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1 M. E., 2015
Resumo do livro:
Autor: Andrew Cohen
Iluminação Evolucionária
Um Novo Destino Espiritual para a
Humanidade.
1 ª Edição, abril 2013
«Na minha opinião, é um dos
mestres espirituais mais importantes
dos nossos dias»
DEEPAK CHOPRA
2 M. E., 2015
Parte I ...................................................................................................................................................... 4
Uma Jornada Cósmica ............................................................................................................................. 4
Prólogo ..................................................................................................................................................... 5
O Desejo de Evoluir ................................................................................................................................. 5
Capítulo 1 ................................................................................................................................................. 6
Antes da Princípio .................................................................................................................................... 6
Capítulo 2 ................................................................................................................................................. 7
Não-Dualidade ......................................................................................................................................... 7
Capítulo 3 ................................................................................................................................................. 8
Estávamos Lá Quando Tudo Começou. ................................................................................................... 8
Capítulo 4 ................................................................................................................................................. 9
Um Imenso Sim ....................................................................................................................................... 9
Capítulo 5 ............................................................................................................................................... 11
Despertar Para a Evolução ..................................................................................................................... 11
Capítulo 6 ............................................................................................................................................... 12
O Projeto Universo................................................................................................................................. 12
Parte II .................................................................................................................................................. 14
Compreender o Território ...................................................................................................................... 14
Introdução .............................................................................................................................................. 14
Capítulo 7 ............................................................................................................................................... 15
O Ser Relativamente e Absoluto ............................................................................................................ 15
Capítulo 8 ............................................................................................................................................... 16
Iluminação a Faculdade da Escolha ....................................................................................................... 16
Capítulo 9 ............................................................................................................................................... 17
O Dilema Pós-Moderno ......................................................................................................................... 17
Capítulo 10 ............................................................................................................................................. 18
Um Dever Moral .................................................................................................................................... 18
Parte III................................................................................................................................................. 20
O Caminho e o Objetivo ........................................................................................................................ 20
Capítulo 11 ............................................................................................................................................. 21
A Arte e a Ciência da Quietude .............................................................................................................. 21
Capítulo 12 ............................................................................................................................................. 22
A Clareza de Intenção ............................................................................................................................ 22
Capítulo 13 ............................................................................................................................................. 23
O Poder da Vontade Livre...................................................................................................................... 23
Capítulo 14 ............................................................................................................................................. 24
Enfrentar Tudo e Evitar Nada ................................................................................................................ 24
Capítulo 15 ............................................................................................................................................. 25
A Perspetiva de Processo ....................................................................................................................... 25
Capítulo 16 ............................................................................................................................................. 26
O Imperativo Cósmico ........................................................................................................................... 26
Parte IV ................................................................................................................................................. 27
Iluminação e a Evolução da Cultura ...................................................................................................... 27
Capítulo 17 ............................................................................................................................................. 28
Um Nós mais Elevado ............................................................................................................................ 28
3 M. E., 2015
Capítulo 18 ............................................................................................................................................. 30
Catalisando e Emergência ...................................................................................................................... 30
Capítulo 19 ............................................................................................................................................. 32
Criando o Futuro .................................................................................................................................... 32
Capítulo 20 ............................................................................................................................................. 34
A Fronteira da Evolução ........................................................................................................................ 34
5 M. E., 2015
PRÓLOGO
O Desejo de Evoluir
Porque é que alguns de nós buscam verdades mais elevadas? Porque é que certos
indivíduos são cega, louca e apaixonadamente levados a transcenderem as suas próprias
limitações? Porque é que nos sentimos por vezes compelidos a melhorar, não só para o
nosso próprio bem, mas pelo bem de uma causa maior que podemos sentir e, no entanto
mal conseguimos vislumbrar? Porque que é que, naqueles momentos precisos em que
estamos mais conscientes e despertos, intuímos um profundo sentido que é
infinitamente maior do que o que os nossos mundos pessoais conseguem conter? Oque é
aquela vibração suave que toca os nossos corações e nos apela a saltar corajosamente
para além dos pequenos confins do eu separado, para que possamos participar no
processo de vida de uma forma profunda e autêntica?
Esta vibração não é senão o impulso espiritual, o impulso para evoluir ao nível
da consciência. Para mim, pelo menos, não há dúvida de que uma grande e misteriosa
energia e inteligência com enorme poder está a conduzir todo o processo evolucionário,
a cada momento. E a nossa experiência direta pessoal de inspiração espiritual é a
expressão mais tangível desse mesmo movimento.
Este impulso espiritual move-se simultaneamente em duas direções. Se seguirmos
uma direção ele levar-nos-á até ao futuro distante, e se seguirmos a outra, ele levar-nos-
á para trás, até antes do início do tempo.
A iluminação tradicional aponta-nos para além do mudo, além do tempo e do
espaço, para o que tem sido, pelo menos até hoje, a perene fonte da libertação espiritual
e da libertação mística: a base do ser. Mas eu acredito que aqueles de nós que, no
século XXI, estão na vanguarda da consciência e da cultura precisam urgentemente de
uma espiritualidade mística e de uma fonte libertadora da alma que nos aponte, não para
além do tempo, mas para o futuro que temos de criar. Este próximo passo não emergirá
por si só, deve ser conscientemente criado por seres humanos que despertaram para o
próprio impulso que está a conduzir o processo. Despertar para esta energia e
inteligência é o tema de que este livro trata, porque esta é a fonte da iluminação.
6 M. E., 2015
CAPÍTULO 1
Antes da Princípio
Para descobrir por si próprio o ideal intemporal da iluminação, o primeiro passo a dar é
grande. Deve estar disposto, pelo menos temporariamente, a largar absolutamente tudo.
Tem de fazer uma viagem interior para além de tudo o que é e tudo o que sabe – para
além do tempo, da forma, do pensamento e da memória, até muito atrás, antes do início,
antes de qualquer coisa ter acontecido, antes de o próprio Universo ter nascido.
Antes do início não havia tempo, forma nem espaço – apenas vazio absoluto. Antes do
início, não havia nada …mas você estava lá. Se estiver disposto a dar um passo radical e
desprender-se – desprende-se de pensamentos e sentimentos, do tempo e do mundo, do
«eu» e do «outro». Pode descobrir a resposta eterna, intemporal, para a questão «quem
sou eu?» - a resposta que o liberta de todo e qualquer sentido de limitação. Descobrirá a
fonte da própria iluminação.
Para descobrir esta infinita profundidade no seu próprio ser, deve encontrar um
modo de entrar em profundo estado de meditação – tão profundo que a sua perceção do
pensamento recue e desapareça. À medida que a sua perceção se desliga da corrente do
pensamento, começa a diminuir a identificação com a memória e o pensamento. E, se
continuar a penetrar na infinita profundidade do seu ser, até a consciência da sua própria
forma física desaparecerá.
A realidade como um todo – o visível e o oculto, o conhecimento e o
desconhecimento, tudo o que já foi e o que alguma vez será – é composta por duas
dimensões. Podendo chamá-las dimensão manifesta e dimensão não-manifesta. A maior
parte do tempo, apenas estamos conscientes da dimensão manifesta, o domínio do
tempo, do espaço e do devir.
Os cientistas dizem-nos que, quando o tempo começou, há catorze mil milhões
de anos, algo surgiu do nada. Quando se desperta para a base do Ser, percebe-se que,
mesmo quando algo surgiu do nada não desaparece. A dimensão não-manifesta é a base
sempre presente da qual tudo ainda surge a cada momento. É o que chamou «o imortal»,
outros a «consciência da eternidade».
