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Pagamentos por Serviços Ambientais no Corredor das Onças - Remuneração pela conservação de Puma concolor e
conservação de água mediante adequação ambiental em propriedades rurais na Região Metropolitana de Campinas
PSA – Corredor das Onças
CARACTERIZAÇÃO DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS DA ÁREA DE ESTUDO VISANDO À RESTAURAÇÃO FLORESTAL E
A CONSERVAÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA.
*Jeanette Inamine Miachir, **Marcelo Antonio de Pinho Ferreira e ***Osvaldo Farias de Oliveira
Paulínia Fevereiro de 2013
*Bióloga – Dra., Jardim Botânico Municipal de Paulínia (jmiachir@uol.com.br) ** Engenheiro Florestal (marcelopinus@yahoo.com.br)
***Técnico de Campo, Jardim Botânico Municipal de Paulínia
2
COMO CITAR ESTE RELATÓRIO:
Miachir, J. M.; Ferreira, M. A. P.; Oliveira, O. F. 2013. Caracterização dos fragmentos florestais da área de estudo visando à restauração florestal e a conservação da diversidade biológica. Relatório técnico, Paulínia-SP, Fevereiro de 2013.
SOBRE O PROJETO:
O projeto PSA – Corredor das Onças tem coordenação geral do Prof. Dr.
Ademar Romeiro (IE/UNICAMP) e coordenação executiva da Profa. Dra.
Márcia Gonçalves Rodrigues (ICMBio/MMA).
3
I. Introdução.
Os municípios de Paulínia, Arthur Nogueira e Cosmópolis fazem parte
da Região Metropolitana de Campinas. Esta ecorregião se caracteriza como
uma zona de transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica.
A cobertura vegetal original desta área era predominantemente florestal,
representada pela Mata Atlântica, mas encontra-se em uma zona de tensão
ecológica, devido ao contato de diferentes fisionomias vegetais, como o
Cerrado e a Floresta Estacional Semidecidual, com alguns elementos de
Floresta Ombrófila. Áreas de tensão ecológica são locais de contato entre duas
regiões fitoecológicas, quando a interpenetração de espécies em seus
ambientes faz com que, ora haja uma mistura de espécies, formando os
ecótonos, ora haja um contato em forma de enclave. Neste último caso, cada
formação guarda sua identidade ecológica, sem se misturar.
A paisagem desta região apresenta características tanto urbanas como
rurais, constituindo um mosaico heterogêneo de manchas urbanas, pastagens,
culturas anuais e perenes, reflorestamentos e remanescentes de vegetação.
Este relatório tem como objetivo apresentar os resultados do
levantamento florístico que foi realizado em 7 remanescentes de Floresta
Estacional Semidecidual localizados próximos aos limites territoriais destes 3
municípios visando a restauração florestal e a conservação da diversidade
biológica.
II. Materiais e Métodos.
a. Área de Estudo. Após a fotointerpretação de imagens aéreas da área de estudo foram
identificados sete (7) fragmentos florestais para a realização de levantamento
florístico de espécies arbustivas e arbóreas (ver Figuras 1 e 2).
Todos os fragmentos são de Floresta Estacional Semidecidual,
também denominada Mata Atlântica de Interior ou Floresta Estadual Semi-
caducifolia, é um dos subtipos florestais que compõem o bioma Mata Atlântica,
4
especialmente nas regiões a oeste da Serra do Mar. O que caracteriza este
tipo de floresta e dá origem a sua denominação é o fato de que as árvores que
a compõem são, em grande parte, de espécies caducifólias, ou seja, tem folhas
decíduas, que caem na estação seca, como resposta à escassez de água
peculiar nos meses de inverno em boa parte do interior do Brasil. No Estado de
São Paulo, a área total remanescente deste tipo de floresta corresponde,
atualmente, a menos de 5% do que existia no fim do século XIX, sendo o tipo
de vegetação que foi mais severamente destruído para dar lugar a
agropecuária (RAMOS et al., 2008).
