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PAPEL DA APOPTOSE NA LEISHMANIOSE HUMANA.
INTERAÇÃO MOLECULAR COM O HIV
Dra. Maria Lourdes Farre Vallve
LIMI-CPqGM-FIOCRUZ
Fundação Oswaldo Cruz
LEISHMANIOSE
Doença infecto-parasitária causada por um protozoário da família Trypanosomatidae, gênero Leishmania
2 milhões de casos novos a cada ano - entre as seis endemias mais importantes do mundo (OMS).
Importante problema de saúde pública no Brasil e 88 outros países do mundo
Apresenta um amplo espectro de manifestações clínicas e imuno-patológicas: Cura espontânea da lesão cutânea Forma cutânea localizada Forma cutâneo-mucosa Forma Visceral
características genéticas e da resposta imunológica do hospedeiro
Depende da espécie de Leishmania Xenvolvida
CO-INFECÇÃO HIV-LEISHMANIA
A co-infecção piora o estado clínico do paciente, sendo que o HIV aumenta o risco de apresentar leishmaniose e a Leishmania acelera o processo da AIDS.
Aumenta a mortalidade em comparação com os indivíduos unicamente infectados por HIV.
A co-infecção dificulta o diagnóstico sorológico.
A infecção pelo HIV está internalizando para as áreas rurais no Brasil a co-infecção afeta as áreas endêmicas de leishmaniose na Bahia?
Afeta 34 paises
3a co-infecção associada ao HIV
Principalmente associada a leishmaniose visceral
APOPTOSE: Morte celular programada
Inicia-se: Receptores de morte
Executa-se: caspases
Regula: prot. família Bcl-2
APOPTOSE E LEISHMANIOSENo modelo murino, a expressão de Fas/FasL demostrou-se crucial na resistência à infecção pela L. major (Conceição-Silva et al., 1998; Huang et al., 1998). Em humanos (pouca informação):
Leishmaniose visceral: Fas e FasL elevados no plasma e retornam a valores normais pós-cura (Eidsmo et al., 2002).
Leishmaniose cutânea: a via Fas-FasL é necessária para resolução da lesão (Sami et al., 2001).
Infecção in vitro: a L. donovani regula a apoptose do neutrófilo e macrófago para assegurar a sua sobrevida (Aga et al, 2002; Moore et al, 1994).
OBJETIVO GERALEstudar o papel da apoptose na leishmaniose humana, incluindo os casos de leishmaniose que apresentem co-
infecção com HIV.
OBJETIVOS ESPECIFICOS:
1. Estudar a regulação molecular da apoptose ex vivo e in vitro em células mononucleares de pacientes com leishmaniose tegumentar americana.
2. Estudar a incidência da co-infecção HIV/Leishmania e a possível alteração destas vias moleculares pela coexistência dos dois agentes infecciosos em indivíduos co-infectados.
3. Correlacionar os dados moleculares obtidos com os dados clínicos.
HIPÓTESES
A apoptose é um processo celular importante no estabelecimento e resolução da leishmaniose humana.
Nas áreas endêmicas de leishmaniose na Bahia existem casos de co-infecção HIV/Leishmania.
METODOLOGIA
Plasma PBMC
Coleta sangue
Citometria de fluxo DNA
RNA
Polimorfismo gene FAS
CBA: Caspase-3Bcl-2PARP
proteína
Sorologia: HIV Leishmania
ELISA: Fas FasL
Biopsia Paciente LTA
Dados clínicos
Banco de dados
Parafina: H/E diagnosticoIHQ
Analise Bayesiano
1a coorte
2a coorte
Plasma PBMC
Coleta sangue
Citometria de fluxo DNA
RNA
Polimorfismo gene FAS
CBA: Caspase-3Bcl-2PARP
proteína
ELISA: Fas FasL
Controle sadio
Dados clínicos
Banco de dados
1a coorte
2a coorte
Paciente leish. visceral
Plasma
Coleta sangue
DNA
ELISA: Fas FasL
RESULTADOS
1.Construção de um banco de dados e amostras de leishmaniose tegumentar americana (LTA).
181 pacientes
Dados demográficos e clínicos.
