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16/3/2014 Mais do Menos: entre tradições e contradições, críticas à política externa de Dilma Rousseff - Carta Maior
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Home > Politica > Mais do Menos: entre tradições e contradições, críticas à política externa de Dilma Rousseff
12/03/2014 - Copyleft
Mais do Menos: entre tradições e contradições,críticas à política externa de Dilma RousseffDificuldades econômicas vividas pelo Brasil atual não derivam de pacotes do FMI, mas
de efeitos do enfrentamento, com recursos próprios, da crise de 2008.
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Vinte anos após o Plano Real, completos 11 anos de administrações federais do PT, o
contexto de 2014 surpreende. Menos por comemorações e contestações em ano eleitoral,
mais pela pouca densidade das críticas à política externa de Dilma Rousseff.
O contexto das críticas não passa despercebido. Pouca relevância é concedida à política
externa no debate de política públicas no Brasil. Em ano eleitoral, a política externa é
tensionada pela disputa doméstica. O quase desinteresse pelas ações internacionais do Brasil
é substituído por intenso debate, galvanizado – e capturado – pela ação dos partidos e
principais candidatos à Presidência. A performance de diferentes partidos e coalizões é
componente fundamental da avaliação de políticas públicas propostas como ‘alternativas’.
Em 2014, diferentes segmentos da oposição investem em duas críticas. Por um lado, Dilma
é acusada de não ter grande interesse em questões de política externa. Na ausência de
objetivos coerentes, o governo Dilma teria rompido a tradição diplomática brasileira. Tal
rompimento implicaria abandonar os compromissos normativos da diplomacia brasileira e
fragmentar a implementação da política externa, limitando o papel do Itamaraty.
Por outro lado, Dilma é acusada de ter descontinuado a política externa de seu antecessor,
Lula. Esta teria perdido fôlego após a intensidade dos primeiros anos do século e teria caído
Carlos Frederico Pereira da Silva Gama, professor de Relações Internacionais na PUC-Rio
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16/3/2014 Mais do Menos: entre tradições e contradições, críticas à política externa de Dilma Rousseff - Carta Maior
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no marasmo, vítima de indecisões que prejudicam a imagem do Brasil. A PEB de Dilma seria
contraditória – dita continuação de Lula, mas confusa na implementação, marcada por
improvisos, com resultados desastrosos, sinal de enfraquecimento da política externa do PT.
Em conjunto, essas críticas apontam rumos ‘alternativos’: maior criatividade na definição da
política externa; reaproximação com os Estados Unidos; revalorização da América do Sul,
que teria sido esquecida (o que indicaria perda de liderança brasileira na região).
Contextualizadas, essas ‘alternativas’ se tornam problemáticas. Seu mérito é questionável,
se levarmos em conta a política externa dos dois mandatos presidenciais do PSDB e as
diretrizes políticas da recente aliança Rede Sustentabilidade-PSB.
Apesar de iniciar com menção a um mundo convulsionado por crises, o documento
Diretrizes-Programa de Governo da aliança Rede Sustentabilidade-PSB não confere destaque,
em 72 páginas, a questões de política externa (para além de breves menções a políticas de
defesa). Cabe à aliança o privilégio duvidoso de preencher essas lacunas no processo
eleitoral.
Se a nova aliança acena para um futuro por determinar, o PSDB mergulha no passado.
Recupera discursos do fim do segundo mandato de FHC. Dificuldades e frustrações da PEB
tucana são ‘atualizadas’ via críticas a Dilma Rousseff.
Conturbações do passado recente se ocultam nas acusações de que o Brasil teria cometido
um erro ao tensionar recentemente as relações com os EUA. Longe de uma opção do
governo brasileiro, as relações com aquele país têm sido tensas desde o final da década de
1990.
Após a Guerra Fria, se seguiu um período de hegemonia dos EUA. ‘Consensos’ liberais na
economia e na política deram o tom nas principais instituições do sistema (a ONU rediviva,
Bretton Woods) e informaram a criação de novas instituições (OMC). Os emergentes
assumiram postura cautelosa. Ninguém desafiou a primazia da superpotência.
