Upload
independent
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE DE CABO VERDE
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS DO MAR
CURSO EM ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES
NUNO GUILHERME DAVID FONSECA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL
AEROPORTOS E SEGURANÇA AÉREA DE CABO VERDE
ESPARGOS
2013
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
I
Nuno Guilherme David Fonseca
NUNO GUILHERME DAVID FONSECA
RELTÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL
ESPARGOS
2013
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
II
Nuno Guilherme David Fonseca
Relatório de Estágio Curricular Profissional do Curso em Engenharia de
Telecomunicações da Universidade de Cabo Verde, Departamento de Engenharia e Ciências
do Mar - Campus da Ribeira de Julião.
O estágio foi realizado na ASA – ilha do Sal e teve a duração de 4 meses, 24 de Junho
2013 a 25 de Outubro de 2013.
O Estagiário:
______________________________
/Nuno Guilherme David Fonseca/
Coordenador na DNA
__________________________
/Engo José Luís Reis /
Diretor do SGMSTA
Orientadores na DNA
Sistema de
Rádio Ajudas
________________________
/Engo Domingos Moreira/
Chefe do MSRA
Sistema de
Vigilância
Radar
________________________
/ Engo Rui Jesus/
________________________
/ Engo Félix Medina/
Sistemas de
Energia
________________________
/ Engo Edilton Monteiro/
________________________
/ Engo José Brito Fidalga /
Sistemas de
Comunicações
ATS
________________________
/ Engo Rogério Delgado/
Coordenador no DIE
_________________________
/Engo Ciríaco Araújo Brito/
Chefe do DIE
Gestão de
Infraestruturas
e Segurança
Orientador no DIE
_________________________
/Engo Silvestre Fortes/
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
III
Nuno Guilherme David Fonseca
DEDICATÓRIA
Eu, Nuno Guilherme David Fonseca, dedico este trabalho ao meu pai Guilherme, a
minha mãe Maria Auxilia, aos meus irmãos: Emerson, Marlene e Bruno, aos meus sobrinhos,
Gui e Júnior e aos meus amigos de Telecomunicações: Adriana Fortes, António Rocha, Edson
Danny Carvalho, Ironeida Reis, Ivan Carlos, Luís Silva, Maria Helena e Suzete Évora. Todos
foram essenciais para que esse sonho fosse realidade.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
IV
Nuno Guilherme David Fonseca
AGREDECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Jah, inteligência universal, pela vida, pela saúde e pela
inteligência unitária. Por sempre ter iluminado o meu caminho, muitas vezes difícil, mas
gratificante, tornando meus sonhos realidade.
Agradeço ao meu pai e à minha mãe que ensinaram-me a viver com dignidade e
humildade, por serem exemplo de luta e dedicação a família e por estarem sempre presente
apoiando-me para que pudesse ultrapassar com êxito por cada etapa dessa caminhada. À
minha irmã Marlene, aos meus irmãos: Emerson e Bruno, sobrinhos: Gui e Júnior, pela
alegria que trazem a minha vida e a todos os meus amigos e familiares: tias, primos e
agregados, pelo apoio em todos os momentos.
À minha avó Olimpia David (in memory), grande lutadora e incentivadora que sempre
apoiou-me e vibrou a cada pequena conquista.
Dirijo o meu sincero agradecimento a ASA pela oportunidade de realização desse
estágio.
Agradeço aos excelentes profissionais da Direção de Navegação Aérea em particular a
todos os técnicos e engenheiros da Supervisão Técnica, Sr. Domingos Moreira, Sr. José Luís
Reis, Sr. José Carlos, Sr. João Santos, Sr. Félix Medina, Sr. Alviar Monteiro, Sr. João Ramos,
Sr. Amado Brito, Sr. Manuel Gastão, Sr. Oldegar Lima, Rogério Delgado, Rui Jesus, Edilton
Monteiro, José Brito Fidalga, Aristides da Luz, Duarte Albuquerque e Hamilton Pinheiro, e
aos do Departamento de Informática e Eletrónica Ciríaco Araújo Brito e Silvestre Fortes, pela
dedicação na transmissão dos conhecimentos e suas experiencias profissionais e a todos
funcionários e colaborados da ASA que direta ou indiretamente contribuíram para o bom
funcionamento do estágio.
Meu sincero a agradecimento ao meu amigo Nha Ranha, à Sra. Filomena Cruz,
Sandra, Jandira e família pelo acolhimento e ao meu amigo Milton Santos pelo apoio prestado
durante a minha estadia na ilha do Sal. Ao amigo Adilson Tavares e ao amigo colega Nilton
Picoteiro Fonseca pelos momentos de diversão.
A todos que verdadeiramente acreditaram que eu era capaz e sempre deram-me força e
incentivo para continuar lutando. Obrigado!!
Nuno Guilherme David Fonseca
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
V
Nuno Guilherme David Fonseca
“As pessoas julgam a aparência,
mas esquecem que o mal da sociedade são as pessoas sem carater.”
- Renato Russo -
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
VI
Nuno Guilherme David Fonseca
Índice
DEDICATÓRIA ................................................................................................................... III
AGREDECIMENTOS ......................................................................................................... IV
ÍNDICE DE FIGURAS ....................................................................................................... VII
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10
1.1 OBJETIVO DO ESTÁGIO ............................................................................................ 10
2. A EMPRESA ................................................................................................................... 11
2.1 VISÃO E MISSÃO ....................................................................................................... 11
2.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ORGANOGRAMA .............................................. 11
3. PRIMEIRA SEMANA ................................................................................................... 12
4. DIREÇÃO DE NAVEGAÇÃO AÉREA (DNA) ........................................................ 13
4.1 SISTEMAS DE RÁDIO-AJUDAS À NAVEGAÇÃO AÉREA .......................................... 14
4.1.1 ADF (AUTOMATIC DIRECTION FINDER) ............................................................ 15
4.1.2 NDB (NON DIRECTIONAL BEACON) ................................................................... 16
4.1.3 VOR / DME .......................................................................................................... 18
4.1.4 ILS (INSTRUMENT LANDING SYSTEM) ............................................................... 23
4.1.4.1 LOCALIZER .................................................................................................... 25
4.1.4.2 GLIDE PATH – EQUIPAMENTO EM TERRA ................................................... 28
4.1.4.3 MARKERS – OUTER E MIDDLE .................................................................... 31
4.1.4.4 AJUDAS VISUAIS ............................................................................................ 33
4.1.5ATIVIDADES REALIZADAS ...................................................................................... 35
4.2 SISTEMAS DE VIGILÂNCIA RADAR .......................................................................... 36
4.2.1 RADAR IRS-10 .................................................................................................... 38
4.2.2 ATIVIDADES REALIZADAS ................................................................................... 41
4.3 SISTEMAS DE ENERGIA ............................................................................................ 42
4.3.1 ATIVIDADES REALIZADAS ................................................................................... 42
4.4 SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES ATS ....................................................................... 44
4.4.1 EMISSORES/RECETORES VHF ............................................................................ 44
4.4.2 CAFSAT ............................................................................................................... 46
4.4.3 SISTASAL - ICARO ........................................................................................... 47
4.4.4 ATIVIDADES REALIZADAS ................................................................................... 52
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
VII
Nuno Guilherme David Fonseca
5. DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA E ELETRÓNICA (DIE) ..................... 53
5.1 NÚCLEO DE INFRAESTRUTURA E SEGURANÇA / NÚCLEO DE HELPDESK ............ 54
5.1.1 ESTRUTURA DA REDE ADMINISTRATIVA GERAL DA EMPRESA ....................... 54
5.1.2 ESTRUTURA DA REDE NA ILHA DO SAL .............................................................. 55
5.1.3 PLATAFORMA IP BRICK .................................................................................... 58
5.1.4 ATIVIDADES REALIZADAS ................................................................................... 59
6. CONCLUSÃO................................................................................................................. 60
7. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 61
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. 1 – Organograma da empresa ........................................................................................ 12
Fig. 2 – FIR Oceânica do Sal ................................................................................................. 13
Fig. 3 – ADF (Automatic Direction Finder) ........................................................................... 16
Fig. 4 – Rádio-bússola ............................................................................................................ 16
Fig. 5 – Unidades Básicas do NDB: Emissor, Antena e Monitor ....................................... 17
Fig. 6 – Diagrama de Radiação do NDB ............................................................................... 18
Fig. 7 – Diferença de fase e azimute nos dois sinais do VOR .............................................. 19
Fig. 8 – VOR/DME do AIAC ................................................................................................. 20
Fig. 9 – Indicador de Navegação a Bordo ............................................................................. 21
Fig. 10 – Interrogador e Transponder ................................................................................... 22
