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Uma Estratégia de Especialização Inteligente para o Alentejo Documento de Trabalho Évora, Janeiro de 2014
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 2
ÍNDICE APRESENTAÇÃO................................................................................................................ 3
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 4
2. PERCURSO DE INOVAÇÃO NO ALENTEJO ..................................................................... 7
3. DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÓMICO............................................................................ 11
3.1 POPULAÇÃO E TERRITÓRIO .................................................................................. 12
3.2 PRODUTIVIDADE E ESTRUTURA ECONÓMICA...................................................... 14
3.3 INTERNACIONALIZAÇÃO....................................................................................... 19
4. INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO REGIONAL .................................................................... 20
4.1 NO CONTEXTO EUROPEU ..................................................................................... 20
4.2 A INTENSIDADE DE INOVAÇÃO............................................................................. 22
4.3 AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO....................................... 27
4.4 AS INFRA-ESTRUTURAS E OS RECURSOS HUMANOS ........................................... 34
4.5 DINÂMICA DE INVESTIMENTO.............................................................................. 40
4.6 O POTENCIAL DE INVESTIGAÇÃO.......................................................................... 50
5.MATRIZ SWOT ............................................................................................................. 52
6. A VISÃO....................................................................................................................... 55
7. ELEMENTOS DE DESENVOLVIMENTO PARA UMA ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE E
IDENTIFICAÇÃO DE PRIORIDADES .................................................................................. 57
8. POLICY MIX ................................................................................................................. 76
9. MODELO DE GOVERNAÇÃO........................................................................................ 79
10. MONITORIZAÇÃO/AVALIAÇÃO................................................................................. 82
ANEXOS........................................................................................................................... 84
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 3
APRESENTAÇÃO
O presente documento resulta do processo de elaboração de uma Estratégia de Especialização
Inteligente para o Alentejo, que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do
Alentejo (CCDR Alentejo) iniciou em Novembro de 2012.
Como metodologia de trabalho para a elaboração da RIS3, tem-se desenvolvido um trabalho
conjunto com as entidades do Sistema Científico e Tecnológico Regional visando identificar o
potencial de investigação existente a nível regional, bem como a identificação selectiva das
prioridades de intervenção, no quadro de desenvolvimento económico e social do Alentejo.
Esse trabalho tem-se materializado mediante:
a. Realização de reuniões com representantes das Instituições do ensino superior
regionais, das Comunidades Intermunicipais, de empresas regionais, dos Núcleos
Empresariais regionais, da Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, dos
Centros de Investigação, dos pólos Tecnológicos, entre outras;
b. Recolha de informação sobre a Inovação, Ciência e Tecnologia na região através de
contributos escritos de entidades do Sistema Científico e Tecnológico
c. Elaboração de questionário enviado a vários stakeholders públicos e privados;
d. Participação em diversos fóruns associadas à especialização inteligente, quer como
oradores nos painéis, quer como participantes;
e. Participação em seminários, workshops ou peer-review organizados pela Plataforma
S3 da Comissão Europeia;
f. Participação, como oradores e como participantes, em ações realizadas pela região
da Extremadura Espanhola visando a elaboração da sua RIS3;
Sendo este um processo ainda em construção, encontra-se em fase de ultimação o
lançamento de um questionário sobre a oferta científica, tecnológica e de inovação regional, a
ser remetido às entidades que desenvolvem investigação e tecnologia na região (empresas e
entidades do SCT) e a realização de um conjunto de ateliers temáticos, a realizar até meados
de Fevereiro, que visam: (i) a partilha de uma visão comum sobre a importância da temática
para os desígnios de desenvolvimento da região no período 2014/2020; (ii) a validação pela
estrutura económica e científica regional do diagnóstico e linhas de intervenção identificadas;
(II) identificação de prioridades de intervenção.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 4
1. INTRODUÇÃO
Resultante da globalização, das alterações climáticas e do envelhecimento da população, a
União Europeia (UE) confronta-se actualmente num período de transformação que, aliada à
crise financeira que se tem agudizado desde 2008, voltou a colocar em causa os progressos
sociais e económicos dos países que a constituem.
Com o objectivo de assegurar o desenvolvimento sustentável ao longo da próxima década, a
UE propôs uma nova estratégia política “Europa 2020” com vista a apoiar o emprego, a
produtividade e a coesão social na Europa, de forma a alcançar um crescimento inteligente
(através da promoção de uma economia baseada no conhecimento e na inovação), sustentável
(através da promoção de uma economia competitiva mas de baixo carbono em termos de
utilização de recursos) e inclusivo (através de melhores taxas de emprego e que assegure a
coesão social e territorial, o aumento das qualificações e o combate à pobreza).
Para potenciar estas prioridades, a UE, Portugal e o Alentejo devem centrar os seus esforços
numa estratégia de crescimento potenciada pela afectação dos Fundos Comunitários em onze
Objetivos Temáticos:
1. Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação
2. Melhorar o acesso, o uso e a qualidade das TIC
3. Reforçar a competitividade das PME e dos sectores agrícola, da pesca e da aquicultura
4. Apoiar a transição para uma economia de baixo carbono em todos os sectores
5. Promover a adaptação às alterações climáticas e a prevenção e gestão de riscos
6. Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos
7. Promover os transportes sustentáveis e eliminar os estrangulamentos nas principais
redes de infra-estruturas
8. Promover o emprego e apoiar a mobilidade laboral
9. Promover a inclusão social e combater a pobreza
10. Investir no ensino, nas competências e na aprendizagem ao longo da vida
11. Reforçar a capacidade institucional e uma administração pública eficiente.
O robustecimento da capacidade de inovação em todas as regiões é crucial para que haja um
crescimento inteligente - tanto nas regiões que estão na vanguarda da ciência, como nas que
estão mais atrasadas, o qual se deve processar através da concentração de politicas e recursos
em prioridades específicas. Desta forma, e no que se refere especificamente aos primeiros dois
objetivos temáticos, a Comissão Europeia (CE) pretende que as autoridades nacionais e
regionais desenvolvam estratégias de investigação e inovação para a especialização
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 5
inteligente (RIS3) de forma a que os Fundos Estruturais possam ser utilizados mais
eficientemente e que as sinergias entre investimentos e políticas possam ser intensificadas,
possibilitando assim uma transformação estrutural baseada na competitividade e na
especialização da economia em espaços múltiplos e inter-relacionados a nível local, regional e
nacional.
Para uma eficaz participação regional e nacional no próximo período de programação
financeira ao nível comunitário, seja através das Políticas de Coesão ou do Horizonte 2020
(numa vertente mais de cooperação e competitiva), as estratégias de especialização
inteligente são uma condição prévia («condicionalidade ex-ante») para apoiar investimentos
no âmbito de dois dos onze objetivos identificados:
• reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação (a meta
I&I);
• melhorar o acesso e a utilização de qualidade das TIC (a meta TIC).
O desenvolvimento, elaboração e implementação destas estratégias para a transformação e
crescimento económico devem ser baseadas em provas1, estabelecidas prioridades segundo
uma perspectiva de inteligência estratégica sobre as mais-valias2, os desafios3, as vantagens
competitivas e o potencial de excelência de uma região, com o objectivo de a posicionar em
mercados/nichos globais específicos e em cadeias de valor internacionais. Neste processo, as
regiões também devem ter um olhar crítico para todas as formas de inovação, incluindo a
inovação social, inovação organizacional, a transferência tecnológica, o empreendedorismo, ou
novos serviços e planos de negócios.
Com base nestes pressupostos, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do
Alentejo (CCDR Alentejo) iniciou o processo de desenvolvimento de uma estratégia de
especialização inteligente para o Alentejo, através de um conjunto de questões chave sobre o
Crescimento Inteligente.
O objectivo maior das RIS3 é o de definição da especialização regional que lhe confere a(s)
vantagem(s) competitiva(s) e comparativa(s) perante as restantes regiões, dotando-as de
capacidades de desenvolvimento e de uma rápida modernização dos sectores e mercados
associados bem como nos benefícios societais. Para a sua elaboração é importante identificar
1 Por exemplo, SWOT, análises prospectivas e de tendências, mapeamento tecnológico, análise de conjunto ou conhecimento
empresarial dos mercados 2 Incluindo universidades, politécnicos, institutos de investigação, ciência, tecnologia, competências, capital humano, ambiente,
acesso ao mercado, sistemas de governação e ligações a outras regiões 3 Incluindo uma população em envelhecimento, inadequações do mercado laboral, localização remota e aspetos ambientais
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 6
as características e os activos exclusivos de cada país ou região, tendo como orientações
metodológicas:
1. Definição de Escolhas e da Massa Crítica (Choices and Critical Mass) – cada região tem
de limitar prioridades de investigação e desenvolvimento tecnológico com base nas suas
forças e no estabelecimento de parcerias, evitando a duplicação e fragmentação no espaço
europeu de investigação e onde a acção resulte em ganhos de eficiência e num impacto de
larga escala mediante a utilização da massa crítica;
2. Identificar Vantagens Competitivas (Competitive Advantages) - onde se pretende
mobilizar o talento através da articulação das capacidades de IDT&I com as necessidades
das empresas;
3. Definir Conectividades e Clusters (Conectivity and Clusters) – propiciar o
desenvolvimento de agrupamentos em áreas com ligações interdisciplinares dentro e fora
do país/região;
4. Desenvolver a Liderança Colaborativa (Collaborative Leadership) - desenvolver um
sistema de inovação como um esforço colectivo baseado nas parcerias público-privadas
(hélice quádrupla) e integrando-os num quadro político único e coerente (por exemplo ao
nível da programação conjunta, dos mercados-piloto, etc.).
Sendo a elaboração de uma estratégia um processo, a metodologia da RIS3 identifica 6 passos:
1. Análise do contexto regional e do potencial para a inovação;
2. Desenvolvimento de uma estrutura de governação inclusiva e sólida;
3. Produção de uma visão partilhada para o futuro da região;
4. Selecção de um número limitado de prioridades para o desenvolvimento regional;
5. Definição de um conjunto de políticas eficazes;
6. Integração de mecanismos de monitorização e avaliação.
Para a elaboração da estratégia não importa ter o foco apenas na produção de novos
conhecimentos, mas também o aproveitamento do conhecimento e das tecnologias existentes
para inovar de todas as formas possíveis deve estar presente, incluindo na inovação
organizacional e comercial, orientadas para o utilizador e para a dimensão social.
O presente documento consubstancia uma fase de um processo - análise do contexto regional
e do potencial para a inovação – e fazer uma primeira aproximação às prioridades de
intervenção da RIS3.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 7
2. PERCURSO DE INOVAÇÃO NO ALENTEJO
A região do Alentejo tem feito um percurso de preparação dos instrumentos estratégicos com
vista ao estímulo do conhecimento, da inovação e da transferência de tecnologia, aplicados ao
desenvolvimento de novos (ou melhorias substanciais nos existentes) produtos, serviços ou
processos. Assim, em 2002 foi implementado o Programa “Alentejo Activo – Programa das
ações Inovadoras da Região Alentejo” que visava utilizar a inovação, o desenvolvimento
tecnológico e o conhecimento científico como bases para aumentar a competitividade e a
produtividade regional.
Perante a relevância da temática para a região, por iniciativa da CCDR Alentejo foi elaborado,
entre 2004 e 2006, o Plano Regional de Inovação do Alentejo, instrumento que identifica
constrangimentos e potencialidades de inovação nos, então considerados, principais sectores
da base económica regional (agro-alimentar, vitivinicultura, cortiça, rochas ornamentais e
turismo) e em dois sectores emergentes (TIC e aeronáutica). O documento tem uma segunda
componente em que fundamenta e define um programa de Acção para estimular, divulgar e
integrar inovação (técnica, processual ou de comercialização) no tecido produtivo e de
investigação da região. Estas intervenções visavam tanto o plano dos recursos produtivos
como de I&DT (Instituições de Ensino Superior, Centros Tecnológicos, …).
Nas considerações que decorrem do diagnóstico ao capital tecnológico e inovação, foram
reconhecidas as deficiências da região no domínio das actividades de I&D, não sendo nas
actividades de maior intensidade científica e tecnológica que as carências são mais
acentuadas.
O diagnóstico sugere que as maiores lacunas, no domínio da inovação, se encontram nas
atividades de I&D mais próximas do mercado, na inovação empresarial, na ligação das
instituições e fontes de desenvolvimento científico e tecnológico ao tecido produtivo regional
e na ausência de um sistema científico e tecnológico coerente que coordene a nível regional as
atividades de I&D e outras de apoio tecnológico e de comercialização e marketing.
Para a concretização das atividades de mediação entre os diferentes atores regionais, o PRIA
equacionou várias formas de agrupamentos: (i) entidades universitárias de interface com a
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 8
envolvente científica, aproximando a investigação académica das empresas; (ii) entidades do
tipo Polo ou Parque Tecnológico incluindo centros de incubação, tendo por principal missão o
interface com as Instituições de Ensino superior; (iii) entidades públicas e semipúblicas de
apoio ao desenvolvimento tecnológico que alertem as empresas para a possível aplicação de
resultados gerados nas atividades de investigação científica e tecnológica; e (iv) Associações
Empresariais, Regionais ou Setoriais, com funções no domínio do apoio tecnológico e de
mediação, incluindo difusão de informação, ações de demonstração e formação profissional.
Na articulação de instrumentos de planeamento e reconhecendo a importância do
conhecimento e inovação no desempenho da região, foi integrada esta vertente no Plano
Regional de Ordenamento do Território do Alentejo (PROTA), publicado em 2010. De realçar
que nas opções estratégicas territoriais do Plano Nacional de Ordenamento do Território
(PNPOT), para o Alentejo, consta a promoção da cooperação entre instituições do ensino
superior no sentido de aumentar os recursos regionais de investigação e desenvolvimento
tecnológico, tendo em vista a resposta eficiente às necessidades tecnológicas e ao
aproveitamento das oportunidades de inovação.
No PROTA são reconhecidas as significativas fragilidades que a Região evidencia no domínio
da inovação empresarial e da ligação das instituições e fontes de desenvolvimento científico e
tecnológico ao tecido produtivo regional.
As perspectivas de reestruturação da base económica regional constituem um impulso
acrescido para uma abordagem integrada da problemática do seu desenvolvimento científico e
tecnológico. A opção estratégica de constituição de uma Rede Regional de Ciência Tecnologia e
Inovação sublinha a importância atribuída a este domínio no processo de modernização da
economia regional, promovendo as actividades de I&D na Região, a qualificação das
capacidades de inovação empresarial e a emergência de empresas de base tecnológica.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 9
Tendo como base de sustentação os documentos atrás referidos e outros trabalhos no âmbito
da Rede Regional de Ciência e Tecnologia do Alentejo, em 2011, foi formalizado um protocolo
entre várias instituições regionais que deu origem à constituição do Sistema Regional de
Transferência de Tecnologia do Alentejo (SRTT), com uma área de intervenção correspondente
à actual NUT II do Alentejo. Este Sistema envolve a constituição do Parque de Ciência e
Tecnologia do Alentejo (PCTA) e de um conjunto de dispositivos complementares associados,
com o objetivo de corporizar as iniciativas associadas à promoção científica e tecnológica
regional, promovendo a evolução estrutural da economia regional para setores de conteúdo
tecnológico avançado, proporcionando um ambiente institucional propício à inovação e
fomentando o trabalho desenvolvido no âmbito RRCTA criada em 2008.
No Programa Estratégico do SRTT é referido que “a aproximação rápida dos indicadores de
Desenvolvimento e Produto aos padrões médios nacionais e comunitários pressupõe (…) a
criação de uma malha intensa de inter-relações entre as instituições de I&D e os sectores e
empresas (…) combatendo as lacunas decorrentes da escassez de inovação e desenvolvimento
sustentado no tecido empresarial do Alentejo. (…) A Região necessita de um espaço que
promova I&D, a inovação e o desenvolvimento empresarial, de modo a estimular a propensão
para a internacionalização, para a inovação e para a cooperação empresarial e institucional”.
Para a concretização do SRTT foi formalizada a primeira fase de um conjunto de projetos das
diferentes entidades que o integram a parceria, a qual visa dotar a região de um conjunto de
valências e vantagens competitivas para a operacionalização de ideias, potenciar novos
produtos ou serviços e facilitar processos de investigação, inovação e criação de negócios.
Essas finalidades são reforçadas nas ligações dos projetos apresentados, com perspectivas de
relação direta com empresas (Centros de Negócios, Incubadoras, Laboratórios, entre outros),
e de forma mais genérica, em articulação com atividades/projetos que estão a ser
desenvolvidos por Pólos e/ou Clusters existentes.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 10
Figura 1 – Operações Aprovadas no Âmbito do Protocolo INALENTEJO/SRTT segundo a
Afinidade com Pólos/Clusters
Operações Polos/Clusters
Agroambientais (UÉvora)
Centro de Atendimento Veterinário Escolar/ Análises Clinicas Veterinárias (IPPortalegre)
Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR)
Laboratório de Biotecnologia Aplicada e Tecnologias
UVMPROB - Unidade de Valorização de Matérias-primas e Resíduos de Origem Biológica (CEBAL)
PCT Agroindustrial
Parque Tecnológico de Moura – Laboratórios (Lógica, EM)
Bioenergia (IPPortalegre)
Laboratório de Ciências e Tecnologia da Terra, Atmosfera e Energia (UÉvora)
Laboratório de Energias Renováveis (UÉvora)
Infraestruturas do Parque Tecnológico de Moura (Lógica, EM)
PCT Energia
Laboratório Comunicacional Hipermédia: de Real Life a Second Life (IPSantarém - EEE)
PCT Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica
Unidade da Água e Biogeoquímica Ambiental (UÉvora)
Laboratório de Desenvolvimento e Caracterização Físico-Química (UÉvora)
PCT Tecnologias de Produção
Laboratório de Investigação em Desporto e Saúde (ESD – RM) PCT Saúde
Unidade de Sistemas de Agricultura e Sustentabilidade (IPSantarém) Cluster Agroindustrial do Ribatejo
Laboratório de Materiais e de Tecnologias de Produção - Upgrade do Laboratório de Ensaios Mecânicos (CEVALOR)
Laboratório de Novas Tecnologias e Produtos da Pedra Natural – NEWTECHSTONE (CEVALOR)
CEGMA – Centro de Estudos Geológicos e Mineiros do Alentejo (LNEG)
Laboratório de Materiais e Tec.Produção – Unidade LAMEC: Lab. Automação, Mecânica Experimental e Computacional (UÉvora)
Cluster Pedra Natural PRODUTECH
Fonte: Avaliação Intercalar INALENTEJO
Em termos mais gerais de articulação das operações do SRTT com instrumento das políticas
públicas, designadamente com a missão e atividades/projetos dos Pólos e Clusters, observa-se
uma integração tendencial com alguma expressão, realçando-se, nomeadamente, as relações
mais intensas com os Pólos da Energia, TICE, Tecnologias de Produção (PRODUTECH),
Agroindústrias e com o Cluster da Pedra Natural. Esta intensidade tenderia a expressar a
relevância das dinâmicas de investimentos consolidados e recentes na Região nos domínios
das energias renováveis, da eletrónica, da aeronáutica, das produções agroalimentares e da
inovação nas vertentes extractivas dos recursos minerais (pedra natural e minerais metálicos).
No entanto, quando se analisa a participação das Entidades Parceiras do SRTT em Estratégias
de Eficiência Colectiva dos Pólos e Clusters, constata-se uma presença residual que tende a
limitar a profundidade das articulações inicialmente ventiladas.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 11
3. DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÓMICO
A preparação do próximo período de programação decorre num enquadramento económico e
social muito diferente dos anteriores. Com efeito, ao nível europeu, o atual contexto
macroeconómico alterou de forma significativa as últimas tendências registadas, com forte
repercussão a nível regional. Desta forma, importa não só avaliar os últimos dados existentes,
mas também as tendências que a região apresenta.
