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Novembro

01/11/2013 Que caminhos seguir nesta crise planetária? por Washington Novaes* – O Estado de S.Paulo É um susto ler a notícia (BBC News, 22/10) de que a experiente, cautelosa secretária executiva da Convenção do Clima (ONU), Christiana Figueres, ao ser entrevistada pela rede de televisão BBC, perdeu o controle e desabou em pranto incontido após afirmar que a falta de acordo global para conter emissões que contribuem para mudanças climáticas "está condenando as futuras gerações antes mesmo que elas nasçam". Isso, a seu ver, "é absolutamente injusto e imoral". Se nem uma diplomata no mais alto nível consegue ocultar a emoção e cai no choro, que pensarão os cidadãos no mundo todo – ainda que ela diga não perder a esperança num acordo global (em Paris, 2015) para conter emissões, porque estamos "nos movendo lentamente, mas na direção certa”? A entrevista ocorreu poucos dias depois de 800 mil pessoas haverem sido retiradas de suas casas no Estado indiano de Odisha, ameaçadas por um ciclone (The New York Times, 13/10). E de esse mesmo jornal haver publicado (Estado, 15/10) que um quarto dos seres humanos (mais de 1,5 bilhão de pessoas) está "em risco", principalmente a população de países "à beira do Golfo de Bengala" (incluindo Índia, Bangladesh, Sri Lanka, Mianmar, Tailândia, Malásia e Sumatra), por causa dos chamados "eventos climáticos". Mas, como disse Christiana Figueres, as negociações caminham – quando caminham – muito lentamente. No ano passado, segundo a Agência Internacional de Energia, o financiamento de projetos que reduzam emissões não passaram de 60% do que a Convenção do Clima considera o mínimo necessário para conter o aumento da temperatura do planeta em 2 graus Celsius. Até 2020 seriam indispensáveis US$ 5 trilhões. E ao longo de mais tempo só o setor de energia precisará investir US$ 19 trilhões. E nós, por aqui? Diz o cientista José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), um dos mais informados sobre clima – foi um dos autores do Quinto Relatório de Avaliação do Painel do Clima (IPCC) –, que nos últimos cinco anos o Brasil assumiu "um padrão de poluidor de Primeiro Mundo" (O Eco, 10/10). O desmatamento caiu e a causa maior das emissões está na queima de combustíveis fósseis, em especial por veículos. Mas a agricultura, a indústria e as termoelétricas, principalmente, também contribuem. E o Grupo de Trabalho sobre Clima do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais, em ofício ao Senado, alerta que o processo de revisão do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, coordenado pela Casa Civil da Presidência, se encontra "completamente prejudicado e fadado a um grande insucesso". A boa notícia é que o cientista Carlos Nobre, também do Inpe e do Ministério da Ciência e Tecnologia, foi convidado a integrar o Painel de Alto Nível sobre Sustentabilidade Global, que assessora o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (FP, 17/10). Quem sabe de lá não conseguirá influenciar nossos padrões governamentais na área do clima? Não é só nessa área que se sucedem notícias preocupantes em âmbito mundial. Estudo do Crédit Suisse (Ethos, 24/10), um dos maiores grupos financeiros internacionais, diz que o nível de concentração de renda é espantoso, já que 0,7% da população global (menos de 50 milhões de pessoas) detém 41% da riqueza mundial total, que é de US$ 241 trilhões (ficam com US$ 98,7 trilhões). Se a riqueza mundial fosse dividida igualmente, seriam US$ 51,6 mil para cada pessoa. Mas o Brasil está no grupo de países com renda média entre US$ 5 mil e US$ 25 mil. A Austrália é o país com riqueza mais bem distribuída (US$ 219 mil per capita). E os EUA, com o maior produto interno bruto, "têm um dos maiores índices de pobreza e desigualdade do mundo". O quadro é ainda mais forte quando se foca a questão dos alimentos. Mark Bittman, do jornal The New York Times (Estado, 22/10), depois de relembrar que quase 1 bilhão de pessoas passa fome, acentua que produzimos calorias suficientes para todas (2,7 mil diárias para cada uma), mas um terço serve para alimentar animais, 5% são usados na produção de biocombustíveis e "um terço é desperdiçado ao longo da cadeia alimentar". Se aproximarmos os olhos da África veremos que só no Congo (antigo Zaire), "em quase duas décadas, os confrontos no leste do país deixaram cerca de 6 milhões mortos" (equivalentes a mais de metade da população da cidade de São Paulo), no "mais sangrento confronto" desde a 2.ª Guerra Mundial (Estado, 20/10). Principalmente entre etnias como tutsis e hutus, que, deslocadas pelos antigos colonizadores (que buscavam minérios), hoje se matam na disputa por áreas mais favoráveis em termos de recursos naturais, principalmente água e terra para plantar.

Mas não adianta só ficarmos inconformados. É preciso propor e obrigar legisladores, em todos os níveis, a aprovar regras, padrões adequados para tudo. E criar ônus financeiros para quem os desrespeitar. Nos licenciamentos urbanos, por exemplo, de forma a evitar "ilhas de calor", adensamentos do tráfego, aumento da poluição do ar e de seus custos na vida das pessoas e na área de saúde. Na imposição de critérios rígidos para evitar a poluição do ar, detectar donos de veículos infratores na inspeção veicular obrigatória, puni-los. Impedir a remoção de biomas e fragmentos de vegetação que levem a aumentos de temperatura, mudanças do clima. Coibir formatos e dimensões inadequados na agropecuária. Também nas emissões de poluentes industriais. Obrigar governos, empreendedores, geradores e distribuidores de energia e cidadãos a seguir um modelo de eficiência energética e redução acentuada de poluentes. Impedir a deposição de esgotos sem tratamento nos recursos hídricos. Eliminar lixões. Etc., etc. Não há tempo a perder. Já temos problemas até com lixo espacial. E vamos começar a buscar recursos em outros corpos celestes. * Washington Novaes é jornalista. e-mail: [email protected] Fonte: O Estado de S. Paulo > Opinião(http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,que-caminhos-seguir--nesta-crise-planetaria-,1092000,0.htm)

01/11/2013 Noronha Carbono Zero quer fazer do arquipélago o pr imeiro território carbono-neutro do Brasil por Redação do EcoD

Morro Dois Irmãos visto da Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha. Paradisíaco, arquipélago ainda precisa resolver problemas ambientais.

Foto: Henrique Vicente Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/noronha-ecod.jpg

Tornar o arquipélago de Fernando de Noronha o primeiro território carbono-neutro do país em cinco anos, o que inclui a compensação com plantio de mata atlântica para as atividades onde a emissão não puder ser reduzida e investimentos em energia renovável. Esse é o objetivo do projeto Noronha Carbono Zero, lançado na quinta-feira, 31 de outubro, durante a abertura da conferência Pernambuco no Clima, que reúne especialistas para discutir mudanças climáticas e aquecimento global. Noronha emite por ano 32.310 toneladas de CO2 equivalente (soma de todos os gases que provocam o efeito estufa). Isso corresponde a oito toneladas de CO2 por pessoa por ano, valor superior à média anual per capita no Brasil, de 2,3 toneladas. Segundo o secretário do Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, o transporte aéreo é o principal responsável pela produção de CO2 (53%), seguido pela geração de energia (32%) e itens como agricultura, transporte marítimo e produção de resíduos (15%). “Será um caso concreto para servir de paradigma para cidades, estados e países”, afirmou o governador Eduardo Campos. Ele observou que o uso do biocombustível em vez do combustível fóssil para as aeronaves vai depender das empresas áreas, que poderão receber algum benefício para fazer a mudança. Noronha tem uma usina termelétrica. A ideia é substituir a fonte energética pela solar e eólica. Duas usinas solares estão sendo implementadas, com investimentos de R$ 18 milhões e deverão atender a 15% da atual demanda energética. O projeto de redução de carbono ainda será apresentado e discutido com a comunidade da ilha. “Vamos discutir alternativas e tentar convencer empresas e a sociedade a contribuir com a redução das emissões”, ressaltou Sérgio Xavier. Se as recomendações não forem seguidas, será preciso plantar por ano o equivalente a 120 campos de futebol de mata atlântica durante 30 anos para compensar o carbono produzido no local. Problemas com resíduos Enquanto não zera suas emissões de CO2, Noronha tem que lidar com outros problemas ambientais motivados pelo avanço do turismo. A frota de veículos local praticamente dobrou entre 2001 e 2013. Também houve um aumento no número de pousadas e turistas, o que eleva o volume de lixo. Fernando de Noronha produz entre 180 e 200 toneladas de lixo por mês. Parte é tratada no arquipélago e o restante é levado para o continente. Política O plano Noronha Carbono Zero foi anunciado pouco tempo depois de o governador Eduardo Campos (PSB) fechar aliança política com a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PSB), buscando lançar pontes ao público ambientalista. Desenvolvimentista, ele não teve a preocupação com o meio ambiente como uma das bandeiras no seu primeiro mandato e recebe críticas de ambientalistas por iniciativas como a autorização, em 2010, da derrubada de 600 hectares de manguezal no complexo portuário e industrial de Suape, na

região metropolitana. No segundo mandato, criou a secretaria de meio ambiente e tem buscado mudar a política ambiental do Estado. O deputado federal Alfredo Sirkis (PV) enfatizou que o “Pernambuco no Clima” não tem caráter político eleitoral. Ele frisou que o evento foi planejado há um ano e é um desdobramento da Rio+20. “Não tem política, não tem campanha eleitoral”, afirmou. “As democracias são formatadas para pensar no curto prazo, normalmente o curto prazo é o eleitoral. O que estamos fazendo em Pernambuco é liderança”, completou Fábio Feldmann, ex-deputado federal pelo PV. * Publicado originalmente no site EcoD(http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2013/novembro/noronha-carbono-zero-quer-fazer-do-arquipelago-o?tag=clima). Fonte: EcoD/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/noronha-carbono-zero-quer-arquipelago-territorio-carbono-neutro-brasil/)

01/11/2013 Emissões batem recorde, mas estariam desacelerando por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil

Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/emissoes2013.jpg

Liberação mundial de gases do efeito estufa chega a 34,5 bilhões de toneladas em 2012, porém o aumento registrado em relação ao ano anterior foi de 1,1%, menos da metade da média da década, 2,9%. A popularização das energias renováveis, a expansão do uso do gás de xisto e os investimentos em eficiência energética estão sendo apontados como os principais responsáveis pela desaceleração nas emissões mundiais de gases do efeito estufa (GEEs), mesmo em um ano em que a economia global cresceu 3,5%. É a conclusão a que chegaram pesquisadores da Agência de Análise Ambiental dos Países Baixos (PBL) e do Centro de Pesquisas Conjuntas da Comissão Europeia (JRC) no relatório “Tendências das emissões globais de CO2 2013(http://edgar.jrc.ec.europa.eu/news_docs/pbl-2013-trends-in-global-co2-emissions-2013-report-1148.pdf)”, divulgado nesta quinta-feira (31). Veja aqui(http://infographics.pbl.nl/website/globalco2/) um infográfico interativo com os principais resultados do relatório. De acordo com o documento, foram emitidas 34,5 bilhões de toneladas de GEEs em 2012, sendo que 90% desse total é consequência da queima de combustíveis fósseis. Trata-se da maior quantidade de GEEs já liberada na atmosfera pela humanidade em um ano. Porém, os pesquisadores destacam que houve uma significante desaceleração no aumento das emissões, passando de um crescimento de 2,9% em média nos últimos dez anos, para apenas 1,1% no ano passado. “Isso sinaliza uma mudança em direção às atividades humanas menos intensivas em termos de uso de combustíveis fósseis, além de demonstrar os impactos do crescimento das fontes renováveis e das políticas de eficiência energética”, explica um comunicado divulgado com o relatório. Analisando por países, a China e os Estados Unidos seguem sendo os principais responsáveis pelas emissões mundiais. Os chineses respondem por 29% do total de GEEs liberados, enquanto os norte-americanos foram responsáveis por 15%. Mas mesmo nesses países, houve desaceleração nas emissões.

A China chegou a 9,9 bilhões de toneladas de CO2 equivalente, representando um crescimento de 3% em relação a 2011. A média de aumento nas emissões do gigante asiático era de 10% por ano na última década. Os pesquisadores apontam que a queda no ritmo de crescimento se deu pelos investimentos massivos em fontes alternativas de energia, eficiência energética e na expansão da hidroeletricidade, que subiu 23%. Já os Estados Unidos apresentaram uma queda de 4% nas emissões, para 5,2 bilhões de toneladas, o menor nível desde 1993. A principal causa seria a substituição do carvão pelo gás de xisto. A União Europeia também apresentou redução nas emissões, passando de 3,79 bilhões de toneladas em 2011 para 3,74 bilhões de toneladas no ano passado. O bloco responde por 11% das emissões globais. O Brasil ainda emite muito menos do que as outras grandes economias mundiais, alcançando a marca de 460 milhões de toneladas em 2012. Porém, o crescimento nas emissões brasileiras tem sido constante desde 2009, quando foram emitidas 380 milhões de toneladas. O relatório afirma que, se uma série de tendências se confirmarem, as emissões mundiais tendem a seguir desacelerando. Entre essas tendências estão: A China conseguir alcançar sua meta de atingir seu máximo consumo de energia em 2015, reduzindo após isso a intensidade de energia de sua economia. Os Estados Unidos continuarem sua transição para uma matriz menos dependente do carvão, seja apostando no gás do xisto ou em fontes alternativas. Os países-membros da União Europeia concordarem em restaurar a eficiência do Esquema Europeu de Comércio de Emissões (EU ETS). O amadurecimento de tecnologias variadas de geração e de eficiência energética, como o barateamento de fontes alternativas e processos mais limpos de queima de combustíveis fósseis. “Sem o uso de tecnologias renováveis (eólica, solar, biocombustíveis e hidroeletricidade), as emissões mundiais de CO2 seriam, potencialmente, cerca de 5% mais altas do que as atuais”, conclui o relatório. * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil(http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias2/noticia=735557). Fonte: CarbonoBrasil/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/emissoes-batem-recorde-estariam-desacelerando/)

03/11/2013 Apenas 30% dos municípios devem concluir os planos de saneamento básico em 2013 por Ana Cristina Campos, Repórter da Agência Brasil Brasília – Apenas 30% das 5.570 prefeituras brasileiras devem concluir em 2013 o Plano Municipal de Saneamento Básico, previsto pela Lei 11.445/2007, que tornou obrigatória a elaboração dos planos, segundo estimativa do Ministério das Cidades e da Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar). Pelo cenário atual, 70% dos municípios ficarão impedidos de receber recursos federais para aplicar no setor, já que o Decreto 7.217/2010 determinou que, a partir de janeiro de 2014, o acesso a verbas da União ou a financiamentos de instituições financeiras da administração pública federal destinados ao saneamento básico estará condicionado à existência do plano. Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 609 municípios já haviam elaborado seus planos de saneamento. “Trabalhamos com a perspectiva de até o final do ano ter 30% dos municípios com seus planos concluídos. Esperávamos que o número fosse bem maior. Os prefeitos têm que correr para elaborar os planos porque o cenário com o qual o ministério trabalha é que esses prazos sejam mantidos”, disse o secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Osvaldo Garcia. Para ele, é inconcebível um município “não ter um planejamento sobre uma área tão importante como o saneamento básico”. “O prefeito tem que destinar a verba da prefeitura para o que ele acha prioritário. Ele precisa saber se acha o plano de saneamento prioritário ou não. Mas ele vai ter que responder não recebendo verbas [para o setor] a partir do ano que vem”. O plano contempla o planejamento de longo prazo para investimentos em obras de abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Também prevê um diagnóstico da situação, metas de curto, médio e longo prazos para a universalização do saneamento, programas e ações necessários para atingir os objetivos identificando as fontes de financiamento e mecanismos para a avaliação da eficiência e eficácia das ações programadas. A pesquisa Regulação 2013, da Abar, feita com 2.716 municípios que têm agências reguladoras no setor de saneamento básico, mostrou que 34% concluíram o plano em 2012, principalmente em São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. “Mas não teremos mais do que 30% dos municípios brasileiros com seus planos de saneamento básico concluídos em 2013”, disse Alceu Galvão, coordenador de Saneamento Básico da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Ceará (Arce) e da pesquisa da Abar. Os maiores entraves à elaboração do plano apontados por especialistas são a falta de recursos das prefeituras e de mão de obra capacitada para desenvolver o documento. “Os municípios não têm equipe técnica qualificada para desenvolver por conta própria os planos. Outro aspecto é que os planos acabam saindo na ordem de centenas de milhares de reais, e os municípios não têm recursos para pagar”, disse Galvão. Segundo o coordenador de Saneamento Básico da Arce, a expectativa é que não haja extensão do prazo. “Estender o prazo continua não resolvendo o problema. Se não criar mecanismos de simplificação desses planos, se não tiver capacidade instalada nos municípios para administrá-los, só vai postergar o problema. Talvez fosse melhor dar um choque no setor restringido recursos para que os municípios, de fato, buscassem atender, no mínimo, o prazo para a elaboração de seus planos”, acrescentou. O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, disse que as prefeituras estão em crise e não têm verba orçamentária para elaborar os planos. “A lei é feita em Brasília e impõe aos municípios a elaboração de um plano sem indicar a fonte dos recursos. Não adianta prorrogar o prazo porque o problema vai continuar”, disse. Segundo ele, as opções para o recebimento de recursos seriam abrir o setor para a iniciativa privada e para o financiamento internacional. O secretário nacional de Saneamento Ambiental informou que, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), foram investidos R$ 68,1 milhões para apoiar a elaboração dos planos de saneamento em 152 cidades com mais de 50 mil habitantes. “A Funasa [Fundação Nacional de Saúde] também apoia com R$ 126 milhões a elaboração de 650 planos em municípios com menos de 50 mil habitantes. São planos ainda em elaboração e esperamos que estejam concluídos até o fim do ano”, disse.

Com o anúncio da presidenta Dilma Rousseff no dia 24 de outubro destinando R$ 10,5 bilhões para saneamento, a verba para o setor, contando PAC 1 e PAC 2, é R$ 96 bilhões. Desses, R$ 25 bilhões foram desembolsados, de acordo com o secretário. Para o diretor de Articulação Institucional da Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, Ernani Ciríaco de Miranda, há soluções para reduzir os custos dos planos, como a participação das universidades e a montagem de equipe técnica nas associações dos municípios com apoio dos governos estaduais. “Montar um consórcio com vários municípios para produzir os planos em grande escala diminui os custos. Existem alternativas que não requerem contratar uma empresa de consultoria”, disse. De acordo com o último boletim do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (2011), 82% da população brasileira recebem água por meio de rede de abastecimento. Considerando apenas a população urbana, esse índice sobe para 93%. O atendimento com rede coletora do esgoto chega a somente 48% da população. O índice de tratamento do esgoto no país é ainda pior: apenas 38% são tratados. “Essa falta de tratamento do esgoto volta por meio dos rios, da poluição, de doenças endêmicas. A falta de saneamento gera um custo muito alto para a saúde pública, com mortalidade e doença infantis. A sociedade precisa dar relevância a isso, participar da implantação desse plano e estabelecer o saneamento como uma prioridade real”, ressaltou o presidente executivo da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Roberto Muniz. Edição: Fernando Fraga Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil . Fonte: EBC > Notícias > Meio Ambiente(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-11-03/apenas-30-dos-municipios-devem-concluir-os-planos-de-saneamento-basico-em-2013)

03/11/2013 Novo ordenamento financeiro internacional deve favo recer estabelecimento de economias de baixo carbono por Alana Gandra, Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro – A 19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-19), que começa no próximo dia 11, em Varsóvia, na Polônia, vai discutir a necessidade de criação de um novo ordenamento financeiro internacional que seja favorável ao estabelecimento de economias de baixo carbono. A recomendação será levada pelo presidente da Subcomissão Especial para a COP-19 da Câmara dos Deputados, deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ). O tema integrou a pauta de debates da 2ª Rio Climate Challenge: Rio Clima, promovida pelo Instituto OndAzul nos dias 28 e 29 de outubro. Em entrevista à Agência Brasil , Alfredo Sirkis lembrou que a atual ordem financeira internacional foi estabelecida após a 2ª Guerra Mundial, em que as moedas eram lastreadas, inicialmente, pelo padrão ouro. Com a retirada dos Estados Unidos do padrão ouro, esse lastro foi perdido, disse, acrescentando que a recente crise financeira, que eclodiu no mercado norte-americano em 2008, contribuiu para desorganizar o sistema financeiro internacional. “Então, por diversas razões, seria importante um novo ordenamento financeiro internacional, e esse teria que levar em consideração o principal problema ambiental da humanidade nesse momento, que são as mudanças climáticas”, sugere Sirkis. Uma das muitas ideias em circulação no mundo seria tornar a redução das emissões de carbono em lastro das moedas. “Outra ideia é criar uma espécie de Unidade Real de Valor (URV), que seja uma referência para a redução de emissões, e possa permitir uma equivalência entre diferentes ações de diminuição de emissões”. O presidente da Subcomissão Especial para a COP-19 destacou que o Brasil tem reduzido suas emissões no agregado, ou seja, não apenas em termos da densidade de carbono, mas em números absolutos, “sem ter obrigação legal internacional para fazê-lo”. Isso ocorrerá, possivelmente, a partir de 2015, com o novo acordo climático, que deverá ser assinado na Conferência do Clima, em Paris, na França, para execução a partir de 2020. “Por antecipação, o Brasil já está promovendo reduções de gases de efeito estufa (GEE) no agregado. Isso teria que ser remunerado de alguma maneira. Países que começam na frente, que se antecipam ao acordo de 2015 e ao prazo de 2020, teriam que ser remunerados de alguma forma”, disse. Sirkis defendeu que o ideal, nesse caso, seria que a remuneração se desse por meio de uma unidade de valor conversível mais à frente em produtos, tecnologias e serviços, que propiciassem uma redução subsequente de emissões, “ao mesmo tempo que criam empregos e promovem o desenvolvimento limpo do país”. De acordo com o deputado, países como o Canadá, a Austrália e o Japão, que não têm condições de reduzir de imediato suas emissões em termos absolutos, no agregado, mas que têm tecnologias, poderiam transferi-las para outras nações e, assim, lograr seu intuito. “Se você tem uma unidade de valor que represente a redução de carbono e essa unidade de valor seja conversível a partir de 2020, isso também facilita a criação de uma economia de baixo carbono no âmbito internacional”, disse. Sirkis defende que não basta os países definirem metas de redução, “se você não tem um pano de fundo econômico favorável à implantação de uma economia de baixo carbono. Temos que, de alguma forma, mexer para que a economia seja uma aliada no esforço de redução deGEE e não algo que esteja jogando no sentido contrário”. Outra recomendação que será levada pela subcomissão da Câmara à COP-19, segundo Sirkis, é que se deve mexer no sistema de tributação de vários países e na questão de subsídios para combustíveis fósseis, entre os quais petróleo e carvão. Edição: Fernando Fraga

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil . Fonte: EBC > Notícias > Meio Ambiente(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-11-03/novo-ordenamento-financeiro-internacional-deve-favorecer-estabelecimento-de-economias-de-baixo-carbon)

04/11/2013 COP-19 tem a missão de estabelecer as bases para um novo Protocolo de Kyoto por Redação do EcoD

“Cresça comida, não emissões”, diz cartaz em protesto de ativistas na COP-17.

Foto: Oxfam International Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/Cop19-EcoD.jpg

A grande tarefa da 19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-19), que começa na segunda-feira, 11 de novembro, em Varsóvia (Polônia), é preparar o terreno para que a próxima grande conferência do clima, prevista para Paris, em 2015, não repita o fiasco da COP-15 em gerar um documento legal de redução de emissões mais eficiente do que o Protocolo de Kyoto. Embora um novo acordo climático só deva ser assinado em dois anos e implantado em 2020, a COP-19 é fundamental para discutir as bases que tecerão o compromisso global. O encontro será realizado pouco depois da divulgação do quinto relatório do IPCC, em setembro. No entanto, a diretora da Convenção sobre o Clima das Nações Unidas Christiana Figueres declarou ao jornal britânico The Guardian que o documento não poderá pautar as discussões sobre o clima, sendo apenas um grande alerta à comunidade internacional. De acordo com Figueres, a igualdade entre os países desenvolvidos e emergentes será uma questão central na conferência. “Os países devem se guiar pelas circunstâncias nacionais, mas, ao mesmo tempo, eles também precisam se pautar pelos interesses e necessidades coletivas”, projetou. Moeda-carbono

Sirkis acredita que a criação de uma moeda auxilie na transação para uma economia verde.

Foto: Agência Senado Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/Cop19-EcoD-2.jpg

O Brasil deverá pôr em pauta na COP-19 a necessidade de se estabelecer um novo ordenamento financeiro internacional baseado em uma economia de baixo carbono. Uma das ideias é a criação de uma espécie de

“moeda-carbono”, que remuneraria os países que reduzirem as emissões de gases de efeito estufa, equivalendo diferentes ações de compensação. De acordo com o presidente da Subcomissão Especial para a COP-19 da Câmara dos Deputados, deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ), a ideia é que a unidade de valor fosse conversível em produtos, tecnologias e serviços que promovessem o desenvolvimento limpo dos países, facilitando a criação de uma economia de baixo carbono em nível internacional. “Temos que, de alguma forma, mexer para que a economia seja uma aliada no esforço de redução de gases de efeito estufa (GEE) e não algo que esteja jogando no sentido contrário”, afirmou à Agência Brasil. A subcomissão da Câmara à COP-19, segundo Sirkis, deve propor ainda uma reformulação no sistema de tributação de vários países e nos subsídios para combustíveis fósseis. Diante da dificuldade de se chegar a um consenso sobre o PIB Verde, o tema não integrará as recomendações que serão levadas pela subcomissão da Câmara dos Deputados à cúpula da ONU. “Todo mundo concorda que o PIB é ruim, pelo uso que se dá, do ponto de vista do desenvolvimento sustentável, mas não houve consenso em relação a essa situação”. Ele acredita, entretanto, que mais à frente, no âmbito dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), as Nações Unidas chegarão a algum tipo de consenso. A conferência seguirá até o dia 22 de novembro. * Publicado originalmente no site EcoD(http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2013/novembro/cop-19-tem-a-missao-de-estabelecer-as-bases-para?tag=clima). Fonte: EcoD/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/cop-19-missao-estabelecer-bases-protocolo-kyoto/)

04/11/2013 Para superar a Sociedade do Lixo e Desperdício por Antonio Martins, do Outras Palavras

Ricardo Abramovay alerta: Brasil continuará erguendo montanhas de detritos, enquanto políticas públicas não concretizarem princípio do poluidor-pagador.

