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BE2010 – Encontro Nacional Betão Estrutural Lisboa – 10, 11 e 12 de Novembro de 2010
Armaduras em vigas-parede. Comparação do cálculo tradicional com a metodologia preconizada pelo EC2.
Rui Cardoso1 Fernando C. T. Gomes1
RESUMO No presente artigo pretende-se determinar e comparar as quantidades e disposições das armaduras necessárias em vigas-parede resistentes que são impostas pela aplicação das metodologias descritas no Eurocódigo 2, ou seja, por aplicação do método dos elementos finitos e do modelo de escoras e tirante, com aquelas que são preconizadas na regulamentação nacional Francesa e Portuguesa. O método dos elementos finitos é aplicado em termos de deslocamentos a um problema de estado plano de tensão, onde se considera que o material da viga-parede tem comportamento elástico linear isotrópico. São obtidos os rácios de armadura em vigas-parede para cada uma das normas aplicadas e representados desenhos de pormenor das respectivas armaduras. PALAVRAS-CHAVE Viga-parede, Eurocódigo 2, REBAP, règles BAEL91 révisées 99, método dos elementos finitos, método das escoras e tirantes. 1 Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital, Instituto Politécnico de Coimbra, Rua General Santos Costa, 3400-124 Oliveira do Hospital, Portugal. [email protected]; [email protected].
Armaduras em vigas-parede, cálculo tradicional e metodologia preconizada pelo EC2
1 INTRODUÇÃO As estruturas de edifícios em Portugal tendem cada vez mais a utilizar as paredes ou vigas-parede de betão como elementos resistentes, à semelhança daquilo que sucede há já muitos anos em vários países da Europa como a França ou a Alemanha. Tendo presente que os Eurocódigos estão já em vigor na Europa, importa analisar as repercussões económicas que estas normas têm nos projectos de estruturas do espaço Europeu. Neste artigo comparam-se as quantidades de armaduras obtidas pelos métodos de cálculo preconizados pelo regulamento de estruturas de betão armado e pré-esforçado português (adiante REBAP), [2], e o regulamento francês (adiante BAEL91), [1], com as metodologias e regras de cálculo adoptadas pelo Eurocódigo 2 (adiante EC2), [3], de forma a obter um indicador (rácio de armadura por metro cúbico de betão) que permita aferir a variação de custo deste elemento estrutural. 2 DEFINIÇÃO DO EXEMPLO ESTUDADO Com vista à aplicação das várias metodologias de cálculo das armaduras em vigas-parede e à análise e comparação dos resultados obtidos, define-se um exemplo padrão de estudo, representativo de uma viga-parede de dois vãos submetida à acção de uma carga uniformemente distribuída. A viga-parede tem uma altura constante (h ) de 2.50 metros, é constituída por dois vãos (l ) iguais de 5 metros de comprimento e tem espessura (e) constante e igual a 20 cm, Fig. 1. Os materiais utilizados são o betão C25/30 e o aço S500. A acção é constituída por uma carga uniformemente distribuída de 240 kN/m, aplicada na parte superior, a qual corresponde à combinação fundamental do estado limite último de resistência definida em [3] e [4].
Figura 1. Viga-parede estudada.
3 REGULAMENTOS NACIONAIS FRANCÊS E PORTUGUÊS
3.1 Cálculo de esforços e armaduras principais De acordo com a regulamentação Francesa e Portuguesa, [1], [2], o cálculo dos esforços em vigas-parede pode ser efectuado com recurso às teorias da resistência dos materiais (anexo E.5.4 do BAEL 91 e art.º 130 do REBAP), admitindo que a peça é linear e o material tem comportamento elástico linear. Os esforços assim obtidos são tratados como esforços de referência para o dimensionamento da viga-parede. Para o exemplo em estudo, Fig. 1, determinam-se os esforços elásticos com recurso ao programa de cálculo FTOOL, [8], e obtêm-se os diagramas de momento flector e esforço transverso ilustrados na Fig. 2. A deformação por esforço transverso não é considerada.
Figura 2. Diagrama de esforço transverso e momento flector de referência.
Os esforços de referência são utilizados na Eq. (1), [1], [2], validada experimentalmente em [5], a qual permite determinar a quantidade de armadura resistente necessária nas zonas traccionadas da viga-parede, Fig. 3.
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sydfzsdM
sA⋅
= . (1)
Onde sdM é o valor de cálculo do momento flector actuante, z é o braço do binário das forças
interiores, ydf é o valor de cálculo da tensão resistente do aço S500, sA é a área de armadura de
cálculo necessária.
