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Definição de Requisitos: uma abordagem epistêmica Gilberto L. Fernandes 10 de setembro de 2014

Definição de Requisitos: uma abordagem epistêmica

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Definição  de  Requisitos:  uma  abordagem  epistêmica  

Gilberto  L.  Fernandes  10  de  setembro  de  2014  

•  RetrospecBva   do   desenvolvimento   de   aplicações   de   soEware   nas   úlBmas   três  décadas;  

•  Análise  da  eficiência  das  práBcas  e  metodologias  que  têm  sido  uBlizadas;  

•  DiagnósBco  de  alguns  problemas  relacionados  à  área  de  definição  de  requisitos;  

•  Uma   abordagem   epistemológica   sobre   a   disciplina   de   Gestão   e   Definição   de  Requisitos;  

•  Sugestões   de   melhorias   em   processos   de   desenvolvimento   de   aplicações   de  soEware.  

Agenda  

Uma  perspecBva  da  Indústria  de  SW  

•  Média   dos   projetos   de   soEware   que   são   concluídos   dentro   do   prazo   e   do  orçamento:  16,2%.    

•  Em  empresas  de  grande  porte,  os  números  são  ainda  piores:  apenas  10%  dos  seus  projetos  são  concluídos  dentro  do  prazo  e  do  orçamento.    

•  Os   projetos   concluídos   em   empresas   norte-­‐americanas   de   grande   porte   têm  aproximadamente  42%  das  funcionalidades  originalmente  propostas.    

Uma  perspecBva  da  Indústria  de  SW  

Uma  perspecBva  da  Indústria  de  SW  

Nos   Estados   Unidos,   gasta-­‐se   mais   de   US$   250   bilhões   por   ano   no  desenvolvimento  de  aplicações  de  TI,  em  cerca  de  175  mil  projetos.    

•  Custo  médio  de  cada  projeto  de  desenvolvimento  de  SW:  

•  Empresas  de  grande  porte:  US$2.322.000;    

•  Empresas  de  médio  porte:  US$1.331.000;    

•  Empresas  de  pequeno  porte:  US$  434.000.    

•  31,1%  desses  projetos  são  cancelados  antes  de  serem  concluídos.    

•  52,7%  dos  projetos  custam  cerca  de  189%  de  suas  esBmaBvas  originais.  

Uma  perspecBva  da  Indústria  de  SW  

O  Problema  

Uma  perspecBva  da  Indústria  de  SW  

Fig. 1. Distribuição das contribuições de retrabalho pelo ciclo de desenvolvimento de SW.

Fonte: James Martin (1997)

Uma  perspecBva  da  Indústria  de  SW  

•  Estudos  diversos   (STANDISH,  2013;  2014)   indicam  que  nos  úlBmos  25  anos,  os  

impactos   das   aBvidades   de   definição   e   gestão   de   requisitos   de   soMware  

permanecem   praBcamente   inalterados,   contribuindo   com   cerca   de   80%   do  

esforço  de  retrabalho.    

•  Este   índice  de  retrabalho  provoca  perdas  anuais  globais  de  bilhões  de  dólares  

(mais   de   US$100   bilhões   anuais   somente   nos   EUA),   além   dos   prejuízos  

operacionais  causados  pelas  falhas  de  sistemas  de  informação  não  mensuráveis  

e  não  declarados.    

Uma  perspecBva  da  Indústria  de  SW  

•  O   principal   fator   contribuinte   para   os   elevados   índices   de   retrabalho  presentes  no  desenvolvimento  de  aplicações  de  soEware  encontra-­‐se  na  

etapa  de  definição  de  requisitos  (MARTIN,  1997;  LEFFINGWELL,  1999).    

O  Problema  

Apesar  dos  esforços  realizados  nas  úlBmas  décadas  para  melhorar  as  aBvidades  de  elicitação,   persiste   a   elaboração   de   requisitos   de   soEware   com   caracterísBcas  indesejadas,  como  as  listadas  abaixo:  

•  Inconsistências  

•  Incompletude  

•  Ambiguidade  

•  Obscuridade  

•  Não  testáveis  

•  Inviabilidade  técnica,  orçamentária  ou  de  prazo  

O  Problema  

•  EstaisBcas   de   insBtutos   de   pesquisas   como   o   Standish   Group   e   o   Forrester,  entre  outros,  sobre  os  fatores  de  insucesso  no  desenvolvimento  de  sistemas  de  informação   durante   os   úlBmos   25   anos,   apontam   que   as   diferentes  abordagens   e   metodologias   uBlizadas   têm   sido   ineficientes,   do   ponto   de  vista   de   reduzir   os   índices   de   insucesso   e   de   retrabalho,   que   manBveram-­‐se  praBcamente  inalterados  nesse  período.  

