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11 Maio 2016 – Especial – Embarcadores 10 Maio 2016 Especial – Embarcadores Em resposta aos custos elevados, eficiên- cia operacional deficiente, impactos ambientais e sociais exacerbados – como trânsito e acidentes –, Guilherme Alvisi, gerente geral de Negócios para Carga Geral da MRS Logística, aponta a ferro- via como uma alternativa “eficiente para a logística nacional”. Na análise do transporte de cargas no Brasil, mesmo lembrando que, há algumas décadas, o Brasil fez uma escolha primor- dialmente rodoviária para sua matriz de transportes, o executivo não deixa de res- saltar a contribuição do modal para o país, mesmo que “só recentemente a ferrovia tenha voltado a ocupar papel central na pauta nacional”. Alvisi avalia que ainda que, diante do momento histórico vivenciado pelo País, a ferrovias vem como um impulso para eco- nomia, puxada pelos atributos e vantagens que oferece, e também “por uma agenda regulatória do governo federal que pre- tende fazer o setor se expandir e aumentar capacidade”. E ressalta: “Nós enxergamos muitas possibilidades e entendemos que a MRS terá uma grande responsabilidade no desenvolvimento do setor, pensando nos próximos anos”. Destacando a operação com os portos como “fluída e direta”, Alvisi aponta como importante destaque o fator de previsibi- lidade. “Para os serviços de containers, em 2015, reformulamos completamente nossa forma de operação, e hoje oferta- mos grades fixas de partidas e chegadas. Dias e horários pré-definidos, em diver- sas rotas estratégicas”. Em um momento de redescoberta dos trens pelo país, o executivo destaca o uso das ferrovias como uma alternativa mais barata, eficiente e segura para o setor produtivo nacional, “especialmente para os segmentos que atuam com importação e exportação, se pensarmos na imensa siner- gia das ferrovias com os portos”, afirmando “Ferrovia é a resposta eficiente para a logística nacional”, aponta executivo da MRS Segundo especialistas, investimentos em infraestrutura precisam ocorrer ainda neste ano para garantir desempenho Kamila Donato Foto: Divulgação

Especial Embarcadores com Guilherme Alvisi

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Em resposta aos custos elevados, eficiên­cia operacional deficiente, impactos ambien tais e sociais exacerbados – como trânsito e acidentes –, Guilherme Alvisi, gerente geral de Negócios para Carga Geral da MRS Logística, aponta a ferro­via como uma alternativa “eficiente para a logística nacional”.

Na análise do transporte de cargas no Brasil, mesmo lembrando que, há algumas décadas, o Brasil fez uma escolha primor­dialmente rodoviária para sua matriz de transportes, o executivo não deixa de res­

saltar a contribuição do modal para o país, mesmo que “só recentemente a ferrovia tenha voltado a ocupar papel central na pauta nacional”.

Alvisi avalia que ainda que, diante do momento histórico vivenciado pelo País, a ferrovias vem como um impulso para eco ­nomia, puxada pelos atributos e vantagens que ofe rece, e também “por uma agenda regula tória do governo federal que pre­tende fazer o setor se expandir e aumentar capacidade”. E ressalta: “Nós enxergamos muitas possibilidades e entendemos que a MRS terá uma grande responsabilidade no desenvolvimento do setor, pensando nos pró ximos anos”.

Destacando a operação com os portos co mo “fluída e direta”, Alvisi aponta como importante destaque o fator de previsibi­lidade. “Para os serviços de containers, em 2015, reformulamos completamente nos sa forma de operação, e hoje oferta­mos grades fixas de partidas e chegadas. Dias e horá rios pré­de finidos, em diver­sas ro tas estratégicas”.

Em um momento de redescoberta dos trens pelo país, o executivo destaca o uso das ferrovias como uma alternativa mais barata, eficiente e segura para o setor produtivo nacional, “especialmente para os segmentos que atuam com importação e exportação, se pensarmos na imensa siner­gia das ferrovias com os portos”, afirmando

“Ferrovia é a resposta eficiente para a logística nacional”, aponta executivo da MRS

Segundo especialistas, investimentos em infraestrutura precisam ocorrer ainda neste ano para garantir desempenho Kamila Donato

Foto: Divulgação

ainda que “os containers, que são a língua comum entre a indústria, os modais e os portos, permitem isso”.

Porém lembra que, ao longo de várias décadas, a ferrovia sumiu dos planos dos embarcadores. “Muitas vezes, pelo simples desconhecimento de que os trens podem transportar cargas de qualquer tipo, não só commodities, como também itens de maior valor agregado, mais frágeis ou em escala mais reduzida”, apontou.

