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ASPECTOS DO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL E VARIEDADES DO PORTUGUÊS Aline Bazenga Universidade da Madeira / CLUL [email protected]

Aspectos do português falado no Funchal e Variedades do Português»

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ASPECTOS DO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL E VARIEDADES DO

PORTUGUÊS

 Aline  Bazenga  

             Universidade  da  Madeira  /CLUL    

[email protected]  

   

•  Aspectos do português falado no Funchal – meio urbano (Ilha da Madeira): verificar dados da dialectologia. •  Comparação com variedades europeias do português (PE): mostrar tendências da variedade insular relativamente à variável CV de 3PL.

2  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

OBJETIVOS  

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OBJETIVOS  

§   Divisão dialectal do PE (Cintra,1971; Segura & Saramago, 2001):

• Dialectos setentrionais • Dialectos centro-meridionais • Dialectos insulares

   

   

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VARIEDADES PE  

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VARIEDADES PE INSULAR  

§  Traços Fonéticos (Andrade,1993; Segura, 2003) •  ditongações das vogais altas acentuadas /i/ → [j] ou [j] e /u/ → [w] (1) a. navio [nv’ju] , [nv’ju] b. lua [l’w] •  palatalização de /l/ diante de [i] ou [j]:

(2) aquilo: [k’ iu] •  –s final : vocalização, em [i], ou semi-vocalização, em [j], seguido de sonora ou fricativa surda:

(3) as vacas : [j v’ak]

§ Variação sintática e distribuição de construções não standard, com base no CORDIAL-SIN: Syntax-oriented Corpus of Portuguese Dialects.

•  600 000 palavras, textos orais de 42 localidades do território português, (projetos de geografia linguística – ALEAç, ALEPG, ALLP, BA ), integrantes do Arquivo Sonoro do CLUL. •  Perfil dos informantes: idoso, pouco escolarizado ou analfabeto, trabalhador rural, natural da localidade (dialectologia)

   

   

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VARIEDADES PE INSULAR  

§  Martins (2009): •  Construções duplo sujeito Se impessoal: a gente V-se e a gente se V

       (4) a. A gente sega-se esses olhos todos e deixa-se este só (CORDIAL SIN PST)

b. Não sabem o que a gente se passámos aí (CORDIAL SIN CLC)

c. A gente não se come mas os de Lisboa diz

que comem daquele (CORDIAL SIN CLC)

Madeira (+ Açores e Dialetos centro-Meridionais)

   

   

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VARIEDADES PE INSULAR  

§  Construções não standard que ocorrem em áreas restritas do PE (Carrilho, 2010)

• Ter impessoal (existencial) (5) Porque aqui à nossa frente, tinha um alto, tinha

um moinho de vento e (eu) não via a casa da minha mãe (CORDIAL SIN PST)

Madeira (+ Açores)

   

   

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VARIEDADES PE INSULAR  

§  Carrilho (2010)

• Possessivos pré-nominais sem artigo com nomes de parentesco (Madeira, com menor frequência nos Açores)

(6) Mas meu pai tinha era gado, fazendas (CORDIAL SIN PST)  

Madeira (+ Açores)

   

   

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VARIEDADES PE INSULAR  

SUMÁRIO

I.  Fenómenos variáveis do português falado no

Funchal: traços fonéticos morfológicos e sintáticos não standard (Amostra: entrevistas sociolinguísticas - Corpus Funchal 2011 )

II.  Concordância verbal de 3PL no português

falado no Funchal (Corpus Funchal 2010 e 20111) e comparação com variedades do PE

1 - P r o j e t o Estudo Comparado dos padrões de concordância nas variedades africanas, brasileiras e europeias do português (CLUL -Portugal/UFRJ-Brasil)

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I- PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL

§ Traços fonéticos: §  semi-vocalização de -S

§  Construções não standard: §  Existenciais: ter e existir §  meu + nome de família §  Indeterminação de S: a gente, a pessoa, uma pessoa §  Pronomes OD  

§  Dados: Corpus Funchal § Amostra 2010 (16 informantes) § Amostra 2011 (19 informantes )