Fig. 11 – Indicador Digital Misto .......................................................................................... 23
Fig. 12 – Holding a partir de um fixo .................................................................................... 23
Fig. 13 – Componentes do sistema de ILS ............................................................................ 25
Fig. 14 – Emissor, Antenas e Monitor do Localizer do AIAC ............................................. 25
Fig. 15 – Diagrama do Localizer ............................................................................................ 26
Fig. 16 – Cobertura do Localizer ........................................................................................... 27
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
VIII
Nuno Guilherme David Fonseca
Fig. 17 – a) Aeronave alinhada com o eixo da pista; b) Aeronave à esquerda do eixo da
pista; c) Aeronave à direita do eixo da pista. ....................................................................... 27
Fig. 18 – Emissor e antenas do Glide Path do AIAC ........................................................... 28
Fig. 19 – Diagrama de Radiação do Glide Path .................................................................... 28
Fig. 20 – Cobertura do Glide Path no plano horizontal ...................................................... 29
Fig. 21 – a) Aeronave acima da ladeira; b) Aeronave na ladeira pista; c) Aeronave
abaixo da ladeira pista. .......................................................................................................... 30
Fig. 22 – Cobertura do Glide Path no plano vertical ........................................................... 30
Fig. 23 – Distancia dos Markers em relação a pista ............................................................. 31
Fig. 24 – Outer-Marker do AIAC ........................................................................................... 32
Fig. 25 – Middle-Marker do AIAC ......................................................................................... 32
Fig. 26 – Equipamento de bordo ........................................................................................... 33
Fig. 27 – Representação de um sistema PAPI ...................................................................... 34
Fig. 28 – Representação de um sistema VASIS ................................................................... 34
Fig. 29 – Reparação do cabo TVHV ..................................................................................... 35
Fig. 30 – Realização do Ground Check / Flight Check / Ajuste do sistema PAPI ............. 35
Fig. 31 – Rede de Radar de Cabo Verde............................................................................... 36
Fig. 32 – Radar Primário ....................................................................................................... 37
Fig. 33 – Radar Secundário ................................................................................................... 38
Fig. 34 – Controlando remotamente o IRS-10/ Experiencia para obter a curva GTC .... 41
Fig. 35 – Osciloscópio Digital para medir os sinais contendo os pulsos P1 e P3 ............... 41
Fig. 36 – Diagrama da Rede UPS da DNA ........................................................................... 43
Fig. 37 – Parte frente Kilomux 2100/2104 e Parte trás do kilomux 2100 ........................... 46
Fig. 38 – Arquitetura do Sistema AIRCON 2000 ................................................................ 47
Fig. 39 – Interligação de Rede de Dados ............................................................................... 52
Fig. 40 – Estrutura do DIE .................................................................................................... 53
Fig. 41 – Topologia da Rede Geral da ASA .......................................................................... 55
Fig. 42 – Topologia da Rede na SEDE .................................................................................. 56
Fig. 43 – Topologia Rack de Conexões e Rack de Servidores ............................................. 57
Fig. 44 – Manutenção de Impressora brother ...................................................................... 59
Fig. 45 – Sala dos Servidores ................................................................................................. 59
Fig. 46 – Sala de Manutenção ................................................................................................ 59
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
10
Nuno Guilherme David Fonseca
1. INTRODUÇÃO
Este relatório traduz o percurso realizado durante os quatros (4) meses em que estagiei
na Empresa Nacional de Segurança Aérea – ASA, ilha do Sal. Sendo que três (3) meses foram
passados na Direção de Navegação Aérea (DNA) e um (1) mês no Departamento de
Informática e Eletrónica (DIE).
Durante o estágio, colaborei em diversos trabalhos nos departamentos referidos,
sempre com o intuito de desenvolver experiencias na gestão de tarefas e competências
profissional no âmbito da analise, exploração e aplicação das infraestruturas de comunicações
e informática.
Setores da DNA onde estagiei: Núcleos do DIE onde estagiei:
Sistemas de Rádio Ajudas à Navegação Aérea Núcleo de Infraestruturas e Segurança
Sistema de vigilância Radar Núcleo de Helpdesk
Sistemas de Energia
Sistemas de Comunicações ATS
Com este relatório, pretendo não só demonstrar o que por mim foi realizado no
estágio, mas principalmente a razão pela qual se executam determinados trabalhos, quais os
critérios, preocupações, regras técnicas e regras de segurança implementados na execução das
tarefas pelos engenheiros e técnicos da DNA e do DIE.
1.1 OBJETIVO DO ESTÁGIO
Aprimorar os conhecimentos adquiridos durante o curso de Bacharelato em
Engenharia de Telecomunicações;
Adquirir experiencia e competências profissional na aplicação das infraestruturas de
telecomunicações, informática e sistemas de energia para telecomunicações;
Preparar os alicerces para conquistar um lugar no mercado do trabalho, disfrutando do
conhecimento dos profissionais de uma das melhores empresa a nível nacional.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
11
Nuno Guilherme David Fonseca
2. A EMPRESA
Criada em 1984 como ASA-EP e transformada em ASA-SA em 2001, a ASA é
detentora de uma larga história que se encontra fortemente ligada à própria história do
Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal.
Onde se destaca:
1939 - inicio das operações aéreas Roma- Rio de Janeiro, realizadas pela Lati, com
escala no aeroporto do Sal, construído pelos italianos;
1950-1970 - adequação do Aeroporto do Sal ao tráfego e às novas gerações de
aeronaves, criação da TACV;
1980 - é implementada a FIR (Flight Information Region) Oceânica do Sal, por
mandato da ICAO;
A ASA, a partir da FIR Oceânica do Sal, presta apoio à aviação civil a nível de
telecomunicações aéreas, assistência meteorológica e serviços de busca e salvamento. Gere
todo o tráfego aéreo de Cabo Verde em termos das partidas, sobrevoos e chegadas de
aeronaves, tem a seu cargo a gestão de quatro aeroportos internacionais e três aeródromos
nacionais.
2.1 VISÃO E MISSÃO
Ser uma entidade de referência nacional e internacional na gestão de aeroportos e
serviços de tráfego aéreo, reconhecida pelos seus princípios de sustentabilidade e pela a sua
orientação para a prestação de um serviço de elevada qualidade e segurança para os seus
clientes.
Gerir de forma eficiente os Aeroportos, Aeródromos e Região de Informação de Voo
de Cabo Verde, contribuindo para a modernização do sistema de transporte aéreo e para o
desenvolvimento económico, social e cultural do país.
2.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ORGANOGRAMA
A ASA é liderada por um conselho de Administração, ao qual reportam seis Gabinetes
com funções de Assessoria, duas Direções com funções de suporte ao negócio e sete Direções
com enfoque operacional.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
12
Nuno Guilherme David Fonseca
Conselho de
Administração
Fig. 1 – Organograma da empresa
3. PRIMEIRA SEMANA
O estágio teve inicio no dia 24 de Junho de 2013 com uma receção e respetivas notas
de boas vindas, na Direção dos Recursos Humanos, pelo diretor do departamento de formação
e desenvolvimento, Sr. Muassir Brito, em que foi feita a apresentação da empresa e dos
objetivos propostos para o estágio.
Foi assinado um compromisso entre mim e a empresa, através de um contrato que
estipulava as normas em que o estágio iria decorrer, seguido da apresentação da Diretora de
Recursos Humano, Dra. Sara Figueiredo, e o respetivo bem-vindo a ASA.
Não menos importante foi a conversa que tive com a psicóloga, Dra. Carla Andreia
Barbosa Estrela, que de uma forma sucinta fez um retrato do mundo laboral atual e as
exigências do mesmo, elevando ainda mais a minha motivação para inicio do estágio e para o
primeiro contacto com o mercado do trabalho.
Ainda no decorrer da primeira semana tive a oportunidade de conhecer todos os
departamentos da empresa, através de uma visita guiada, na companhia da simpática Sra.
Merita Ramalho, em que fiquei a ter uma real noção da dimensão da empresa.
Gab. Apoio ao CA
Gab. Comunicação
e Marketing
Institucional
Gab. Apoio
Jurídico Gab. Security &
Safety
Gab. Qualidade
Ambiente e HST
Gab. Monitorização
e Controlo de
Gestão
Direção de
Recursos Humanos Direção de Finanças
e Administração
Dir. Aeroporto
Internacional
Amílcar Cabral
Dir. Aeroporto
Internacional
Nelson Mandela
Dir. Aeroporto
Internacional
Cesária Évora
Dir. Aeroporto
Internacional
Aristides Pereira
Serviços de
Aeródromos
Dir. de Navegação
Aérea
Dir. Engenharia e
Manutenção de Infra.
Aeroportuárias
Departamento
de Informática e
Eletrónica
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
13
Nuno Guilherme David Fonseca
4. DIREÇÃO DE NAVEGAÇÃO AÉREA (DNA)
A DNA tem como função assegurar, de acordo com as políticas, normas e
regulamentos nacionais e internacionais e nas melhores condições de segurança e eficiência, a
prestação dos serviços de navegação aérea na FIR (Flight Information Region) Oceânica do
Sal e nos aeroportos nacionais.