Foto: http://www.shutterstock.com/ Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/shutterstock_mundo.jpg

Um júbilo talvez precipitado espalhou-se, há três anos, entre os que lutam para que o Brasil combata a cultura do lixo e do desperdício. Aprovou-se, após duas décadas de lutas, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Alcançaram-se conquistas importantes – a substituição dos “lixões” por aterros sanitários está em curso. Mas muitos esqueceram-se do principal. Aquela vitória era apenas o primeiro passo para a urgente (e já muito atrasada) adoção de políticas efetivas de reciclagem e reaproveitamento. O economista Ricardo Abramovay acaba de lançar – com Juliana Simões Speranza e Cécile Petitgand – Lixo Zero1, um livro que cutuca feridas incômodas. A obra [disponível em formato eletrônico por apenas R$ 1,90(https://www.iba.com.br/livro-digital-ebook/Lixo-Zero-88ee1138039234a30bb27226835f40c8)] lembra que, em termos gerais, o país gera um volume imenso e desnecessário de detritos, que emporcalham as cidades e a natureza, e desperdiçam vasta riqueza, contida no que é tolamente descartado. Muito além do diagnóstico, o livro vai em busca das causas e saídas. Falta estabelecer efetivamente no Brasil, diz Abramovay, o princípio do poluidor-pagador. Só ele será capaz de desarmar uma cadeia de irresponsabilidade cujas consequências sociais e ambientais são indesejáveis. Abramovay explica: os custos do processo de reaproveitamento de materiais (separação, coleta, transporte, reaproveitamento) não podem continuar despejados sobre as costas do setor público. Do contrário, a limpeza pública será sempre ineficiente: o volume de lixo produzido por fabricantes e consumidores crescerá rápida e incessantemente. O caminho é cobrar o setor privado. Do ponto de vista ético, significa responsabilizar quem suja por limpar. Em termos de eficiência, é o único caminho para pressionar os produtores a adotar práticas e métodos mais

limpos. Um punhado de setores – pneus e óleos combustíveis, por exemplo – alcançou índices autos de reaproveitamento, mesmo para padrões internacionais. Em outros – eletrônicos, pilhas, lâmpadas –, o trabalho começa. Mas a própria PNRS é omissa em relação a algo decisivo: as embalagens. Isso permite a inúmeros setores optar pelo descartável (por exemplo, as garrafas pet que infestam e entristecem a paisagem dos rios), onde a alternativa do reaproveitamento (garrafas de vidro retornáveis) seria plenamente viável e já foi usada no passado. Obrigar os poluidores a pagar inclui reabrir debates-tabu – por exemplo, sobre a justiça e o papel pedagógico das taxas do lixo. Além disso, abre espaço para importantes avanços sociais. Permitirá ao poder público, por exemplo, remunerar os catadores pelo trabalho de limpeza urbana que executam. Estas dezenas de milhares de brasileiros, cuja renda parca provém hoje apenas do que coletam e vendem, não têm hoje condições práticas de recolher, por exemplo, vidro e papel – cujo preço de mercado é irrisório. Às vésperas da IV Conferência Nacional de Meio-Ambiente (24 a 27/10), cujo tema foi precisamente a necessidade de avançar na Política Nacional de Recursos Sólidos, Ricardo Abramovay concedeu a Outras Palavras a entrevista a seguir: No debate público, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é vista quase sempre como um grande avanço – ainda mais por ter sido concebida p or meio de debate amplo entre governo, sociedade civil e empresas. Mas o livro que de que você é co-autor toca numa ferida importante: passam-se os anos e o país parece avançar muito pou co na reciclagem, na valorização dos catadores e na recuperação das riquezas contidas no lixo. Quais as razões para isso? De fato o País avançou muito mais na redução dos lixões do que na transformação dos resíduos em base para a produção de nova riqueza. Hoje quase 60% dos resíduos vão para aterros sanitários. Em 2007, esta destinação não chegava a 40% do que era gerado. O que ainda vai para os lixões e sua forma um pouco menos nociva que são os aterros controlados é gigantesco e representa um desafio extraordinário. Esta destinação absurda marca, sobretudo, os pequenos municípios e as regiões mais pobres do País e só poderá ser suprimida se houver consórcios entre municípios para organizar a coleta e a destinação dos resíduos. Mas mesmo que se resolva esta questão elementar, básica, de saúde pública, resta o mais importante: a maior parte do remanescente do consumo dos brasileiros não é reutilizada como riqueza. Que os resíduos dirijam-se a aterros sanitários, é melhor do que mandar estes materiais para lixões. Mas o mais importante não é isso. Ao longo do livro, vocês parecem insistir na efetiv ação de um princípio, sem o qual as políticas de sustentabilidade relacionadas ao lixo seriam inefet ivas: a noção de poluidor-pagador. Por que ela é tão importante? A PNRS está inspirada numa sequência muito construtiva. Seu ponto de partida é e só poderia ser de natureza ética. O valor do qual tudo depende é (para usar uma expressão aplicada na política pública japonesa) a emergência de uma sociedade saudável do ponto de vista do ciclo de vida dos materiais que utiliza, ou seja, o contrário do que prevalece hoje. Deste valor, decorre um princípio: o princípio do poluidor pagador. Os resíduos (inevitavelmente inerentes aos bens e serviços que a sociedade consome) não podem emporcalhar as ruas, os rios, o mar e o ar, mas, mais que isso, eles devem ter uma destinação que permita sua reinserção em novos ciclos produtivos, convertendo-se em fontes de nova riqueza e não em base para a destruição dos ecossistemas. Para isso, é necessário que todos os responsáveis por sua geração paguem para que esta recuperação seja levada adiante, sobretudo, quem fabrica ou importa o produto. E claro que isso será repassado para os preços e, portanto, para os consumidores. Definidos estes valores e este princípio, é fundamental que a política tenha objetivos: no caso brasileiro, além de passar a uma sociedade de reciclagem e estimular que a concepção dos produtos incorpore esta opção social, é fundamental o objetivo de valorizar o trabalho dos catadores de resíduos sólidos, modernizando suas formas de atuação. Um objetivo que muitos municípios no mundo hoje definem (São Francisco, por exemplo) é lixo zero, o que inspirou o título de nosso livro. Dos valores, dos princípios e dos objetivos decorrerão estratégias (que deveriam materializar-se nos Planos estaduais e municipais de resíduos sólidos), táticas com a organização imediata da coordenação dos atores voltados ao cumprimento dos objetivos estabelecidos e, por fim, métricas capazes de avaliar como este conjunto funciona. Esta ordem é fundamental e seu ponto de partida é de natureza ética, são valores que a sociedade deve discutir e pelos quais ela vai optar.

Na apresentação do livro, vocês afirmam que o princ ípio do poluidor-pagador está diluído na Política Nacional de Recursos Sólidos. Ela não definiria efi cazmente a relação de responsabilidades entre empresas e municípios e, ao mesmo tempo, estaria à espera de definições complexas no interior das cadeias produtivas. Poderia desenvolver mais estas insuficiências? Os países e os setores econômicos que estão conseguindo reduzir a produção de resíduos e aumentar sua taxa de reciclagem são aqueles que adotaram o princípio da responsabilidade estendida do produtor. O produtor ou o importador (e não o serviço de limpeza pública) é que paga para que se retirem das ruas os resíduos decorrentes do consumo daquilo que ele ofereceu. Isso já se faz no Brasil com pneus, baterias automotivas, óleos combustíveis e suas embalagens e embalagens de agrotóxicos. O Brasil tem excelente desempenho, como mostramos no livro, nestes setores. O setor privado é que concebeu, construiu e hoje paga pela logística reversa, ou seja, pelo recolhimento e o reaproveitamento de cada um destes produtos. No caso dos pneus, por exemplo, eles hoje são um importante componente na produção de cimento e entram na produção de asfalto. E não são as prefeituras, nem os Estados nem o Governo Federal os que pagam por isso. São as empresas. A lei diz que este princípio deve reger a logística reversa não só destes produtos, mas também de pilhas, lâmpadas e eletroeletrônicos. A dificuldade é que contrariamente àqueles anteriormente citados, o descarte de pilhas, lâmpadas e eletrônicos é muito mais descentralizado, depende do que acontece em cada domicílio. Mas a lei determina que o setor privado organize o sistema de coleta e destinação adequada destes produtos. Ficou, entretanto um segmento fora desta determinação: é o de embalagens. Neste caso, a lei diz que os fabricantes e importadores levarão uma proposta ao Governo Federal e caberá a este dizer se a proposta é ou não razoável. Se não for razoável, a lei dá ao Governo o poder de determinar como a coleta e a reciclagem das embalagens deverá ser feita. Parece haver um entrave político severo ao estabele cimento do princípio do poluidor-pagador, no Brasil. As medidas de responsabilização do consumid or final pela separação e reciclagem de seu lixo são combatidas ferozmente pela maior parte da mídia e dos políticos e acabam rejeitadas. É o caso da taxa do lixo, que a prefeitura de SP tentou implantar. Como romper este impasse? Exatamente aí entra o segundo obstáculo que enfrenta a emergência de uma sociedade saudável sob o prisma de seu ciclo de materiais. Cada vez que se fala que o consumidor tem que pagar, isso aparece como extorsão. A supressão da taxa do lixo foi uma das mais irresponsáveis medidas já tomadas no âmbito das políticas públicas. Não conheço nenhum especialista no tema que aprove esta supressão. Ela cria a ilusão de que retirar o lixo da frente da casa das pessoas é gratuito. Pior: ela impede o estabelecimento de políticas que beneficiem os domicílios e os condomínios com uma gestão adequada e que punam os que têm gestão imprópria. Mas, além disso, existe o mito de que é injusta a incorporação dos custos da coleta e da destinação adequada dos resíduos aos preços. Acreditar nisso é perpetuar o regime de preços mentirosos de nossa vida econômica, em que não pagamos por um imenso conjunto de custos ligados ao que consumimos. Nós pagamos o que é coletado na frente de nossos domicílios (só que hoje isso se esconde no carnê do IPTU) e nós pagamos pela destinação incorreta destes resíduos sob a forma de ruas sujas e desperdício de materiais que poderiam voltar a fazer parte da riqueza social e são simplesmente desperdiçados. O Brasil, em tempos de muito menor consciência ambi ental, já conviveu com práticas importantes de reaproveitamento: por exemplo, a que vigorou por muito tempo na reutilização de garrafas de vidro, para refrigerantes e cerveja, e foi abandona da após a introdução da lata de alumínio. Se temos ao menos vestígios da cultura de reaproveitamento, que impede um debate mais amplo sobre medidas que restabeleçam esta prática, punindo fina nceiramente o consumidor que não reaproveita embalagens? Há dois obstáculos importantes, no que se refere aos atores privados, para que deixemos de ser uma sociedade do jogar fora. O primeiro refere-se às empresas: no setor de embalagens, que responde por parte muito importante daquilo que hoje vai para o lixo. O setor privado, no que se refere a embalagens, está muito aquém daquilo com o qual já se compromete há anos em países desenvolvidos, onde as empresas assumem os custos da coleta seletiva. Na União Europeia isso acontece já há vários anos e explica que aí estejam os países de melhor desempenho na gestão dos resíduos. A grande novidade, neste sentido, é que grandes empresas globais como a Coca-Cola e a Nestlé Waters aderiram à ideia de responsabilidade estendida do produtor nos Estados Unidos. Os americanos, até hoje, estão em último lugar, entre os países desenvolvidos, em matéria de coleta e reciclagem. Foi formada, ano

passado, uma ONG chamada Recycling Reinvented, da qual faz parte Robert Kennedy Jr. e que chegou à conclusão que se a coleta seletiva depender de dinheiro dos municípios ela não vai acontecer nunca, na escala compatível com o aumento constante do consumo. Portanto, as empresas é que devem organizar e assumir os custos desta coleta. A adesão de dois gigantes globais (Coca-Cola e Nestlé Waters) a esta ideia é altamente promissora. Falta agora que isso se aplique também aos países em desenvolvimento. Vocês se referem diversas vezes às políticas que, e m diversos países, estimulam a separação e reciclagem do lixo, estabelecendo taxas de coleta e reduzindo-as, para premiar os cidadãos que tratam devidamente seus resíduos. Pode dar exemplos concretos sobre estas políticas? Os países que conseguem reduzir seus resíduos e ampliar sua reciclagem (os mais importantes são os quinze mais ricos da União Européia) obedecem a quatro parâmetros fundamentais. Em primeiro lugar, o produtor e o importador é que pagam pela coleta e destinação correta dos resíduos. Na Europa, isso ocorre com o Ponto Verde. Isso quer dizer que cada empresa vai atrás dos resíduos do que oferece? Claro que não e isso nos leva ao segundo parâmetro: as empresas foram organizações privadas sem fins lucrativos ou públicas e não estatais que organizam e respondem pelo funcionamento deste sistema. E o consumidor? O terceiro parâmetro é que o consumidor paga tanto a taxa de lixo como é estimulado e orientado na separação correta dos materiais que irão para a reciclagem. Não basta se queixar que as pessoas são descuidadas ou que não têm consciência ambiental. É preciso orientá-las muito especificamente sobre a destinação a ser dada a cada tipo de material. Quem faz isso e quem paga para que isso seja feito? São e tem que ser as empresas, pois a renda que elas obtêm com aquilo que vendem é indissociável das embalagens em que seus produtos são oferecidos. O Ponto Verde, na Europa investe em publicidade para orientar e educar o consumidor. Por fim, quarto parâmetro, o Estado tem papel decisivo: ele não só fiscaliza, como estabelece metas a serem obedecidas por estas organizações privadas. No início do milênio a União Européia impôs a coleta e reciclagem de quatro quilos per capita de produtos eletrônicos por parte de fabricantes e importadores. Hoje este montante já está em vinte quilos per capita. Vocês também lembram que o Brasil, embora, em termos globais, recicle pouco, destaca-se positivamente no reaproveitamento de alguns materiais – por exemplo, o alumínio. De que maneira estimular estas pequenas conquistas, e o que isso tem a ver com medidas concretas de valorização dos catadores. O trabalho dos catadores é fundamental, mas ele não faz do Brasil uma sociedade de reciclagem. Sem os catadores a situação das ruas seria muito pior do que já é, em matéria de lixo. Mas os últimos trabalhos do IPEA mostram que nós desperdiçamos parcela imensa de uma riqueza que poderia ser reutilizada. A estimativa do IPEA é que isso corresponde a R$ 8 bilhões por ano. É fundamental rever a maneira como se remunera o trabalho dos catadores. Esta remuneração não pode depender apenas da venda do que eles coletam. Alguns dos materiais recolhidos têm valor e uma demanda forte (é o caso das latinhas). Outros têm baixo valor, mas mesmo assim, é importante que eles retirem estes materiais das ruas e os destinem à reciclagem. Quando o fazem, estão prestando um serviço ambiental que deve ser remunerado e que não se confunde com aquilo que obtêm pela venda de seus produtos. Embora relevante, do ponto de vista cultural e social, o trabalho dos catadores parece muito insuficiente, diante dos imensos volumes de lixo não reciclado no Brasil. Não seria a hora de passar de uma visão romântica sobre o catador para políticas que de fato ampliem o alcance de seu trabalho – entre outras, a remuneração pelo poder público do serviços prestados por eles e o estímulo a cooperativas, à mecanização e à mudança de escala de seu trabalho? Hoje os próprios catadores encaram sua atividade, cada vez mais, como negócio. Claro que existe um imenso e majoritário contingente que vive e trabalha em condições indignas. Mas aqueles que conseguem organizar suas atividades como negócios, estabelecer alianças com vários tipos de organização e afirmar o interesse público do que fazem, mostram um promissor caminho para o futuro. A Bolsa Verde do Rio de Janeiro, por exemplo, tem nos catadores um pilar decisivo de sua iniciativa de crédito de logística reversa. A ideia é que as empresas, ao colocarem um produto no mercado, devem comprar um crédito que corresponde ao certificado de que alguém (alguma organização) garante que aquele produto será coletado e destinado de forma adequada. Vale a pena ver, em vídeo, aexplicação em seis minutos sobre como funciona este mecanismo.

Você destaca a importância de combater a obsolescên cia programada. De que maneira fazê-lo estabelecendo, também aqui, o princípio do poluidor -pagador. Não seria possível incorporar ao preço de produtos como eletrônicos e eletrodoméstic os um imposto ambiental pago pelo consumidor e restituído em valores crescentes, à me dida que os diluído ao longo do tempo, à media em que o uso se prolongasse? Os mecanismos são vários. O importante são duas coisas. A primeira é que, no caso de produtos eletrônicos, pilhas e lâmpadas, eles não podem ser coletados por catadores, pois muitas vezes contêm elementos tóxicos que exigem manuseio especializado. Mas é fundamental organizar um sistema que estimule sua devolução pelo consumidor e não basta simplesmente dizer que num bairro distante de onde o comprador mora o produto pode ser recebido. A descentralização tem que ser muito forte. O segundo ponto a sublinhar aí é que a grande inovação, nesta área, é que o design de produtos eletrônicos, de uns dez anos para cá, vem incorporando a destinação correta dos resíduos. Isso não ocorria quando estes produtos eram fundidos em plataformas quase inacessíveis às possibilidades de reciclagem. Hoje a desmontagem ativa é uma das áreas mais importantes do design industrial, pois exige que o fabricante conceba o produto tendo em vista a revalorização, depois de seu uso, dos materiais de que ele é composto. Isso já ocorre com computadores, celulares, cadeiras e materiais de construção, onde o conceito de demolição vai sendo substituído pelo de desconstrução, o que supõe conceber as edificações já no horizonte de reutilização futura inteligente e valorativa dos elementos que a formam. Vale muito a pena ver o recente relatório da Fundação Ellen Macarthur sobre este tema. Três anos após a aprovação da lei que instituiu a P NRS, que ajustes você considera necessários e como eles poderiam se expressar no debate em torno das eleições de 2014? O mais importante, do qual tudo, absolutamente tudo vai depender é responder a esta singela pergunta: quem paga a conta. Se isso for explícito e visível, as chances de que a capacidade inovadora do setor privado faça dos resíduos uma fonte de riqueza e estimule a transição da sociedade do jogar fora para a sociedade da reciclagem, estas chances serão imensas. Se continuarmos fingindo que as prefeituras terão capacidade de organizar e assumir os custos da coleta seletiva, continuaremos na condição de uma sociedade do desperdício, cujos espaços públicos serão cada vez mais sujos. 1 Lixo Zero: Gestão de Resíduos Sólidos para uma Sociedade mais Próspera. De Ricardo Abramovay, Juliana Simões Speranza e Cécile Pétitgand. Edições Planeta Sustentável. Em formato digital, R$ 1,90. Disponível aqui(https://www.iba.com.br/livro-digital-ebook/Lixo-Zero-88ee1138039234a30bb27226835f40c8). * Publicado originalmente no site Outras Palavras(http://outraspalavras.net/brasil/para-superar-a-cultura-do-lixo-e-desperdicio/). Fonte: Outras Palavras/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/superar-sociedade-lixo-desperdicio/)

04/11/2013 COP-19 terá missão de definir bases para um novo Pr otocolo de Kyoto A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança no Clima acontece a partir da próxima segunda-feira em Varsóvia, na Polônia A grande tarefa da 19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-19), que começa na próxima segunda-feira, 11 de novembro, em Varsóvia (Polônia), é preparar o terreno para que a próxima grande conferência do clima, prevista para Paris, em 2015, não repita o fiasco da COP-15 em gerar um documento legal de redução de emissões mais eficiente do que o Protocolo de Kyoto. Veja as transformações causadas pelo aquecimento global (http://www.terra.com.br/noticias/ciencia/infograficos/clima/) Embora um novo acordo climático só deva ser assinado em dois anos e implantado em 2020, a COP-19 é fundamental para discutir as bases que tecerão o compromisso global. O encontro será realizado pouco depois da divulgação do quinto relatório sobre mudanças climáticas do IPCC, em setembro. No entanto, a diretora da Convenção sobre o Clima das Nações Unidas Christiana Figueres declarou ao jornal britânico The Guardian que o documento não poderá pautar as discussões sobre o clima, sendo apenas um grande alerta à comunidade internacional. De acordo com Figueres, a igualdade entre os países desenvolvidos e emergentes será uma questão central na conferência. "Os países devem se guiar pelas circunstâncias nacionais, mas, ao mesmo tempo, eles também precisam se pautar pelos interesses e necessidades coletivas", projetou. Moeda-carbono O Brasil deverá pôr em pauta na COP-19 a necessidade de se estabelecer um novo ordenamento financeiro internacional baseado em uma economia de baixo carbono. Uma das ideias é a criação de uma espécie de "moeda-carbono", que remuneraria os países que reduzirem as emissões de gases de efeito estufa, equivalendo diferentes ações de compensação. De acordo com o presidente da Subcomissão Especial para a COP-19 da Câmara dos Deputados, deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ), a ideia é que a unidade de valor fosse conversível em produtos, tecnologias e serviços que promovessem o desenvolvimento limpo dos países, facilitando a criação de uma economia de baixo carbono em nível internacional. "Temos que, de alguma forma, mexer para que a economia seja uma aliada no esforço de redução de gases de efeito estufa (GEE) e não algo que esteja jogando no sentido contrário", afirmou à Agência Brasil. A subcomissão da Câmara à COP-19, segundo Sirkis, deve propor ainda uma reformulação no sistema de tributação de vários países e nos subsídios para combustíveis fósseis. Diante da dificuldade de se chegar a um consenso sobre o PIB Verde, o tema não integrará as recomendações que serão levadas pela subcomissão da Câmara dos Deputados à cúpula da ONU. "Todo mundo concorda que o PIB é ruim, pelo uso que se dá, do ponto de vista do desenvolvimento sustentável, mas não houve consenso em relação a essa situação". Ele acredita, entretanto, que mais à frente, no âmbito dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), as Nações Unidas chegarão a algum tipo de consenso. A conferência seguirá até o dia 22 de novembro. Eco Desenvolvimento Fonte: TERRA.COM > Notícias > Ciência > Sustentabilidade(http://noticias.terra.com.br/ciencia/sustentabilidade/cop-19-tera-missao-de-definir-bases-para-um-novo-protocolo-de-kyoto,ccdf19bf69b12410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html)

04/11/2013 Para frear degelo, Banco Mundial pede redução de em issões Relatório sugere metas de diminuição de metano e carbono negro. Medidas também salvariam milhares de vidas, segundo relatório. do G1, em São Paulo

Icebergs na Groenlândia, que é uma das regiões analisadas pelo relatório do Banco Mundial

Foto: AFP/Pierre Vernay/Polar Lys/Biosphoto Fonte: http://s2.glbimg.com/NkY0-

DRDqBRUQ76rAGfClifm8mw=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/11/01/groelandia.jpg A redução dos gases metano e carbono negro nas próximos duas décadas pode desacelerar o derretimento do gelo permanente que existe no planeta (criosfera), que vem ocorrendo por conta do aquecimento global, de acordo com relatório do Banco Mundial lançado nesta segunda-feira (3). O carbono negro é resultante da combustão incompleta de combustíveis fósseis e biomassa e é encontrado na fuligem. Segundo o documento, se até 2030 forem adotadas estratégias de mitigação dos chamados poluentes climáticos de vida curta (SLCPs na sigla em inglês), também haveria benefícios para a saúde humana, a colheita de alimentos e os ecossistemas. O Banco Mundial estabelece 14 metas que ajudariam a atingir estes benefícios. As metas propostas visam a redução de três tipos de fontes de emissão: o uso de fogões a lenha, o desmatamento e a queima de diesel. O estudo afirma que a substituição de fogões que queimam madeira ou carvão pelos abastecidos a gás ajudaria a conservar as regiões analisadas e poderia salvar cerca de 230 mil vidas por ano. Quanto ao desmatamento e queima de florestas, uma redução de 50% poderia evitar a morte de 190 mil pessoas por doenças relacionadas à poluição atmosférica. O estudo aponta que em algumas regiões seria possível redução de mais de 90%.

Em relação ao uso de diesel como combustível para transporte e equipamentos, as metas propostas pelo relatório poderiam resultar em mais de 16 mil toneladas de produção de alimentos básicos, como arroz, soja e trigo, principalmente no sudeste asiático. A criosfera e o clima global também seriam beneficiados. No Ártico, as metas poderiam ajudar a reduzir o aquecimento em mais de 1ºC até 2050. Isso significaria a redução de mais de 40% na perda de gelo marinho durante o verão e de 25% da perda de neve na primavera. A diminuição de temperatura também aconteceria no Himalaia e nas regiões de solo do tipo permafrost da Sibéria, América do Norte e do Tibet. Nas regiões polares, a redução de temperatura poderiam diminuir o risco de perda de cobertura de gelo no oeste da Antártica e da Groenlândia. Além disso, a taxa de aumento do nível do mar poderia ser estagnada antes do final deste século, aponta o documento. A diminuição de metano e carbono negro ainda ajudariam a diminuir interrupções nos ciclos de água, como as previstas de acontecer no rio Amazonas, e o risco de rompimento nos padrões de precipitação no sul da Ásia, na região do Sahel (África Central) e em áreas onde ocorrem tempestades de invernos, como no Mediterrâneo. Na África Oriental, a redução dos poluentes de vida curta dificilmente preservariam as geleiras da região, devido à sua pequena dimensão. Mas a redução do carbono negro traria benefícios para a saúde da população e para manter os níveis históricos de precipitação. O aquecimento da criosfera causa derretimento de gelo do mar e libera o estoque de carbono do solo permafrost. Segundo o relatório, se o aquecimento não for freado até o final do século, esta liberação poeria contribuir com acréscimo de 5 a 30% de carbono na atmosfera, o que exigiria metas mais ambiciosas de redução das emissões de dióxido de carbono do que é recomendado atualmente. Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/para-frear-degelo-banco-mundial-pede-reducao-de-emissoes.html)

04/11/2013 Sequestro de carbono teria causado tremores de terra no Texas, diz estudo Método injeta gases-estufa no subsolo em regiões petrolíferas. Pesquisa publicada na 'PNAS' analisou sequência de sismos. da AFP Um método usado para estocar gases causadores de efeito estufa injetando-os no subsolo teria provocado uma série de terremotos no Texas, alguns com magnitude superior a 3, revelou um estudo publicado nesta segunda-feira (4). A descoberta, publicada no periódico "Proceedings of the National Academy of Sciences", representa a primeira vez que o sequestro de carbono é vinculado a tremores com magnitude entre 3 e 4,4. No ano passado, cientistas advertiram na mesma revista que a captura e o sequestro de carbono estavam provocando terremotos, mas que não existia evidências diretas destes tremores até agora. O estudo se concentrou na atividade sísmica em campos de petróleo nos condados de Scurry e Kent, no noroeste do Texas, conhecidos como campos petrolíferos Cogdell e Kelly-Snyder. Um processo chamado injeção hidráulica, usado no campo Cogdell para aumentar a produção de petróleo entre 1957 e 1982, e estudos anteriores tinham demonstrado que a prática causou pequenos sismos na região entre 1975 e 1982. Mais recentemente, metano e dióxido de carbono foram injetados em altos volumes em campos de petróleo, destacou o estudo de Wei Gan e Cliff Frohlich, do Instituto de Geofísica da Universidade do Texas, em Austin. O método foi adotado em uma área onde o Departamento de Energia dos Estados Unidos financiou estudos sobre os impactos em potencial da captura e do sequestro de carbono (CCS, na sigla em inglês), uma técnica proposta para reduzir as emissões de gases, capturando o CO2 e injetando-o no subsolo para estocagem de longo prazo. "O resultado mais significativo deste estudo é que a injeção de gás pode ter contribuído para provocar uma sequência de terremotos que tem ocorrido desde 2006 no campo Coddell, no Texas, e arredores", destacou o estudo. "Esta é um exemplo incomum e notável em que a injeção de gás pode ter contribuído para provocar terremotos com magnitude 3 ou superior", acrescentou. Houve 18 terremotos de magnitude 3 ou superior de 2006 a 2012, inclusive um tremor de magnitude 4,4 registrado em 11 de setembro de 2011. Dos 93 tremores registrados na área de Cogdell entre março de 2009 e dezembro de 2010, três durante este período de tempo tiveram magnitude superior a 3. A injeção hidráulica pode não ter explicado estres tremores, que ocorreram após um período de 24 anos no qual nenhum tremor foi detectado, afirmaram os cientistas. O estudo foi financiado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos e pela Fundação de Ciência Natural da China. Segundo o estudo, continua "um enigma porque não há terremotos em campos vizinhos similares, como o Kelly-Snyder e o Salt Creek". Assim como o campo Cogdell, estas outras áreas passaram anos submetidas a injeção hidráulica e extração de petróleo, seguidos de aumentos recentes de injeção de gás. Os autores do estudo afirmam que a explicação seria que há falhas geológicas na região de Cogdell suscetíveis a atividade sob pressão e que estas falhas não devem existir nos campos vizinhos. Modelos geológicos mais detalhados são necessários para explicar porque algumas áreas respondem de forma diferente à injeção de gás do que outras.

Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/sequestro-de-carbono-teria-causado-tremores-de-terra-no-texas-diz-estudo.html)

05/11/2013 Associações preparam proposta para energia solar no Brasil Propostas para desenvolver o setor incluem leilões específicos para a fonte e outros para geração distribuída por REUTERS(http://br.reuters.com/)

Energia solar: proposta é realizar 3 leilões de energia de reserva para a energia solar com contratação de 500 megawatts (MW) cada

Foto: sxc.hu Fonte: http://exame3.abrilm.com.br/assets/images/2013/7/256094/size_590_a9.jpg?1374676382

São Paulo – Associações do setor elétrico estão preparando para entregar ao governo uma proposta para desenvolver a energia solar (http://www.exame.com.br/topicos/energia-solar) o Brasil, incluindo leilões (http://www.exame.com.br/topicos/leiloes) specíficos para a fonte e outros para geração distribuída. A proposta está sendo preparada pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), junto da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia (Apine) e da (Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e deve ser apresentada até dezembro, disse nesta terça-feira o vice-presidente executivo da Cogen, Leonardo Calabró, em evento do escritório Pinheiro Neto Advogados. Segundo ele, a proposta é realizar 3 leilões de energia de reserva para a energia solar com contratação de 500 megawatts (MW) cada, a serem realizados em 2014, 2015 e 2016, com entrega da energia a partir de 2016 e prazo de suprimento de 25 anos. Para esses leilões, o preço-teto da energia entre 190 e 200 reais por megawatt-hora (MWh) é considerado "razoável" para viabilizar projetos de energia solar, segundo Calabró. A proposta ainda inclui outros dois leilões para geração distribuída -projetos que se conectam diretamente ao sistema de distribuição- em 2015 e 2016. Desse leilão, poderiam participar além da solar, fontes a biomassa, biogás, eólica, pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e cogeração a gás natural.

O objetivo das associações é estabelecer um plano que dê um cenário da expansão da solar no Brasil, dando segurança para que a indústria desse setor possa se instalar no país. A energia solar, que poderá participar pela primeira vez de leilões de energia públicos realizados pelo governo federal neste ano, ainda não é competitiva como a eólica, que também disputará os leilões entre outras fontes. Segundo a Calabró, a energia solar não conseguirá viabilizar novos projetos de geração nos leilões de energia A-3 e A-5 deste ano, diante da competição com outras fontes e preço-teto estabelecido. "A energia solar vai seguir a trilha de sucesso da eólica, mas vai demorar um pouco", disse ele. Fonte: EXAME.COM > Notícias > Meio Ambiente e Energia > Desenvolvimento(http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/associacoes-preparam-proposta-para-energia-solar-no-brasil)

06/11/2013 Pequim diminui cerca de 40% sua cota para venda de carros novos por Redação do EcoD

Até 2017, Pequim permitirá a emissão anual de 150 mil novas placas de carro.

Foto: betta design Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/pequim.jpg

Na tentativa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs), a capital da China, Pequim, tomou a seguinte decisão: reduzir cerca de 40% o limite para vendas de carros novos em 2014 – afirmou nota publicada pelo governo local. Para se ter ideia, os altos níveis de poluição obrigaram a China a, praticamente, paralisar no mês de outubro um importante centro urbano com uma população de 11 milhões de habitantes: a cidade de Harbin. Ainda de acordo com o documento divulgado pelo governo, até 2017, Pequim permitirá a emissão de 150 mil novas placas de carro, por ano, o que representa uma queda de 90 mil. Com isso, a comercialização de automóveis estará limitada a 600 mil unidades – menos que o total vendido na cidade apenas em 2010. A China pretende limitar as vendas de veículos em mais oito cidades. Atualmente, a regra já funciona para Xangai, Guangzhou e Guiyang, além de Pequim, onde os compradores têm que participar de leilões de placas ou de sorteios. Além disso, o governo emitirá uma proporção maior de placas a compradores de veículos com novas motorizações, que precisam de menores quantidades de gasolina ou utilizem energias alternativas. Isso pode beneficiar montadoras de carros elétricos, como a BYD. Na Noruega… Apesar de não ter a comercialização de carros novos limitada, a Noruega tem atualmente um automóvel elétrico como líder de vendas: o Nissan LEAF. Em outubro, 716 LEAFs foram emplacados, o que tornou o veículo mais popular que o Toyota Auris e o Volkswagen Golf, com uma fatia de mercado de 5,6%, segundo a companhia Opplysningsraadet for Veitrafikken (OFV), que compila dados sobre vendas de carros no país europeu. Os números marcam o segundo mês seguido em que o carro elétrico domina as vendas no país, que encoraja as vendas desses veículos menos poluentes com incentivos fiscais, isenções de taxas de congestionamento, acesso a vias de transporte público e estacionamento grátis. No total, os automóveis elétricos responderam por 7,2% das vendas de carros em outubro no país, mais que o dobro dos 3,4% do ano anterior. * Publicado originalmente no site EcoD(http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2013/novembro/pequim-diminui-cerca-de-40-de-cota-para-venda-de?tag=carros-e-transportes). Fonte: EcoD/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/pequim-diminui-cerca-40-cota-venda-carros/)

06/11/2013 Concentração de gases do efeito estufa registra nov o recorde por Redação do CarbonoBrasil*

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A presença do CO2 na atmosfera chegou a 393,1 partes por milhão em 2012, 41% a mais do que antes da era industrial. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) acaba de divulgar o Boletim Anual sobre Gases do Efeito Estufa(http://www.wmo.int/pages/prog/arep/gaw/ghg/documents/GHG_Bulletin_No.9_en.pdf) e alerta que a quantidade desses elementos na atmosfera segue subindo, “estimulando a mudança climática que transformará o futuro do planeta por milhares de anos”. Segundo a OMM, entre 1990 e 2012 houve um aumento de 32% na chamada força radioativa – o efeito do aquecimento sobre o clima – devido às concentrações crescentes de dióxido de carbono (CO2), do metano (CH4) e do óxido nitroso (N2O) na atmosfera. Desde o começo da era industrial, em 1750, a concentração média de CO2 teria aumentado 41%, a de CH4, 160%, e a do N2O, 20%. “Nossas observações mostram, mais uma vez, como as atividades humanas estão desequilibrando a natureza de nossa atmosfera e são um importante contribuinte para as mudanças climáticas”, afirmou Michel Jarraud, secretário-geral da OMM. “O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) em seu quinto relatório esclareceu que as concentrações atmosféricas do dióxido de carbono, metano e óxido nitroso estão acima dos níveis vistos nos últimos 800 mil anos. Como resultado disto, nosso clima está se transformando, ficando mais extremo, e as geleiras estão derretendo, elevando o nível dos oceanos”, completou. De acordo com o Boletim, a concentração de CO2, que responde por 80% do aumento da força radioativa, sendo assim o principal gás do efeito estufa, chegou a 393,1 partes por milhão (ppm) em 2012. A quantidade de CO2 subiu 2,2 ppm entre 2011 e 2012, acima da média de 2,02 ppm da última década. Em alguns meses do ano passado, a concentração do CO2 chegou a ficar acima das simbólicas 400 ppm. Se continuar na atual tendência, já em 2015 ou 2016 a média anual será acima dessa marca. “Limitar as mudanças climáticas exigirá uma grande redução das emissões. Precisamos agir agora para não colocarmos em risco o futuro de nossos filhos, netos e das futuras gerações. O tempo não está do nosso lado” concluiu Jarraud. A OMM destaca ainda que a atmosfera é apenas uma parte do problema. Cerca de metade do CO2 emitido pelo homem acaba sendo absorvido pela biosfera e pelos oceanos, não aparecendo assim nas medições da entidade.

* Com informações da OMM. ** Publicado originalmente no site CarbonoBrasil(http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias2/noticia=735601). Fonte: CarbonoBrasil/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/concentracao-gases-efeito-estufa-registra-recorde/)

06/11/2013 PNUMA: é necessário fazer mais para reduzir emissõe s por Redação do PNUMA

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Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2013 reforça o argumento em favor de medidas globais de amplo alcance para redução da liberação de gases do efeito estufa. Se a comunidade global não colocar em prática imediatamente medidas de amplo alcance para reduzir o déficit de emissões de gases de efeito estufa (GEE), os custos para se manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2°C neste século devem crescer ai nda mais, e gerar uma nova gama de desafios. O Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2013(Emissions Gap Report 2013)(http://www.unep.org/publications/ebooks/emissionsgapreport2013/), coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) com participação de 44 equipes científicas, é lançado no momento em que os líderes se preparam para a Conferência de Partes sobre as Alterações Climáticas em Varsóvia – COP 19. O relatório conclui que, embora existam vias para se chegar à meta de 2ºC com emissões mais elevadas, a não redução da lacuna agravará os desafios da mitigação após 2020. Isto implicará em índices muito mais elevados para as reduções globais de emissões em médio prazo, maior uso de tecnologias carbono-intensivas, maior dependência de técnicas ainda não comprovadas, custos de mitigação mais elevados a médio e longo prazo e maiores riscos de não cumprir a meta dos 2°C . Ainda que as nações cumpram os seus atuais compromissos climáticos, as emissões de gases com efeito de estufa em 2020 deverão provavelmente ser de 8 a 12 gigatoneladas de CO2 equivalente (GtC02e) acima do nível para uma possibilidade razoável para a via de menor custo. O CO2 equivalente equipara todos os gases estufa ao potencial de aquecimento do CO2. Se a lacuna não for anulada ou significativamente reduzida até 2020, será fechada a porta para opções que limitem o aumento da temperatura a uma meta abaixo de 1,5°C, expandindo a dependência ao desenvolvimento de novas tecnologias de eficiência energética e de biomassa para captura de carbono.

Para manter o rumo em direção à meta dos 2°C e evit ar os impactos negativos, o relatório afirma que as emissões devem atingir um máximo de 44 GtC02e em 2020, e preparar o terreno para futuros cortes: para 40 GtC02e em 2025; 35 GtC02e em 2030; e 22 GtC02e em 2050. Uma vez que estas metas se baseiam em cenários de ação que tiveram início em 2010, o documento conclui que é cada vez mais difícil cumprir esse objetivo. “Como destaca o relatório, o atraso de medidas implica em um maior índice de mudanças climáticas a curto prazo e a possibilidade de mais impactos climáticos, bem como o uso contínuo de tecnologias de alta emissão de carbono e consumo de energia intensivo. Esta ‘dependência’ abrandaria a introdução de tecnologias amigas do clima e estreitaria as opções de desenvolvimento que posicionariam a comunidade global no caminho para um futuro sustentável”, afirmou Achim Steiner, Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA. “Contudo, o passo decisivo constituído pela meta para 2020 ainda pode ser alcançado com o reforço dos atuais compromissos e da criação de novas medidas, incluindo a ampliação de iniciativas de cooperação internacional em áreas como a eficiência energética, a reforma dos subsídios aos combustíveis fósseis e as energias renováveis. A agricultura pode contribuir, já que as emissões diretas desse setor são responsáveis por 11% do total global de gases com efeito de estufa”, acrescentou. As emissões globais totais de gases com efeito de estufa em 2010, o último ano para o qual estão disponíveis dados, já ascendiam a 50,1 GtC02e, o que destaca a tarefa que temos por diante. Caso o mundo prossiga no atual ritmo, o que não inclui os compromissos assumidos depois de 2010, prevê-se que as emissões em 2020 atinjam 59 GtC02e, o que é 1 GtC02e acima da estimativa apresentada no relatório do ano passado. Os cientistas concordam que os riscos de danos irreversíveis ao meio ambiente crescerão significativamente caso a temperatura média global se eleve mais do que 2°C em relação aos níveis pré-industriais até ao final do século. O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC) confirmou que a atividade humana tem uma “probabilidade extrema” (95 a 100%) de ser a causa deste aquecimento. “À medida que nos aproximamos da última rodada das negociações sobre o clima em Varsóvia, existe a necessidade real de um aumento de ambição por parte de todos os países: ambições que possam levar os países mais longe e mais depressa no que diz respeito a anular a lacuna de emissões e alcançar um futuro sustentável para todos”, disse Christiana Figueres, Secretária Executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. “Contudo, as ambições nacionais não serão suficientes para enfrentar as realidades científicas das mudanças climáticas, uma das razões pelas quais é necessário estabelecer até 2015 um novo acordo universal capaz de catalisar a cooperação internacional”. Sem intensificar uma atitude focada e resoluta desde já, novas reduções serão necessárias mais tarde e de forma mais rápida e dispendiosa, o que resultará em custos de mitigação mais elevados e desafios econômicos maiores durante a transição para um regime abrangente de políticas climáticas. Outro relatório do PNUMA conclui que os custos de adaptação na África poderão atingir os 350 bilhões de dólares por ano em 2070 caso a meta de dois graus não for atingida, ao passo que seriam necessários 150 bilhões de dólares para fazer a adaptação dentro da meta. Cumprir a meta de 2020 é possível Embora a janela de oportunidade esteja se fechando, ainda é possível atingir a meta de 2020 de 44 GtC02e/ano com medidas rápidas e firmes. Os estudos revelam que, por até 100 dólares por tonelada de equivalente de CO2, as emissões podem ser reduzidas em 14 a 20 GtC02e em comparação com o atual estado. Por exemplo, restrições das normas que regem os compromissos das negociações climáticas poderiam reduzir a lacuna em cerca de 1 a 2 GtC02e, ao passo que, se os países implementassem as reduções máximas assumidas em compromissos incondicionais, essa redução poderia ser de 2 a 3 GtC02e. A expansão do âmbito dos compromissos poderia diminuir a lacuna em mais 2 GtC02e. Isto incluiria cobrir todas as emissões dos compromissos nacionais. Mais reduções com base na restrição das regras, a implementação de compromissos ambiciosos e incondicionais e a expansão do escopo dos compromissos atuais poderiam levar a comunidade global até o meio caminho da anulação da lacuna. O relatório diz que a lacuna remanescente pode ser anulada através de novas medidas internacionais e nacionais.

A cooperação internacional pode resultar em enormes ganhos Há um número crescente de iniciativas de cooperação internacional através das quais países e outras entidades cooperam para promover tecnologias ou políticas que geram benefícios climáticos, ainda que a atenuação das mudanças climáticas não seja seu objetivo principal. O relatório identificou diversas áreas para tais in iciativas, com muitas parcerias já ativas e que podem ser expandidas ou reproduzidas para obter os ganhos necessários: • Eficiência energética, que pode gerar uma redução na lacuna de até 2 GtC02e em 2020. Por exemplo, a

eletricidade para iluminação representa cerca de 15% do consumo global de energia e 5% das emissões mundiais de gases com efeito de estufa. Mais de 50 países aderiram ao Programa Global de Parcerias para a Iluminação Eficiente en.lighten e acordaram a eliminação gradual das lâmpadas incandescentes ineficientes até ao final de 2016;

• Iniciativas de energias renováveis podem diminuir as emissões em 1 a 3 GtC02e até 2020. Foi investido em 2012 um total de 244 milhões de dólares em energias renováveis e foi instalada a nível mundial uma capacidade de geração de 115 GW através de novas energias renováveis – um ano recorde, segundo o Relatório da Situação Global das Energias Renováveis 2013 da REN21. Ao longo dos oito últimos anos, o número de países com metas de energia limpa triplicou de 48 para 140, indicando que a mudança para as energias renováveis está a ganhar ímpeto;

• Reforma dos subsídios aos combustíveis fósseis, que pode originar benefícios de 0,4 a 2 GtC02e até 2020;

Contudo, para que as iniciativas de cooperação inte rnacional sejam eficazes, o relatório conclui que estas devem incluir: • Uma visão e um mandato claramente definidos; • A combinação certa de participantes apropriados para tal mandato, indo para além dos negociadores

climáticos habituais; • Participação dos países em desenvolvimento; • Financiamento suficiente e uma estrutura institucional que suporte a implementação e o

acompanhamento, mas mantenha a flexibilidade; • Incentivos para os participantes; • Mecanismos de transparência e responsabilização. A agricultura proporciona oportunidades O relatório dedica uma atenção especial à agricultura, já que, embora poucos países tenham especificado medidas nessa área como parte da implementação dos seus compromissos, as estimativas da redução potencial de emissões do setor variam entre as 1,1 GtC02e e as 4,3 GtC02e. O relatório descreve um leque de medidas que não só contribuem para a mitigação das mudanças climáticas, como também reforçam a sustentabilidade ambiental do setor e podem proporcionar outros benefícios, como produções maiores, custos de fertilizantes mais baixos ou lucros adicionais decorrentes do fornecimento de madeira. São destacadas três práticas que podem ser ampliada s a uma escala maior: • Práticas de plantio direto. O plantio direto consiste na deposição direta das sementes sob a camada dos

restos vegetais resultantes da colheita anterior. A prática reduz as emissões resultantes da preparação da terra e da utilização de maquinaria agrícola.

• Gestão melhorada de nutrientes e água na produção de arroz. Práticas de cultivo inovadoras que reduzem as emissões de metano e óxido nitroso.

• Agrossilvicultura. Consiste em práticas de gestão diferentes que incluem deliberadamente espécies lenhosas perenes nas propriedades e na paisagem e que aumentam a absorção e o armazenamento de dióxido de carbono da atmosfera na biomassa e nos solos.

O relatório, que envolveu 70 cientistas de 44 grupos científicos em 17 países, foi financiado pelo Ministério Federal do Ambiente, da Conservação da Natureza e da Segurança Nuclear da Alemanha. O relatório completo pode ser visto em www.unep.org/emissionsgapreport2013/. * Publicado originalmente no site PNUMA(http://www.pnuma.org.br/noticias_detalhar.php?id_noticias=1531). Fonte: PNUMA/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/pnuma-necessario-reduzir-emissoes/)

06/11/2013 Concentração de gases de efeito estufa bate recorde em 2012 Informação é de relatório da Organização Meteorológica Mundial, da ONU. CO2, metano e óxido de nitrogênio alcançaram novos máximos. da AFP

Informações do Boletim sobre Gases do Efeito Estufa, da OMM, aponta novo recorde de emissão de gases de efeito estufa.

Foto: JF Creative/Image Source/AFP Fonte:

http://s2.glbimg.com/yUju4nE_v_Lz7O_wtJSPiLdN1FA=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/11/20/chamine1.jpg A concentração na atmosfera dos três principais gases de efeito estufa, relacionados ao aquecimento global, bateu um novo recorde em 2012, anunciou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU. As últimas análises mostram que as "frações molares (uma unidade química para medir a concentração) de dióxido de carbono (CO2), de metano (CH4) e de óxido de nitrogênio (N20) alcançaram novos máximos em 2012", disse a OMM em um informe. Entre 1990 e 2012, "a forçante radiativa (a mudança na radiação do sistema climático) provocada pelos gases do efeito estufa e que provoca o aquecimento global aumentou 32%" por causa do CO2 e de outros gases que retêm calor, indicou a agência. No estudo anterior, publicado em 2011, o aumento era de 30%. Segundo Michel Jarraud, secretário-geral da OMM, se o mundo continuar por este caminho "a temperatura média do planeta no fim do século pode superar em 4,6 graus a que era registrada antes da era industrial (1750), e em algumas regiões as consequências seriam catastróficas". O CO2 é o principal responsável pelo aquecimento da Terra. Em 2012, a concentração na atmosfera aumentou 2,2 ppm (partes por milhão), contra a alta de 2 ppm de 2011. O aumento médio nos últimos 10 anos foi de 2,02 ppm, o que significa que os números de 2012 demonstram "uma aceleração do processo", segundo a OMM.

O CO2 é produzido pela combustão de matérias fósseis e pelo desmatamento. O gás permanece na atmosfera durante centenas e até milhares de anos, recorda a agência. "A maioria dos efeitos da mudança climática permanecerão durante séculos, mesmo que as emissões de CO2 parem de repente", completa a OMM. Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/concentracao-de-gases-de-efeito-estufa-bate-recorde-em-2012.html)

07/11/2013 Emissões nacionais caíram 36,7% entre 2005 e 2012, apontam ONGs Ambientalistas lançam sistema para medir emissões paralelo ao do governo. Entre 1990 e 2012, emissão de gases-estufa do Brasil aumentou 7%. por Eduardo Carvalho, do G1, em São Paulo Levantamento feito por uma rede de organizações ambientais do país, e que analisou as emissões de gases de efeito estufa do Brasil entre 1990 e 2012, aponta que entre 2005 e 2012 a quantidade de gases liberados no país caiu 36,7%. A redução foi puxada pelo setor de mudanças do uso do solo, que engloba índices de desmatamento. A diminuição foi de 68% em sete anos, segundo o estudo. Os números são paralelos ao levantamento do governo federal divulgado este ano, que analisou as emissões até 2010 e constatou queda de 38,7% desde 2005. No entanto, os números alternativos apontaram alta de 7,9% na quantidade de gases-estufa liberada pelo país ao analisar os últimos 22 anos, enquanto que as informações oficiais estimaram queda de 10,5% entre 1990 e 2010. Os dados foram levantados pelo Observatório do Clima e fazem parte do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), plataforma on-line lançada nesta quinta-feira (7). Seu objetivo, segundo Tasso Azevedo, consultor de sustentabilidade e clima e principal coordenador do sistema, será garantir informações claras sobre as emissões de gases nacionais, com atualização anual, além de ampliar a capacidade de entendimento da sociedade civil sobre como lidar com os gases-estufa lançados pelo país. A plataforma analisou as emissões brutas, sem contabilizar dados de sequestro de carbono por meio de florestas em pé – metodologia utilizada pelo governo federal para realizar o inventário nacional de emissões. Pparalelo aos dados do governo, o estudo utilizou informações dos inventários nacionais lançados anteriormente.

Usina termelétrica em Cuiabá, que foi acionada este ano

Foto: Assessoria/EPE Fonte:

http://s2.glbimg.com/ZIvhOtqDTQjoR33cxvttH6NW3OY=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/04/14/termeletrica_cuiabpa_300x225.jpg

Apesar de queda, número é alto Segundo o Seeg, em 2005 as emissões nacionais foram de 2,34 bilhões de toneladas de CO2 equivalente. Já em 2012, a estimativa caiu para 1,48 bilhão de toneladas de CO2 equivalente (medida que soma emissões de ao menos seis gases poluentes, como o metano, o dióxido de carbono e óxido nitroso). Os índices dos dois anos analisados foram maiores que as emissões nacionais de 1990, quando o país registrou 1,39 bilhão de toneladas de CO2. No mundo, entre 90 e 2012, as emissões cresceram 37% e passaram de 38 bilhões de toneladas de CO2 equivalente para 52 bilhões de toneladas.

Em 2012, mudanças no uso da terra (que incluem desmatamento) foi o setor que mais emitiu gases. Agropecuária foi o segundo setor que mais emitiu, seguido da energia, processos industriais e resíduos sólidos. A área de energia foi a que registrou maior crescimento de emissões nas últimas duas décadas. O total passou de 193 milhões de toneladas de CO2 em 1990 para 436 milhões de toneladas em 2012, crescimento de 126% em 22 anos. “Apenas nos últimos dois anos, as emissões do setor energético aumentaram 13%, graças ao maior consumo de gasolina (+34%) e redução do consumo de álcool (-30%). Além disso, foram acionadas usinas termelétricas (movidas a carvão) por conta da seca no Nordeste. Nos tornamos menos eficientes nessa parte e estamos fazendo com que as emissões cresçam mais rápido do que a nossa economia”, explicou Azevedo. Ele explicou ainda que o setor deve aumentar ainda mais suas emissões se o país não crescer a participação de fontes renováveis na matriz energética. Entre 1990 e 2012: • mudança no uso da terra foi único setor que cortou emissões (-42%); • geração de energia aumentou em 126% suas emissões; • gases-estufa da agropecuária são 45% maiores desde 90; • processos industriais lança 65% mais gases atualmente; • resíduos sólidos elevou suas emissões em 64% em 22 anos. Queda no desmatamento A redução de emissões na mudança de uso da terra é resultado de políticas voltadas ao combate do desmatamento ilegal no país, principalmente na Amazônia, bioma que mais teve retração de emissões. Dados do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontaram que o desmate no bioma entre agosto de 2011 e julho de 2012 foi de 4.571 km², menor índice desde que foram iniciadas as medições, em 1988. No entanto, Azevedo disse que a quantia ainda é alta e faz do Brasil o país que mais desmata florestas no mundo. A intenção das ONGs ligadas ao sistema de emissões é apresentar as informações para os ministério do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Casa Civil, Fazenda, além da pasta de Desenvolvimento. Inventário Nacional Em junho, o Ministério da Ciência divulgou que entre 2005 e 2010 as emissões brasileiras de gases de efeito-estufa caíram 38,7%. No período, os gases emitidos pelo país caíram de 2,03 bilhões de toneladas de CO2 equivalente para 1,25 bilhão de toneladas de CO2 equivalente. Segundo o governo, o resultado fez o país atingir em cerca de 62% sua meta total de corte de emissões projetadas para 2020. Este compromisso foi assumido de forma voluntária em 2009, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 15, realizada em Copenhague. Na época, o Brasil prometeu diminuir ao longo desta década entre 36,1% e 38,9% do total de emissões nacionais. O redutor ficaria dividido em cinco grandes setores: energia, processos industriais, agropecuária, mudança de uso da terra e florestas, e tratamento de resíduos. Segundo o relatório, a queda foi impulsionada pela redução do desmatamento em florestas (-76,1%), principalmente na Amazônia. Em contrapartida, houve alta das emissões dos setores de energia (+21,4%), processos industriais (5,3%), agropecuária (5,2%) e resíduos sólidos (16,4%). O inventário mostrou ainda uma modificação no ranking dos setores que mais emitem gases-estufa no Brasil. Em 2005, quando foi elaborado o primeiro inventário nacional, o setor de florestas era responsável por 57% das emissões nacionais. Desde 2010, desmatamentos, queimadas e alterações no uso da terra são responsáveis por 22%. Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/emissoes-nacionais-cairam-367-entre-2005-e-2012-apontam-ongs.html)

07/11/2013 Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas cobra medi das imediatas de mitigação por Ana Cristina Campos, Repórter da Agência Brasil Brasília – Relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), divulgado hoje (7), ressalta a necessidade de adoção de ações imediatas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “O benefício da ação imediata para mitigar a mudança do clima supera o custo da inação”, destaca trecho do primeiro relatório de avaliação nacional sobre mudanças climáticas do organismo científico, criado pelo governo federal em 2009 (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2009-09-28/ministerios-publicam-regulamentacao-do-painel-brasileiro-de-mudancas-climaticas) por meio dos ministérios de Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovação. Esse é o terceiro volume do relatório produzido pelo PBMC. O documento traz propostas de redução da emissão de gases poluentes nos setores de energia, indústria, transporte, edificações, agropecuária e uso da terra. Ele foi lançado pela manhã, em Belém, durante o Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino em Transporte. “Nesse relatório, mostramos as opções para os tomadores de decisão para reduzir as emissões, de forma que a gente não gaste tanto em adaptação [maneiras de amenizar o impacto]. Existe realmente a possibilidade de redução das emissões, mas depende de decisões muito mais políticas do que econômicas,” disse a presidente do comitê científico do PBMC, Suzana Kahn Ribeiro. O estudo mostra que o Brasil, em 2010, reduziu as emissões para 1,25 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2), em comparação com as emissões de 2,03 bilhões de toneladas em 2005 por causa do êxito no combate ao desmatamento. Entretanto, o documento informa que “após 2020, serão necessárias medidas adicionais de mitigação, devido à tendência de aumento das emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis no país”. “Houve diminuição da emissão de gases de efeito estufa por causa da redução do desmatamento. Isso tem um limite. Estamos atingindo a nossa meta, mas, nas próximas décadas, a redução terá que ocorrer nos setores de energia, transporte e agricultura”, acrescentou Suzana. Segundo o PBMC, as liberações de dióxido de carbono no Brasil passaram, a partir de 2010, a serem determinadas pelos setores de energia, por causa da queima de combustíveis fósseis, e da agropecuária. As soluções passam pelo uso de energias alternativas, eficiência energética e um padrão de consumo e produção menos intensivo em carbono, que é causador do efeito estufa. Os pesquisadores também destacam que os setores de transporte e indústria são fontes importantes de emissões. O relatório estima que as emissões do setor elétrico vão aumentar 130% na década entre 2011 e 2021, e aponta que medidas de eficiência energética e o incentivo às pequenas centrais hidrelétricas, às térmicas a bagaço de cana-de-açúcar, e às energias solar e eólica deve ser adotado para mudar o cenário. As emissões de gases poluentes da agropecuária representam 35% do total do Brasil, “mantendo-se uma tendência crescente”, segundo o estudo. Grande parte das emissões no setor está associada ao produzido pelo rebanho bovino e o manejo das culturas de soja, milho, cana-de-açúcar e arroz que, juntas, ocupam mais de 70% da área cultivada. “De 1990 a 2005, houve um aumento de 37% das emissões no setor, considerando-se basicamente o óxido nitroso e o metano, fruto não somente do crescimento dos rebanhos e da área plantada, mas também da maior utilização de tecnologias”, diz o texto. Os pesquisadores destacam que a recuperação de pastagens e a expansão de plantios comerciais de florestas são oportunidades de mitigação. No setor de transportes, de acordo com estimativas para 2020, o transporte rodoviário poderá emitir 60% a mais do que em 2009, alcançando 270 milhões de toneladas de CO2. A redução do uso de transportes motorizados e o emprego de fontes de energia mais limpas, como os biocombustíveis, são algumas das propostas do PBMC. O primeiro volume do relatório do painel (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-09/cientistas-fazem-projecoes-de-clima-mais-quente-no-brasil-neste-seculo), publicado em setembro, mostrou que haverá alta nas temperaturas do país no decorrer do século, diminuição das chuvas no Norte e Nordeste e aumento de chuva no Sul e Sudeste. Em outubro, a segunda parte do

relatório (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-25/mudancas-climaticas-podem-causar-perdas-de-r-74-bilhoes-para-agricultura-diz-relatorio) apontou que agricultura deve ser o setor da economia mais afetado pelas mudanças climáticas ao longo do século 21. Edição: Davi Oliveira Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias, é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil . Fonte: EBC > Notícias > Meio Ambiente(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-11-07/painel-brasileiro-de-mudancas-climaticas-cobra-medidas-imediatas-de-mitigacao)

08/11/2012 As lições de gestão em resíduos que as cidades bras ileiras podem aprender com Capannori por Redação do EcoD

Entre 2005 e 2010 foi introduzido em todo o município o sistema de coleta porta-a-porta.

