal regulatório, das relações exter-
nas e do ambiente econômico.
Ambiente Político
Em busca de elencar os principais riscos decorrentes
do ambiente político, o presente estudo expõe como as insti-
tuições indianas, por meio de suas ações, direta ou indireta-
mente, acarretariam prejuízos para o elo no país. Assim este
discriminará os seguintes riscos que afetam o elo de proces-
samento na Índia: transparência pública (corrupção e lava-
gem de dinheiro); estabilidade política (fragmentação políti-
co partidária) e segurança pública e violência (terrorismo).
O Transparency International, em seu relatório Global
Corruption Barometer, identificou em 2017 que, na Índia,
69% das pessoas alegaram ter pagado suborno para acessar
serviços públicos. Referente às empresas, cerca de 19,6%
declararam que fizeram um pagamento ou deram um pre-
sente informal, que foi solicitado para conseguir acesso aos
serviços. Para obtenção de serviços básicos como energia
elétrica e água, o índice de empresas que já pagaram subor-
no é de respectivamente 51,5% e 52,5%.
Quanto ao Índice de Percepção de Corrupção, o país
ocupa o posto de 81 das 180 nações avaliadas. Nesse índice,
quanto menor o número de classificação, melhor a percep-
ção sobre corrupção, ou seja, o país é mais confiável
(TRANSPARENCY INTERNATIONAL, 2017). Esta estatística não
contribui com sua imagem como um destino atraente para
fazer negócios. Entretanto, para o Global Edge (2017) em
suas classificações de Risco País e a Avaliação do Clima de
Negócios, apesar de ressalvas, a Índia foi classificada como
um país de risco aceitável, sendo um destino indicado para
se fazer negócios.
Dentro deste contexto de combate à corrupção tem-
se a Lei de Proteção aos Denunciantes, criada em 2012, e as
emendas à Lei de Prevenção à Corrupção de 2013 (NISHITH
DESAI ASSOCIATES, 2016). A primeira lei mencionada não foi
operacionalizada até o momento, segundo o ex-ministro
Jairam Rames (THE ECONOMIC TIMES, 2017). E quanto a lei
de Prevenção à Corrupção, criada em 1988, esta recebeu
emendas no ano de 2013, e visa incluir tópicos como subor-
no e conduta criminosa (PRS LEGISLATIVE RESEARCH, 2017).
Ademais, destaca-se a lei do Lokpal, que entrou em vigor em
2014, e tem como escopo investigar e processar casos de
corrupção contra funcionários públicos incluindo ministros.
Também abrange questões referentes à lavagem de dinhei-
ro, transações financeiras e leis para direcionar receitas e
ativos não divulgados, seja na Índia ou no exterior (GLOBAL
LEGAL INSIGHTS, 2018).
Alguns estudos mostram que parte da comercializa-
ção do diamante na Índia está associada à lavagem de di-
nheiro, isso se dá pelo fato do país não ter um preço fixo ou
mesmo relativamente fixo para o diamante. Esse fator possi-
bilita a comercialização por um valor superior ao valor real
ou de mercado. Esse tipo de supervalorização favorece a
lavagem de dinheiro e descredibiliza o setor perante outros
países (FATF, 2013).
A ausência de transparência pública, representada
pela corrupção e pela lavagem de dinheiro, reflete-se em
prejuízos diretos ao setor, visto que tais práticas encarecem
a atividade, devido aos gastos não contabilizados no orça-
mento, além de expor as empresas a práticas irregulares.
Dessa forma, o risco de ausência de transparência pública é
qualificado como muito alto, com certa possibilidade de
ocorrer e impacto alto. Essa análise baseou-se no fato de
que a ausência de transparência pública é uma prática co-
mum no país, ou seja, está no dia-a-dia das empresas enca-
recendo as atividades.
Com relação ao grau de fragmentação política parti-
dária indiano, qualquer cidadão ou grupo tem o direito de
fundar um partido. Não há restrições para tal a não ser que a
(s) pessoa(s) devem ser cidadão(s) da Índia. O que, apesar de
possibilitar uma possível representação para todos os seg-
mentos da sociedade, cria uma quantidade exorbitante de
partidos políticos (MEHRA, 2007).
Atualmente, a Índia tem sete partidos nacionais (vide
figura anexo B) (MAPS OF INDIA, 2018), 24 estaduais e 2044
partidos políticos registrados, porém não reconhecidos
(ELECTION COMMISSION OF INDIA, 2018). Uma das conse-
quências dessa fragmentação partidária é a maior dificulda-
de para o partido eleito formar uma base parlamentar que
lhe dê governabilidade (BBC BRASIL, 2016).