O conceito ecológico deste tipo de vegetação está condicionado à dupla
estacionalidade climática, uma tropical com época intensas de chuvas de
verão, seguidas por estiagem acentuada e outra subtropical sem período seco,
mas com seca fisiológica, provocada pelo intenso frio de inverno, quando as
temperaturas médias são inferiores a 15ºC. Neste tipo de vegetação a
porcentagem das árvores caducifólias no conjunto florestal e não nas espécies
que perdem a folha individualmente situa-se entre 20 e 50% (VELOSO et al.,
1992).
Figura 1. Fragmentos 2 e 4 localizados no município de Paulínia – SP.
5
Figura 2. Fragmentos 1,3, 5, 6 e 7 localizados nos municípios de
Cosmópolis (SP) e Artur Nogueira (SP).
As informações das dimensões dos fragmentos estão apresentadas na
Tabela 1:
Tabela 1. Lista dos fragmentos selecionados para o levantamento
florístico.
nº Fragmento Denominação Perímetro (m) Área (ha)
1 Rio Pirapitingui 3.000 30,2
2 Mata da Meia Lua 6.767 199
3 Fazenda São Bento 4.283 44,9
4 Rio Jaguari 2.833 40,6
5 International Paper 5.283 72,8
6 Fazenda Japonês 3.990 58
7 ARIE Matão 7.787 160
Total 33.943 417
Os fragmentos 2 e 4 da Figura 1 estão localizados no município de Paulínia e já foram estudados por MIACHIR, 2009.
6
b. Metodologia. O levantamento florístico dos sete (7) fragmentos foi realizado utilizando-
se a metodologia de MIACHIR, 2009 que compreende a caracterização
florística tendo como referência a riqueza e a frequência de ocorrências das
espécies através do levantamento florístico rápido baseado no tempo de
amostragem.
O procedimento de campo consistiu na coleta e registro de ocorrência de
cada espécie diferente encontrada em intervalos de 15 min. Os registros
formam interrompidos quando em dois intervalos consecutivos foram
acrescentadas nenhuma ou apenas uma espécie nova à lista. As coletas foram
efetuadas no entorno (borda) e em transectos no interior do fragmento, de
forma a abranger todas as fisionomias detectadas, evitando-se coletas em
locais já percorridos. Foram feitos registros fotográficos do fragmento e seu
entorno para a descrição da fisionomia e observação do estado de
conservação destes locais.
Durante as caminhadas de registro das espécies arbustivas e arbóreas,
realizou-se coleta de amostras das plantas em fase reprodutiva ou vegetativa.
O material foi fotografado, herborizado pelos procedimentos usuais e
identificado com auxílio de literatura especializada e comparações com as
exsicatas existentes em herbários (ESA, UNICAMP e IAC) ou ainda a consulta
a especialistas. Os espécimes serão agrupados em famílias de acordo com o
sistema APG II (APG, 2003; SOUZA e LORENZI, 2008). Os autores das
espécies foram confirmados nas bases de dados disponíveis na internet.
(MISSOURI BOTANICAL GARDEN, 2013; Jardim Botânico do Rio de Janeiro –
Lista de Espécies da Flora do Brasil, 2013 e The International Plant Index,
2013.
7
III. Resultados e discussão.
Com relação à origem das espécies, a maioria é nativa de São Paulo
(341 spp) representando 92%; 2% (10 spp) são originárias de outras regiões do
Brasil e 6% (21spp) são exóticas (outros países) totalizando 372 espécies
registradas, como apresentado na Figura 3.
Figura 3. Quantidade de espécies nativas da região, nativas de outras
regiões do Brasil e exóticas (provenientes de outros países) encontradas na
área de estudo.
Em se tratando de riqueza de espécies, o Fragmento Pirapitingui
apresentou 143 espécies, a Fazenda Meia Lua 205 espécies, a Fazenda São
Bento 169 espécies, o Jaguari 160 espécies, a International Paper 160
espécies, a Fazenda Tubarão 144 espécies e a ARIE Matão 218 espécies
(Tabela 2).