O  Problema  

•  Presume-­‐se  que  a  ineficiência  das  abordagens  e  metodologias  uBlizadas  nas  úlBmas   décadas   para   o   desenvolvimento   de   aplicações   de   soEware   deve-­‐se   à  natureza  eminentemente  determinísScas  dessas  abordagens.  

•  Boas   práScas   de   mercado   nem   sempre   são   sustentadas   por   teorias   e  modelos,   tendo   apenas   dados   empíricos   como   base.   Desse   modo,   por  natureza,  possuem  uma  fragilidade  conceitual.  

DiagnósBco  

•  Requisitos   de   SoMware   ao   uBlizar   a   linguagem   natural,   uBlizam  narraSvas  como  meio  de  comunicação  prioritário  (KOTONYA;  SOMMERVILLE,  1998;  THAYER;  

DORFMAN,  1993).    

•  NarraSvas,  forma  de  expressão  naturalmente  subjeSva,  têm  o  potencial  de  acarretar   problemas   de   imprecisão   e   distorção   das   informações   que  transmite  (CARR,  2008).    

DiagnósBco  

•  Problemas   de   entendimento  nas   aBvidades   de   definição   de   requisitos  de   soEware,   decorrentes   do   uso   de  narraSvas,   introduzem   fatores   de  imprecisão,   distorção,   falta   de   clareza,   incompletude,   inconsistência   e  ambiguidade,   que   se   propagam   por   todo   o   restante   do   ciclo   de  desenvolvimento  de  aplicações  de  soEware.  

 

DiagnósBco  

Percepção  Sensorial  e  Conhecimento    

A  percepção  sensorial  humana,  por  sua  natureza,  é:  

•  mediada,  

•  incompleta,    

•  relaSva  e    

•  subjeSva.  

A  percepção  sensorial  

•  Todas   as   interações   entre   as   forças   fundamentais   da   natureza   ocorrem  

como   resultado   da   troca   de   par[culas   elementares   específicas.   Não   existe  contato  direto  durante  a  interação  entre  as  pariculas  consBtuintes  da  matéria.  

A  ação  se  dá  à  distância  (NOVAES,  2000;  MARQUES;  UETA,  2007).    

•  A  interação  entre  a  força  eletromagnéSca  e  a  matéria  é  sempre  mediada  por  um  Bpo  específico  de  bóson  intermediário  –  o  fóton  (MARQUES;  UETA,  2007).  

O  Modelo  Padrão  

•  Todos   os   cinco   senSdos   sensoriais   humanos   ocorrem   por   intermédio   de  

interações  eletromagnéScas;  

•  A  percepção  de  imagens  pelo  ser  humano,  como  qualquer  outra   interação  eletromagnéSca,   inicia-­‐se   pela   captação   de   fótons   emiBdos   ou   refleBdos  pelos  objetos,   por  meio  de   células   fotossensíveis   presentes   em  nossas   reBnas  (KIERNAN,  2003).  

A  percepção  sensorial  

•  A   percepção   de   imagens   pelo   ser   humano   inicia-­‐se   pela   absorção   de  fótons   emiBdos   ou   refleBdos   pelos   objetos,   por   meio   de   células   neurais  fotossensíveis  presentes  em  nossas  reBnas,  os  cones  e  os  bastonetes.  

•  Em   seguida,   os   fótons   absorvidos   pela   reBna   sofrem   uma   transdução   e   são  enviados   ao   nervo   ópBco   na   forma   de   sinais   biológicos.   O   comprimento   de  onda   é   interpretado   como   cor,   a   quanBdade   de   fótons   apreendidos   é  interpretada  como  intensidade  luminosa,  e  assim  por  diante.  

A  percepção  sensorial  

Objeto  

Fenômeno  

Sujeito  

•  Para   o   senBdo   da   visão,   o   sujeito   cognoscente   não   tem   acesso   direto   ao  objeto   observado,   mas   apenas   aos   fótons   emiBdos   e/ou   refleBdos   por   esse  objeto.  

•  A  percepção  da  realidade  é  sempre  mediada.  

•  Somos   equipados   para   apreender   apenas   parte   da   informação,   ou   esimulos,  que   chegam   aos   nossos   senBdos.   Desse   modo,   incompletude   é   uma  caracterísSca  da  natureza  da  percepção  humana.    