Nesses casos requer-se um governo com uma base
Análise do Risco no Ambiente Doméstico
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 9
aliada forte ou com uma sólida rede de relacionamentos
que garanta a concretização de seu plano de governo, caso
contrário, pode-se criar um contexto segmentado, difícil de
formar coalizões e de governar, resultando em prejuízos
generalizados a sociedade.
Com base na composição política partidária da Índia
o risco da fragmentação política partidária é alto, com certa
possibilidade de ocorrer e impacto moderado. Visto que, a
dificuldade na governabilidade a longo prazo gera uma con-
juntura de estagnação afetando a economia do país trazen-
do prejuízos para os mais diversos setores induzindo a cri-
ses e em casos mais extremos a recessões econômicas. Co-
mo consequência, a indústria do diamante e o elo de pro-
cessamento podem ser afetados mesmo que de forma indi-
reta.
O terrorismo é uma das variáveis presentes dentro
do fator de segurança pública e violência. Apesar de ser
uma ameaça ao país, observa-se uma gradativa queda no
número de mortos (civis, militares e terroristas) na última
década. No ano de 2017, o número total de fatalidades ter-
roristas foi de 803, sendo que em 2018 já foram catalogadas
357 mortes, há dez anos atrás, em 2008, esse número foi de
2.596 mortos (SOUTH ASIA TERRORISM PORTAL, 2018).
Quando comparado a outros países, a Índia apresen-
ta uma peculiaridade em relação a esse aspecto, pois suas
ameaças terroristas emanam essencialmente de seu próprio
território, consequência do extremismo de esquerda, do
separatismo étnico, da militância religiosa e do terrorismo
proveniente do Paquistão (BASUMATARY, 2017).
O terrorismo afeta o elo de processamento de uma
forma indireta, visto que os locais onde existe maior inci-
dência de ataques estão próximos dos maiores centros de
Figura 3 - Mapa Índia: Terrorismo versus Elo do diamante
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de MAKE IN INDIA (2017) e TIMES OF INDIA (2017).
Análise do Risco no Ambiente Doméstico
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 10
processamento, como apresentado no mapa abaixo. O efei-
to de um ataque terrorista a uma planta de processamento,
por exemplo, resulta em prejuízos tanto no âmbito social
quanto no econômico. Diante dos recorrentes ataques na
fronteira com o Paquistão, esta certamente é uma região a
ser evitada.
Dessa forma, o risco de terrorismo na Índia é qualifi-
cado como alto, com possível possibilidade de ocorrer e
impacto alto, visto que as zonas de ataques terroristas são
próximas dos estados processadores de diamante e os in-
vestimentos realizados nos centros de processamento seri-
am parcialmente perdidos em caso de ataques.
Em síntese, o ambiente político indiano requer refor-
mas por parte do governo, como forma de oportunizar me-
lhorias ao país que, consequentemente, recairiam positiva-
mente sobre o ambiente de negócios e indiretamente sobre
o elo. Tais gargalos apresentados podem reduzir potenciais
ganhos ao elo, todavia, não afetam contundentemente a
viabilidade do negócio no país.
Ambiente Legal Regulatório
No processo de internacionalização de tecnologia
para aprimorar o elo de processamento, é necessário enten-
der o funcionamento das leis e regulamentações para a en-
trada de novas empresas no país, assim como o funciona-
mento da relação Estado-Setor-Consumidor. Os fatores que
serão analisados são: as regras de conduta das empresas,
abrangendo variáveis como responsabilidade ética e social;
e as condições legais às empresas estrangeiras investirem
no país, tendo como variável as leis de investimento estran-
geiro.
Após o desenvolvimento econômico da Índia, o Mi-
nistério de Assuntos Corporativos aprovou a Lei de Concor-
rência de 2002 e a Lei de Responsabilidade Limitada em
2008. O objetivo de ambas é proibir práticas comerciais an-
ticompetitivas e proteger os interesses dos consumidores,
visando garantir o livre comércio. Embora a Índia seja criti-
cada por apresentar regulamentações complexas, a maioria
destas são consistentes em todo o país e, acima de tudo,
podem ser praticadas em qualquer estado, mesmo que seja
um país federalista6 (AMRITT, 2018).