O Mapa da área de estudo apresentou uma paisagem bastante
fragmentada, constituída por manchas de vegetação relativamente distantes
entre si. No entanto, nos 7 fragmentos foi registrado um número de espécies
expressivo (372) se comparado com trabalhos similares no Estado de São
Paulo. No levantamento realizado em Campinas (SANTIN, 1999), em 150
Fragmentos, foram encontradas 478 espécies, em Ribeirão Preto
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Nativa Regional Nativa Exótica
8
(HENRIQUES, 2003), em 99 fragmentos foram registradas 494 espécies em
Paulínia em 104 fragmentos foram encontradas 517 espécies.
Tabela 2. Lista dos Fragmentos com as respectivas áreas, tempos de
amostragem e riqueza de espécies.
nº Fragmento Área (ha) t amostragem nº espécies
1 Rio Pirapitingui 30,2 35 143
2 Meia Lua 199,0 107 205
3 Fazenda São Bento 44,9 35 169
4 Rio Jaguari 40,6 42 160
5 International Paper 72,8 46 160
6 Fazenda Japonês 58,0 41 144
7 ARIE Matão 160,0 71 218
Total
417,0 377 372
A lista com todas as espécies encontradas nos fragmentos bem como as
informações ecológicas e frequência de ocorrências estão no ANEXO 1.
Comparou-se a lista de espécies encontradas na área de estudo com as
listas de espécies ameaçadas de extinção do estado de São Paulo e do Brasil:
• Lista de espécies ameaçadas de extinção do estado de São
Paulo, Resolução SMA – 8 de 2008 orienta o reflorestamento
heterogêneo de áreas degradadas de São Paulo e apresenta
uma lista de espécies com as categorias de ameaça de espécies
arbóreas sendo: EX = Presumivelmente extinta, EW =
Presumivelmente extinta na natureza, CR = Em perigo crítico, EN
= Em perigo, VU = Vulnerável, QA = Quase ameaçada
(Disponível no Site do Instituto de Botânica de São Paulo).
• Lista de espécies ameçadas de extinção do Brasil: Instrução
Normativa nº6 de 2008 contém o Anexo I. Lista oficial das
espécies da Flora Brasileira ameaçada de extinção (Disponível no
Site do Ministério do Meio Ambiente).
O levantamento florístico mostrou que na área de estudo existem 21
espécies ameaçadas de extinção na lista de São Paulo e 2 espécies na lista do
Brasil que apresentadas da Tabela 3.
9
Todos os 7 fragmentos florestais analisados apresentam espécies
ameaçadas de extinção sendo: Fragmento Pirapitingui com 9 espécies (todas
de São Paulo), Meia Lua com 18 espécies (17 de São Paulo e 1 do Brasil), São
Bento (11 de São Paulo), Jaguari com 16 ( 15 de São Paulo e 2 do Brasil),
International Paper com 10 spp (São Paulo), Japonês com 9 spp (São Paulo) e
Matão com 14 spp (13 de São Paulo e 1 do Brasil) (ver Tabela 3).
Tabela 3. Lista das espécies ameaçadas de extinção encontradas na
área de estudo segundo a Lista de São Paulo e do Brasil, ambas de 2008, com
as respectivas frequências de ocorrência nos fragmentos.