O executivo destacou que a logística fer­roviária se tornou transparente e confiável para os clientes e que a entrega, no prazo, sem acidentes ou surpresas, é garantida.

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“Para os serviços de containers, em 2015, reformulamos completamente nossa forma de operação,

e hoje ofertamos grades fixas de partidas e chegadas. Dias e horários pré-definidos, em diversas rotas estratégicas.”

Guilherme Alvisi – gerente geral de Negócios para Carga Geral da MRS Logística

Foto: Divulgação

“O ponto agora é ampliar esse modelo por meio de mais terminais e com mais setores experimentando a ferrovia, reforçou.

E não é só isso: Alvisi destaca ainda que o momento é de apresentar novamente as vantagens competitivas do modal, de mo­delar serviços mais flexíveis e seguros para os seus clientes, além de fidelizá­los no ser­viço. “Isso vai acontecer naturalmente. Quem experimenta a ferrovia fica conos co”, afirma, lembrando que os caminhos para esse desenvolvimento são claros: “Precisa­mos, de um lado, continuar investindo em inovação, tecnologia, preparação dos fer­roviários e em melhorias e manutenção da nossa malha, que tem hoje, quase 20 anos após a privatização, padrão de qualidade e produtividade comparável àqueles das melhores ferrovias de carga do mundo. Por outro, é necessário pensar o sistema de transporte por cargas como um todo, em que a ferrovia se insere, emprestando valor. A chave para o futuro é o conceito de inte­gração entre modais, a multimodalidade”.

Transporte mais eficiente, seguro, limpo e com menor impacto sobre as cidades, o transporte ferroviário, embora com apenas 1.600 km dos cerca de 22 mil km de ferro­vias no Brasil, tem papel fundamental e atua com diferencial, como explica. “Nós transportamos um terço do total das car­gas por trens e administramos os acessos a cinco portos estratégicos da Região Su­deste, entre eles o de Santos, o maior da América Latina”.

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o modal rodoviário, que potencializa todo o seu valor de capilaridade e atendimento local nos fluxos de distribuição”, destaca.

Sem esquecer do momento crítico vivido pelo País, o executivo é enfático: “Sem dú­vida, esperamos um ano difícil”, mas lem­bra que, “do ponto de vista da ferrovia, será também um ano de oportunidades”, refe rindo­se justamente à pressão que o macro ambiente está exercendo sobre o setor produtivo. E completa: “quando cada centavo passa a ter importância, novos seg­mentos experimentam a alternativa fer­roviária, e ficam conosco”.

No segmento de containers, o executivo ressalta ainda que há avanço em um ritmo de 30% de crescimento ao ano, sem es­quecer que essa alta acontece numa econo­mia que encolhe entre 3% e 4%. “Em 2016, te mos tudo para quebrar todas as marcas ante riores de volume, eficiência e pro du­tividade. O primeiro trimestre do ano foi encerrado com produção 60% superior ao mesmo período de 2015, em containers”, diz. E finaliza, afirmando estar preparado para dar essa contribuição: “a ferrovia é re­sposta pa ra a crise. Diversos segmentos já estão entendendo isso”.

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Integração multimodal

Ponto chave para resolução dessa “logística de distribuição deficitária”, o executivo aponta a integração multimodal como so­lução. Para ele, quanto mais e melhores ter­minais houver, maior será a participação da ferrovia nas soluções e, por extensão, mais valor terão essas soluções, para os clientes. “Na MRS, optamos por uma estratégia de firmar alianças comerciais com operadores multimodais de peso no mercado, o que vem acontecendo nos últimos anos, com re­sultados excelentes”. E destaca: “2016 será um ano de expansão dessa rede”.

Já envolvidos em projetos desta natureza em Belo Horizonte, na região metropoli­tana do Rio, no Vale do Paraíba, na região de Campinas e, claro, na Baixada Santista, o gerente geral de Negócios para Carga Geral da MRS Logística, acredita que com a mul­timodalidade, ganham todos. “Até mesmo

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“É necessário pensar o sistema de transporte por cargas como um todo, em que a ferrovia se insere, emprestando valor. A chave para o futuro é o conceito

de integração entre modais, a multimodalidade.”Guilherme Alvisi – gerente geral de Negócios para Carga Geral da MRS Logística

“A integração multimodal é a soluçãopara a ‘logística de distribuição deficitária’”.

“A integração multimodal é a soluçãopara a ‘logística de distribuição deficitária’”.