Nos governos tucanos, o Brasil se posicionou como candidato a ‘global trader’ via
estabilização econômica e regionalismo aberto (Mercosul, definido como plataforma
econômica). Em paralelo, o país ingressou nos principais regimes herdados da Guerra Fria
(como o de não-proliferação de armas nucleares, em 1998). A expectativa brasileira era
alavancar o perfil do país, como ‘global trader’ e parceiro responsável das potências
ocidentais na promoção de reformas (liberais) do estado. Um país emergente e confiável e
um líder na América do Sul.
Atritos com os EUA marcaram o período que viu o enterro da proposta da ALCA. O projeto
de ‘global trader’ se esvaiu no esteio das crises mexicana, russa e asiática. À desvalorização
do Real em 1999 se seguiu a quebra do peso na Argentina e a profunda crise econômico-
política que atingiu nosso vizinho (crise que se desenrolou sob o olhar fleumático da
diplomacia brasileira). O Mercosul definhava, rumo a um beco sem saída político-econômico.
Uma descontinuidade ocorreu na política externa de FHC. O perfil ‘global trader’ foi
substituído pelo ‘global player’. A participação do presidente em reuniões de ‘governança
global’ da ONU e cúpulas do G-8 substituíram o investimento no regionalismo aberto e o
crescimento econômico (dos primeiros anos do Real). O pleito no Conselho de Segurança da
ONU passou a ser associado a atividades como a (modesta) contribuição para operações de
paz no Timor Leste – não mais ao peso econômico do país (estagnado) ou à pretensa
liderança na América do Sul – esta, prejudicada pela crise argentina, à qual vieram se somar
a reação tardia ao golpe de estado na Venezuela em 2002 e a tolerância com a ditadura de
Fujimori no Peru.
O Brasil se pretendia, então, um outro tipo de emergente. Já nesse momento, uma das
críticas da oposição em 2014 já se materializara – ao Itamaraty cabia papel importante,
mas secundário, diante dos primeiros movimentos de uma era de diplomacia presidencial.
Na OMC, o Brasil enfrentava os EUA em questões como a do algodão. A Rodada Doha
emperrava, colocando Brasil e EUA em grupos opostos nas disputas agrícolas e de serviços.
No apagar das luzes do governo FHC, a controvérsia sobre os medicamentos retrovirais foi
o clímax da tensão diplomática. Também contribuíram o pouco apreço dos EUA pela busca
brasileiro pela cadeira permanente no CS (a despeito da entrada brasileira no regime de não-
proliferação de armas nucleares) e a inadequação brasileira frente à ‘guerra contra o terror’
de George W. Bush.
A defesa da Aliança do Pacífico (neo-ALCA), a ‘opção’ pelos EUA como crítica da membrezia
do Brasil nos BRICS revelam menos futuros promissores e mais indigestões passadas.
Exercícios de nostalgia subestimam impactos da diplomacia presidencial sobre o Itamaraty. A
defesa retórica da ‘tradição’ diplomática oculta processos que impactavam a política externa
de FHC e se intensificaram desde então.
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16/3/2014 Mais do Menos: entre tradições e contradições, críticas à política externa de Dilma Rousseff - Carta Maior
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Vivemos um processo de democratização de nossa política externa. É saudável questionar
decisões da Presidência e chancelaria, sejam quais forem, bem como demandar justificativas
para decisões/omissões. A democratização/pluralização da política externa a torna uma
política pública cujas decisões são feitas diante dos olhos da opinião pública, com ativa
participação de segmentos domésticos que, nas últimas duas décadas, auferiram a
prerrogativa de manifestar publicamente interesse(s) por questões que afetam a sociedade
brasileira.
Em contraste com a política externa de generais, juntas e ditadores, a Constituição de 1988
não priva de supervisão popular os representantes do povo em todos os níveis de poder
político. O engajamento do governo com outros agentes com interesse(s) na política
externa brasileira, diante do olhar ávido da opinião pública, é sinal de amadurecimento e
vitalidade democráticos, não de retrocesso institucional. Algo frisado pelo próprio governo
brasileiro quando inaugura debate público sobre a criação de um livro branco de política
externa.