Nº Espécie Nome
Popular Lista SP
Lista BR
Pirapitingui Meia Lua
São Bento
Jaguari Int
Paper Japonês Matão
1 Aspidosperma
polyneuron peroba-rosa QA
31 6 5 2
4
2 Aspidosperma
riedelii perobinha-
branca EN
1
3 Bauhinia longifolia
pata-de-vaca
QA
5 1 6 2 1 5 6
4 Cariniana
estrellensis jequitibá-
branco QA
2 18 4 14 16 1 22
5 Cariniana legalis Jequitibá-
rosa QA
10 1 1 4
3
6 Cecropia hololeuca
embaúva QA
24
1
9
7 Cedrela fissilis cedro-rosa QA
1 8 13 7 23 4 14
8 Cedrela odorata cedro-do-
brejo QA
11
1
9 Chrysophyllum marginatum
aguaí QA
8
5
18 10 5
10 Copaifera
langsdorffii copaíba QA
27 21 14 19 10 21 37
11 Cordia
ecalyculata café-de-
bugre QA
22 1 15
14
12 Guarea guidonia marinheiro QA
18
1
7 5
13 Guarea
kunthiana canjambo QA
1
2
14 Guarea
macrophylla café-bravo QA
5 1 3 3
30
15 Hymenaea courbaril
jatobá QA
31
10
17
16 Maytenus ilicifolia
espinheira-santa
EX
18
7
17 Myracrodruon
urundeuva urundeúva VU x
2
18 Myroxylon peruiferum
cabreúva VU
1 15
10 7 1 2
19 Ocotea
beulahiae canela-
sassafrás EN
7
20 Ocotea odorifera canela-
sassafrás x
13
2
8
21 Peltophorum
dubium canafístula QA
4 17 6 6 20 6 10
10
Várias destas espécies estão presentes com frequência significativa
indicando a importância de todos estes remanescentes florestais para a
conservação da diversidade vegetal Paulista e Nacional.
Quanto às Síndromes de Dispersão de frutos e sementes as espécies
foram classificadas segundo critérios de Van Der Pijl (1969) e Henriques
(2003), Morellato (1992).
Consideraram-se três categorias de síndromes de dispersão: Zoocóricas
(por animais), Anemocóricas (pelo vento) e Autocóricas (autodispersão). As
informações foram obtidas dos trabalhos de Henriques (2003), Crestana et al.
(2006), informações de pesquisadores e semelhança com espécies próximas.
Neste trabalho, a área de estudo apresentou predominância de Zoocoria
com 67% (250 spp), Anemocoria com 21% (78 spp) e Autocoria com 12% (44
spp) (ver Figuras 4 e 5).
Figura 4. Ocorrência das espécies arbustivo-arbóreas em relação às
Síndromes de Dispersão nos 7 fragmentos florestais da área de estudo.
0
50
100
150
200
250
300
Zoocórica Anemocórica Autocórica
11
Figura 5. Porcentagem das espécies arbustivo-arbóreas em relação às
síndromes de dispersão nos fragmentos da área de estudo.
Os fragmentos individualmente seguiram este padrão de distribuição,
com predomínio de Zoocoria variando de 61 a 68%, Anemocoria de 21 à 27% e
Autocoria de 8 a 14% das espécies registradas (ver Tabela 4 e Figuras 6 e 7).
Tabela 4. Síndromes de dispersão das espécies encontradas em cada
fragmento da área de estudo.
F1 Pirapitingui F2 Meia Lua F3 São Bento F4 Jaguari F5 Int Paper F6 Japonês F7 Matão
Zoocórica 98 130 107 106 97 92 149
Anemocórica 34 47 42 34 43 38 46
Autocórica 11 28 20 20 20 14 23
Total 143 205 169 160 160 144 218
Zoocórica
Anemocórica
Autocórica67%
12%
21%
12
Figura 6. Gráfico do número de espécies de acordo com as Síndromes
de Dispersão encontradas em cada fragmento da área de estudo.
Figura 7. Gráfico da porcentagem de espécies de acordo com as
Síndromes de Dispersão em cada fragmento da área de estudo.
A predominância de espécies zoocóricas indica o papel fundamental dos
animais para a conservação e restauração de áreas degradadas do município
e a importância da conectividade entre esses fragmentos de maneira a
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Zoocórica
Anemocórica
Autocórica
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Autocórica
Anemocórica
Zoocórica
13
favorecer o fluxo de material genético na forma de grãos de pólen e sementes
e outros tipos de interação.