Foto: Divulgação Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/capannori-ecod.jpg

Mesmo três anos depois da implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, um dos principais pontos previstos na lei, a coleta seletiva, está presente em apenas 18% dos municípios brasileiros, segundo dados do Ipea(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)(http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2012/abril/ipea-coleta-seletiva-chega-a-apenas-18-dos?tag=rrr). E, nas cidades onde ela encontra-se implementada, a quantidade de material recuperado nesses programas ainda é pequena quando comparada com o total coletado. Essa realidade de boa parte dos municípios brasileiros contrasta com a de Capannori, uma cidade de médio porte situada no centro da Itália (45.800) habitantes, uma das dez províncias da região de Toscana. É lá que está uma das mais altas taxas de reciclagem municipais na Europa, um exemplo de políticas públicas inovadoras e audaciosas com participação da comunidade. Em 2007, Capannori assinou a Estratégia Europeia de “Lixo Zero”, comprometendo-se a zerar os resíduos enviados para aterros sanitários até 2020. Para alcançar esse objetivo são propostas diversas atividades, divididas nos seguintes eixos: diminuição da geração de resíduos, reutilização e reciclagem. A iniciativa é da prefeitura local em parceria com a Zero Waste International Alliance. Entre 2005 e 2010 foi introduzido em todo o município o sistema de coleta porta-a-porta(http://www.comune.capannori.lu.it/sites/default/files/segreteria_sindaco/opuscolotia_rifiutizero_2012-2013.pdf). Nesta época, 82% dos resíduos urbanos eram separados na fonte, deixando apenas 18% dos resíduos serem enviados para o aterro. Estímulo aos moradores Em 2012, foi implementada a “taxa do lixo” em alguns bairros do município. Nessas áreas, a tarifa, que incentiva ainda uma melhor separação e redução, levou os índices de separação de resíduos na fonte em até 90%.

Taxa do lixo incentiva melhor separação e redução dos resíduos.

Foto: zerowasteeurope Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/separacao-ecod.jpg

Os moradores são estimulados a realizar compostagem doméstica – mais de 2.200 famílias receberam composteiras de graça e treinamento para a prática. As famílias que realizam compostagem recebem 10% de desconto sobre a tarifa de resíduos como um incentivo. Como resultado, 96% das famílias estão usando suas composteiras corretamente. Um dos elementos de maior sucesso do novo sistema de coleta tem sido a separação e reaproveitamento dos resíduos orgânicos que são enviados para uma unidade de compostagem. Os políticos locais reconhecem que o fator primordial para os resultados positivos do sistema foi a consulta ativa aos moradores. As reuniões foram realizadas em locais públicos para recolher contribuições e ideias, além de envolver a população local na Estratégia Lixo Zero. Também foram realizadas campanhas de educação cidadã. Alguns dos principais pontos do projeto foram lista dos pelos pesquisadores da Plataforma Cidades Sustentáveis: • Foram inauguradas duas estações de recarga de auto-atendimento para o leite e introduzido um modelo

de distribuição de alimentos chamado “Short Chain” (cadeia curta) – os fornecedores são as cooperativas de agricultores locais e os consumidores compram sem a intermediação de fábricas de embalagens ou varejistas. A iniciativa tem sido muito bem sucedida: 200 litros são vendidos por dia por meio das estações e 91% dos clientes recarregam seus próprios recipientes, reduzindo, assim, cerca de 90.000 garrafas do sistema de resíduos.

• Outra iniciativa inclui uma campanha para aumentar o consumo de água da torneira em vez da engarrafada.

• Em 2010, Capannori criou o primeiro Centro de Pesquisa de Resíduos Zero na Europa, com o objetivo de estudar o que é deixado na fração residual doméstica e comercial. Capannori, como muitos outros municípios italianos onde são aplicados os sistemas de recolação porta-a-porta, tem uma taxa de coleta seletiva acima de 75%. Por isso, o Centro tem como foco estudar o que fazer com os restantes 25%.

Resultados já obtidos • Em Capannori, 99% dos habitantes separam os resíduos na origem e a satisfação com o serviço é de

94%; • 100% de coleta seletiva no município; • Em 2012, 82% dos resíduos urbanos foram separados na fonte; • Nos bairros onde foi implementada a taxa do lixo os índices de separação subiram para 90%. * Publicado originalmente no site EcoD(http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2013/novembro/modelo-de-gestao-em-residuos-cidade-italiana-esta?tag=cidades-sustentaveis). Fonte: EcoD/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/licoes-de-gestao-em-residuos-que-cidades-brasileiras-podem-aprender-com-capannori/)

08/11/2012 Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas cobra medi das imediatas de mitigação por Ana Cristina Campos, da Agência Brasil

Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/09/emissoes2.jpg

Brasília – Relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), divulgado ontem (7), ressalta a necessidade de adoção de ações imediatas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “O benefício da ação imediata para mitigar a mudança do clima supera o custo da inação”, destaca trecho do primeiro relatório de avaliação nacional sobre mudanças climáticas do organismo científico, criado pelo governo federal em 2009 por meio dos ministérios de Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovação. Esse é o terceiro volume do relatório produzido pelo PBMC. O documento traz propostas de redução da emissão de gases poluentes nos setores de energia, indústria, transporte, edificações, agropecuária e uso da terra. Ele foi lançado pela manhã, em Belém, durante o Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino em Transporte. “Nesse relatório, mostramos as opções para os tomadores de decisão para reduzir as emissões, de forma que a gente não gaste tanto em adaptação [maneiras de amenizar o impacto]. Existe realmente a possibilidade de redução das emissões, mas depende de decisões muito mais políticas do que econômicas,” disse a presidente do comitê científico do PBMC, Suzana Kahn Ribeiro. O estudo mostra que o Brasil, em 2010, reduziu as emissões para 1,25 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2), em comparação com as emissões de 2,03 bilhões de toneladas em 2005 por causa do êxito no combate ao desmatamento. Entretanto, o documento informa que “após 2020, serão necessárias medidas adicionais de mitigação, devido à tendência de aumento das emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis no país”. “Houve diminuição da emissão de gases de efeito estufa por causa da redução do desmatamento. Isso tem um limite. Estamos atingindo a nossa meta, mas, nas próximas décadas, a redução terá que ocorrer nos setores de energia, transporte e agricultura”, acrescentou Suzana. Segundo o PBMC, as liberações de dióxido de carbono no Brasil passaram, a partir de 2010, a serem determinadas pelos setores de energia, por causa da queima de combustíveis fósseis, e da agropecuária. As soluções passam pelo uso de energias alternativas, eficiência energética e um padrão de consumo e produção menos intensivo em carbono, que é causador do efeito estufa. Os pesquisadores também destacam que os setores de transporte e indústria são fontes importantes de emissões. O relatório estima que as emissões do setor elétrico vão aumentar 130% na década entre 2011 e 2021, e aponta que medidas de eficiência energética e o incentivo às pequenas centrais hidrelétricas, às térmicas a bagaço de cana-de-açúcar, e às energias solar e eólica deve ser adotado para mudar o cenário. As emissões de gases poluentes da agropecuária representam 35% do total do Brasil, “mantendo-se uma tendência crescente”, segundo o estudo. Grande parte das emissões no setor está associada ao produzido pelo rebanho bovino e o manejo das culturas de soja, milho, cana-de-açúcar e arroz que, juntas, ocupam mais de 70% da área cultivada.

“De 1990 a 2005, houve um aumento de 37% das emissões no setor, considerando-se basicamente o óxido nitroso e o metano, fruto não somente do crescimento dos rebanhos e da área plantada, mas também da maior utilização de tecnologias”, diz o texto. Os pesquisadores destacam que a recuperação de pastagens e a expansão de plantios comerciais de florestas são oportunidades de mitigação. No setor de transportes, de acordo com estimativas para 2020, o transporte rodoviário poderá emitir 60% a mais do que em 2009, alcançando 270 milhões de toneladas de CO2. A redução do uso de transportes motorizados e o emprego de fontes de energia mais limpas, como os biocombustíveis, são algumas das propostas do PBMC. O primeiro volume(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-09/cientistas-fazem-projecoes-de-clima-mais-quente-no-brasil-neste-seculo) do relatório do painel, publicado em setembro, mostrou que haverá alta nas temperaturas do país no decorrer do século, diminuição das chuvas no Norte e Nordeste e aumento de chuva no Sul e Sudeste. Em outubro, a segunda parte(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-25/mudancas-climaticas-podem-causar-perdas-de-r-74-bilhoes-para-agricultura-diz-relatorio) do relatório apontou que agricultura deve ser o setor da economia mais afetado pelas mudanças climáticas ao longo do século 21. * Edição: Davi Oliveira. ** Publicado originalmente no site Agência Brasil(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-11-07/painel-brasileiro-de-mudancas-climaticas-cobra-medidas-imediatas-de-mitigacao). Fonte: Agência Brasil/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/painel-brasileiro-de-mudancas-climaticas-cobra-medidas-imediatas-de-mitigacao/)

08/11/2012 Mais de 190 países se reúnem para dar impulso ao ac ordo sobre o clima Lançar as bases para um acordo em 2015 que tentará conter as mudanças climáticas: mais de 190 países se reúnem a partir de segunda-feira em Varsóvia, sob a égide da ONU, para atender a essa enorme desafio e lançar dois anos de negociações que se anunciam difíceis. A ambição é ter sucesso no grande encontro climático previsto para Paris em menos de dois anos, onde Copenhague fracassou em 2009: selar um acordo sobre uma redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) suficiente para limitar o aquecimento global a 2°C em relação à era pré-industrial. "É agora que devemos agir contra as mudanças climáticas, e Varsóvia tem que mostrar que compreendemos esta mensagem", declarou recentemente a responsável pelas questões climáticas na ONU, Christiana Figueres. O mercúrio já aumentou em 0,8°C em um século e pode ria chegar a cerca de 5°C até 2100 se o mundo não realizar uma transição energética urgente, lembrou, em setembro, especialistas em clima do IPCC. No entanto, as emissões de gases do efeito estufa continuam a crescer, e mais uma má notícia: o carvão – o combustível fóssil mais poluentes – deve se tornar em 2020 a primeira fonte de energia da economia mundial devido à apetite dos principais emergentes. Portanto, o cálculo é simples. Para conter o aquecimento global a 2°C, será necessário que as emissões de GEE em 2020 permanecem em até 44 Gt contra cerca de 50 Gt por ano atualmente, e, em seguida, seja reduzido pela metade, até 2050, indicou nesta semana o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). O que está em jogo nestas negociações é dividir o esforço entre os grandes poluidores como a China (23% das emissões globais de GEE), os Estados Unidos (15%), a União Europeia (11%), a Índia e Rússia (5%). "Esta é uma negociação extremamente difícil", segundo o embaixador climático da França, Jacques Lapouge. "São quase 200 países que devem decidir por consenso sobre questões de competitividade, poder, princípios, seu papel na governança global, questões que são absolutamente enormes". Conforme decidido em Durban, em 2011, o acordo de 2015 deverá contar com o envolvimento de todos os países – ao contrário do Protocolo de Quioto, que cobria apenas os países industrializados – e ser juridicamente vinculativo. As discussões se anunciam difíceis quanto ao nível de restrições legais do texto, questão particularmente sensível para os americanos que ainda relutam em ratificar um tratado internacional, ou no nível de envolvimento das economias emergentes, que clamam por seu direito ao desenvolvimento e a responsabilidade dos países industrializados no aquecimento global. Se nenhuma decisão final é esperada em Varsóvia, "é importante conseguir superar algumas diferenças e ter mais clareza sobre o que as partes estão tentando alcançar em Paris", considera Alden Meyer, da ONG americana Union of Concerned Scientists. "Alguns países dizem que em Paris deve ser concluído um acordo sobre a estrutura e as regras, e que os números" sobre a redução de gases do efeito estufa "viria depois", diz ele, fazendo especial referência ao Brasil. "Este é um passo para trás a partir do que foi acertado em Durban". Progressos na questão da ajuda financeira aos países do sul para lidar com o aquecimento global também são esperados. Este é um dos pontos de atrito recorrentes nestas negociações, muitas vezes sob o peso da falta de confiança nos países desenvolvidos. O Fundo Verde, cuja constituição está prestes a ser concluída e pelo qual deverá transitar até 2020 uma parte dos cerca de 100 bilhões de dólares por ano prometidos pelos países ricos, deve receber seus primeiros fundos em 2014. A conferência de Varsóvia vai durar duas semanas e será concluída em 22 de novembro. AFP - Todos os direitos reservados. Está proibido todo tipo de reprodução sem autorização.

Fonte: TERRA.COM > Notícias > Ciência > Sustentabilidade(http://noticias.terra.com.br/ciencia/sustentabilidade/mais-de-190-paises-se-reunem-para-dar-impulso-ao-acordo-sobre-o-clima,cb3f42a237232410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html)

08/11/2012 Novo perfil de emissões do Brasil de gases de efeit o estufa De acordo com o documento, o Brasil aumentou em 7% suas emissões brutas de GEE, entre 1990 e 2012 – no mesmo período, as emissões globais cresceram 37% por Débora Spitzcovsky, do PLANETA SUSTENTÁVEL(http://planetasustentavel.abril.com.br/)

Trânsito em São Paulo: o caso mais preocupante é o do setor de Energia, onde as emissões cresceram 126%; para especialista, principal responsável é o setor de Transporte

Foto: Fábio Arantes / Prefeitura de São Paulo Fonte: http://exame2.abrilm.com.br/assets/images/2013/10/323124/size_590_onibus2.JPG?1381239626

O Observatório do Clima (http://www.exame.com.br/topicos/clima) lançou nesta quinta-feira, 07/11, em São Paulo, o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) e, com ele, relatório que traz o panorama das emissões brasileiras entre 1990 e 2012. Afinal, quando o assunto é a liberação de gases causadores do efeito estufa (http://www.exame.com.br/topicos/efeito-estufa) na atmosfera, como o Brasil está se saindo? De acordo com o documento, o Brasil aumentou em 7% suas emissões brutas de GEE, entre 1990 e 2012 – no mesmo período, as emissões globais cresceram 37%. Em 2012, o país emitiu 1,48 bilhão t CO2e – contra 1,38 bilhão t CO2e, em 1990 –, sendo considerado, atualmente, a sétima nação mais emissora do mundo, responsável por 2,8% da liberação global de gases poluentes na atmosfera. Mas as emissões brasileiras nesse período de 22 ano s não foram lineares. “Entre 1990 e 2012, tivemos três grandes períodos diferentes: • o primeiro, nos 14 primeiros anos (1990-2004), quando as emissões apresentaram total tendência de

crescimento, com um pico em 1994 causado pelo desmatamento na Amazônia; • o segundo, entre 2005 e 2009, quando houve uma queda importante no desmatamento da Amazônia e • o terceiro, de 2009 a 2012, quando pudemos enxergar melhor a tendência de crescimento de emissões

em todos os setores, exceto Mudanças de Uso da Terra, por conta do combate ao desmatamento”, explica Tasso Azevedo, coordenador de desenvolvimento do SEEG e conselheiro do Planeta Sustentável.

As estimativas do SEEG deixam claro que, apesar de ainda ser a principal fonte de emissão do Brasil (32,1%), o setor de Mudanças de Uso da Terra foi o único que reduziu suas emissões nas últimas duas décadas. Entre 1990 e 2012, houve queda de 35%, enquanto os outros setores apresentaram tendência de aumento. O caso mais preocupante é o do setor de Energia, onde as emissões cresceram 126%. “O principal responsável por esse aumento expressivo no setor energético é o Transporte, que teve aumento de 143% nas suas emissões, entre 1990 e 2012, sobretudo por conta do uso da gasolina”, conta o especialista. Segundo ele, apenas entre 2009 e 2012, o consumo de álcool no Brasil caiu 30% e o de gasolina subiu 34%. O principal responsável? “A política nacional de subsídio à gasolina”, garante Tasso. E mais: no mesmo período, as emissões provenientes do uso de gás natural e óleo diesel – outros dois combustíveis fósseis muito populares no país – cresceram, respectivamente, 64% e 23%. O problema, claro, se reflete na matriz energética do país, que está cada vez mais suja. “De 2009 a 2012, a porção renovável da nossa matriz caiu de 45% para 42,3%, quando na verdade deveria subir, já que foi em 2009 que o governo brasileiro apresentou sua meta de redução de emissões”, afirma Tasso, que garante que o setor de Energia é, atualmente, o que apresenta mais desafios e oportunidades para o Brasil. Fonte: EXAME.COM > Notícias > Meio Ambiente e Energia > Poluição(http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/novo-perfil-de-emissoes-do-brasil-de-gases-de-efeito-estufa)

10/11/2013 Na Polônia, COP 19 'prepara terreno' para novo acor do global climático Encontro começa nesta segunda-feira (11) e segue até dia 22, em Varsóvia. Brasil vai apresentar proposta para que países mobilizem a sociedade civil. por Eduardo Carvalho, do G1, em São Paulo

Fonte:

http://s2.glbimg.com/Rjn9dd5D2Kfj5yw1qVHmCDCLBac=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/11/09/cop19.jpg Com clima de “preparação de terreno”, começa nesta segunda-feira (11) em Varsóvia, na Polônia, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 19), encontro que vai reunir governos de mais de 190 países e discutir o novo acordo global para cortar emissões de gases de efeito estufa. A reunião dará os primeiros passos na busca pelo novo tratado (ou protocolo) que terá de ser assinado por todos os países em 2015 e entrar em vigor a partir de 2020. O acordo terá como foco obrigar, por força de lei, ações para redução do lançamento de gases para a atmosfera e, com isso, diminuir os impactos da mudança climática. Sua criação foi definida na COP 17, realizada na África do Sul em 2011, e terá o objetivo de substituir o Protocolo de Kyoto, criado em 1997 para obrigar nações desenvolvidas a reduzir suas emissões em 5,2%, entre 2008 e 2012, em relação aos níveis de 1990.

Kyoto é considerado ineficaz por diplomatas, cientistas e ambientalistas para conter as mudanças climáticas por não compreender um dos maiores emissores históricos de gases, os Estados Unidos (que não confirmaram sua participação no acordo), e não abrigar potências emergentes, como China, Índia e Brasil, responsáveis atualmente por grande quantidade de emissões. “O objetivo é que tenhamos claramente o sumário sobre o que será o acordo. Vamos estabelecer exatamente o que vai entrar nele. [Os países vão decidir que] o acordo vai ter esses componentes. Como eles vão estar definidos [no texto] já é outro detalhe e vai ser o trabalho do ano que vem”, disse Tasso Azevedo, consultor de sustentabilidade e clima. Suspiro em Doha No ano passado, a reunião aconteceu em Doha, no Qatar, país altamente dependente do petróleo. Lá, os países estabeleceram a criação de um segundo período do Protocolo de Kyoto, que vigora desde 1º de janeiro de 2013, com previsão de término para 2020. No entanto, a discussão que define como as nações ricas vão financiar países em desenvolvimento na luta contra a mudança climática ficou sem avanços, já que governos "ricos" disseram não ter dinheiro devido à crise financeira -- posição que deve ser mantida no novo encontro da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), segundo especialistas. Já neste ano, uma curiosidade: a Polônia, sede da 19ª edição da reunião, é um país dependente do carvão, pois obtém dessa matriz energética mais de 90% de suas necessidades de eletricidade. Desde que passou a integrar a União Europeia, em 2004, tem se oposto duramente às políticas climáticas apoiadas pela maioria dos países do bloco. A diplomacia brasileira quer pedir na COP 19 que todos os governos façam consultas internas com setores da sociedade civil sobre as metas de redução de emissões de gases-estufa. O objetivo é legitimar o apoio da sociedade às metas que deverão ser assumidas pelos governantes no novo tratado Propostas brasileiras De acordo com o Itamaraty, durante a conferência na Polônia, que segue até o dia 22, o Brasil vai apresentar duas propostas com o intuito de aumentar a participação da sociedade civil na discussão climática e delinear melhor as responsabilidades dos países pelas emissões. A primeira proposta é solicitar ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, a criação de uma metodologia que calcule a "culpa histórica" de cada nação sobre o aumento da temperatura do planeta. O mecanismo, segundo o governo, é defendido pelo Brasil desde 1997, quando foi firmado o Protocolo de Kyoto. A diplomacia brasileira quer ainda pedir na COP 19 que todos os governos envolvidos nas negociações façam consultas internas com setores da sociedade civil sobre as metas de redução de emissões de gases-estufa. O objetivo é legitimar o apoio da sociedade às metas que deverão ser assumidas pelos governantes.

O objetivo é que tenhamos claramente o sumário sobre o que será o acordo. Vamos estabelecer exatamente o que vai entrar nele" Tasso Azevedo, consultor de sustentabilidade e clim a Em entrevista concedida na última quarta (6), em Brasília, o novo embaixador brasileiro para assuntos climáticos, José Antônio Marcondes de Carvalho, substituto de Luiz Alberto Figueiredo Machado, que deixou o cargo para ser ministro das Relações Exteriores, disse que é preciso “romper com o imobilismo” quando se trata das negociações sobre corte de emissões de gases. Ainda segundo Marcondes de Carvalho, as negociações, como as que vão acontecer na Polônia, são "complexas" porque influenciam nas práticas de consumo da população e do setor produtivo. "Sabemos que a maior parte da poluição que provoca a mudança climática vem da queima de combustíveis fósseis. Devemos parar de usar combustíveis fósseis e ter uma transição justa para as energias renováveis. Isso não vai acontecer rápido o suficiente sem o apoio dos governos, que precisam enviar sinais políticos claros para os investidores", disse Samantha Smith, chefe da equipe da organização ambiental WWF, em comunicado sobre a participação da ONG nas negociações em Varsóvia. Alerta dos cientistas

A reunião da ONU acontece dois meses após o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, anunciar o quinto relatório de avaliação (http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/09/novo-relatorio-climatico-reforca-visao-de-que-homem-causa-aquecimento.html), que aumentou o grau de certeza dos cientistas em relação à responsabilidade do homem no aquecimento global. Para o painel, há mais de 95% (extremamente provável) de chance de que o homem tenha causado mais de metade da elevação média de temperatura registrada entre 1951 e 2010, que está na faixa entre 0,5 a 1,3 grau. O documento afirma que as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram para "níveis sem precedentes em pelo menos nos últimos 800 mil anos". O novo relatório trouxe ainda que há ao menos 66% de chance de a temperatura global aumentar pelo menos 2 ºC até 2100 em comparação aos níveis pré-industriais (1850 a 1900), caso a queima de combustíveis fósseis continue no ritmo atual e não sejam aplicadas quaisquer políticas climáticas já existentes.

Fonte:

http://s2.glbimg.com/88BSrJ9q34CY659LDutsZjoyaXE=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/09/27/ipcc_v2.jpg

Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/na-polonia-cop-19-prepara-terreno-para-novo-acordo-global-climatico.html)

11/11/2013 COP19- Objetivo incial é ‘pavimentar’ acordo de red ução de CO 2 por Redação do EcoD

Estádio Nacional, em Varsóvia, será a sede da conferência. O relógio situado no alto da torre sugere que os líderes mundiais corram contra o tempo.