A diplomacia presidencial politiza decisivamente a política externa. Burocracia reflexiva, o
Itamaraty possui relativa impermeabilidade a mudanças bruscas, leva tempo para se adaptar
(o delay entre a percepção do Itamaraty e transformações sistêmicas). A capilaridade
política da figura presidencial torna possíveis guinadas adequadas em contextos de
mudanças complexas, bem como articulações flexíveis com outros agentes, se evadindo
das amarras das burocracias.
O Itamaraty não perde relevância nesse contexto. A diplomacia presidencial pressupõe
capacidade contínua de mobilizar a expertise de um vasto corpo diplomático coeso,
especializado. Oportunidades que se insurgem cobram inserção na estratégia em curso.
Recursos obtidos no caminho sustentam a visão do futuro, suavizam a trajetória. A
burocracia diplomática é chamada a canalizar suas energias de forma flexível e criativa,
qualidades raras mas imprescindíveis. Articulações desse tipo entre Presidência e Itamaraty
lograram sucesso recentemente, como a eleição do Embaixador Roberto Azevêdo para
Diretor-Geral da OMC.
Pretender contornar esses processos com a ‘tradição’ do Itamaraty soa preocupante, diante
das complexidades do cenário internacional contemporâneo e da própria democratização do
Brasil em todas as esferas. A revisão do passado revela a dificuldade que segmentos da
oposição têm em lidar com dificuldades do presente, com o mundo mais complexo do que o
de 15 anos atrás. Não foi por falta de expertise ou fragmentação da tomada de decisão que
FHC sofreu revezes na relação com os EUA e com os vizinhos da América do Sul.
Num outro sentido, o passado nos pode ser útil. Quando críticas apontam falta de
criatividade na política externa brasileira como sinal de desgaste, olhemos para o passado.
Em 2001, o economista Jim O’Neill, da Goldman-Sachs, cunhou o termo ‘Brics’ para
caracterizar um grupo de países emergentes que seriam portos seguros de investimento
externo. Desse portfólio constava o Brasil, à época receptor do maior pacote de ajuda da
história do FMI. No mesmo ano, os atentados de 11 de Setembro desfraldaram a ‘guerra
global ao terror’ de George W. Bush. Confrontado com novas oportunidades e desafios, o
que fez o Brasil?
Na época, o Brasil se acomodou no portfólio da Goldman-Sachs. Permaneceu dependente
de fundos externos e do auxílio do FMI, limitado na capacidade de ação autônoma na
economia. Os dois últimos anos do governo FHC foram marcados por baixos índices de
crescimento, retorno da inflação (e desvalorização do real) em 2002.
Quanto à ‘guerra contra o terror’, o chanceler brasileiro Celso Lafer fez pronunciamento na
ONU no dia dos atentados. Invocou – para surpresa dos presentes – o Tratado
Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), instrumento de segurança coletiva criada na
Guerra Fria. Essa proposta – se solidarizar com os EUA através do TIAR – não apenas não
granjeou simpatias ao Brasil. Em pleno século XXI, soou como um anacronismo inadequado.
Diante deste histórico pouco criativo, a retórica da ‘tradição’ se torna um libelo tecnocrático,
defesa corporativa do Itamaraty em face da democratização da política (e das políticas
públicas) em curso no Brasil. A ‘alternativa’ da ‘tradição’ nada na contramão de demandas
sociais por maior transparência e responsabilidade de nossos representantes.
Em contraste com 2001, o Brasil de 2014, juntamente com outros emergentes (cujas
aspirações de reformar o FMI foram recentemente fustigadas no congresso dos EUA),
participa da criação de uma nova instituição internacional – o Banco de Desenvolvimento dos
BRICS –alternativa ao modelo liberal na ‘solução’ de crises, as que o FMI não resolveu há 15
anos.
O governo Dilma possui mais elementos de continuidade com o governo Lula do que
pretende a maioria dos críticos. Dificuldades econômicas vividas pelo Brasil atual não derivam
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de pacotes do FMI, mas de efeitos do enfrentamento, com recursos próprios, da crise de
2008.