A  percepção  sensorial  

•  Sendo   os   fótons   elementos   discretos   e   independentes,   assumindo   uma  natureza   corpuscular   no   momento   de   sua   apreensão,   dois   observadores   no  mesmo  ambiente  e  momento,  necessariamente  captarão  fótons  diferentes.  

•  A  impossibilidade,  descrita  acima,  de  fótons  serem  capturados  por  mais  de  um  sujeito,   é   uma   evidência   rsica   da   impossibilidade   de   percepções   visuais  idênBcas   entre   dois   ou   mais   sujeitos,   comprovando   a   relaSvidade   da  percepção  sensorial.  

A  percepção  sensorial  

Objeto  

Sujeito  1  

Sujeito  2  

•  O   contexto   possui   forte   influência   sobre   a   interpretação   da   realidade   (DASCAL,  2006).    

A  percepção  sensorial  

Abordagens  metodológicas  

O  Problema  

•  A   dicotomia   sujeito/mundo   presente   nas   doutrinas   do   empirismo   e   do  racionalismo  ora  pende  para  um  lado,  ora  para  o  outro.    

•  O   empirismo   não   se   sustenta   frente   a   uma   obrigatória   incompletude,  relaBvidade  e  subjeBvidade  da  percepção  humana  da  realidade.    

•  O  racionalismo   falha  ao  desconsiderar  simultaneamente  a  devida   importância  das  experiências  sensoriais  e  a  subjeBvidade  da  interpretação  da  realidade  pelo  sistema  cogniBvo  humano.    

Correntes  filosóficas  

•  Dentre   as   correntes   epistemológicas   consideradas   optou-­‐se   por   uma  perspecSva   fenomenológica  da  Teoria  do  Conhecimento,   como  a  que  melhor  de  adequa  aos  objeBvos  dessa  pesquisa.  

•  A   Teoria   do   Conhecimento   referência,   adotada,   é   um   recorte   específico   da  Fenomenologia  de  Husserl.  

Correntes  filosóficas  

Fenomenologia  

•  A  parBr  da  correlação  entre   sujeito  e  objeto,  o   conhecimento   surge  como  um  conjunto   de   propriedades   do   objeto   apreendidas   pelo   sujeito,   caracterizando  uma   trindade   existencialmente   interdependente   entre   sujeito,   objeto   e  conhecimento  (HUSSERL,  2006;  HUSSERL,  2012);  

•  A  formação  de  novos  conhecimentos  ocorre  por  meio  de  um  processo  dinâmico  de  revisitação  de  experiências  armazenadas  na  memória  e  de  sua  confrontação  com  novas  experiências   subjeBvas  apreendidas  do  mundo  exterior   (POPPER,  1999;  NICOLELIS,  2011;  FERNANDES;  LIMA-­‐MARQUES,  2012).  

A  construção  do  conhecimento  

•  O   mecanismo   de   geração   de   conhecimento,   dotado   na   práBca   de   infinitas  alternaBvas  em  cada   indivíduo,   é  uma  evidência   adicional  da   subjeBvidade  da  apreensão   da   realidade   e   do   resultante   conhecimento   humano   (EDELMAN,   1989;  

STONIER,  1992;  BENNETT,  2006).  

•  A   subjeBvidade   da   percepção   humana   pode   ser   caracterizada   como   uma  incerteza  inerente  à  apreensão  da  realidade  através  de  seus  senBdos  sensoriais  (KANT,  2010);  

A  construção  do  conhecimento  

•  O   conhecimento   é   uma   imagem   subjeSva   da   realidade;   um   conjunto   de  propriedades,   em   princípio   incompletas,   do   objeto   observado,   apreendidas   e  interpretadas  pelo  sujeito.    

•  O  entendimento,  quando  dependente  de  uma  interpretação  linguísSca,  possui  componentes  que  ultrapassam  os  aspectos  sintáScos  e  semânScos  dos  textos  (DASCAL,  2006).  

A  construção  do  conhecimento  

O  Problema  

•  Os   problemas   de   entendimento   decorrentes   das   aBvidades   de   definição   de  

requisitos  de  soEware  podem  ser  categorizados  como  um  caso  parScular  do  Problema  do  Entendimento  Humano.  

•  O   Problema   do   Entendimento   Humano   é   amplo,   afetando   áreas   tão   diversas  como   o   direito,   a   economia,   a   historia,   o   jornalismo   e   a   comunicação,   entre  outros.  