A experiência deste reconhecimento não é a de torna-se livre. É a de já ser livre. A base
do Ser é vazia. É um vácuo sem objetos, tempo, espaço ou pensamento.
7 M. E., 2015
Se prestar atenção à base vazia da sua própria experiência da consciência,
perceberá que a sua natureza é deleite em si própria. A consciência é o sujeito. E o
sujeito está perpetuamente a meditar sobre si próprio. Quando tiver localizado esta pura
subjetividade e cultivado a sua concentração o suficiente para tomar consciência das
suas qualidades, verá a parte mais profunda da consciência como algo de misterioso e
infinitamente cativante. Por isso, quando despertar para essa consciência, poderá dizer
para si mesmo: «Podia ficar aqui para sempre».
CAPÍTULO 2
Não-Dualidade
Antes de tudo o que era e antes de tudo o que é, eu já sou – esta revelação é a
base de tudo. A base sem fundo da própria realidade e o alicerce tanto da iluminação
tradicional como da nova iluminação evolucionária.
A perceção mística deste mistério dos mistérios muitas vezes ocorre como
resultado da prática dedicada e sincera da meditação. Mas também pode irromper
espontaneamente numa alma desatenta. Quando a mente – ou o filtro do mecanismo
cognitivo-serena ou fica temporariamente transparente, o sussurrar da intuição pode
revelar a libertadora presença desta base vazia e infinita, para além do tempo.
Imediatamente, uma perceção desperta emerge no momento em que se desprende do
processo do tempo e de tudo o que ele representa para a mente, o ego e a personalidade.
E tornar-se-á aparente que o seu apego ao tempo o tem impedido de descobrir a sua
própria liberdade inerente. O não-tempo não tem passado nem futuro - apenas o
imediatismo libertador do eterno presente, sem princípios nem fim. O mundo inteiro, o
universo inteiro, acontece lá fora e eu estou sempre livre dele. Apenas o Eu é real,
porque é a única parte de mim que nunca muda.
A consciência no seu estado primordial é o «EU» de todo o cosmos- a
subjetividade ou interioridade de tudo o que existe. Quando as barreiras do eu e do
mudo se dissolverem, terá a experiência da transparência. Não sente estar em
determinado lugar observando alguma coisa. Sente-se num processo de não-dualidade,
não sabe onde começa e onde acaba, o que está à frente e o que está atrás. A não-
dualidade significa que a experiência que tem do seu eu mais profundo, a minha
experiência do meu eu mais profundo e a experiência de qualquer outro ser humano do
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seu eu mais profundo é Uma só. Nesta dimensão interior não existe aqui e ali, não
existe tu ou eu. Existe apenas um único Eu.
A experiência libertadora da autodescoberta que sente quando desperta para a
base do ser é a consciência a despertar de novo para a verdade eterna de que é só Uma,
de que não é duas. A questão Quem sou eu? Dissolve-se no reconhecimento de que EU
SOU. Esta é a essência da descoberta da iluminação-quando encontra o que procura,
descoberta que sempre foi assim. Simplesmente é…. e EU SOU ISTO. A experiência
consciente do Ser, a iluminação espiritual.
CAPÍTULO 3
Estávamos Lá Quando Tudo Começou.
Quando recuamos até antes do início e descansamos no vazio absoluto antes de o
próprio universo surgir, parece que chegámos ao fim da jornada. Na noção tradicional
de iluminação espiritual, este é o fim do caminho. Mas a jornada na iluminação não
termina aqui. Se este lugar vazio, onde todas as perguntas são respondida, fosse tudo o
que há para descobrir e conhecer, por que existiria o universo? Porque é que surgiu algo
do nada? Quando contempla a base do seu próprio Ser, pode começar a intuir por si
próprio como terá sido este momento quando algo surgiu do nada.
A essência da nova Iluminação Evolucionária, encontra-se neste preciso
momento em que nada se tornou algo. Em algum momento, de alguma forma, uma
escolha foi feita. É por isso que uso a palavra Deus para representar quem - ou o quê -
fez esta escolha. Este princípio criativo, este impulso inicial para vir a ser, só pode ter
sido gerado por uma energia ou inteligência que é nada menos que divina. Assim, Deus,
tal como o entendo, não está lá «fora», algures no céu. Deus representa o princípio
criativo, a Primeira Causa ou Eros, a força elementar que impulsiona o universo em
evolução. Deus é o que chamo o «impulso evolucionário».
Por isso, podemos dizer que no início dos inícios, no momento em que se deu o
primeiro salto da ausência de forma para a presença da forma, nós estávamos lá
enquanto Eu. Antes de o universo nascer, o Um ainda não se tinha tornado o muitos. A
única conclusão que podemos tirar é que você fez a escolha: criar o Universo. Enquanto
princípio criativo, você/eu/nós escolhemos tomar forma.
9 M. E., 2015
Mas, aparentemente, você decidiu dar esse passo inconcebível. Como é que eu
sei isto? Porque está a acontecer. Porque estamos aqui, agora, catorze mil milhões de
anos mais tarde, a refletir acerca desta mesma questão.
E considerando o facto de que, ao nível mais profundo da consciência, apenas
existe Um, e este Um é quem você é sempre, terá de concluir que em cada passo do
caminho – desde antes do início no não – tempo infinito, passando pela escolha de dar o
salto da ausência de forma para a forma, até ao momento presente – apenas você
poderia ser o único responsável por tudo isto.
Quem mais poderia ser?
CAPÍTULO 4
Um Imenso Sim
A nossa viagem levou-nos a recuar muito, até à base vazia antes do começo do tempo, e
ao interior do próprio nascimento de tudo. Quando se apercebe de que existe desde
antes do início primordial, a sua perspetiva expande-se para além de toda a imaginação.
As crenças e convicções mais fundamentais sobre a vida são questionadas,
porque subitamente, a palavra «vida» alcançou um novo significado. Não pensamos
num processo de evolução e desenvolvimento com catorze mil milhões de anos que
rebenta do nada e se torna todo o cosmos. Mas isto é a vida. E a experiência que tem
neste momento, enquanto inspira e expira, enquanto lê estas palavras, é toda parte da
vida no seu sentido mais lato, parte de um vasto e inconcebível processo integrado.
A vida de que falo é algo que surgiu do nada e isto é o que você é, quem você é. O
que explodiu para existência há catorze mil milhões de anos transformou-se na sua
pessoa. Você é a base vazia da qual tudo surgiu. E é também o impulso evolucionário –
a ânsia de vir a ser, o desejo de existir. Qual é a derradeira natureza da vida? A vida é
inerentemente boa? Quando algo surgiu do nada, quando o universo explodiu para
existência há catorze mil milhões de anos, foi um imenso SIM? Um Imenso NÃO? Ou
um imenso NEUTRO? A sua cultura e a sua experiência de vida pessoal predispuseram-
no a ver a vida de uma destas três formas.
Investigue seriamente por si esta questão, considerando todas as três
possibilidades. Primeiro, a vida é um evento negativo? O big-bang foi um imenso
«Não»? Deseja secretamente a transcendência, a libertação de uma vida cheia de
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sofrimento e confusão? Se anseia pela transcendência, pelo céu ou pela paz eterna, tem
de perguntar a si mesmo: O que é que isto diz da minha relação com este mundo?