AsFsyd AsFsyd
AsFsyd
Figura 3. Diagrama de tensões normais a meio vão e sobre o apoio.
3.1.1 Caso português A armadura principal resistente, para vigas-parede contínuas, é determinada considerando que o valor do braço dos binários nos vãos extremos e apoios adjacentes são dados pelo art.º 130 do REBAP, Eq. (2) e Fig. 3. As armaduras dos vãos devem de ser constantes ao longo destes.
l) 2h (2.5 0.10z += se 521 .l/h << . (2)
Para as armadura sobre os apoios intermédios, metade dessa armadura deve ser estendida a toda a extensão dos vão adjacentes, a outra metade pode ser interrompida a uma certa distância dos apoios igual à menor de duas dimensões 0.4 l ou 0.4 h contado a partir da face interior do apoio, [7] e Fig. 4. Por outro lado esta armadura deve de ser repartida segundo a altura da viga-parede em duas bandas horizontais, Eqs (3) e (4) e Fig. 4, sendo
s) Ah
l (.sA 1501 −= , (3)
e 12 sAsAsA −= , (4)
As
As1
2
As1As2
Figura 4. Armaduras sobre os apoios.
Aplicando as Eqs (1), (2), (3) e (4), obtèm-se as quantidades de armadura principal necessárias a meio vão e sobre o apoio central que se indicam no quadro 1.
Quadro 1. Quantidade de armadura resistente.
sdM (kN.m) z (m) sA cálculo (cm2) sA adoptado (cm2)
421.9 1.625 5.97 6.32 - 10 8φ
-750 1.625 10.61 =1sA 5.50 - 8 11φ
=2sA 5.50 - 8 11φ
Armaduras em vigas-parede, cálculo tradicional e metodologia preconizada pelo EC2
Finalmente de acordo com o art.º 133 do REBAP, deve ser disposta uma malha de armadura mínima ortogonal entre si, tal que, cshsv AAA 0005.0min,min, == (cm2/m2) = 1 cm2/face => # 25.0//6φ .
Como resultado da aplicação do REBAP, representam-se na Fig. 5, as armaduras obtidas em cada face da viga-parede e respectiva disposição.
#Ø6//0.25
4Ø10
2Ø8
3Ø8
3Ø8
3Ø8
A
A
A-AØ8//0.25
L=0.55m
Figura 5. Disposição das armaduras por face.
3.1.2 Caso francês A determinação da armadura principal resistente, segundo o regulamento francês (BAEL91) é idêntica a referida §3.1.1. O braçozdas forças vem dado pela Eq. (5) de acordo com o anexo E5.4.12 do BAEL:
l) h. (.z += 51200 se 021 .l/h << . (5)
De acordo com o anexo E5.4.12 do BAEL91, a armaduras sobre os apoios podem ser interrompidas da mesma forma que em §3.1.1 e são totalmente colocadas numa banda de largura dada por: min{0.10 h; 0.10 l} de altura, medida a partir da face superior da viga, Fig. 6,
Figura 6. Armaduras principais.
Recorrendo às Eqs (1) e (5) determinam-se as quantidades de armadura principal a meio vão e sobre o apoio central, quadro 2.
Quadro 2. Quantidades de armadura resistente.
sdM (kN.m) z (m) sA cálculo (cm2) sA adoptado (cm2)
421.9 1.75 5.54 5.74 - 8 210 6 φφ +
- 750 1.75 9.85 10.04 - 16 4φ + 8 4φ
Por fim o BAEL91 estipula a obrigatoriedade de dispor uma armadura em malha ortogonal. A quantidade desta armadura a dispor na direcção vertical é dada pelo anexo E5.4.21, Eq. (6).
=syd
ou
ykv f
f
τρ
4
3;
8.0max ,
vsobvA
vρ = , hb
V
o
ouou =τ para l>h, (6)
A armadura horizontal da malha é definida no anexo E.5.4.22 do BAEL91. Definem-se duas redes (E5.4.221 e E5.4.222) distintas. Uma rede inferior constituída de armaduras horizontais colocada entre 0.10h e 0.55h, Fig. 7, com uma percentagem de armadura na horizontal, hρ , dada pela Eq. (7),
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+=
yksyd
ou
syd
ou
c
ouh f
f
f
f
8.0
;50.0;1560.050.0max28
τττρ , com ho
hh sb
A=ρ . (7)
Onde 28cf é o valor característico da resistência do betão em ensaios sobre provetes cilíndricos e hs
representa o espaçamento horizontal entre armaduras. Uma rede superior, Fig. 7, é constituída de
armaduras horizontais distribuídas entre o nível 0,55h e 0,90h, com uma percentagem de armadura'hρ
dada pela Eq. (8). As armaduras das duas redes devem de ser estendidas ao longo dos vãos.