12  

(7) a. nai [nas] mãos (FNC11_MC1.1 128)

b. ninguém pode bater nui [nos] meninos (FNC11_MC1.1 139) c. a gente nunca fomos pai [paras as] sortes nem pai [para as] bruxas (FNC11_MC1.1 347)

d. os madeirenses têm umas características que mai [mas] ninguém tem pa jogar (FNC11_HB2 243-4)

e. naquele tempo ai [as] mulheres nem usavam cuecas (FNC11_HC1 326-7)

f. e ter filhos mai [mais] nada (FNC-MA3.1 341-2)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS /-S/  

§ Difusão social: escolaridade e faixa etária

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FENÓMENOS VARIÁVEIS SINTAXE  

0  

2  

4  

6  

8  

10  

12  

14  

16  

18  

20  

Nível  1   Nível  2   Nível  3    

Construções  não  standard  -­‐  Funchal  2011  

 meu  

OD-­‐  ele    

a  pessoa  

OD-­‐Lhe  

a  gente  V-­‐se  

uma  pessoa  

tem  (exist.)  

existe  +  Npl  

V-­‐CLI  

14  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

0  

2  

4  

6  

8  

10  

12  

14  

16  

18  

20  

 (18-­‐35)    (36-­‐55)   (56-­‐75)  

Construções  não  standard  -­‐  Funchal  2011  

tem  (exist.)  

OD-­‐  ele    

uma  pessoa  

a  pessoa  

existe  +  Npl  

V-­‐CLI  

a  gente  V-­‐se  

 meu  

FENÓMENOS VARIÁVEIS SINTAXE  

15  

(8) a. tava eu tua avó e teu avô tava-se ali sentades (FNC11_MC1.1 159-60)

b. mas mê maride [marido] não podia ajudar em nada

(FNC11_MC1.1 200)

c. minha mulher teve seis filhes [filhos] (FNC11_HC1 207)

d. salete _mas [mais] minha prima (FNC11_MA1 016)

e. quande mê [meu] pai faleceu mê [meu] pai foi tratado pior que um cão (FNC11_MB2 079-80)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS – POSSESSIVO + N  

16  

(9) a. lá em baixo no centro onde tem um italiano espectacular (FNC11_HA1 449-450)

b. e a seguir tem vários tem vários temas ligados a isso (FNC11_HA2 276-7)

c. porque no continente tem as discotecas onde vai toda a gente (FNC11_HA2 313)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS Ter (Existencial)  

17  

(10) a. tem bastantes colégios aqui na madeira (FNC11_MA3 111-2)

b. tem pessoas com estudos e não têm trabalho (FNC11_MC1.2 177)

c. na rua dos ilhéus onde tem dez vinte prédios de apartamentos (FNC-CH 3.1 102)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS Ter (Existencial)  

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FENÓMENOS VARIÁVEIS Ter (Existencial)  

0  

2  

4  

6  

8  

10  

12  

14  

16  

nível  1   nível  2   nível  3   H   M   18-­‐35   36-­‐55   56-­‐75  

Classe  Social   Género   Idade  

Tem  (existencial)  e  Existe  +  Npl  e  variáveis  sociais  

TEM  

EXISTE  

19  

(11) a. tento-lhe explicar e lhe informar [informá-lo]

sobre as coisas (FNC11_HA1426)

b. levo-lhe [levo-o] a escola (FNC11_MA1 006)

c. eu não gostava dele nem lhe [nem o podia] podia ver a frente (FNC11_MA1 204-5)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS – PRONOMES OD (LHE)  

20  

(12) a. ponho ele a ver boneques [bonecos] (FNC11_MA1 243)

b. mete [meto] ele andar de bicicleta (FNC11_MA1 243)

c. só vi ele a passar ao pé dela (FNC11_MA1 270)

d. e depois o maride deixou ela e ficou na na quinta (FNC11_MC1.1 453)

e. e então _devorava logo eles todos (FNC11_MA2.2 31)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS PRONOMES OD (ELE)  

21  

(13) a. algo que lhe tenha marcado (FNC11-MA 3.1 231 / INQ estudos superiores 2º ano CC)

b. a segurança social ajudasse mais eles (280 – FNC11_MB2/ INQ estudos superiores 2º ano CC)

c. e a ter dinheiro para ter elas (FNC-MA3.1 156 / INQ estudos superiores Mestrado)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS PRONOMES OD (ELE)  