Herdeira dos grandes investimentos do estado brasileiro pós-2008, a economia brasileira
sob Dilma mostra um ciclo de recuperação que difere das economias desenvolvidas. O Brasil
não apenas respondeu à crise, mas o fez com crescimento econômico e redistribuição de
renda em escala incomum na história (afora os primeiros anos do Plano Real e a euforia
momentânea do Cruzado). Passado o momento mais duro de enfrentamento da crise, o
governo busca novas fontes de investimento para alavancar projetos de infraestrutura, em
paralelo ao continuado esforço através do BNDES, parcerias com o setor privado na gestão
de serviços públicos (aeroportos, ferrovias, hidrocarbonetos) e preparativos para os
megaeventos.
Com vistas a manter políticas da gestão Rousseff – participação crescente em questões de
âmbito mundial, empoderamento dos cidadãos via desenvolvimento econômico com justiça
– Dilma foi a Davos mostrar a solidez dos fundamentos da economia brasileira e capacidade
de fazer frente à nova crise argentina. Com baixa poupança interna, o Brasil busca
investimento estrangeiro para reformas estruturais – em condições mais favoráveis do que
2001, quando a Argentina quebrou e o Brasil vivia a desvalorização do Real. Em Davos, o
Brasil não pediu auxílio.
Os custos de decisões atuais são medidas, por vezes, em reveses passados. Problemas
com Venezuela e Argentina, dificuldades de tirar o Mercosul do atoleiro foram legados do fim
do século XX. Não podem, pois, ser computados como ‘erros’ de política externa de Dilma.
Relançar o passado recente como ‘alternativa’ traz à tona questões de responsabilidade.
O governo Dilma vive uma crise normativa. Mas esta não deriva da ‘ruptura’ com a ‘tradição’
diplomática. Quando, há uma década, Lula dizia que o Brasil que come deveria ajudar o Brasil
que tem fome, havia uma noção de responsabilidade coletiva embutida, convocando à luta
contra exclusões seculares e seus efeitos. O Brasil que come tornaria o Brasil que tem fome
mais digno e vice-versa. De lambuja, movimentando a economia nacional. O crescimento
econômico foi acompanhado de redistribuição de renda, num momento de crise da
economia mundial (antes da euforia das commodities).
Os elos dessa fórmula se desfizeram recentemente. O enfrentamento da grave crise de
2008 manteve as políticas domésticas em curso, mas implicou uma substituição normativa
– da responsabilidade coletiva em mitigar exclusões sociais seculares para o pragmatismo do
crescimento público-privado, acelerado para os megaeventos.
Timoneira na transição, Dilma não apresentou uma alternativa normativa, oscilando entre
aquiescência e relutância. Ora cortejou as novas classes médias, ora reprimiu
questionamentos às concessões feitas a agentes privados nos megaeventos. Uma cunha se
abriu entre políticas e justificativas. Segmentos sociais impactados por transformações
recentes ficaram eticamente descobertos. As oposições encontraram terreno para suas
críticas nem sempre criativas. Críticas são salutares, combustível da democracia. Mas tais
não podem prescindir da memória e da responsabilidade por decisões passadas.
Com essas duas críticas à política externa de Dilma Rousseff – o não tem e o tem, mas
acabou – as oposições apresentam mais do menos em termos de alternativas. Por um lado,
se furtam a assumir responsabilidade por parte das contradições presentes. Por outro,
demonstram pouca criatividade diante de oportunidades e riscos que um país emergente
assume num sistema internacional que frequentemente fustiga anseios e ambições
emergentes.
A ascensão dos BRICS não se deve apenas à crise econômica de 2008. Ela ocorre contra o
pano de fundo da corrosão da legitimidade norte-americana pós-2001. Diante do
desconforto com as ‘intromissões’ dos emergentes na ordem internacional após a Guerra
Fria, tensões entre Brasil e EUA tendem a se aprofundar. Países emergentes não podem
perder oportunidades que surgem numa ordem que lhes é hostil. Sua ascensão depende de
sua capacidade de utilizar criativamente as instituições existentes e também de criar
alternativas de fôlego próprio.