Dentro da DNA encontramos dois departamentos fundamentais na prestação dos
serviços de navegação, o Departamento de Manutenção de Sistemas de Rádio-Ajudas e o
Departamento de Manutenção de Sistemas de Comunicações ATS, em que o DMSRA é
responsável pela manutenção dos equipamentos dos sistemas de Rádio-Ajudas e o DMSC-
ATS controla o funcionamento dos equipamentos de comunicações ATS.
Fig. 2 – FIR Oceânica do Sal
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
14
Nuno Guilherme David Fonseca
4.1 SISTEMAS DE RÁDIO-AJUDAS À NAVEGAÇÃO AÉREA
Com orientação do: Eng
o Domingos Moreira
As RANA são sistemas radioelétricas de navegação que permitem navegar com
precisão ao longo de rotas adequadas, executar manobras de aproximação e efetuar aterragens
em condições LVO (Low Visibility Operation) envolvendo equipamentos eletrónicos em terra
e a bordo das aeronaves. As rádio-ajudas fazem baixar os mínimos de aterragem, retêm o
tráfego que de outro modo poderia ser cancelado ou desviado, encorajam o aparecimento
de tráfego adicionais ao movimento aeroportuário e dão mais segurança á operação de
aeronaves.
Há diversos tipos de rádio-ajudas que diferenciam-se pelas as características seguintes:
– De emissão.
– De frequências de operação.
– Das performances que possibilitam.
– Do seu alcance útil.
O desenho tecnológicos de todos tem como base a eletrónica e a propriedade das
ondas eletromagnéticas se propagarem no espaço livre.
A classificação dos sistemas de navegação é feita segundo a sua dependência e de
acordo com o raio de ação das rádio-ajudas:
a) De acordo á sua dependência :
• Dependente, quando é feito com base nas informações recebidas de infraestruturas
radioeléctricas em terra e/ou de satélites artificiais VOR, NDB, OMEGA, ILS, GPS,
Radar, etc.)
• Autónomo, quando é feito exclusivamente com base nos meios instalados a bordo da
aeronave (Radar Doppler, Inertial Navigation System, Course Line computer, etc.)
b) De acordo ao raio de ação das rádio-ajudas:
• De longo raio, quando o alcance é superior a 250 milhas náuticas (OMEGA, LORAN,
DECTRA, Consol, etc)
• De médio raio, quando o alcance está situado entre 50 e 250 milhas náuticas (NDB,
VOR, DNE, etc)
• Aproximação e aterragem, quando o alcance é inferior a 50 milhas náuticas
(Locator, Terminal VOR, ILS, etc)
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
15
Nuno Guilherme David Fonseca
4.1.1 ADF (AUTOMATIC DIRECTION FINDER)
O ADF ( sistema instalado a bordo das aeronaves) baseia o seu funcionamento no
princípio da radiogonometria, que consiste na determinação automática e contínua da direção
dos sinais provenientes de uma estação em terra (NDB). O piloto sabe em que posição está
bastando para isso sintonizar a estação desejada e olhar para a rádio-bussola instalada no
cockpit.
O ADF é uma Rádio-ajuda que:
Opera em LF e MF entre os 150 e os 1.700 KHz
Está ainda muito popularizada em aviação.
A sua utilização faz-se a par de outras rádio-ajudas tecnologicamente mais
sofisticadas e modernas.
Constituí praticamente o sistema de backup ao sistema VOR que suporta as
rotas ATS.
É um complemento importante do sistema de aterragem por instrumentos.
Os principais componentes do ADF são:
As antenas Direcional e de Sentido, que captam, por meio de indução
eletromagnética, as ondas geradas pelo NDB;
O Recetor ADF (LF/MF), que recebe e descodifica o sinal vindo da antena;
A Rádio-bússola ( mais precisamente a RMI (Radio Magnetic Indicator) ou
RBI (Radio Bearing Indicator), que fornece a informação de azimute ao piloto.
Os sinais recebidos pelo equipamento de bordo através do conjunto das antenas de
direcional e de sentido são enviados para o recetor ADF.
Estes sinais são tratados para atuarem um motor elétrico que orienta adequadamente a
antena de quadro para o emissor.
Os sinais enviados para a rádio-bússola indicam de modo automático e contínuo o
azimute em relação à estação emissora – Azimute Relativo.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
16
Nuno Guilherme David Fonseca
Fig. 3 – ADF (Automatic Direction Finder)
O RBI (Radio Bearing Indicator) é o modelo mais antigo de indicador de azimutes
muito utilizado ainda na aviação ligeira, é vulgarmente designado por rádio-bússola.
Fig. 4 – Rádio-bússola
O RBI é constituído por um quadrante graduado de 0º a 360º, fixo com o eixo
longitudinal da aeronave com a orientação 0º-180º e por uma agulha móvel indicadora de
azimutes.
4.1.2 NDB (NON DIRECTIONAL BEACON)
Também se designa por Rádio-Farol.
Existem dois tipos de Rádio-Faróis associados ao ADF:
– NDB utilizado essencialmente em rota.
– LOC utilizado essencialmente em aproximação.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
17
Nuno Guilherme David Fonseca
O NDB, rádio ajuda bastante antiga, continua a desempenhar algum papel na
estruturação de rotas aéreas, devido ás vantagens que ainda apresenta do ponto de vista
económico. Consiste num emissor de elevada potência(caso de NDB do Sal) , irradiando
sinais de baixa ou média frequência para o espaço . Uma variante de NDB( ou Rádio-Farol)
muito utilizada é o Locator ( casos da Praia, S. Vicente , S. Nicolau e Boavista ),
exclusivamente dedicado aos procedimentos de aproximação ás pistas na vizinhança do qual
esta instalado. O NDB é utilizado, ainda, nas seguintes versões:
- Como complemento do ILS (Instrument Landing System) para permitir ao
piloto localizar o Outer Marker do ILS, quando não existe um procedimento baseado
numa radical VOR inbound;
- Como um Final Approach Fix, isto é, como complemento de uma ajuda de
aproximação de não-precisão (VOR ou Localizer), conduzindo a pontos de aproximação final
( normalmente a várias milhas da soleira da pista);
- Como Referência a um missed approach point (ponto de aproximação
Falhada ) no aeródromo
São três as suas unidades básicas:
- O emissor, que gera a energia radioelétrica;
- A antena, que irradia essa energia para o espaço;
- O monitor, que controla a performance operacional do emissor.
Fig. 5 – Unidades Básicas do NDB: Emissor, Antena e Monitor
Normalmente, os rádio-faróis estão providos de equipamentos de reserva, que é
ativado automaticamente por um sistema de basculamento eletrónico em caso de aviaria no
emissor principal .
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
18
Nuno Guilherme David Fonseca
Trabalhando nas frequências 190Khz e 1750Khz, a antena pode assumir diversas
configurações, dando sempre origem a um diagrama de irradiação em forma de circulo no
plano horizontal. Na vertical do NDB há uma zona de silêncio, de 30º para cada lado , dentro
da qual o sinal recebido pelo ADF não tem sentido algum.
Fig. 6 – Diagrama de Radiação do NDB
4.1.3 VOR / DME
O VOR (VHF Omnidirectinal Range) é uma rádio-ajuda de navegação de curta e
média raio mais utilizada na definição e individualização da maior parte das rotas aéreas .
A sua emissão tem características direcionais que possibilitam a determinação de 360
azimutes em torno da estação. Transmite informações de azimute a aeronaves em voo.
O VOR também transmite um código de identificação de três letras , manipulado
em alfabeto morse .Esse código é repetido cada 7,5 segundos .
Também pode ser usado como difusor de informações meteorológicas
autorizações de planos de voo e informações de emergências, sem que isso perturbe o sinal
de navegação.
Apresenta inegáveis vantagens em relação ao ADF:
Elevada precisão.
Correção automática do vento.
Maior imunidade a ruídos de estática.
Maior imunidade a interferências.
O princípio de funcionamento do VOR assenta na criação de uma diferença de fase
entre dois sinais emitidos pelo equipamento em terra:
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
19
Nuno Guilherme David Fonseca
O VOR emite uma portadora VHF modulada de forma a transmitir simultânea e
independentemente dois sinais de navegação de 30Hz, cuja a diferença da fase num dado
azimute seja precisamente igual a esse mesmo azimute. Um dos sinais é chamado de
Referência por não variar e estar em fase com o norte magnético , enquanto o outro ,
chamado Variável , muda a fase em função do azimute ( na direção do norte magnético os
dois sinais estão em fase ). Esta diferença de fase é detetada pelos equipamentos de bordo e
convertida numa informação de azimute relativamente á estação VOR.
O sinal de referência:
Omnidirecional; fase constante em todos os azimutes.
Um sinal de fase variável:
Direcional; rotativo a uma velocidade de 30 rps.