Para uma melhor compreensão da atuação das em-
presas na Índia, deve-se analisar como transcorrem os me-
canismos processuais e a burocracia no país. De acordo com
o Doing Business (2018), na Índia, os salários industriais mu-
dam de estado para estado, sendo aproximadamente US$
3,50 por dia para os trabalhadores não qualificados. Os salá-
rios de cortadores e polidores variam de US$ 80 a US$ 100
por semana e dependem de aspectos como experiência e
habilidade para realizar outros tipos de cortes (ARORA,
2015). As leis que regem esse tema, de remunerações e
salários, são definidas pelo Artigo (1936) e pela Lei de Salá-
rio Mínimo (1948) (SANTANDER TRADE, 2017).
Como membro da OIT, a Índia oferece proteção a
seus trabalhadores. Contudo, ainda existe o uso de mão de
obra infantil, além da falta de mão de obra qualificada para
o trabalho. Apesar de ser o segundo país que mais cresce no
mundo, a Índia pode ser classificada como um país de baixa
renda, no qual o desemprego afeta 3,6% da população ativa
do país (WORLD BANK, 2017). Apesar disso, a indústria de
diamantes emprega, atualmente, 4,64 milhões de trabalha-
dores qualificados e semiqualificados em toda a Índia, ade-
mais, estima-se que o setor concederá emprego a mais de
8,23 milhões de pessoas até 2022 (MAKE IN INDIA, 2017).
Quando comparadas Índia, China e África do Sul; a
Índia é o país que tem a produção por quilate mais barata,
gastando US$ 10 por quilate no corte e polimento de dia-
mantes, enquanto a China gasta US$ 17 e a África do Sul de
US$ 40 a US$ 60 (ARORA, 2014). O risco da mão de obra não
qualificada na Índia é muito alto, com certa possibilidade de
ocorrer e impacto alto. Logo, a mão de obra qualificada não
está presente em toda indústria e está relacionada à perfor-
mance e resultados do elo de polimento da cadeia de dia-
mantes na Índia.
Em 2016 o governo indiano adotou a Lei de Emenda
ao Trabalho Infantil, estabelecendo a idade mínima para o
trabalho aos 14 anos e elevando para 18 anos a idade míni-
ma para trabalhos que apresentam riscos, seguindo padrões
6 De acordo com Barros (2018): "O estado federal é um estado soberano constituído de estados federados (estados-membros) dotados,
não de soberania, mas apenas de autonomia, os quais têm poder constituinte próprio, decorrente do poder constituinte originário que fez a federação."
Análise do Risco no Ambiente Doméstico
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 11
internacionais. Essa lei também aumenta as penalidades às
empresas por empregarem crianças em trabalho infantil proi-
bido, no entanto o cenário ainda é preocupante de acordo
com a OIT (UNITED STATES DEPARTAMENT OF LABOR, 2016).
No último censo de 2011 (realizado a cada 10 anos), a popu-
lação de crianças na faixa etária de 5 a 14 anos, no país, é de
aproximadamente 260 milhões, destas 3,9% estão trabalhan-
do, o que representa 10,1 milhões de crianças, sendo que
deste montante, 2 milhões estão em centros urbanos (ILO,
2017).
Quanto aos riscos da mão de obra infantil, este é qua-
lificado como alto, com certa possibilidade de ocorrer e im-
pacto moderado, posto que a Índia recriminou a maioria das
formas de escravidão moderna, incluindo tráfico de pessoas,
escravidão, trabalho forçado.
De acordo com UK India Business Council (2017), as
leis de investimento estrangeiro direto (IED) da Índia foram
substancialmente liberalizadas nos últimos anos. A maioria
dos setores do país está aberto ao IED, o que significa que as
empresas estrangeiras não precisam de aprovação prévia
para investimento, nem pelo Governo e nem pelo Banco Cen-
tral indiano: Reserve Bank of India. Os investidores devem
apenas informar o banco, em até 30 dias, do recebimento da
remessa externa. Entre os setores que têm o chamado "auto
route" - ou seja, a entrada direta de investimentos - está o de
gemas e joias. Observa-se no gráfico a seguir que a Índia re-
cebe mais investimentos do que investe em outros países.
Entre 2000 e 2017 foram investidos, em território indiano,
US$ 1,1 bilhões em diamantes e ornamentos de ouro (INVEST
IN INDIA, 2018).