Figura 2 - Principais Indicadores da Região Alentejo
Indicador Portugal Alentejo % Portugal
População (nº habitantes) 10.562.178 757.302 7,2%
Densidade Populacional (hab/km2, 2011) 114,3 23,9 -
PIB per capita (milhares de €, 2011 prev.) 16,1 14,8 -
População Empregada (milhares, 2011) 4.837,0 327,6 -
Produtividade (VAB/Emprego, 2011) 29,7 31,7 -
Taxa de Atividade (%, 2011) 52,1 50 -
Taxa de Desemprego (%, 2011) 12,7 12,4 -
Taxa de Voluntariado (%, 2010) 2,5 7,2 - Nº de Empresas por Município da sede, segundo a CAE-
Ver.3, 2010 1.144.150 81.453 7,1%
Nº das indústrias transformadoras por município da
Sede, segundo a CAE - Ver. 3, 2010 74.081 4.545 6,1%
Densidade de Empresas (nº/km2, 2011) 12,4 2,6 21,0%
Exportações (milhares de €, 2012) 45.259.455 2.737.455 6,0%
Importações (milhares de €, 2011) 59.242.900 2.276.847 3,8%
Taxa de Cobertura das Importações pelas Exportações
(%, 2012) 80,6 140 -
Despesa em I&D (%do PIB, 2010) 1,52 0,49 -
Pessoal em I&D (ETI, 2011) 55.612 1.676 3,0%
Zonas de Protecção Especial (Rede Natura 2000, ha,
2011) 920.821 384.440 41,7%
Nº de Dormidas em Estabelecimentos Hoteleiros (2012)39.681.040 1.142.145 2,9%
Nº de Estabelecimentos Hoteleiros (2012) 2.028 155 7,6%
Fonte: Construção CCDR Alentejo; dados: INE
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 12
3.1 POPULAÇÃO E TERRITÓRIO
A região do Alentejo (NUT II) ocupa um terço da área continental portuguesa e é constituída
por cinco sub-regiões (NUT III): Alto Alentejo, Alentejo Central, Alentejo Litoral, Baixo Alentejo
e Lezíria do Tejo correspondentes a 31.605 km2 .
Figura 3 – Alentejo, NUT III
Em termos populacionais, o Alentejo, em 2011, tinha 757.302 residentes o que corresponde a
7% da população nacional, dos quais 51,6% são mulheres e 48,4% são homens. Estes valores
confirmam uma tendência decrescente da população regional registada nas últimas décadas,
registando concomitantemente um duplo envelhecimento patente no aumento do número de
idosos e na diminuição do número de jovens.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 13
Figura 4 - População residente
Alentejo 1991, 2001 e 2011 Figura 5 - Pirâmide Etária do Alentejo, 2011
1991
2001
2011
750
760
770
780
anos
Mil habitantes
0 - 4 anos
5 - 9 anos
10 - 14 anos
15 - 19 anos
20 - 24 anos
25 - 29 anos
30 - 34 anos
35 - 39 anos
40 - 44 anos
45 - 49 anos
50 - 54 anos
55 - 59 anos
60 - 64 anos
65 - 69 anos
70 - 74 anos
75 - 79 anos
80 - 84 anos
> = 85 anos
H M
Caracterizado por um povoamento concentrado, em que a grande maioria da população
residente se localiza nas sedes de concelho, a ruralidade do Alentejo afirma-se nos seus 23,9
habitantes por km2 de densidade populacional, cerca de cinco vezes inferior aos 114,3
hab/km2 de Portugal, o que traz de imediato aos instrumentos de planeamento de políticas
públicas grandes desafios em termos de mobilidade e de economia social.
Figura 6 – População Residente por Freguesia, Alentejo, 2011
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 14
3.2 PRODUTIVIDADE E ESTRUTURA ECONÓMICA
A produção da região Alentejo, aferida em termos grosseiros pelo PIB, tem correspondido a
aproximadamente 6,5% do PIB nacional, e o seu valor tem registado um ligeiro decréscimo à
semelhança do que acontece a nível nacional.
Estes valores correspondem a um nível de vida, avaliado pelos níveis do PIB per capita
regional, inferior à média da UE27, mas que se têm mantido mais ou menos estáveis,
enquanto que se nota um ligeiro acentuar da divergência em relação ao referencial europeu.
Figura 7 – PIB pc, posicionamento de Portugal e do Alentejo perante UE 27
Ao nível das NUT II, o Alentejo tem tido uma evolução constante nos últimos anos, mantendo a
sua posição relativa, muito próxima dos valores nacionais, sendo Lisboa – capital nacional –
seguida da Região Autónoma da Madeira (RA Madeira) e o Algarve, as únicas regiões que
detêm o PIB pc superior à média nacional nos anos em análise.
2007 2008 2009 2010 2011
79 78 80 8077
73 71 72 7471
100
Portugal Alentejo EU27
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 15
Figura 8 – Evolução do PIBpc, Portugal e NUT II (2007-2011)
14,814,8 14,814,3
15,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
22,0
24,0
2007 2008 2009 2010 2011P
Milh
ares
de
€
Portugal
Norte
Centro
Lisboa
Alentejo
Algarve
R.A.Açores
R.A.Madei ra
Em 2010, a produtividade da região Alentejo foi de 34 milhares de euros, superior aos 30,7
milhares de euros nacionais, constituindo-se como a terceira região do país a seguir à RA
Madeira e a Lisboa, em termos da contribuição do factor trabalho utilizado pela empresa.
Estes valores decorrem da produção de 7% do universo empresarial nacional que se localiza na
região, correspondente a uma densidade empresarial de 2,6 empresas/km2, fortemente
contrastante com a média nacional que é de 12,4 empresas por km2 em 2011.
Figura 9 – Produtividade (VAB/Emprego – Milhares de €)
2007 2008 2009 2010
Portugal 28,5 29,0 29,7 30,7
Norte 23,7 24,5 25,0 26,3
Centro 23,1 23,2 24,0 24,5
Lisboa 37,1 37,3 38,1 38,8
Alentejo 31,3 31,4 31,7 34,0
Algarve 30,6 30,6 31,0 32,4
R.A. Açores 28,8 29,8 30,5 31,6
R.A. Madeira 35,6 37,7 38,3 39,6
Fonte: INE
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 16
Em termos de distribuição do VAB pelos principais sectores de actividade, apesar do sector dos
“Serviços”, à semelhança do que acontece a nível nacional, ser o principal sector que contribui
para a sua estrutura sectorial, o sector “Agricultura e Pescas” assume uma importância de
grande relevo com aproximadamente 9% do total. Para estes valores contribuem as NUT III
Alentejo Litoral e Baixo Alentejo com 11%. De destacar também a importância que o sector
“Indústria e Comércio” assume nas NUT III Alentejo Litoral com 42%, e o Baixo Alentejo com
31%, mostrando a diversificação que estas NUT têm em termos de actividades.
Figura 10 - Estrutura Sectorial do VAB, 2010
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Portugal Alentejo Alentejo
Litoral
Alto
Alentejo
Alentejo
Central
Baixo
Alentejo
Lezíria do
Tejo
Servi ços
Indústria e Comécio
Agricultura e Pescas
Os sectores de maior relevância no tecido produtivo regional, avaliado através da distribuição
do emprego pelas actividades económicas, de acordo com o EUROSTAT, são a “Administração
Pública” e o “Comércio, Hotelaria e Restauração” que em conjunto detêm cerca de 50% dos
empregos regionais. Em segundo lugar, uma vez que em conjunto assumem aproximadamente
um quarto da estrutura do emprego, surge a Indústria e as actividades ligadas à “Agricultura,
Silvicultura e Pesca”, registando-se uma relação muito próxima entre a estrutura de empregos
e a estrutura sectorial do VAB e seguindo a estrutura nacional.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 17
Figura 11 - Estrutura do Emprego por Atividade Económica, 2011
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0
Administração Pública
Comécio, Hotelaria e Restauração
Indústria
Agricultura, Si lvicultura e Pesca
Construção
Actividades Científicas e Técnicas,
Actividades de Suporte
Serviços de Arte, Recreio e Lazer
e Outros
Actividades Financeiras e Seguros
Informação e Comunicação
Imobil iária
Alentejo
Portugal
Esta análise é reforçada com os sectores que se destacam no grau de especialização da região
avaliado através do Quociente de Localização (QL) que nos permite avaliar o grau relativo de
concentração de determinada actividade (quando o valor é superior a 1, é porque há alguma
expressão do sector na região), seja tendo em atenção o VAB ou o nº de empresas.
Assumem um lugar relevante no perfil produtivo da região e no grau de diversificação do
tecido produtivo: “Indústrias extractivas”; “Agricultura, produção animal, caça, floresta e
pesca”; “Captação, tratamento e distribuição de água”; “Saneamento, gestão de resíduos e
despoluição”; e “Outras atividades de serviços”.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 18
Figura 12 – Atividades mais Relevantes no Alentejo (CAE Rev3)
Sectores da Actividade Económica (segundo a CAE rev3)
Quociente de
localização segundo o
VAB
Posição Relativa
Quociente de
localização segundo o
Nº de Empresas
Posição Relativa
Indústrias extrativas 13,30 1º 1,96 2º
Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 5,62 2º 3,57 1º
Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição
1,45 3º 1,19 4º
Outras atividades de serviços 1,23 4º 0,91 8º
Alojamento, restauração e similares 1,20 5º 1,20 3º
Atividades de saúde humana e apoio social 1,10 6º 0,69 13º
Indústrias transformadoras 1,10 7º 0,85 9º
Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos
1,01 8º 1,00 5º
Fonte: Elaborado pela CCDR Alentejo
De referir que estes setores pouco têm alterado a sua importância no perfil produtivo da
região nestes últimos anos, como se pode analisar, quer seja através do VAB, quer seja através
do número de empresas.
Figura 13 – Quociente de Localização VAB Figura 14 – Quociente de Localização Nº de Empresas
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 19
3.3 INTERNACIONALIZAÇÃO
Representando mais de 1/3 de Portugal em termos territoriais mas com 7% da população
nacional e cerca de 7% da localização das empresas a nível nacional, a região do Alentejo, com
a terceira produtividade a nível nacional, tem reforçado a sua capacidade exportadora nos
últimos 4 anos, representando, em 2012, 6% do total exportador nacional. O reforço da sua
capacidade exportadora deverá sempre ter em atenção a aproximação à Área Metropolitana
de Lisboa (AML) e da sua capacidade aglutinadora no que se refere à importação/exportação a
nível nacional.
Figura 15 - Exportações de Bens, Portugal, Alentejo
unid: milhares €
2009 2010 2011 2012
Portugal 31.696.764 37.267.907 42.828.033 45.259.455
Alentejo 16.991.984 2.266.227 2.662.903 2.737.681
% 5,4% 6,1% 6,2% 6,0%
Fonte: INE
O reforço da capacidade exportadora, contribui de forma positiva para o saldo da Balança
Comercial nacional, pois é uma região que tem uma taxa de cobertura das importações pelas
exportações de 140%, (significativamente superior aos 80,6% registados em Portugal) com
forte contributo das NUT III Alto Alentejo e Alentejo Central.
A intensidade de interação estabelecida entre as diferentes NUT III e o espaço internacional,
em termos de fluxos de comércio, (apesar de uma abertura da economia regional ainda com
pouca orientação externa), permite-nos aferir que numa perspectiva inter-regional, apenas a
NUT III Lezíria do Tejo apresenta uma taxa de cobertura das importações pelas exportações
inferior à média nacional.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 20
Figura 16 - Taxa de cobertura das importações pelas exportações (%), Portugal, NUT III
Fonte: INE, Anuários Regionais
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
2007 2008 2009 2010 2011
%
Portugal Alentejo Alentejo Litoral Alto Alentejo
Alentejo Central Baixo Alentejo Lezíria do Tejo
Fonte: INE
4. INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO REGIONAL
A definição da estratégia em investigação, inovação e desenvolvimento tecnológico implica a
caracterização da estrutura regional do sistema de produção e exploração do conhecimento de
base científica ou tecnológica com identificação da tipologia de atores, principais interacções e
respectivos desempenhos.
4.1 NO CONTEXTO EUROPEU
Na sequência da Estratégia Europa 2020 estruturada em torno dos desígnios dum crescimento
inteligente, sustentável e inclusivo, foram definidas metas, assumidas a nível europeu e com
tradução a nível nacional, que no caso de Portugal constam do Plano Nacional de Reformas
(PNR)
i) Crescimento Inteligente – com particular enfoque na investigação, desenvolvimento
tecnológico e inovação, o principal indicador considerado a nível europeu é a
proporção da despesa em I&D no PIB, sendo que a meta proposta para Portugal em
2020 é de 3%. Neste item, a região Alentejo, desde 2008 que tem vindo a diminuir a
percentagem da despesa em I&D, registando um valor em 2011 distante da média
nacional (1,6%) e ainda mais distante da média europeia (2%).
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 21
Figura 17 - Evolução da Despesa em I&D em % do PIB
ii) Crescimento Inclusivo – no âmbito do crescimento inclusivo, também aqui foram
identificadas metas associadas à investigação, desenvolvimento tecnológico e
inovação, sendo o principal indicador considerado a percentagem da população
entre os 30 e os 34 anos com o ensino superior completo e a meta estipulada a de
40% do total. Neste item, a região Alentejo tem registado nos últimos dois anos um
aumento de 4,2 p.p. passando de 17,7% em 2011 para 21,9% em 2012, aumento
superior ao registado a nível nacional que passou de 26,1% em 2011 para 27,2%em
2012.
A nível europeu o desempenho regional é avaliado através da classificação no Regional
Innovation Scoreboard, onde o Alentejo aparece classificado como uma região com um
desempenho moderado, baixo, em 2007, passando para uma região de desempenho
moderado-médio a partir de 2009.
Figura 18 - Perfil do Desempenho Regional em Inovação 2007 2009 2011
2
1,59
0,660,45
1,85 1,922,01
1,21
1,50 1,64
0,910,79
0
0,5
1
1,5
2
2,5
2007 2008 2009 2010
UE27 Portugal AlentejoFonte: INE
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 22
4.2 A INTENSIDADE DE INOVAÇÃO
A inovação regional está relacionada com os níveis habilitacionais e competências técnicas dos
recursos humanos e com a densidade de agentes empresariais (Institutos, universidades ou
outros centros de competências), constituindo um processo necessário à aprendizagem e
absorção de conhecimento, promovendo-se assim inovação que decorre em diferentes
agentes (Empresas, Estado, Ensino Superior e Instituições Privadas sem Fins Lucrativos) ao
nível nacional e regional.
Figura 19 – Despesa em I&D, por NUT II e Setor de Execução
0%
20%
40%
60%
80%
100%
No
rte
Cen
tro
Lisb
oa
Ale
nte
jo
Alg
arve
R. A
. Aço
res
R. A
. Mad
eira
Empresas Estado Ensino Superior IPSFL
2011
Fonte :GPEARI (Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior), Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional.
Na estrutura das despesas em I&D, é o Ensino Superior quem contribui de forma significativa
para a despesa em investigação e desenvolvimento tecnológico. Em contrapartida, o Estado e
as Entidades sem Fins Lucrativos continuam a registar um contributo residual ou mesmo nulo.
Sendo o Ensino Superior o que mais contribui para a despesa em I&D no PIB, também foi o que
mais cresceu nos últimos anos, a par do registado nas empresas.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 23
Figura 20 - Despesa em I&D por setor, Alentejo
48%
9%
41%
2%40%
2%
58%
0%
EmpresasEstadoEnsino SuperiorIPSFL
2011
2007
Fonte :GPEARI (Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior), Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional.
A redução da despesa em I&D nos últimos anos, traduz-se na diminuição do peso relativo de
pessoal a desenvolver actividades de investigação e desenvolvimento tecnológico (em ETI),
continuando o Ensino Superior a ser o principal actor regional, mesmo enquanto empregador,
registando-se uma pequena absorção de capital humano por parte das empresas.
2010 (provavelmente como reflexo das dificuldades decorrentes do agravamento da actual
conjuntura económica) registou a maior quebra, de aproximadamente 1.000 pessoas,
acompanhando a menor densidade relativa da região de entidades/instituições orientadas
para o desenvolvimento de actividades de I&D.
Figura 21 – Pessoal em I&D (ETI)
2007 2008 2009 2010 2011
Portugal 35.334 47.882 51.347 52.348 55.612
Alentejo 1.197 1.914 2.389 1.333 1.676
Fonte: INE unid: nº
Analisando sectorialmente o peso da distribuição do pessoal em I&D (ETI) a nível nacional,
também aqui o Ensino Superior é o sector que mais emprega, seguida das empresas.
A relativa fraca contribuição da despesa e do emprego em I&D por parte das empresas, pode
ser considerado como um dos principais constrangimentos ao desenvolvimento da
Investigação, da Inovação e do Desenvolvimento Tecnológico Regional. Assim, a avaliação da
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 24
utilização e exploração do conhecimento pelas empresas é muito importante, se tivermos em
conta o papel da inovação e do empreendedorismo para a criação sustentado de valor e
emprego nas regiões.
Figura 22 – Indicadores de Inovação Empresarial, Alentejo
2004-2006 2006-2008 2008-2010
Portugal 40,6 58,1 60,8
Alentejo 38,5 52,4 60,8
2004-2006 2006-2008 2008-2010
Portugal 12,0 11,1 18,2
Alentejo 12,2 7,3 17,3
2004-2006 2006-2008 2008-2010
Portugal 18,0 24,8 15,2
Alentejo 20,3 24,8 14,9unid: %Fonte: INE
Empresas com financiamento público para inovação
Empresas com actividades de inovação
Empresas com cooperação para a inovação
Os indicadores de inovação empresarial regional, segundo o inquérito ao potencial cinetifico e
tecnológico, evidenciam que as empresas do Alentejo têm uma crescente apetência para
investir em actividades de inovação (60,8%) acompanhando a tendência nacional, mas cada
vez menos em cooperação.
Para este aumento contribuiu fortemente o sector da construção civil (41% para 100%), logo
seguido da indústria. Em Portugal, são as grandes empresas (com escalão de pessoas de 250
ou +) que são responsáveis pelo maior aumento do investimento em actividades de inovação.
No que se refere ao Alentejo, já são as empresas de média dimensão (escalão de 10-49
pessoas) que tiveram o maior aumento percentual em actividades de inovação nos dois
períodos em análise.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 25
Figura 23 – Indicadores de Inovação Empresariais, Alentejo
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
2004-2006 2008-2010 2004-2006 2008-2010 2004-2006 2008-2010
Empresas com actividades de
inovação
Empresas com financiamento
público para inovação
Empresas com cooperação para a
inovação
Indústria Serviços Construção
Fonte :GPEARI (Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior), Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional.
Este esforço de investimento em actividades de inovação por parte das empresas de média
dimensão não foi acompanhado pelo financiamento público para a inovação, tendo sido as
empresas de maior dimensão as que mais cresceram, à semelhança do registado ao nível
nacional.
Figura 24 - Indicadores de Inovação Empresarial, segundo o Escalão de Pessoal da Empresa -
Empresas com Actividades de Inovação
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
2004-2006 2008-2010 2004-2006 2008-2010 2004-2006 2008-2010
Escalão de pessoal 10-49 Escalão de pessoal 50-249 Escalão de pessoal 250 oumais
Portugal Alentejo
Fonte :GPEARI (Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações
Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), Inquérito
ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 26
A quebra da intensidade de inovação empresarial teve um claro reflexo nas actividades
empresariais associadas à inovação, com impacto ao nível da quebra da intensidade de
inovação do biénio 2004-2006 para 2008-2010 bem como do volume de negócios resultantes
da venda de produtos novos.
Figura 25 - Indicadores de Inovação Empresarial, segundo o Escalão de Pessoal da Empresa -
Intensidade de Inovação
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
2004-2006 2008-2010 2004-2006 2008-2010 2004-2006 2008-2010
Escalão de pessoal 10-49 Escalão de pessoal 50-249 Escalão de pessoal 250ou +
Portugal Alentejo
Fonte :GPEARI (Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico
Nacional.
Figura 26 - Indicadores de Inovação Empresarial, segundo o Escalão de Pessoal da Empresa -
Volume de negócios resultantes da venda de produtos novos
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
2004-2006 2008-2010 2004-2006 2008-2010 2004-2006 2008-2010
Escalão de pessoal 10-49 Escalão de pessoal 50-249 Escalão de pessoal 250 oumais
%
Portugal Alentejo
Fonte :GPEARI (Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico
Nacional.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 27
A diminuição do volume de negócios teve uma repercussão diminuta em termos de
exportações de bens de alta tecnologia no total das saídas, as quais, apesar de apresentarem
uma tendência de diminuição nos últimos dois anos, o valor é menor que a quebra registada a
nível nacional, sendo o Alto Alentejo e o Alentejo Central as únicas NUT III que contribuem
para as exportações de bens de alta tecnologia no total das exportações do Alentejo.