Estes dois sinais estão em fase no Norte Magnético.
Relação entre a diferença de fase e azimute nos sinais VOR:
Fig. 7 – Diferença de fase e azimute nos dois sinais do VOR
O VOR esta desenhado para servir de suporte á navegação de rota de médio raio, mas
pode igualmente ser utilizado nos procedimentos de aproximação , saídas e chegadas. Tal é
caso do VOR do AIAC e do ADP. Quando se projeta um equipamento para os três últimos
casos pode ser instalado um de limitada cobertura horizontal 25NM), tomando então a
designação de TVOR( terminal VOR).
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
20
Nuno Guilherme David Fonseca
A maior parte dos equipamentos VOR asseguram uma cobertura para além das 200
NM a FL500.Aos níveis de voo da maioria do tráfego, considera-se como referência as 150
NM como cobertura para leituras seguras.
A localização do equipamento VOR depende dos fins a que se destina:
Para navegação numa TMA, suporte SID/STAR ou VOR Letdown, o
equipamento fica localizado na proximidade do aeroporto.
Para navegação em rota ou alinhamento de rotas ATS, a sua localização
depende da estrutura de rotas definidas.
A instalação de um equipamento VOR está sujeita a rigorosos critérios de escolha da
localização das instalações:
Em seu redor o terreno deve ser plano até uma determinada distância.
Não devem existir obstáculos na sua vizinhança.
Em terra as unidades essenciais do sistema são :
Os emissores , principal e de reserva , que geram os sinais radioelétricos;
As antenas ( variável e de Referência), que irradiam esses sinais;
O monitor ( duplo na maioria dos casos), que controla a performance da
estação;
A unidade de controlo remoto , que permite o controlo e a vigilância do
funcionamento do sistema.
Um PC/SOFT que permite monitorar e fazer a manutenção remoto do
VOR.(VOR/DME do ADP)
Fig. 8 – VOR/DME do AIAC
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
21
Nuno Guilherme David Fonseca
A bordo as unidades principais são:
A antena que recebe os sinais;
O recetor, que processa esses sinais;
Os indicadores de navegação, que fornece a informação azimutal que inclui:
- Seletor de azimutes OBS (Omnibearing Selector).
- Indicador de desvio CDI (Course Deviation Indicator).
- Indicador de sentido TO/FROM.
O sistema “ Flight director” , que processa e utiliza os dados para fins de integração
instrumental ( por exemplo no HSI-Horizontal Situation Indicator, que reúne diversas
informações de navegação).
Fig. 9 – Indicador de Navegação a Bordo
O VOR possui igualmente uma denominada zona de silêncio(30º para cada lado da
vertical ), no interior da qual a informação azimutal não tem sentido algum.
Fig. 8 – Diferença de radiação do VOR
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
22
Nuno Guilherme David Fonseca
O DME (Distance Measuring Equipment) é um sistema que determina e indica
continuamente a distância entre uma aeronave e uma estação a superfície.
O sistema DME envolve:
Equipamento de bordo – Interrogador
Equipamento de terra - Transponder
Fig. 10 – Interrogador e Transponder
O interrogador de bordo é utilizado para, com o sistema de impulso radioelétricos,
interrogar o transponder , que, por sua vez, transmite ao interrogador respostas sincronizadas
com os impulsos de interrogação , fornecendo assim um meio para a medida precisa da
distância de uma aeronave com relação a uma determinada Referência ou destino . Essa
distância é apresentada ao piloto num instrumento de leitura direta instalado no cockpit.
A capacidade típica de resposta ás interrogações varia entre 50 e 100 aviões
simultaneamente. Se esse número ultrapassar o valor pré-estabelecido um dispositivo
automático reduz a sensibilidade da unidade recetora do transponder e, consequentemente, o
alcance da portadora da aeronave , até um patamar requerido para excluir o número
excedente de interrogações. Desta forma, a estação só responde ás aeronaves mais próximas.
Cada 30 segundos são suprimidas as respostas aos impulsos de interrogação e, durante
um intervalo de 5 segundos, é transmitido o sinal de identificação da estação.
Para se ter uma informação completa ou instantânea da posição do avião em voo,
reunissem , numa única estação um equipamento VOR e outro DME, com seleção automática
e solidária das duas frequências mediante canais acoplados , pré-selecionados. A dupla
informação simultânea do VOR e do DME é importante para a radionavegação, porquanto o
piloto , sintonizado com a estação em terra esta sempre em condições de determinar a sua
posição mediante coordenadas de navegação mistas do tipo Rho/ Theta (azimute/distância).
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
23
Nuno Guilherme David Fonseca
Fig. 11 – Indicador Digital Misto
O DME por si só, apenas fornece principalmente a indicação de distância. Associado a
um sistema VOR (que toma a designação VOR/DME), permite uma mais vasta gama de
utilização.
Obtenção de fixos utilizando uma radial VOR e a distância DME.
Precisão de navegação nos Airways e nos procedimentos SID e STAR.
Determinação da distância mais adequada para início de descida.
Holding a partir de um fixo.
Utilização em procedimentos de separação.
Fig. 12 – Holding a partir de um fixo
4.1.4 ILS (INSTRUMENT LANDING SYSTEM)
O ILS como o próprio nome indica é um sistema de aterragem por instrumentos, que
fornece as aeronaves uma orientação com precisão a quando da aproximação e da aterragem
em uma pista, usando uma combinação de sinais de rádio e, em muitos casos, as matrizes de
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
24
Nuno Guilherme David Fonseca
alta intensidade de iluminação para permitir uma segura aterragem durante condições
meteorológicos adversas, tais como o baixo teto ou visibilidade reduzida, devido à neblina,
neve, chuva ou sopro.
A aproximação ILS é também chamada de Aproximação de Precisão (Precision
Approach), por contar com as informações do Localizer em VHF (Very High Frequency) e
do Glide Slope em UHF (Ultra High Frequency), fornecendo informações para o
alinhamento com o eixo central da pista e com a trajetória correta de planeio para o pouso.
Em função da sua precisão os sistemas de aterragem são subdivididos em três
categorias :
Categoria I – fornece informações credíveis até uma altura (DH-Decison High) de
200 pés e permite a aterragem com uma visibilidade mínima de 800 metros (RVR-Runway
Visual Range).
Categoria II – fornece informações credíveis até uma DH de 100 pés a aterragem com
uma RVR de 400 metros.
Categoria III – fornece informações até a pista, subdividindo-se em três classes:
– Classe A – Permite a aterragem com RVR mínima de 200 metros.
– Classe B – Permite a aterragem com RVR mínima de 50 metros.
– Classe C – Permite a aterragem com visibilidade nula.
O ILS do AIAC está certificada para a Categoria II.
O ILS sendo um sistema de aproximação e aterragem por instrumentos permite a
execução de manobras de aterragem em condições desfavoráveis de visibilidade e teto,
fornecendo às aeronaves:
Indicações de orientação horizontal (eixo da pista).
Indicações de orientação vertical (ladeira).
Eventualmente outras indicações como distância ao ponto de touchdown.
O sistema ILS do AIAC é constituído por:
Localizer – fornece as aeronaves a guia de direção
Glide Path – fornece as aeronaves o angulo de descida
Markers – fornece as aeronaves a sinalização de distância
Ajudas visuais auxiliares:
PAPI ( Precision Approach Indicator)
VASIS ( Visual Approach Slop Indicator System)
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
25
Nuno Guilherme David Fonseca
Fig. 13 – Componentes do sistema de ILS
4.1.4.1 LOCALIZER
O Localizer é o equipamento que fornece sinais úteis para o alinhamento do avião com
o eixo central da pista.
O conjunto Emissor/Antena está localizado :
No prolongamento do eixo da pista do lado oposto ao da aproximação a cerca
de 300 metros da soleira da pista.
Fig. 14 – Emissor, Antenas e Monitor do Localizer do AIAC
Opera na banda VHF com uma portadora de radiofrequência de cerca de 20 Watts,
modulada por dois sinais de 90 e 150Hz, irradiando assim dois campos eletromagnéticos.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
26
Nuno Guilherme David Fonseca
A intensidade dos dois campos é igual ao longo da pista, tendo um alcance não inferior
a 18 NM.
Considerando-se a rota de aproximação os dois campos são irradiados de forma a
que o de 150Hz prevalece á direita do avião e o de 90Hz á esquerda.
Fig. 15 – Diagrama do Localizer
O equipamento em terra transmite numa portadora com uma frequência de 109.9
MHz, com emissão espacial em que os dois sinais são transmitidos com uma modulada de
20% onde o sinal resultante é a soma dos tons de 90 Hz e 150 Hz (90+150 Hz), este sinal
denomina-se CSB (Carrier Side Band). A sua vez, também transmite-se um sinal com bandas
laterais mas com portadora suprimida modulada com um sinal resultante com dois tons de 90
Hz e 150 Hz (90-150 Hz). Este sinal denomina-se SBO (Side Band Only).