Foto: Ministério do Meio Ambiente da Polônia Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/varsovia-ecod.jpg

O relógio no alto da torre, próximo ao Estádio Nacional da Polônia, em Varsóvia, sugere que o tempo não para, como já cantara Cazuza, e que também não há muito tempo para os chamados líderes mundiais definirem medidas para conter o aquecimento do planeta e seus efeitos. Representantes de mais de 190 países se reúnem a partir de segunda-feira, 11 de novembro, na capital polonesa, para participarem da 19ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-19), com o objetivo de definirem as bases para um acordo em 2015 que tentará minimizar as mudanças climáticas. A ambição é ter sucesso no grande encontro climático previsto para Paris em menos de dois anos, onde Copenhague fracassou em 2009: selar um acordo sobre uma redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) suficiente para limitar o aquecimento global a 2°C em relação à era pré-industrial. “É agora que devemos agir contra as mudanças climáticas, e Varsóvia tem que mostrar que compreendemos esta mensagem”, destacou recentemente a responsável pelas questões climáticas na ONU, Christiana Figueres. Um dos desafios que estarão em pauta na Polônia diz respeito as emissões de gases do efeito estufa, que continuam a crescer. Outra má notícia: o carvão deve se tornar em 2020 a primeira fonte de energia da economia mundial devido ao apetite dos principais países emergentes. Para conter o aquecimento global a 2°C, será necess ário que as emissões de GEE em 2020 permaneçam em até 44 Gt (atualmente elas já são cerca de 50 Gt por ano), e que, em seguida, sejam reduzidas pela metade até 2050, indicou na primeira semana de novembro o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Pautas na mesa O que está em jogo nestas negociações é dividir o esforço entre os grandes poluidores como a China (23% das emissões globais de GEE), os Estados Unidos (15%), a União Europeia (11%), a Índia e Rússia (5%). Conforme decidido em Durban, em 2011, o acordo de 2015 deverá contar com o envolvimento de todos os países – ao contrário do Protocolo de Kyoto, que cobria apenas os países industrializados – e ser juridicamente vinculativo. As discussões se anunciam difíceis quanto ao nível de restrições legais do texto, questão particularmente sensível para os norte-americanos, que ainda relutam em ratificar um tratado internacional, ou no nível de

envolvimento das economias emergentes, que clamam por seu direito ao desenvolvimento e a responsabilidade dos países industrializados no aquecimento global. Se nenhuma decisão final é esperada em Varsóvia, “é importante conseguir superar algumas diferenças e ter mais clareza sobre o que as partes estão tentando alcançar em Paris”, considera Alden Meyer, da organização não governamental Union of Concerned Scientists.

http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2013/novembro/cop-19-comeca-em-varvovia-com-objetivo-de/images/cop19-ecod.jpg

Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/varsovia-ecod.jpg Raiz do problema No sábado (9), dois dias antes de começar a COP-19, o Greenpeace realizou um protesto pacífico para mostrar aos governos do mundo a urgência em eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, que causam sérios danos ambientais, de suas matrizes energéticas. Em seis termelétricas a carvão do país, mensagens como “A mudança climática começa aqui!” e “O aumento do nível do mar começa aqui!” foram projetadas em várias línguas para chamar a atenção das pessoas e, em especial, dos negociadores do clima, para as grandes fontes de emissão de carbono, diretamente responsáveis pelas mudanças climáticas, em muitos casos irreversíveis. “É hora de os governos mundiais pararem de atuar em prol do interesse das indústrias de combustíveis fósseis. Eles precisam parar de colocar os lucros das empresas emissoras de carbono a frente do bem-estar dos cidadãos e do planeta”, disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional. Anfitriã do evento, a Polônia possui 90% de sua economia baseada em combustíveis fósseis. No entanto, seu governo segue bloqueando a União Europeia de adotar metas mais ambiciosas e assumir compromissos concretos nas negociações climáticas. A COP-19 segue até o dia 22 de novembro. * Publicado originalmente no site EcoD(http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2013/novembro/cop-19-comeca-em-varvovia-com-objetivo-de?tag=clima). Fonte: EcoD/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/cop19-objetivo-incial-e-pavimentar-acordo-de-reducao-de-co2/)

11/11/2013 Proibição de CFCs pode ter freado aquecimento, diz estudo Cientistas demonstraram que fim do uso de gases que destroem a camada de ozônio ainda pode ter pausado ritmo do aumento da temperatura global. da BBC

Após a proibição do uso de gases CFCs, buraco na camada de ozônio da Terra continuou aumentando, mas agora já se estabilizou

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ZWW8VADL5NfeCeeaaREW9s=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/11/11/cfc.jpg Um novo estudo sugere que a proibição do uso de gases que destroem a camada de ozônio pode ter tido um impacto no clima do planeta. Esses compostos químicos têm origem em substâncias chamadas clorofluorocarbonetos (CFCs), que começaram a ser usados no século passado em vários produtos, incluindo sprays e refrigeradores, e ajudaram a aumentar o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica. E esses mesmos elementos químicos também causam o efeito estufa. Agora, o novo estudo, publicado na revista especializada "Nature Geoscience", liga a proibição do uso dos CFCs a uma "pausa" ou desaceleração no aumento das temperaturas desde o meio da década de 1990. O hiato ou paralisação no aumento das temperaturas globais, observado desde 1998, gera debates intensos entre cientistas e já foi usado por alguns setores como um importante argumento para mostrar que há um exagero no impacto do aquecimento global. Teorias e argumentos Várias teorias foram apresentadas para explicar como o aumento das emissões de CO2 e outros gases não se refletiu nas temperaturas desde o fim da década de 1990. Agora, essa pesquisa afirma que a desaceleração no aquecimento pode ter sido causada pelas tentativas de proteger a camada de ozônio. Os cientistas da Universidade Nacional Autonôma do México e do Instituto para Estudos Ambientais da Universidade de Vrije, em Amsterdã, Holanda, fizeram uma análise estatística da conexão entre o aumento das temperaturas e as taxas de concentração de gases de efeito estufa na atmofera entre 1880 e 2010. Os autores concluíram que as mudanças nos níveis de aquecimento podem ser atribuídas a ações humanas específicas que afetaram as concentrações de gases de efeito estufa. Os pesquisadores ainda conseguiram mostrar que, quando as emissões foram reduzidas durante as duas guerras mundiais do século 20 e a Grande Depressão, o aumento nas temperaturas também parou. Os cientistas argumentam também que a introdução do Protocolo de Montreal, originalmente assinado em 1987 por 46 países, teve um impacto nas temperaturas do planeta. O tratado eliminou gradualmente o uso dos clorofluorcarbonetos. Mas a utilização dos CFCs não estavam apenas danificando a camada de ozônio: esses gases também tinham um impacto no aquecimento global, pois são 10 mil vezes mais poderosos que o dióxido de carbono (CO2) e podem durar até cem anos na atmosfera terrestre.

A proibição desses compostos foi um fator crítico na desaceleração do aquecimento, segundo os pesquisadores. "Nossa análise sugere que a redução nas emissões de substâncias que destroem o ozônio, seguindo o Protocolo de Montreal, assim como a redução nas emissões de metano, contribuíram para diminuir a taxa de aquecimento desde 1990", escreveram os autores. Comentando a pesquisa, Felix Pretis e o professor Myles Allen, da Universidade de Oxford, sugerem que a proibição do uso dos CFCs não deve ser totalmente responsável pela desaceleração no aquecimento, mas reconhecem que a medida fez diferença. "O impacto dessa mudança é pequeno, mas não é insignificante: sem a redução nas emissões de CFCs, as temperaturas hoje poderiam estar quase 0,1°C mais a ltas do que estão", afirmaram. Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/proibicao-de-cfcs-pode-ter-freado-aquecimento-diz-estudo.html)

11/11/2013 Mundo pode virar uma tremenda lixeira em 2100 No ritmo atual de descarte, geração de lixo atingirá 11 milhões de toneladas diárias no fim do século, o triplo da taxa de hoje. Vai faltar lugar para tanta sujeira por Vanessa Barbosa(http://exame.abril.com.br/jornalistas/vanessa-barbosa), de EXAME.COM(http://exame.abril.com.br/)

Caminhão de desperdício: auge da produção de resíduos será atingido neste século, prevê estudo

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São Paulo – A cada 24 horas, a humanidade joga no lixo mais de 3,5 milhões de toneladas de resíduos. Isso representa pelo menos 40 toneladas por segundo, um aumento de dez vezes em relação ao que gerávamos cem anos atrás. Pior, esse número provavelmente irá dobrar até 2025 e, se mantido o ritmo atual de descarte, até 2100 poderemos atingir o “pico” do lixo, com uma geração de 11 milhões de toneladas diárias, o triplo da taxa de hoje. Vai faltar lugar para armazenar tanta sujeira. O alerta vem de um estudo (http://www.nature.com/news/environment-waste-production-must-peak-this-century-1.14032) publicado no periódico científico Nature, que analisa três cenários diferentes, tentando determinar quando chegaríamos ao "pico do lixo". Seguindo o modelo "business as usual", o auge da produção de resíduos será atingido ainda neste século, com a África sub-saariana respondendo pela maior parte do crescimento. De acordo com a pesquisa, o aumento da renda das populações de países pobres e em desenvolvimento e, naturalmente, do seu poder de consumo (http://exame.abril.com.br/topicos/consumo), são a principal alavanca da geração de lixo e da alta do desperdício. Para o pior cenário, o estudo assume um futuro em que o mundo está nitidamente dividido entre regiões de extrema pobreza, riqueza moderada e subsistência. Um cenário onde pouco ou nenhum progresso foi feito para enfrentar a poluição e outros problemas ambientais, e onde os objetivos de desenvolvimento globais não se efetivaram. Nesse cenário, a produção de resíduos aumenta em 1 milhão em relação ao business as usual, atingindo 12 milhões de toneladas por dia.

No melhor cenário, o pico de produção vai girar em torno de 8,4 milhões de toneladas por dia em 2075. Nesse mundo, a população humana se estabiliza em 7 bilhões de pessoas, das quais 90% vivem em cidades. "As pessoas são mais educadas e ambientalmente conscientes, e os níveis de pobreza em países em desenvolvimento apresentam a menor baixa de todos os tempos”, diz o estudo. Mudando o jogo Dá para reverter esse quadro? Sim, é possível. Para evitar que o mundo se tranforme numa grande lixeira, onde tudo é descartado, a solução passa pela preciosa regra dos 3Rs – reduzir, reutilizar e reciclar. Segundo o estudo, muito pode ser feito localmente para reduzir o desperdício. Alguns países e cidades estão liderando o caminho. São Francisco, na Califórnia, por exemplo, tem a meta ambiciosa de reaproveitar tudo o que no lixo é reciclável, até 2020. Atualmente, mais de 55% dos seus resíduos são reciclados ou reutilizados. A cidade japonesa de Kawasaki, por sua vez, tem melhorado seus processos industriais para evitar a geração de 565 mil toneladas de resíduos potencialmente perigosos. Para isso, estimula a troca e a reutilização de materiais entre empresas de aço, cimento, química e papel.

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Fonte: EXAME.COM > Notícias > Meio Ambiente e Energia > Lixo(http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/mundo-pode-virar-uma-grande-lixeira-em-2100)

12/11/2013 Temperatura da Terra pode aumentar 3,6°C se nada fo r feito, diz agência Agência Internacional de Energia divulgou relatório nesta terça-feira (12). Emissões de gases-estufa devem aumentar em 20% até 2035 em cenário. da France Presse A temperatura global aumentará 3,6°C em longo prazo , a menos que os governos revisem seus objetivos para combater as mudanças climáticas, declarou nesta terça-feira (12) a Agência Internacional de Energia (AIE) em um relatório que coincide com a realização da cúpula da ONU sobre o clima, em Varsóvia. No cenário traçado pela AIE, a agência de energia dos países desenvolvidos, as emissões de gases do efeito estufa relacionados com a energia, e que representam cerca de dois terços das emissões totais, aumentarão em 20% até 2035, se implementadas as metas atuais anunciadas pelos Estados. "Este cenário leva em conta o impacto das medidas anunciadas pelos governos para melhorar a eficiência energética, apoiar as energias renováveis, reduzir os subsídios aos combustíveis fósseis e, em alguns casos, definir um preço para o CO2", explica a AIE em seu relatório anual apresentado em Londres. A agência alerta que o aumento de 20% destas emissões "energéticas" (causadas principalmente pela queima de carvão e petróleo, mas também de gás) "colocará o planeta em um caminho coerente de um aumento médio da temperatura em longo prazo de 3,6°C, bem acima da m eta de 2º em nível internacional". 16 bilhões de litros de petróleo ao dia A agência também publicou nesta terça suas previsões para o consumo mundial de petróleo até 2035, quando serão consumidos cerca de 101 milhões de barris por dia (mbd), um aumento de cerca de 14 mbd em um quarto de século. Isso significaria um consumo de 16,1 bilhões de litros de petróleo por dia. No que se refere ao carvão, o mais poluente, mas que continua a ser a principal fonte de energia dos dois países mais populosos (China e Índia), a AIE prevê um aumento no consumo de 17% até 2035 (dois terços desse aumento ocorreria antes de 2020). A razão é que o carvão continua a ser mais barato do que o gás em muitas regiões do mundo e, portanto, "as opções políticas na China" sobre esta questão serão fundamentais, ressalta a IEA. Por sua vez, a produção de energia nuclear aumentará em dois terços, "impulsionada pela China, Coreia do Sul, Índia e Rússia". Crescimento das renováveis Apesar deste panorama desolador, a agência prevê um desenvolvimento significativo das energias renováveis, especialmente a energia elétrica, e prevê que em 2035 este tipo de energia será responsável por 30% do total consumido. No relatório, a AIE cita quatro pistas para melhorar a "competitividade da energia", mas sem afetar negativamente o crescimento econômico: melhorar a eficiência energética, limitar usinas a carvão ineficientes, minimizar as emissões de metano de petróleo e gás e reformar os sistemas de subsídios às energia fóssil, o que em alguns países deprimem artificialmente os preços. A publicação deste relatório coincide com a 19ª conferência climática da ONU em Varsóvia, onde 190 países discutem esta semana as bases para um grande acordo para limitar as emissões de gases do efeito estufa para que a temperatura não suba mais de 2°C, a ser assin ado em Paris, em 2015.

À esquerda, exemplos de turbinas de energia eólica que funcionam em regiões da Alemanha; à direita, casas sustentáveis que são abastecidas com luz solar em bairro de Freiburg

Foto: Eduardo Carvalho/Globo Natureza Fonte:

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Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/temperatura-da-terra-pode-aumentar-36-c-se-nada-feito-diz-agencia.html)

12/11/2013 Brasil será um dos maiores produtores de petróleo d o mundo Informação está no relatório da Agência Internacional da Energia (AIE). Para 2035, produção triplicará e alcançará seis milhões de barris diários. da France Presse

Plataforma de extração de petróleo da Petrobras

Foto: Agência Petrobras de Notícias Fonte: http://s2.glbimg.com/SxbMTCf33m6PuxjQp-

uKi0J_WCY=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/09/17/plataforma.jpg O Brasil se converterá num dos maiores exportadores de petróleo e um dos principais produtores de energia do mundo, assegura a Agência Internacional da Energia (AIE) em um relatório divulgado nesta terça-feira (12). Para 2035, a produção petroleira do Brasil triplicará e alcançará seis milhões de barris diários (mbd), contribuindo com um terço do crescimento da produção líquida mundial, e transformando-se no sexto maior produtor de petróleo do mundo. Atualmente, entre os maiores estão, Arábia Saudita, Rússia, Estados Unidos, China, Canadá, Irã e Emirados Árabes. Da mesma forma, a produção de gás quintuplicará, o que permitirá cobrir até 2030 as necessidades do país, apesar do consumo crescer exponencialmente, assegura o relatório. No entanto, a AIE adverte que dadas as difíceis condições de extração de petróleo em águas profundas, o custo da produção será superior a de outras regiões como o Oriente Médio e a Rússia. Parte dos investimentos necessários procederão da Petrobrás (http://g1.globo.com/topico/petrobras/), o que colocará à prova a capacidade da companhia estatal de dedicar suficientes recursos em um enorme e variado programa de investimentos. A isso se soma o compromisso de que os bens e serviços sejam locais, o que não fará mais que pressionar uma cadeia de fornecimento já por si limitada. Investimentos necessários O Brasil necessitará investir cerca de US$ 90 bilhões anuais para poder garantir o consumo energético do país, segundo a AIE. As abundantes e diversas fontes energéticas cobrirão 80% do aumento de consumo energético do país, incluindo o acesso universal à eletricidade. No caso da geração elétrica, a AIE recomenda o sistema de leilões para proporcionar novo capital ao setor energético e evitar pressionar o preço final pago pelo consumidor. "O desenvolvimento de um mercado de gás eficaz, atraente para novos atores, pode ajudar a fomentar os investimentos e melhorar a competitividade da indústria brasileira", afirma o relatório.

O Brasil, um dos líderes mundiais das energias renováveis, também espera praticamente duplicar até 2035 a produção de energias limpas, mantendo sua participação de 43% do total da matriz energética. A energia hidráulica, que é a principal fonte energética do Brasil, apesar de tender a declinar, se soma ao peso preponderante que estão adquirindo outras fontes, como a eólica, o gás natural e a bioenergia. O Brasil é o segundo produtor mundial de biocombustíveis e sua produção, principalmente à base de etanol produzido da cana de açúcar, triplicou. As áreas de cultivo são mais que suficientes para acomodar este aumento da produção sem atingir áreas de meio ambiente sensíveis. Até 2035, os biocombustíveis cobrirão quase um terço da demanda interna do transporte por rodovia e as exportações implicarão 40% do comércio mundial desse tipo de combustível de origem vegetal, assegura o documento. Fonte: G1 > Economia(http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/11/brasil-sera-um-dos-maiores-produtores-de-petroleo-do-mundo.html)

12/11/2013 Governo fará primeiro leilão exclusivo de energia r enovável por Alana Gandra – Agência Brasil(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-11-12/governo-fara-primeiro-leilao-exclusivo-de-energia-renovavel) Rio de Janeiro – Um total de 429 projetos foi habilitado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, para o leilão de energia A-3, que o governo federal promoverá na segunda-feira (18), com o objetivo de garantir o abastecimento do mercado consumidor nacional em 2016. A capacidade instalada alcança 10.460 megawatts (MW). A fonte de geração eólica (dos ventos) responde por 381 empreendimentos, totalizando 9.191 megawatts (MW), dos quais 105 projetos estão localizados na Bahia e 110 no Rio Grande do Sul. O restante está distribuído no Ceará (51), no Maranhão (6), em Pernambuco (10), no Piauí (26), no Rio Grande do Norte (71) e em Santa Catarina (2). Acompanhe as últimas notícias no Portal EBC (http://www.ebc.com.br/). A assessoria de imprensa da EPE informou que o preço máximo do leilão será de R$ 126 por megawatts-hora (MW/h), para todas as fontes participantes. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, destacou que esse é o primeiro leilão que conta com a participação exclusiva de fontes renováveis, além de marcar a estreia da fonte solar nos pregões de comercialização de energia efetuados pelo governo a cada ano. Segundo Tolmasquim, embora a energia solar ainda não seja competitiva com as demais fontes, em termos de custo, sobretudo a eólica, “os projetos inscritos permitem que a EPE planeje a entrada da energia solar na matriz energética brasileira”. Trinta e uma centrais de geração fotovoltaica foram habilitadas para o leilão, somando capacidade de 813 MW. Edição: Marcos Chagas Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0 Fonte: EBC > Notícias > Economia(http://www.ebc.com.br/noticias/economia/2013/11/governo-fara-primeiro-leilao-exclusivo-de-energia-renovavel)

14/11/2013 Emissões de gases do efeito estufa provocaram aumen to de 26% na acidez dos oceanos por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil

Aumento do CO2 é diretamente proporcional à queda do pH, ou seja, ao aumento da acidez.

Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/co2ph.jpg Estudo afirma que oceanos podem ficar até 170% mais ácidos ainda neste século, ameaçando a sobrevivência de 30% das espécies marinhas. A acidificação dos oceanos já é vista como um grave problema há várias décadas, mas saber a total extensão do fenômeno sempre foi um desafio para pesquisadores. Agora, um painel de cientistas parece ter conseguido traçar um panorama(http://igbp.sv.internetborder.se/download/18.30566fc6142425d6c91140a/1384420272253/OA_spm2-FULL-lorez.pdf) da situação atual, e ele é muito pior do que se esperava. Produzido durante o terceiro “Simpósio sobre Oceanos em um Mundo Rico em CO2”, que reuniu 540 especialistas de 37 países em setembro, o novo estudo é uma coletânea do que de mais relevante foi publicado sobre o assunto em periódicos científicos. Segundo o documento, as atividades humanas estão adicionando 24 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) aos oceanos todos os dias. O resultado disto é que hoje as águas são 26% mais ácidas do que eram em 1880. Se continuarmos no ritmo atual de emissão de gases do efeito estufa (GEEs), até o fim do século os oceanos estarão 170% mais ácidos, colocando em risco serviços ecossistêmicos fundamentais para as milhões de pessoas que vivem dos mares e ameaçando pelo menos 30% das espécies marinhas. De acordo com o estudo, em nenhum momento nos últimos 300 milhões de anos os oceanos tiveram uma taxa tão rápida de acidificação.

Estimativas de mudança no pH, a linha azul mostra um cenário de baixas emissões e a vermelha, de altas emissões.

Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/oceanph.jpg Os impactos disso já podem ser claramente vistos na deterioração dos recifes de corais, que são essenciais para a biodiversidade marinha, mas que estão sofrendo com o processo de “branqueamento” por todo o mundo. “Se a sociedade continuar com essa trajetória de altas emissões, os recifes de corais de águas geladas, localizados em águas profundas, se tornarão insustentáveis. Além disso, a erosão dos recifes de corais tropicais deve ficar mais rápida do que a capacidade desses organismos de se recuperarem”, explicou Wendy Broadgate, uma das autoras do estudo e diretora do Programa Geosfera-Biosfera Internacional. O trabalho será entregue na Conferência do Clima das Nações Unidas de Varsóvia (COP-19), que está em andamento na Polônia. “Nós podemos dizer agora com grande confiança que a acidificação dos oceanos significa que devemos nos preparar para significantes perdas econômicas e de serviços ecossistêmicos. Mas também sabemos que se conseguirmos reduzir as emissões poderemos frear a acidificação. Essa é a mensagem que queremos levar para a COP-19”, afirmou Ulf Riebesell, principal autor do estudo. * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil(http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias6/noticia=735694). Fonte: CarbonoBrasil/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/emissoes-de-gases-efeito-estufa-provocaram-aumento-de-26-na-acidez-dos-oceanos/)

17/11/2013 Hong Kong lança milionário plano contra a poluição, mas pede ajuda à China Hong Kong investirá US$ 1,5 bilhão na luta contra a poluição, um problema que, a própria cidade reconhece, não pode ser trabalhado sozinho e precisa do apoio do resto da China, também muito afetada pela degradação ambiental da atmosfera. A subsecretária do Meio Ambiente da ex-colônia britânica, Christina Loh, explicou nesta semana em entrevista coletiva o ambicioso plano de seu governo, semanas depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) assinalou em um estudo que a poluição do ar é um fator cancerígeno. "Inclusive se Hong Kong parasse todas suas atividades atualmente, a cidade não cumpriria com os índices mínimos aceitáveis pela OMS de qualidade do ar", reconheceu Loh. A antiga colônia britânica compartilha o mesmo ar que o delta do rio Pérola, uma região na habitada por 50 milhões de pessoas e onde se concentra uma das maiores atividades industriais do mundo. A qualidade do ar piorou desde 2007, e em outubro Hong Kong registrou o pior nível em seis meses, com indicadores que chegaram a alcançar uma leitura de 189 (índices acima de 100 desencadeiam automaticamente uma advertência do governo para as pessoas com doenças respiratórias). Além disso, um estudo recente produzido pelo Greenpeace mostrou que a qualidade do ar em Hong Kong está relacionada à morte de 3.600 pessoas e quatro mil casos de asma infantil em 2011. Um novo estudo realizado pela Universidade Politécnica de Hong Kong divulgado recentemente ressalta a correlação entre doenças pulmonares nas crianças e a poluição do tráfego urbano. O trabalho mostra que os pulmões das crianças expostas a níveis de poluição mais elevados não funcionam tão bem como os expostos a níveis mais baixos. A poluição meio ambiental foi responsável por mais de 1.600 mortes prematuras na primeira metade do ano, segundo um estudo realizado pela organização Rede de Ar Limpo. No que compete a Hong Kong, Loh se referiu ao tráfego urbano como a principal fonte de poluição ambiental, causada em parte pelo envelhecimento da frota de ônibus e caminhões que circulam pela cidade. O governo local espera investir US$ 1,5 bilhão para resolver este problema, que minguou a imagem mundial da ex-colônia como destino para viver. Entre as medidas do bilionário programa estão a substituição de 20% dos veículos comerciais mais poluentes, aqueles mais velhos que funcionam com motores a diesel (estimado em cerca de 80 mil veículos). Além disso, os cerca de 20 mil táxis locais deverão se submeter a revisões periódicas para cumprir com as novas normas, que em seu caso incluem a limpeza de catalisadores para diminuir a emissão de nitrogênio no ar. Os táxis, que empregam gás propano como combustível, vão ser controlados a partir de abril de 2014 por sensores com o objetivo de cumprir a nova legislação, e aqueles que descumprirem a norma poderão ser punidos com a suspensão do registro de matrícula do veículo. Segundo a subsecretária do Meio Ambiente, o uso do gás como combustível nestes veículos ajudou a reduzir a emissão de poluentes em 80%, exceto o de dióxido de nitrogênio, que veio aumentado de maneira constante. Hong Kong também está tentando promulgar uma legislação para limpar suas águas, reforçando as leis para que os veículos marítimos de maior carga que desejem atracar no porto da cidade devam empregar combustível mais limpo em um prazo de dois anos. E a cidade contará com um novo indicador de poluição ambiental a partir de janeiro, anunciou Loh, que se aproximará mais dos padrões empregados pela OMS e pelos países da União Europeia.

Em matéria energética, Loh explicou que "não há planos para reduzir o consumo de energia nuclear em Hong Kong". A cidade acaba de renovar um contrato de provisão de energia nuclear com uma usina chinesa localizada na vizinha cidade de Shenzhen para os próximos 20 anos. Cerca de 23% da energia consumida por Hong Kong é nuclear, outros 23% do carvão e o resto de usinas de gás. Loh também disse que há planos para atacar a excessiva produção de resíduos, principalmente de comida, que gera 3.600 toneladas diárias. O objetivo do governo é reduzir esta quantidade em 40% para 2022, após a confirmação de que os lixões da cidade irão saturar a partir de 2020. EFE - Agencia EFE - Todos os direitos reservados. Está proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agencia EFE S/A. Fonte: TERRA.COM > Notícias > Ciência > Clima(http://noticias.terra.com.br/ciencia/hong-kong-lanca-milionario-plano-contra-a-poluicao-mas-pede-ajuda-a-china,a74f8a250f852410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html)

18/11/2013 Leilão sem Sol por Redação do Greenpeace

Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2012/07/energiasolar2.jpg

No primeiro leilão de energia no qual a energia solar participou, nenhum MW foi contratado para a fonte devido ao baixo preço. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) promoveu hoje (18) o primeiro leilão de energia no qual empreendimentos de energia solar foram incluídos. O que poderia significar um avanço para a fonte que mais tem potencial para crescer no país até 2050, no entanto apenas reforçou a necessidade que a energia solar tem de receber incentivos para que consiga se consolidar na matriz energética. “A excelente decisão do governo de ter permitido pela primeira vez a entrada da energia solar na competição foi neutralizada com o inexplicavelmente baixo preço-teto por MWh. Isso inviabilizou totalmente a competitividade dos projetos inscritos”, afirmou Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. Ainda que o resultado do leilão tenha sido positivo para a fonte eólica e para o desenvolvimento de sua indústria, o mesmo não pode ser dito para as outras fontes. Também participaram do leilão as fontes eólica, hidrelétricas e termelétricas a biomassa e gás natural sendo que no total, foram contratados 876,6 MW apenas para energia eólica. Para a energia solar, foram inscritos 3 mil MW em projetos interessados, mas que não saíram do papel devido ao baixo preço. O Brasil tem um potencial enorme em termos de radiação solar, mas ainda não consegue aproveitá-lo por falta de coordenação, direcionamento dos incentivos e ações coordenadas e claras do governo que poderiam impulsionar seu desenvolvimento. Ao contrário do que acontecia no passado, os preços para as energias renováveis – em especial a solar fotovoltaica e eólica – são cada vez mais competitivos no mercado e ainda utilizam recursos locais e criam mais empregos. Segundo A EPE (Empresa de Pesquisa Energética), em 2012, o MWh de energia solar custava entre R$300 e R$400, enquanto que outras projeções dão conta de preços na faixa de R$180 nos próximos 5 anos. “A iniciativa do governo foi confusa. Se o governo quer abrir caminho para o desenvolvimento da fonte no país, porque deu um sinal contrário e colocou um preço que não apenas é inviável para energia solar como para boa parte das demais fontes?”, afirmou Baitelo. “O crescimento da energia solar só é possível a partir da sinalização do Brasil de que quer desenvolver essa indústria e este sinal não foi dado neste leilão”. * Publicado originalmente no site Greenpeace(http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Leilao-sem-Sol/). Fonte: Greenpeace/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/leilao-sem-sol/)

18/11/2013 O alto preço da extração de xisto por Redação do Canal Ibase Os impactos socioambientais da exploração do gás de xisto no Brasil foram postos em xeque em debate em São Paulo promovido pelo Ibase, Greenpeace, Instituto SocioAmbientel , Centro de Trabalho Indigenista e pela Fase. Ao fim no evento, no último dia 13, em São Paulo, as entidades presentes tomaram uma posição por consenso. - Nossa posição é de que não se realize a 12ª rodada de leilões da Agência Nacional de Petróleo, no próximo dia 29 (quando a ANP vai colocar à disposição 240 blocos exploratórios terrestres distribuídos em 12 estados do país). Defendemos também que não haja qualquer exploração de xisto no Brasil, enquanto não sejam feitos estudos e debates juntos à sociedade civil para avaliar se esse processo de extração deve ser banido do país – afirmou Carlos Btitencourt, pesquisador do Ibase, acrescentando que, além das entidades organizadores do debate, outras seguiram a decisão, como a Comissão da Pastoral da Terra, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o Movimento dos Sem Terra.