Não se sabe ao certo quanto dessa porcentagem de
IED é destinada ao elo de processamento, mas usando o
exemplo do International Institute of Diamond Grading and
Research (IIDGR) - um instituto comandado pelo De Beers
Group - só no ano passado, o grupo investiu cerca de US$ 5
milhões na unidade de Surat, no estado de Gujarat. Esta ins-
talação emprega cerca de 100 pessoas e tem a capacidade
para processar o equivalente a US$ 500 milhões por ano
(MAKE IN INDIA, 2018).
A queda ou a ausência de investimentos estrangeiros
podem comprometer a evolução da economia indiana e con-
sequentemente do setor de diamantes, visto que é um país
receptor de IED. Logo, o risco é qualificado como um risco
médio, possível de ocorrer e de impacto moderado pelo fato
Gráfico 1 - Entrada e Saída de Investimento Externo Direto (em % do PIB)
Fonte: Elaborado pelos autores com dados do WORLD BANK, 2017.
Análise do Risco no Ambiente Doméstico
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 12
de 80% das empresas do setor ser familiar ou de pequeno
porte.
Em suma, iniciativas, tanto por parte do governo quan-
to do setor privado, são necessárias para uma mudança de
cenário em relação a exploração da mão de obra indiana, res-
peitando normas internacionais dos direitos humanos. São
necessárias, portanto, leis mais rígidas, com penalidades efeti-
vas que impeçam a continuidade desse ciclo exploratório.
Relações Externas
O risco de conflitos territoriais é alto, com provável
possibilidade de ocorrer e impacto moderado. Por ser uma
zona de tensão permanente, localizada ao norte da Índia, não
influencia diretamente o elo, visto que os principais centros de
processamento estão localizados mais ao sul do país.
A variável corrida armamentista ocasionada pelas dis-
putas territoriais e religiosas, também compõe o quadro de
riscos ao qual a Índia está inserida. Tanto a Índia quanto o
Paquistão são potências atômicas que possuem, respectiva-
mente, 130 e 140 ogivas nucleares (dado ilustrado na figura
presente no anexo C). Além disso, o governo indiano está ex-
pandindo sua capacidade de mísseis balísticos lançados por
submarinos (SIPRI, 2017; NTI, 2017).
Ambos desenvolveram ao máximo seu aparato militar.
A partir disso, os conflitos na Caxemira passaram a ser obser-
vados com atenção pela comunidade internacional. Dessa for-
ma, a variável de corrida armamentista representa um risco
alto, com uma rara probabilidade e impacto significante. Esta
corrida armamentista é preocupante pois a paz na região é
vista como frágil, por ser uma área que registra uma tensão
crescente não somente entre a Índia o Paquistão, mais tam-
bém entre a Coreia do Norte e Coreia do Sul e entre a China e
o Japão (SIPRI, 2013).
Em relação à agenda transnacional do país, tem-se pro-
váveis ameaças advindas da China. Estas poderiam ser mitiga-
das por meio da aceitação e inserção da Índia na Cooperação
Econômica Ásia-Pacífico (APEC), pleiteada por mais de 20
anos, o que resultaria em um maior equilíbrio de poder entre
as duas nações (FORBES, 2017). Outra forma utilizada pelo
país, a fim de conter a expansão chinesa na região do Mar do
Sul da China, é a aliança estratégica estabelecida com Japão,
Austrália e EUA. Entretanto, o fortalecimento das relações
entre Índia e EUA pode provocar uma certa tensão no âmbito
do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da Orga-
nização para Cooperação de Xangai, na qual Índia e China fa-
zem parte de um grupo em comum (SPUTNIKNEWS, 2017).
A rota de comércio do mar da China representa para a
Índia, aproximadamente, US$ 66 bilhões, ou seja, 2% do total
que é exportado pelo mar chinês. De acordo com a Conferên-
cia das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
(UNCTAD), cerca de 60% do comércio marítimo passa pela
Ásia, através do Mar da China Meridional que transporta cerca
de um terço da navegação global. Sendo o transporte maríti-
mo uma das principais formas de escoamento do diamante,
parte do que é importado e/ou exportado pela Índia seria afe-
tada com o domínio exclusivo da China sobre essa região. Des-
sa forma, o risco de invasão do mar da China é médio, com
rara possibilidade de ocorrer e impacto moderado, em decor-
rência da representatividade do valor monetário que é trans-
portado na região.