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FENÓMENOS VARIÁVEIS PRONOMES OD (ELE, LHE)  

0  

2  

4  

6  

8  

10  

12  

 (18-­‐35)    (36-­‐55)   (56-­‐75)  

Pronomes  OD  não  standard    (Funchal,  2011)  

OD-­‐  ele    

OD-­‐Lhe  

0  

1  

2  

3  

4  

5  

6  

7  

8  

9  

Nível  1   Nível  2   Nível  3    

Pronomes  OD  não  standard      (  Funchal  ,2011)  

OD-­‐  ele    

OD-­‐Lhe  

23  

(14) a. tivemos oportunidade de construir uma casinha aí pra pessoa sobreviver (FNC11_HA1 170)

b. gosto de ver uma série um um documentário sobre uma coisa ou outra daí nos programas pa pessoa ter mais um pedacinho de cultura geral (FNC11_HA1 244)

c. ah gosto de um bom guisado ou também uma boa feijoada uma feijoada enche bem a pessoa (FNC11_HA1 442)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS Suj. Ind. a pessoa

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(15) a. pra quê casar se um dia mais tarde a pessoa se vai divorciar pra quê não sei (FNC11_MA3 352)

b. não dão as condições favoráveis pa pessoa dizer sim tou a ser bem tratada (FNC-MA3.1 200)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS Suj. Ind. a pessoa

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(16) a. uma pessoa quando sai à noite vê um pedacinho (FNC11_HA2 282)

b. uma pessoa que venha de fora talvez já não consiga perceber onde é que tão as discotecas (FNC11_HA2 309)

c. mas uma pessoa que venha de fora nã sabe bem qual é a melhor discoteca (FNC11_HA2 315)

d. uma pessoa pode tar ali a morrer eh o médico olha

po doente é como se não existisse (FNC11_MB2 109)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS Suj. Ind.uma pessoa

26  

(17) a. uma pessoa pode ganhar duzentos e tal contos praí

e tá a ganhar oitenta contos (FNC11_MC1.2 195)

b. uma pessoa quando é humana tamém tem noção dos problemas (FNC-MA3.1 319)

c. eu acho que não compensa_ uma pessoa tirar um mestrado (FNC-MA3.1 439)

d. uma pessoa uma mulher neste caso só pode fazer o aborto ate às dez semanas (FNC11-MA 2.1 338)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS Suj. Ind.uma pessoa

27  

(18) a. eu ainda falo um pouco lá como a gente fala-se lá

na calheta (FNC11_HA1152-3)

b. a gente pede-se o bilhete de identidade tira-se o nome tira-se tudo gravas e depois vão vão dormir (FNC11_MC1.1 099)

c. e cada vez a gente ouve-se mais falar (FNC-MA3.1 271)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS Suj. Ind.a gente V-se

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FENÓMENOS VARIÁVEIS Indeterminação de Sc

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II- PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL E VARIEDADES DO PE

§ CV de 3PL  

§  Dados: •  Variedade do Funchal

§  Corpus Funchal 2010, 2011 •  Variedades do PE

•  Corpus- PE1 e Corpus BBAA (Vieira e Mota, 2008) •  Corpus –Lisboa (Montguilhott, 2010) •  Corpus – CORDIAL SIN (Varejão, 2006) •  Corpus –Português Fundamental (Gonçalves e Rubio, 2010)

30  

Bazenga (2010) : Amostra – Corpus Funchal 2010 (16 informantes

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81%  

3%  

16%  

 CV  3PL  e  variantes  (Funchal,  2010)  

variante  3PL  standard  

variante  3PL    não  standard  

 variante  3SG  não  standard  

FENÓMENOS VARIÁVEIS CV – 3PL

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FENÓMENOS VARIÁVEIS CV/ VARIANTES 3PL  

0  

20  

40  

60  

80  

100  

120  

140  

3SG  [-­‐nasal]   3PL  [ãj],  [u]    

Variantes  não  standard      (Funchal,  2010)  

   

 