A segunda possibilidade é que a vida não é boa nem má. O big-bang foi um
imenso….neutro. Talvez tudo isto tenha sido apenas um acidente cósmico sem sentido,
um evento aleatório que ocorreu há catorze mil milhões de anos, e tem vindo a
desenrolar-se mecanicamente deste então.
A terceira possibilidade é que a vida é inerentemente boa. O que significa isto?
Significa que o big-bang foi um imenso e estrondoso SIM! Quando toda a manifestação
explodiu para existência a partir do nada, foi um evento inconcebivelmente positivo
uma expressão de profunda bondade. A vida inclui furações, tremores de terra, guerras e
doenças mortais. Mas algumas das pessoas que mais profundamente comtemplaram a
história do desenrolar cósmico da vida desde os tempos mais remotos- desde o big-bang
até o momento- chegaram à conclusão de que a essência deste processo é
fundamentalmente boa.
Quando despertarmos para a positividade inerente que orienta todo o processo, a
nossa relação com o nosso próprio sofrimento e a nossa luta mudam drasticamente.
Saber que existir é bom dar-lhe-á uma enorme força anímica para suportar os desafios
com os quais se possa confrontar e para viver uma vida dinâmica e vitoriosa.
Mas, repito, não tem de acreditar na minha palavra. Porquê? Porque você estava
lá. Se quer saber qual foi – e é – a natureza daquela explosão cósmica inicial, a resposta
encontra-se no mais profundo do seu próprio interior. E este ensinamento mostra-lhe –á
como descobri a resposta por si próprio. Como verá, ela já existe na sua própria
experiência. Tudo o que tem que fazer é aprender a reconhecê-la.
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CAPÍTULO 5
Despertar Para a Evolução
Voltemos àquele impulso primordial, àquele momento da escolha. Não precisa de voltar
atrás catorze mil milhões de anos para o encontrar – essa escolha está a acontecer
continuamente. É o impulso para vir a ser, o desejo de existir, o próprio impulso
evolucionário.
É a energia e a inteligência que surgiram do nada, o ímpeto que impulsionou o
processo evolucionário desde o big-bang até à fronteira emergente do futuro. Quando
encontra este impulso nas profundezas do seu próprio ser, torna-se ciente de que ele é
inerentemente livre e expansivo na sua liberdade. Enquanto o Ser é como a paz eterna, o
Devir faz-nos sentir algo diferente. O Impulso evolucionário é vivido como uma
sensação de urgência colossal, uma urgência extática. Ao nível da consciência, é
experienciado como uma sensação de que algo inconcebivelmente importante como
uma sensação de que algo inconcebivelmente importante deve acontecer AGORA.
O lugar onde é mais fácil encontrar o impulso evolucionário está no nível mais
básico do seu ser: no corpo físico. No corpo, o desejo de criar forma expressa-se
enquanto impulso sexual – um imperativo biológico para procriar. Os seres humanos
também experienciam esta vibração em níveis mais elevados do eu. A nossa propensão
miraculosa para inovar, conceber algo novo, é o que nos torna distintos de todas as
outras formas de vida.
Pense na sua experiência, naqueles momentos em que se encontra mais absorto
criativamente. O que sente? Estar num «fluxo» criativo pode ser extasiante e,
simultaneamente, há muitas vezes uma sensação de urgência para dar forma àquilo que
sentimos ser possível. Este impulso é exatamente o mesmo ímpeto que causou a
explosão para existência de todo o universo, há catorze mil milhões de anos, e agora se
exprime através do corpo, da mente, do coração e dos talentos de um ser humano
inspirado.
Quando desperta para o impulso evolucionário, começa a viver através do
conhecimento, da consciência e da compreensão deste facto a cada dia. E à medida que
despertamos para esta energia e inteligência emergentes, ela própria está no limiar de
começar a tornar –se diretamente consciente de si própria através de nós. O veículo
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humano torna-se um meio através do qual todo o universo se pode conhecer a si
próprio.
Apenas a consciência humana, tanto quanto sabemos, tem a qualidade única de
autorreflexão que pode permitir que Deus ou a energia e inteligência que iniciaram o
processo criativo se conheçam a si próprios.
CAPÍTULO 6
O Projeto Universo
Quando dizemos SIM, ao impulso para evoluir, somos arrebatados por uma profunda
positividade. Ao acordar para este impulso evolucionário, não sente dúvida de que é
positivo, de que a vida é boa, de que Deus é bom, que todo processo é positivo. É
inerentemente bom e … sabe que mais? Este processo quer tornar-se melhor.
Neste ponto, de experienciará diretamente o quanto o processo quer evoluir e
desenvolver-se. A energia e a inteligência que iniciaram o big-bang, estão a impeli-lo, a
si enquanto sua própria criação, a evoluir. Se este impulso é o que Deus é no domínio da
manifestação, então Deus evolui através de si, através de cada um de nós, enquanto nós
evoluímos.
Qual é o propósito de Deus? Criar o universo à sua própria imagem. E qual é a
imagem? Consciência. Criar um universo à imagem de Deus é o despertar ou a
iluminação de toda a matéria. Está tarefa, aparentemente impossível, é o que eu chamo
o Projeto Universo.
O estado dinâmico, extaticamente inspirado e orientado para o futuro do impulso
evolucionário é a nova iluminação de que tenho vindo a falar. A visão interior foi
forçada pela promessa irrealizável de criar a futuro a um nível mais elevado que o
momento presente. Quando o despertar para esta urgência espiritualmente poderosa se
torna uma conquista irrevogável e um estado permanente, chegámos certamente à outra
margem, onde o impulso se tornou a força motriz ou princípio fundamental que guia o
veículo a que chamamos corpo, mente e espírito.
Esta paixão desperta por uma transformação evolucionária não é razoável. Exige
mudança, imediatamente, e não irá esperar, por que Deus está sempre desesperado por
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crescer. Quando um ser humano desperta para o impulso evolucionário e experiencia a
urgência dessa compulsão para evoluir, é isto que ele está a sentir –o despertar de Deus.
Este é o incrível significado de ser um ser humano iluminado. De facto, toda a
finalidade do processo criativo é a de estar aqui – para participar total, radical e
conscientemente no Projeto Universo.
O maior desafio para um ser humano mortal é aperceber-se e responsabilizar-se
pelo facto de que quem é agora mesmo, com todas as suas imperfeições, é aquele Um
esforça-se por evoluir e tornar-se mais conscientemente através de si.
Por isso, deve perguntar a si próprio: terei a coragem, a audácia de intenção e a
ousadia de espírito? Terei amor suficiente no meu coração para estar disposto a ser o
Um? A resposta a esta pergunta é verdadeiramente a resposta a qualquer pergunta
importante.
Quem sou eu?
Porque estou eu aqui?
Há um propósito para tudo isto?
Todas estas questões são respondidas do modo mais profundo possível quando
você aponta para si mesma e diz «Sim.»
14 M. E., 2015
PARTE II
Compreender o Território
Introdução
Qualquer pessoa que queira verdadeiramente percorrer o caminho da evolução espiritual
deve esforçar-se para se familiarizar com o território interior do cosmos. O que é o
interior do cosmos? É a sua própria experiência de consciência e cognição – agora
mesmo. O exterior do cosmos é a matéria; o seu interior é a consciência.