Os desafios que o Brasil assumiu recentemente são proporcionais ao lugar que o país almeja
ocupar na ordem global. Nos lembram os custos de usufruir espaços preciosos para os
brasileiros, e o quão distantes estamos de nossos objetivos. A aquiescência diante de
assimetrias de poder produz acomodação. Tal postura nos afasta de reflexões sobre a
construção e reprodução do poder. Nos livra de dúvidas sobre a solidez e funcionalidade da
ordem vigente. Nas engrenagens da ordem internacional assimetrias são produzidas, mas
também combatidas.
Uma política externa pública e democrática implica readequar os recursos de que o Brasil
dispõe (incluindo o Itamaraty), em face da complexificação das relações políticas
internas/externas e do aumento da importância do país no mundo. O engajamento com
essas complexidades nos demanda mais, não menos, democracia.
16/3/2014 Mais do Menos: entre tradições e contradições, críticas à política externa de Dilma Rousseff - Carta Maior
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O jogo só começou – na eleição presidencial e no sistema internacional.
Créditos da foto: Roberto Stuckert Filho/PR
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5 Comentários
Moacir R. de Pontes - 14/03/2014
A classe trabalhadora pobre paga mais impostos do que a classe média porque é bem maior e a
tributação é regressiva. Os mais ricos pagam mais nos países mais democráticos, onde os tributos sobre
patrimônio e renda representam pelo menos 70% do total. No Brasil acontece o contrário. Se a oposição
defendesse maior justiça tributária, conquistaria mais votos e deixaria de ser oposição e o país seria
realmente mais democrático. Ah!..melhor continuar atacando as ditaduras cubana, venezuelana etc.
vinícius vitoi silva - 14/03/2014
Estou cada vez mais impressionado com a capacidade dos formadores de opinião da direita (eu ainda
acredito na polaridade direita-esquerda). Tem aqueles que discursam mais abertamente; tem aqueles
com mais argumentos. Estes que escrevem, escrevem e no final dizem: não se trata de questionar Tchê,
Marx ou fulano, mas... contudo, entretanto... Sinceramente, na minha opinião o atual governo constrói
uma nova fase e por causa disso precisa se desdobrar para enfrentar a força do donos do poder. Desejo
saúde e longevidade ao ex-presidente Lula e à atual presidente Dilma. Que tenha força para seguir o
caminho que estão abrindo e, principalmente, inspirem os jovens e formem um novo perfil de políticos.
Durval Desk - 14/03/2014
A discriminação que sofre o quinteto emergente por intrometer-se e" não conhecer seu lugar",nos remete
ao comportamento clássico das elites pró-coloniais em relação à população subjugada,social e
economicamente. Celso Lafer,fez mais: materializou a submissão descalçando os sapatos diante de um
guarda alfandegário e acreditou que essa atitude era correta. Eis um exemplo de como o complexo de
vira latas está sobejamente introjetado,nas elites. O escândalo histérico em que se converteu a iniciativa
de Lula juntamente com o premiê turco de conduzirem uma solução diplomática com vistas a eliminar
definitivamente o agravamento da crise entre o Irã seus desafetos ocidentais. As críticas quase
impublicáveis contra a iniciativa,pela mídia e oposição, desse gesto foram seguidas pela decepcionante e
pusilânime reação de Barak Obama. A existência da UNASUl,a participação de governos
progressista,Equador,Argentina ,Bolívia,Venezuela e neste momento ,Chile,conduzindo os rumos da
América do Sul,converteu-se num pesadelo que atormenta aos conservadores do continente e aos
interesses estratégicos norte americanos. Mais não podem fazer. A Copa e suas demandas são
obstáculos a interferência na campanha sucessória de munição mais pesada por parte dos articuladores
da vitória da oposição a qualquer preço.
roberto danunzio - 13/03/2014
Mais democracia significa eleger vereadores, deputados, prefeitos e governadores de partidos da
esquerda combativa, fazendo crescer a oposição à esquerda ao PT, ou seja, a oposição ao PT, algo que
hoje não existe, ou existe apenas a oposição de extrema direita à direita do que se torno o dito Partido
dos Trabalhadores. Mais democracia significa mais oposição à esquerda, anote isto leitor.