Para a análise da Frequência de Ocorrência das Espécies adotou-se
a metodologia de MIACHIR, 2009 que considerou as seguintes categorias:
> 200 = Espécies muito frequentes
100 a 200 = Espécies frequentes
10 a 100 = Espécies raras
< 10 = Espécies muito raras
Neste trabalho, dentre as 372 espécies encontradas, as Espécies Muito
Freqüentes somam 0%, Espécies Freqüentes são 14 (4%), Espécies Raras são
188 (50%) e Espécies Muito Raras são 170 (46%) (ver Figuras 8 e 9). Desta
maneira, reforça-se a teoria de que são as espécies raras, neste caso
corresponde a 96%, que contribuem de maneira efetiva para a elevada riqueza
de espécies das florestas tropicais e merecem especial atenção para definir as
estratégias de conservação ambiental. E este fato pôde ser comprovado
através da aplicação desta metodologia no levantamento realizado nos 7
fragmentos de vegetação remanescente na região de Paulínia.
Figura 8. Número de espécies raras e comuns dentre as 372 espécies
registradas no levantamento florístico na área de estudo.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
MuitoFrequentes
Frequentes Raras Muito Raras
14
Figura 9. Porcentagem de frequência de registros das espécies na área
de estudo segundo categorias de Muito Frequentes (>200), Frequentes (100 à
200), Raras (10 à 100) e Muito Raras (<10), segundo Miachir, 2009.
Com relação à ocorrência destas espécies na área de estudo, as 14
espécies consideradas frequentes estão apresentadas na Figura 10.
Figura 10. Lista das 14 espécies frequentes (Frequência de 100 a 200)
encontradas na área de estudo.
Muito Frequentes
Frequentes
Raras
Muito Raras
020406080
100120140160180200
50%
46%
4%
15
As exóticas mais frequentes foram: café (Coffea arabica) com 45, santa-
bárbara (Melia azedarah) com 19, mamona (Ricinus communis) com 18, limão-
cravo (Citrus X limon) com 17, eucalipto (Eucalyptus sp) e jambo (Syzygium
jambos) com 11 (ver ANEXO 1).
Os fragmentos que apresentaram números maiores de registros de
espécies exóticas foram Fragmento 1 (Pirapitingui) com 40 registros de 8
espécies e o Fragmento 6 (Japonês) com 25 registros de 14 espécies (ver
ANEXO 1).
Verificou-se que a espécie exótica leucena (Leucaena leucocephala)
bastante infestante em diversas regiões do estado, inclusive em áreas naturais,
neste trabalho apresentou frequência de ocorrência baixa com apenas 2
registros na área de estudo.
Quase a totalidade da composição de espécies das Florestas
Estacionais Semideciduais é formada por espécies que estão em baixíssimas
densidades nestas matas e, assim, de modo disperso na paisagem. Isso
demonstra a importância de se conservar a paisagem e seus diferentes
habitats.
IV. Considerações Finais.
Apesar dos fragmentos apresentarem estado de conservação
preocupante, estes ainda abrigam uma importantíssima riqueza de espécies,
incluindo espécies raríssimas ameaçadas de extinção local e também 21
espécies incluídas nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção de
São Paulo e do Brasil.
Com relação às frequências de ocorrência das espécies (dados
quantitativos) as espécies raras são referências fundamentais para a
conservação, pois exigem maiores áreas para conter uma população viável.
Assim, os resultados da classificação das espécies nas quatro classes de
frequência (Muito Freqüentes, Freqüentes, Raras e Muito Raras) auxiliarão no
direcionamento das estratégias de conservação da diversidade vegetal na área
16
de estudo, principalmente com relação às espécies ameaçadas de extinção
local e enriquecimento de espécies em áreas degradadas.
A análise da paisagem considerando esta classificação (espécies raras e
freqüentes) destaca as espécies ameaçadas de extinção e conseqüentemente
os tipos de habitats onde estão inseridas para direcionar as estratégias de
conservação.
A composição das espécies com relação às síndromes de dispersão
apresentou relação estreita com a fauna, ou seja predominou zoocoria, seguida
de anemocoria e depois autocoria na mesma proporção nas análises da
paisagem e nos fragmentos individualmente.
