Upload
lisboa
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
�
Ficha técnica
TítuloActas do Encontro Arqueologia e Autarquias
EdiçãoCâmara Municipal de Cascais
EditoresMaria José de AlmeidaAntónio Carvalho
Design e paginaçãoDelfim Almeida
ImpressãoDPI Cromotipo
Tiragem1000 exemplares
ISBN978-972-637-243-1
Depósito Legal332691/11
Local | DataCascais, 2011
CapaFotografia de Danilo Pavone
Encontro Arqueologia e Autarquias
339
Novas perspectivas para uma política de salvaguardado património arqueológico: a carta arqueológica do concelho de Beja
Carolina GriloGabinete de Arqueologia. Câmara Municipal de Beja
Isabel RicardoGabinete de Arqueologia. Câmara Municipal de Beja
Resumo: A Carta Arqueológica do Concelho de Beja tem entre os seus objectivos primordiais servir de base para uma melhor gestão do património arqueológico, procurando atingir um vasto leque de propósitos, desde a identificação e avaliação da real dimensão das manifestações culturais sucedidas ao longo dos tempos na área concelhia, a uma avaliação do seu estado de conservação, permitindo a planificação de intervenções que se pretendam realizar no futuro para garantir a sua preservação.Simultaneamente, constitui o instrumento base para a elaboração de planos de salvaguarda com vista à normalização e produção de regulamentos que garantam a preservação e a divulgação do património arqueológico e da investigação científica.
Palavras-chave: Inventário, Sig, Gestão, Protecção, Instrumentos de Planeamento, Divulgação.
Iniciado em finais de 2005 com a revisão do Plano Director Municipal de Beja, o projecto da Carta Arqueológica contou com 24 meses de trabalho de inventariação e registo, organizados em acções de propecção e relocalização de sítios arqueológicos das 18 freguesias do concelho e na respectiva caracterização da situação de referência, (consulta e análise documental: bibliografia arqueológica; estudos técnicos; fontes documentais) encontrando-se actualmente em fase de conclusão.
340
Fig. 1 Carta Arqueológica de Beja. Calendarização dos Trabalhos.
1. MetodologiaMetodoloVitória
O suporte de dados do projecto funcionou em base de dados GISMAT em interface Mapguide 6, software Autodesk, georrefenciado ao sistema Datum LX (proj. Hayford – Gauss IGeoe), cuja cartografia compreendeu a diversa informação de índole cartográfica concelhia e nacional: 1:25 000, 1:10 000, ortofotomapas (formatos vectorial e matricial).
Fig. 2 Sistema de Inventário. Interface de utilização.
Encontro Arqueologia e Autarquias
341
Esta aplicação de registo e inventário, desenvolvida em parceria pelo Gabinete de Arqueologia da C. M. de Beja e a PH Informática foi estruturada com um conjunto de descritores e uniformizada ao sistema de dados Endovellico, a fim de garantir a actualização sistemática, a permuta de informação e a anexação de (novos) dados a cada local. Entre as suas diversas aplicações, destacou-se a produção de cartografia temática variada (cartas de condicionantes, mapas de sensibilidade e zonamento arqueológicos) e diversas acções no apoio ao licenciamento e fiscalização de obras, no planeamento de intervenções e acções de investigação e valorização e no apoio ao munícipe.
O estudo e análise preliminar das cerca de 1021 ocorrências patrimoniais identificadas revelou a densidade da ocupação humana na área concelhia, com diferentes cronologias, implicando novas linhas de investigação para a região Baixo-Alentejana e novas directrizes no estudo e ordenamento do território e no âmbito da protecção, salvaguarda e valorização patrimoniais.
A atribuição de distintos graus de condicionantes arqueológicas em função do valor patrimonial das ocorrências registadas aplicada ao espaço urbano e ao mundo rural permitiu ainda estabelecer novas propostas de planos de salvaguarda e de pormenor e contribuiu para novas estratégias e linhas de actuação atempada no domínio patrimonial.
Fig. 3 Beja. Centro Histórico. Proposta de Carta de ocorrências e condicionantes arqueológicas.
342
Fig. 4 Carta Arqueológica de Beja. Sítios Arqueológicos registados.
0 50 100 150 200
Albernoa
Beringel
Cabeça Gorda
Neves
Salvada
S. Tiago Maior
S. João Baptista
S. Maria
Trigaches
Fig. 5 Frequência de ocorrências patrimoniais por freguesia.
Encontro Arqueologia e Autarquias
343
Grau 110%
Grau 218%
Grau 372%
10%9% 3%
2%
33%16%
13%
14% Paleolítico
Neo-Calcolítico
Idade do Bronze
Idade do Ferro
Romano
Medieval
Moderno
Indeterminado
2. Cadernos de Arqueologia
Intrinsecamente relacionada com o projecto da Carta Arqueológica está a colecção dos Cadernos de Arqueologia cuja publicação versa a divulgação dos dados coligidos e a sua apresentação pública. Estes visam responder a permanentes solicitações do Gabinete de Arqueologia para a contribuição de documentos orientadores (Estudos de Impacte Ambiental, Planos de Ordenamento e estudos afins) e à urgência da divulgação dos dados, estabelecida à medida da progressão do projecto no terreno.
Vocacionados para a comunidade científica e para o público em geral, os Cadernos de Arqueologia estabelecem normas, condicionantes e os procedimentos no âmbito da salvaguarda do património arqueológico concelhio e na sua relação com o público em geral.
A informação compilada do projecto de inventário e registo da Carta Arqueológica do Concelho de Beja deverá igualmente ser alvo de disponibilização online a breve prazo.
Fig. 6 Freguesia de Mombeja.Valoração
Patrimonial das ocorrências registadas.
Fig. 7 Frequência de ocorrências patrimoniais por período cronológico.
Fig. 8 Imagem da colecção dos Cadernos de
Arqueologia. Caderno de Mombeja.