Entidades questionam extração de xisto

Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/debatesp-300x225.jpg No debate, ficaram claros os riscos desse tipo de exploração. O professor Jailson de Andrade (SBPC), por exemplo, afirmou que o xisto, um gás não convencional, é muito mais difícil de se extrair, pois na extração há a necessidade de se ultrapassar o lençol freático de uma dada região, já que gás, na maioria das vezes, fica sempre sob o lençol, que pode ser contaminado por produtos químicos utilizados na operação. – Há que se levar em conta também que as maiores reservas de xisto estão onde há uma grande quantidade de água, e esse tipo de extração usa muito os recursos hídricos. E o cenário nacional é de que pouca disponibilidade de água para a população – disse Andrade. Para Ricardo Baitelo, do Greenpeace, a extração de xisto não vale a pena, levando-se em conta os riscos ao meio ambiente e à saúde da população: - Apesar do gás convencional ser menos impactante ambientalmente do que, por exemplo, a geração de energia termoelétrica, a extração de gás de xisto, através do fraturamento hidráulico, pode lançar metano na atmosfera, que contribui muito mais do que o CO2 para o aquecimento global, e ainda pode contaminar os corpos d’água. “Para nós, isso deveria inviabilizar a utilização desse tipo de energia”. As organizações presentes ao evento vão lançar uma nota na próxima semana apresentando suas posições quanto à 12ª rodada e pretendem organizar uma mobilização a fim de impedir a realização do leilão. * Publicado originalmente no site Canal Ibase(http://www.canalibase.org.br/o-alto-preco-da-extracao-de-xisto/). Fonte: Canal Ibase/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/o-alto-preco-da-extracao-de-xisto/)

18/11/2013 TERRAMÉRICA – A caminho da revolução energética por Stephen Leahy*

As grandes centrais hidrelétricas planejadas pelo Brasil, como a de Santo Antônio, são apenas um dos componentes da revolução energética que esse país protagonizará nas próximas décadas.

Foto: Mario Osava/IPS Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/BrasilHidreleticaSantoAnton.jpg

O Brasil será protagonista de grandes mudanças energéticas nas próximas duas décadas, em grande parte pela exploração de suas fabulosas jazidas de petróleo em águas profundas, diz o último informe da Agência Internacional de Energia. Varsóvia, Polônia, 18 de novembro de 2013 (Terramér ica) – O consumo e a produção de energia estão vivendo transformações radicais, mas o clima do planeta continua se dirigindo para um aumento de temperatura de 3,6 graus, afirma um informe divulgado durante a conferência sobre mudança climática da Organização das Nações Unidas (ONU), na capital da Polônia. O Brasil desempenhará um papel crucial para acalmar a crescente sede por petróleo dos países em desenvolvimento, afirma a edição 2013 das Perspectivas da Energia no Mundo, elaborada pela Agência Internacional de Energia (AIE). A projeção chega até 2035 e estabelece que, nessa ocasião, o grosso do crescimento do consumo de petróleo e gás se mudará para a Índia e os países do sudeste a asiático e do Oriente Médio. Apesar de, em 2035, as fontes de energia renováveis e nuclear, que emitem baixa quantidade de dióxido de carbono (CO2), estarem abastecendo cerca de 40% do crescimento da demanda mundial, as emissões de CO2 do setor energético serão 20% mais altas. E isso presumindo que os países cumprirão todos seus compromissos de redução até 2020. O Canadá, por exemplo, não o conseguirá. É necessário que as emissões cheguem ao seu pico em 2020 e a partir daí passem a diminuir para que seja possível manter o aumento da temperatura do planeta em menos de dois graus, segundo o Informe Gap 2013, divulgado no dia 5 deste mês pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). “Se permanecermos no rumo atual, não nos aproximaremos do objetivo de limitar o aumento a dois graus”, afirmou Maria van der Hoeven, diretora-executiva da AIE, em um comunicado que foi divulgado, no dia 12 deste mês, durante a 19ª Conferência das Partes (COP-19) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que se estenderá até o dia 22, em Varsóvia, na Polônia. Os subsídios para combustíveis fósseis, cujo custo global chegou em 2012 a US$ 544 bilhões, são o principal estímulo para cruzar o umbral dos dois graus. Essas subvenções governamentais mantêm os preços artificialmente baixos e afetam os êxitos na redução do consumo por maior eficiência e na adoção de fontes renováveis, diz o informe da AIE.

“Na Bolívia, o diesel, a gasolina e o gás natural estão fortemente subsidiados, por isso é quase impossível trabalhar com fontes renováveis”, apontou Dirk Hoffmann, diretor do Instituto Boliviano da Montanha em La Paz, na Bolívia. “O transporte também está muito orientado para os automóveis individuais, e os números aumentam rapidamente”, afirmou Hoffmann ao Terramérica. O informe da AIE dedica um capítulo especial ao Brasil, pois estima que se converterá em uma superpotência energética mundial. Suas enormes jazidas submarinas, de petróleo e gás em águas profundas, responderão por um terço do crescimento da oferta mundial de petróleo até 2035, e o país se converterá no sexto maior produtor mundial. A demanda primária de energia crescerá 80%, e o consumo elétrico duplicará graças a uma classe média muito maior. A chave para sustentar esse desenvolvimento será a capacidade do país para obter grandes investimentos, de aproximadamente US$ 90 bilhões por ano. Com tudo isso, a pegada de carbono do Brasil continuará sendo baixa. Atualmente, 43% de sua energia procede de fontes renováveis, principalmente a hidráulica, seguida da biomassa e dos agrocombustíveis. O Brasil também experimentará grande crescimento em agrocombustíveis e energia eólica. O Plano Decenal de Expansão de Energia prioriza a hidroeletricidade, a energia eólica e a biomassa. Espera-se que, até 2020, a expansão desses setores reduza as emissões projetadas em 234 milhões de toneladas de CO2, pontuou ao Terramérica uma fonte do governo em Brasília. “Combinadas, as centrais eólicas, as térmicas, a biomassa e as pequenas hidrelétricas duplicarão sua participação, de 8% para 16%”, destacou. A América Latina poderia funcionar com 100% de energia renovável, segundo vários estudos, incluindo a exaustiva Global Energy Assessment 2012. Até 2050, as fontes renováveis poderão atender entre 60% e 100% das necessidades energéticas da região, garante esse informe. Entretanto, se forem excluídas as grandes hidrelétricas, menos de 10% da energia na América do Sul é obtida de fontes renováveis. Embora quase todos os países afirmem querer desenvolver as fontes limpas, os subsídios aos combustíveis fósseis distorcem o mercado, segundo uma análise comparativa das condições institucionais e técnicas relevantes para a integração da energia renovável na América do Sul. O estudo foi elaborado por especialistas da Alemanha, Bolívia, Chile e Brasil e diz que esses subsídios são muito maiores do que os incentivos ou os benefícios impositivos criados para fomentar o desenvolvimento de fontes renováveis. Outra dificuldade é atrair investimentos, sobretudo estrangeiros, para as fontes renováveis. São necessários melhores regulamentações e incentivos para responder às mutantes condições do mercado global, diz o informe. Espera-se que o tratado sobre mudança climática que a comunidade internacional deve adotar a partir de 2015 acelere o processo sul-americano para uma matriz energética mais verde, limpa e diversificada. Fatores domésticos, como os custos e impactos crescentes dos combustíveis fósseis, podem aumentar o interesse em um modelo energético baixo em carbono, conclui o documento. * O autor é correspondente da IPS. LINKS • COP-19: O carvão e a direita formam coquetel anticlima na Polônia(http://envolverde.com.br/ips/inter-

press-service-reportagens/cop19-o-carvao-e-direita-formam-coquetel-anticlima-na-polonia/) • Integração energética carregada de curto circuitos(http://envolverde.com.br/sociedade/integracao-

energetica-carregada-curto-circuitos/) • O Brasil na contramão(http://envolverde.com.br/ips/inter-press-service-reportagens/brasil-contramao/) • Todos perdem na guerra pelas hidrelétricas amazônicas(http://envolverde.com.br/ambiente/todos-

perdem-na-guerra-pelas-hidreletricas-amazonicas-parte-1/) • Energia regula destino político da presidente Dilma Rousseff(http://envolverde.com.br/educacao/energia-

regula-destino-politico-da-presidente-dilma-rousseff/) Artigo produzido para o Terramérica, projeto de com unicação apoiado pelo Banco Mundial Latin America and Caribbean, realizado pela Inter Press S ervice (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde. Fonte: Terramérica/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/terramerica-caminho-da-revolucao-energetica/)

18/11/2013 RJ lança programa de reciclagem de óleo em escolas públicas As escolas públicas do estado começaram a adotar a partir de hoje medidas de reciclagem e de sustentabilidade ambiental da Agência Brasil(http://agenciabrasil.ebc.com.br/)

Óleo de Cozinha: iniciativa estimula a reciclagem do óleo de cozinha para o uso como matéria-prima na produção de sabão e de fontes de energia

Foto: Stock.XCHNG Fonte: http://exame2.abrilm.com.br/assets/images/2012/3/53225/size_590_oleo-de-

cozinha.jpg?1332777296 Rio de Janeiro – As escolas públicas do estado começaram a adotar, a partir de hoje (18), as medidas de reciclagem (http://www.exame.com.br/topicos/reciclagem) e de sustentabilidade (http://www.exame.com.br/topicos/sustentabilidade) ambiental previstas no Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais (Prove). A iniciativa estimula a reciclagem do óleo de cozinha para o uso como matéria-prima na produção de sabão e de fontes de energia alternativas, como o biodiesel. O lançamento ocorreu no Colégio Estadual Brigadeiro Schorcth, no bairro da Taquara, zona oeste da cidade. Ao todo, dez escolas participarão da primeira fase do projeto. Cada uma delas receberá uma unidade ambiental para recolhimento do óleo, chamadas de ecoponto. Nesses locais, os cidadãos poderão entregar o óleo já foi utilizado, além de tirar dúvidas sobre reciclagem e produção de fontes alternativas de energia. No Colégio Brigadeiro Schorcth, a reciclagem de óleo proporcionou a três professores uma viagem pela América do Sul. A jornada foi a bordo de um carro Mercedes-Benz 58, movido a óleo de cozinha reciclado por alunos da instituição de ensino. Os profissionais de educação percorreram 22.720 quilômetros, deste total, 8 mil quilômetros foram abastecidos com o combustível alternativo criado pelos estudantes. Durante 37 dias, os docentes visitaram 29 cidades do Uruguai, da Argentina e do Chile. O objetivo principal foi coletar dados para serem

trabalhados com os alunos, abordando os temas nas diversas disciplinas a partir do material produzido pela expedição. Segundo a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), atualmente a maior parte do óleo vegetal é despejada em ralos, comprometendo as tubulações dos edifícios e das redes de tratamento de esgoto. Nas regiões onde não há rede coletora, o óleo vai diretamente para os rios e lagoas, aumentando significativamente a poluição e a degradação ambiental. Essa prática causa prejuízos à população, às concessionárias de saneamento e aos governos. Criado em 2008 pela SEA, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o Prove têm como principal objetivo reduzir o impacto ao meio ambiente provocado pelo despejo de óleo. Atualmente, para entregar o óleo já usado, a pessoa deve procurar os ecopontos instalados em postos de combustível ou nas cooperativas de reciclagem de lixo. Fonte: EXAME.COM > Notícias > Meio Ambiente e Energia > Sustentabilidade > Óleo(http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/sustentabilidade/noticias/rj-lanca-programa-de-reciclagem-de-oleo-em-escolas-publicas)

19/11/2013 'Brasil não precisa expandir uso do carvão', diz es pecialista em energia por Giuliana Miranda, Enviada Especial a Varsóvia

Fonte: http://f.i.uol.com.br/folha/especial/images/13311239.png

Após mais de quatro anos sem a participação de energia produzida com carvão em leilões públicos, o governo brasileiro voltou a permitir essa oferta. A primeira vez foi no fim de agosto e a próxima está marcada para o dia 13 de dezembro – um movimento que já despertou a atenção de especialistas. "O Brasil tem muito potencial não explorado para geração energética. Não precisa de uma expansão do uso do carvão", avalia Emílio La Rovere, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e um dos 27 experts em energia que assinam um documento reforçando os problemas do uso do carvão, lançado na 19ª Conferência Mundial do Clima. Carvão apelidado de 'verde' pela indústria também p olui, diz grupo de cientistas (http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2013/11/1373455-carvao-apelidado-de-verde-pela-industria-tambem-polui-diz-grupo-de-cientistas.shtml) No documento, os cientistas dizem que mesmo as usinas termelétricas a carvão mais eficientes ainda são altamente poluentes e que seu uso, sem o desenvolvimento de tecnologias de captura e armazenamento de carvão, é insustentável ambientalmente. O próximo leilão no Brasil, feito para abastecer o mercado consumidor em 2018, já bateu recorde de inscritos desde que o governo iniciou essa prática, em 2005. Serão ofertados seis projetos de termelétricas a carvão, totalizando 3.340 MW – o equivalente a 9,5% da energia ofertada. Em agosto, apesar da oferta, nenhum projeto com uso de carvão foi arrematado. Trauma do Apagão Segundo La Rovere, que está em Varsóvia participando da cúpula do clima, um dos grandes argumentos pelo uso das termelétricas é o "trauma" que o brasileiro tem após a crise energética do início da década de 2000--o popular apagão. "A termelétrica é uma opção rápida para a geração de energia, dá uma sensação de segurança nesse caso", explica. Somam-se a isso, segundo ele, também pressões econômicas. "O Brasil tem muitos portos dedicados à exportação de commodities, especialmente minério de ferro e aço, de onde navios partem carregados para o exterior. Economicamente falando, não é um bom negócio que eles voltem para o país vazios. Por isso há a lógica de que eles voltem com alguma coisa, nesse caso, carvão", explica ele. Apesar do esforço global das reduções de emissões, a extração de carvão cresce em ritmo acelerado no mundo. Entre 2000 e 2012, o aumento foi de 69%, segundo dados da WCA (Associação Mundial do Carvão). Os principais polos de extração de carvão no Brasil se concentram no Sul. Mas o mineral brasileiro é considerado de baixa qualidade, gerando a produção de muitas cinzas. Nas siderúrgicas, ele é misturado ao carvão importado, de melhor qualidade.

"O uso do carvão não é sempre equivocado. No funcionamento dos altos-fornos das siderúrgicas, por exemplo, ele é justificado. O problema é um uso indiscriminado, como em grandes projetos de termelétricas movidas a carvão", completa. Alternativas Assim como vários especialistas da área, La Rovere destacou o potencial não explorado no Brasil, sobretudo da biomassa do bagaço da cana-de-açúcar. "Mas ainda há muita resistência entre os usineiros. O açúcar é mais rentável", avalia. "Se junto com programas de incentivo à produção de etanol houvesse também para a adaptação das usinas para produzir biomassa, seria um jeito muito eficiente de aumentar a geração de energia", sugere o professor. O secretário-geral do Conselho Mundial de Energia, Christoph Frei, destaca que não existe geração de energia totalmente limpa. "Quando se olha de perto, todos os métodos têm algum grau de desvantagem. Seja ambiental ou social. O que existe é a maneira mais adequada para cada realidade. E é isso que tem de ser observado", afirmou ele à Folha , em Varsóvia. Ele também considera que a biomassa do bagaço da cana é uma alternativa "excelente e prática" para a realidade brasileira. Coordenadora de políticas públicas do Greenpeace, Renata Camargo, destaca a necessidade de incentivo às energia renováveis no país. "A parcela de emissões do setor de energia no Brasil subiu muito nos últimos anos. São necessárias ações que revertam essa tendência, não de mais termelétricas, especialmente a carvão", diz ela. A jornalista GIULIANA MIRANDA viajou a convite da Deutsche Welle Akademie Fonte: Folha de S. Paulo > Notícias > Ambiente(http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2013/11/1373471-brasil-nao-precisa-expandir-uso-do-carvao-diz-especialista-em-energia.shtml)

20/11/2013 Quem paga a reciclagem? por Samantha Maia, da Carta Capital

A associação dos fabricantes de vidro defende o modelo europeu. Grandes marcas rejeitam assumir as despesas.

Foto: Wilson Dias/Abr Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/reciclagem.jpg

Na Europa são as empresas. No Brasil, o governo e o setor privado não se entendem. Uma disputa é travada entre o setor público e as empresas para definir quem é responsável pelos custos da reciclagem das embalagens no Brasil. Uma parcela importante do setor privado não quer assumir o gasto com a coleta seletiva, exigência do governo federal, enquanto outra corrente propõe um modelo de financiamento baseado na experiência da Europa. A União deseja que as companhias assumam a parte dos custos da limpeza urbana relacionada à coleta de embalagens, cerca de 30% do lixo recolhido nas residências. “O que se discute é quanto e em que circunstâncias as empresas devem remunerar o município pela participação na logística reversa”, diz Zilda Veloso, diretora de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, em referência ao processo para garantir o retorno ao produtor dos materiais descartados pelos consumidores. As maiores empresa s da cadeia, entre elas Coca-Cola, Nestlé, Unilever e Walmart, são contra. Reunidas na Coalizão, grupo formado por 21 associações empresariais e liderado pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem, elas tentam evitar o custo adicional. “Não temos de ressarcir a coleta seletiva, função legal das prefeituras”, diz Victor Bicca, presidente do Cempre. Caberia ao setor privado aumentar o número de pontos de entrega voluntária de lixo reciclável, apoiar as cooperativas de triagem e garantir a compra da sucata. Para o governo, não é suficiente. A Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro propõe um modelo de compartilhamento dos custos da reciclagem entre empresas e municípios. O formato, semelhante aos pontos verdes existentes em países europeus, é baseado no financiamento privado de uma gerenciadora responsável pela administração da logística reversa. “As empresas pagariam uma tarifa pela embalagem a cada produto colocado no mercado. A soma de recursos permitiria à gerenciadora discutir com os municípios como fazer o tratamento dos produtos”, diz Lucien Belmonte, superintendente da entidade. Caberia a essa estrutura fechar acordos e contratos com as cooperativas, beneficiadoras e recicladoras. A venda da sucata complementaria a remuneração do sistema. O modelo é semelhante àquele sugerido pelo governo, a partir de um estudo de viabilidade técnico e econômica realizado pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Segundo a pesquisa, a existência de uma entidade gestora é importante para organizar o fluxo de sucata, otimizar o transporte entre centros distribuidores e obter ganho de escala. E a responsabilidade caberia às empresas. Uma terceira proposta, apresentada pela Associação Brasileira da Embalagem de Aço, também contempla a expectativa do ministério ao pressupor um gerenciamento e controle da logística reversa pelo setor privado. O governo busca combinar as propostas apresentadas para chegar rapidamente a um acordo. A definição de um sistema de logística deve ocorrer até o fim de dezembro, depois de um ano e meio de discussão,

para atender às normas da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010. As metas para redução do descarte de recicláveis em aterros sanitários começam a contar a partir de 2015.

Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/coleta.jpg

Na proposta da Coalizão, agrada ao ministério a atenção dada às cooperativas, pois a lei de resíduos sólidos estabelece como prioritária a inserção dos catadores no novo sistema. O grupo propõe triplicar o número de cooperativas e sustenta que a formalização da estrutura existente seria suficiente para atingir as metas exigidas, se municípios implantarem corretamente a coleta seletiva. Estima-se em 600 mil a 1 milhão o número de catadores no País e em 30 mil as cooperativas, incluindo os informais. “O modelo informal tem proporcionado ao Brasil níveis de reciclagem muito altos. É preciso fortalecer esse sistema complementar, formalizá-lo e diminuir o número de intermediários”, defende Bicca. O ministério cobra, porém, uma reestruturação completa do modelo, pois não concorda com a premissa de que o sistema atual é eficiente. A principal mudança em relação à cadeia que chega atualmente a metas impressionantes, como a reciclagem de 98% das latas de alumínio, é remunerar não só a sucata, mas toda a operação de coleta, transporte, triagem e beneficiamento dos produtos, além da destinação adequada da parcela não reciclável. Isso permitiria às cooperativas se autossustentarem e garantirem a venda até de materiais com baixo valor de mercado. Também evitaria a queda dos preços dos recicláveis em caso de saturação por insuficiente expansão do parque reciclador. “Hoje, quem determina o preço do reciclável é a indústria compradora, que não assume o custo do serviço. O sistema funciona com o trabalho escravo de catadores desassistidos ou remunerados pelas prefeituras pelo serviço ambiental”, diz Karin Segala, coordenadora de projetos do Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Pesquisa realizada pela LCA Consultores a pedido do Cempre concluiu que o mercado informal no Brasil permitiu em 2012, a reciclagem de 65% das embalagens produzidas. “A conta foi feita a partir do produzido e do processado pelos recicladores, o que permite contabilizar o recolhido informalmente nas ruas e nos lixões”, afirma Bicca. O número é encarado com desconfiança por outros agentes do setor. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública, o volume chega a, no máximo, 10%. “Se fossem 65%, o problema estaria resolvido”, diz Segala. A meta da política nacional é chegar a 60% até 2031.

No município de São Paulo, onde o objetivo é saltar de 1,6% de coleta seletiva para 10% em 2016, a prefeitura investirá em centrais mecanizadas de triagem, além das 22 cooperativas conveniadas, por entender que apenas os catadores não darão conta da demanda. “As melhores cooperativas processam 4 toneladas de lixo por dia, e para atingir a meta será preciso processar 1,2 mil”, diz o vereador Nabil Bonduki. Para financiar a nova estrutura, a prefeitura tenta um acordo de cooperação com a iniciativa privada, o principal nó desse debate. É preciso ainda aumentar a capacidade de reciclagem da indústria. As empresas têm investido em tecnologias que elevam o potencial de reutilização de materiais na sua produção. É o exemplo das garrafas PET, cuja redução do grau de descontaminação da resina reciclada permite que ela seja usada para fabricar outros recipientes de alimentos. As empresas reivindicam a desoneração dos materiais recicláveis para tornar os produtos mais competitivos em relação às matérias-primas virgens, proposta em estudo no governo. A oferta regular a ser garantida pela universalização da coleta é outro fator de estímulo. “Hoje falta um gerenciamento do mercado de reciclagem que o encare como um setor econômico e não como um projeto social. Existe um potencial produtivo enorme, principalmente para os catadores, sem continuarmos a nos valer de sistemas subumanos com índices pífios de reciclagem”, diz Carlos Silva Filho, diretor-executivo da Abrelpe. Além das embalagen s em geral, há outros quatro setores que precisam implantar um sistema de logística reversa: de agrotóxicos e de lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, eletroeletrônicos e medicamentos. Dentre eles, apenas o primeiro grupo chegou a um acordo. Os segmentos de lâmpadas fluorescentes e de eletroeletrônicos ainda discutem um modelo. A destinação correta das lâmpadas depende de uma solução para seu financiamento, mais cara por conta da toxidade dos componentes. Para eletroeletrônicos, um dos pontos a serem resolvidos é o modo de financiar o tratamento do resíduo decorrente do mercado ilegal. O acordo setorial para medicamentos está em fase de apresentação de propostas pelas empresas. * Publicado originalmente no site Carta Capital(http://www.cartacapital.com.br/revista/774/quem-paga-a-reciclagem-5951.html). Fonte: Carta Capital/Envolverde(http://envolverde.com.br/sociedade/quem-paga-reciclagem/)

21/11/2013 Menos de 100 empresas responderiam por 66% das emis sões por Jéssica Lipinski, do CarbonoBrasil

Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/09/emissoes2.jpg

Um novo estudo do Instituto de Responsabilidade Climática do Colorado(http://www.climateaccountability.org/index.html) sugere que apenas 90 empresas são responsáveis por causar dois terços, ou 66%, das emissões de gases do efeito estufa (GEEs) ligadas ao aquecimento global e às mudanças climáticas recentes. Segundo o levantamento, publicado no periódico Climatic Change, entre essas companhias estão 50 empresas privadas, como a Chevron, a Exxon e a BP, 31 estatais, como a árabe Saudi Aramco, a russa Gazprom e a norueguesa Statoil, e nove governamentais, localizadas principalmente na China, União Soviética, Coreia do Norte e Polônia. Os autores afirmam que a grande maioria das companhias presentes nessa lista está em setores ligados à produção de combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão. “Há milhares de produtores de petróleo, gás e carvão no mundo. Mas os tomadores de decisão, os CEOs ou os ministros de carvão e petróleo [...] poderiam todos caber em um ônibus ou dois”, colocou Richard Heede, cientista climático e principal autor da pesquisa, ao jornal The Guardian. De acordo com a análise, muitas das firmas listadas possuem enormes reservas de combustível fóssil que, se consumidas, exporiam o mundo a riscos ainda maiores de mudanças climáticas. O ex-vice-presidente dos EUA e ambientalista Al Gore elogiou o documento. “Esse estudo é um passo à frente essencial em nosso entendimento da evolução da crise climática. Os setores público e privado devem fazer o que é necessário para parar o aquecimento global. Os que são historicamente responsáveis por poluir nossa atmosfera têm uma obrigação clara de ser parte da solução”, observou Gore. A pesquisa aponta que metade dessas emissões foi produzida desde 1986, isto é, depois que os governos e empresas se tornaram cientes do aumento da liberação de GEEs proveniente da queima de combustíveis fósseis, e de que estes GEEs ajudam a potencializar as mudanças climáticas. O estudo indica também que as 90 companhias da lista produziram as emissões entre 1854 e 2010, somando cerca de 914 gigatoneladas de emissões de CO2, ou 63% das emissões globais cumulativas de dióxido de carbono industrial e metano. Foram 315 gigatoneladas produzidas pelas empresas privadas, 288 pelas estatais e 312 pelas governamentais. Além disso, 30% de toda a liberação de CO2 foi produzida por apenas 20 das maiores poluidoras. Os dados mostram que as firmas governamentais de petróleo e carvão na ex-União Soviética produziram mais emissões de gases do efeito estufa do que as de qualquer outro país, com 8,9%. Em segundo lugar vêm as empresas governamentais da China, com 8,6% da liberação. Já a Chevron foi a maior emissora no quesito de companhias privadas, com 3,5% da liberação de GEEs, seguida pela Exxon, com 3,2%, e pela BP, com 2,5%. Os dados de emissões históricas foram coletados do

Centro de Informação e Análise de Dióxido de Carbono, que leva em conta a liberação de CO2 de toda a cadeia de suprimentos. Naomi Oreskes, professora de história da ciência de Harvard, comentou que é interessante notar que muitos dois maiores emissores pertencem a movimentos de ceticismo climático. “Para mim, uma das coisas mais interessantes para se pensar é coincidência entre produtores de grande escala e o financiamento de campanhas de desinformação, e como isso tem atrasado a ação”. Especialistas acreditam que as descobertas são importantes para identificar de que países vêm as emissões. “Parece que talvez isso possa acabar om o impasse. Há todos os tipos de países que produziram uma grande quantidade de emissões históricas que normalmente não falamos. Normalmente não falamos do México ou Polônia ou Venezuela. Então não é apenas rico versus pobre, é também produtores versus consumidores, e rico em recursos versus pobre em recursos”, acrescentou Oreskes. * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil(http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mudancas_climaticas1/noticia=735762). Fonte: CarbonoBrasil/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/menos-de-100-empresas-responderiam-por-66-das-emissoes/)

21/11/2013 Níveis de óxido nitroso na atmosfera podem dobrar n este século, diz ONU Gás é o mais importante a esgotar camada de ozônio, dizem cientistas. Reunião da ONU na Polônia tenta debater futuro das emissões de gases. da France Presse

N2O é o terceiro gás de efeito estufa mais poderoso emitido na atmosfera terrestre, segundo o Pnuma

Foto: Michel Gunther/Biosphoto/Arquivo AFP Fonte:

http://s2.glbimg.com/To2xqlTRgU3jBnS_EpBayNspTT8=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/11/21/camada.jpg A quantidade de óxido nitroso (gás que atinge a camada de ozônio e aumenta o aquecimento global) liberado na atmosfera pode mais que dobrar em meados do século 21, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira (21). "Precisamos de todos os esforços disponíveis para combater as elevações sérias e significativas de níveis de N2O [óxido nitroso] na atmosfera", destacou o diretor do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, em um informe divulgado durante a 19ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-19), realizada em Varsóvia, na Polônia, até esta sexta-feira (22). Segundo o Pnuma, análises de cientistas de 35 organizações revelaram que o N2O é atualmente o gás mais importante a esgotar o ozônio e o terceiro mais poderoso gás de efeito estufa emitido na atmosfera. Se a atual tendência se mantiver, as concentrações de N2O aumentarão 83% até 2050, em comparação com os níveis de 2005, afirmaram especialistas. O N2O existe naturalmente na atmosfera, mas em quantidades mínimas, liberadas como parte da troca de nitrogênio entre a terra e o ar. Os níveis desse gás, porém, aumentaram muito nas últimas décadas, impulsionados principalmente por fertilizantes nitrogenados produzidos industrialmente, pela poluição do transporte rodoviário e pelas emissões da indústria química.