Figura 27 – Proporção das Exportações de Bens de Alta Tecnologia no total das Saídas
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
2007 2008 2009 2010
Proporção de Exportações de Bens de Alta Tecnologia no Total das Saídas
Portugal Alentejo
Como conclusão, regista-se que no Alentejo, o principal actor em matéria de I&D em termos
de despesa e de emprego é o Ensino Superior, seguido das empresas (em especial as de média
dimensão), as quais têm registado nos últimos anos uma tendência para a diminuição na
intensidade de investimento em inovação. No entanto, continua a existir uma tendência
positiva na proporção de exportações de bens de alta tecnologia no total das saídas a nível
regional, com valores superiores aos nacionais.
4.3 AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) visam a transmissão de informação através
de redes de computadores e meios de comunicação, promovendo a cultura e a formação
essencial ao desenvolvimento da sociedade da informação. Neste sentido, têm sido utilizadas
cada vez mais pelos indivíduos, famílias, empresas e administração pública.
Sendo um dos principais factores que contribui para a transformação da sociedade, em termos
individuais e coletivos, é fundamental analisar a difusão da sua utilização, de forma a
podermos avaliar das possibilidades de interacção entre os indivíduos/cidadãos, as empresas e
a administração pública.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 28
Em termos de agregados familiares, no Alentejo, em 2012, mais de metade das famílias (55%)
tinham acesso ao computador em casa, (ainda abaixo da média nacional mas com um
crescimento superior ao registado a nível nacional) sendo que menos de 50% dispõem de
ligação à Internet e de acesso à banda larga.
A avaliação da importância das TIC na sociedade, analisada através de: (i) número de
agregados familiares ligados à banda larga; (ii)) nº de agregados que utilizam a Internet; e (iii)
nº de alunos por computador nas escolas, permite perspectivar iniciativas que promovam as
competências científicas e tecnológicas e a mobilização das empresas para I&D.
Atualmente, no Alentejo, o principal local de utilização da internet em termos individuais é a
habitação, acompanhando a tendência nacional com mais de 90% dos indivíduos com ligação
em casa, comparativamente com os que recorrem à internet na escola ou no local de trabalho
onde são apenas pouco mais de um terço dos indivíduos.
Figura 28 – Famílias com acesso a computador, ligação à internet e através de banda larga
em casa, 2009-2012 (%)
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
2009 2010 2011 2012 2009 2010 2011 2012 2009 2010 2011 2012
Acesso a computador (incluicomputador de bolso) (%)
Ligação à internet dos agregadosdomésticos (%)
Ligação à internet dos agregadosdomésticos através de banda larga
Portugal Alentejo
Existe, assim, uma rápida difusão desta tecnologia com base num forte investimento das
famílias, estando o acesso da ligação à banda larga dos agregados domésticos a diminuir,
decorrente das dificuldades económicas registadas a qual também tem repercussões na
actividade económica, o que também se infere da diminuição dos pagamentos através da
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 29
utilização da caixa automática Multibanco, que passou de 70,2%, em 2009, para 66,9%, em
2011.
Figura 29 – Ligação à Internet dos Indivíduos em casa Figura 30 – Ligação à Internet dos Indivíduos
no local de trabalho
2009 2010 2011 2009 2010 2011
Portugal 85,0 91,0 91,7 Portugal 42,3 43,6 44,1 Norte 82,0 88,8 90,4 Norte 43,3 43,2 44,2
Centro 86,3 91,4 92,9 Centro 35,1 40,1 44,2
Lisboa 86,0 92,7 93,0 Lisboa 45,9 45,8 45,9 Alentejo 86,7 90,3 90,4 Alentejo 40,0 45,3 37,3 Algarve 91,1 92,1 89,2 Algarve 48,5 47,9 41,7 R. A. Açores 85,6 91,5 92,9 R. A. Açores 40,2 38,1 36,4
R. A. Madeira 83,6 92,7 89,9 R. A. Madeira 39,3 40,0 44,0Fonte: INE Fonte: INE
Um outro indicador do impacte das Redes Nova Geração tem que ver com o acesso à televisão
de alta definição e a sua importância enquanto uma das principais fontes de entretenimento.
Figura 31 – Utilização da Caixa Automática Multibanco
2007 2009 2010 2011
Portugal 17,3 16,3 16,1 Norte 18,2 20,9 19,1
Centro 24,9 19,9 15,3
Lisboa 13,3 11,3 13,6
Alentejo 13,3 13,1 17,0 Algarve 11,2 8,5 13,1 R. A. Açores 15,1 12,7 17,5
R. A. Madeira 14,3 15,7 19,2Fonte: INE
Existe igualmente um crescimento, não muito acentuado mas constante dos alojamentos
cablados e dos assinantes do serviço de televisão por subscrição, que no Alentejo já atingem
os 190 mil assinantes, dos quais cerca de dois terços se localizam na Lezíria do Tejo e no
Alentejo Central.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 30
Figura 32 - Alojamentos Cablados, NUT III
16 16
42
63
148
162 155 159
16 161316
19 19
40 41 42
1618
18 18
6367 60
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
2008 2009 2010 2011
Milh
are
s
Alentejo Alentejo Litoral Lezíria do Tejo
Alentejo Central Baixo Alentejo Alto Alentejo Fonte: ANACOM,
Para além de veículos de entretenimento, as TIC também são reconhecidas como mecanismos
de promoção, desburocratização e transparência das organizações e administrações públicas,
através do contributo para a simplificação dos processos administrativos e respectiva
agilização de relacionamento com os utentes e consequente diminuição de custos associados.
A Melhor Governação procura aumentar a maturidade dos serviços em linha ou do governo
electrónico, esforço de utilização das tecnologias e de conteúdos digitais para modernizar as
instituições públicas, à semelhança dos indivíduos é também ela cada vez mais depende da
exploração das TIC e, como tal, da criação do governo electrónico (e-government).
Em Portugal, o Alentejo é a região que, juntamente com Lisboa e a Região Autónoma dos
Açores, se encontra com 100% das autarquias com presença na internet, e 88% disponibilizam
processos de consulta pública no sítio da internet, demonstrando inequivocamente a
disponibilização de serviços on-line e a evolução da sua prestação.
Estas ligações, com uma clara perspectiva orientada para a modernização, melhoria dos
serviços prestados e de aproximação ao munícipe, colocam, em 2011, o Alentejo no topo da
utilização das TIC, enquanto instrumento potenciador da mudança e promotor da
modernização pelos serviços administrativos, na cidadania e da racionalidade económica.
Figura 33 – Presença na Internet das Câmaras Municipais
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 31
2009 2010 2011
Portugal 98,5 100 100
Continente 98,8 100 100
Norte 97,4 100 100
Centro 94,1 100 100
Lisboa 100,0 100 100
Alentejo 100 100 100
Alentejo Litoral 100 100 100
Alto Alentejo 100 100 100
Alentejo Central 100 100 100
Baixo Alentejo 100 100 100
Lezíria do Tejo 100 100 100
Algarve 92,9 100 100
R. A. Açores 100 100 100
R. A. Madeira 88,9 100 100
Fonte: INE
Presença na Internet das Câmaras Municipais
Por outro lado, os valores da sociedade da informação reflectem, entre outros, a saúde de
proximidade orientada para a implementação de plataformas digitais que melhorem os
cuidados de saúde de proximidade. No Alentejo, 41,7% dos hospitais têm utilização da
videoconferência nos seus serviços, mais 10pp do registado a nível nacional, reforçando a sua
posição como região de ponta na área de telemedicina, (50% dos hospitais têm atividades de
telemedicina), claramente superior ao valor da média nacional (30,1%).
Figura 34 – Indicadores da Sociedade da Informação nos Hospitais
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 32
2008 2012 2008 2012Portugal 20,1 31,9 19 30,1Continente 20,5 31,6 18,9 30,2 Norte 16,4 29 15,3 40,6 Centro 26,7 31,5 22,7 24,1
Lisboa 16,1 30,9 12,7 19,1 Alentejo 30 41,7 50 50 Algarve 37,5 44,4 28,6 44,4 R. A. Açores 12,5 22,2 12,5 22,2
R. A. Madeira 16,7 50 33,3 37,5Fonte: INE
Actividades de
telemedicina
Utilização de
videoconferência%
Sendo de destacar estes valores, um dos principais desafios que hoje se colocam às instituições
públicas em termos de evolução do governo electrónico já não é tanto ao nível tecnológico
mas ao nível da gestão da mudança de atitudes, mentalidades e procedimentos e como
poderão as TIC ser utilizadas nessa mudança com os recursos e pessoas existentes.
Um outro setor que se pode realçar é o Turismo, que, sendo considerado como estratégico
para a região, ao analisarmos os indicadores da sociedade de informação nos
estabelecimentos hoteleiros, constata-se que a sua presença na internet é superior à média
nacional (90,1% Alentejo, 2011; 85,5% Portugal, 2011). No entanto, ainda existe um longo
caminho a percorrer uma vez que a sua utilização é feita essencialmente para a captação de
reservas hoteleira (74%) e uma diminuta utilização enquanto ferramenta de gestão dos
empreendimentos (encomendas efectuadas através da internet (41,2%)).
Figura 35 – Indicadores da Sociedade da Informação
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 33
2008 2011 2008 2011 2008 2011
Portugal 77,8 85,5 30,2 36,7 64,5 74,1
Norte 65,9 85,5 25,6 29,9 55,5 70,1
Centro 71,8 82,1 25,9 34 55,4 68,1
Lisboa 83,8 85,5 34,8 39,8 76,2 78
Alentejo 79,9 90,1 30,9 41,2 61,2 74
Algarve 85,8 91,4 33,2 39,8 69,2 72,6
R. A. Açores 89,7 93,5 26,3 40,9 77,5 84,8
R. A. Madeira 85,1 91 37,6 40,6 73,1 87,4
%Ligação à Internet
Encomendas
efectuadas através da
Internet
Encomendas de
alojamento recebidas
através da Internet
Indicadores da sociedade da informação nos
estabelecimentos hoteleiros
Fonte: Anuários INE
Sendo as TIC um sector diverso que integra um conjunto alargado de actividades industriais e
de serviços, assume cada vez mais uma posição importante em termos de inovação, emprego
e exportações pois, enquanto produtor de bens e serviços de suporte (bens de equipamento,
software, comunicações) assume-se como um dos principais impulsionadores das mudanças
tecnológicas e da globalização da economia.
A nível nacional, o sector das TIC representa pouco mais de 6% do Valor Acrescentado Bruto
(VAB), valor que se tem mantido constante nos últimos 4 anos, enquanto que a nível regional,
tem uma expressão diminuta, representando apenas 1% do VAB regional. A pouca expressão
do sector na economia traduz-se na reduzida expressividade que tem em termos de emprego,
representando o sector a nível nacional apenas 2,1 % enquanto que em termos regionais
representa 0,4% do total das pessoas empregadas.
Figura 36 – Peso do Pessoal ao Serviço das Empresas no Setor das TIC por NUT III
Pessoal
ao Serviço
(nº)
Peso do
Pessoal
do Sector
TIC (%)
Pessoal
ao Serviço
(nº)
Peso do
Pessoal
do Sector
TIC (%)
Pessoal
ao Serviço
(nº)
Peso do
Pessoal
do Sector
TIC (%)
Pessoal
ao Serviço
(nº)
Peso do
Pessoal
do Sector
TIC (%)
Pessoal
ao Serviço
(nº)
Peso do
Pessoal
do Sector
TIC (%)
Portugal 3.831.034 2,1 3.861.726 1,9 3.717.920 2 3.843.268 2 3.735.340 2,1
Alentejo 182.516 0,9 180.186 0,8 170.962 0,7 204.936 0,5 201.614 0,4
Alentejo Litoral 22.255 0,3 22.651 0,2 21.737 0,2 28.518 0,2 29.156 0,2
Alto Alentejo 26.100 0,6 25.006 0,4 23.520 0,3 27.880 0,3 28.040 0,2
Alentejo Central 41.921 1,8 41.013 1,7 38.767 1,5 46.304 1,2 46.366 0,5
Baixo Alentejo 23.868 0,4 25.377 0,3 23.590 0,2 30.014 0,1 29.894 0,2
Lezíria do Tejo 68.372 0,7 66.139 0,7 63.348 0,7 72.220 0,6 68.158 0,6
Peso do Pessoal ao Serviço das empresas do sector das TIC por NUTS III
Fonte: Anuários INE
2007 2008 2009 2010 2011
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 34
Em termos intra-regionais, à semelhança do VAB, a NUT III Alentejo Central é a que mais
contribui para o emprego no sector das TIC, registando uma taxa média, nos últimos 4 anos, de
0.6 p.p. correspondente a 232 pessoas ao serviço. Ao nível empresarial, no Alentejo, as
empresas de TIC têm pouca representatividade, contribuindo com pouco mais de 1% para o
total do VAB regional e 0,5% do emprego, sendo o Alentejo Central a NUT III que mais
contribui.
Como conclusão, o Alentejo tem registado uma rápida difusão das TIC suportada num forte
investimento das famílias, com excepção da utilização da banda larga. Este crescimento
estende-se à disponibilização de serviços e informação on-line por parte dos serviços públicos,
atingindo hoje quase 100% da sua presença on-line, pelo que o grande desafio que se coloca
ao nível das instituições públicas é, cada vez mais, em termos da mudança de atitudes,
mentalidades e procedimentos, i.e., de que forma é que as TIC poderão servir melhor e
deforma mais célere os cidadãos e não tanto ao nível tecnológico.
Esta massificação do acesso à sociedade do conhecimento e a modernização dos diversos
sectores e actividades em termos de inovação em TIC, pode contribuir para diminuir algumas
assimetrias regionais em matéria de inovação tecnológica e sociedade de informação,
constatando-se, no entanto que ainda falta avaliar que serviços ainda são necessários
disponibilizar ao cidadão e de que forma as TIC podem servir melhor e de forma mais célere os
cidadãos.
4.4 AS INFRA-ESTRUTURAS E OS RECURSOS HUMANOS
O conhecimento, para ser eficiente e eficaz, tem associado uma dinâmica que se inicia com a
sua produção, continua com a sua circulação e termina na sua utilização, enquanto criação de
valor e de emprego para a sociedade em que se insere.
Todas estas fases integram um sistema que deve ter na base do processo, do conhecimento
científico, tecnológico e de inovação as instituições de ensino superior, os laboratórios
públicos, os laboratórios privados associados a empresas. De seguida, terá de haver um
conjunto de instituições intermediárias, como são o caso das instituições de Desenvolvimento
Tecnológico e de Investigação e das Agências de Interface4. É neste ponto que o Estado pode e
deve ter um papel importante na criação dum enquadramento institucional facilitador à
4 Entendidas como todas as entidades que assumem uma posição de intermediadores de conhecimento, posicionando-se entre os produtores do conhecimento e quem o explora, assumindo eles próprios a função de organizar e direcionar o conhecimento produzido em colaboração com os atores diretamente envolvidos.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 35
existência de capital que financie o desenvolvimento técnico, a formação de recursos humanos
e o know-how relativo à proteção da propriedade intelectual.
No outro extremo, e não menos importante, encontram-se as empresas e as indústrias
inovadoras. Aquelas que estão disponíveis para uma aprendizagem ao longo da vida e de
capacidade de mudança e de adaptação para promoverem e integrarem novas ideias.
Finalmente, a necessidade imperativa de um trabalho, formal e informal, em rede. Só a
existência de verdadeiras redes de contacto entre as diferentes organizações/instituições é
que permitem a efectivação de transferência de tecnologia e inovação na região.
Analisando a arquitectura institucional do Sistema Científico e Tecnológico da região do
Alentejo, verificamos que a distribuição regional da base do processo do conhecimento
científico e tecnológico e das agências de interface se distribuem territorialmente da seguinte
forma:
Figura 37 – Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Regional
Tipologias Nº Unidades
(com pólos)
Ensino Universitário 8
Ensino Politécnico 13
Centros de Investigação/Tecnológicos 9
Gabinetes Apoio Propriedade Industrial (GAPI) 2
Agência de Interface 2
Oficinas de Transferência de Conhecimento
(OTIC) 3
Cluster 1
A formação superior na região Alentejo é assegurada por uma universidade pública -
Universidade de Évora, uma privada - Instituto Superior de Estudos Interculturais e
Transdisciplinares de Santo André (Instituto Piaget) e por três Institutos Politécnicos - de Beja
(constituído por quatro Escolas Superiores – Agrária, Educação, Saúde e de Tecnologia e
Gestão), Portalegre (constituído por quatro Escolas Superiores – Agrária, Educação, Saúde e de
Tecnologia e Gestão) e Santarém (constituído por cinco Escolas Superiores – Agrária, Desporto,
Educação, Gestão e Tecnologia e de Saúde).
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 36
Em termos de Centros Tecnológicos, existe o Centro Tecnológico para o Aproveitamento e
Valorização das Rochas Ornamentais (CEVALOR), assim como os Centros de Investigação:
Centro de Estudos Geológicos e Mineiros de Beja (INETI), Instituto Nacional de Recursos
Biológicos, IP, Laboratório de Ciências do Mar (CIEMAR), Centro de Biotecnologia e Agrícola e
Agro-Alimentar do Baixo Alentejo e Litoral (CEBAL), Campo Arqueológico de Mértola, Centro
Operativo e de Tecnologia do Regadio (COTR) e Associação de Agricultores do Sul (ACOS).
Existem também duas estruturas de interface que podem vir a assumir um papel
preponderante na região em termos de I&DT que são o Parque de Ciência e Tecnologia do
Alentejo e o Parque Tecnológico de Moura - Lógica .
Tendo em conta a composição do sistema de investigação e inovação regional e analisando o
posicionamento relativo de cada instituição face à sua relação de produção, intermediação ou
exploração do conhecimento, concluímos que a região contém todas as tipologias de atores.
Figura 38 – Distribuição do Sistema Científico e Tecnológico Regional
Tendo em conta a sua dimensão regional, a sua distribuição é uniforme pelas capitais de
Distrito, onde se encontra a principal concentração das instituições.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 37
Figura 39 – Distribuição de Diplomados por Tipologias de Ensino Superior, Alentejo
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
2007 2008 2009 2010
Nº
Ensino Público Universitário Ensino Público Politécnico Ensino Privado Universitário
Fonte: Inquérito ao Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior, MEC
Um dos resultados do sistema regional de inovação regional é o número de diplomados a nível
regional e a sua distribuição por subsistema de ensino. O Alentejo, representando entre os 5%
e os 4% do total nacional dos diplomados, tem registado uma quebra acentuada de
diplomados nos últimos anos e, com uma única Universidade pública, o maior número de
diplomados da região é proveniente do ensino politécnico público.
Figura 40 – Evolução do Nº de Diplomados no Alentejo
2500
3000
3500
4000
4500
5000
2007 2008 2009 2010
nº
de
alu
no
s
3
3,5
4
4,5
5
5,5
6%
Alentejo
% de Portugal
Fonte: Inquérito ao Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior, MEC
Esta quebra de diplomados, desde 2007, implica uma acentuada diminuição da disponibilidade
de recursos humanos qualificados e consequentemente da capacidade empreendedora e
inovadora regional.
Por área de educação e formação, na região, são as áreas “Ciências Sociais, Comércio e
Direito” e “Saúde e Protecção Social”, as que maior número de diplomados tem tido ao longo
dos anos. As áreas de educação associadas às “Ciências, Matemática e Informática” e
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 38
“Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção” têm uma representatividade inferior a
20% do total regional, continuando a revelar algumas fragilidades em termos de competências
tecnológicas. Também a Agricultura, sendo uma área importante em termos de especialização
económica regional, tem pouca expressão no que se refere ao número de diplomados.