Evolução espiritual, no contexto deste ensinamento, significa compelirmo-nos,
através do poder da nossa própria vontade e intenção inspiradas, a realmente evoluir. E,
para evoluir – evoluir conscientemente -, primeiro tem de conhecer a natureza
multidimensional de quem é e como é. Deve ser capaz de reconhecer e compreender o
que constitui o seu interior - a natureza infinita da base espiritual do seu próprio ser, as
capacidades humanas mais elevadas que tornam a evolução consciente possível, e
também as estruturas inconsciente e condicionadas que podem obstruir e obscurecer
esse potencial.
Nesta segunda parte, iremos examinar as dimensões fundamentais do ser relativo
e absoluto na perspetiva da Iluminação Evolucionária, iluminar os desafios e potenciais
únicos do contexto cultural em que nos encontramos e explorar a evolução do interior
do cosmos.
15 M. E., 2015
CAPÍTULO 7
O Ser Relativamente e Absoluto
A iluminação espiritual é – e sempre foi – a autodescoberta. Quando experimentamos
estados profundos de meditação por exemplo, podemos sentir a liberdade primordial da
base do Ser intemporal e descobrir que o nosso sentido do ser é envolvido por uma paz
e uma graça insondáveis. E, ao longo de todo este processo, estamos conscientes da
passagem por diferentes estados emocionais, psicológicos e espirituais. Na realidade, o
que não percebemos é que estamos a passar por diferentes dimensões do nosso próprio
ser.
Se aspirarmos a evoluir conscientemente, é essencial que cultivemos um
interesse objetivo em quem somos e como somos, e este tipo de discriminação e
autoanálise requer inspiração espiritual e muito esforço.
O que torna a perspetiva iluminada diferente de qualquer outra perspetiva é a
ênfase na relevância das dimensões do eu não-relativas, ou «absolutas». Absoluta é uma
metáfora para aquilo que é infinito sem limites.
Se o impulso espiritual despertou em si e sente compelido a torna-se uma pessoa
iluminada, então é a dimensão não-relativa do seu eu que lhe deve interessar.
Na iluminação tradicional, despertar para o absoluto é o que nos liberta da prisão
existencial do eu relativo, ou do ego. Eu uso palavra ego, no sentido lato, para me referir
àquilo que é um obstáculos ao desenvolvimento do nosso potencial individual e
coletivo, àquilo que inibe a nossa capacidade de nos tornarmos seres iluminados. É o
nosso apego, consciente ou inconsciente, a diferentes formas relativas de
autoidentificação que inibem profundamente o processo de evolução espiritual e a
iluminação. Só depois de ter vivido para além do ego poderá compreender o formidável
obstáculo que ele realmente é.
Na iluminação Evolucionária, há duas formas de acordar para uma dimensão do
eu que é absoluta. A primeira que encontramos é a base do Ser primordial sem tempo e
sem forma. A nova iluminação é a experiência da transcendência do ego levada nas asas
do impulso evolucionário.
Na Iluminação evolucionária, o seu ego – ou todas as formas através das quais
está, consciente e inconscientemente, identificado e apegado a dimensões relativas do
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seu eu, que inibem o seu desenvolvimento mais elevado – é ofuscado pela luz
resplandecente do impulso evolucionário. E, ao transformar as suas motivações mais
profundas, este tipo de despertar realmente muda quem você é.
A natureza do Eu Autêntico é sempre- já- espiritualmente motivada, inspirada,
concentrada, pronta para responder à radical imediatez do agora. Não conhece medo,
dúvida ou hesitação. O seu Eu Autêntico é sempre já inspirado e espiritualmente
animado. Esta é a nova manifestação e expressão de uma perceção iluminada.
CAPÍTULO 8
Iluminação a Faculdade da Escolha
Como realizar uma mudança profunda do ego para o Ser Autêntico? Para a maioria de
nós, isto não acontece simplesmente como resultado de um momento de revelação ou
profunda compreensão. Realizar esta mudança requer uma intenção inspirada e um
esforço consistente e diligente. Somos seres individualizado altamente evoluídos, fomos
abençoados com a capacidade para autorreflexão e a liberdade de escolha.
Se aspira à Iluminação Evolucionária, saiba que a sua capacidade de alcançar
depende de aceitar o simples facto de independentemente das circunstância externas, ter
sempre uma medida de liberdade para escolher.
O caminho e a prática da Iluminação Evolucionária começam com o
reconhecimento transformador do poder das suas escolhas. Isto significa que, em
relação às escolhas importantes que faz, nunca está completamente inconsciente. Existe
sempre um grau de consciência, mesmo que pequeno, que lhe dá essa liberdade de
escolha. E o caminho da evolução consiste em aumentar este grau de consciência,
aumentar esta quota-parte de liberdade, até que viva como ser iluminado que
conscientemente escolheu ser, ao invés do ser não-iluminado com o qual habitualmente
e inconscientemente se identificou durante toda a vida.
O caminho da Iluminação Evolucionária consiste em escolher conscientemente
identificar-se com o Ser Autêntico, em vez de se identificar com o ego. As suas escolhas
possibilitam a evolução da consciência. E, enquanto se dedica a esta possibilidade, está
na verdade a forçar a própria consciência a evoluir.
17 M. E., 2015
Lembre-se: que a evolução não está a acontecer por si própria. Nós somos uma grande
parte deste processo. Você é uma grande parte deste processo.
CAPÍTULO 9
O Dilema Pós-Moderno
Na perspetiva da Iluminação Evolucionária, você é muito importante. O que o torna
importante é a sua extraordinária capacidade de perceber rapidamente que quem é não
existe separadamente da energia e de inteligência que criaram o universo. E, de forma
ainda mais significativa, tem o poder de assumir a responsabilidade de quem realmente
é, se o quiser fazer.
Lembre-se: apenas através do ser humano iluminado, capaz de conhecer a
profundidade e a vastidão do processo do qual faz parte, poderá o princípio criativo
despertar para si mesmo.
Muitos de nós simplesmente não estamos disponíveis para estes potenciais mais
elevados emergirem dentro de nós, porque a nossa atenção está distraída. Deus podia
estar a gritar «eu preciso de ti!», e nós nem ouviríamos.
É a este estado das coisas que eu muitas vezes chamo o «dilema pós moderno».
E não é o seu dilema – é o nosso dilema. Não é um problema pessoal –é um problema
cultural, cósmico, evolucionário.
Enquanto estiverem presos nos seus mundos pessoais, não poderão participar no
processo – Deus não pode dar seu próximo passo através deles. Assim, os poderes
criativos de Deus ficam aprisionados no reino manifesto pela alienação e pelo
egocentrismo do ser humano.
No início do século XXI, para as pessoas mais sortudas de sempre, parece que a
nossa busca apaixonada pela individuação atingiu o auge. Descobrimos que fazemos
parte de um vasto e complexo processo multidimensional de catorze mil milhões de
anos que está a evoluir, agora mesmo, manifesto em nós.
O despertar para esta perspetiva evolucionária resolve o dilema pós-moderno.
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CAPÍTULO 10
Um Dever Moral
Quando começa a despertar para uma perspetiva que ultrapassa o individualismo pós-
moderno, observando a sua experiência humana no contesto de uma cultura e de um
cosmos em evolução, tudo se altera. Nesta mudança de perspetiva, o modo como
percebe e aborda o caminho espiritual altera-se.
Ao crescer num mundo secular pós-moderno, não temos um contexto mais
elevado que nos sintamos obrigados a apoiar. Como resultados, tendemos a ter um fala
de um eixo moral, mesmo sem o sabermos.