Nota-se, portanto, que o fator de conflitos externos
ainda é um gargalo que precisa ser conduzido de forma diplo-
mática e não bélica. As tensões geradas pela corrida arma-
mentista e o armamento nuclear criam preocupações perante
a comunidade internacional o que pode acarretar em prejuí-
zos ao país pela imposição de sanções e a fuga de capitais.
Ambiente Econômico
A análise do ambiente econômico de um país tem co-
mo objetivo a compreensão dos impactos, dos âmbitos macro
e microeconômico, que podem apresentar consequências po-
sitivas ou negativas no desempenho dos negócios no país em
questão. Serão analisadas políticas monetária, fiscal, cambial e
comercial, a fim de tornar tangível o risco para as empresas
processadoras de diamante.
A Índia é a sétima maior economia do mundo. Com um
PIB real de US$ 2,264 trilhões, o país teve um crescimento
anual de 6,5% em 2017 (WORLD BANK, 2017) - o menor desde
2013. O PIB indiano representa 2,98% do PIB mundial, fazendo
com que a Índia só perca para a China em relação ao cresci-
mento econômico. Todavia, este crescimento é pouco inclusi-
vo, visto que a Índia ocupa a posição 60 de 79 economias no
Inclusive Development Index (2017) do World Economic Fo-
rum. Ou seja, é um país extremamente desigual, sendo que 1%
mais rico da população, domina cerca de 53% da riqueza do
país. Este aumento de desigualdade compromete o ritmo que
Análise do Risco no Ambiente Doméstico
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 13
as pessoas saem da pobreza extrema e começam a participar
ativamente da economia do país, especialmente porque pou-
co mais de ⅓ da população que vive com menos de US$ 1,90
mora na Índia (WEFORUM, 2017).
Considerando os dados acima, determina-se a desi-
gualdade social como um risco alto, com certa possibilidade
de ocorrer e com impacto moderado. Devido à essas condi-
ções de extrema pobreza em que se vive grande parte da
população indiana, muitos não se aperfeiçoam e nem se qua-
lificam, o que impacta diretamente a performance do elo de
processamento de diamante na Índia.
No que tange à política monetária do país, o Reserve
Bank of India (RBI) manteve a taxa de juros em 6%, a mais
baixa desde 2010 (vide gráfico abaixo), o que é condizente
com a política monetária "neutra" que o país está adotando,
ou seja, dar maior flexibilidade para o governo decidir o que
fazer com base no comportamento da economia (REUTERS,
2017; WIRE, 2018). Essa postura tende a mudar, visto que a
taxa de inflação atingiu 5,21% em 2017, indo além da proje-
ção do RBI de 4,3% a 4,7% para o ano passado (RBI, 2018).
Gráfico 2 - Taxa de Juros indiana (em %)
Fonte: TRADING ECONOMICS (2018).
Gráfico 3 - Inflação anual na Índia
Fonte: Elaborado pelos autores com dados do WORLD BANK, 2017 e RESERVE BANK OF INDIA, 2017.
Análise do Risco no Ambiente Doméstico
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 14
Em relação à inflação, esta teve um aumento de 5,5%,
de 2016 para 2017, impulsionada pelo aumento de preços
dos alimentos e do combustível, como mostra o gráfico 3. O
RBI acredita que o país terá uma inflação em aproximada-
mente 4,5% e crescimento econômico em 7,4%; enquanto
economistas locais acreditam que a inflação tende a subir
para 5,6% e o país deve manter o crescimento de 6,5% (RBI,
2018; ECONOMIC TIMES INDIA, 2018). Como consequência
deste segundo cenário, a inflação acaba reduzindo as taxas de
juros, a poupança e também atua como um entrave ao de-
senvolvimento do país.
Em suma, o crescimento da inflação é qualificado co-
mo um risco alto, possível de ocorrer, e de impacto alto para
o setor de diamantes. A restrição do poder de compra da po-
pulação ocasiona, indiretamente, a redução das receitas dos
empresários, que tem como consequência o corte de custos
de gastos, que pode acarretar na demissão de funcionários.
Em relação à política fiscal do país, o déficit orçamen-
tário, que representa a diferença entre os gastos do governo
e a arrecadação dos impostos, chegou a 6,34% do PIB em
2017 (RBI, 2018). Já a dívida pública, os gastos e receita do
governo mantiveram-se praticamente imutáveis, apesar de
elevado no que tange a dívida governamental.