Sendo os diplomados do ensino superior considerados como uma das principais fontes de
recursos humanos qualificados para a inovação e alargamento da capacidade de utilização e
absorção de tecnologia, ao analisar pormenorizadamente o registo dos diplomados em
2010/11, confirmamos a relevância das áreas “Saúde e Protecção Social” e “Ciências Sociais,
Comércio e Direito”, ambas com 21% do total dos diplomados na região, em 2010. No que se
refere às áreas mais tecnológicas, “Ciências, Matemática e Informática” teve um total de 6%
dos diplomados no Alentejo, tendência que se espera seja alterada nos próximos anos com os
novos investimentos realizados na região no sector da aeronáutica.
Figura 41 - Diplomados por Área de Educação e Formação, Alentejo 2006-2011
0
200
400
600
800
1 000
1 200
2007 2008 2009 2010
Nº
Saúde e Prot. Social
Eng., Ind. Transf. e Construção
Agricultura
Ciênc., Matem. e Informática
Serviços
Artes e Humanidades
Ciênc. Sociais, Comércio e
Direito
Educação
Fonte: Inquérito ao Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior, MEC
Outro dos resultados do sistema de inovação pode ser aferido através da produção científica
enquanto conhecimento científico público, certificado e publicado e em que se encontra na
sua autoria, sempre e pelo menos o contributo de pelo menos uma instituição de investigação
sediada em Portugal. Identifiquemos assim alguns impactos em termos de volume e de
produção de conhecimento regional, perante as produções nacionais.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 39
Figura 42 – Diplomados por Área de Educação e Formação, Alentejo 2009/2010
Saúde e Protecção Social21%
Ciências Sociais, Comércio e Direito
21%
Engenharia, Indústrias Transformadoras e
Construção12%
Educação10%
Artes e Humanidades8%
Ciências, Matemática e Informática
6%
Agricultura11%
Serviços11%
Fonte: Inquérito ao Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino
O ranking SIR Report 20135, principal ranking mundial de publicações de revistas, o Alentejo
aparece com cinco instituições: Universidade de Évora, Institutos Politécnicos de Beja,
Santarém e Portalegre e a única Escola Secundária nacional, a Escola Secundária Gabriel
Pereira. As instituições do ensino superior aparecerem nos 40 primeiros lugares das 72
instituições referenciadas a nível nacional e a região é a única região nacional a aparecer com
uma entidade do ensino secundário no ranking, já com 3 publicações referenciadas.
De destacar a Universidade de Évora que aparece no 11º lugar do ranking nacional do SIR Iber
2013 Portugal (2007-2013), mantendo a sua posição relativa em relação ao relatório anterior,
apesar de ter aumentado o seu número de publicações.
Duas das componentes mais importantes que constituem a formulação do ranking, para além
da produção científica, são os índices de excelência e de alta qualidade das produções de cada
instituição que dão origem a um índice composto de impacto dessas qualidades ao nível das
suas produções. As tendências das publicações das instituições regionais indiciam que não só o
número das publicações, no global, é maior, como a sua qualidade em termos de liderança
tem melhorado, na sua maioria.
Por outro lado, o perfil da produção científica por domínio, de acordo com os dados referidos
no “Diagnóstico do Sistema de Investigação e Inovação” da Fundação para a Ciência e
5 Scopus (via site Scimago) – Fonte: Scimago.SJR – Scimago Journal & Country Rank, 2013
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 40
Tecnologia6, é referido que no Alentejo há uma grande ligação aos domínios relacionados com
o Ambiente e a Agricultura, destacando-se a produção científica associada à Ecologia, às
Ciências Ambientais e às Plantas, todas com mais de 80 publicações.
Como conclusão, em termos do Sistema Científico e Tecnológico, o Alentejo, reúne um
conjunto de instituições que cobrem toda a arquitetura estrutural do Sistema, o qual se
encontra distribuído pelo território regional.
Em termos de produção, a tendência registada nos últimos anos é para uma diminuição do
número de alunos e de diplomados na região, com contraponto do aumento do número de
produções científicas e respetiva qualidade, traduzidas na subida dos rankings internacionais
por parte das nossas instituições do ensino superior, com destaque para as áreas do Ambiente,
Agricultura e Plantas.
As áreas de ensino/formação superior mais procuradas, são a “Saúde e Proteção Social” e as
“Ciências Sociais”.
4.5 DINÂMICA DE INVESTIMENTO
Atendendo à relevância da inovação e empreendedorismo na criação sustentada de valor
acrescentado e emprego nas empresas e na promoção da competitividade regional e europeia,
é importante conhecer-se a procura de novo conhecimento, assim como, a utilização e o
desenvolvimento do que já é conhecido.
Por outro lado, a capacidade inovadora de uma região assenta na existência de um clima
favorável à inovação e desenvolvimento tecnológico e na intensidade e solidez de relações
entre os diferentes atores e respetivas redes de interacções, bem como na resolução de
eventuais falhas, sejam estas dos mercados ou do próprio sistema.
Nos últimos seis anos, a nível regional, houve um conjunto de medidas que no sistema de
investigação e desenvolvimento tecnológico, tentaram promover algumas capacidades,
reorganizar o tecido institucional, promover a sua conectividade, estimular a exploração do
conhecimento e a sua aplicação à economia, sendo no entanto as temáticas prioritárias
reduzidas e a mobilização em conjunto muito diminuta.
A metodologia utilizada para analisar a dinâmica empresarial em termos de inovação e
desenvolvimento tecnológico foi a avaliação dos investimentos financiados através de fundos
comunitários, em I&DT e I na região. Tentando abranger o maior número de informação
6 Fonte: FCT, Ministério da educação e Ciência, 2013; Diagnóstico do Sistema de Investigação e Inovação – Desafios, Forças e Fraquezas Rumo a 2020
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 41
existente sobre os investimentos que foram efectuados, recolheu-se informação sobre o
financiamento aprovado no âmbito do ProDer, do InAlentejo, e do COMPETE. Em todas estas
fontes de informação apenas se contabilizaram os projetos aprovados com data posterior a
2006 e que não se referissem a ações de formação ou de assistência técnica.
Promover uma economia baseada no conhecimento e na inovação foi um dos objetivos
centrais da Agenda de Competitividade, para o que contribuem especificamente três Sistemas
de Incentivos com financiamentos de âmbito nacional (COMPETE) e regional (InAlentejo):
• SI I&DT – tem por finalidade intensificar o esforço nacional de I&DT e a criação
de conhecimento com vista ao aumento da competitividade das empresas,
promovendo a articulação entre estas entidades e entidades do Sistema
Científico e Tecnológico (SCT)
• SI Inovação – visa promover a inovação no tecido empresarial, pela via da
produção de novos bens, serviços e processos que suportem a sua progressão na
cadeia de valor, bem como reforçar a orientação das empresas para os mercados
internacionais e estimular o empreendedorismo qualificado e o investimento
estruturante em novas áreas com potencial crescimento.
• SI Qualificação e Internacionalização de PME – tem por finalidade apoiar
projetos direccionados para a intervenção nas PME, promovidos por empresas, a
título individual ou em cooperação, bem como por entidades públicas,
associações empresariais ou entidades do SCT, tendo em vista a inovação,
modernização e internacionalização, através da aposta em factores dinâmicos da
competitividade.
2
a) PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL INALENTEJO
Tendo em atenção a pertinência da temática, avaliou-se com mais acuidade as medidas
directamente associadas à investigação e desenvolvimento tecnológico e inovação,
nomeadamente:
1.2.1.1 - I&DT Empresas/Projectos Individuais
1.2.1.4 - I&DT Empresas/Vale I&DT
2.1.1 - SI Inovação/Inovação Produtiva
2.1.4 - SI Inovação/Empre. Qualificado
2.2.1 - SI Q.PME/Proj. Individuais e de Cooperação
2.2.2 - SI Q. PME/Projectos Conjuntos
2.2.3 - SI Q.PME/Vale Inovação.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 42
O Alentejo, com 873 projetos elegíveis nestas medidas no INALENTEJO, tem como principal
sistema de incentivos o de qualificação e internacionalização de PME, com mais de 50% dos
projetos e de investimento aprovados. Os principais setores com apetência por este tipo de
instrumentos de política pública foram a indústria e os serviços, que no seu conjunto
representam mais de 60% do investimento elegível e dos projetos considerados sendo
secundados pelos setores do comércio e do turismo, com destaque para as medidas
Qualificação das PME e projetos Individuais/projetos em Cooperação.
Figura 43 - Projetos Aprovados no INALENTEJO, por Setores
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
I ndústria Se rvi ços Comé rcio Turismo Construçã o Tra nsporte s Outros
s ectores
%
Invest imento Projetos
Fonte: CCDRAle nte jo, D ados: SI GPOA a 17.12 .2013
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 43
Figura 44 – Projetos Aprovados no INALENTEJO por Medidas
Projetos Aprovados no INALENTEJO, por Medidas (%)
50,2
10,2
0,7
67,3
18,9
7,3
2,8
2,3
1,2
0,1
4,5
2,7
0,8
30,9
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0
2.2.3 - SI Q.PME/Vale Inovação
2.2.1 - SI Q.PME/Proj.
Individuais e de Cooperação
2.1.1 - SI Inovação/Inovação
Produtiva
2.1.4 - SI Inovação/Empre.
Qualificado
1.2.1.1 - I&DT
Empresas/Projectos
Individuais
1.2.1.4 - I&DT Empresas/Vale
I&DT
2.2.2 - SI Q. PME/Projectos
Conjuntos
%Projetos InvestimentoFonte: SIGPOA, a 17.12.2013
Visando essencialmente perceber as temáticas mais procuradas, através do INALENTEJO cerca
de 20% do investimento e do número de projetos elegíveis é que foram aplicados em áreas
associadas à investigação industrial ou ao desenvolvimento de produtos, serviços ou
processos. Outra área que pouca expressão teve foi a transferência de tecnologia com 2% dos
projetos aprovados, sendo a área que maior relevância teve foi a “Ciências e Tecnologias dos
Alimentos”.
Em contraponto, a tipologia de projecto que mais procura teve, em número de candidaturas
elegíveis e em investimento elegível foi a “produção de novos bens e serviços” com mais de
50% do investimento elegível e aproximadamente 7% do número de projetos.
Em número de projetos, os valores mais relevantes são os associados às tipologias “Economia
Digital” e “Organização e Gestão e Tecnologias de Informação e Comunicação” com 114
projetos cada, seguidos de “Qualidade” com 110 projetos.
Ao nível das CAE, dos três setores que mais se destacaram, foram seleccionadas as CAE a 5
dígitos com valor de investimento elegível superior a 2%, em que no sector da Indústria as
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 44
empresas com o maior investimento elegível foi a “Fabricação de outros produtos Químicos
diversos, ne” com 17% do total do investimento elegível do sector, secundada pelas empresas
de “serração de madeira” com cerca de 9% do investimento.
Figura 45 - Projetos Aprovados no INALENTEJO, Setor Indústria
Projetos Aprovados no INALENTEJO, Setor Indústria (> 2%)
17,0
8,6
6,7
4,7
4,4
3,2
3,2
3,1
2,9
2,9
2,8
2,5
2,0
5,2
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0
20594 - Fabricação de outros produtos químicos diversos,
n.e.
16101 - Serração de madeira
10413 - Produção de óleos vegetais brutos (excepto azeite)
20152 - Fabricação de adubos orgânicos e organo-minerais
11021 - Produção de vinhos comuns e l icorosos
30300 - Fabricação de aeronaves, de veículos espaciais e
equipamento relacionado
23701 - Fabricação de artigos de mármore e de rochas
similares
20591 - Fabricação de biodiesel
08111 - Extracção de mármore e outras rochas carbonatadas
23640 - Fabricação de argamassas
16295 - Fabricação de outros produtos de cortiça
22230 - Fabricação de artigos de plástico para a construção
31091 - Fabricação de mobil iário de madeira para outros
fins
19202 - Fabricação de produtos petrolíferos a partir de
resíduos
%CAE - IndústriaFonte: SIGPOA, a 17.12.2013
No âmbito do setor dos Serviços, a CAE com maior destaque foi a “Outras Atividades de
consultoria, científicas, técnicas e similares, n.e. “ com mais de 20% do total do investimento
elegível do setor, secundada pelas empresas das CAE “Valorização de Resíduos não metálicos”
e “Edição de Jornais”.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 45
Figura 46 - Projetos Aprovados no INALENTEJO, Setor Serviços
Projetos Aprovados no INALENTEJO, Setor Serviços (> 2%)
22,97
8,29
8,20
5,68
4,97
4,93
4,47
4,08
3,53
3,44
3,19
2,14
2,11
7,52
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00
74900 - Outras actividades de consultoria,
científicas, técnicas e similares, n.e.
38322 - Valorização de resíduos não metálicos
58130 - Edição de jornais
58210 - Edição de jogos de computador
01610 - Actividades dos serviços relacionados
com a agricultura
02200 - Exploração florestal
38112 - Recolha de outros resíduos não perigosos
72110 - Investigação e desenvolvimento em
biotecnologia
59130 - Distribuição de filmes, de vídeos e de
programas de televisão
58290 - Edição de outros programas informáticos
81210 - Actividades de limpeza geral em edifícios
81291 - Actividades de desinfecção, desratização
e similares
59110 - Produção de filmes, de vídeos e de
programas de televisão
02400 - Actividades dos serviços relacionados
com a silvicultura e exploração florestal
%Série1Fonte: SIGPOA, a 17.12.2013
No Setor do Comércio destacam-se os projetos apresentados pelas empresas da CAE
“Comércio por grosso de bebidas alcoólicas” com mais de 30% do investimento elegível do
setor, secundadas pelas empresas da CAE “Comércio por grosso de vestuário e de acessórios”
com 8,2% do total do investimento elegível.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 46
Figura 47 - Projetos Aprovados no INALENTEJO, Setor Comércio
Projetos Aprovados no INALENTEJO, Setor Comércio (> 2%)
30,53
8,19
4,54
4,01
3,49
2,79
2,76
2,56
2,22
2,20
2,03
2,01
4,14
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
46341 - Comércio por grosso de bebidas alcoólicas
46421 - Comércio por grosso de vestuário e de acessórios
46382 - Comércio por grosso de outros produtos alimentares, n.e.
46332 - Comércio por grosso de azeite, óleos e gorduras alimentares
46390 - Comércio por grosso não especializado de produtos
alimentares, bebidas e tabaco
47410 - Comércio a retalho de computadores, unidades periféricas e
programas informáticos, em estabelecimentos especializados
46732 - Comércio por grosso de materiais de construção (excepto
madeira) e equipamento sanitário
46190 - Agentes do comércio por grosso misto sem predominância
46900 - Comércio por grosso não especializado
46213 - Comércio por grosso de cortiça em bruto
46442 - Comércio por grosso de produtos de limpeza
47762 - Comércio a retalho de animais de companhia e respectivos
alimentos, em estabelecimentos especializados
47750 - Comércio a retalho de produtos cosméticos e de higiene, em
estabelecimentos especializados
%CAE - ComércioFonte: SIGPOA, a 17.12.2013
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 47
b) PROGRAMA OPERACIONAL FACTORES DE COMPETITIVIDADE (POFC –
COMPETE)
No InAlentejo, até 2012, foram aprovados 1.279.273 milhares de euros em projetos de ID&T e
de Qualificação em co-promoção, distribuídos por 368 projetos, em que cerca de 48% do nº de
projetos está centrado no sector da indústria com 86% do investimento elegível. Com uma
análise interessante surge o sector serviços em que com 156 projetos (42%) apenas tem de
investimento elegível 54.648 milhares de euros, correspondente a 4,3% do total.
Figura 48 – Projetos de ID&T e i Aprovados no COMPETE
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Indústria Serviços Comércio Turis mo Outros
s ectores
Energi a Transportes
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
Nº Projectos
Inv Elegível (mi lhares €)
Fonte: SIGQREN;
Ano:2012
Ao nível das CAE a dois dígitos, no sector indústria, as CAE com o maior número de projetos
aprovados foram as “Indústrias Alimentares”, com 30 projetos, seguidas da “Fabricação de
Outros Produtos Minerais não Metálicos”, com 22 projetos, e das “Indústrias das Bebidas”,
com 21 projetos, semelhante ao ocorrido no InAlentejo. Em termos de Investimento elegível,
as CAE com o maior montante de investimento elegível foi a “Fabricação de produtos químicos
e de fibras sintéticas ou artificiais, excepto produtos farmacêuticos”, seguida da “Extracção e
preparação de minérios metálicos” e de “Fabricação de produtos metálicos, excepto máquinas
e equipamentos”.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 48
De referir que no POFC foi incluído um projecto no Alentejo Litoral com um valor associado de
355.356 milhares de euros que transitou do QCAIII, pelo que não foi incluído na presente
análise. Este projecto refere-se à CAE “Fabricação de matérias plásticas sob formas primárias”.
Fazendo uma análise intrarregional, verifica-se que o maior número de projetos financiados
são multi-regiões, seguido dos projetos da NUT III Alentejo Central. Ao nível do investimento, e
retirando os projetos das multi-regiões, a NUT com o maior investimento aprovado é o
Alentejo Central com 255.408 milhares de euros (35,5% do investimento considerado elegível
até 31.12.2012), seguido do Baixo Alentejo com 222.015 milhares de euros, apesar do número
de projetos elegíveis.
Figura 49 - Investimento Aprovado no COMPETE, por NUTIII
Inve stime nto Aprovado ID&T e I, no COM PETE
Alto Alentejo10%
Lezíria do Tejo14%
Alentejo Central35%
Baixo Alentejo31%
Alentejo Litoral10%
Fonte :SIGQREN, 2012
Globalmente, o impacto dos dois principais Programas de incentivos às empresas, onde os
projetos de inovação e tecnologia que visam a ampliação da capacidade produtiva regional, de
novos bens, serviços e processos, se afirmam como uma das mais importantes áreas de
investimento e de incentivo atribuído, o sector que mais absorveu apoios financeiros foi o
sector da Indústria com mais de 75% do investimento, seguido do sector Turismo com 14%
com especial enfoque na promoção de conteúdos online e à promoção regional,
nomeadamente a promoção turística regional.
No que se refere ao número de projetos elegíveis, também aqui o sector “Indústria” foi o que
mais apresentou projetos com 42% do total, seguido dos sectores “Comércio” (12%) e do
Turismo (10%). As Tecnologias de Informação e Comunicação revelaram um papel transversal,
dado que houve operações financiadas em diversos contextos e envolvendo intervenções
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 49
dirigidas à reorganização administrativa e à melhor organização e gestão da informação
administrativa de serviços até à introdução de novas tecnologias em contexto escolar.
Em contraponto, não houve muitas propostas de operações empresariais elegíveis em áreas
consideradas emergentes a nível regional (automóvel, TIC e aeronáutica) ou associadas às
condições das áreas de mais-valia ambiental, e Resiliência às alterações climáticas.
c) PRODER – PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO RURAL
No âmbito do ProDer, a Acção 4 - Conhecimento e Competências, que entre outros objetivos
tem por finalidade promover e reforçar a capacidade do sector às mudanças tecnológicas e
científicas desenvolvidas ou a desenvolver, promovendo a inovação e privilegiando o recurso a
parcerias que incluem os produtores e as empresas obrigatoriamente e as entidades de I&D,
os centros tecnológicos e outros com actividades relacionadas, numa óptica de produto, de
sector ou de território.
Na Acção 4, mais especificamente a Medida 4.1 – Cooperação para a Inovação, tem por
finalidade:
• Promover o desenvolvimento da inovação através de práticas de cooperação entre os
diversos agentes das fileiras para obtenção de novos produtos, processos ou
tecnologias;
• Aumentar a interligação entre o conhecimento científico e tecnológico e as actividades
produtivas, adequando-o eficazmente às necessidades do sector, à melhoria do
desempenho das empresas e incorporando os resultados nos produtos a oferecer ao
consumidor;
• Incentivar a incorporação da inovação pelos agentes económicos nos processos
produtivos potencializando e optimizando os apoios em áreas complementares como
a modernização produtiva, a qualificação ou os serviços prestados.
De acordo com o Relatório de 2012, o Alentejo é a terceira região nacional com o maior
número e despesa pública aprovada em Cooperação para a Inovação, com 1.771 milhares de
euros de despesa aprovada.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 50
Figura 50 – PRODER – Despesa Aprovada na Medida 4.1 - Cooperação para a Inovação
4.6 O POTENCIAL DE INVESTIGAÇÃO
Como metodologia de trabalho de desenvolvimento da RIS3, a CCDR Alentejo tem
desenvolvido um trabalho conjunto com várias entidades do Sistema Científico e Tecnológico
Regional visando identificar o potencial de investigação existente a nível regional e
consequentemente, fazer uma identificação seletiva das futuras prioridades de intervenção
para a RIS3 do Alentejo.