§  Variantes 3PL não standard : EM [j] Presente do Indicativo de verbos VT/a/

(19) a. não preparem os comeres é só cozer (MC2-641)

b. agora já usem azeite (MC2-642)

c. lá eles não se importem (MC2-666)

d. os próprios portugueses massacrem os outros (MC2-711)

e. que eles gostem muito de beber (MC2-681)

   f. vocês na pensem na vida (MC2-701)

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FENÓMENOS VARIÁVEIS CV/ VARIANTES 3PL  

                           

§  Variantes 3PL não standard : -O ([u] / [u] ) no Pretérito Imperfeito do Indicativo

(20) a. quando os meus pais moravo na casa (MB1-2)

b. eles estavo a saltar à corda e à pilhage (MB1-18)

c. os meus avós ero padrinhos da minha irmã Gorete (MB1-25)

d. eles vinho brincar (MB1-19)

e. alevantavo-se durante a noite cedo (MB1-20)

33  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

FENÓMENOS VARIÁVEIS CV/ VARIANTES 3PL  

34  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

FENÓMENOS VARIÁVEIS CV/ VARIANTES 3PL  

0  

5  

10  

15  

20  

25  

30  

35  

40  

45  

50  

Nível  1   Nível  2   Nível  3    

Variantes  3PL  não  standard  Funchal  (2010,  2011)  

EM  O  

35  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

FENÓMENOS VARIÁVEIS CV/ VARIANTES 3PL  

0  

5  

10  

15  

20  

25  

30  

Pres.  Indica`vo  

P.Imperfeito   P.  Perfeito  

Variante  3PL  não  standard  -­‐EM      Funchal  (2010,  2011)      

Nível  1   Nível2   Nível  3    

0  

10  

20  

30  

40  

50  

   (18-­‐35)   (36-­‐55)    (56-­‐75)  

Idade  

Variante  3PL  não  standard  -­‐EM  Funchal  (2010,  2011)  

EM    Homem     EM    Mulher  

36  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

FENÓMENOS VARIÁVEIS CV/ VARIANTES 3PL  

§  Vieira & Mota (2008)

Corpus- PE1 (Dialetos setentrionais)

– Corpus- BBAA (Dialetos centro-meridionais )

§  Bazenga (2010) e 2011 Corpus- Funchal

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FENÓMENOS VARIÁVEIS – CV/ VARIANTES 3PL  

38  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

FENÓMENOS VARIÁVEIS – CV/ VARIANTES 3PL  

39  

Bazenga (2010) : Amostra – Corpus Funchal 2010 (16 informantes

III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

FENÓMENOS VARIÁVEIS - CV  

0%  

10%  

20%  

30%  

40%  

50%  

60%  

70%  

80%  

90%  

VS     N[-­‐Hum]   Escolaridade  (nível1)  

Saliência  fónica  (nível1)  

CV  3PL  -­‐  Factores  significa`vos  (Funchal,  2010)    

3PL  (standard  e  não  standard)  

 3SG  não  standard  

40  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

FENÓMENOS VARIÁVEIS - CV  

Bazenga (2010) •  Correlação VS e nível de escolaridade dos informantes: aumento

significativo da realização da forma 3SG não standard (não CV)

§ Falantes cultos Funchal ( Bazenga, 2010) Lisboa (Montguilhott, 2010) Corpus – Português Fundamental (CLUL) (Gonçalves & Rubio, 2010) § Falantes não-cultos Funchal ( Bazenga, 2010) Corpus – CORDIAL_SIN (Varejão, 2006) Corpus – Português Fundamental (CLUL) (Gonçalves & Rubio, 2010)

41  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

FENÓMENOS VARIÁVEIS CV- 3PL PE  

42  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

FENÓMENOS VARIÁVEIS – CV/ COMPARAÇÃO PE  

0,00%  

20,00%  

40,00%  

60,00%  

80,00%  

100,00%  

Montguilhoe  (2010)    

Gonç.&  Rubio  (2010)  

Bazenga  (2010)  