A consciência moral, ou consciência mais elevada, não é uma faculdade estática
na experiência humana. O nível do nosso desenvolvimento moral é relevado pela
quantidade do cosmos que somos capazes de incluir nos nossos corações e nas nossas
mentes.
Quando despertamos para o estádio cosmométrico de consciência moral, já não
podemos olhar para nós próprios e para as nossas ações de uma perspetiva individual ou
pessoal, nem podemos considerar o nosso impacto apenas no ponto de vista da relação
que temos com a nossa tribo, a nossa nação ou até com o nosso planeta. Agora,
começamos a ver literalmente tudo o que somos e tudo o que fazemos no contexto do
próprio processo evolucionário.
Aquilo que é, enquanto indivíduo, a forma como se comporta, de um momento
para o outro, é a sua contribuição pessoal para a manifestação cósmica aqui e agora, na
forma humana.
Assim sendo, para que esta energia criativa impessoal, esta força divina, se
exprima e manifeste neste mundo com sensibilidade crescente, inclusão moral e
subtileza, a nossa própria alma – que defino como a nossa capacidade crescente para
sermos indivíduos morais –deve ser cultivada e desenvolvida.
Quando experimenta um estado mais elevado de consciência, isso influencia-o
profundamente sem dúvida. É aqui que a sua evolução espiritual se torna um dever
moral. Quando desperta para a natureza selvagem e impessoal do impulso evolucionário
através do Eu Autentico, reconhece cada vez mais profundamente que lhe cabe a si,
literalmente, aperfeiçoar esta energia divina através do desenvolvimento espiritual da
19 M. E., 2015
sua própria alma. No final o desenvolvimento espiritual não é o seu desenvolvimento –
é a evolução de Deus através de si.
20 M. E., 2015
PARTE III
O Caminho e o Objetivo
Ao iniciarmos a Parte III deste livro, fazemos a transição da teoria para a prática. Para
conseguir isto, é importante perceber a verdade profunda e sutil que alguns dos maiores
mestres e professores espirituais da História nos contam: o caminho e a meta são um só.
O próprio desejo se embarcar num caminho espiritual e de nos envolvermos na
prática espiritual é já o despontar da liberdade espiritual, por que este desejo é vibração
e pulsação do Eu Autêntico que luta para despertar dentro de nós.
A prática da iluminação evolucionária tem dois componentes fundamentais que
refletem os dois domínios do Ser e do Devir. No domínio do Ser, a prática consiste em
dominar a ciência e a arte intemporal da quietude meditativa. No domínio de Devir
evolucionário a prática é definida por Cinco Princípios Fundamentais – Clareza de
Intenção, Poder da Vontade Livre, Enfrentar Tudo e Evitar Nada, Perspetiva de
Processo e Imperativo Cósmico.
21 M. E., 2015
CAPÍTULO 11
A Arte e a Ciência da Quietude
O caminho da Iluminação Evolucionaria, como todos os ensinamentos sobre
iluminação, é um caminho de transcendência do ego. A razão pela qual queremos ter a
experiência libertadora de transcender os nossos medos e desejos pessoais e os nossos
valores culturalmente condicionados é, antes de mais, para criar espaço no eu – espaço
para que a evolução aconteça.
A capacidade de estar em quietude é fundamental, pois ela é o perene portal que
nos dá acesso à dimensão de nós próprios e da própria vida, a fonte da iluminação
tradicional. Aprendendo a estar em quietude, escolhe representar e expressar essa parte
mais profunda de si próprio: o não-lugar vazio, antes do início do tempo, antes de
alguma coisa ter acontecido.
É importante passar muito tempo a praticar a arte e ciência da quietude, é
compreender a postura iluminada que esta representa. A meditação é muito simples.
Estar quieto, relaxado, atento, e não ter nenhuma relação com o que emerge. Esta é a
postura de liberdade.
Quando corretamente entendidas, a meditação e a iluminação são a mesma coisa.
A meditação, como metáfora para a iluminação, é a prática em vontade incondicional de
estar livre de, de transcender, de nos libertamos de tudo o que esteja no nosso caminho.
A prática gera a convicção emocional de que é possível uma mudança real, e gera uma
fé renovada na sua própria capacidade para evoluir.
Ao acolher a quietude de forma realmente séria, cultive a liberdade e convicção
na não-limitação como um ponto de referência existencial fundamental. A meditação
levo –o de volta ao ponto zero e cria espaço para o início eternamente novo que é a
perceção iluminada.
22 M. E., 2015
CAPÍTULO 12
A Clareza de Intenção
O primeiro princípio da Iluminação Evolucionaria chama-se Clareza de Intenção. Este
princípio aponta diretamente para a natureza essencial do próprio impulso
evolucionário: uma intensão sincera e dedicada de existir, de se desenvolver, de vir a
ser, de evoluir. A Clareza de Intenção é uma ferramenta inspiradora no caminho da
Iluminação Evolucionária, por que coloca nas suas mãos o resultado final da sua
procura, independentemente do estádio de desenvolvimento espiritual em que se
encontra. O resultado baseia-se sempre numa questão simples: O que é mais importante
para mim, mais que qualquer coisa?
Se o seu desejo de evoluir é sincero, esta intenção tem de se tornar mais
importante para si do que qualquer outra coisa no mundo. Este é o fulcro da Iluminação
Evolucionária. A sua própria Clareza de Intenção significa tudo.
A clareza de intenção é a fundação da vida iluminada e a chave para evolução da
consciência, porque coloca a transformação inteiramente nas suas próprias mãos.
No estado não-iluminado é fiéis sobretudo aos medos e desejos do ego pessoal e
ao ser condicionado culturalmente. Se nos dedicarmos seriamente a Clareza de Intenção
ela irá revelar uma face antiga e insidiosa: a recusa irracional em mudar.
Esta manifestação do ego só pode ser percebida com algo inconcebivelmente
positivo e infinitamente grande para além dos medos e desejos do nosso eu pessoal.
Quando está profundamente interessado na evolução espiritual, o universo torna-
se ainda mais interessado em si. E quando coloca a sua intenção de evoluir acima e além
de tudo o mais, dá o maior presente possível a Deus: um parceiro no processo
evolucionário que surge em si.
23 M. E., 2015
CAPÍTULO 13
O Poder da Vontade Livre
O segundo princípio da Iluminação Evolucionária é o Poder da Vontade Livre. Este
princípio chama-nos a uma grande responsabilidade. Pede para nos comprometermos a
ser responsáveis por nada menos que o destino do processo evolucionário, aqui e agora,
enquanto nós próprios. E a forma de empreender esta tarefa hercúlea é, antes de mais,
fazendo o nobre esforço espiritual de assumir a responsabilidade por tudo o que faz de
si a pessoa que é. Isto significa esforçar-se para aceitar todo o seu passado e todas as
consequências kármicas desse passado. Significa também ampliar corajosamente a
consciência para abarcar toda a complexidade historicamente acumulada das suas
circunstâncias atuais.
Assumir responsabilidade pelo seu passado significa aceitar incondicionalmente
o facto de que está aqui, agora, por causa das suas próprias escolhas. Abarca tudo o
que aconteceu como resultado dessa escolha que criou o cosmos, incluindo, mas
transcendendo infinitamente, as experiências pessoais e culturais que moldaram a sua
personalidade e o seu sentido do ser nesta vida em particular.