Plasma, DNA, RNA, proteína e biopsia de lesão
2. Construção de um banco de dados e DNA de leishmaniose visceral (colaboração UFMa).
1000 crianças (com manifestação clínica, DTH+ e controles sadios)
Dados demográficos e clínicos.
Plasma e DNA
CONSTRUÇÃO DE BANCOS DE DADOS E AMOSTRAS
0
25
50
75
100
Controls
LCL patients
Neutrophils Monocytes Lymphocytes
* ******
% C
D95
Análise da expressão ex-vivo do receptor Fas na superficie celular em pacientes com LTA
Aumento significante de neutrófilos, monócitos e linfócitos Fas positivos nos pacientes de LTA a respeito dos controles normais.
Correlação entre a expressão de Fas e as células mieloides somente nos controles normais (p=0.0029, r=0.83) mais não nos pacientes com LTA.
ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS RELACIONADAS COM A APOPTOSE NA LTA: receptor de morte celular FAS
RELEVÂNCIA CLÍNICA ??
0
50
100
150
200
Fas"high" Fas"low"
heali
ng
tim
e (
days) **B
0 25 50 75 1000
50
100
150
200
p=0.048 r=-0.58
% CD95+ lymphocytes
hea
lin
g t
ime
(day
s)
A
Patient group
healing time≤60 days
healing time>60 days2
Fas “high” 1 5 1
Fas “low” 1 1 7
RR=6.67 (95% IC 1.03-43.19) p=0.026 (Fisher’s test)
Não observamos associação com a resposta imune humoral (anti-leishmania IgG) ou celular (DTH)
A expressão de Fas na superfície dos linfócitos correlaciona-se negativamente com o tempo de cura.
Risco relativo seis vezes maior de aumento do tempo de cura nos pacientes que expressam menos FAS.
CORRELAÇÃO EXPRESSÃO DE FAS COM DADOS CLÍNICOS
2a coorte (n=X) confirma-se os resultados da primeira coorte.
Aplicação do análise de redes bayesiana (análise de associação multifatorial - dados laboratoriais e clínicos): Expressão de Fas associa-se com o número de ciclos de tratamento requeridos.
CD95
Treatment cycles
MARCADOR DE RESPOSTA TERAPÊUTICA
Expressão de Fas na superficie dos linfocitos
Existem fatores genéticos associados??
PAPEL DO POLIMORFISMO -670 DO GENE FAS NA LTA.
** *
AA GA GG 0
1
2
3
Trea
tmen
t Sb
V * *
0
50
100
150
Healin
g t
ime (
Day)
*
Polimorfismo funcional na região promotora do gene FAS situado na seqüência de ativação por interferon-gama (GAS, STAT1 binding site).
Análise por RFLP: substituição CCAGAAACCAGGAA
RESULTADOS:
Não observamos diferenças nas freqüências dos genotipos entre os pacientes de LTA e os controles normais não contrubui com a susceptibilidade.
AA funcionalGA heterozigotosGG não funcional
Associação com a severidade o genotipo AA (funcional) esta associado com um tempo de cura menor e menor requerimento de ciclos de tratamento com antimonial pentavalente.
Análise Bayesiana confirma a associação entre o genótipo de FAS, os ciclos de tratamento e o tempo de cura
Healing time
Fas genotype
Treatment cycles
O polimorfismo –670 do gene FAS esta associado com a severidade da doença candidato a marcador farmacogenêtico para a resposta a antimoniales na LTA.
A evolução clínica da LTA é um processo multifatorial com interações complexas entre sexo, idade, fatores genéticos e resposta imune.
ANÁLISE DA REGULAÇÃO DE PROTEÍNAS RELACIONADAS COM A APOPTOSE NA LTA: caspase-3, Bcl-2 e PARP
Extrato protéico de PBMC
(2a coorte) - Técnica CBA
Caspase-3 ativação
PARP clivagem
Bcl-2 expressão
Controles sadios
Pacientes LTA
Diminuição significativa da expressão de Bcl-2 (proteína anti-apoptotica) nos pacientes com LTA em comparação com os controles sadios.
Diminuição da ativação da caspase-3 (efetora da apoptose) nos pacientes com LTA, mas sem diferenças no clivagem de PARP (substrato da caspase-3) dúvida: marcador de apoptose ou ativação celular ???