 

Caracterização  do  Problema  

Hegel%(1770*1831),%1807%

Dilthey%(1833*1911),%1900/1901%Windelband%(1848*1915)%

M.%Weber%(1864*1920),%%1904%%

J.S.Mill%%(1806*1873),%1843%A.%Bain%(1818*1903),%1855%

Brentano%%(1838*1917),%1874%

C.S.%Pierce%(1839*1914),%1883%

Husserl%(1859%*1938),%%%1900/1901%Frege%%%(1848*1925),%

1893/1903%

Heidegger%(1889*1976),%1927%

Russell%%(1872*1970),%1903%

WiNgenstein%(1889*1951),%1921/1946%

Bergson%(1859*1941),%1903%Vaihinger%(1852*1933)%Simmel%(1858*1918)%

M.%Scheler%(1874*1928),%1921%A.%Schutz%(1899*1959),%1932%

P.%Berger%(1929),%1966%Th.%Luckman%(1927),%1966%

Merleau*Ponty%%%(1908*1961),%1945%

Schopenhauer%(1788%*1860),%%1819%

P.%Ricoeur%(1913*2005),%

1950%%Habermas%(1929),%1981%

Apel%(1922*2010),%1976%

Gadamer%%(1900*2002),%1976%

Kant%(1724*1804)%,%1781%

Locke%(1632*1704),%1690%

Hume%(1711*1776),%1748%

Leibniz%(1646*1716),%1704/1765%

Fonte:  Elaboração  própria,  adaptado  de  K.  Ivanov  (1984)    

•  A  relaSvidade  da  percepção,  inevitável,  está  mais  associada  à  incompletude  da  apreensão  das  propriedades  dos  objetos  observados  do  que  à  incorretude  dessa  observação  ;  

•  A   subjeSvidade   cogniSva,   apesar   de   fortemente   atrelada   à   introdução   de  incorretude   à   interpretação   cogniBva,   não   pode   ser   caracterizada   como  inevitável,   ou   irreparável,   já   que   a   formação   do   conhecimento,   dinâmica   por  natureza,   ocorre   por   meio   de   um   processo   de   refinamento   coninuo   e  aproximação  da  realidade  objeBva  por  uma  sucessiva  revisitação  do  fenômeno  apreendido.    

O  Problema  do  Entendimento  Humano  

•  Dogmas  e  Paradigmas;  

•  EstereóBpos;  

•  Descarte  de  evidências  anômalas;    

•  Fontes  de  informação  fragmentadas  e  falta  ou  insuficiência  de  contexto;  

•  Filtros  mentais  e  memória;  

•  Imagens  de  busca;  

•  Visão  em  retrospecBva  –  necessidade  de  senBdo  e  significado;  

•  Diferenças  de  temporalidades  entre  o  narrador  e  o  narrado;  

Fatores  de  imprecisão  e  distorção  do  entendimento    

•  Barreiras  linguísBcas  ou  de  área  de  conhecimento;  

•  Realimentação  de  fontes  de  informação  do  passado;  

•  Fatores  ambientais  (contexto);  

•  Falácia  narraBva;    

•  Fatores  psicológicos  presentes  na  avaliação  de  situações  de  risco,  incerteza  e  aleatoriedade;  

•  Viés  probabilísBco  contra-­‐intuiBvo;  

•  Viés  de  disponibilidade;  

Fatores  de  imprecisão  e  distorção  do  entendimento    

Gowried   Leibniz   (1646-­‐1716)   e   Bertrand   Russel   (1872-­‐1970)  acalentaram  o  sonho  de  construção  de  um  sistema   lógico  que  pudesse   subsBtuir   as   linguagens   coBdianas   para   a  representação   de   ideias   e   conceitos   de   forma   completa   e  consistente.  

 

Kurt   Gödel   (1906-­‐1978),   entretanto,   em   seu   Teorema   da  Incompletude,   demonstrou   que   para   os   sistemas   lógicos  disponíveis,   tais   sistemas   configuram-­‐se   como   incompletos  ou  inconsistentes.  

Histórico  

Alan  Turing  (1912-­‐1954),  provou  que  em  computadores  com  a  arquitetura   atual   (máquina   de   Turing),   necessariamente   não  pode   exisBr   algoritmo   que   seja   capaz   de   tratar   problemas  indecidíveis  (Problema  da  Indecibilidade).  

 

 

Gregory   J.   ChaiBn   (1947-­‐)   estendeu   os   resultados   de   Gödel   e  Turing  à  teoria  da  informação  algoritmica.  