O óxido nitroso causa danos às moléculas de ozônio na atmosfera, que ajudam a proteger a Terra contra a nociva radiação ultravioleta do Sol. Essa substância não foi incluída no Protocolo de Montreal, de 1987, firmado para banir uma série de compostos químicos nocivos à camada de ozônio. O N2O também é um poderoso gás causador do efeito estufa, sendo mais de 300 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2) em aprisionar o calor solar. Uma molécula permanece na atmosfera por cerca de 120 anos, até se degradar. Uma vez que a agricultura responde por dois terços das emissões de NO2, há muito potencial para reduzi-las, por meio do uso mais eficiente de fertilizantes, destacou o Pnuma. Segundo o informe, a adoção de uma dieta pobre em carne também ajudaria, uma vez que a produção de proteína animal conduz a emissões mais elevadas de NO2. Essa e outras medidas poderiam resultar na economia de 800 milhões de toneladas de CO2 equivalente em emissões de gases estufa até 2020. De acordo com o Pnuma, essa quantidade corresponde a cerca de 8% da "lacuna de emissões", ou seja, o abismo de emissões de gás carbônico que precisa ser reduzido para atender à meta da ONU de limitar o aquecimento da Terra a 2°C, com base nos níveis pré -industriais. Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/niveis-de-oxido-nitroso-na-atmosfera-podem-dobrar-neste-seculo-diz-onu.html)

22/11/2013 Na conferência do clima, Recife quer dar exemplo de como cortar emissões de CO 2 Único município brasileiro na reunião da ONU em Varsóvia, Recife é uma das cidades mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas no mundo. Capital pernambucana investe em sistema de transporte público e fluvial.

Fonte: http://www.dw.de/image/0,,16865297_303,00.jpg

Recife precisa convencer seus moradores a deixar o carro em casa e usar o transporte público. Só com essa troca de comportamento é que a cidade vai conseguir diminuir suas emissões de dióxido de carbono, já que o transporte é a principal fonte de poluição do local, segundo afirma o prefeito Geraldo Julio. Mais do que uma meta municipal, o corte de emissões faz parte de um compromisso que Recife assumiu com a comunidade internacional: ela é uma das oito cidades selecionadas no mundo para integrar o projeto Urban-LEDs, financiado pela Comissão Europeia, órgão executivo da UE. O objetivo é promover a transição de cidades de países emergentes para um modelo de desenvolvimento urbano com baixas emissões de gases poluentes, para amenizar o impacto das mudanças climáticas nesses locais. A iniciativa levou Geraldo Julio à Conferência do Clima, em Varsóvia: "Recife poderá servir como exemplo para outras cidades", disse em entrevista à DW Brasil. Desde 2012, a capital de Pernambuco é membro do Iclei, ou Governos Locais pela Sustentabilidade. A associação internacional de governos locais que assumiram um compromisso com o desenvolvimento sustentável escolheu Recife e Fortaleza como cidades-modelo no Brasil para implantar o projeto Urban-LEDs, que tem apoio da ONU- Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos). O trabalho em Recife acabou de começar – a capital está fazendo um inventário de emissões de CO2, que deve ser finalizado em março de 2014. O próximo passo será criar um plano para cortar a poluição oriunda do transporte. Segundo o prefeito Geraldo Julio, a frota da cidade ultrapassa 600 mil veículos, o meio de transporte preferido dos 1,5 milhão de habitantes da capital pernambucana. Leia abaixo a íntegra da entrevista. DW Brasil: Por que Recife decidiu se voltar ao tema da sustent abilidade e redução das emissões? Geraldo Julio: Recife é uma das vinte cidades mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas no mundo, segundo dados do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas). É uma cidade litorânea e, com o aumento do nível do mar, a cidade teria uma grande parte do seu território antigida. Foi daí que surgiu a preocupação.

Além disso, a gente tem uma necessidade muito grande de criar no Recife ações inovadoras e diferenciais globais. A cidade vive praticamente da prestação de serviço, nós temos um polo tecnológico importante e estamos cercados de indústrias multinacionais que se instalaram em Pernambuco nos últimos cinco, dez anos. Precisamos estar muito desenvolvidos em termos de prestação de serviços, tecnologia e inovação. O tema da sustentabilidade é muito ligado à inovação. Nós temos todo o interesse de criar diferenciais globais nesse aspecto. Fazendo isso, a gente torna Recife conhecida – e com um tema importante. Isso para nós é crucial. O inventário só vai ficar pronto em março. Mas a ci dade já começou a agir para cortas as emissões de CO2? Estamos fazendo as ações tradicionais para reduzir as emissões. No transporte público, vamos priorizar a mobilidade urbana – o pedestre, sobretudo – e depois o transporte coletivo. A gente está construindo corredores de BRT (Bus Rapid Transit) na cidade, junto com o governo do estado, para que Recife tenha um transporte público de mais qualidade e para que as pessoas abandonem o transporte individual e adotem o coletivo. Isso vai reduzir as emissões. A partir do próximo ano, vai começar a funcionar na cidade vai ganhar um corredor de transporte a partir da navegabilidade do rio Capibaribe. É um transporte bastante eficiente do ponto de vista da redução do consumo de energia, já que os barcos terão capacidade de carregar bastante gente. A ideia é oferecer um transporte mais confortável, com mais qualidade, que a pessoa não precise enfrentar o trânsito, para que as pessoas saiam do carro. Estamos fazendo um trabalho no lixão da cidade, que recebeu os resíduos de Recife durante décadas. Ele está desativado, mas continua emitindo resíduos, que estamos tratando. Os ônibus que irão circular no BRT serã movidos a q ual combustível? Serão movidos a diesel. Mas esse é só o primeiro passo. Em seguida, a gente quer implantar ônibus movidos a eletricidade. No Brasil, isso é uma grande vantagem, já que temos fontes limpas na geração de eletricidade. No primeiro momento, os ônibus serão a diesel, infelizmente. Quais são os setores que mais poluem a cidade de Re cife? A principal fonte é o transporte. Recife é uma cidade territorialmente pequena e a indústria está concentrada na região metropolitana, fora de Recife. A cidade só representa um terço dessa região metropolitana. A gente sofre uma pressão muito grande dessa região e, por isso, a questão do transporte é muito sofrida e a principal fonte de emissão. A gente não tem indústria dentro de Recife com essa capacidade de geração de emissões. O transporte individual é o maior problema. No Brasil, houve um investimento e incentivo muito forte para o transporte individual, e todas as metrópoles brasileiras estão carregadas de automóveis e só agora que se iniciam os investimentos para o transporte público. Qual a receptividade da população? As pessoas també m querem esse desenvolvimento sustentável? É um tema ainda muito distante das pessoas. Precisamos trabalhar muito ainda, convencer o recifense. Estamos fazendo campanhas de educação ambiental e trabalhando principalmente o tema dos resíduos sólidos. Esse é o ponto de partida. O próximo passo é fazer uma campanha para diminuir as emissões. Hoje, a principal dificuldade é a educação ambiental. Isso está muito longe de virar um tema que seja visto pelas pessoas como um dos causadores da má qualidade de vida nos centros urbanos. Todo centro urbano hoje em dia está com uma vida muito carregada, apertada, insustentável. Acho, inclusive, que a sustentabilidade virou uma pauta global quando alcançou os centros urbanos. Porque, antes, quando se falava em sustentabilidade, pensava-se no desmatamento, que é lá longe da gente, uma seca lá longe, desertificação longe dos centros urbanos. As pessoas não discutiam isso com tanta força. No Recife, precisamos fazer a população entender qual o papel dela para que a cidade se torne mais sustentável. Precisamos mudar o nosso comportamento. Além do transporte, quais outras áreas precisam de melhorias para que Recife fique mais sustentável?

Temos um problema e uma oportunidade na área dos resíduos sólidos. A gente tem como formar uma cadeia muito eficiente, com inclusão social e aumento da reciclagem e reutilização de materiais. Recife poderia influenciar toda a região metropolitana na qual está inserida a criar uma cadeia eficiente. Hoje a gente só recicla 2% dos resíduos da cidade. É muito pouco. Além disso, o Recife pode sair na frente de muitas outras cidades na questão da iluminação pública. A tecnologia dos LEDs é disponível no mundo, mas ainda não existem cidades que tenham avançado para um percentual muito alto de iluminação pública com essas lâmpadas. Nós temos a oportunidade de fazer isso. Quem sabe a gente saia na frente. O senhor está satisfeito com as negociações dessa C onferência do Clima aí em Varsóvia? Eu esperava que nessa COP a gente pudesse avançar para um reconhecimento mais forte da importância dos governos locais nesse enfrentamento das mudanças climáticas. Acho que é o governo local que vive com a população as consequências, os impactos das mudanças climáticas. E é o governo local que tem capacidade de realizar políticas públicas na questão urbana, ou seja, a gente tem condições de pactuar metas ambiciosas com governos locais, monitorar a execução dessas metas e entregar resultados mais rapidamente. Com isso, a gente pode gerar bons exemplos que sirvam de modelo para outras cidades no mundo inteiro. Os municípios não vão ter dinheiro e tecnologia suficientes para fazer isso sozinhos. Os organismos internacionais e governos nacionais precisam apoiar os municípios para que eles possam realizar essas políticas – seja com recursos financeiros, com pesquisa ou com tecnologia. E isso não significa substituir a responsabilidade dos governos nacionais pelos locais, mas complementar. Fonte: DW > Notícias > Meio Ambiente(http://www.dw.de/na-confer%C3%AAncia-do-clima-recife-quer-dar-exemplo-de-como-cortar-emiss%C3%B5es-de-co2/a-17245418)

25/11/2013 Primeiro polo de reciclagem de lixo do país é inaug urado no Rio por Redação da Agência Brasil

Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/shutterstock_reciclagem.jpg

Rio de Janeiro – Catadores do antigo lixão de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, tem à disposição o primeiro polo de reciclagem de lixo do Brasil. O local foi inaugurado na última sexta-feira (22). Na primeira etapa do projeto, cerca de 140 catadores terão à disposição dois galpões voltados para o recebimento, triagem, enfardamento e estocagem de resíduos para venda. Ao final desta fase, prevista para o fim deste ano, a Secretaria Estadual do Ambiente vai entregar os projetos executivos do polo aos parceiros financiadores. Os relatórios vão conter os respectivos custos previstos, que indicarão a construção de mais seis galpões. Com isso, o espaço onde funcionava o lixão terá, no total, oito galpões com maquinário, duas unidades de processamento de resíduos, além de um centro administrativo para cursos de qualificação profissional e uma creche. A ideia é absorver 400 ex-catadores, promovendo a inclusão sócioprodutiva. De acordo com ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que esteve na inauguração, o Rio é um símbolo que vai inspirar outros estados a iniciarem projetos direcionados para ações sustentáveis. “Nós encontramos uma forma adequada e fecunda que deu certo, juntando a capacidade de organização e luta dos catadores pela cidadania, com o apoio de entidades sociais e a sensibilidade dos governos municipal e estadual, que estimularam a criação desse projeto. Gente que era tida como à margem da sociedade consegue com essa luta dar um salto que reafirma sua condição humana e se tornam agentes econômicos importantes”, disse Carvalho. O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse que a intenção do governo é ampliar a iniciativa de reciclagem. “Nós estamos em contato com a UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro] para que eles possam nos apoiar nessa iniciativa, nos dando resíduos para que os catadores aqui possam reciclá-lo”. Segundo ele, o governo pretende implantar uma medida para que as cooperativas não esperem meses para conseguir tirar uma licença ambiental. Também haverá um trabalho de conscientização das grandes empresas. Situado às margens da Baia de Guanabara, em Duque de Caxias, o Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, criado em 1976, era o maior lixão a céu aberto da América Latina, e recebia diariamente cerca de 11 mil toneladas de resíduos vindos do município do Rio. A atividade de catação no local, que chegou a recuperar mais de 200 toneladas por dia de resíduos recicláveis e reaproveitáveis, movimenta, no seu entorno, uma economia que dava sustento a mais de 15 mil pessoas. Com o fechamento do aterro, em 2012, os catadores organizados em cooperativa e em uma associação, assumiram a responsabilidade de dar continuidade na atividade de catação e propuseram ao governo federal e estadual a criação do polo. O lixo da capital que era levado para Gramacho passou a ser transportado para a Central de Tratamento de Resíduos do Município de Seropédica. Em parceria com a Petrobras, com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social e a Fundação Banco do Brasil, o polo de reciclagem de Gramacho conta com investimento de R$ 12 milhões. A Refinaria Duque de Caxias (Reduc) está disponibilizando resíduos sólidos para que os catadores possam desenvolver os trabalhos iniciais.

* Edição: Lana Cristina. ** Publicado originalmente no site Agência Brasil(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-11-22/primeiro-polo-de-reciclagem-de-lixo-do-pais-e-inaugurado-no-rio). Fonte: Agência Brasil/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/primeiro-polo-de-reciclagem-de-lixo-pais-e-inaugurado-rio/)

25/11/2013

Biocombustíveis enfrentam desafios para expansão

Para atender a uma maior demanda mundial por bioenergia, o setor de biocombustíveis terá de superar desafios de diversas ordens

Elton Alisson, da

Usina de biocombustíveis: a IEA prevê que, em 2030, biocombustíveis contribuirão com 4% a 10% no total da energia

utilizada para transporte rodoviário no planeta Fonte: http://exame0.abrilm.com.br/assets/images/2011/9/38419/size_590_tereos.jpg?1315578709

A necessidade de aumentar a produção e distribuição de energia no mundo somada à recente resolução de diversos países, como os Estados Unidos, de aumentar a utilização de combustíveis renováveis até 2021 deverão impulsionar globalmente a expansão da indústria de biocombustíveis nos próximos anos. Para atender a uma maior demanda mundial por bioenergia, contudo, o setor terá de superar desafios de diversas ordens. Entre eles, aumentar o cultivo de culturas agrícolas utilizadas para obter biocombustíveis, sem afetar a produção de alimentos; adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas globais na agricultura; e competir em condições desiguais com os combustíveis fósseis – que hoje são fortemente subsidiados em inúmeros países, incluindo no Brasil. As observações foram feitas por pesquisadores participantes do “Workshop Bioenergia e Sustentabilidade: a perspectiva da indústria”, realizado no dia 18 de novembro, na FAPESP. O encontro foi preparatório para o Processo Rápido de Avaliação (Rapid Assessment Process) sobre biocombustíveis e sustentabilidade que pesquisadores dos Programas FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA) e sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) realizarão, no início de dezembro,

na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, na França. A avaliação – realizada a convite da Secretaria do Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope) da Unesco – deverá resultar em um “Resumo de políticas” contendo uma série de recomendações da academia, indústrias, instituições governamentais e não governamentais (ONGs) para apoiar a tomada de decisões relacionadas a biocombustíveis e sustentabilidade por parte de empresas, governos e instituições internacionais associados à Organização das Nações Unidas (ONU). “O objetivo do trabalho de avaliação é, tendo em vista que a produção de bioenergia está se expandindo no mundo, contribuir com recomendações para políticas públicas que possam estimular a produção de biocombustíveis e eliminar algumas barreiras ao avanço dessa indústria globalmente”, disse Glaucia Mendes Souza, professora do Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP) e membro da coordenação do BIOEN, na abertura do evento. O estudo contará com a participação de 95 especialistas da área de biocombustíveis, provenientes de 56 instituições de pesquisa de 19 países, e deverá ser publicado na forma de um livro eletrônico (e-book) previsto para ser lançado em outubro de 2014. Os principais resultados também serão publicados em uma edição especial do Journal Environmental Development e anunciados na abertura da 2nd BBEST – Conferência Brasileira de Ciência e Tecnologia em Bioenergia (Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference), prevista para ocorrer em outubro de 2014 em Campos do Jordão. “A síntese do conhecimento sobre biocombustíveis e sustentabilidade que produziremos não será simplesmente uma revisão da literatura científica ou um tutorial sobre o tema”, afirmou Souza. “Pretendemos avançar na discussão por meio da abordagem de questões transversais relacionadas à produção de biocombustíveis, como segurança alimentar, energética, ambiental e climática e desenvolvimento sustentável e inovação”, contou. Demanda de energia De acordo com dados apresentados por pesquisadores participantes do encontro, obtidos da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), a demanda por energia no mundo deverá dobrar nas próximas décadas, passando dos atuais 500 hexajoules (hj) para mil hexajoules em 2050. A produção de óleo e gás, no entanto – que representam 60% da energia primária mundial –, deverá cair no mesmo período, tendo em vista que está diminuindo o número de reservas de petróleo e, em contrapartida, aumentam os custos para prospecção e extração de óleo e gás de novos campos petrolíferos, aponta o órgão. Em razão desse cenário e com a finalidade de atender ao aumento da demanda mundial por energia, a IEA prevê que, em 2030, os biocombustíveis contribuirão com 4% a 10% – dependendo da introdução do etanol de segunda geração – no total da energia utilizada para transporte rodoviário no planeta. Para isso, será necessário utilizar entre 3,8% e 4,5% da terra arável disponível mundialmente para o cultivo de culturas agrícolas destinadas à produção de biocombustíveis, contra 1% do total de terra usada hoje no mundo para essa finalidade. Essa expansão da produção de biocombustíveis, no entanto, não deverá competir com a de alimentos, cuja demanda mundial também aumentará nos próximos 40 anos, estimam os pesquisadores. “Esses números [referentes ao potencial de participação dos biocombustíveis na matriz energética mundial] ainda estão sendo discutidos, mas estamos caminhando para um consenso de que a disponibilidade de terra arável para cultivo de culturas agrícolas voltadas à produção de biocombustíveis não será um problema”, disse Souza. Desde 2007, a produção de biocombustíveis no mundo aumentou 109%, apontaram pesquisadores participantes do evento. As projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) também indicam que, nos próximos anos, a

produção de bioetanol e biodiesel no mundo deverá aumentar 60%, saltando do atual patamar de 149 bilhões de litros para 222 bilhões de litros em 2021. Uma das razões para esse aumento de produção, de acordo com especialistas na área, é a decisão de cerca de 41 países, anunciada nos últimos anos, de aumentar por meio de projetos de lei a utilização de etanol em suas frotas de veículos até 2021. Os Estados Unidos, lembrou Goldemberg, estipularam que, em 2021 deverão consumir 79,8 bilhões de litros de etanol a mais do que o total de 67 bilhões de litros do combustível que obtêm do milho e utilizam hoje. A legislação norte-americana estabeleceu, porém, que essa cota excedente deverá ser de biocombustíveis de segunda geração, produzidos no próprio país, ele completou. Mas especialistas na área acham que essa meta será difícil de ser atingida em razão das dificuldades industriais enfrentadas atualmente para produzir esse tipo de bioenergia obtida não apenas da sacarose presente no colmo da cana-de-açúcar – como a do bioetanol de primeira geração, por exemplo –, como também do açúcar presente nas paredes celulares do bagaço, das folhas e de outros resíduos da planta. “Se essa legislação não for mudada, os Estados Unidos terão de importar esse etanol excedente de algum outro país produtor, proporcionando uma oportunidade interessante para o Brasil”, disse José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, durante o evento. Segundo Goldemberg, no caso do Brasil, estima-se que o país também consumirá 24,2 bilhões de litros a mais de etanol obtido da cana-de-açúcar em 2021 do que o total de 37,4 bilhões de litros do biocombustível que utiliza hoje. Outros países também estabeleceram a meta de que, até 2021, no mínimo 10% do total de combustíveis que usam deverá ser proveniente de combustíveis renováveis, o que corresponderá a uma produção adicional de mais 34,8 bilhões de litros de etanol. Somadas, essas produções adicionais de etanol para abastecer os Estados Unidos, Brasil e outros países que definiram políticas para aumentar a utilização de biocombustíveis totalizarão 138 bilhões de litros de etanol em 2021, calculou Goldemberg. Se esse volume de etanol fosse obtido da cana-de-açúcar, seriam necessários 25 milhões de hectares de terra para cultivar a cultura agrícola, estimou o pesquisador. “Há vários estudos de autoria de pesquisadores brasileiros apontando que é possível encontrar dentro do Brasil essa quantidade de terra, sobretudo por conta da melhoria da eficiência da pecuária brasileira, que é extremamente ineficiente [em termos de uso da terra para pastagem]’, afirmou Goldemberg. “O gado brasileiro é o que vive mais confortavelmente em todo o mundo, porque tem cerca de um hectare de área de pastagem”, avaliou. Condições adversas Algumas das principais ameaças à expansão da produção de biocombustíveis no mundo estão relacionadas a mudanças do clima e à falta de políticas públicas estáveis, que valorizem e diferenciem esses combustíveis renováveis e que promovam seu adequado desenvolvimento no mundo, apontaram pesquisadores participantes do evento. No que se refere ao clima, o aumento lento e gradual da temperatura e as alterações no padrão de chuva, já observados em diferentes regiões do mundo, deverão afetar culturas agrícolas utilizadas para produção de biocombustíveis, como a própria cana-de-açúcar, além do milho, da soja, da colza, da beterraba e do girassol, alertam estudos publicados recentemente por pesquisadores de instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “As áreas de cultivo dessas culturas agrícolas devem diminuir porque a rapidez com que as mudanças climáticas estão ocorrendo é maior do que o tempo que essas espécies e os sistemas socioeconômicos de produção precisariam para fazer uma transição para um padrão de clima diferente do que têm hoje”, disse Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), também presente no workshop.

“Algumas dessas culturas agrícolas são mais sensíveis do que outras e o Brasil tem de estar atento para essa questão que representa uma grande contingência agropecuária”, afirmou. Já a falta de transparência na formação de preços dos combustíveis no mercado mundial e de políticas públicas afetam a sustentabilidade financeira do setor mundial de biocombustíveis, apontaram especialistas. Segundo dados apresentados por Luiz Augusto Horta Nogueira, professor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), os combustíveis fósseis recebem subsídios governamentais da ordem de US$ 440 bilhões por ano em todo o mundo. Em contrapartida, os investimentos globais de suporte financeiro aos combustíveis de fonte renovável hoje são da ordem de US$ 100 milhões por ano. “O etanol da cana-de-açúcar apresenta uma série de indicadores de sustentabilidade ambiental e se for comercializado em um mercado minimamente justo, com regras claras de formação de preços dos combustíveis, também apresenta sustentabilidade financeira”, disse Nogueira. “Mas não dá para esperar que ele compita com um combustível fóssil, como a gasolina, que recebe subsídios dessa ordem de grandeza”, avaliou. Fonte: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/energia/noticias/biocombustiveis-enfrentam-desafios-para-expansao?page=1

25/11/2013

Prefeitura diz ser necessário mudar hábitos na prod ução de lixo

Audiência pública na capital debateu a política de resíduos sólidos. Encontro reuniu representantes de Macapá e Santana.

Abinoan Santiago Do G1 AP

Audiência pública sobre resíduos sólidos (Foto: Abinoan Santiago/G1)

Fonte: http://s2.glbimg.com/ruDJYc66SOd6kT4fpcaxAGJ8PAg=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/11/25/dsc0586.jpg

Mesmo Macapá seguindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - que determina aos municípios transformarem as lixeiras a céu aberto em aterros sanitários -, ainda é necessário reeducar a população para produção consciente de resíduos sólidos na capital, segundo afirmou o secretário municipal de Manutenção Urbanística José Mont'alverne, em audiência pública ocorrida nesta segunda-feira (25) em Macapá. "O plano nacional atribuiu responsabilidades não só aos municípios, mas a todos. Não adianta termos uma política perfeita, se não mudarmos a mentalidade da produção de lixo. Vamos acabar em um momento que não teremos mais lugar para colocar esses resíduos recolhidos na cidade. As pessoas não devem produzir o lixo e colocá-lo na rua para o município resolver. Temos que selecionar os resíduos para dar uma destinação correta", disse Mont'alverne. Atualmente Macapá possui um aterro sanitário dentro dos padrões ambientais exigidos no PNRS. "Já temos um local dentro dos padrões exigidos por lei. O que devemos fazer é implantar uma política de redução na produção dos resíduos sólidos para não esgotar a capacidade das cidades", reforçou Mont'alverne.

