Panda | Panda - Ideias & iniciativas MTC · 2020. 5. 11. · tanto ao nível de normativas e...

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Cada vez mais, são os projectos inovadores queabraçam a complementaridade entremedicinas. O Centro de Terapêuticas Não Convencionaisdo Hospital Soerad, em Torres Vedras, é umdestes exemplos. Aqui a Osteopatia, aNaturopatia e principalmente a MTCtrabalham conjuntamente com a medicinaconvencional, partilhando utentes, espaço econhecimentos. Foi a procura crescente e a necessidade decondições direccionadas, bem como umaequipa de apoio que impulsionou a ConsultaExterna de MTC (desde 2013) a transformar-seem 2017 num Centro Interno do Hospital.

Points 4 Balance – um centrode TNC integrado num hospitalem Torres Vedras Entrevista conduzida por Carlos Ho Maria João Pinto, terapeuta de MTC, desenvolvedesde há cerca de trê anos um projecto único quemerece ser conhecido, à frente de uma clínica deMTC integrada nas instalações de um hospitalprivado - o Hospital Soerad.  É um excelente exemplo de que é possível e atédesejável a complementaridade entre a MTC e amedicina convencional, dado que acrescenta valorà oferta de serviços de saúde prestados aospacientes e à populacão em geral. CH: Sendo um projecto singular no panoramanacional, conte-nos como surgiu esta ideia e estaoportunidade de parceria com o Hospital Soerad. MJP: As TNC têm vindo a conquistar o seu espaço ea criar um lugar condigno e respeitado emPortugal e são hoje reconhecidas e consideradascomo profissão relevante no âmbito da saúde eque, a meu ver, devem andar de mão dada com amedicina convencional, interagindo em ordem aum único objectivo: a melhoria da qualidade devida do utente. Tanto a OMS como o Ministério da Saúde têmpublicado guidelines de inserção de tais terapiasno Sistema de Saúde Privado e Público (Lei no.95-2019 Lei de Bases da Saúde).

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CH: O facto da Clínica funcionar nas instalações de umhospital, obrigou-vos a adaptarem-se a algum modelofuncional diferente? MJP: Sim. Foi preciso fazer como que uma“standartização” dos serviços das TNC’s e o desenvolverprotocolos de procedimentos próprios, transversais atodas as áreas da saúde, que pudessem conferirconfiança prática. CH: E existem também requisitos diferentes em termosde práticas regulamentares? MJP: Embora funcione como um serviço/clínicahospitalar, o Centro possui um director clínico próprio,bem como normativas, regulamentos, instalações, eauditorias adaptadas ao mesmo, tal como previsto naPortaria n.o 182/2014 de 12 de setembro (queregulamenta o funcionamento das unidades privadas deserviços de TNC, na sua na globalidade). CH: A partilha de instalações criou condições favoráveisà prática da complementaridade entre o clínica e ohospital? É comum um paciente do Hospital ser seguidosimultaneamente pelos vossos terapeutas e pelosmédicos? MJP: Sim. Esta ligação interna é feita principalmente aonível dos Cuidados Continuados, AtendimentoPermanente, e por encaminhamento de Especialidade. Contudo externamente, contamos com a crescenterecomendação por parte do médico de família e outroscolegas de outras instituições.

CH: E quais são as áreas e/ou tipos depatologias onde existe maior interacção  aonível da referida complementaridade?   As áreas mais procuradas e de interligação são,a da Dor (tendinites, lombalgia, lombociatalgia,nevralgia), a da Psiquiatria/Neurologia(depressão, ataques de pânico , insónia,parkinson, AVC) e da Oncologia (complementoà terapêutica - Quimio, Radio e Imunoterapia,Pós Cirúrgico, Paliativos). Esta é a prova de que rumamos em direcção aavanços significativos e progressivos que setraduzem numa visão integrada das Medicinasem prol do bem-estar dos utentes. CH: Acha que este vosso modelo decomplementaridade é replicável no mercadonacional? O mercado já estará pronto paraaceitar uma solução deste género? MJP: Penso que gradualmente este modelo decomplementaridade se torna replicável nomercado nacional. O próprio mercado, ao nível privado avançaprogressivamente e a prova disso são asparcerias recorrentes com as seguradoras desaúde

A resistência que possa ainda existir debate-seapenas pela não adaptação terminológica entremedicinas e do incumprimento das normativaslegisladas, o que logicamente torna inacessível acompreensão e cooperação com a comunidademédica convencional. Face ao referido, entende-se que é necessária umareformulação educacional no âmbito das TNC´s,tanto ao nível de normativas e protocolos de prática,bem como adaptação de terminologia. Simultaneamente considero essencial a inserçãogradual das TNC’s, no Sistema Nacional de Saúde,cooperando no tratamento e na prevenção de formacomplementar (o que já existe). A meu entender, todos deverão poder ter acesso àsTNC ´s. CH: Obrigado Maria João e muitos parabéns pelosucesso que está a ter com este projecto eesperemos que sirva de inspiração para que maisprojectos deste género possam surgir no nosso país.

Perfil de Maria João Pinto É especialista em Medicina Chinesa,Acupuntura e Fitoterapia e desempenhaactualmente a função de Directora Clínicado Centro de TNC’s do Hospital Soerad. O seu percurso académico indiciava já dealguma forma a sua vocação para fazer a ponteentre a MTC e a medicina convencional. Para além da sua formação em MTC na UMC(Universidade de Medicina Chinesa) em Lisboa, élicenciada em Biologia Celular e Molecular pelaUniversidade Nova de Lisboa (Faculdade deCiências e Tecnologias) e em Anatomia PatológicaCitológica e Tanatológica pela Escola Superior deTecnologia da Saúde de Lisboa. É ainda social-gerente da Points 4 Balance,Lda, sediada em Torres Vedras, a empresa deprestação de serviços de saúde na área dasTerapêuticas Não Convencionais que detém aparceria com o Hospital Soread referida nestaentrevista.

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