Proximo passo: estudo da regulação destas proteínas nas populações celulares isoladas.
RESULTADOS V
Sorologia HIV pacientes área endêmica de Jiquiriçá
124 pacientes testados
2 pacientes positivos e 2 no cut off (duplicados). Para descartar falsos positivos (pois a presença de Leishmania pode interferir no teste) Detecção do RNA do vírus.
Projeto aprovado e financiado na Chamada para pesquisas clínicas e clínico-epidemiológicas em DST/HIV/Aids. Convocatória n 1/2005 – Ministério da Saúde – UNESCO
Relação Parasita-Hospedeiro na co-infecção HIV x Leishmania sp e sua
evolução para a Leishmaniose Tegumentar.
Avaliação da co-infecção HIV-Leishmania numa população de 4000 indivíduos das áreas endêmicas de Jiquiriçá (Fazenda Bom Jesus) e Jequié (Florestal) - Ba.
PERSPECTIVAS
Análise de Fas e Fas L na lesão (IHQ da biopsia)
Estudo da inicidência da co-infecção HIV/Leishmania nas áreas endêmicas de Jiquiricá e Jequié (projeto aprovado e financiado).
Estudos ex vivo e in vitro da interação HIV/Leishmania.
TRABALHOS EM ANDAMENTO
Análise dos níveis de Fas e Fas L solúveis por ELISA
Análise do polimorfismo -670 do gene Fas na coorte de leishmaniose visceral
Estudos in vitro da regulação das vias de apoptose na infecção in vitro de macrófagos humanos.
Publicacões e apresentacões a congressos
Lymphocyte Fas (CD95) expression can predict therapeutic response in human cutaneous leishmaniasis.
Lourdes Farré, Gilvanéia Silva Santos, George Soares, Jackson M Costa, Aldina Barral, Manoel Barral-Netto & Johan Van Weyenbergh Submetido no Cell Death and Differentiation.
Apresentações em congressos:
Immunogenetic and pharmacogenetic analysis of FAS (TNFRf6) -670 promoter polymorphism in cutaneous leishmaniasis. Santos, G.S. ; Farre, L ; Deforche, k. ; Soares, G ; Barral-Neto, M ; Van Weyenbergh J . XXX meting of the Brazilian Society of immunology, 2005, São Paulo.
Efeito diferencial de IFN-beta e L.amazonensis em macrófagos e células NK. Bafica AM, Farre L, Van Weyenberg J. Jornada de iniciação científica do nordeste-2004, Recife. Comunicação oral.
Efeito diferencial de IFN-beta e l. amazonensis em macrofagos e celulas NK humanas XXIII Seminário Estudantil de Pesquisa. Bafica AM, Farre L, Van Weyenberg J. UFBA, 2004,Salvador.
Fas expression in PBMC of patients with localized cutaneous leishmaniasis - correlation with clinical data. Silva G, Farre L, Soares G, Barral A, Barral-Netto M, Van Weyenbergh J. Meeting of the Brazilian Society of Immunology. 5-8 outubro 2003. Mangaratiba (RJ).
Orientações concluídas:
Estudo do polimorfismo –670 e da expressão do gene Fas na leishmaniose cutânea: possível associação com dados clínicos.
Tese de mestrado (co-orientação). Curso de Pós-graduação em Patologia UFBA-FIOCRUZ 2004 Aluna: Gilvanéia Silva Santos.
Especialização: Adriana Santos Almeida, Aline Clara da Silva.
Iniciação cientifica: Bruna
Orientações em andamento:
Doutorado: Gilvanéia Silva Santos (Co-orientação)
Mestrado: Aline Clara da Silva
EQUIPE
Adriana Santos Almeida
Gilvaneia Silva Santos
George Mariani Soares
Aline Clara da Silva
Dra. Maria Lourdes Farre Vallve
Dr. Johan Van Weyenbergh
Dr. Jackson Costa Mauricio
Dra. Aldina Barral
Dr. Manoel Barral-Netto
Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz FIOCRUZ - Bahia
COLABORADORES
Dra. Isolda Casanova
Dr. Ramon Mangues
Hospital de Sant Pau Barcelona - Espanha
Kul Deforche
Dra. Anemie Vandamme
Univestidade Católica de Lovaina – Bélgica
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