Realizaram-se várias reuniões e elaborou um primeiro questionário que foi enviado a vários
stakeholders públicos e privados e foi solicitado às entidades do ensino superior que
indicassem os “…domínios/setores onde a investigação/inovação em curso pode constituir um
contributo válido para a região assumir vantagens comparativas, potencial e ambição para a
excelência (áreas onde a região pode, realisticamente, exceder-se) ”.
Das respostas recebidas, conclui-se que a grande capacidade de investigação instalada situa-se
nas áreas de: “Agricultura e Alimentação” com especial destaque para a Agro-indústria,
“Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção”, com especial destaque para a
Indústrias Aeronáutica, Automóvel e Electrónica e “Ambiente e Sustentabilidade”. Outras
áreas também identificadas foram: “Energia”, “Artes e Humanidades” com especial enfoque
no Património, “Ciências, Matemática e Tecnologias de Informação” e “Saúde e Proteção
Social”.
Esta caracterização é ainda um processo em construção, e está a ser preparado um
levantamento mais preciso sobre a oferta científica, tecnológica e de inovação regional, cujas
conclusões serão posteriormente integradas na RIS3.
Numa outra dimensão de análise desta problemática, o Alentejo, não sendo uma região com
grandes apetências para as invenções, como se pode inferir pelo quadro seguinte, as principais
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 51
entidades que nos últimos anos têm registado pedidos de invenções são inventores
independentes e empresas, não sendo no entanto expressiva a sua representatividade a nível
nacional.
Figura 51 - Pedido de invenções nacionais com origem em Portugal, por tipo de requerente
2008 2009 2010 2011 2012
464 665 591 660 693
Empresas 6 7 6 14 7
Universidades 1 5 3 1 1
Instituições de Investigação 0 0 0 0 0
Inventores Independentes 9 8 14 12 12
Total 16 20 23 27 20
Tipo RequerenteAno Pedido
Alentejo
Portugal
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 52
5.MATRIZ SWOT
Pretendendo reunir os aspectos que de forma genérica caracterizam o atual estado do sistema
de inovação da região Alentejo, resumimos em quatro quadrantes: pontos fortes e pontos
fracos que pretendem corresponder aos aspectos internos da região e em oportunidades e
ameaças os aspectos correspondentes aos aspectos que sendo externos à região, poderão ter
influência no seu desempenho:
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
• Instituições do Ensino Superior com
reconhecimento crescente a nível internacional na
produção científica;
• Instituições de Ensino Superior com
capacidade de atracão crescente a nível de
licenciaturas, mestrados e doutoramento em países
de língua portuguesa;
• Oferta da Formação avançada de elevada
qualidade em Tecnologias de Informação
(Universidade de Évora e Institutos Politécnicos, com
Licenciaturas, Mestrados e Doutoramentos);
• Presença na Região de Instituições de Ensino
Superior, entidades de investigação e de interface,
capazes de desenvolver e promover a Investigação e o
Desenvolvimento e a Inovação;
• Localização geográfica das Unidades de I&D
numa Região que consegue conciliar “qualidade de
vida” com acesso fácil e rápido a Lisboa e Espanha;
• Capacidade de investigação e de transferência
de resultados em alguns setores económicos,
nomeadamente na agricultura e pecuária nas
indústrias agroalimentares, no montado/ cortiça, nas
pirites e nas rochas ornamentais.
• Debilidade do potencial científico e
tecnológico (escassez de massa crítica instalada), bem
como na cooperação/articulação entre as diversas
instituições de investigação e entre estas e as
empresas;
• Base produtiva incipiente em inovação
tecnológica, com reduzida incorporação de valor e
débeis estratégias de comercialização nacionais e
internacionais;
• Fraca penetração de infraestruturas e serviços
tecnológicos nas empresas e inexistência de uma
estratégia regional para as TIC;
• Insuficiente investigação associada a produtos
regionais economicamente mais significativos;
• Reduzida disponibilidade de Recursos
Humanos nas áreas tecnológicas, a par de um
diminuto peso do emprego em atividades de média e
alta intensidade tecnológica;
• Reduzida despesa em Inovação e tecnologia
pelas empresas;
• Reduzido acesso a financiamento direto do Estado por parte das pequenas e médias empresas.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 53
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
• Políticas públicas (nacionais e europeias)
claras de aposta em I&DT e I;
• Potencial de cooperação face ao aumento do
número de publicações em co-autoria internacional;
• Instrumentos de estruturação institucional
(Sistema Regional de Transferência de Tecnologia
(SRTT) e Rede Regional de Ciência e Tecnologia
(RRCT), vocacionados para a transferência de
conhecimentos e inovação, para a investigação
aplicada e potenciadores do empreendedorismo e de
IDT&I;
• Sinergias na área de investigação entre os
polos instalados na Região, procurando compatibilizar
e rentabilizar recursos humanos e financeiros, bem
como a captação de know-how exterior à Região;
• Optimização do trabalho realizado pelos
centros tecnológicos da Região junto das empresas,
respondendo às necessidades e exigências do
mercado;
• Aproveitamento dos novos perfis e exigências
do consumidor para estimular investimentos em
inovação (produtos, processos e cooperação), a
incorporar no sector produtivo regional;
• Utilização das TIC e estabelecimento de novas
formas de cooperação entre os diferentes atores,
visando a internacionalização e diversificação de
mercados.
• Exiguidade do mercado atual como limitador
ao investimento privado em ciência e tecnologia e de
procura dirigida às Instituições de Ensino Superior da
Região, a outras estruturas de investigação e a
empresas de serviços tecnológicos e de
conhecimento;
• Elevados custos de contexto no acesso à
inovação e ao desenvolvimento tecnológico por parte
do tecido empresarial;
• Estrutura e perspetivas de reprodução do
tecido empresarial, como fator limitador dos
processos de I&D;
• Incapacidade de atração e fixação de talentos
e população qualificada;
• Incapacidade de absorção da investigação
produzida, por parte do tecido empresarial;
• Deslocalização de empresas de setores
emergentes com potencial de procura de I&DI.
Será pertinente a realização de uma análise focada no relacionamento entre cada dimensão
(Forças-Oportunidades; Forças-Ameaças; Fraquezas-Oportunidades; Fraquezas-Ameaças), de
forma a identificar as áreas em que os pontos potenciam as oportunidades e anulam as
ameaças.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 54
A evolução dos indicadores regionais estimulados pelas transformações registadas, não só na
última década (Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, Porto de Sines, entre outras
realidades), mas essencialmente nos últimos cinco anos, indicam-nos que o Alentejo está
claramente num processo de transformação da sua base económica e social que se traduz em
novos padrões de organização espacial com fortes impactes a nível do fortalecimento das
cidades e dos principais centros urbanos, do despovoamento de aldeias e freguesias mais
marginais e das novas relações urbano-rural.
No tecido empresarial, a região continua a apresentar um tecido empresarial caracterizado na
sua maioria por micro e pequenas empresas, com forte reflexo numa diminuta capacidade de
absorção do capital humano, o que coloca à região desafios que só podem ser ultrapassados
com o apoio de uma forte estratégia de crescente incorporação de conhecimento e inovação.
Este será um dos grandes desafios das políticas públicas: a concepção de respostas adequadas
aos novos contextos, e dinâmicas socioeconómicas regionais (existentes ou emergentes) de
que a Estratégia de Especialização Inteligente para a Região Alentejo será um dos contributos
para relançar o crescimento em torno de um modelo sustentável e inclusivo.
As transformações em curso, ao nível dos atores, evidenciam o crescimento e consolidação de
redes que pertencem ao sistema científico e tecnológico regional e nacional, com destaque
para os estabelecimentos do ensino superior, incubadoras e centros de investigação com sede
na região.
Neste contexto, importa utilizar de forma criativa os recursos de investigação, a tecnologia e a
inovação (existentes e mobilizáveis) num contexto de participação em redes nacionais e
internacionais, por forma a privilegiar novas vocações territoriais (exploração, diferenciação e
valorização) potenciando ofertas de recursos e de produções e serviços regionais, possuidores
de vantagens competitivas.
Conjugando as principais linhas de intervenção dos centros de investigação, do
desenvolvimento tecnológico e da inovação, com os sectores de maior relevância na estrutura
económica da região o próximo desafio é juntar as atividades económicas de forma a
identificarem os domínios com maior potencial regional para suportarem uma estratégia de
especialização e quais os que eles necessitam que sejam trabalhados para melhorar as suas
performances.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 55
6. A VISÃO
A visão acerca da trajetória de desenvolvimento da Região no horizonte 2020 encontra-se
explicitada no Plano de Ação Regional Alentejo, 2020 expressando uma arquitetura de linhas
estruturantes que visa configurar uma estratégia própria, com capacidade diferenciadora
relativamente às demais regiões portuguesas. Uma estratégia distintiva do ponto de vista do
modelo de desenvolvimento a prosseguir, mas com potencial de integração da banda
heterogénea de recursos e potencialidades existentes entre a fachada atlântica, os campos da
Lezíria do Tejo, os tecidos urbanos e patrimoniais, as margens do Guadiana e demais
territórios de fronteira.
Arquitetura das Linhas estruturantes do desenvolvimento regional
A relação Território/Valia ambiental constitui a referência base de suporte à perspetiva
estratégica para o Alentejo 2020 refletida no Diagrama, uma relação que deverá contemplar
de forma coerente e racional um conjunto de vetores significativamente presentes nos
diversos contextos sub-regionais do Alentejo.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 56
A disponibilidade do território para acolher novas atividades e novos residentes (talentos,
empreendedores e famílias), valorizando equipamentos já existentes, uma disponibilidade
articulada em torno de eixos e nós de acessibilidade que vão muito para além da dimensão
regional, constitui em si mesmo um elemento de valor estratégico central para o Alentejo.
A centralidade deste binómio Território/Valia ambiental, expressa nesta configuração
estratégica, deverá adquirir especial relevância e pertinência na fundamentação das
Prioridades de intervenção seleccionadas para a Estratégia de Especialização da Região no
horizonte 2020 apresentadas no Bloco seguinte.
Esta focagem beneficia de níveis enriquecidos de acessibilidade a espaços de valorização dos
recursos (AMLisboa, Espanha, Europa e o Mundo), proporcionada pelo vetor
logística/mobilidade/conectividade (também por via marítima e aeroportuária) da Estratégia
de Desenvolvimento Regional, conferindo uma dimensão fulcral à extroversão da Região.
Um Alentejo com capital simbólico e identidade distintiva, num território dotado de
recursos materiais, de conhecimento e competências e de amenidades, aberto para o
mundo e capaz de construir uma base económica renovada sobre a sua mais valia
ambiental, atraindo residentes, investimentos e atividades geradoras de emprego e
coesão social.
Uma Visão com estes contornos implica a escolha de um modelo de desenvolvimento de
especialização regional que combine de forma ambiciosa e criativa a vertente económico-
produtiva (geradora de valor e de emprego) com as vertentes da sustentabilidade nas quais a
Região (sobretudo, com as valências ambiente e energia) se posiciona de forma favorável para
valorizar, no plano económico e social, uma inegável mais valia ambiental.
Valências do Modelo de Especialização regional
• Dinâmica de aproveitamento dos recursos naturais existentes, fertilizada pelo conhecimento disponível e em maturação, nomeadamente, nas Instituições de Ensino Superior e Centros Tecnológicos e de Investigação da Região;
• Produção de conhecimento científico e tecnológico existentes e em construção na Região (nomeadamente, no âmbito do SRTT), que contemplam vertentes de experimentação e internacionalização e evidenciam articulações interessantes com setores económicos consolidados e emergentes;
• Articulação estratégica e operacional na Região entre políticas sectoriais e políticas de natureza mais territorial, com destaque para a combinação entre as políticas dirigidas à iniciativa económica e as políticas dirigidas ao território e aos seus recursos de excelência [sobretudo, as dinâmicas de inovação e internacionalização presentes e futuras do Complexo Petroquímico de Sines, dos recursos minerais (mármores, granitos, xistos e minerais metálicos) e do Complexo Agro-Florestal (Alqueva e outros regadios, produção de cortiça e
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 57
demais economia de montado)];
• Recursos humanos e capital social existentes na Região, um binómio a reforçar pela capacidade de atrair novos talentos para trabalhar e residir no Alentejo.
Esta perspetiva de ligar o território e os seus recursos de excelência ao mundo, mobilizando
conhecimento e dinâmicas de iniciativa institucional, está presente na visão estratégica
formulada pelo Plano de Ação Regional do Alentejo, 2020 e inspira a Estratégia de
Especialização Inteligente.
7. ELEMENTOS DE DESENVOLVIMENTO PARA UMA ESPECIALIZAÇÃO
INTELIGENTE E IDENTIFICAÇÃO DE PRIORIDADES
De uma forma relevante, fenómenos de natureza histórica, geográfica, económica e social
determinaram a formação das atividades que constituem a generalidade das atividades
económicas regionais. Esta realidade, quando associada ao número de empresas, VAB e
respectivos coeficientes de localização, reforça as mais-valias dos activos naturais (cultura,
património, valia ambiental) e dos adquiridos (fontes de produção energética, logística,
mobilidade, entre outros) no desenho de uma estratégia de desenvolvimento regional para o
Alentejo.
A leitura dinâmica de um conjunto de variáveis-chave para o suporte da Especialização
Inteligente (dinamismo e capacidade competitiva das atividades económicas regionais,
estrutura empresarial, coeficientes de localização do VAB e do emprego, oferta de
competências, recursos de investigação e potencial cientifico e tecnológico, participação em
redes nacionais e internacionais, …), vai no sentido de reforçar as mais-valias dos activos
naturais (valia ambiental, cultura, património, …) e dos adquiridos (fontes de produção de
energia, logística, mobilidade, entre outros) para um desenho adequado de uma Estratégia de
Especialização Regional para o Alentejo.
O desenho da Estratégia de Especialização Inteligente, tendo por pressupostos os activos
regionais, deve ser construída em conjunto com as entidades do Sistema Científico e
Tecnológico da Região, através da valorização das áreas científicas com potencial revelado e
latente em que a Região demonstra condições de diferenciação ou em que essas entidades de
per si ou funcionando em parceria e integrando redes, tenham condições para desenvolver
abordagens e intervenções de diferenciação regional em domínios científicos e tecnológicos
que contribuam para o desenvolvimento socioeconómico futuro do Alentejo.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 58
A ideia da renovação da base económica sobre os recursos naturais e a excelência ambiental e
patrimonial da Região, constitui uma aposta estratégica do PAR Alentejo 2020. Esta Prioridade
de intervenção afigura-se crucial quer para a concretização das linhas estruturantes de
desenvolvimento na óptica do crescimento económico do País, nomeadamente, nas vertentes
da redução da dependência alimentar e energética e do fomento industrial, com base em
recursos endógenos.
Entre os domínios estratégicos dessa aposta o PAR Alentejo, 2020 destaca os seguintes:
• Dinamização de uma base produtiva que potencie económica e socialmente a
excelência ambiental e patrimonial da Região, com capacidade para arrastar os
Territórios de Baixa Densidade, renovados pelo conhecimento, evoluindo para a
estruturação de relações com o mercado interno e acompanhando o esforço de
exportação já hoje presente em setores tradicionais com valor estratégico, mas
que carece de escala, a partir de processos de organização e de comercialização
modernos das produções primárias.
• Valorização das atividades regionais competitivas no Complexo de Atividades
Agroindustrial e alimentar, englobando o sistema de montado com expressão
também na fileira das carnes (sistema de produção extensivo) e na produção de
produtos de elevada qualidade com Denominação de Origem.
• Afirmação de mercado (a nível interno e externo) de produtos turísticos
(Enoturismo, Turismo cultural, Turismo de natureza, Turismo ativo e de
aventura, …), elementos de heterogeneidade pujante do Turismo do Alentejo e
do Ribatejo, com significativa expressão de recursos potenciais e de intenções de
investimento em diversas sub-regiões.
• Desenvolvimento e dinamização de “Clusters” económicos como os tradicionais
Vinho e Azeite, as Energias Renováveis (biomassa, fotovoltaica, eólica …) e a
Pedra Natural que poderá evoluir, a prazo curto, para um Pólo de Recursos
Minerais onde várias sub-regiões do Alentejo, especialmente o Baixo Alentejo,
têm potencial de recursos e capacidade de mineração instalada.
Esta visão da relação base económica/excelência ambiental e patrimonial, esteve presente na
identificação dos principais domínios diferenciadores regionais, em resultado do processo de
trabalho encetado em sede RIS3 e dos processos de planeamento/programação regional. Os
domínios diferenciadores correspondem a atividades produtivas em que a Região é
especializada ou que registam maiores dinâmicas de crescimento, de inovação ou de inserção
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 59
na globalização e: i) que estão articuladas com o potencial do sistema científico e tecnológico
regional; ii) que não estando relacionadas com o sistema científico e tecnológico regional,
poderão desempenhar um papel de dinamização da produção de conhecimento, de
desenvolvimento tecnológico e de inovação, que lhes permita afirmarem-se como novas bases
da especialização inteligente da Região; iii) que não correspondendo a atividades produtivas
em que a Região é especializada ou que nela registem elevados crescimentos, correspondem a
áreas que reúne condições para se afirmarem como novas bases de desenvolvimento
económico regional.
Esses domínios diferenciadores podem ser estruturados em torno da classificação tradicional
de setores consolidados e emergentes, sem prejuízo de alguma transversalidade de
componentes (sobretudo, áreas de atividade, recursos de I&D e domínios tecnológicos).
(a) Domínios/Setores consolidados
Figura 52 – Relação da Especialização Produtiva entre Nº de Empresas e o VAB nas
Atividades com Valor Superior a 1,8
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0
Especia l i zação produtiva (com base no quociente de loca l i zação do VAB>1,8) bas e=Portuga l
Esp
eci
aliz
ação
pro
du
tiva
(co
m b
ase
no
qu
oci
en
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caliz
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bas
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Po
rtu
gal
11
0411
0407
04
07
11
0704
07
0407
11Indústrias alimentares
Agricultura, produção animal, caça e atividades dos serviços relacionados
Silvicultura e exploração florestal
Indústrias extrativas
04
0711
Fabricação de produtos químicos e de f ibras sintéticas ou artif iciais, exceto produtos farmacêuticos
04
0711
Indústria das bebidas
040711
04
Fabricação de equipamento elétrico
11 Atividades veterinárias
07
11
Agricultura, produção animal, caça, f loresta e pesca
0411
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 60
Complexo Agroalimentar e Florestal
As alterações do Modelo Agrícola Regional resultantes das dinâmicas da Agricultura de
Regadio têm sido alicerçadas na introdução de novas tecnologias e na produção de novos
produtos, que vão conferir um espectro de rentabilidade maior às explorações beneficiadas,
com base em produções agrícolas e agroalimentares tecnologicamente evoluídas, de alta
produtividade, ambientalmente sustentáveis e orientadas para a exportação. O
desenvolvimento e a inovação agrícola e agroindustrial terão, dada a dimensão/escala, p.ex.,
do Empreendimento de Alqueva, um efeito demonstrativo e um efeito de arrastamento junto
de outros regadios públicos e privados da Região.
Em complemento da nova ruralidade competitiva, fruto das agriculturas intensivas de regadio,
o incentivo à estruturação de uma base agroindustrial deve constituir um objectivo estratégico
regional, para maximizar a retenção de valor na Região. A existência de conhecimento
científico e tecnológico nas IES e Unidades de I&D do Alentejo e o trabalho desenvolvido,
nomeadamente pelo Agro-Cluster do Ribatejo, poderão contribuir particularmente para essa
dinâmica de reforço da cadeira de valor.
Este reforço deve envolver o apoio a investimentos de modernização dos aproveitamentos
hidroagrícolas, de manutenção de elevados padrões de qualidade e, ainda, de criação de
incentivos ao aparecimento de agroindústrias e de plataformas comerciais e de logística
associadas aos Perímetros de Rega, bem como serviços de apoio.