Quando usa o grau de liberdade que tem em cada momento para concretizar o
seu potencial evolucionário, é inevitável que ocorra uma mudança dramática e
extraordinária no mundo à sua volta. E isto não depende de ninguém mais, apenas de si.
Como ser humano, está a escolher, através da sua vontade mais elevada, através do
poder da vontade livre, ativar o processo de evolução em si e através de si.
24 M. E., 2015
CAPÍTULO 14
Enfrentar Tudo e Evitar Nada
O terceiro princípio da Iluminação Evolucionária chama-se Enfrentar Tudo e Evitar
Nada. Este princípio aponta para o nosso potencial de experienciar uma consciência
totalmente desimpedida, uma perceção livre do hábito psicológico defensivo de evitar
tudo. Libertar a consciência tem sido o objetivo da iluminação espiritual ao longo de
milénios. E, quando encaramos a iluminação num contexto evolucionário, esta ideia
intemporal é igualmente importante. Conduz a uma clareza, uma transparência e uma
liberdade interiores que são os alicerces essenciais para a evolução consciente.
Como todos os princípios, Enfrentar Tudo e Evitar Nada é simultaneamente o
caminho e a meta. Significa que, se atingir a meta, se se identifica mais com o seu Eu
Autêntico do que com o ego, então os motivos consciente ou inconsciente que tinha
para evitar este tipo de transparência terão sido ultrapassados.
Se estiver verdadeiramente empenhado em ser livre, encontrará nesta prática
uma fonte de tremenda energia e inspiração, porque através dela conseguirá, a qualquer
momento, remover as barreiras ao surgimento do Eu Autêntico.
Lembre-se sempre: enfrentar tudo significa mesmo tudo. E, para esta prática ter o poder
de o libertar, tem sempre de acontecer agora-nunca amanhã, no futuro, ou em qualquer
altura que não seja o momento presente. É este o poder do terceiro princípio: o
imediatismo da sua exigência que desafia o ego de uma maneira tão fundamental.
25 M. E., 2015
CAPÍTULO 15
A Perspetiva de Processo
O quarto princípio da Iluminação Evolucionária é a Perspetiva de Processo. Este
princípio aponta diretamente para ponto de vista libertador que emerge quando vemos
cada aspeto da nossa experiência como parte de um processo cósmico vasto e
impessoal. O quarto princípio força-nos abrasarmos uma orientação cosmocêntrica da
vida e, o que é mais importante ainda, a empenharmo-nos neste princípio, o que nos
permite abandonar o hábito da personalização compulsiva, a que tantos de nós estão
dolorosamente presos.
Através do quarto princípio, reconhece que todos os acontecimentos e
experiencias, tanto internos como externos, são produtos de um processo evolucionário,
e passa a encara-lo da perspetiva deste processo, e não do ponto de vista do ego pessoal.
É como se visse tudo o que ocorre de fora para dentro, e não de dentro para fora. E esta
perspetiva muda a sua visão de uma forma dramática e libertadora.
Quando contempla a verdade do processo e da impessoalidade inerente, desperta
para a transparência do mundo material e experimenta diretamente aquilo que está no
centro da evolução e que está a impeli-la a cada momento. Deste modo, o quarto
princípio traz à luz a natureza singular ou não-dual de todo o processo que produz a
experiência que está a ter neste momento.
A medida que despertamos para as nossas próprias dimensões e capacidades
espirituais mais elevadas, começamos a compreender que o nosso envolvimento
integrado e consciente com a vida e com os outros é o interior deste vasto processo
cósmico em evolução. Nunca nada está fora dele. Esta é a Perspetiva de Processo
26 M. E., 2015
CAPÍTULO 16
O Imperativo Cósmico
O quinto princípio da Iluminação Evolucionária, o Imperativo Cósmico, representa o
motivo fundamental, a razão de ser do impulso evolucionário, ou Eu Autêntico. Neste
impulso, não há outro motivo se não o de criar, o futuro incessantemente, e os desejos e
necessidades de qualquer indivíduo são sempre secundários em relação a este propósito
maior. Esta paixão concentrada num ponto apenas é o que desperta em si aspiração
espiritual e, através da prática de cada um dos princípios, alinha-se intimamente com o
seu impulso positivo.
E, à medida que abraça o quarto princípio e aprende a ver a si próprio como uma
parte muito pequena de um processo muito grande a sua relação com o caminho
espiritual é dramaticamente recontextualizada. Descobre que não é por si que segue em
frente.
Sabe quem é e porque está aqui. Enquanto a sua motivação fundamental for
pessoal e egocêntrica, a vida nunca fará sentido a um nível profundo. Mas quando
abraça o motivo mais elevado que transcende a esfera pessoal, cada momento tem um
poderoso sentido de propósito.
Já não é uma questão de «eu quero isto», mas sim «isto quer-me a mim». E este
é um verdadeiro sentimento religioso, um sentimento religioso autêntico num contexto
completamente pós-tradicional. É essa sua beleza: o ego exagerado pós-moderno quer
sempre algo para si próprio, e a única coisa que pode alterar o fluxo dos seus desejos
sem fim é o reconhecimento inesperado de que a própria coisa de que estava à procura
quer tudo de si. Isso vira o seu mundo do avesso. Não consigo imaginar algo mais
desesperadamente necessário para o processo evolucionário do que um número
pequeno, mas significante, de nós a atravessar este grandioso limiar.
27 M. E., 2015
PARTE IV
Iluminação e a Evolução da Cultura
O caminho e a prática da Iluminação Evolucionária, quando abraçados com seriedade e
urgência, podem catalisar uma transformação profunda num indivíduo. Mas, no
ensinamento da Iluminação Evolucionária, não estamos interessados na transcendência
do ego como fim em si próprio. É um meio para algo muito mais significativo: a
evolução da nossa cultura.
Nesta secção final, vamos explorar a dinâmica e os princípios que guiam este
novo potencial cultural, e debruçar-nos sobre as intuições que começam agora a
despertar sobre o que nos espera para lá do horizonte da fronteira da evolução.
28 M. E., 2015
CAPÍTULO 17
Um Nós mais Elevado
A meta final da Iluminação Evolucionária é juntarmo-nos numa cultura sem ego, livres
de todos os obstáculos habituais às nossas capacidades criativas e ao nosso potencial
mais elevado. Esta é uma aspiração muito pobre e arrojada, muito além do que muitos
de nós esperariam alcançar. De facto, quado esta poderosa energias e inteligência
começam a fluir através do seu corpo e da sua mente, dá por si espontaneamente
impelido a juntar-se a outros – outros que estejam a despertar para o mesmo impulso
espiritual, partilhando o mesmo sentido de propósito, urgência e paixão.
O universo foi criado para que o relacionamento pudesse acontecer. Que outra
razão levaria Deus, ou a energia e a inteligência que iniciaram este processo, a deixar a
singularidade sem tempo da base do Ser? Antes do big-bang, nessa base vazia, existia
apenas a Unidade imperturbada. Mas esse Um escolheu tornar-se os muitos e, no
nascimento dos muitos, as ligações tornaram a própria teia do universo emergente.
Assim, quando a experiencia este impulso como a compulsão para evoluir, a
direção para a qual ele o guia é sempre a da expressão cada vez mais profunda da sua
própria singularidade inerente, ou não – dualidade. É por isso que se sente impelido a
encontrar outros, porque o impulso evolucionário é atraído para si próprio.