Coleta de lixo na capital é deficiente (Foto: Abinoan Santiago/G1)

Fonte: http://s2.glbimg.com/FVex_hQP4W_Q739yqsiCC7NRSeg=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/07/01/dsc0315.jpg

O encontro reuniu representantes da capital e de Santana, a segunda maior cidade do Amapá. O município chegou a anunciar que para se adequar a PNRS, a lixeira pública de Santana será desativada em janeiro de

2014 e os resíduos coletados na cidade passarão a ser despejados em Macapá até que seja criado o próprio aterro controlado. Em caso de descumprimento do PNRS, o município fica impedido de receber verbas da União para serem usadas em políticas de resíduos sólidos. Segundo a secretaria de Manutenção Urbanística, a contrapartida de Macapá e Santana ainda está "nos gabinetes" dos gestores dos referidos municípios. "Macapá possui aterro sanitário, diferente de Santana, que não possui. Agora temos que verificar o que vai ser tratado dentro desse consórcio entre os dois municípios porque existe o prazo até agosto de 2014 para os municípios se adequarem ao PNRS", disse o vereador André Lima, que propôs a audiência pública. Fonte: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2013/11/prefeitura-diz-ser-necessario-mudar-habitos-na-producao-de-lixo.html

25/11/2013

Unicamp inaugura laboratório para pesquisa de bioco mbustíveis

Foram investidos R$ 7,9 milhões na nova estrutura da universidade. Valor foi pago pela Shell, por meio da Lei do Petróleo.

Do G1 Campinas e Região

Novo laboratório para pesquisa de biomassa da Unicamp (Foto: Leandro Filippi / G1)

Fonte: http://s2.glbimg.com/QIYcKe-Nj26_Y6uLUaUmJyCVYms=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/11/25/2013-11-25_15.52.52.jpg

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) inaugurou, nesta segunda-feira (25), um novo laboratório dedicado à pesquisa de biomassa. Para a estrutura, a Shell pagou R$ 7,9 milhões por meio da Lei do Petróleo, que determina o investimento em pesquisa no país de 1% do faturamento das empresas exploradoras. Durante a inauguração, o diretor de Coordenação de Upstream da Shell, Carlos Montagna, afirmou que o etanol de segunda geração é “fundamental” para garantir a competitividade do setor sucroalcooleiro nacional. No novo laboratório será possível avançar em pesquisas relacionadas ao “novo” combustível, feito com o bagaço e a palha da cana-de-açúcar. 'Extrapolar fronteiras' “O etanol pode extrapolar as fronteiras, e só através da pesquisa, da inovação e do investimento em infraestrutura é que nós vamos poder quebrar essas barreiras”, afirmou Montagna. O laboratório tem 1.300 m2 de área construída e, segundo uma das idealizadoras do projeto, Maria Aparecida Silva, a estrutura pode servir também para outras áreas que precisem fazer caracterização de sólidos.

Universidade recebeu novos equipamento para pesquisa (Foto: Leandro Filippi / G1)

Fonte: http://s2.glbimg.com/KdTb_HyCnDO05iNa-I7OuIkWcg8=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/11/25/lab-unicamp.jpg

De acordo Maria Aparecida, o etanol de segunda geração já é feito em laboratório na Unicamp e o processo de produção utilizado na pesquisa foi patenteado. Para montar o parque tecnológico, foram adquiridos novos equipamentos e utilizados outros que já operavam na universidade. A unidade, vinculada à Faculdade de Engenharia Química (FEQ), prestará serviços de análises a pesquisadores e clientes externos. Ensino Na avaliação do reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, o novo laboratório é importante para os alunos se “anteciparem” ao futuro. “O Brasil não pode perder a ponta do conhecimento em biocombustível”, disse. De acordo com a universidade, os novos equipamentos começam a funcionar em março do ano que vem, pois há a necessidade de treinar os técnicos que farão a operação. Fonte: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2013/11/unicamp-inaugura-laboratorio-para-pesquisa-de-biocombustiveis.html

25/11/2013 Tratamento de esgoto está entre principais problema s Segundo diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas, falta de tratamento de esgoto é um dos principais problemas hídricos do país por Mariana Jungmann, da Agência Brasil(http://agenciabrasil.ebc.com.br/)

Estação de tratamento de esgoto: 11% da água consumida no Brasil têm qualidade regular, 6% são de qualidade ruim e 1% de péssima qualidade

Foto: Divulgação Fonte: http://exame1.abrilm.com.br/assets/images/2011/11/43121/size_590_tratamento-de-

esgoto.jpg?1320434702 Brasília – O diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Lopes Varella Neto, admitiu hoje (25) que a falta de tratamento de esgoto (http://www.exame.com.br/topicos/esgoto) é um dos principais problemas do Brasil no que se refere ao acesso aos recursos hídricos no país. Varella Neto participou de debate sobre o assunto na Comissão de Infraestrutura do Senado e disse que quase 40% da população ainda não têm acesso a coleta e tratamento de esgoto, o que traz problemas não só de saúde pública como também de contaminação da água que é consumida. O diretor da ANA apontou dados que mostram que 11% da água consumida no Brasil têm qualidade regular, 6% são de qualidade ruim e 1% de péssima qualidade, sendo que os locais onde a qualidade melhorou são os que tiveram investimentos na rede de esgoto. Para o presidente do Instituto Internacional de Ecologia de São Carlos, José Galizia Tundisi, que participou da audiência com Varella, a falta de investimentos em coleta e tratamento de esgoto se traduz em empecilho para o desenvolvimento do país. Ele alertou para a necessidade de as autoridades promoverem obras e educação da população como forma, inclusive, de prevenir problemas de saúde pública como a diarreia, que mata mais as crianças. “Educação e mobilização da população sobre saneamento são imprescindíveis”, disse Tundisi.

Apesar disso, Varela Neto apontou que 90% da população têm acesso à água encanada e um dos maiores problemas na gestão dos recursos hídricos do país é abastecer a agricultura. Em 2010, 72% da água consumida foram destinadas à produção agrícola, cuja área deverá aumentar até seis vezes nas próximas décadas. Os dados foram retirados do Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos elaborado pela ANA e do Atlas do Abastecimento Urbano de Água. A audiência foi o terceiro painel do sexto ciclo de debates, Água: Gerenciamento e Utilização, promovido pela Comissão de Infraestrutura. Fonte: EXAME.COM > Notícias > Meio Ambiente e Energia > Água(http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/tratamento-de-esgoto-esta-entre-principais-problemas)

26/11/2013 EUA emitem mais metano do que dizem dados oficiais, sugere estudo Pesquisa aponta que agência do governo pode ter subestimado emissões. Metano é o 2º mais importante gás de efeito estufa, atrás do CO2. da France Presse

Emissões provenientes de usina de carvão instalada em La Cygne, nos Estados Unidos

Foto: Arquivo/Charlie Riedel/AP Fonte: http://s2.glbimg.com/EzuTgVUDW7HGzIp6wauZxlify-

0=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/06/25/emissao.jpg As emissões de metano nos Estados Unidos, um poderoso gás de efeito estufa e mais nocivo que o próprio CO2, poderiam ser significativamente maiores do que o indicado em estimativas da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), segundo um novo estudo publicado nesta segunda (26). O estudo revelou que os números da EPA poderiam ter sido subestimados em até 50% com relação à real quantidade de gás produzida pelo país. A discrepância mais impactante, segundo os cientistas, foi detectada na região sul-central dos Estados Unidos, produtora de petróleo, onde os resultados foram quase três vezes superiores às estimativas da EPA. "Será importante resolver esta discrepância de forma a compreender completamente o impacto das indústrias nas emissões de metano", afirmou o principal autor do estudo, Scot Miller, doutorando da Universidade de Harvard. Metodologia diferente O metano é um gás emitido pelo gado, por lixões, mineração de carvão e pela produção e distribuição de gás natural, entre outras atividades naturais e antropogênicas, explicaram os autores. Segundo eles, acredita-se que as atividades humanas contribuam com cerca de 60% do total das emissões. Os cientistas explicaram que seus números diferem dos oficiais porque usaram uma metologia diferente.

Para os cientistas, a EPA usa uma abordagem "de baixo para cima", que multiplica as quantidades tipicamente emitidas, por exemplo, por cada vaca, unidade de carvão ou unidade de gás natural vendida. Mas neste estudo, os cientistas usaram uma abordagem inversa, "de cima para baixo", calculando quanto metano está presente agora na atmosfera, rastreando, a seguir, suas fontes usando análise meteorológica e estatística. "Quando nós medimos o gás metano em nível atmosférico, estamos vendo o efeito cumulativo de emissões que estão ocorrendo na superfície de uma região muito vasta", explicou Steven Wofsy, professor de Harvard e co-autor do estudo, publicado na revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA, a "PNAS". "Isto inclui as fontes que formavam parte dos inventários de baixo para cima, mas talvez também coisas que não pensavam em medir", explicou. Dados atuais serão examinados Na análise, os cientistas usaram dados observados entre 2007-2008, quando os Estados Unidos aumentaram intensamente sua produção de gás natural, e os compararam com números da EPA no mesmo período. Eles pretendem repetir a análise usando dados atuais. O metano é o segundo mais importante gás de efeito estufa, atrás do dióxido de carbono, aprisionando 70 vezes mais calor do que o CO2 na atmosfera, onde permanece por apenas 10 anos contra os 100 de permanência do CO2. Os cientistas também incluíram pesquisadores da Universidade de Michigan, do Laboratório de Pesquisas de Sistema Terrestre da NOAA, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley de Pesquisa Ambiental e Atmosférica, da Centro de Pesquisas conjuntas da Comissão Europeia na Itália e da Universidade do Colorado em Boulder. Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/eua-emitem-mais-metano-do-que-dizem-dados-oficiais-sugere-estudo.html)

27/11/2013 Para o bem ou para o mal: gás de xisto na África do Sul rústica por Gavi du Venage, da IPS

Os tranquilos povoados de Karoo poderão mudar para sempre com a exploração de gás de xisto.

Foto: Gavin du Venage/IPS Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/KarooFarm-629x417.jpg

Karoo, África do Sul, 27/11/2013 – Para um transeunte casual, Petrus Kabaliso e sua mulher Cynthia oferecem uma imagem pitoresca, sentados com desajeitado guarda-chuva sobre suas cabeças e debaixo da sombra de uma palmeira no deserto de Karoo, na Província Setentrional do Cabo, na África do Sul. “Está muito difícil viver aqui”, disse à IPS Petrus, de 59 anos. “Procuramos metal velho, e às vezes os caminhões que param aqui deixam garrafas no lixo. Podemos trocar isso por dinheiro e comprar pap (mingau de milho) e açúcar”, contou. Colesburgo é mais próspero do que muitos outros povoados da região. Os caminhões e automóveis que vão do campo para o litoral fazem escala nessa localidade. Os estabelecimentos que oferecem alojamento se multiplicam e anunciam vagas. Mas, como a maioria das localidades de Karoo, a mesma falta de perspectivas econômicas a mantém marginalizada dos projetos de desenvolvimento. Entretanto, tudo isso pode mudar. Há planos para explorar as potencialmente vastas reservas de gás de xisto mediante fratura hidráulica (fracking, em inglês). Segundo um estudo financiado pela consultoria Econometrix, encomendado pela multinacional Shell, há disponíveis mais de 480 trilhões de pés cúbicos de gás. Para se ter uma ideia do que esse número representa, basta lembrar que a Mossgas (refinaria de liquefação de gás na costa sul do país) cobriu 5% das necessidades de combustíveis do país nos últimos 20 anos usando apenas um bilhão de pés cúbicos, segundo sua empresa operadora, a PetroSA. De acordo com a Econometrix, para explorar apenas 10% do gás seriam criados 700 mil novos empregos. No entanto, esse plano desperta uma importante controvérsia, e grande parte do debate se centra em como poderia alterar o meio ambiente de Karoo, cerca de 400 mil quilômetros quadrados no centro da África do Sul que muitos acreditam deveria ser mantido sem explorar. “Será melhor para nós”, segundo Ricardo Josephs, operador de uma firma que vende combustível na localidade de Graaf Reinette, a duas horas de Colesburgo. “Se forem criados empregos, meus amigos e minha família poderão voltar. Todos aqui perdemos pessoas que mudaram para a Cidade do Cabo ou Johannesburgo para trabalhar. Nossa gente está dispersa e não regressa”, argumentou à IPS. Josephs admite que a industrialização de Karoo poderia mudar sua natureza. “Será um problema para os ricos, para os ricos agricultores. Eles não querem que isso mude. Mas, para mim, e para as pessoas das ruas, significará mais emprego e melhores rendas”, afirmou.

Cerca de 63% dos habitantes de Karoo vivem na pobreza, segundo o professor Anthony Leiman, economista ambiental da Universidade da Cidade do Cabo. “A descoberta de gás é como voltar a descobrir ouro. Mudará profundamente o futuro do país”, declarou à IPS, lembrando que esses grandes recursos inevitavelmente modificarão a vida no Karoo. Em Dakota do Norte, nos Estados Unidos, a descoberta de grandes reservas de gás transtornou drasticamente a vida de muitos pequenos povoados. Alguns viram sua população aumentar dez vezes com a chegada de trabalhadores do gás, o que também significou aumento de problemas sociais como abuso de drogas e prostituição. Até agora, grande parte das críticas se concentram na possível contaminação ambiental, particularmente na escassa água subterrânea de Karoo. A técnica de fratura hidráulica implica a injeção de milhares de litros de água e substâncias químicas sob grande pressão, através de fissuras de até vários quilômetros abaixo da terra. Isso quebra a rocha e permite que o gás nela contido se precipite e seja levado para um poço central e, em seguida, à superfície. Nos Estados Unidos, incidentes com poços mal preparados derivaram em contaminação subterrânea. Leiman minimiza essa ameaça. “A pobreza é um risco muito maior para o meio ambiente do que a fratura hidráulica”, opinou. Contudo, não é bem assim, responde o Grupo de Ação pelo Tesouro de Karoo (TKAG), principal organização de pressão contra a extração de gás de xisto. Essa organização alerta que vários efeitos de longo prazo, particularmente a contaminação da água, afetarão duramente os mais pobres. São necessários mais de 20 milhões de litros de água para cada poço de fracking, segundo a TKAG, o que levará as companhias de gás a competirem com os moradores por esse recurso já escasso. Outro grande tema, segundo críticos do projeto, é a possível contaminação da camada freática. A água injetada nos poços subterrâneos está misturada com produtos químicos que ajudam o processo. Isso, segundo os opositores do projeto, pode contaminar as reservas hídricas. Em outras partes do mundo a contaminação provocou doenças nos humanos e no gado, sobretudo pelas substâncias químicas BTEX, derivadas do petróleo e conhecidas por causar alterações endócrinas e câncer, segundo a TKAG. Em setembro, a ministra de Água e Assuntos Ambientais da África do Sul, Edna Molewa, disse que ofracking será uma “atividade controlada”, o que sugere que as empresas deverão solicitar uma licença a esse Ministério que, assim, procura controlar o uso da água na região. Entretanto, para os críticos isso não é suficiente. A TKAG também alerta que o fracking pode provocar grandes mudanças sociais. Jeannie le Roux, diretora de operações desse grupo de pressão, lembra os casos de severas perturbações sociais causadas por essa técnica em áreas dos Estados Unidos ricas em gás de xisto. Com ela concorda Leiman. “O impacto social do auge econômico em um povoado traz muitos problemas”, pontuou Roux à IPS. “E as vantagens que trazem não duram muito. A mineração é uma atividade de auge e queda. Quando termina o auge, a área fica com mão de obra excedente”, alertou Roux. Embora não haja dúvida de que serão gerados empregos, a ativista questiona os benefícios para as comunidades afetadas. “A história mostra que as riquezas da mineração raramente chegam aos cidadãos, e, quando os recursos acabam, todos partem, deixando um ambiente degradado no qual as comunidades locais têm de viver”, ressaltou. Contudo, não necessariamente teria que ser desta maneira, afirma Chris Nissen, presidente do Fórum Comunitário de Karoo para o Gás de Xisto, criado para representar os pobres da região no debate. A organização foi criada há um ano para se contrapor à “voz dos ricos” que estão combatendo o desenvolvimento da região, explicou Nissen à IPS. Ele acredita que uma rígida aplicação das leis ambientais pode proteger a área, e um adequado planejamento da chegada de trabalhadores poderia evitar muitos problemas. “Karoo é bonito, mas também é um lugar muito triste. No inverno se vê as crianças indo à escola sem sapatos, pisando no gelo”, destacou. Fonte: IPS/Envolverde(http://envolverde.com.br/ips/inter-press-service-reportagens/para-o-bem-ou-para-o-mal-gas-de-xisto-na-africa-sul-rustica/)

27/11/2013 Brasil não tem dados para explorar gás de xisto com cautela, diz estudo Informações são de grupo formado por membros do Ibama e ICMBio. Leilão no país deve permitir exploração de gás de xisto. da Reuters O Brasil não possui estudos geológicos suficientes que permitam a exploração segura de gás não convencional, de acordo parecer técnico elaborado por entidades do governo federal ligadas ao meio ambiente, que sugere uma discussão mais ampla antes do país explorar essa alternativa energética. O documento afirma que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) não apresentou estudos demonstrando segurança de exploração nas áreas que pretende ofertar na 12ª Rodada de licitações. "Observa-se a ausência de estudos ambientais preliminares e mesmo de conhecimento de importantes características geológicas para as áreas ofertadas pela ANP ..." alerta o Grupo de Trabalho Interinstitucional de Atividades de Exploração e Produção (GTPEG), formado por membros do Ibama, Ministério do Meio Ambiente e ICMBio, órgão que trata das reservas ambientais brasileiras. "... com isso não é possível neste momento uma avaliação segura e um planejamento para a execução destas atividades", avalia o parecer técnico de 61 páginas concluído em outubro e enviado à ANP.

Fonte: http://s02.video.glbimg.com/x240/2549721.jpg

A 12ª Rodada, marcada para quinta (28) e sexta-feira (29), estreia a possibilidade de exploração de gás não convencional, que inclui o gás de xisto. Os técnicos afirmam que a geologia de diversas bacias ainda é pouco conhecida mesmo para a exploração de gás convencional, não havendo, por exemplo, segurança em relação ao isolamento ou à conectividade de importantes camadas sedimentares. A exploração do gás não convencional prevê a técnica do fraturamento hidráulico, com explosões de rochas e uso de muita água. A atividade, banida em vários países europeus e mesmo em áreas de países produtores, como o Estado de Nova York, nos Estados Unidos, e Quebec, no Canadá, é alvo de preocupação no que diz respeito à contaminação de aquíferos e potencial indutor de movimentos sísmicos. "Entende-se que é necessária uma discussão clara e abrangente por parte dos diversos segmentos da sociedade com relação a esta tecnologia", conclui o relatório. Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/brasil-nao-tem-dados-para-explorar-gas-de-xisto-com-cautela-diz-estudo.html)

28/11/2013 Deputados e MPF pedem retirada de xisto por Marina Yamaoka, do Greenpeace

Gasodutos na Pensilvânia, nos Estados Unidos, construídos para a exploração de gás de xisto.

Foto: Les Stone/Greenpeace Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/xisto1.jpg

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou hoje, por unanimidade, requerimento que pede que a ANP (Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural) exclua o gás de xisto da consulta pública que será realizada nos próximos dois dias. Serão leiloados 240 blocos com potencial exploratório de petróleo e gás natural. O edital da 12a Rodada de Concessão prevê o exercício das atividades de exploração convencionais que também podem evoluir para produção de recursos não convencionais, também conhecidos no Brasil como gás de xisto. Trata-se de um gás natural encontrado em formações de folhelho – xisto – e que para ser extraído precisa que as rochas sejam fraturadas. O processo utiliza mais de 600 produtos químicos, areia e outros elementos pouco testados – como bário e arsênio. Além de precisar de uso intensivo de água cujo destino final, após ter entrado em contato com os químicos, ainda é desconhecido. A Comissão pediu uma moratória de cinco anos devido aos riscos que essa técnica apresenta ao meio ambiente e para que, dessa forma, os impactos socioambientais possas ser estudados. Segundo o deputado Sarney Filho, o gás de xisto reconhecidamente produz poluição nos aquíferos e fazer um leilão sem que se tenha noção dos estudos realizados é perigoso. O Ministério Público Federal também manifestou suas preocupações à ANP. Em parecer técnico afirmou que existem áreas a serem licitadas que atravessam reservas indígenas, áreas próximas à mananciais de água e reservas florestais. O MPF ressaltou a necessidade de que seja feita uma Avaliação Ambiental Estratégica para que sejam esclarecidos os riscos e impactos ambientais relacionados à exploração de gás de xisto. Diante de tantas dúvidas a maior e que permanece é: diante de tantos pedidos para que a exploração de gás de xisto seja, ao menos, adiada no país, o que será que a ANP fará? * Publicado originalmente no site Greenpeace(http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/deputados-e-mpf-pedem-excluso-de-xisto/blog/47545/). Fonte: Greenpeace/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/deputados-e-mpf-pedem-retirada-de-xisto/)

28/11/2013 Nova York transformará aterro sanitário em usina so lar de 10MW por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil

Freshkills Park durante os anos 1970 e como deverá ficar em 2016.

Foto: Universidade de Cornell – Prefeitura de NY. Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/11/freshkillparkmontagem.jpg

Projeto reflete o atual boom de fontes renováveis nos Estados Unidos, que responderam por 99,3% de toda a nova capacidade instalada no país em outubro. O aterro sanitário de Freshkills Park começou a operar nos anos 1950 e logo se tornou o destino de boa parte do lixo da maior cidade norte-americana, Nova York. Na década de 1980 eram depositadas ali dezenas de milhares de toneladas de resíduos diariamente, sendo que o total acumulado chegou a ser de 150 milhões de toneladas. O aterro foi oficialmente fechado em 2001 e a área desde então ficou de certa forma abandonada. Nesta semana, o prefeito Michael Bloomberg anunciou uma grande restauração da região, com a construção de áreas verdes e de lazer, e com a instalação de uma usina solar com 10MW de capacidade, o suficiente para atender duas mil residências. Com a nova usina, que deve ficar pronta em 2016, a cidade aumentará sua capacidade instalada de renováveis em 50%. A obra será realizada pela empresa SunEdison, que venceu um processo de seleção. “Freshkills logo se transformará em um dos maiores parques de Nova York, assim como o local de nossa maior usina solar. Será um exemplo de renovação urbana e sustentabilidade”, declarou Bloomberg. Renováveis O projeto nova-iorquino é apenas mais um dos muitos que estão saindo do papel nos EUA.

Segundo os dados mais recentes(http://www.ferc.gov/legal/staff-reports/2013/oct-energy-infrastructure.pdf) da Comissão Federal de Regulação de Energia, projetos solares, eólicos e de biomassa responderam por um aumento de 694MW na capacidade instalada norte-americana em outubro deste ano, 99,3% de tudo o que foi construído no mês . A energia solar aparece como o grande fator nessa conta, com 12 instalações somando 504MW, 72,1% da nova capacidade. Foram construídas ainda quatro usinas de biomassa, disponibilizando 124MW, e duas eólicas, 66MW. Considerando os primeiros dez meses de 2013, as fontes renováveis responderam por 32,8% de toda a nova capacidade dos EUA, mais do que o carvão, 12,5%, mas ainda menos do que o gás natural, 53,7%. Atualmente, as renováveis representam 16% da capacidade instalada no país, sendo que a hidroeletricidade lidera com 8,3%, seguida pela eólica, 5,21%, biomassa, 1,32%, solar, 0,59%, e geotermal, 0,33%. Juntas essas fontes já ultrapassam a nuclear, 9,22%, e o petróleo, 4,06%. * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil(http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias3/noticia=735827). Fonte: CarbonoBrasil/Envolverde(http://envolverde.com.br/noticias/ny-transformara-aterro-sanitario-em-usina-solar-de-10mw/)

29/11/2013 Insetos que se alimentam de raízes ameaçam processo de sequestro de carbono por EFE, em Sydney Os insetos que se alimentam das raízes das árvores afetam à capacidade das florestas de atuarem como filtros naturais de carbono para resistir aos efeitos das mudanças climáticas, informou nesta sexta-feira a imprensa local. Alguns estudos preveem que a elevação dos níveis atmosféricos de CO2 provocará uma espécie de "efeito de fertilização" através do aumento no ritmo da fotossíntese e da biomassa vegetal do planeta. Mas Scott Johnson, especialista em ecologia da Universidade de Western Sydney, e seu colega Markus Riegler, consideram que tais projeções se esqueceram do impacto que poderia ser causado pelos insetos que se alimentam de raízes de árvores. Para os cientistas, esses insetos têm capacidade para limitar o crescimento da biomassa provocado pelo aumento de CO2, o alimento das plantas no processo de fotossíntese que, em interação com a água, libera oxigênio na atmosfera. Para efeitos do estudo, Johnson e Riegler submeteram um grupo de árvores jovens de eucalipto (Eucalyptus globulus) a diversos níveis de concentração de CO2 e à presença dos insetos que se alimentam de raízes em uma estufa, conforme foi divulgado pela emissora local "ABC". Os níveis de CO2 fixados foram de 400 partes por milhão, que é o atual, e de 600 partes por milhão, concentração prevista para o planeta daqui a três ou quatro décadas. Além disso, os especialistas utilizaram um tipo de besouro rinoceronte (Xylotrupes Gideon australicus), cujas larvas vivem na terra e se alimentam de raízes. Nos experimentos, as árvores cresceram com maior rapidez em ambientes com maior concentração de CO2, como se esperava, mas isso ocorre somente na ausência dos besouros. No caso em que não havia insetos, a biomassa de brotos e raízes cresceu 46% e 35%, respectivamente, segundo a "ABC". Mas quando os cientistas acrescentaram os besouros nesse mesmo ambiente de alta concentração de dióxido de carbono, "as plantas basicamente pararam de crescer" por sua incapacidade de "tirar proveito dos altos níveis de CO2", explicou Johnson. Os pesquisadores também descobriram que quando os besouros rinoceronte estavam sobre as folhas, as árvores tinham 9% menos água que os outros eucaliptos livres desses insetos. "Se as plantas não vão crescer como era esperado ou não vão se desenvolver bem, então será reduzido o sequestro de carbono", comentou o cientista australiano. Fonte: UOL Notícias > Meio Ambiente(http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2013/11/29/insetos-que-se-alimentam-de-raizes-ameacam-processo-de-sequestro-de-carbono.htm)

29/11/2013 Falta de saneamento básico é pior no Norte e no Nor deste por Flávia Villela, Repórter da Agência Brasil

Fonte:

http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/27/gallery_assist728814/prev/ABr008307312013.jpg

Rio de Janeiro – Quase 30% dos domicílios urbanos não tinham acesso aos serviços básicos de saneamento (abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e iluminação elétrica) em 2012. A informação faz parte da Síntese de Indicadores Sociais – Uma Análise das Condições de Vida dos Brasileiros, divulgada hoje (29) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa informa também que 93,5% não tinham esgotamento sanitário. Nesse indicador, os maiores percentuais foram das regiões Norte e Nordeste (95,3% e 96,0%, respectivamente). O aumento do acesso aos serviços foi 7,3 pontos percentuais em dez anos. De acordo com a coordenadora da pesquisa, Ana Lúcia Saboia, o aumento da renda do trabalho, da escolaridade e do acesso a serviços essenciais, de 2002 até o ano passado, mostram que os indicadores sociais do país são cada vez melhores, mas os desafios ainda são enormes. “As melhoras são um incentivo para nós, porém, questões permanecem, como a de infraestrutura, saneamento básico ainda são o grande drama; grande parte da população ainda não tem acesso a esse serviço”, comentou ela. Segundo o IBGE, em 2012, 40,8% dos domicílios urbanos tinham computador, TV em cores e máquina de lavar. Cerca de 37% tinham aparelho de DVD e 34,3% contavam com outros serviços, além da internet. Para os 9,2 milhões de domicílios cujos moradores têm rendimento per capita de até meio salário mínimo, apenas 10% tinham internet. Edição: Beto Coura Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil . Fonte: EBC > Notícias > Nacional(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-11-29/falta-de-saneamento-basico-e-pior-no-norte-e-no-nordeste)