+=
yksyd
ou
syd
ou
c
ouh f
f
f
f
8.0
;30.0;1560.030.0max28
' τττρ . (8)
ρh
ρh
´
ρh
ρh́
Figura 7. Redes de armadura horizontal
No quadro 3 indicam-se as quantidades de armadura a colocar em cada uma das redes.
Quadro 3. Armadura vertical e horizontal da malha.
ouV (kN) ouτ (kPa) vρ hρ '
hρ
450 900 8 φ //0.15 8 φ //0.15 8 φ //0.15
Da aplicação do BAEL91, representam-se na Fig. 8 as armaduras obtidas e a disposição destas em cada face da viga-parede.
3Ø10+1Ø8
Ø8//0.15
1Ø8+1Ø161Ø8+1Ø16
A
A
Ø8//0.25
L=0.55m
ρh
ρh
´Ø8//0.15
A - A
Figura 8. Disposição das armaduras por face
4 EUROCÓDIGO 2 4.1 Metodologias do EC2 O Eurocódigo 2 e o CEB [7] também, preconizam a adopção de duas metodologias de cálculo distintas no cálculo de vigas parede. A primeira consiste numa análise linear pelo método dos elementos finitos, enquanto a segunda consiste na aplicação do método das escoras e tirantes, [6].
Armaduras em vigas-parede, cálculo tradicional e metodologia preconizada pelo EC2
4.1.1 Análise pelo método dos elementos finitos Com o objectivo de aplicar o anexo F do Eurocódigo 2, recorreu-se ao programa de elementos finitos SAP2000, [9], para determinar o campo de tensões na parede do exemplo em análise. A parede foi discretizada em 100 elementos quadrangulares de 4 nós com quatro pontos de integração por elemento. Os elementos são quadrados com 50 cm de lado ( yx aa = ) e espessura de 20 cm (e). O
módulo de elasticidade longitudinal vale 30 GPa e o coeficiente de Poisson é admitido nulo ( )0=ν , [7]. Nas Figuras 9, 10 e 11 representam-se os diagramas de tensões elásticas.
Figura 9. Tensões horizontais, ´x
σ
Figura 10. Tensões verticais, ́
yσ
Figura 11. Tensões tangenciais, ́xy
τ
No fluxograma seguinte, Fig. 12, indicam-se de acordo com o EC2, os passos necessários à obtenção de armaduras no referencial global a partir das tensões no referencial local. A reistência ao esmagamento das escoras de betão é controlado através do cálculo de cdσ , Eq. (9),
cdf cd νσ < , (9)
com
−=
25016.0 ckf
ν .
O quadro 4 representa a folha de cálculo para o elemento 6, resultante da aplicação do método de análise linear do EC2, Anexo F, que permite obter as percentagens de armaduras de aço por face e por elemento nas direcções vertical e horizontal. A aplicação dos cálculos do quadro 5, para todos os elementos, conduz às quantidades de armadura a colocar em cada face e em cada elemento. Considera-se que a armadura em cada elemento corresponde à média das armaduras em cada ponto de Gauss (optou-se por calcular o valor médio das armadura só depois de impor os valores mínimos nos pontos de Gauss).
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Figura 12. Fluxograma de cálculo
Quadro 4. Percentagem de armadura nos pontos de Gauss do elemento 6.
Elemento 6
Sistema de eixos global Sistema de eixos local
com yx σσ <
Sistema de eixos global Percentagem de aço
para duas faces cdcd f νσ <
Ponto de Gauss
'xσ
(MPa)
'yσ
(MPa)
xyτ
(MPa) xσ
(MPa) yσ
(MPa) tdxf
(MPa) tdyf
(MPa)
'
xρ
'yρ cσ
(MPa) 1 -1,307 -0,186 0,541 -0,186 -1,307 0.727 1.848 0,0042 0,0017 1,082 2 -1,307 0,115 -0,811 0,115 -1,307 0.696 2.118 0,0049 0,0016 1,621 3 1,396 0,115 -0,961 1,396 0,115 0 0.547 0,0000 0,0013 2,057 4 1,396 -0,186 0,391 1,396 -0,186 0 0.296 0,0000 0,0007 1,506
Quadro 5. Quantidade de armadura por face nos elementos 6 e 21.