Principais componentes do Localizer:
transmissor/modulador que gera os sinais radioelétricos necessários para a
definição dos dois campos a 90 e 150Hz;
Os sistemas de monitorização e telecomando que controlam a precisão, o
alinhamento, a amplitude e a intensidade dos sinais de rota e, de forma automática, provocam
a transferência para o emissor de reserva (ou interrompem o funcionamento da estação) em
caso de degradação significativa dos parâmetros essenciais.
O sistema de antenas define as duas formas de irradiação ao longo do eixo e
dentro de um sector que contém a pista (0º a +-10 ou 0º a + -35º),conforme a configuração do
Localizer);
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
27
Nuno Guilherme David Fonseca
Fig. 16 – Cobertura do Localizer
No equipamento de bordo as duas componentes de 90 e 150Hz são recebidas e tratadas
por uma combinação de filtros e retificadores que convertem os sinais em tensões de corrente
contínua. Estas por sua vez, acionam um dispositivo indicador que informa se o avião está á
direita, á esquerda ou alinhado com o eixo da pista.
Quando o avião está na rota ideal de aterragem o eixo móvel do instrumento fica na
posição vertical, precisamente no centro. Se o avião está demasiado á esquerda (predomínio
do sinal de 90Hz) o eixo oscila para a direita indicando que o avião deve voar á direita para
intercetar o sinal “em rota”. Se pelo contrário o avião esta á direita ( predomínio do sinal
150Hz) o eixo indicador desvia para a esquerda, indicando que o avião deve voar para a
esquerda.
a) b) c)
Fig. 17 – a) Aeronave alinhada com o eixo da pista; b) Aeronave à esquerda do
eixo da pista; c) Aeronave à direita do eixo da pista.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
28
Nuno Guilherme David Fonseca
4.1.4.2 GLIDE PATH – EQUIPAMENTO EM TERRA
O Glide é um equipamento que fornece sinais úteis para a trajetória de descida ótima
para a pista. O conjunto Emissor/Antena está localizado num dos lados da pista, a uma
distância de:
300 m da soleira da pista do lado da aproximação;
120 a 200 m do eixo da pista;
Fig. 18 – Emissor e antenas do Glide Path do AIAC
Opera na banda UHF, numa portadora contínua modulada também por duas
frequências de 90 e 150Hz, criando e irradiando dois campos eletromagnéticos por cima e
por baixo da linha imaginaria de descida ( normalmente 3º em relação ao plano horizontal
que contem a soleira da pista).
Fig. 19 – Diagrama de Radiação do Glide Path
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
29
Nuno Guilherme David Fonseca
No plano horizontal, o sistema Glide Path assegura indicações num sector horizontal,
do lado da aproximação, de 8º para cada lado do alinhamento e a uma distância de 10 NM.
Fig. 20 – Cobertura do Glide Path no plano horizontal
O Glide Path não transmite sinal de identificação. Isto é devido ao facto de as
frequências do Localizer e do Glide estarem acopladas e estandardizadas , fazendo com que
os recetores de bordo sejam sintonizados numa série de mono canais.
Em termos de equipamentos de terra o Glide possui as mesmas unidades que o
Localizer:
emissor/modulador (duplo), sistema de antenas e sistemas de antenas e
sistemas de monitorização e telecontrolo/telecomando.
A bordo o desenho da aparelhagem só muda em relação ao eixo indicador , que, no
caso do Glide move para cima e para baixo de uma linha representativa de trajetória ideal de
descida.
Assim, se o avião está na pendente correta o eixo permanece fixa na parte central no
instrumento. Se, em vez disso, o eixo está desviado para cima (predomínio do sinal 150Hz
isso quer dizer que o avião deve ganhar altitude para poder intercetar a ladeira de descida
correta. Um movimento do eixo para baixo da linha ideal predomínio do sinal 90Hz) significa
que o avião deve perde altitude para intercetar a ladeira do Glide.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
30
Nuno Guilherme David Fonseca
a) b) c)
Fig. 21 – a) Aeronave acima da ladeira; b) Aeronave na ladeira pista; c) Aeronave abaixo da
ladeira pista.
No plano vertical, o sistema Glide Path assegura indicações num sector vertical, do
lado da aproximação, a todas as altitudes de voo situadas num ângulo de pelo menos 10º em
relação ao plano da pista.
Fig. 22 – Cobertura do Glide Path no plano vertical
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
31
Nuno Guilherme David Fonseca
4.1.4.3 MARKERS – OUTER E MIDDLE
Os Markers são sinalizadores de distância associados ao localizer e ao Glide estão.
Estão posicionados no prolongamento do eixo da pista , a distância pré-definidas, de modo a
fornece ao piloto uma indicação de progressão do voo na fase de aterragem.
Os Markers operam na banda de VHF, na frequência única de 75MHZ, irradiando um
campo eletromagnético de baixa intensidade.
Inicialmente os Markers eram 3:
a) um OUTER MARKER( ou sinalizador exterior), a cerca de 4NM da soleira da pista;
b) um MIDDLE MARKER( ou sinalizador médio), a cerca de 1050m da soleira;
c) um INTER MARKER ( ou sinalizador interior ), a cerca de 300m da soleira.
Com o aparecimento dos aviões a jacto perdeu sentido o Inner Marker, já que devido á
sua proximidade da soleira , pouco podia representar em termos da tomada de decisão e
modificação da atitude do avião preparado já para o contacto com a pista.
Em operação e normalizados a nível mundial estão o OUTER e o MIDDLE MARKER.
Os Markers são instalados no caminho de aproximação à pista que servem. A sua
distância da soleira varia de ILS para ILS.
O Outer-Marker é colocado a uma distância entre as 3,5 e as 7 NM, normalmente a 5
NM da soleira. O Middle-Marker é colocado a uma distância média de 1050 m da soleira.
Fig. 23 – Distancia dos Markers em relação a pista
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
32
Nuno Guilherme David Fonseca
O Outer-Marker transmite, com uma potência 2,5W, sem interrupção uma série de
linhas a 400Hz com uma cadência de duas por segundo. Geralmente está instalado a uma
distância da soleira de 7NM intercetando o eixo do Glide a 1000 pés do solo. Isso quer dizer
que a partir dessa posição o piloto deverá preparar o seu avião para entrar na ladeia de
aterragem. A tripulação, em sobrevoo da estação, é alertada pelo pulsar de uma lâmpada azul
e um sinal sonoro no cockpit (com duração de 6 a 12 segundos).
Fig. 24 – Outer-Marker do AIAC
O Middle-Marker transmite, com uma potência 0,5W, sem interrupção uma série de
linhas alternadas com seis pontos , a 1300Hz. Geralmente está instalado a 1050m da soleira
da pista , intercetando a trajetória do Glide a cerca de 200 pés do solo. O Middle estabelece a
altura de decisão (missed approach point) para as operações de categoria 1. O sobrevoo da
estação é indicado pelo pulsar de uma lâmpada amarela e um sinal sonoro (com duração de 3
a 6 segundos).
Fig. 25 – Middle-Marker do AIAC
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
33
Nuno Guilherme David Fonseca
A bordo encontram-se um conjunto de equipamentos que permite a identificação dos
sinais emitidos pelos diversos equipamentos de ajuda a aproximação e aterragem, onde
compreende:
– Conjunto de Antenas LLZ/GP
– Recetor de VHF do LLZ (pode ser comum ao VOR)
– Recetor de 75 MHz dos Markers
– Painel de Controlo dos Markers
– Indicador ILS (Crosspointer)
Fig. 26 – Equipamento de bordo
4.1.4.4 AJUDAS VISUAIS
As ajudas visuais são sistemas luminosos para orientação em termos de alinhamento
com o eixo da pista e alinhamento na ladeira.