O domínio das produções agroalimentares tem constituído uma base de trabalho em matéria
de investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação, com repercussão a nível
internacional, em que se destacam o regadio, a vinha/vinho, a oliveira/azeitona/azeite, os
produtos certificados, a cortiça e respectivos produtos transformados, entre outros exemplos
de excelência. Em articulação com estes domínios, o trabalho de investigação desenvolvido
pelas diferentes instituições como pelas próprias populações na área das alterações climáticas,
motivando o prémio Drylands atribuído pelas Nações Unidas. No entanto, as atividades não
devem ser restritas à investigação, apostando essencialmente no estímulo a iniciativas
empresariais inovadoras de jovens agricultores e empresários rurais, suportadas na
mobilização de competências e de capacidades técnicas, através da promoção de novas
práticas e do reforço à modernização das atividades de comercialização e transformação dos
produtos, visando a criação de valor e a orientação da produção para os mercados
internacionais.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 61
CARACTERÍSTICAS DISTINTIVAS VANTAGENS COMPETITIVAS
• Concentração sectorial na região, quanto ao
número de estabelecimentos, com destaque para a
indústria agro-alimentar, que predomina em todas as
sub-regiões, capazes de incorporar conhecimentos
científicos e tecnológicos que potenciem lógicas de
cadeia de valor, de aglomerações de actividades e de
relações comerciais, essenciais para o esforço
colectivo de inovação. A par desta concentração de
empresas agro-industriais existem alguns concelhos
(e.g. Grândola, Évora e Vila Viçosa) com um perfil de
especialização produtiva onde se destacam a indústria
da madeira e cortiça;
• Experiência na constituição de fileiras
produtivas de sucesso (e.g.vinho, azeite) e vários
produtos de reconhecida qualidade (enchidos, carnes
frescas e queijos) associados aos recursos endógenos
que detêm uma grande criatividade, tipicidade e
capacidade de inovação em alguns domínios;
• Existência na região centros de conhecimento
e de investigação e de desenvolvimento tecnológico
reconhecidos internacionalmente capazes dar
resposta aos desafios relacionados com a agricultura,
o agro-alimentar e o alimentar.
• O uso florestal no Alentejo ocupa cerca de
42% do território regional, com significativa expressão
dos povoamentos de quercíneas (áreas de
montado,sobro e de azinhal);
• Tem-se assistido a uma expansão de
florestação com sobreiro, azinheira e olival, para a
qual o Alentejo revela elevado potencial;
• Existência de competências científicas e de
recursos humanos;
• Condições edafo-climáticas que propiciam
circunstâncias ímpares para a obtenção de boas
produções agrícolas, pecuárias e florestais
competitivas e integradas, ou não, em sistemas de
produção tradicionais, nomeadamente, montado,
cortiça, vinha, olival e pecuária extensiva,
hortofrutícolas, culturas bioenergéticas;
• Existência áreas florestais significativas que
apresentam grande potencial para a produção de
cortiça, para a exploração da silvo-pastorícia e dos
produtos não lenhosos, para o desenvolvimento da
actividade cinegética e para recreio e lazer.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 62
- Concentração sectorial na região, quanto ao número de estabelecimentos, com destaque para a indústria agro-alimentar, que predomina em todas as sub-regiões, capazes de incorporar conhecimentos científicos e tecnológicos que potenciem lógicas de cadeia de valor, de aglomerações de actividades e de relações comerciais, essenciais para o esforço colectivo de inovação. A par desta concentração de empresas agro-industriais existem alguns concelhos (e.g. Grândola, Évora e Vila Viçosa) com um perfil de especialização produtiva onde se destacam a indústria da madeira e cortiça; - Experiência na constituição de fileiras produtivas de sucesso (e.g.vinho, azeite) e vários produtos de reconhecida qualidade (enchidos, carnes frescas e queijos) associados aos recursos endógenos que detêm uma grande criatividade, tipicidade e capacidade de inovação em alguns domínios; - Existência na região centros de conhecimento e de investigação e de desenvolvimento tecnológico reconhecidos internacionalmente capazes dar resposta aos desafios relacionados com a agricultura, o agro-alimentar e o alimentar.
Características Distintivas
- o uso florestal no Alentejo ocupa cerca de 42% do territ´rio regional, com significativa expressão dos povoamentos de quercíneas (áreas de montado de sobro e de azinhal); - Tem-se assistido a uma expansão de florestação com sobreiro, azinheira e olival, para a qual o Alentejo revela elevado potencial; - existência de competências científicas e de recursos humanos; - Condições edafo-climáticas que propiciam circunstâncias impares para a obtenção de boas produções agrícolas, pecuárias e florestais competitivas e integradas, ou não, em sistemas de produção tradicionais, nomeadamente, montado, cortiça, vinha, olival e pecuária extensiva, hortofrutícolas, culturas bioenergéticas; - existência de áreas florestais significativas que apresentam grande potencial para a produção de cortiça, para a exploração da silvo-pastorícia e dos produtos não lenhosos, para o desenvolvimento da atividade cinegética e para o recreio e lazer
Vantagens Competitivas
- Qualificar e vocacionar a rede de infraestruturas de acolhimento e desenvolvimento empresarial e logístico, em articulação com a estrutura do sistema urbano e potenciando as especializações locais; - O turismo ambiental ou turismo ecológico baseado na conservação do património biológico e paisagístico apresenta um crescimento significativo à escala global, apresentando a região Alentejo, pela diversidade e qualidade dos recursos que oferece, grande potencial para este tipo de actividade; - Reajustamento de usos e funções na região com as novas valências do EFMA – regadio, turismo – e potencialidades associadas da agro-indústria, bem como a criação de novos programas de regadios que apelem a uma melhor gestão dos recursos hídricos na actividade agrícola; - Reaproveitamento das vastas áreas de pastagem com recurso ao I&D
Oportunidades
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 63
Património e Cultura
As amenidades do território e o património e a cultura reúnem um conjunto heterogéneo de
recursos que moldam a identidade regional, sendo de destacar os seguintes vetores:
� património histórico (urbano-monumental), que abrange as Cidades património
mundial de Évora e Elvas;
� património de arte sacra, com especial relevância para o trabalho de investigação e
restauro, entretanto, encetado por vários agentes regionais de forma inovadora;
� património etnográfico e de arte popular, com exemplos expressivos no artesanato e
no Cante, este a procurar reconhecimento como Património Cultural Imaterial da
Humanidade;
� património natural, designadamente, do sistema agro-pastoril do montado de sobro
com a Candidatura a Património da Humanidade, da responsabilidade da ERT Alentejo,
em fase adiantada de organização.
Estes vectores do Património e da Cultura regional, aos quais se pode acrescentar o cavalo
lusitano e a tauromaquia e os produtos e sabores mediterrânicos (recentemente reconhecidos
como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO), constituem uma mais valia
relevante para a estruturação de atividades económicas relacionadas e de suporte (indústrias
culturais e criativas, merchandising, comércio enquanto elemento complementar, …) e para a
atracão de novas gerações de turistas que procuram destinos com identidade.
A riqueza do património urbano, pela transversalidade dos seus usos, encontra no potencial de
recursos de I&D das Tecnologias de Informação e Comunicação e dos Materiais um conjunto
de interacções profícuas de suporte à reabilitação do edificado e à regeneração económica,
com implicações de relevo ao nível da gestão urbana (energia, mobilidade, edifícios, água e
resíduos, segurança, saúde, cultura, entre outras).
Em síntese, a preservação, recuperação e valorização do património e a criação cultural e
artística, como factores diferenciadores e atractivos da Região, devem envolver apoios à
recuperação e conservação patrimonial, ao estudo/investigação e à dinamização de
oportunidades económicas, com soluções inovadoras de gestão.
A Estratégia de Especialização Inteligente para o Alentejo deverá tratar estes elementos
identitários, enquanto complexo de atividades com capacidade para gerar riqueza e emprego,
desiderato para o qual o SRTT deverá contribuir activamente assumindo as indústrias criativas
e da cultura como uma área especial de trabalho, nomeadamente a partir de núcleos de
excelência regionais de que são exemplos, a Escola das Artes e outras estruturas para tal
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 64
vocacionadas [Laboratório Hércules, Centro de História da Arte e Investigação Artística da
Universidade de Évora (CHAIA), etc.] da Universidade de Évora.
- Vasto património cultural (arquitectónico, arqueológico e artístico) encontra-se em razoável estado de conservação. Évora e Elvas são Património Mundial, cerca de cinquenta aglomerados têm grande importância patrimonial e turística, oito estações romanas são de interesse internacional, e existem cerca de quinhentos edifícios religiosos e meia centena de castelos e fortalezas; - Vasto património imaterial ainda muito presente nas comunidades: música, conto, sincretismo religioso (associado a tradições e locais de culto) e o cante (em vias de classificação pela UNESCO);
- A existência, nesta região, de algumas das espécies mais ameaçadas da Europa e do Mundo (lince-ibérico, saramugo, aves estepárias) a par de habitats de relevância europeia e mundial, como o caso de algumas zonas húmidas inscritas na Convenção de Ramsar (estuário do Sado e lagoas de Santo André e da Sancha) cujo estado de conservação é ainda assinalável, concorrem para a notoriedade do Alentejo numa escala internacional;
- Valorização crescente da património cultural e ambiental como suporte da atractividade regional, designadamente pela reabilitação dos centros históricos, recuperação de elementos patrimoniais e uma política cultural em prole do desenvolvimento; - Nível nacional tem-se registado um reforço da visibilidade da região, designadamente do património (gastronomia, artesanato; música, poesia, conto)
- Crescente procura regional de locais de interesse patrimonial, relacionados com sítios e circuitos arqueológicos, arquitectónicos, artísticos e gastronómicos;
Oportunidades
Características Distintivas Vantagens Competitivas
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 65
Ambiente e Recursos Naturais
Este domínio associa activos naturais/ matérias-primas do solo, sub-solo e plataforma
continental da Região que constituem uma base enriquecida de recursos, com potencial de
aproveitamento económico e funções de protecção e conservação da natureza e
biodiversidade. Em ambas as valências, trata-se de domínios em que a investigação científica,
a inovação e o desenvolvimento tecnológico têm uma margem de progressão e estruturação
futura promissoras, fundamentalmente nas vertentes seguintes:
Mar e Recursos Hídricos. A extensa frente marítima da fachada atlântica do território
alentejano detém um elevado potencial, não só pelas suas características naturais, como
também pelos recursos diversificados que disponibiliza para o desenvolvimento da Região, por
via das tradicionais atividades pesqueira e turística e de novas atividades emergentes, com
destaque para a produção de energia e para a biotecnologia e a química, particularmente a
investigação e a exploração de novas alternativas nos domínios da alimentação, medicina,
transportes e saúde.
No que se refere ao potencial relacionado com as atividades emergentes, perspectivam-se
oportunidades associadas ao desenvolvimento de competências na área das energias
renováveis offshore e de produção de biocombustíveis a partir das algas, assim como na
utilização da robótica e de TIC associadas às atividades marítimas e marinhas que permitirão,
entre outras áreas, o desenvolvimento de sistemas de observação da terra e a pesquisa e
exploração de recursos vivos e não vivos, para a biotecnologia e a extracção de recursos
minerais.
No domínio dos Recursos Hídricos, importa valorizar os espelhos de água de que a Região é
detentora, nomeadamente, do grande Lago de Alqueva enquanto potencial centro de
investigação de recursos genéticos ribeirinhos e lagunares. Com efeito dos espelhos e origens
de água existentes decorrem particulares desafios para os Centros de Investigação em matéria
de gestão e monitorização integrada da utilização e compatibilização de usos hídricos
superficiais e subterrâneos estimulando o desenvolvimento de I&D e I em função da melhor
optimização do recurso face às necessidades e potencialidades económicas e sociais.
O desenvolvimento das atividades de I&I da biotecnologia marinha, ribeirinha e lagunar tem
revelado, a nível europeu e mundial, significativas oportunidades em matéria de aplicações
industriais, farmacêuticas, médicas, cosméticas e preservação de ecossistemas. Estas são
algumas das áreas em que a Região tem condições de aposta relevantes para a interação entre
a investigação científica experimental e a utilização prática de base empresarial. Porto de Sines
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 66
Neste domínio, o Porto de Sines tem relevância a nível nacional e ibérico por possuir condições
físicas de excelência (porto de águas profundas com fundos de serviço equivalentes aos portos
espanhóis de Algeciras e Valência e superiores aos dos restantes portos portugueses), por
possuir uma forte especialização em produtos energéticos (importação de petróleo e
derivados, carvão e gás natural liquefeito), por ser o que mais carga movimenta em Portugal
(27 milhões de toneladas em 2012), cerca de 42% do total dos portos nacionais) e por deter
também uma posição geoestratégica privilegiada relativamente ao cruzamento das grandes
rotas mundiais Norte-Sul e Este-Oeste de transporte marítimo. Sines possui também uma
posição relevante a nível nacional, por estar dotada de grandes empreendimentos industriais
relacionados com a petroquímica, refinação de petróleo e produção de energia eléctrica e
dispor de amplas áreas especialmente vocacionadas para acolher a implantação de actividades
industriais, logísticas e de serviços, as quais poderão evoluir até uma ocupação total de mais
de 2000 ha; a estes factores junta-se também o facto de já estarem presentes no Porto de
Sines operadores de projecção internacional.
- Extensa faixa atlântica, áreas estuarinas (Sado, Mira e Lagoas de Melides, Santo André e Sancha) e águas interiores (rios e albufeiras) de uma grande riqueza de recursos (e.g. animais marinhos, sal, e algas), que se revestem de potencial para se afirmar como uma importante actividade económica na região; - O Porto de Sines possui um posicionamento geográfico estratégico, no cruzamento das grandes rotas mundiais Norte-Sul e Este-Oeste, assumindo-se em Portugal como a principal infra-estrutura portuária de movimentação de mercadorias e a par com Leixões no transporte de contentores;
- Inexistência de zonas edificadas ameaçadas pelo mar; - Existência de porto de pesca em Sines, com equipamento de frio, armazenagem e comercialização instalados, assegurando as condições legais em termos de condições operativas e de segurança necessárias à comercialização dos produtos da pesca; - Existência de sistemas aquíferos com importância regional e local, com elevado potencial para suprir necessidades de fornecimento de água, constituindo uma importante reserva estratégica de água;
- Disponibilidade de recursos haliêuticos diversificados de elevado valor comercial; - Competências do sistema científico e tecnológico em biotecnologia marinha que podem contribuir para a exploração da cadeia de valor; - A importância estratégica do Porto de Sines decorre da associação entre uma plataforma industrial e logística de grande importância nacional e internacional, com especialização no sector petroquímico e na refinação de combustíveis, a que se junta uma grande disponibilidade de terrenos infra-estruturados para a instalação de unidades industriais e um porto de águas profundas, único no país;
Características Distintivas Vantagens Competitivas
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 67
Recursos Minerais. As consideráveis reservas de rochas ornamentais (mármore, granitos e
xistos) e de minerais metálicos (com destaque para os recursos da faixa piritosa do Baixo
Alentejo), são potenciadoras de diversificadas atividades diretas e associadas à criação de valor
não deve ficar confinada ao processo extrativo, antes fomentar a dinâmica e o potencial da
inovação associados aos processos de conceção e transformação e à comercialização, em
sintonia com pesquisas de mercado realizadas e com as preferências dos consumidores.
A existência na Região de um Centro Tecnológico (CEVALOR) e do Cluster da Pedra Natural
(ValorPedra) ambos de âmbito nacional, dão uma dimensão à indústria extractiva e aos
agentes do Cluster que importa reter e potenciar em termos de capacidade de inovação e
desenvolvimento tecnológico, visando a dinamização e concepção de I&I centrada na
competitividade empresarial e nos processos/tecnologias inovadoras aumentando a
produtividade a alargando a cadeia de valor, visando a conquista de novos mercados e
enfatizando a dimensão exportadora das atividades do Cluster.
A dinamização, em curso de uma Estratégia comum para a Prospeção e Exploração dos
Recursos Minerais em Portugal, reforça a relevância da Região Alentejo face à dotação de
recursos geológicos e de I&D (Centro Tecnológico e Departamentos da Universidade de Évora).
A Estratégia tem definidos, entre os seus objetivos centrais, vectores de forte articulação IDT/
Inovação Empresarial, designadamente: (i) Promover a prospecção, a investigação e a inovação
no setor industrial a fim de contribuir para um melhor conhecimento do potencial dos recursos
- Estimular o desenvolvimento de actividades de I&D directamente relacionadas com as potencialidades dos recursos de pesca regionais e a sua aplicação empresarial. - Promover a exploração sustentável dos recursos, através da diversificação das actividades que garantam a manutenção dos postos de trabalho e evitem a sobre-exploração de espécies tradicionais de captura (diversificação, planificação e reforço da produção aquícola; produção de sal artesanal (flor-de-sal) de elevado valor comercial; reafectação de embarcações de pesca e adaptação de artes tradicionais para fins turísticos. - Compatibilizar os diferentes usos da faixa costeira, promovendo a planificação de unidades aquícolas sustentáveis e a melhoria e modernização dos equipamentos dos portos de pesca e de abrigo que permitam minimizar impactos ambientais, e assegurar o reforço da segurança e condições de operacionalidade da atracação e da descarga e apoio à venda do pescado
Oportunidades
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 68
minerais do País (onshore e offshore) e permitir uma exploração sustentável, melhorando a
sua capacidade produtiva exportadora e o respetivo conteúdo de valor acrescentado nacional;
e (ii) Reforçar a cooperação entre Universidades, Centros de Investigação, Associações
Empresariais e Empresas no sentido de consolidar os sistemas de I&D e de Inovação nesta área
e promover a excelência, a inovação, numa lógica de especialização inteligente, disseminando-
as no tecido industrial, com especial foco nas PME’s.
- . Relativamente à faixa piritosa ibérica o Alentejo tem uma das mais ricas reservas mundiais de sulfuretos polimetálicos ; - Matérias-primas de base de setores dominantes em Portugal, estão em expansão e reestruturação das suas atividades através da exploração do conhecimento e da exploração de novas atividades: produtos petrolíferos, rochas ornamentais, cortiça, biocombustíveis, energias renováveis, sulfuretos polimetálicos, entre outros; - Boa capacidade industrial instalada e elevado domínio tecnológico em termos de processos e equipamentos (desenvolvimento tecnológico e modernização de equipamentos) para a prospecção e exploração dos recursos; - Existência de um centro tecnológico e de um Cluster capazes de promover a valorização das rochas ornamentais através da transferência de novas tecnologias e da inclusão de factores de inovação de produtos e processos, visando a certificação das empresas e dos produtos.
Características Distintivas
- Indústria extrativa associada à cortiça, cuja matéria-prima a região Alentejo é o principal produtor a nível mundial; - Recursos geológicos em quantidade e diversidade com elevado valor, particularmente minérios de sulfuretos polimetálicos, associados à Faixa Piritosa Ibérica, rochas ornamentais de elevada diversidade e beleza (mármores, granitos e xistos) e águas minerais;
Vantagens Competitivas
- Ganhos de mercado associados à inovação ao nível do design e marketing e novas utilizações para as rochas ornamentais incluindo os subprodutos, aproveitando a imagem de prestígio associada ao uso da pedra enquanto produto natural de alto valor estético e ecológico, numa perspectiva de sustentabilidade, considerando os aspectos ambientais, geológicos e de segurança; - Reforço da prospecção e exploração de novos jazigos e da inovação de processos, como resposta ao crescimento do mercado internacional de metais - Dinamização do património geológico e mineiro, contribuindo para a sustentabilidade dos projectos de turismo temático, associados às antigas explorações mineiras; - Potencial tecnológico instalado capaz de desenvolver novos produtos e processos com vista à aplicação tanto nas indústrias tradicionais como nas industrias intensivas em tecnologia, sustentadas em eco-conceitos.
Oportunidades
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 69
Património Natural, a salvaguarda dos habitats e das espécies constitui um dos objetivos
estratégicos fundamentais do espaço europeu, sendo importante uma boa gestão e
manutenção da diversidade dos ecossistemas e das paisagens do Alentejo, preservando o
património natural e reforçando a identidade das comunidades rurais das áreas classificadas,
as quais representam quase metade do total nacional.