Percentagem de armadura para as duas faces
Área de aço (cm2) por face e por elemento Percentagem de cálculo de aço
Percentagem mínima de aço
Elemento P.G. '
xρ
'yρ
'min,xρ
'min,yρ xA médioxA , yA médioyA ,
6
1 0,0042 0,0017 0.002 0.002 2.12
1.64
1.00
1.00 2 0,0049 0,0016 0.002 0.002 2.43 1.00 3 0,0000 0,0013 0.002 0.002 1.00 1.00 4 0,0000 0,0007 0.002 0.002 1.00 1.00
21
1 0,0037 0,0006 0.002 0.002 1.85
1.42
1.00
1.00 2 0,0036 0,0005 0.002 0.002 1.82 1.00
3 0,0013 0,0005 0.002 0.002 1.00 1.00
4 0,0013 0,0005 0.002 0.002 1.00 1.00
No que diz respeito ao valor da maior tensão de compressão nos pontos de Gauss (verificação da Eq. (9)), esta ocorre nos elementos 46 e 51 (apoio intermédio) e vale 17,64 MPa. Finalmente no tocante à armadura mínima a colocar na viga-parede, o EC2, e o CEB, [7], prescrevem que se deve dispor de
xyx τσ ≤
>⋅>∧>2
00
xyyx
yx
τσσσσ
0=tdxF
yx
xytdyF σ
στ
−=2
)1(2
+=
x
xyxcd σ
τσσ
xsxtdxF στ −=
yxytdyF στ −=
xycd τσ 2=
eaf
fA x
syd
tdxsx ⋅=
eaf
fA y
syd
tdysy ⋅=
0' =sx
A
0' =sy
A
SIM
SIM
'' yxσσ >
sxsxAA ='
sysyAA ='
sysxAA ='
sxsyAA ='
syd
tdxx f
f=ρ
syd
tdyy f
f=ρ
NÃO
NÃO ÃÃ
Armaduras em vigas-parede, cálculo tradicional e metodologia preconizada pelo EC2
uma percentagem de armadura '
min,xρ , 'min,yρ = 0,001 por face, com um mínimo de 1,50 cm2/m/face e
spaçamento máximo de 30 cm. Sendo a área de betão 2c m A 10.0= , vem =miny,x A A ,min, 2cm2/m/face,
o que corresponde a uma malha #φ 8//0,25. Na Figura 13, representam-se as quantidades de armadura a colocar em cada elemento, na direcção vertical e horizontal e para cada face da viga parede.
Figura 13. Representação das quantidades de aço na direcção horizontal, vertical e por face.
Na Fig. 14 representam-se as quantidades e disposição de armadura na viga-parede.
#Ø8//0.25
1Ø10
A
A
A-AØ8//0.25
L=0.55m
3Ø8
6Ø8
3Ø8
1Ø6
Figura 14. Disposição das armaduras por face.
4.1.2 Modelo de escoras e tirantes O EC2, assim como outros autores [5], [6] e [7], referem a possibilidade da utilização do método das escoras e tirantes (Strut and Tie Model, STM) na análise de vigas-parede. De acordo com este método determinam-se as quantidades de armadura a colocar na viga-parede em função dos esforços nos tirantes. Na Figura 15, representa-se um modelo de escoras e tirantes aplicado a problema. No quadro 6, indicam-se as forças obtidas nos tirantes T1 e T2 para o exemplo em estudo, assim como as quantidades de armadura principal a colocar.
Figura 15. Modelo de escoras e tirantes adoptado.
Quadro 6. Quantidades de armadura resistente.
Tirante Ft (kN) As (cm2) As adoptado T1 192 4.41 8 610 2 φφ +
T2 240 5.52 8 12φ
A armadura mínima para a malha ortogonal obedece às regras do EC2 e já foi descrita em § 4.1.1. Na Figura 16, representa-se a pormenorização das armaduras da viga-parede.
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#Ø8//0.25
1Ø10+3Ø8
1Ø8
2Ø8
1Ø8
2Ø8
A
A
A-AØ8//0.25
L=0.55m Figura 16. Disposição das armaduras por face.
5 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS 5.1 Rácios de armadura Nos quadros 7, 8, 9 e 10 indicam-se os ratios de armaduras (kg de aço por m3 de betão) obtidos para a viga-parede utilizando os diversos regulamentos.