• Alinhamento na ladeira:
– PAPI – Precision Approach Path Indicator
– VASIS – Visual Approach Slop Indicator System
– AVASIS – Abbreviated Approach Slope Indicator System
• Alinhamento em relação ao eixo da pista e à distância:
– Luzes de Aproximação
– Luzes de Pista
– Luzes de Centreline
– Luzes de Soleira
– Luzes de Touchdown
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
34
Nuno Guilherme David Fonseca
O AIAC tem dois sistema PAPI: um situado na pista01 (sentido de aterragem sul-
norte) e outro na pista19 (sentido de aterragem norte-sul)
Fig. 27 – Representação de um sistema PAPI
Representação de um sistema VASIS:
Fig. 28 – Representação de um sistema VASIS
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
35
Nuno Guilherme David Fonseca
4.1.5 ATIVIDADES REALIZADAS
Nos sistemas de Rádio-Ajudas a navegação aérea, para além das visitas efetuadas aos
centros, é de destacar a participação:
na reparação, emenda do cabo TVHV que liga o Localizer ao centro de
controlo (11-07-2013);
no Ground Check, medição dos níveis de radiação emitidos pelas antenas do
Localizer, realizado mensalmente (15-07-2013) (14-08-2013);
na reparação do captador de uma antena do Localizer (16-07-2013);
na medição das formas de ondas da emissão do localizer (16-07-2013);
reparação a uma falha de comunicação do controlo remoto do Outer Marker
(19-07-2013);
no Flight Check, realizado conjuntamente com a ASECNA (20-09-2013);
no ajusto dos ângulos do sistema PAPI na pista10 e na pista19 (20-09-2013);
Fig. 29 – Reparação do cabo TVHV
Fig. 30 – Realização do Ground Check / Flight Check / Ajuste do sistema PAPI
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
36
Nuno Guilherme David Fonseca
4.2 SISTEMAS DE VIGILÂNCIA RADAR Com orientação de: Eng
o Rui Jesus e Eng
o Félix Medina
A DNA tendo como função assegurar a prestação dos serviços de navegação aérea na
FIR (Flight Information Region) Oceânica do Sal e nos aeroportos nacionais, conta com um
sistema de vigilância e controlo do espaço aéreo de Cabo Verde que é atualmente assegurado
por três (3) radares secundários que dão cobertura praticamente a toda a FIR. Sendo um
situado na ilha de Santo Antão, Pedra Rachada, outro na ilha do Sal, Morro Curral, e outro na
ilha de Santiago, Monte Tchota.
Fig. 31 – Rede de Radar de Cabo Verde
O Radar é um sistema eletrónico utilizado para detetar objetos fora do alcance de
vista e determinar a sua distância. São instalados a grandes altitudes em locais que permitam
um melhor desempenho, alcance e visualização daí o fato de serem colocadas em cima das
montanhas.
A palavra radar corresponde as iniciais de "radio detection and ranging", e foi utilizado pelas
forças aliadas durante a II Guerra Mundial para designar diversos equipamentos de deteção e
para fixar posição.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
37
Nuno Guilherme David Fonseca
No solo indicava a presença e distância de um objeto remoto, denominado objetivo,
sendo que fixavam a sua posição no espaço, seu tamanho e a sua forma, assim como a sua
velocidade e a direção de deslocamento.
Hoje o radar é amplamente utilizado para fins pacíficos, como a navegação no controle
do tráfego aéreo, a deteção de fenómenos meteorológicos e o seguimento de aeronaves.
Quanto a classificação os radares dividem-se em duas categorias: radar primário e
radar secundário.
O radar primário consiste na emissão de um sinal de radiofrequência, em num
determinado azimute, este ao bater em um objeto é refletida. A relação entre a velocidade e
tempo do percurso permite obter a distancia a que está o objeto segundo a azimute.
Fig. 32 – Radar Primário
O radar secundário, SSR (Secundary Surveillance Radar) emprego na aeronáutica
no controlo e na vigilância do espaço aéreo, consiste na emissão de sinais de interrogação que
ao serem detetados pelas aeronaves através de um equipamento de bordo, o Transponder, gera
uma resposta que é emitida por este equipamento. Os sinais de resposta captados e
processados, proporcionam a geração de um ponto de radar para cada alvo, chamado de Plot
Secundário. Estes Plot contem as informações de distância, azimute, identidade e altitude das
aeronaves.
O radar secundário ou SSR é um sistema que permite a identificação e o
monitoramento de alvos específicos no espaço, geralmente aeronaves. Mas para que tal seja
possível as aeronaves devem ter o equipamento de bordo, Transponder, sempre ativado.
A interrogação das aeronaves permite obter: a identificação das aeronaves e a altitude,
e ainda através do calculo permite determinar a distancia e o angulo da aeronaves.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
38
Nuno Guilherme David Fonseca
Fig. 33 – Radar Secundário
4.2.1 RADAR IRS-10
O RADAR IRS-10 é um radar secundário, ou seja transmite e recebe sinais de
interrogações e respostas respetivamente. Os sinais recebidos são processados de forma a
obter um vídeo com a informação de cada aeronave, nomeadamente a altitude, a identificação
e outras.
O sistema é constituído basicamente por:
• Unidade de Controlo
• 2x Codificador/Extrator CE-100
• 2x Recetor/Transmissor RT-100
• Pedestal e a Antena transmissora/recetora
• Modem UTT-24
• Fonte de Alimentação
A Unidade de Controlo do IRS-10 permite fazer a comutação entre os dois CE e a
comutação os dois RT, através da ativação de um grupo de relés.
O dados são processados no Codificador/Extrator e nele encontram-se oito placas
enumeradas de A2 á A9. Em que A2 é usado na Transmissão, de A3 à A8 na receção e A9
como interface de comunicação. Os dados processados são enviados para o R/T-100. Na
receção o CE recebe o sinal do R/T, deteta as resposta, os Blancos e faz a formatação dos
Blancos.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
39
Nuno Guilherme David Fonseca
Transmissão
• A2 – Codificador;
Receção
• A3 – Eliminador de Interferências;
• A4 A5 A6 – Detetor de Respostas;
• A7 – Detetor de Blancos;
• A8 – Formatador de Blancos (ficheiro com a informação na extensão
.DDE);
Interface de Comunicação
• A9 – Interface de Comunicação;
O Recetor/Transmissor, na transmissão, recebe os dados gerados no CE estes são
modulados e o sinal enviados para a antena. Na receção o R/T recebe o sinal da antena e
envia-o para o CE.
No Pedestal encontra-se o Encoder que gera os ângulos, a unidade ACP (360º =
4095ACP) e o Pulso de Referencia ARP sempre que passa pelo norte magnético, para alem
de suportar a antena.
A Antena faz a transmissão e a receção dos sinais, é constituída por 34 colunas com
10 dipolos sendo 32 na posição normal e uma para frente e outra para trás. Transmite o sinal
de interrogação para o ar com uma frequência de 1030 MHz. No sentido inverso recebe o
sinal de resposta do Transponder com uma frequência de 1090 MHz. A antena completa uma
volta a cada 7 segundos. Trata-se de uma antena do tipo Open Array com capacidade para
gerar os diagramas soma, diferença e omnidirecional.
O Modem UTT-24, permite a ligação do radar IRS-10 com o centro de controlo
possibilitando assim a transferência dos dados e controlo remoto do mesmo.
A Fonte Alimentação é para alimentar o modem UTT-24, uma vez que o CE e o R/T
possuem alimentação interna.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
40
Nuno Guilherme David Fonseca
Funcionamento
Em Morro Curral, na ilha do Sal, a ASA tem a sua disposição um RADAR IRS-10
que foi montado em 2004.
O radar IRS-10 sendo um radar secundário ele interroga o Transponder das aeronaves
para obter as informações necessárias. Existe três canais de interrogação: os canais 1 e 2
somente para fins militares e o canal 3 para fins militar e civil. No canal 3 há quatro modos de
interrogação ( A, B, C e D) em que 3A interroga a identificação da aeronave e 3C a altitude,
3B e 3D não são utilizados.
Na transmissão, o radar envia o sinal contendo três pulsos, P1 P2 e P3. Os pulsos P1
e P3 interrogam a aeronave, o transponder recebe o sinal contendo os pulsos, se estes
estiverem distanciados por 8µs refere-se a identificação caso a distancia entre eles for de 21µs
refere-se a altitude.
O pulso P2 serve para o controlo do lobos laterais, se P1 e P3 > P2 o Transponder
responde caso contrário não responde impedindo que os lobos laterais detetam aeronaves ou
falsos Blancos.
Na receção o Transponder, 3µs após receber o pulso P3, envia um sinal contendo 13
pulsos entre F1 e F2 que distanciam 20,3µs. Existe um outro pulso SPI(pulso especial de
identificação) que é ativado à pedido do controlador para reforçar a identificação do avião.
A antena capta o sinal e envia para o R/T, por sua vez o CE deteta a resposta, formata
os Blancos em um ficheiro de extensão DDE que é enviado ao PPI.
Os códigos são formados por quatro dígitos, de 0000 à 7777, certos códigos são
permanentemente atribuídos como é o caso de 7700 para emergência, 7600 falha na
comunicação e 7500 sequestro. Os códigos 7777 e 6666 para o Transponder fixo e o Blanco,
gerado internamente pelo SSR, respetivamente.