Quando o impulso evolucionário se encontra a si próprio, há um relacionamento
livre de ego. Qualquer pessoa pode experienciar uma consciência, livre de ego na
quietude e solidão da meditação profunda. É fácil estar livre do ego quando não há
relacionamento.
Quando muitos indivíduos abraçam simultaneamente o caminho e a prática que
descrevi e fazem a transformação verdadeiramente importante do ego para o Eu
Autêntico, é isto que se torna possível. Quando tal acontece, a consciência para além do
ego, que é a iluminação, pode emergir, não só no nosso interior individual, mas entre
nós, enquanto seres humanos.
Este espaço é interior do cosmos. O interior do cosmos não está apenas dentro da
sua cabeça – é algo que partilhamos. É isto que significa intersubjetivo: é o espaço do
«nós», no qual partilhamos valores, perspetivas, crenças e maneiras de ver o mundo.
29 M. E., 2015
No despertar mútuo para o Eu Autêntico, descobrimos, para o nosso espanto,
uma forma de intimidade nova e radical que não tem absolutamente nada que ver com o
tempo ou com a história partilhada; na verdade não tem nada de pessoal. Quando uma
ou mais pessoas despertam para o impulso evolucionário e vislumbram a natureza
singular da vastidão infinita que é a perspetiva cosmocêntrica, simplesmente não há
sentimento do outro. Mesmo que possa estar ciente do facto objetivo de que há uma
pessoa aqui e outra pessoa ali, ao nível emocional não sente esta distinção. Não há uma
sessação de dualidade, intensa ou sutil.
Porque há apenas um Eu Autêntico, quando dois ou mais indivíduos se unem
desta forma e têm uma conversa, a experiência é quase a de pensar para si próprio em
voz alta. O Eu Autêntico não está interessado nos outros indivíduos. Está sempre apenas
interessado em si próprio, visto nos outros.
Nesta nova iluminação intersubjetiva emerge, o significado e o sentido da não –
dualidade evoluem. A singularidade que sentimos ao nível mais profundo do Ser é agora
experienciada no tempo, no corpo, num vir a ser, e mais importante ainda nas relações.
É aquilo a que por vezes, chamo a «não-dualidade evolucionária intersubjetiva». Não -
dualidade, mas uma vez, significa unidade e não – dois.
Está energia e inteligência que criou o universo está conectar seres humanos
para a sua própria finalidade. E as nossas aspirações espirituais pessoais, as nossas
ligações uns com os outros e com a própria vida, quer tenhamos consciência disso ou
não, estão simplesmente a servir esta finalidade, que é a eterna evolução do interior do
cosmos.
30 M. E., 2015
CAPÍTULO 18
Catalisando e Emergência
A Iluminação Evolucionária e a nova cultura que ela nos promete é algo a que podemos
dar forma deliberada e conscientemente, se o potencial para o qual aponta for
profundamente importante para nós. É uma perspetiva emergente, ou um estado de
consciência que surge de forma espontânea e como por um milagre quando as condições
são ideais. Emergente significa que é algo maior do que a soma das suas partes – uma
nova ordem de relacionamento, um novo nível de consciência, uma perspetiva mais
elevada e profunda que é sempre inconcebível, até o momento que explode para a
existência. O objetivo deste ensinamento é catalisar o milagre da emergência no interior
do cosmos, através de nós e em cada um de nós.
Emergência não é apenas a melhoria de algo que já existe- é o emergir de algo
inteiramente novo. Não é apenas uma expansão ou modificação horizontal; é um
desenvolvimento, um crescimento vertical. Verticalidade, na Iluminação Evolucionária,
significa que nos envolvemos no processo espiritual de maneira que o resultado seja a
emergência de alguma qualidade, habilidade ou capacidades que não estava lá antes.
Está emergência é um conceito relativamente novo. Como pode uma
complexidade maior surgir a partir de uma complexidade menor? Como pode algo ter
emergido do nada? Como pode toda a matéria do universo ter emergido a partir do
vazio primordial? Este é o mistério da vida, o mistério do processo criativo. Observe a
evolução da vida biológica. A vida emergiu a parti da matéria inanimada. Começou com
organismo unicelulares, acabando por dar origem a organismos pluricelulares que, ao
longo de grandes períodos de tempo, acabaram por dar origem a toda a extraordinária
complexidade e diversidade da vida neste planeta.
Quando a emergência ocorre na matéria ou na vida biológica ela depende de
condições ideais. O que descobri foi que o mesmo princípio se aplica quando estamos a
tentar catalisar a emergência ao nível da consciência e da cultura. As condições têm de
ser as corretas. De facto, muitas vezes uso a metáfora de um «Novo Ser» para descrever
esta emergência do potencial cultural cosmocêntrico. E este potencial emergente da
iluminação evolucionária depende completamente de que estas células individuais –
estes seres autónomos e em evolução - façam um esforço para compreender e ser uma
31 M. E., 2015
expressão viva do equilíbrio de condições inconcebivelmente delicadas que tornam
possível que este potencial venha a existir.
A Iluminação Evolucionária é sempre a propósito da evolução da cultura através
da nossa própria transformação. Na mesma medida em que é capaz de materializar o
impulso evolucionário, inevitavelmente desafiará o ego cultural dentro do seu próprio
ser.
Os nossos valores partilhados não são apenas representações do que a vida deve ser,
mas também imagens do que é possível. Numa visão do mundo espiritualmente
iluminada e evolucionária, o nosso olhar interior desperta para a visão do Eu Autentico,
que está sempre a olhar em frente, com um ilimitado sentido de possibilidades.
Se estamos apaixonadamente comprometidos com a evolução da consciência e
da cultura, temos de nos assegurar a todo o custo de que os nossos valores partilhados,
conscientes e inconscientes, se tornam uma expressão clara das nossas perceções mais
profundas. Se isto não acontecer, a melhor parte de cada um de nós – o impulso
espiritual, o nosso próprio Eu Autêntico – terá uma capacidade reduzida de efetuar uma
mudança significativa no nosso mundo.
A mudança de valores que cria as condições para a emergência perpétua é uma
mudança fundamental de orientação que apenas agora começa a despertar em nós, à
medida que despertamos para o facto de que fazemos parte de um processo que está a
avançar numa certa direção. Mas, para aqueles para aqueles de nós despertos para o
impulso evolucionário, a mudança torna-se a nossa casa.
Se reconhece o potencial para a emergência nas dimensões interiores da sua
própria consciência e da nossa cultura partilhada, então cabe-lhe a si esforçar-se para
criar as condições perfeitas na sua vida em apoio à mudança constante e verticalmente
ascendente. A alma evolucionária desperta vive para a mudança.
Quando nos esforçarmos para nos identificarmos mais com a energia vertical do
impulso para evoluir do que com o ímpeto do horizontal do ego pessoal e do eu
culturalmente condicionado, transcendemos o peso imenso das nossas próprias esferas
de valores tradicionais, modernos e pós-modernos. Abrimo-nos á experiência
libertadora da parte do cosmos que está a tentar evoluir através de nós a cada momento.
Se se empenhar nestes ensinamentos com grandes sinceridade e urgência, a sua
própria consciência e as suas relações com outras pessoas tornar-se-ão estruturas
estáveis a partir das quais expressões novas e mais elevadas do significado, da
finalidade e do potencial humano poderão surgir no interior do cosmos em evolução.