 

 

 

 

Histórico  

“Gödel  e  Turing  responderam  às   três   famosas  questões   formuladas  em  1928  pelo  matemá>co   David   Hilbert   de   forma   dramá>ca   –   e   na   nega>va:   a   matemá>ca  enquanto  estrutura  formal  não  é  completa,  não  é  autoconsistente  e  não  é  decidível.  Em   outras   palavras,   a   mecanização   do   pensamento   humano   a   par>r   de   uma  sequência  fixa  de  regras  lógicas  é  mera  fantasia.”    

Marcelo  Gleiser  em  A  Ilha  do  conhecimento,  p.  302-­‐303  

•  Apesar  do  caráter  relaSvo  e  duplamente  subjeSvo  da  representação  do  mundo  pelo   sujeito,   defende-­‐se   a   ideia   de   que   estas   caracterísBcas   não   implicam  necessariamente   que   imprecisão   e   distorção   sejam   inerentes   a   todo  conhecimento  apreendido  do  mundo  objeBvo.    

•  O   reconhecimento   prévio   desta   limitação   humana,   representada   pelos   níveis  diversos   de   subjeBvidade,   somados   aos   inúmeros   fatores   de   introdução   de  distorções,  induz  uma  busca  pelo  refinamento  do  entendimento.    

O  Problema  do  Entendimento  Humano  

•  Representação  visual  

•  Representação  por  diagramas  

•  Verificação  por  pares  de  ambiguidades,  inconsistências,  incompletude,  etc.  

•  Simulação  

•  Análise  de  impacto  

•  Glossário  /  ontologia  

•  ColaboraBva  

•  Implementação  (ou  integração)  de  técnicas  de  Business  Analysis  

 

Ferramentas  –  caracterísBcas  desejáveis  

?  Metodologia  –  caracterísBcas  desejáveis  

Processo  Ágil  

Metodologia  –  caracterísBcas  desejáveis  •  Modelos  Ágeis,  incluindo  o  SCRUM,  notadamente  seguem  conceitos  empiristas,  

sendo  portanto,  deterministas.  

•  Modelos   puramente   deterministas   não   são   adequados   às   aBvidades   de  definição  de  requisitos.  

 

Processo  Ágil                  Processo  puramente  empirista  

✕  

Questões  para  discussão  •  Como  tornar  os  Modelos  Ágeis,  incluindo  o  SCRUM,  adequados  às  aBvidades  de  

definição  de  requisitos,  por  natureza  não  determinísBcas?  

•  Faria  senBdo  incluir  testes  de  regressão  para  requisitos?  Porquê?  

•  Faria   senBdo   incluir  nas   ferramentas  de   requisitos  mecanismos  de  verificação  lógica,   que   pudessem   testar   ambiguidades   e   inconsistências   lógicas   nas  sentenças  que  formam  as  narraBvas  que  representam  os  requisitos?  

•  Faria   senBdo  um  formação  específica  para  analistas  de   requisitos,   incluindo  o  desenvolvimento   de   habilidades   cogniBvas,   como   ocorre   com   psicólogos,  invesBgadores,  agentes  de  serviços  de  inteligência?  Porquê?  

 

 

Obrigado!  

Gilberto  L.  Fernandes  [email protected]  

[email protected]        

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•  FERNANDES,  G.   L.;   LIMA-­‐MARQUES,  M.   Em  busca  de  um  modelo   fenomenológico  do  mecanismo  de  apreensão   humana.   Revista   Íbero-­‐Americana   de   Ciência   da   Informação,   Brasília,   2012.   Aguardando  publicação.  

•  FERNANDES,  Gilberto  L.;  LIMA-­‐MARQUES,  Mamede.  (2013a).  Sobre  a  natureza  da  informação,  dado  e  conhecimento.  VI  Encontro  Ibérico  EDICIC  2013.  Disponível  em  <h�p://www.youblisher.com/p/745142-­‐VI-­‐Encontro-­‐Iberico-­‐EDICIC-­‐2013-­‐Globalizacao-­‐Ciencia-­‐Informacao/>.  Acesso  em  01/07/2014.  

•  FERNANDES,  Gilberto  L.;  LIMA-­‐MARQUES,  Mamede.  (2013b).  Considerações  sobre  a  abrangência  disciplinar  da  Ciência  da  Informação.  I  Congresso  ISKO  Espanha  e  Portugal.  Disponível  em  <h�p://www.youblisher.com/p/749221-­‐I-­‐Congresso-­‐ISKO-­‐Espanha-­‐e-­‐Portugal-­‐XI-­‐Congreso-­‐ISKO-­‐Espana/>.  Acesso  em  01/07/2014.    

 

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