A dimensão do território regional com áreas classificadas/protegidas, a qualidade da paisagem
e a existência de habitats de relevância europeia e mundial concorrem para a notoriedade do
Alentejo numa escala internacional potenciando a sua capacidade de I&D e I.
A promoção de um desenvolvimento sustentável destas áreas articuladas de forma criativa
com o desenvolvimento de novas tecnologias e processos criativos que permitam criar valor às
populações residentes nos espaços rurais, com especial incidência nas áreas classificadas,
abrem um leque de ações em vários domínios, em muitos dos quais as instituições do SCT da
Região estão a desenvolver trabalhos com mérito internacional reconhecido.
- Elevado grau de preservação ambiental capaz de se constituir como um factor de atracção que associado à dimensão das explorações agrícolas garante a multifuncionalidade de exploração dos recursos naturais existentes: o solo (incluindo os recursos geológicos), a água, a floresta (montado e charneca), bem como os recursos cinegéticos;
Características Distintivas
- Existe uma boa cobertura regional de áreas classificadas (5 Áreas protegidas, 13 Sítios, 9 Zonas de Protecção Especial) e de outros espaços (sem enquadramento jurídico) com interesse para a conservação da natureza na região Alentejo.
Vantagens Competitivas
- Prosseguir uma gestão sustentável dos recursos naturais disponíveis, de acordo com as políticas em vigor, salvaguardando e promovendo a incorporação de boas práticas agrícolas, mantendo os valores culturais e paisagísticos, a biodiversidade e a multifuncionalidade dos espaços rurais e das áreas protegidas, de modo a valorizar as mais-valias, nomeadamente, ambientais, criadas pelos sistemas agro-florestais e a manter os níveis elevados de qualidade ambiental; - Otimização de infraestruturas e metodologias inovadoras para avaliação e monitorização de ecossistemas; - Conseguir introduzir melhorias acentuadas no processo produtivo através da incorporação de tecnologias inovadoras, que garantam uma gestão mais eficiente dos recursos, nomeadamente da água de rega e dos recursos energéticos e que de preferência surjam associadas a projectos de I&D
Oportunidades
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 70
(b) Domínios/Setores emergentes
O aproveitamento da localização no Alentejo de setores emergentes, com relevo para a
aeronáutica, a electrónica, e as energias renováveis atividades de grande relevância
estratégica e tecnológica com potencial de clusterização (sinergias, a montante e a jusante,
com outras atividades económicas e tecnológicas), pode contribuir para posicionar
internacionalmente a Região e o País.
O Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT) e o Parque de Ciência e Tecnologia
do Alentejo (PCTA) devem assumir estes setores económicos como âncoras da sua atuação
futura, mobilizando parcerias nacionais e internacionais que contribuam para formar
competências e estruturar capacidades de investigação e de prestação de serviços estratégicos
de alta tecnologia.
Figura 53 – Relação da Especialização Produtiva entre Nº de Empresas e o VAB das
Atividades com Valor entre 1,1 e 2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5Especialização produtiva (com base no quociente de localização do VAB 1,1<x<2) base=Portugal
Esp
ecia
lizaç
ão p
rodu
tiva
(com
bas
e no
quo
cien
te d
e lo
caliz
ação
n
tota
l de
empr
esas
) ba
se=P
ortu
gal
11
041104
07
04
11
0704
07
04
07
11
Armazenagem e atividades auxiliares dos transportes(inclui manuseamento)
Restauração e similares
Atividades das bibliotecas, arquivos, museus e outras atividades culturais
Fabrico de mobiliário e de colchões
0407
11
Atividades de saúde humana
04
07
11
Atividades de apoio social com alojamento
07
11
Alojamento, restauração e similares
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 71
Energias Renováveis
O Cluster das Energias Renováveis, tem uma forte expressão de recursos e de investimentos
em infraestruturas e equipamentos (nomeadamente, nas vertentes solar, eólica, biomássica,
ondas e geotérmica), nas diversas sub-regiões do Alentejo. Tal significa que a Região tem um
papel a desempenhar em termos de inovação e de oportunidades económicas na resposta aos
objetivos e metas do Pacote Energia - Clima da União Europeia.
O cumprimento de objetivos de promoção da eficiência energética, encontra um campo de
oportunidades a dinamizar a partir das competências das unidades de I&D e empresas
regionais, bem como de outras à atrair, nomeadamente nos seguintes domínios:
� ecoeficiência da gestão de resíduos, garantindo a preservação de recursos,
minimização dos impactes negativos sobre a saúde pública e o ambiente, na
aplicação dos princípios de reduzir, reciclar e reutilizar;
� valorização energética das infraestruturas e edifícios a afirmar na política de
cidades;
� produção de energia limpa com unidades de microgeração de energia elétrica e
térmica;
� dinamização da produção de energia por via do aproveitamento do potencial dos
recursos energéticos endógenos (solar, geotermia, biomassa e resíduos agro-
industriais); e
� instalação de novas estruturas para aproveitamento de recursos energéticos
endógenos, nomeadamente a valorização energética da biomassa, com avaliação
da viabilidade de instalação de uma central biotermoelétrica baseada em fontes
renováveis.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 72
Mobilidade, Aeronáutica e TICE
No domínio da Mobilidade, o desenvolvimento de um conjunto de atividades, através de uma
repartição modal mais equilibrada, energeticamente eficiente integrando transportes coletivos
e modos suaves e de modelos e gestão da mobilidade de pessoas e bens, constitui uma
oportunidade de valorizar recursos de conhecimento, equipamentos e investigação das IES
regionais. A segurança (sistemas de informação e segurança portuária, de monitorização
ambiental, etc.) enquadra-se, igualmente neste domínio.
A indústria aeronáutica é uma atividade económica recente na Região Alentejo mas trata-se de
um setor que já adquiriu relevância estratégica e tecnológica, com potencial de clusterização
na Região, nomeadamente gerando sinergias, a montante e a jusante, com outras atividades
económicas e tecnológicas. Para o potencial de clusterização reconhecido muito poderão
- Condições naturais vantajosas para a produção de energia a partir de fontes renováveis (geomorfologia, clima...); - Existência de know how regional no domínio da energia solar fotovoltaica e hídrica; - Existência de empresas de cariz internacional com competências de investigação e desenvolvimento tecnológico instaladas na região; - Território com potencias diversificadas ao nível da produção de energia de fontes renováveis (hídrica, solar, eólica, biomassa e geotermia e oceânica).
Características Distintivas
- Número de horas solares mais altos da Europa; - Maior central fotovoltaica do mundo; - Segunda maior central de produção hidroelétrica nacional; - O Alentejo é a única região nacional com uma central produtora de biocombustíveis com origens em gorduras animais; - É a única região em que o sistema de ensino superior tem duas licenciaturas especificas em energias renováveis e tecnologias de produção de biocombustíveis;
Vantagens Competitivas
- Desenvolvimento tecnológico e de investigação no domínio das energias renováveis, resultante dos investimentos realizados nos domínios das energias renováveis e da eficiência energética e das licenciaturas existentes na região neste domínio; - Resolução de problemas de mobilidade; - Soluções de novas tecnologias de eficiência energética ; - Especialização de capital humano e capapcidade de formação de recursos humanos
Oportunidades
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 73
contribuir diversas intenções de investimento, a carecer de uma territorialização das
estratégias de diplomacia económica e de atração de investimento estrangeiro.
No domínio das TICE (Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica), o Alentejo
representava, em 2011, 2,5% do total nacional das empresas nas CAE associadas, situando-se o
peso mais elevado no ramo relativo à Fabricação de instrumentos e material médico-cirúrgico,
em especial, “Fabricação de material ortopédico e próteses e de instrumentos médico-
cirúrgicos”.
As redes de mediação, transferência e financiamento de investigação, desenvolvimento e
inovação, existentes nestes domínios, nomeadamente associadas às Instituições de Ensino
Superior, dispõem de condições para desenvolver ensaios e experiências-piloto com o
envolvimento dos elos da cadeia de investigação (projecto, processo, mercado, …), incluindo
empresários e consumidores e visando futuras aplicações criadoras de riqueza e emprego
científico.
- O Alentejo possui uma conectividade privilegiada no contexto do País e da Península Ibérica, por ser uma região atravessada por grandes eixos rodoviários de importância nacional e internacional; - Existência de investimentos empresariais de empresas internacionais de referência no setor aeronáutico na região Alentejo, no último quinquénio; - Existência de uma rede de heliportos e aeródromos na região vocacionados para a navegação de aeronaves de pequeno porte; - O Alentejo tem uma boa cobertura de banda larga e a grande maioria dos serviços públicos disponibilizam e-serviços; - Sistema do ensino superior com oferta de formação e serviços de qualidade em TIC
Características Distintivas
- O Alentejo possui uma conectividade privilegiada no contexto do País e da Península Ibérica, por ser uma região atravessada por grandes eixos rodoviários de importância nacional e internacional; - Além da captação de fluxos turísticos, o Aeroporto de Beja poderá tirar partido das excelentes condições naturais e do grande comprimento da pista, para a consolidação de uma plataforma de carga aérea (a médio prazo) e a afirmação de um pólo de aeronáutica assente na aviação comercial, na manutenção de aeronaves e no treino de tripulações; - TIC para a eficiência energética relacionadas diretamente com empresas com capacidade de atuação em mercados a nível global
Vantagens Competitivas
- Qualificar a gestão das infra-estruturas de acolhimento empresarial e logístico desenvolvendo mecanismos de articulação em rede, bem como promover a articulação destas infra-estruturas com as infra-estruturas do sistema regional de inovação; - Tecnologias para a Informação e o Turismo, para a Saúde, para a Língua Portuguesa, etc; -
Oportunidades
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 74
Economia Social
As dinâmicas de envelhecimento demográfico e os baixos índices de iniciativa e de
desemprego elevado, sobretudo, em contextos territoriais desvitalizados, conferem especial
importância à intervenção em rede das Organizações da Economia Social. Trata-se de
elementos propulsores para desempenharem um papel próprio e tendencialmente inovador
na transição entre um modelo de regulação social assente nas instâncias do Estado para um
modelo assente em parcerias e outras formas de associação entre organizações, onde o Estado
assume apenas funções de coordenação.
As vertentes-chave de actuação, com enquadramento nos instrumentos de política, que
devem operacionalizar no futuro as prioridades do Crescimento Inclusivo, na Região, devem
contemplar:
� Dinamização da criação de emprego em atividades de produção de bens e serviços
para satisfação de atividades socialmente úteis nas quais o mercado não actua ou
não é acessível, com facilitação do compromisso entre competitividade
económica e coesão social e potenciação da criação/ /desenvolvimento de
negócios;
� Desenvolvimento de parcerias no quadro do estímulo ao empowerment e a uma
cidadania ativa (preocupações do terceiro sector);
� Desenvolvimento de processos de inclusão social, pela via da capacitação dos
indivíduos, entendidos enquanto processos de transformação das instituições, de
forma a potenciar a adequação das respostas aos diferentes públicos, sobretudo
os mais vulneráveis no acesso ao emprego pelas características de exclusão social;
� Refuncionalização dos equipamentos da coesão local (sobretudo, saúde e ação
social), enquanto oportunidade de estabelecimento de redes operacionais e
económicas entre os territórios rurais e os centros urbanos mais próximos
mobilizando recursos cujo custo já foi realizado e dos quais importa retirar o
maior valor possível, dada a dificuldade na realização de novos investimentos.
A urgência de reforma das funções do Estado gera a necessidade de uma ponderada avaliação
de viabilidade técnica, económica e financeira de iniciativas e ações sendo indispensável um
esforço de inovação institucional e organizacional para que estas Organizações assegurem a
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 75
continuidade e a autossustentação da mobilização das comunidades e dos recursos locais e
exógenos, com destaque para a capacitação dos seus profissionais, em contextos
organizacionais caracterizados muitas vezes pela precariedade dos recursos e das capacidades
instaladas.
- O Alentejo, pela sua extensão geográfica e dispersão demográfica, apresenta problemas de acessibilidade, em termos de distância tempo, aos equipamentos e aos serviços de saúde - O elevado nível de envelhecimento da população activa, acarreta dificuldades de empregabilidade e de mobilidade intra e inter-sectorial assim como de requalificação profissional - A elevada taxa de desemprego requer politicas activas de emprego e de inclusão social
Características Distintivas
- - - - EM DESENVOLVIMENTO
Vantagens Competitivas
EM DESENVOLVIMENTO
Oportunidades
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 76
8. POLICY MIX
A concretização bem sucedida das vertentes da Estratégia de Especialização Inteligente da
Região, em combinação virtuosa com as Prioridades e Objetivos temáticos da Politica de
Coesão e no enquadramento mais vasto das Prioridades e Objetivos da Estratégia Europa
2020, deve remeter para uma articulação entre vetores de intervenção regional referenciados
no PAR Alentejo, 2020 e no Projeto de PO Regional Alentejo 2014-2020, designadamente os
seguintes:
� Consolidação do SRTT em matéria de dinamização de projetos e de uma massa
crítica de iniciativa e de parcerias estratégicas para rentabilizar investimentos em
infraestruturas, em direção à transferência de conhecimento indispensável à
transformação do tecido empresarial e à atração de investimentos tanto em
setores tradicionais da especialização do Território, como em setores
emergentes.
� Renovação de capacidades empreendedoras e mobilização de novos atores para
robustecer dinâmicas de iniciativa e inovação, combinando as frentes da
competitividade e da coesão territorial na atuação dos segmentos do sistema de
atores regional (organismos desconcentrados da Administração; associativismo
empresarial, de produtores e técnico-profissional; Organizações de Economia
Social; Associações de Desenvolvimento Local; ...).
� Reorganização do Ensino Superior, Tecnológico e Profissional e da formação
técnica especializada do sistema dual (Sistema de Aprendizagem), um dos mais
importantes desafios ao desenvolvimento económico e social da Região que
convoca o envolvimento interveniente de parceiros públicos, associativos e
privados, com base na estruturação de redes de recursos que potenciem as
adequadas sinergias educação/ formação/ inovação/ economia.
� Capacidade de articulação estratégica e operacional, à escala regional, da atuação
de entidades públicas com funções de tutela e gestão de instrumentos de política
tanto organismos desconcentrados, como nacionais, sobretudo, os que
desempenham funções de interface em domínios nucleares para o
desenvolvimento regional, nomeadamente no quadro da Estratégia de
Especialização Inteligente.
A concretização das Prioridades de Intervenção pressupõe uma abordagem dinâmica dos
instrumentos de financiamento, em fase de programação, na medida em que as áreas
temáticas de intervenção propostas necessitam de recursos de financiamento dos Fundos
Estruturais da Coesão e do FEADER e FEAMP, designadamente:
(i) Os mecanismos de programação multifundos que estão a ser acolhidos no próximo PO
Regional (designadamente, FEDER e FSE);
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 77
(ii) A mobilização de recursos do Fundo de Coesão (intervenções infraestruturais de fecho
de redes; qualificação ambiental e do território, indispensável à atração do
investimento; …); e
(iii) Os recursos do FEADER, no enquadramento das apostas estratégicas referentes, p.ex.,
à Agricultura de Regadio, à Afirmação do Cluster Agroalimentar e ao Desenvolvimento
dos Territórios de Baixa Densidade (com extensão às zonas costeiras, onde deverão ser
mobilizados financiamentos do FEAMP, em apoio às atividades e investimentos da
Economia do Mar).
Neste binómio, que conjuga instrumentos de programação e recursos de financiamento, a
criação de uma relação virtuosa para as prioridades temáticas selecionadas para a
Especialização Inteligente Regional tem vantagem em estabelecer uma abordagem das
tipologias de ação do PO Regional centrada nas seguintes vertentes-chave de atuação:
• Qualificação da produção de conhecimento, por via do robustecimento do SRTT;
• Operações orientadas para reforçar a cooperação entre as entidades do SRTT e as
empresas, na ótica da transformação do conhecimento em aplicações económico-
produtivas;
• Operações orientadas para fomentar a investigação e a inovação empresarial;
• Operações orientadas para dinamizar os processos de internacionalização das
atividades de produção de conhecimento e de inovação empresarial;
• Operações orientadas para fomentar o empreendedorismo de base tecnológica;
• Operações orientadas para melhorar as competências e aumentar a dotação de
recursos humanos qualificados nas empresas, designadamente as competências em
inovação e internacionalização.
O Anexo 1 apresenta o detalhe das Ações-tipo constantes das Prioridades de investimento
selecionadas para integrar o PO Regional Alentejo 2014-2020.
A Quadro seguinte sistematiza informação relevante da Cadeia de Programação dos Domínios
temáticos da Competitividade e do Capital Humano, expressando a dinâmica de Objetivos
específicos associados às Prioridades de Investimento seleccionadas.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 78
Figura 54 - Prioridades de Investimento / Objetivos Específicos
Prioridades de Investimento
Objetivos Específicos
Aumentar a produção científica de qualidade reconhecida internacionalmente, orientada para a especialização inteligente e visando estimular uma economia de base tecnológica e de alto valor acrescentado, privilegiando a excelência, a cooperação e a internacionalização
Reforçar a inserção das infraestruturas do SCTN nas redes internacionais de I&D&I 1.1
Reforçar a transferência de conhecimento científico e tecnológico para o setor económico
Aumentar o investimento empresarial em I&D&I 1.2
Reforçar as redes e outras formas de parceria e cooperação
3.1 Promover o empreendedorismo qualificado e criativo
3.2 Reforçar a capacitação empresarial para a Internacionalização
3.3 Reforçar a capacitação empresarial das PME para o desenvolvimento de produtos e serviços
3.4 Melhorar as condições de financiamento das empresas para a inovação e internacionalização (capital e dívida)
8.3 Aumentar a criação de emprego sustentável, designadamente para desempregados, através do apoio à criação do emprego por conta própria e à criação de empresas
8.8 Aumentar a criação de emprego sustentável, designadamente para desempregados, através do apoio à criação do emprego por conta própria e à criação de empresas
9.6 Dinamizar a criação de estratégias desenvolvimento socioeconómico de base local
10.2 Aumentar o número de doutoramentos, inseridos em estratégias regionais RIS3 visando o reforço da investigação, do desenvolvimento tecnológico e da inovação
Melhorar a eficácia, eficiência e a qualidade dos serviços prestados pela administração pública, reforçando a implementação de um ambiente favorável ao negócio
11.1 Reforçar a capacidade de atores e redes para a promoção de ações de desenvolvimento territorial
A densidade das necessidades e a natureza dos apoios para as dimensões-objetivo
referenciadas, pressupõe, complementarmente, uma abordagem mais abrangente dos
recursos de financiamento pelas entidades do SRTT e de interface, bem como por parte das
empresas. Neste entendimento, é desejável desenvolver estratégias de mobilização,
nomeadamente nas direções seguintes:
� Financiamento via Programa Quadro Horizon 2020, no domínio da Investigação e da
Inovação da União Europeia. A 3ª prioridade do Programa (Desafios Societais)
identifica um conjunto de seis temas essenciais, com forte associação a áreas
estratégicas de Especialização Inteligente Regional, nomeadamente:
• segurança alimentar, agricultura sustentável, investigação marinha e marítima
e bio economia;
• energia segura, não poluente e eficiente;
• ação climática e eficiência na utilização dos recursos e matérias-primas; e
• sociedades inclusivas, inovadoras e seguras.
� Outras fontes comunitárias que permitam alavancar o esforço de investimento
previsto;
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 79
� Participação em redes nacionais e internacionais dotadas de financiamento
próprio;
� Instrumentos de Engenharia Financeira a mobilizar no âmbito do financiamento dos
investimentos e projetos das empresas, com destaque para o capital semente e os
mecanismos de capital de risco.
9. MODELO DE GOVERNAÇÃO
As necessidades de coordenação/ gestão de uma Estratégia Regional de Especialização
Inteligente são particularmente exigentes se tivermos presente o quadro institucional de
regulação e financiamento das políticas de inovação e incentivo ao investimento económico e
produtivo em Portugal. Esta exigência acentua-se face às debilidades passadas de
implementação de intervenções de I&D na Região.