Paulo Cesar Polaco Zitelli - 13/03/2014
Achei uma boa retrospectiva sobre aspectos gerais da política externa. No entanto, como sempre, e
estrategicamente, é um texto manco, ou seja, um texto que ignora fatos atuais e olha para trás, critica
FHC, ditadura, etc, mas não aborda aspectos centrais. O que se critica na política externa brasileira atual
é, sobretudo, o apoio a ditaduras na América Latina, aos governos de esquerda que oprimem a
população. Sempre há um perdedor neste tipo de governo: a tal classe média, ou seja, aquelas famílias
que tem ensino superior completo, casa própria, profissão definida, que paga a maior carga dos tributos
do país, que gera renda e emprego, enfim, que sustenta as políticas populistas. O PT critica tudo o que
não sai de seu ventre, não sabe reconhecer os acertos de outros governos. O autor, como tantos outros
desta revista, faz críticas ao governo FHC, mas esquece que aquele governo assumiu um país em época
muito mais difícil e em situação muito pior. Foi o governo que arrumou a casa e permitiu ao Lula e à
própria Dilma fazer alguma coisa mais consistente em termos de política social. Como seriam as políticas
petistas, se tivessem assumido o poder em 1992 ou 1995? Será que teriam algum êxito? Enfim, não há
governo totalitário que seja legítimo, mesmo se eleito, mas para o atual governo brasileiro, parece que o
autoritarismo de esquerda é possível, bonito, legítimo e justo. É nítido para todos que para o PT só não é
permitida ditadura se ela for de direita, porque se for ditadura de esquerda, então pode. O Brasil precisa
crescer e se desenvolver, precisa melhorar sua atuação externa. Qual a medida adotada para isso? apoio
a Venezuela, Cuba e tudo quanto é governo de esquerda, totalitário e pobre. Evidente que não critico
governos de esquerda, critico o totalitarismo, a perseguição antidemocrática, etc. Pra mim, governo bom é
governo que apoia a liberdade, que me dá, enquanto cidadão, condição de uma vida digna, que não me
persiga pelas minhas opiniões e posições políticas, que não faça terrorismo social e psicológico com a
oposição, etc. Se o Brasil está bom para alguns, é importante notar que poderia estar melhor para muito
mais gente. Não é papel do governo destruir as críticas e os críticos, seu papel é deixar o país em estágio
de evolução, em situação que possibilite o desenvolvimento humano e econômico, sem parasitar o meio
ambiente e sem boicotar futuros governos. Eu quero um país seguro, pois hoje tenho medo de andar na
rua de qualquer cidade brasileira, a criminalidade está altíssima, a vida não tem mais valor algum, os
bandidos estão impondo suas regras em todo canto. O que tem sido feito para deixar o Brasil mais
ordeiro? NADA. Enfim, é legítimo apoiar a América Latina, mas é essencial exigir que esta mesma América
Latina se desenvolva, crie alternativas políticas modernas e saia desta visão ultrapassada de
bolivarianismo, FARC, esquerda do início do século 20, etc. Para governar é preciso olhar para a frente e
não para trás. Me dá arrepios ao notar que a maioria dos governos latinoamericanos estão apoiados em
ideias e fatos de mais de 100 anos, estão ocupados com vingança, com dominação totalitária, com
perseguição, com populismo, etc. Líderes da esquerda: Guevara, Fidel, Lênin, etc...que futuro há nisso?
OBS: AO CRITICAR O TEXTO E APONTAR ALGUNS ASPECTOS NÃO ESTOU DEFENDENDO OS ERROS
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16/3/2014 Mais do Menos: entre tradições e contradições, críticas à política externa de Dilma Rousseff - Carta Maior
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COMETIDOS PELA DIREITA E NEM FAZENDO APOLOGIA A IDEIAS DE DIRETIA QUE TAMBÉM ESTEJAM
ULTRAPASSADAS . Aliás, acho muito tosco tratar as coisas como direita x esquerda. UM OUTRO GOVERNO É
POSSÍVEL. OUTRA FORMA DE GOVERNAR É ESSENCIAL PARA O SÉCULO XXI.
PARCERIAS
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