CV  3PL     91,95%   95%   87%  

Não  CV  3PL     8,05%   5%   13%  

CV  em  falantes  cultos  PE  

43  III  SIMELP  -­‐  Simpósio  05  -­‐  Universidade  de  Macau  (30  de  Agosto  -­‐  02  Setembro  de  2011)  

FENÓMENOS VARIÁVEIS – CV/ COMPARAÇÃO PE  

0%  

20%  

40%  

60%  

80%  

100%  

Varejão  (2006)     Gonç.  &  Rubio  (2010)  

Bazenga  (2010)  

CV  3PL     91%   93%   76%  

Não  CV  3PL     9%   7%   24%  

CV  em  falantes  não-­‐cultos  PE  

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FENÓMENOS VARIÁVEIS – CV/ COMPARAÇÃO PE  

0%  

10%  

20%  

30%  

40%  

50%  

60%  

70%  

80%  

90%  

100%  

SV   VS  

CV  e  factor  posição  do  Sujeito  -­‐  variedades  PE    Montguilhot  (2010)  %  standard  3PL   Bazenga  (2010)  %  of  standard  3PL  

§    Construções   non-standard da variedade do português falado no Funchal e variedades do português: escalas de variação (continuo e polaridade)

a.  Ter existencial , pronomes OD → variedades do PB; a progressão de lhe

b.  SNs em construções Impessoais (a pessoa, uma pessoa traços conservadores e usos de a gente (Vianna, 2011) e correlação com estratégias de preenchimento do sujeito (cf. Parâmetro pro-drop)

c.  CV-3PL com maior percentagem de uso de estratégias não standard e variedades do português; a CV em contexto VS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS E INVESTIGAÇÃO FUTURA

§    Variantes não standard de 3PL no quadro de padrões já atestados no PE

a.  3SG [-nasal] (saliência fónica nível 1) , resultadnte da não realização do auto-segmento nasal flotuante (Mateus & Andrade, 2000)

b.  3PL em -U : traço conservador (nasal histórica do Past Perfect < lat. U) antes da ditongação ocorrida em PE no século XVI (Vieira & Mota, 2008:110)

c.  3PL em –EM : Resultante de processo de regularização de paradigmas de 3PL do Presente e do Pretérito Imperfeito.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

§    Construções   não standard da variedade do português falado no Funchal e variedades do português

§  Amostra do Funchal: variedade do PE que se aproxima mais do PB? §  Escalas de variação §  Complexidade linguística e padrões de variantes: a hipótese de uma tipologia de padrões não standard de variantes no português

     

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CONSIDERAÇÕES FINAIS E INVESTIGAÇÃO FUTURA

(i) A hipótese dos universais vernaculares (Chambers, 2004, 2009)e o continuo vernacular das variedades do português • Universais vernaculares: numa perspectiva inter-linguística: variantes comuns em variedades faladas

•  Portuversais: variantes específicas das variedades do português, numa perspectiva intra-linguística.  

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CONSIDERAÇÕES FINAIS E INVESTIGAÇÃO FUTURA

(ii) Integrar a variável graus de contato linguístico (Trudgill (2009); variantes de variedades com baixo contacto linguístico vs variantes de variedades com alto contacto linguísitco; considerar também a oposição entre variantes e variedades L1 e L2/L3 do português

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CONSIDERAÇÕES FINAIS E INVESTIGAÇÃO FUTURA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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•  Andrade, E. (1993). “Algumas particularidades do português falado no Funchal”, Actas do IX Encontro da APL, Lisboa: Colibri, 17-29. •  Bazenga, A. (2010). “Concordância Verbal e variantes de 3ª pessoa do plural em PE: Resultados preliminares de um estudo sociolinguístico com base numa amostra de Português Falado no Funchal”. Pluricentric Languages Conference Proceedings. Catholic University. Braga, set. 2010. •  Chambers, J.K. (2004). “Dynamic typology and vernacular universals”. In: B. Kortmann (ed.), Dialectology meets Typology. Berlin/New York: Mouton de Gruyter, 127–145. •  Chambers, J.K. (2009). “Cognition and Linguistic Continuum from Vernacular to Standard”. In: Filppula, M., Klemola, J. & P. Heli (eds). Vernacular Universals and Language Contacts. Taylor& Francis Routledge: 19-32 •  Carrilho, E. (2010). "Sintaxe dialectal portuguesa: aspectos da distribuição geográfica de construções sintácticas não-padrão", Ciclo de Conferências sobre a Linguagem do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade de Minho, Braga: http://www.clul.ul.pt/files/ernestina_carrilho/HO_Braga16122010.pdf •  Gonçalves, S & Rúbio, C. (2010). “Confrontos E Contrastes Entre Duas Variedades Lusófonas No Emprego Da Concordância Verbal”. (Eds.) Marçalo, M. J., Lima-Hernandes, Elisa Esteves, M C, Fonseca, MC, Gonçalves, O, Vilela, A., Silva, A. (eds.) Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas.: http://www.simelp2009.uevora.pt/pdf/slg5/17.pdf •  Mateus, MHM & E. Andrade (2002). The Phonology of Portuguese. Oxford: OUP. •  Montguilhott, I. (2010). “Variação de Concordância Verbal de terceira pessoa do plural no PB e no PE”. Anais do IX Encontro do CELSUL. Palhoça, SC, 2010, Universidade do Sul de Santa Catarina: http://www.celsul.org.br/Encontros/09_index.htm#I