Quadro 7. Cálculo de acordo com o REBAP.
Posição Armadura Comprimento
(m) Peso (kg.)
Peso total (kg.)
Ratio (kg/m3)
Principal 10 8φ 10 49.36 49.36
42.61 Apoio
8 12φ 10 47.40 56.09 8 10φ 2.2 8.69
Malha 6 22 φ 10 48.84
94.35 6 28 φ 2.5 45.51 Ganchos 8 16 φ 0.55 13.25 13.25
Quadro 8. Cálculo de acordo com o BAEL91.
Posição Quantidade Comprimento
(m) Peso (kg.)
Peso total (kg.)
Ratio (kg/m3)
Principal
10 6φ 10 37.02 44.22
56.47
8 2φ 10 7.90
Apoio
16 2φ 10 31.56
56.04
8 2φ 10 7.90 16 2φ 4.2 13.26
8 2φ 4.2 3.32
Malha 8 26φ 10 102.70
168.86 8 76 φ 2.5 66.16 Ganchos 8 61φ 0.55 13.25 13.25
Quadro 9. Cálculo pelo método dos elementos finitos do EC2.
Posição Quantidade Comprimento
(m) Peso (kg.)
Peso total (kg.)
Ratio (kg/m3)
Principal 10 2φ 10 12.34 12.34
22.79 Apoio 62 φ 10 4.44 4.44
Malha 8 22φ 10 86.90
83.94 8 100φ 2.5 98.75 Ganchos 8 16 φ 0.55 13.25 13.25
Armaduras em vigas-parede, cálculo tradicional e metodologia preconizada pelo EC2
Quadro 10. Cálculo pelo modelo de escoras e tirantes do EC2.
Posição Quantidade Comprimento
(m) Peso (kg.)
Peso total (kg.)
Ratio (kg/m3)
Principal 10 2φ 10 12.34
36.04
50.16
8 6φ 10 23.70
Apoio 8 6φ 10 23.70
33.65 8 6φ 4.2 9.95
Malha 8 22φ 10 86.90
167.88 8 82φ 2.5 80.98 Ganchos 8 16 φ 0.55 13.25 13.25
6 CONCLUSÕES Na aplicação do Eurocódigo 2 através da metodologia dos elementos finitos constata-se que as quantidades de armadura são notoriamente inferiores àquelas preconizadas pelos regulamentos nacionais. Já a aplicação do modelo de bielas e tirantes fornece quantidades de armaduras semelhantes as que são obtidas através da regulamentação nacional francesa e portuguesa. Observa-se uma redução superior a 50% nas quantidades de armaduras totais quando se utiliza o método dos elementos finitos em vez do modelo de escoras e tirantes ou das regulamentações nacionais. O método dos elementos finitos para além de mais rigoroso estruturalmente é também aquele que parece ser o mais competitivo financeiramente. Do ponto vista da definição do modelo de cálculo, os regulamentos francês e português são semelhantes, a diferença principal reside numa maior quantidade de armaduras nas malhas no caso francês. REFERÊNCIAS [1] Règles BAEL 91 révisées 99, DTU P 18-702 édité par le CSTB. [2] REBAP (2000), Regulamento de betão armado pré-esforçado, Porto Editora. [3] EN 1992-1-1, EUROCODE 2: Design of Concrete Structures, Part 1-1: General rules and rules for buildings, European Committee for Standardization, December 2004. [4] EN 1991-1-1, EUROCODE 1: Actions on structures, Part 1-1: General actions - Densities, self-weight, imposed loads for buildings, European Committee for Standardization, April 2002. [5] LEONHARDT, F.; MÖNNIG, E. “Construções de Concreto”, Vols.1 a 6, Editora Interciência, 1977 a 1979. [6] SCHLAICH, J., SCHÄFER, K., JENNEWEIN, M. “Toward a Consistent Design of Structural Concrete” - Journal of the Prestressed Concrete Institute, Vol. 32, No. 3, pp. 75-150, May/June 1987. [7] CEB-FIP Model Code 1990, Design Code, Comité Euro-international du Béton, Thomas Telford Services Ltd., 1993. [8] FTOOL, (2002), Two-Dimensional Frame Analysis Tool, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, http://www.tecgraf.puc-rio.br/ftool. [9] SAP2000 (2009), Structural Analysis Program, Computers & Structures, Inc. Berkeley, California, USA.