Apesar das características de degradação, dimensões dos fragmentos e
grau de isolamento, observou-se a importância de todos eles na conservação
da diversidade biológica na região.
Medidas de conservação, visando favorecer a conectividade destes
fragmentos precisam ser aplicadas com urgência, para preservar o que ainda
existe e recuperar as áreas degradadas.
Ações para promover a permeabilidade ambiental e a conectividade da
paisagem são emergenciais para conservar as espécies existentes, induzir o
estabelecimento de outras espécies e outras formas de vida.
V. Bibliografia.
APG II. Na update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linnean Society, London, v. 141, p. 399-436, June 2003.
CRESTANA, M.S.M.; FERRETI, A.R.; TOLEDO-FILHO, D.V.; ÁRBOCZ, G.F.; SCHIMIDT, H.A.P.; GUARDIA, J.F.C. Florestas: sistemas de recuperação com essências nativas, produção de mudas e legislações. 2. ed. Campinas: CATI, 2006. 248p.
HENRIQUES, O. K. Caracterização da vegetação natural em Ribeirão Preto, SP: Bases para conservação. 2003. 208p. Tese (Doutorado em Ciências). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto. 2003.
JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Lista da Flora do Brasil. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/. Acesso em fevereiro de 2013.
17
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Lista da Flora ameaçada do Brasil. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biodiversidade/espécies-ameaçadas-de-extinção/flora-ameaçada. Acesso em fevereiro de 2013.
MIACHIR, J. I. Caracterização da vegetação remanescente visando à conservação e restauração florestal no município de Paulínia – SP. Tese Doutorado. ESALQ/USP. Piracicada, SP. 121p.
MISSOURI BOTANICAL GARDEN. Vascular tropics nomenclatural. Disponível em: http://www.tropicos.org/. Acesso em: fevereiro de 2013.
MORELLATO, P.C.; LEITÃO-FILHO, H.F. Padrões de frutificação e dispersão na Serra do Japi. In: História Natural da Serra do Japi: Ecologia e preservação de uma floresta no Sudeste do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade Estadual de Campinas/FAPESP. 1992. P 112-141. 332p.
RAMOS, V.S.; DURIGAN, G.; FRANCO, G.A.D.C.; SIQUEIRA, M.F., RODRIGUES, R. . Árvores da floresta estacional semidecidual: guia de Identificação de espécies. São Paulo. EDUSP; Biota/FAPESP, 2008. 312 p.
SANTIN, D.A. A vegetação remanescente do município de Campinas, SP: mapeamento, caracterização fisionômica e florística, visando a conservação. 1999. 199p. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) – Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1999.
SOUZA, V.S.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 2008. 703 p.
THE INTERNATIONAL PLANT INDEX. Disponível em: http://www.ipni.org/. Acesso em fevereiro de 2013.
VAN DER PIJL, L.; Principles of dispersal in higher plants. Berlin: Spring-Verlag. 1969. 2a Ed.
VELOSO. H.P.; RANGEL-FILHO, A.L.R.; LIMA, J.C.A. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, 1992. 123 p.
___ *** ___
18
ANEXO 1. Relação das espécies arbustivo-arbóreas encontradas nos 7
fragmentos florestais contendo o nome científico, família botânica, nome
popular, origem (REG = nativa da região de Paulínia, NAT = nativa de outras
regiões do Brasil, EXO = proveniente de outros países), categoria de ameaça
de extinção na lista de São Paulo ( EX = Presumivelmente extinta, EW =
Presumivelmente extinta na natureza, CR = Em perigo crítico, EN = Em perigo,
VU = Vulnerável, QA – Quase ameaçada) e na lista do Brasil; classificação em
síndromes de dispersão (ZOO = Zoocoria, ANE = Anemocoria e AUT =
Autocoria); e os valores de freqüência de ocorrência de cada espécie na
paisagem da área de estudo (FT) e em cada fragmento de vegetação.
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