No Centro de Controlo, na Supervisão Técnica (TCD), é feita a analise dos dados dos
radares. A ligação do radar em Pedra Rachada e o em Monte Tchota ao centro é feita com um
kilomux 2104. Os dados dão gravados num computador existente nesses locais e através do
programa PC anywhere, os dados são transferidos para um computador no TCD onde é feita a
analise radar.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
41
Nuno Guilherme David Fonseca
4.2.2 ATIVIDADES REALIZADAS
Nos sistemas de vigilância radar, para alem das visitas ao Radar em Morro Curral na
companhia do Engo Rui Jesus e do Eng
o Félix Medina é de destacar:
Uma experiencia de controlo remoto do IRS-10 a partir da porta paralelo de um
computador (server), e aceder remotamente através de um outro computador (cliente)
utilizando uma plataforma desenvolvida pelo Engo Félix Medina; (11-07-2013)
A confeção de um cabo com ficha DB25; (24-07-2013)
lançamento do cabo com ficha DB25 para fazer a comunicação entre o kilomux
de Monte Tchota na sala de equipamentos do TCD e um terminal na Supervisão Técnica; (25-
07-2013)
Substituição e Montagem dos Slots dos Kilomux; (26-07-2013)
Configuração do Sistema dos Kilomux a partir do Hyperterminal; (26-07-2013)
Configuração do Codificador/Extrator, na companhia do Engo Rui Jesus, do
IRS-10 em Morro Curral; (14-08-2013)
Uma experiencia para obter a curva GTC medir a sensibilidade; (20-08-2013)
A realização da analise radar e programação da gravação radar, realizada
sempre no turno das 07h as 13:30h durante o mês de Agosto;
Fig. 34 – Controlando remotamente o IRS-10/ Experiencia para obter a curva GTC
Fig. 35 – Osciloscópio Digital para medir os sinais contendo os pulsos P1 e P3
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
42
Nuno Guilherme David Fonseca
4.3 SISTEMAS DE ENERGIA
Com orientação de: Eng
o José Fidalga e Eng
o Edilton Monteiro
Os sistemas de energia da DNA (Direção de Navegação Aérea), inicia-se no Posto de
Transformação de alta tensão para o Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT). A entrada do
QGBT chega uma tensão da rede Electra com potencia de 630 KVA, comutada com um grupo
gerador formado por dois (2) geradores com 400 KVA de potencia caso haja falha na rede
Electra.
O QGBT alimenta dois grupo de UPS, um formado por dois (2) UPS de 100 KVA de
potencia (UPS1 e UPS2) e outro de 50 KVA (UPS3). A partir desse dois (2) grupos de UPS
inicia-se a distribuição de energia ininterrupta. O QGEI-1 alimentado pelo UPS3 e o QGEI-2
alimentado pelos UPS1 e UPS2, que alimentam o Centro de Controlo. O QGEI-2 alimenta a
sala de TCD (supervisão técnica), as Consolas na sala de controlo de trafego aéreo e os Rack’s
na sala de equipamentos. O QGEI-1 alimenta as tomadas dos gabinetes, as tomadas da sala de
simuladores e alguns Rack’s na sala de equipamentos.
Todos os Centros, o radar em Morro Curral, o Localizer, o Glide, o VOR/DME e os
Markers possuem um sistema de energia de emergência. É de realçar o sistema de energia
instalado no Outer Marker constituído por um sistema de dez (10) painéis solares de
24V/165W, doze (12) baterias de 2V/2500Ah, um inversor de 24V/220V de 2200VA (1600W
de potencia continua) e ainda por um Gerador Monofásico de 220V/8KVA.
4.3.1 ATIVIDADES REALIZADAS
Nos sistemas de energia, para alem de uma visita guiada pelo Engo Fidalga a central de
energia do DNA e uma visita aos Markers na companhia do Engo Edilton Monteiro, é de
destacar:
A montagem de um carregador de baterias, composto por 12 baterias de 12V e
um carregador de 48V; (01-07-2013)
A Montagem de um circuito controlado por um relógio para comandar três
lâmpadas de 800W, que posteriormente foram colocados em Monte Curral para iluminar a
parte exterior da torre do radar; (23-08-2013) (27-08-2013)
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
43
Nuno Guilherme David Fonseca
Fig. 36 – Diagrama da Rede UPS da DNA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
44
Nuno Guilherme David Fonseca
4.4 SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES ATS
Com orientação de: Engo Rogério Delgado
O Departamento de Manutenção de Sistemas de Comunicações ATS é responsável
pela manutenção e supervisão de todos os equipamentos que permitem as comunicações entre
os controladores e os pilotos bem como com as outras FIR adjacentes a FIR de Cabo Verde
dos equipamentos que disponibiliza os dados meteorológicos e a gravação de todos as
comunicações que são feitas na Região de Informação de Voo de Cabo Verde.
4.4.1 EMISSORES/RECETORES VHF
As comunicações rádio frequência feitas em HF(High Frequency) são suportadas por
dois emissores, o CODAN e o DATRON. O emissor DATRON tem o Selcall, que permite ao
controlador fazer uma chamada para o piloto, uma vez que em HF a muito ruido, evitando
assim que os pilotos estejam sempre expostos a esse ruido.
As comunicações em VHF(Very High Frequency) são suportadas por um conjunto de
dezasseis (16) Emissor/Recetor desenhados pela TOLERAD com uma potencia nominal de
saída de 50 Watts, que dá uma potencia total de 700 watts considerando as perdas. É
constituído por dois racks que se encontram instalados em morro curral na ilha do Sal.
O nosso espaço aéreo está dividido em três zonas (rota, aproximação e torre), em que
para cada zona é disponibilizada uma determinada frequência:
Monte Tchota – 127.1
Rota Morro Curral – 128.3
Pedra Rachada – 128.3
Aproximação – 126.4; Torre – 119.7; Frequência de Emergência – 121.5;
Constituição dos racks:
• Dezasseis emissores VHF de 50Watts ;
• Quatro emissores CPV200 também acoplados;
• Dois osciladores SPY900;
• Dois paneis de potencia PM1000A;
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
45
Nuno Guilherme David Fonseca
• Dois painéis de medidas PM880ER-A;
• Seis fontes de alimentação TEBECHOP 3000.
Funcionamento do sistema:
Este sistema consiste no acoplamento básico de dois emissores utilizando um
acoplador de 3DB por λ/4 . O nível seguinte consiste em acoplar dois pares de emissores, para
formar um conjunto de 200W, em que cada emissor com uma potencia de 50 Watts que será
realizada pela unidade CPV200 e conjunto de cargas e radiador DISS26137 ou seja um
módulo de dissipação térmica, que contem três cargas de dissipação onde a corrente será
dissipada.
Consiste ainda em acoplar um conjunto de quatro CPV200, para conseguir uma
potência de 700W (tendo em conta as perdas), este será realizado pela unidade de
acoplamento CPV700, associada a acopladores híbridos de 400W HYBR21035 e 700W
HYBR26217, e um conjunto de cargas e radiador DISS29017.
A ligação de RF é feito através do CPV700 onde o oscilador se encontra ligado, passa
para o CPV200 e a partir daqui vai ser distribuído pelos emissores, enquanto a ligação AF a
alimentação é feita por 3 fontes ligados em paralelo que dão uma tensão total de 24 volts.
Diferença entre um CPV200e CPV700:
• È o CPV200 que faz a vigilância dos emissores VHF de 50Watts;
• Os CPV200 possuem os acopladores de potência e os sistemas de deteção de
desequilíbrio já incorporado devido ao volume reduzido;
• Os CPV700 possuem os acopladores exteriores.
A receção é feita com uma frequência entre 118-144MHZ, incluído um 3º rack divididos em
dois canais de 25KHZ com uma largura de banda de 8.33KHZ com modulação AM.
Após a emissão dos sinais a antena é comutada imediatamente para o estado de
receção, sendo este o estado normal.
De realçar ainda que o sistema de transmissão VHF é constituído por duas antenas,
uma que radia omnidirecional e mais um conjunto de quatro antenas que radia
direccionalmente. A placa de comutação por opção não pode estar comutada para antena
omnidirecional ou para as antenas direcionais.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
46
Nuno Guilherme David Fonseca
Características de um Recetor VHF:
• Um acoplador dos dois recetores;
• Dois módulos de alta sensibilidade;
• Dois reles;
• Uma placa de comutação das antenas;
• Um filtro;
• Fontes de alimentação.
Após a receção de um sinal este é encaminhado para o Filtro de Cavidade que serve
para eliminar as interferências para receber informações ou mensagens com menos ruídos
possíveis. Através do acoplador dos recetores o sinal é amplificado nos módulos de alta
sensibilidade para ter uma comunicação desejada a longas distâncias.
4.4.2 CAFSAT
O CAFSAT, assegura as comunicações via satélite dando cobertura a todo o
Atlântico, suporta comunicações voz e dados.
Para as comunicações externas via voz permite as ligações com as FIR de Dakar,
Canarias e Santa Maria (Açores) através de uma linha direta. Através da AFTN (rede fixa de
telecomunicações aeronáutica) disponibiliza um conjuntos de dados como por exemplo planos
de voos, dados meteorológicos, etc.
Para as comunicações internas disponibiliza linhas diretas com as torres de controlo
através dos Kilomux. O kilomux-2100/2104 é um multiplexador fornecem uma solução
eficiente para integração de trafego de dados, voz, fax e LAN sobre serviços de dados digitais,
linhas privadas, IP, ISDN, e outros serviços. dos equipamentos intermediários trafego das
comunicações quer seja dados ou voz.