Analisando o gráfico 4, a respeito do panorama finan-
ceiro da Índia percebe-se que as variáveis Receita do Gover-
no, Gastos do Governo e Dívida Pública têm-se mantidas
constantes ao longo dos últimos dez anos. Com base nessa
análise, o risco desse panorama é médio, sendo improvável o
acontecimento e de impacto moderado, pois a manutenção
destas condições contribui tanto para a solidez das empresas
já estabelecidas, quanto para àquelas que desejam entrar no
país e trabalhar com o elo de processamento.
Enquanto isso, a taxa de câmbio Rúpia Indiana, em
relação ao Dólar Americano, apresentou resultados variáveis.
Desde 2011, a moeda indiana se desvalorizou, saindo de INR$
46,11 atingindo INR$ 67,20 em 2016. Entre outubro de 2017
até o início de janeiro de 2018, com a queda do preço do dó-
lar americano e a entrada de capital, a moeda indiana apreci-
ou. No entanto, começou a se desvalorizar no início de feve-
reiro devido a uma expectativa de aumento de taxas de juros
americanas e a preocupação com os preços elevados do pe-
tróleo (RBI, 2018). Atualmente (28/04/2018), a equivalência é
US$ 1,00 para INR$ 66,58 (BANCO CENTRAL DO BRASIL,
2018).
Sendo assim, pode-se dizer que o aumento da taxa de
câmbio pode ser caracterizado como muito alto, com certa
possibilidade de acontecer, gerando um impacto alto. Ou
seja, quanto mais elevada esta equivalência dólar/rúpia, mais
caro é para a Índia importar produtos. No caso do elo de pro-
Gráfico 4 - Panorama financeiro da Índia (% do PIB)
Fonte: Elaborado pelos autores com dados do FMI, 2018. * Previsão do FMI.
Análise do Risco no Ambiente Doméstico
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 15
cessamento, este necessita de abastecimento constante
para funcionar, dessa forma, fica mais caro para os empresá-
rios do setor importar as pedras que serão polidas.
Sob a ótica de balança comercial, observa-se que esta
é deficitária, visto que a Índia importa mais que exporta.
Entre os anos de 2008 e 2017, a variação foi de cerca de
11%, sendo que o maior aumento foi após a crise de 2011
(GLOBAL EDGE, 2017). O setor de gemas e joias é responsá-
vel por 15,71% das exportações do país - tido como um dos
setores que mais cresce na Índia. A Índia também é um dos
principais importadores de diamante bruto posto que estes
abastecem o elo de processamento e posteriormente serão
exportados para outros hubs. Entre os anos de 2004 a 2017,
o país importou o equivalente a US$ 17,15 bilhões de dia-
mante (IBEF, 2018).
Por ser um país que importa mais que exporta, pode-
se qualificar o risco de balança comercial deficitária como
alto, com certa possibilidade de ocorrer e com impacto mo-
derado. A mesma lógica aplicada para explicar taxa de câm-
bio pode ser utilizada para ilustrar os riscos da balança co-
mercial indiana, especialmente porque esta é influenciada
diretamente pela mudança de câmbio.
As melhorias na infraestrutura do setor contribuem
para a redução de gargalos no escoamento da produção e da
mão de obra utilizada no setor de diamantes. Sendo assim, o
Gem & Jewellery Skill Council of India (GJSCI) promove o de-
senvolvimento de National Occupational Standards (NOSs),
que especifica o padrão de performance no trabalho de pro-
cessamento (MAKE IN INDIA, 2017). A expectativa é que até
2022, mais de 4 milhões de pessoas sejam treinadas (CARE
RATINGS, 2017). Ademais, existe um portal online de empre-
gos para este setor com o propósito de diminuir o gap entre
trabalhadores desempregados e a demanda empresarial.
Também foram criadas as Special Notified Zones
(SNZs) que garantem o fornecimento regular de diamante
bruto no país e de fácil acesso às empresas que processam a
pedra; assim, diminuem o número de intermediários e o
custo final. No ano de 2015, o Gem & Jewellery Export Pro-
motion Council (GJEPC) em conjunto com Bharat Diamond
Bourse (BDB), criaram o India Diamond Trading Center (IDTC)
localizado em Mumbai, com uma SNZ operando sob leis es-
peciais, cujo objetivo é tornar a Índia um centro de comércio
de diamantes mundial. Há também um processo de criação
de uma SNZ similar em Surat, denominado Gujarat Hira
Bourse (IDTP.ORG, 2016).
Além disso, o Jewellery Park - polo do mercado de
Gráfico 5 - Balança comercial indiana
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de TRADE MAP, 2018.
