Processos Hibridos - Couchot - AP 2

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apresentação capítulo2 couchoutarte interativa

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Débora Aita GasparettoDisciplina Processos Híbridos

O SÉCULO XX É O SÉCULO DA COMUNICAÇÃO

1ª metade do Século XX - cinema e rádio modificam os modos de percepção

A imagem-som bloqueia, nos artistas de vanguarda, todo retorno significativo ao sistema de representação depende da ordem ótica. Isto acaba refletindo no triunfo da ABSTRAÇÃO

Anos 50 – surge a TV

A quantidade de imagens e sons veiculados pelas mídias tornam-se tal em alguns anos, que ninguém mais é capaz de absorver inteiramente o fluxo e de atribuir significações precisas e controladas a essas imagens e a esses sons

Surge um novo espaço social, o das redes de telecomunicação audiovisual, que força mais uma vez a arte a se deslocar e abandonar a abstração

1950 -1980 - Cibernética

A partir dos anos 80 – Era do numérico – mutação dos modos de comunicação

O efeito massa

Inovações tecnológicas evoluem o campo tecnestésico, afetando os modos de percepção do espaço e do tempo

Onda Sonora – audição passa a levar mais longe e mais diretamente que a vista

Segundo McLuhan – o rádio contrai o mundo a uma escala de aldeia, porém sem homogeneizar

A RADIODIFUSÃO E O FILME

O efeito de massificação do rádio se dá por exclusão do EU em proveito do NÓS extremamente unificador. A entrada do Eu no sistema não é impossível, mas é rigorosamente controlado.

O rádio faz com que os assuntos, a músicas, o conteúdo se misture à vida

Arte Radiofônica

Apresentar aos ouvintes uma linha sonora ditada ainda pelos procedimentos narrativos tirados dos livros e do teatro

Ex.: Orson Welles – marcianos – A GUERRA DOS MUNDOS

http://www.youtube.com/watch?v=x39zXBgaXec&feature=related

O filme, isto é, ao mesmo tempo a arte e a técnica cinematográfica, acrescenta seus efeitos aos do rádio, com domínio da imagem, depois da imagem-som

Walter Benjamin dizia por sua vez que o filme, enquanto reprodução mecanizada, tal como a fotografia, faz das obras de arte do passado seu objeto (literatura, pintura)

O que transforma sua ação e repercute sobre a arte na sua forma tradicional

Benjamim mostrou bem como a reprodução mecanizada da obra de arte modificava a maneira de reagir da massa em relação à anti-retrograda, por exemplo, diante de Picasso, progressista diante de Chaplin

“Experimentamos sem criticar o convencional – criticamos com desgosto o verdadeiramente novo” (Benjamin)

O Público de Cinema está no mesmo lugar de apresentação, neutro e separado do público, diferente do rádio, e o que não é possível com a pintura, cuja contemplação não pode ser muito largamente coletiva

Na projeção de um filme a contemplação é incessantemente interrompida pela transformação das imagens

O filme responde às transformações profundas de modos de percepção e da evolução do Sujeito-NÓS

O cinema não é somente a imagem em movimento, é sobretudo o olho em movimento, uma certa figuração da mobilidade e da velocidade

O cinema traz uma referência inevitável ao real

RÁDIO – Milhares de Ouvintes afastados Mesmo Som Mesmo Instante

CINEMA – Mesmos Expectadores Mesmo Espaço Mesma Imagem

Efeito potente de sincronização e de massificação se exercendo sobre o sujeito NÓS. “de exercício da percepção” que a pintura não saberia ter

Cinema é caro para fazer

Gosto do Público

Faz com que o cinema permaneça popular

Após a 1ª Guerra Mundial historiadores falam de um retorno à ordem

Alguns artistas não abandonam a figuração: PICASSO, MATISSE, DUFFY, BONNARD

O RETORNO À ORDEM

Entre - guerras – ascensão da BAUHAUS

Em alguns países sansão dura contra a arte RÚSSIA – anos 20 – vanguardas rejeitadas enquanto expressão de uma ideologia pequeno-burguesa, devido ao Realismo Socialista

http://www.youtube.com/watch?v=uVQncmr3DsU&playnext_from=TL&videos=kM1sa3iQweM

ALEMANHA – 1937 – regime nazista condena a arte degeneralizada – O Rádio e o Cinema são explorados com a finalidade de doutrinamento

1920 – SURREALISMO (Exploração do automatismo gráfico e da escuta – automatização do pensamento) Estado de criação não controlado pela

razão, expressão do inconscienteANDRÉ BRETON

Manifesto Surrealista (a imaginação de retomar seus direitos, levar em conta a “espessura do sonho”

SALVADOR DALÍ (método paranóia-crítica) – utilização hábil das mídias, que faz dele um artista pouco compreendido, mas popular. Comportamento autopromocional, que será retomado bem mais tarde e adaptado à evolução das mídias por Warhol

Toda máquina pode ser suspeita de irracionalidade e assim revelar sua filiação humana. Toda máquina depende de um inconsciente maquínico

Outra figura do sujeito: NÓS inconsciente que produz e percebe as imagens automáticas do pensamento bruto Um NÓS de alguma maneira desmassificado, único, singular incomunicável, como todo sonho

Fim da 2ª Guerra Mundial – retorno à ordem

Arte Abstrata – cuja hegemonia remete ao esquecimento das outras formas de arte

Abstração – uma das Rupturas mais vivas com a representação tradicional

CONSAGRAÇÃO DA ABSTRAÇÃO

ANOS 50 – ABSTRAÇÃO – GÊNERO + COTADO EUA/EUROPA

2 Correntes: Abstração Geométrica, suplantada pelo

expressionismo abstrato – formas frias

Abstração Lírica, tachismo, informalismo e a action painting – efeitos de velocidade, participação gestual e tátil

Sujeito-NÓS, também único, ligado à técnicas gestuais e a seus automatismos, que se tornam finalmente o melhor apoio do Sujeito-EU na sua busca de subjetividade

JACKSON POLLOCK (dripping)

Georges Mathieu (tachismo)

A partir do fim da 2ª Guerra Mundial

Seus efeitos sobre a percepção e sua ressonância na arte só se tornam discerníveis a partir dos anos 50, quando desencadeiam uma nova efervescência

A TV faz mais que representar, ela torna presente. Coloca o observador , instantaneamente e independentemente da distância, em contato visual com a realidade.