Como resposta às exigências referidas, o Modelo de Governação da Estratégia de
Especialização Inteligente deve assegurar: (i) o reforço do papel da Sociedade de Gestão do
PCTA e da estrutura de gestão da Rede Regional de Transferência de Tecnologia (RRTT), bem
como o reforço das valências para criar uma dinâmica de mercado; e (ii) a adopção de
mecanismos de suscitação selectiva da procura, dinamizando a atracão/fixação de
competências, a criação de consórcios de I&D e a atracão de parceiros externos e de fluxos de
investimento inovadores orientados não só para a renovação das cadeias estratégicas de valor,
mas também para a estruturação de atividades e setores emergentes.
Modelo de Governação
Conselho de Coordenação
A este órgão compete dinamizar a implementação da RIS3. O Conselho será coordenado pela
CCDR Alentejo e que integra ainda um representante das seguintes entidades ou grupo de
entidades: (i) Autoridade de Gestão do Programa Operacional Regional; (ii) Autoridade de
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 80
Gestão dos Programas Operacionais Temáticos; (iii) Programa de Desenvolvimento Rural; (iv)
Programa Horizon 2020; (v) Instituições do Ensino Superior; (vi) Núcleos Empresariais
Regionais; e (vii) Agência de Desenvolvimento Regional.
Conselho Consultivo
A este órgão compete acompanhar a implementação da RIS3, propor princípios orientadores e
emitir parecer não vinculativo sobre os assuntos que lhe forem apresentados pela CCDR/PO
Regional, nomeadamente:
� emitir pareceres sobre a trajetória de execução dos projetos da Estratégia e o grau
de concretização dos objetivos centrais;
� fazer recomendações em domínios de atuação que possam convergir para a
promoção da inovação e do desenvolvimento tecnológico;
� estimular consensos tendentes a materializar ações de contratualização entre
entidades parceiras e outras entidades supra regionais, tendo por objetivo a
concretização de projetos e iniciativas constantes da Estratégia ou outras
identificáveis no futuro;
� desenvolver iniciativas de ‘lobbying’ junto das diferentes tutelas da Administração
Pública, central e regional e operadores públicos, visando a promoção da
inovação regional, nomeadamente no domínio de atração do investimento e da
fixação de recursos de excelência.
O Conselho Consultivo será constituído por um representante por cada uma das seguintes
instituições: (i) Conselho de Coordenação; (ii) Estratégia Nacional de Especialização Inteligente;
(iii) Comunidades Intermunicipais (CIM); (iv) Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT); (v)
Agência de Inovação – Portugal (ADi); (vi) Instituto de Emprego e Formação Profissional; (vii)
Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI); (viii) Agência para o
Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP); (ix) Direção Regional de Agricultura; (x)
Direção Regional de Cultura; (xi) Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERT);
(xii) Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF); (xiii) Parque de Ciência e
Tecnologia do Alentejo (PCTA); (xiv) Agência de Desenvolvimento Regional (ADRAL); (xv)
Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE); (xvi) Núcleos Empresariais Regionais; (xvii)
Instituições do Ensino Superior; (xviii) Centros de Investigação e de Transferência de
Tecnologia; e (xix) Pólos, Clusters e Empresas.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 81
Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização
Integra elementos da CCDR Alentejo e do PO Regional e tem como funções dinamizar o
processo de acompanhamento e monitorização da RIS3 e elaborar os necessários documentos
de apoio.
A Unidade coordenará as atividades seguintes, por forma a potenciar a utilidade da função
monitorização e a fornecer elementos de apoio à avaliação externa:
• articulação com as atividades do Conselho de Coordenação e do Conselho Consultivo
desenvolvendo, no plano técnico, elementos de apoio à participação das entidades
nesses Conselhos;
• montagem do sistema de monitorização regular dos ritmos de execução das ações e
projetos com duas vertentes:
o bateria consistente e fiável de indicadores de acompanhamento, resultados
e impactes que devem assegurar a produção de “outputs” regulares de
suporte à gestão da Estratégia, com vista a corrigir eventuais desvios e/ou a
introduzir ajustamentos que melhorem a eficácia e a eficiência na aplicação
dos recursos de financiamento e na concretização dos objetivos (cf. Tabela
2 do Anexo 2);
o fichas de acompanhamento dos projetos, relatórios de desenvolvimento
dos projetos, memorandum/ponto de situação de evolução da Estratégia de
Especialização Inteligente;
• elaboração periódica de informação de execução por parte do Conselho de
Coordenação;
• preparação de relatórios de avaliação da implementação da Estratégia a submeter ao
Conselho de Coordenação e ao Conselho Consultivo.
Este perfil de atividades pressupõe uma definição funcional, bem como a existência de
recursos técnicos qualificados, para além da contratação de serviços em matéria de avaliação
externa.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 82
10. MONITORIZAÇÃO/AVALIAÇÃO
A monitorização estratégica e a avaliação dos instrumentos de programação das políticas
públicas constituem uma dimensão relevante no processo de gestão e desenvolvimento dos
mesmos. Esta função afigura-se tanto mais relevante quanto a concepção, programação,
gestão e execução da Estratégia de Especialização Inteligente do Alentejo converge numa
pluralidade de objetivos específicos e operacionais, uma multiplicidade de ações, iniciativas e
projetos, a par de uma diversidade de atores públicos, associativos e privados com níveis de
interesse e de envolvimento distinto no quadro da Estratégia.
A Monitorização da Estratégia de Especialização Inteligente deverá contemplar duas
dimensões:
i). Dimensão institucional, que abrange a participação dos parceiros regionais e setoriais
relevantes para o desenvolvimento temático e operacional da Estratégia. Esta
dimensão converge com o Modelo de Governação apresentado no Ponto 5.
ii). Dimensão técnica, que enquadra e deve alimentar a racionalidade e coerência da
intervenção da Estratégia, de acordo com os domínios de intervenção e a tipologia de
operações selecionadas, mas de acordo também com a participação técnica dessas
entidades, por forma a que o dispositivo concreto de monitorização seja estruturado
em torno do padrão de resultados e efeitos esperados e dos seus agentes/entidades
de iniciativa e regulação.
A missão e atividades da Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização revela-se
essencial para todo o processo de monitorização e avaliação.
A Avaliação externa, enquanto componente técnica de apoio qualificado à gestão da
Estratégia, deve assumir uma visão de ciclo para o período de vigência do mesmo (2014-2020)
e compreender ajustamentos em função das dinâmicas de gestão e desenvolvimento dos Eixos
de Intervenção. Sem prejuízo da definição mais específica das atividades avaliativas, em
articulação com os dispositivos de gestão, os trabalhos de avaliação poderão contemplar as
seguintes tarefas:
� Avaliação ex-ante da Estratégia, nomeadamente abrangendo a pertinência e
coerência da sua estrutura de eixos de Intervenção e projetos, a racionalidade do
modelo de governação e a adequação dos dispositivos de informação e controlo.
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Documento de trabalho – jan 2014 83
� Avaliação on going, a realizar ao longo da execução da Estratégia, tendo em vista
avaliar o modo de operacionalização e de concretização de prioridades
estratégicas e operacionais; acompanhar o grau de realização dos projetos;
identificar desvios face aos objetivos fixados; apreciar o grau de consistência das
parcerias (mecanismos de articulação entre atores, capacidade técnica e
institucional, capacidade financeira, …); e propor eventuais medidas de
(re)orientação.
� Avaliação final tendo em vista proceder ao balanço das realizações, resultados e
efeitos da Estratégia e da eficácia e eficiência da Parceria e formular
recomendações de natureza estratégica e operacional.
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Documento de trabalho – jan 2014 84
ANEXOS
Tabela1 - Prioridades de Investimento/ Tipologias de Ação
Prioridades de Investimento
Tipologias de Ação
Sistema de Apoio à Criação e Reforço de Capacidades de Investigação e Inovação
a) Programas integrados de C&T de interesse estratégico (projetos de I&D em domínios e prioridades de especialização inteligente, incluindo co-promoção com empresas; escrutínio com base na excelência e nos resultados potenciais); b) Programas estratégicos de instituições do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (linhas de investigação das instituições; cooperação e interação com a economia); c) Programa de apoio à participação em programas europeus de I&DT;
Sistema de Apoio a Infraestruturas de I&D&I
a) Consolidação e promoção de centros de competência de interesse estratégico (ESFRI), em resultado do Roteiro nacional; c) Reorganização e consolidação das infraestruturas de I&D&I (incluindo a melhoria de indicadores de rentabilidade e competitividade); d) Atividades de interação e de transferência de conhecimento, inserção em redes internacionais e nacionais de clusterização e de excelência científica e tecnológica, etc. Nota: As ações terão por base o Roteiro Nacional de infraestruturas de I&D&I.
1.1
Sistema de Apoio a Redes e Ações Coletivas e Sistema de Apoio a Infraestruturas de I&D&I
a) Apoio a atividades de disseminação e difusão de novos conhecimentos e tecnologias gerados nos projetos de I&D (projetos demonstradores); b) Apoio ao patenteamento e ao licenciamento de propriedade industrial (incluindo formação específica); c) Apoio a projetos "semente" (apoio a jovens em fase de conclusão do seu Doutoramento ou Pós- Doutoramento para que possam desenvolver protótipos e/ou processo orientado para determinado mercado e/ou sector industrial); d) Apoio à capacitação e dinamização das infraestruturas de incubação e de parques de ciência e tecnologia;
Sistema de Incentivos à I&D&I
a) Apoio a projetos de I&DT por parte de empresas, de forma individual, e de forma particular, em copromoção, visando o reforço da produtividade, competitividade e inserção das empresas no mercado global através da realização de atividades de investigação industrial e desenvolvimento pré concorrencial; b) Apoio à criação e dinamização de núcleos de investigação e inovação nas empresas (criação e reforço das competências internas das empresas em matéria de produção de conhecimento com potencial efeito na competitividade e inovação empresarial); c) Apoio à participação em programas europeus de I&DT e estímulo à clusterização; d) Apoio a atividades de demonstração do potencial económico dos resultados da I&DT (divulgação de resultados e boas práticas em termos de I&D&I empresarial, propriedade industrial, ações de validação pré-comercial de novos produtos ou processos, etc.).
1.2
Sistema de Apoio a Redes e Ações Coletivas
a) Apoio à coordenação e gestão de parceria de estratégias de eficiência coletiva (ações de clusterização, ações visando a eficiência coletiva e o aumento de escala das empresas, ações de disseminação de conhecimento e transferência de tecnologia (modernização, inovação e internacionalização), atividades de colaboração internacional com outros Clusters e inserção em plataformas internacionais de conhecimento e inovação); b) Apoio à emergência de redes de colaboração regionais e de reforço dos sistemas regionais de inovação; c) Apoio à difusão das inovações no tecido económico.
3.1
Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo Qualificado e Criativo e Sistema de Apoio a Redes e Ações
Coletivas Instrumentos financeiros - "pré-seed" e "seed-capital"; a) Detetar, estimular e apoiar a concretização de novas empresas e novos negócios; b) Ações coletivas de estímulo ao espírito empresarial e à criação de empresas; c) Apoio direto aos empreendedores/empresas nascentes em domínios de especialização inteligente, incluindo setor criativo.
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 85
Prioridades de Investimento
Tipologias de Ação
3.2
Sistema de Incentivos à Qualificação e Inovação das PME e Sistema de Apoio a Redes e Ações Coletivas a) Apoio a projetos conjuntos que promovam a presença internacional das PME (promoção de modelos de negócio orientados para os mercados internacionais e estímulo ao investimento em bens e serviços transacionáveis), nomeadamente, ações de promoção e marketing internacional e ações que visem o acesso aos mercados, nomeadamente através da presença efetiva na economia digital, e privilegiando mercados / segmentos não tradicionais; b) Apoio à participação das empresas em redes internacionais, em processos colaborativos de internacionalização, de partilha de conhecimento e ao desenvolvimento e promoção internacional de marcas, prospeção e presença nos mercados internacionais; c) Apoio a ações de conhecimento e prospeção com vista ao conhecimento efetivo dos mercados, visando as especificidades concretas da oferta da empresa; d) Apoio à realização de projetos que visem a cooperação interempresarial, ou a aplicação de novos modelos de negócio, com vista o aumento de dimensão e/ou do valor acrescentado dentro da fileira e a sua maior capacitação para a internacionalização.
3.3
Sistema de Incentivos à Qualificação e Inovação das PME e Sistema de Apoio a Redes e Ações Coletivas
a) Apoio a projetos de investimento produtivo de natureza inovadora que se traduzam na produção de bens e serviços diferenciadores e de qualidade e com elevado nível de incorporação nacional, criando oportunidades de internacionalização ou reforçando a presença nos mercados internacionais; b) Apoio a projetos de reforço das capacidades de moda e design, desenvolvimento e engenharia de produtos, TIC, economia digital, eficiência energética, serviços e processos, incluindo a criação ou reforço das capacidades laboratoriais, consultoria e de apoio à inovação, criação e registo de marcas, bem como a certificação de produtos, serviços ou sistemas de gestão relevantes para a competitividade e inovação das empresas; c) Apoio a projetos de reforço das capacidades de organização e gestão, incluindo o investimento em TIC (acesso aos mercados, através da presença efetiva na economia digital); d) Apoio a ações coletivas de assistência empresarial, incluindo serviços públicos de aconselhamento de PME; e) Apoio à procura de serviços tecnológicos por parte de PME; f) Sensibilizar, divulgar, prestar aconselhamento técnico qualificado e a intermediação em processos de aquisição, fusão e sucessão de PME, envolvendo entidades da envolvente empresarial e competências técnicas adequadas.
3.4
Sistema de Apoio ao Financiamento Empresarial
a) Apoio a instrumentos de financiamento da gestão de tesouraria e investimentos de médio e longo prazo das empresas; b) Apoio ao financiamento da inovação e projetos em domínio de risco numa perspetiva integrada (capital e dívida); c) Apoio à consolidação e reforço dos mecanismos de garantia mútua e alargar o espectro de intervenção do mecanismo de concessão de garantias; d) Dinamização de instrumentos simplificados de apoio ao financiamento de PME.
8.3
· Apoio ao empreendedorismo e à criação de emprego por conta própria; · Criação de empresas da economia de mercado; · Criação de empresas da economia social; · Mobilização do estímulo ao autoemprego e de criação de postos de trabalho por conta de outrem; ·Formação técnica especializada e de gestão integrada nos projetos empresariais para empreendedores.
8.8
· Criação do Próprio Emprego em atividades da economia de mercado ou na economia social; · Apoio a projetos de criação de empresas sociais que promovam respostas sociais inovadoras e criem postos de trabalho; · Investimento em empresas criadas por beneficiários das prestações de desemprego, para criação do próprio emprego e de um reduzido número de postos de trabalho por conta de outrem, através da antecipação das prestações de desemprego, desde que os promotores assegurem o seu próprio emprego, a tempo inteiro; · Promoção do Artesanato e dos Ofícios Tradicionais (ACPE); · Implementação e Desenvolvimento de uma rede de tutores de Negócio ( Microcrédito) ; · Linha de crédito a Organizações da Economia Social; · Incentivo ao Empreendedorismo Cooperativo (COOpJovem).
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Documento de trabalho – jan 2014 86
Prioridades de Investimento
Tipologias de Ação
9.6
Iniciativas com abordagens integradas de cariz botton up, promovidas por comunidades locais; · Ações integradas que visem investimentos com efeitos positivos no desenvolvimento local; · Diversificação das economias em territórios de baixa densidade, áreas rurais e zonas de pesca costeira através de abordagens bottom-up de desenvolvimento local assim como de respostas a problemas de pobreza e de exclusão social. O Instrumento regulamentar será o DLBC; · Empreendedorismo de base local - DLBC (FEDER, FSE, FEADER); estratégia de desenvolvimento (GAL).
10.2 Programas de Doutoramento e Pós-Doutoramento (RIS 3).
Sistema de Apoio à Capacitação e Modernização da Administração Pública
a) Ações de fomento do uso de novos modelos descentralizados de prestação de serviços públicos em rede (e.g. espaços lojas do cidadão); b) Capacitação institucional dos serviços públicos (e.g. processos de simplificação regulamentar e de processos; serviços partilhados; reforço da capacidade técnica e de gestão; processos de monitorização, acompanhamento e avaliação das políticas públicas; processos de requalificação da administração pública). 11.1 / 11.3
a) Apoio técnico à coordenação, dinamização, execução e acompanhamento de planos de ação territoriais e sectoriais; b) Iniciativas piloto de modernização e de boas práticas de redes de atores institucionais, incluindo práticas de benchmarking internacional; c) Ações de capacitação ao nível de monitorização e acompanhamento de dinâmicas territoriais e avaliação de políticas.
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Documento de trabalho – jan 2014 87
Tabela 2 -Prioridades de Invest, segundo os Obj Especificos e os Indicadores de resultado
PI Objetivos Específicos Indicadores de Resultado
Aumentar a produção científica de qualidade reconhecida internacionalmente, orientada para a especialização inteligente e visando estimular uma economia de base tecnológica e de alto valor acrescentado, privilegiando a excelência, a cooperação e a internacionalização
Publicações científicas indexadas, ponderado por fator de impacto (em domínios científicos enquadráveis nas estratégias de especialização inteligente)
Reforçar a inserção das infraestruturas do SCTN nas redes internacionais de I&D&I
N.º de participações no PQ da EU
1.1
Reforçar a transferência de conhecimento científico e tecnológico para o setor económico
Percentagem das receitas próprias no financiamento
Aumentar o investimento empresarial em I&D&I
Proporção da despesa em investigação e desenvolvimento (I&D) no PIB (%) por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Sector de execução (anual; 2010)
1.2
Reforçar as redes e outras formas de parceria e cooperação
Proporção de empresas com 10 e mais pessoas ao serviço (CAE Rev. 3, B a H, J, K, M e Q) com cooperação para a inovação (2010 - %) por Localização geográfica (NUTS - 2002)
3.1 Promover o empreendedorismo qualificado e criativo Proporção dos nascimentos de empresas em sectores de alta e média-alta tecnologia
3.2 Reforçar a capacitação empresarial para a Internacionalização Valor de exportações/ VVN nas PME
3.3 Reforçar a capacitação empresarial das PME para o desenvolvimento de produtos e serviços
Proporção de empresas com 10 e mais pessoas com atividade de inovação ao serviço (CAE Rev. 3, B a H, J, K, M e Q) (2010 - %) por Localização geográfica (NUTS - 2002)
3.4 Melhorar as condições de financiamento das empresas para a inovação e internacionalização (capital e dívida)
A Definir
8.3 Aumentar a criação de emprego sustentável, designadamente para desempregados, através do apoio à criação do emprego por conta própria e à criação de empresas
% de postos de trabalho apoiados que permanecem 6 meses após o fim do apoio; % de entidades apoiadas que permanecem com atividade 12 meses após o fim do apoio
8.8 Aumentar a criação de emprego sustentável, designadamente para desempregados, através do apoio à criação do emprego por conta própria e à criação de empresas
% de entidades apoiadas que permanecem com atividade 12 meses após fim do apoio; % de postos de trabalho apoiados que permanecem 6 meses após o fim do apoio
9.6 Dinamizar a criação de estratégias desenvolvimento socioeconómico de base local
Nº de postos de trabalho criados através dos projetos apoiados em sede de DLBC
10.2 Aumentar o número de doutoramentos, inseridos em estratégias regionais RIS3 visando o reforço da investigação, do desenvolvimento tecnológico e da inovação
Nº de novos doutoramentos e pós-doutoramentos concluídos
Melhorar a eficácia, eficiência e a qualidade dos serviços prestados pela administração pública, reforçando a implementação de um ambiente favorável ao negócio
Proporção de indivíduos com idade entre 16 e 74 anos que interagiram com organismos da administração pública através da Internet para fins privados nos últimos 12 meses (%) por Tipo de atividades efetuadas na Internet Proporção de empresas com 10 e mais pessoas ao serviço que utilizaram a Internet para interagir com organismos, entidades e autoridades públicas (%) por Escalão de pessoal ao serviço; Anual - INE, Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação
11.1
Reforçar a capacidade de atores e redes para a promoção de ações de desenvolvimento territorial
Nº de instituições envolvidas nos projetos de promoção da capacitação institucional e do desenvolvimento regional apoiados
ESTRATÉGIA DE ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE DO ALENTEJO
Documento de trabalho – jan 2014 88
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