32 M. E., 2015
CAPÍTULO 19
Criando o Futuro
No limiar da consciência e da cultura em evolução, onde despertarmos para o poder da
não-dualidade intersubjetiva, a criatividade desabrocha. Quando começamos a partilhar
uma cultura iluminada na qual o impulso evolucionário emerge, vemo-nos a
experienciar um ímpeto vertical que é inerentemente criativo. De facto, a própria fonte
da onda cósmica divina, a nascente do implacável avanço em direção ao fundo da
evolução torna-se o nosso locus e o nosso sentido de ser.
No centro desta nova ordem de relacionamento humano está a interação contínua
de vários princípios dinâmicos: a experiência simultânea de autonomia e comunhão, o
ímpeto vertical da tensão evolucionária e a faísca criadora da fricção criativa.
A emergência simultânea de comunhão e autonomia é uma experiência rara e
poderosa. Quando as barreiras entre o eu e o outro caem, a experienciamos uma
comunhão maior, para além das fronteiras do ego. Paradoxalmente, no preciso momento
em que experienciamos esta profunda comunhão, a autonomia e o potencial criativo de
cada indivíduo emergem livremente.
Para um verdadeiro movimento vertical sustentável, a comunhão, por si só, não
suficiente. A partir da unidade, tem de emergir diferenciação. Contudo, na Iluminação
Evolucionária, cria-se um campo dinâmico em que o um e os muitos são literalmente o
mesmo e, no entanto, mantem-se diferenciados. É uma expressão nova, e em evolução,
da não-dualidade, em que o eu e o outro se fundem num contínuo e, no entanto,
miraculosamente, não se tornam indistintos. E então a consciência deleita-se em seguir
o seu próprio potencial criativo em extasiante colaboração consigo mesma.
Esta criatividade livre sente-se no coração e na mente como um poderoso estado
iluminado, uma tensão evolucionária rigorosamente positiva e íntegra, que o compele a
elevar-se ao seu potencial mais elevado. Muitas vezes pensamos na tensão como sendo
negativa, mas a tensão evolucionária é inerentemente positiva.
A tensão evolucionária é a qualidade experiencial da nova consciência, liberta,
entre indivíduos juntos em comunhão e autonomia. A não-dualidade intersubjetiva é
mais do que apenas a experiência de paz e êxtase. Floresce com a fricção criativa que é
gerada no fluir do vir a ser evolucionário.
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A fricção criativa é o próprio motor da evolução consciente na fronteira. Num contexto
de autonomia e comunhão, a presença de fricção criativa constante é o indicador de uma
profunda saúde espiritual, psicológica, emocional e entusiasmo neste tipo de contexto
intersubjetivo ou coletivo. A fricção criativa é o próprio sangue vital espiritual da nova
cultura que precisamos de criar.
Mas uma vez, o reconhecimento de que a tensão evolucionária e a fricção
criativa guiam o desenvolvimento do cosmos, tanto interno como externo. Por exemplo,
se acredita que Espírito ou Deus são sinónimos de paz e amor, faz sentido que veja
todas as formas de conflitos, tensão e fricção como sendo inerentemente negativas,
como antíteses do desenvolvimento humano mais elevado. Mas numa visão
evolucionária no mundo, somos compelidos a redefinir quem é Deus e o que é Ele na
verdade, e o que realmente significa o amor.
Na dimensão não-manifesta, a base do Ser – aquele não-lugar perfeito e vazio
onde apenas existe absoluta quietude -, poderíamos dizer que Deus é paz. Mas quando
Deus decidiu tornar-se, tornar forma, todo este processo de criação e destruição, fricção
e emergência teve início. Isto é o que você é, isto é o que eu sou e esta é também a
natureza de Deus no domínio manifesto. Numa visão evolucionária do mundo, o
propósito de Deus é o eterno desenvolvimento, ou ascensão vertical. Então, neste
contexto, a expressão do maior amor é a insistência no desenvolvimento mais elevado.
Não importa até onde tenha chegado, haverá sempre algo mais a alcançar. Este
amor é in fundido com tensão evolucionária e gera fricção criativa.
Quando abraça esta interpretação evolucionária de quem é Deus e o que é Ele,
então apercebe-se que sim, Deus é amor. É Deus a tentar evoluir, através de si e de mim
e, mais importante ainda, através de nós.
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CAPÍTULO 20
A Fronteira da Evolução
Um ser humano que tenta catalisar a emergência de um nível superior de consciência é
como um foguetão a tentar liberta-se da gravidade da Terra. A gravidade da qual nos
tentemos libertar é o peso do nosso condicionamento histórico, tanto pessoal quanto
cultural. Depois de termos vencidos esta gravidade durante tempo suficiente para
experienciar a liberdade do espaço, temos de criar as estruturas estáveis que nos
permitirão continuar aí.
Desta forma, tentar estabilizar um novo espaço cultural emergente é como
vencer a atmosfera depois de tentar construir uma estação espacial – uma estrutura
gigantesca, suspensa fora do campo de gravidade normal. Este projeto de construção
intersubjetiva ainda agora começou.
As peças são seres humanos – homens e mulheres, tal com nós, que têm
camadas e camadas de hábitos condicionados e tendências que não apoiam
necessariamente uma emergência mais elevada. E como o nosso centro de gravidade
tende a situar-se mais no velho do que no novo, esta nova estrutura será muito frágil.
No final, apenas a nossa inspiração espiritual e o nosso compromisso para com a
emergência evolucionária irão manter as pecas no seu lugar, mesmo que a estrutura
maior permaneça instável.
Se está a tentar a fazer algo genuinamente novo, tem de ser um pioneiro, um
agente de mudança. Para contribuir para a criação do futuro, tem de estar alinhado com
a própria fronteira da evolução.
Se viver os cincos princípios da Iluminação Evolucionária como se a sua vida
dependesse disso, alinhar-se-á com esta dimensão mais profunda de quem é, e irá
desenvolver autoconfiança espiritual.
Quando vive isto, de forma plena e destemida, na paixão evolucionária sob
perspetiva do Eu Autêntico, então algo extraordinário realmente começa acontecer.
Vislumbra o potencial não-manifesto do futuro próximo na consciência e, por breves
momentos, até parece realmente tornar-se manifesto no momento presente.
É muito importante compreender isto. O futuro não nos é dado. O que vai
acontecer não é já conhecido, nem predeterminado. Os estágios mais elevados de
35 M. E., 2015
consciência e cultura que estão à nossa frente ainda não existem. Apenas passaram a
existir se nos colaborarmos para desenvolver conscientemente essas capacidades mais
elevadas em nós próprios. São sempre os indivíduos que estão a frente do seu tempo,
vivendo na vanguarda, que participam na criação destas novas estruturas ou hábitos na
consciência.
Habitar este lugar significa que o próximo estádio de desenvolvimento existe na
sua própria consciência como um potencial sempre presente mas ainda não-manifesto,
agora mesmo. E, então, a sua relação ativa e participativa com a vida hoje torna-se uma
expressão da sua responsabilidade criativa para dar origem ao novo mundo de amanhã.
Para aqueles de nós na vanguarda, neste momento crítico da história humana, o
que poderia tornar significado e o sentido da iluminação espiritual mais reais? O que
poderia fazer mais sentido ao nível emocional, intelectual, filosófico e espiritual do que
o simples conhecimento de que «me cabe a mim»?
Deus evolui na medida em que nós evoluirmos. E este mesmo momento – se
entregar com todo o seu ser, procurando alcançar o futuro – é, potencialmente, o próprio
limiar do possível.