Análise do Risco no Ambiente Doméstico
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 16
joias e indústrias correlatas - está em construção em Mum-
bai e tem como objetivo redirecionar as principais empre-
sas de diamante da região para lá e também oferecer aos
trabalhadores oportunidades de trabalho com qualidade.
Por fim, os Common Facility Centres (CFCs), que servem
como espaço para ensinar trabalhadores manuais a fazerem
uso de tecnologias de processamento, através de treina-
mento, além de oferecer produtos tecnológicos para em-
presas de pequeno e médio porte com um preço diferencia-
do.
O risco referente à infraestrutura do setor é qualifi-
cado como médio, com possível possibilidade de ocorrer e
impacto baixo. Ou seja, novas medidas do governo, junta-
mente com o setor privado, podem contribuir com o desen-
volvimento do setor, consequentemente com o elo de pro-
cessamento, entretanto, a inexistência de tal parceria não
altera significativamente o cenário atual.
No que tange a política tarifária, Modi introduziu
uma série de medidas políticas destinadas a simplificar as
regulamentações para empresas estrangeiras. Entre essas
iniciativas estão a redução da prática de aplicação de im-
postos contra empresas estrangeiras e a implementação do
GST7 (RAO, 2017). Estas medidas tendem a colocar o país no
patamar dos outros centros internacionais como Antuérpia
e Israel. Além disso, cortará intermediários e aumentará a
oferta de diamantes brutos no país, reduzindo custos para
pequenos comerciantes (BLOOMBERG, 2017).
Desde a implementação do GST, cerca de 94% do
diamante lapidado será beneficiado devido a menor taxa,
sendo atualmente de 0,25%. O GST anterior era de 3% em
pedras lapidadas. Este reajuste ajudará a impulsionar as
exportações, o que resultou em um ânimo para os proces-
sadores de diamantes e toda a cadeia produtiva (BUSINESS
STANDARD, 2017).
Nos últimos seis meses, estão ocorrendo manifesta-
ções de insatisfações por parte dos principais processadores
de diamante para que haja uma política tarifária mais sim-
plificada. Atualmente, para que estes tenham acesso aos
diamantes brutos que abastecem o elo, é necessário pagar
o imposto de importação (0,25%), que será reembolsado
nas exportações (somente para aqueles que pedirem). Po-
rém, até que este ciclo seja fechado (compra-
processamento-exportação-reembolso) demora em média
6-7 meses (BETTER DIAMOND INITIATIVE, 2018).
O risco referente a complexidade tarifária do setor é
qualificado como alto, com provável possibilidade de ocor-
rer e representa um impacto moderado. Caso não ocorra
mudanças significativas nesta dinâmica, parte dos processa-
dores informaram interesse em transferir seus negócios
para a Rússia (país com maior volume de mineração de dia-
mante e um forte parceiro comercial indiano). Com isso
uma das consequências seria a diminuição do market share
de 85% que a Índia possui no processamento mundial de
diamante.
Portanto, de acordo com as variáveis analisadas ob-
serva-se que a economia indiana está atualmente em as-
censão e apresenta uma certa estabilidade no cenário atual.
Logo, o ambiente financeiro e econômico não apresenta
significativas ameaças aos investidores que ali querem in-
vestir.
7 O GST é um imposto único sobre o fornecimento de bens e serviços, desde o fabricante até o consumidor. Créditos de impostos pagos em cada estágio estarão disponíveis no estágio de adição de valor, o que torna essencialmente um imposto somente sobre o acréscimo de valor em cada estágio. O consumidor final terá, assim, apenas o GST cobrado pelo último distribuidor da cadeia de fornecimento, com benefícios definidos em todas as etapas anteriores (GST.GOV, 2018).
Análise do Risco no Ambiente Doméstico
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 17
Figura 4 - Matriz de riscos
Fonte: Elaborado pelos autores.
Tendências e Perspectivas
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 18
B uscando analisar a viabilidade da internacionaliza-
ção de tecnologias para aprimorar o elo de proces-
samento do diamante na Índia e fundamentado na
análise dos fatores e suas respectivas variáveis, este trabalho
visa elencar e compreender os principais riscos que o ambien-
te de negócios indiano traz para o elo.