A TELEVISÃO

Sobreapresentação Televisiva – faz coincidir o tempo da realidade captada no seu desenrolar, o de sua imagem e do observador.

ACONTECIMENTO – PRESENTE – INSTANTE

A TV junta dois tempos diferentes: o que acontece durante a emissão e o que acontece durante a recepção.

A TV foi um desafio aos artistas, ao mesmo tempo que transformava sua percepção, lhes fornecia novos meios de figuaração

Da mesma maneira que a tela da TV derrama uma onda imagética do mundo no meio de móveis e de objetos da casa, as Combine Paintings derramavam no meio das figuras abstratas, pintadas à mão, os objetos inteiros arrancados da mais banal realidade

As Combine Paintings traduzem também o aspecto da sociedade de consumo em plena expansão

John Cage (1938 – pianos/rádio) influencia Rauschemberg e Combine Paintings

Robert Rauschenberg (American, 1925-2008). Canyon, 1959. Combine painting. 220.3 x 177.8 x 61 cm (86 3/4 x 70 x 24 in.). Sonnabend Collection, New York.

Robert Rauschenberg (American, 1925-2008). Factum I, 1957. Combine painting. 156.2 x 90.8 cm (61 1/2 x 35 3/4 in.). The Museum of Contemporary Art, Los Angeles, The Panza Collection.

A arte deve dar a ver o real no aspecto de sua totalidade expressiva. E pelo interpretar dessas imagens objetivas, é a realidade inteira muito banal da atividade dos homens, a natureza do século XX, tecnológica, industrial, publicitária, urbana, que é convocada a comparecer

Novos Realistas Hains – pôsters Armam – lixeiras Raysse – neons Tinguerly Klein Claes Oldenburg

POP ART Lichtenstein declara: a pop art é um engajamento contra o que

há de mais ameaçador de mais detestável na nossa cultura, mas que é, ao mesmo tempo potente e invasivo

Warhol: ele parte de uma imagem conhecida do público e a degrada, simplifica, transforma, multiplica, por meio de tratamentos fotográficos e mecânicos diversos – joga com a publicidade e imprensa

- Ele queria ser uma máquina- rede – nada faz sentido fora da rede- o meio é a mensagem - Mcluhan

Este é o mundo da arte contemporânea

Não existe mais material específico, qualquer matéria, qualquer produto, qualquer gesto, qualquer intenção, tornam-se obras, com uma condição: serem veiculadas na mídia e transitarem pela rede artística

O TRATAMENTO AUTOMÁTICO DA INFORMAÇÃO

O Tubo a vácuo e a cibernética

O efeito tecnestésico dessas técnicas cibernéticas demorou mais a se manifestar, mas também ajudou na formação da sensibilidade artística da segunda metade do Séc. XX

A eletrônica não é mais uma técnica, sim uma tecnologia (ciência, teoria e formalização matemática).

Diodos e tiodos – tubo a vácuo/rádio Iconoscópio – criado em 1928 – 1º tubo de TV Utilização de tubos vácuo na defesa antiaérea - 2ªGM Radar – previsão Predictor – retroação – feedback

Norbet Wiener “A finalidade da cibernética é desenvolver uma linguagem e técnicas que nos permitam efetivamente atacar o problema da regulação das comunicações em geral, e também de encontrar um repertório conveniente de idéias e de técnicas para classificar suas manifestações particulares segundo certos conceitos.”

INFORMAÇÃO = ORDEM

O controle deste sistema se dá pelas mensagens

“A ideia mestra da comunicação é a transmissão de mensagens” Wiener

A noção da máquina cibernética, ultrapassa a da máquina mecânica. A inteligência não é mais exclusividade do homem

A teoria da informação

tubos a vácuo – aperfeiçoando máquinas de calcular – busca pelo cálculo automático

O matemático Neumann – registrou na memória da calculadora o programa e os dados

NÚMEROS E LETRAS SUBSTITUÍRAM AS CONEXÕES E OS CABOS SIMBOLOS ABSTRATOS, CONSTITUINDO UMA LINGUAGEM

Assim nasceu o computador e a informática

inicialmente domínio militar EUA, logo domínio civil (administrativo/comercial) – indústrias – revolução – automação

1949 – Shannon – cria o bit – informação com definição matemática

0 e 1 – sim e não

O computador traduz mensagens em símbolos matemáticos.

Máquinas e linguagem fizeram processos estupendos, ao passo que com a automação, as técnicas de produção tornaram-se totalmente tributárias das técnicas da informática – que estão em quase todos os setores da indústria

A cibernética, associada ao tratamento da informação produziu um conjunto de idéias extremamente novas em correspondência as tecnologias, também novas, influenciando vários campos, principalmente os culturais, da arte e filosofia.

O significante precede e determina todo o significado – marca as artes de todas as tendências