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•  Trudgill, P. (2009ª). Sociolinguistic typology complexification’. In:; G, Sampson, Gil, D. & P. Trudgill (eds). Language Complexity as na Evolving Variable. Oxoford: OUP, 98-110. •  Trudgill, P. (2009b). “Linguistic Universals and Vernacular data”. In: Filppula, M., Klemola, J. & P. Heli (eds). Vernacular Universals and Language Contacts. Taylor& Francis Routledge: 323-348. •  Project “Study of Concordance Patterns in African, Brazilian and European Varieties of Portuguese” , M o t a , M . A . e S . R o d r i g u e s V i e i r a ( C o o r d s . ) , I n : CLUL: Study of Concordance Patterns in African, Brazilian and European Varieties of Portuguese •  Scherre, M.M.P. & Naro, A. (1997).“A concordância de número no português do Brasil: um caso típico de variação inerente”. In1997. : HORA, Dermeval da. Diversidade lingüística no Brasil. João Pessoa: Idéia, p. 93-114. •  Naro, A. & M. M. P. Scherre, (1999) ‘Concordância variável em Português: a situação no Brasil e em Portugal’ Anais do 2º Congresso Nacional da ABRALIN. •  Martins, A.M. (2009). "Subject doubling in European Portuguese dialects: The role of impersonal se". In: Enoch O. Aboh, Elisabeth van der Linden, Joseph Quer and Petra Sleeman (éds.) Romance Languages and Linguistic Theory 2007. Amsterdam & Philadelphia: John Benjamins. 179-200. •  Martins, A.M. (2005). "Passive and impersonal se in the history of Portuguese". In: Claus D. Pusch, Johannes Kabatek, & Wolfgang Raible (éds). Romance Corpus Linguistics II: Corpora and Diachronic Linguistics. Gunter Narr Verlag. 411-430

 

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•  Rodrigues, C. (2002). “Variantes não-standard e tipo de discurso: (des)encontros de resultados.” 1º dia de Fonologia. FL. Universidade Lisboa. Disponível em: http://www.clul.ul.pt/sectores/fala/publica/CR_nasal02.pdf •  Segura, L. (2003), “Variação dialectal em território português. Conexões com o Português do Brasil”. In: Brandão, S. e M. A. Mota (orgs.) Análise Contrastiva de Variedades do Português. Primeiros Estudos. Rio de Janeiro. In-Fólio pp.181-196. •  Naro, A. &M. Scherre. (2007). Origens do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola. •  Peres, João Andrade and Telmo Móia. 1995. Áreas Críticas da Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho. •  Mota, M.A. e S. Rodrigues Vieira (2008). Contrastando variedades do português brasileiro e europeu: padrões de concordância sujeito-verbo. In: C.A. Gonçalves e M.L. Leitão de Almeida (Orgs) Língua portuguesa. Identidade, Difusão e Variabilidade. UFRJ: Pós-Graduação em Letras Vernáculas, 87-113. •  Varejão, F. (2006). Variação em estruturas de concordância verbal e em estratégias de relativização no português europeu popular. Dissertação de Doutoramento. Universidade Federal do Rio de Janeiro.  

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