Ao explorar a Matriz de Risco elaborada por meio da
análise de riscos presentes nos ambientes político, legal regu-
latório, econômico e relações externas, observa-se três cate-
gorias de riscos: muito alto, alto e médio. Entre os riscos ca-
racterizados como muito alto (principais ameaças para o elo)
identificou-se: transparência pública; câmbio; e mão de obra
não qualificada. Entre os definidos como alto (maioria) tem-
se: fragmentação política partidária; balança comercial defici-
tária; desigualdade social; mão de obra infantil; conflitos ter-
ritoriais; complexidade tarifária; terrorismo; inflação; e armas
de destruição em massa. E por fim, entre os riscos assinala-
dos como médios estão: IED; infraestrutura; panorama finan-
ceiro; e invasão mar da China.
Para a análise de cenários adotou-se os riscos de au-
sência de transparência pública e mão de obra não qualifica-
da. Sob uma ótica otimista, o cenário positivo apresenta alta
transparência pública e mão de obra qualificada. Como cená-
rio negativo tem-se o contrário, ou seja, baixa transparência
pública e mão de obra não qualificada.
O cenário positivo representa que a sociedade pode
acompanhar os serviços prestados pelo governo e identificar
fraudes que impeçam o desenvolvimento do país. Além disso,
resulta na redução de burocracia e das formas de corrupção
(propinas, lavagem de dinheiro e subornos), transmitindo
maior confiabilidade aos investidores externos e internos.
Estima-se que, a longo prazo, empresas do setor privado e
empregadores usem padrões éticos de recrutamento e práti-
cas de emprego justas, ajustando-se aos padrões internacio-
nais dos direitos do trabalhador, reduzindo gradativamente o
uso de mão de obra infantil e o trabalho informal no país,
garantindo melhores condições aos trabalhadores. Ademais,
tem-se melhores resultados na indústria de diamantes por
meio da possibilidade de uso de novas tecnologias, cuja con-
sequência é um melhor aproveitamento da pedra, o que re-
sulta em um aumento das receitas.
Em contraposição, no cenário negativo, a ausência de
transparência traz consequências como entraves financeiros
e legais aos negócios, ocasionando uma maior burocratização
das atividades, podendo elevar seu custo final. Em relação à
predominância de mão de obra não qualificada no mercado,
esta dificulta a introdução ou uso de tecnologias, gerando
obstáculos ao desenvolvimento do elo e em um aumento da
pressão internacional por violar direitos trabalhistas
(condições salariais e sociais).
Além destes dois cenários, é importante levar em con-
sideração a terceira variável de riscos muito altos: a taxa de
câmbio. Uma vez que, ocorre uma valorização do dólar em
relação à rúpia, o fluxo de investimentos estrangeiros aumen-
ta posto que se torna mais barato investir na Índia, deixando
os setores do país mais atrativos. No entanto, quando acon-
tece o contrário (rúpia valorizada em relação ao dólar), torna-
se mais barato para os empresários locais abastecerem a ca-
deia de processamento, além de diminuir os custos para a
compra de tecnologias que melhorem o elo e que possam
aumentar a produtividade do mesmo.
Apesar dos riscos e impactos identificados, não há
variáveis que inviabilizam o estabelecimento e/ou aprimora-
mento do elo ou de atividades correlatas ao setor. A Índia,
além de ser um país com mão de obra jovem, numerosa e
barata, tem passado por reformas como forma de aumentar
sua abertura comercial e atrair investimentos estrangeiros
que, consequentemente, auxiliam no fomento da indústria e
dos serviços locais.
Um dos diferenciais do país, no que tange o setor de
diamante e o elo de processamento, é o programa Make in
India, uma iniciativa do governo para tornar o país um pólo
de design e um grande hub de produtos manufaturados. Ade-
mais, o país apresenta oportunidades em relação ao custo de
produção, demanda expressiva e uma política governamental
voltada à exportação. Diante disso, considera-se a Índia como
sendo um país vantajoso em relação ao aprimoramento do
processo tecnológico de lapidação das pedras, sendo esta,
portanto, uma proposta viável.
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Anexo A - Escopo Geográ fico
ANEXOS
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 23
Figura 5 - Escopo Geográfico da cadeia do diamante
Fonte: Elaborado pelos autores.
Anexo B - Pártidos Nácionáis
ANEXOS
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 24
Figura 6 - Partidos Nacionais da Índia
Fonte: MAPS OF INDIA, 2018.
Anexo C - Í ndiá e á Corridá Armámentistá
ANEXOS
SÉRIE RISCOS EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS, VOLUME 5, 2018 25
Figura 7 - Número de ogivas nucleares por país
Fonte: Arms Control Association, 2018.
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