Fig. 37 – Parte frente Kilomux 2100/2104 e Parte trás do kilomux 2100
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
47
Nuno Guilherme David Fonseca
4.4.3 SISTASAL - ICARO
A gestão de todas as comunicações é feita através de um conjunto de equipamentos
terminais e softwares específicos que compõem o sistema SISTASAL.
Equipamentos Terminais:
a) AIRCON 2000
É um sistema de automatização de controlo de tráfego aéreo (ATC) que suporta o
sistema integrado de controlo de trafego aéreo de rota, aproximação e torre do AIAC, torre do
ADP, torre do ASP e a torre da BVT.
A arquitetura deste sistema é baseada em sistemas abertos para o processamento e
apresentação de dados radar e planos de voos com segurança.
Fig. 38 – Arquitetura do Sistema AIRCON 2000
Constituição do sistema AIRCON 2000
Local Area Network (LAN) – Permite a conexão entre todos os subsistemas .
Radar Communication Processor (PCR) – Ele centraliza as comunicações radar a fim de
gerir a sua informação por parte do SPD, tanto para o modo principal e Alternativa (Manual).
Surveillance Data Processor (SPD o RDP) – Este processador utiliza computadores RISC
duplicados e recebe o (primário, secundário e meteorológicas ) processada pela PCR e
relatórios ADS dos aviões. Em seguida, ele executa a intercalação de todas estas informações,
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
48
Nuno Guilherme David Fonseca
e, finalmente, envia-o para os controladores ( CTD ) para uma tela coerente da imagem do
espaço aéreo . Além disso, ele exerça funções de vigilância ( STCA, MTCA ) e alcança a
integração entre dados de vôo, a fim de obter um controle mais preciso.
Data Display System (SDD) – Emprega poderosas estações de trabalho que recebem dados
processados tanto pelo SDP (ou RDP ) e pelo FDP. Mais tarde, ele gerência todas essas
informações para uma coerente exibição nas telas de controladores ( SDD). Ao mesmo tempo,
ele exibe informações adicionais relevantes, tais como mapas geográficos, dados
meteorológicos , etc.
Flight Data Processor (FDP) – Este processador utiliza computadores RISC redundantes e
realiza a gestão dos planos de voo. Estes planos de voo podem ser gerados pelo sistema ou
pode chegar a partir de recursos externos onde Planos de Vôo Repetitivos ( RPLs ) também
são incluídos. Além disso, ele valida entradas de informação de voo, calcula a evolução dos
controladores de voos e mantém informados por meio de mostrar informações em telas e
placas de impressão.
Fly Data Display (FDD) – Eles são a interface FDPs e exibem informações sobre os planos
de voo. Controladores podem usá-los para realizar ajustes em planos de voo e em outros
dados significativos. Eles incorporam impressoras usadas para produzir listas de planos de
voo, mensagens AFTN, NOTAM, etc.
Data Link Servers AD S/CPDLC (DLS) – Esses servidores assumem o comando das ADS /
CPDLC de comunicação utilizando a SITA existente nas redes AIRNC. Eles realizam o
processo de troca de mensagens entre aviões e Data Link Terminal. Além disso, eles
distribuem dados ADS para o subsistema de SDP, a fim de realizar o acompanhamento
necessário dos ADS e ADS / faixas SSR. Finalmente, todos intercambiados são gravadas.
Supervisor (CMD) – Possibilita uma supervisão contínua em tempo real do sistema e permite
o gerenciamento de configuração de seus principais elementos.
Data Recording Facilities (DRF) – que emprega computadores RISC redundantes e executa
uma gravação contínua de dados de desembarque , planos de voo e ações do controlador alem
de reprodução e análise. Ele faz uso de fitas magnéticas.
Data Base Management (DBM) – Ele fornece os meios necessários para a criação e
modificação de adaptação de banco de dados e localiza o sistema de dados em seu ambiente
geográfico para alcançar a eficiência requerida
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
49
Nuno Guilherme David Fonseca
.
Simulator (SIM) - Ele fornece aos controladores uma operacional réplica do cenário real para
fins de treinamento. É um sistema de simulador de exercício múltiplo e permite a utilização
de vários exercícios, em simultâneo e de forma independente. Ele permite a análise de novos
procedimentos operacionais, bem como a gestão e manutenção de todo o conjunto de sessões
e exercícios gravados na Biblioteca de Simulação. Ele permite a criação de novos exercícios,
a seleção de cenários de treinamento e um conjunto completo de capacidades interativas a fim
de proporcionar controle e gerenciamento completo.
b) VCS/SDC 2000:
Basicamente, um VCS é constituído por um conjunto de meios que permitem aos
controladores aéreos e aos técnicos iniciar, receber, atender e manter comunicações por radio
e telefónica, inclui, adicionalmente, meios que permitem realizar trabalhos de apoio e da
exploração de sistema (administração, configuração, setorização, supervisão e elaboração de
históricos e estatísticas de uso e manutenção).
SDC-2000:
É um sistema de comunicação de voz (SVC) ou comutador de voz utilizado, tanto para
comunicações terra-terra como para comunicações terra-ar. Permitindo assim adaptar-se ao
fluxo de comunicações necessárias para o controle de tráfico aéreo segundo seja a setorização
operativa da sala de controle ATC essa função estará disponível em caso de estar conectado a
um sistema de automatização tipo AIRCON.
Constituição do sistema SDC 2000:
Um sistema de radio que suporta as comunicações terra-ar e as posições de
controlo;
Um sistema de telefonia que suporta as comunicações terra-terra de todos as
posições de controlo, usando distintos tipos de interfaces, analógicas ou digitais.
O sistema de gestão SVC é funcionalmente independente do SDC-2000 e este
orientado ao seguimento das falhas e a exploração do próprio sistema de comunicação.
Utiliza-se a técnica de modulação PCM (Pulse Code Modulation) para o caso
de amostragem, quantificação e codificação.
c) VSAT(CAFSAT):
A rede de comunicações VSAT (Very Small Aperture Terminal) foi idealizada no
final dos anos 80 com o objetivo inicial de integrar unidades separadas por longas distâncias.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
50
Nuno Guilherme David Fonseca
Seu nome refere-se a qualquer terminal fixo usado para realizar comunicações interativas, ou
apenas receção, sempre passando pelo satélite qualquer transmissão terrestre até o recetor.
Tal rede é composta por três componentes básicos: estações remotas (terminais
VSAT), uma estação master opcional (HUB) e obviamente o satélite de retransmissão. O
HUB gerência a rede num determinado tipo de topologia e tem a finalidade de controlar o
acesso pelo provedor do serviço, realizar trabalhos de apoio e exploração de sistema
(administração, configuração, setorização, supervisão e elaboração de históricos e estatísticas
de uso e manutenção).
Várias topologias de redes, protocolos e interfaces estão disponíveis para serem
implementados em aplicações de comunicação VSAT. Como exemplo podemos citar alguns
protocolos como ATM, Frame Relay, IP, X25 e o próprio ISDN.
As Redes VSAT são geralmente do tipo estrela onde existe uma central (HUB) que
atua como os contemporâneos hub’s de redes locais (par trançado). Nesta topologia um
primeiro terminal VSAT que deseja transmitir para um segundo executa os seguintes passos:
1) Transmissão VSAT1 para satélite
2) Transmissão satélite para HUB
3) Transmissão HUB para satélite
4) Transmissão satélite VSAT2
d) SISTEMA ICARO
O sistema ICARO é sistema de Informação Aeronáutica que se encarrega da
produção, distribuição, manutenção e exploração de informação gerada em Cabo Verde e
recebidas de outros sistemas AIS estrangeiras.
O sistema ICARO encontra-se dividido em duas partes:
AIS (Aeronautical Information Service)
Comunicações.
O Serviço de Informação Aeronáutica (AIS - Aeronautical Information Service), com
servidores instalados no AIAC, é o conjunto de atividades executadas com o objetivo de
gerar, coletar, processar e divulgar as informações necessárias à segurança, à regularidade e à
eficiência da navegação aérea.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
51
Nuno Guilherme David Fonseca
Sua principal responsabilidade é a de colocar nas mãos dos usuários toda a informação
para o planeamento e a execução de um voo seguro. As documentações integradas de
informações Aeronáuticas são: AIP (Publicação de Informação Aeronáutica), NOTAM
(Notice to Airmen), AIC (Circular de Informação Aeronáutica) e PIB (Boletim de
Informação Prévia ao Voo).
A parte de COMUNICAÇÕES se encarrega de gerar automaticamente as
comunicações entre os centro de destino, através das linhas internas com os aeroportos e
através das linhas diretas com as FIR adjacentes, permitindo uma maior eficiência e
flexibilidade na transmissão de informações e no fornecimento de serviços precisos e
dinâmicos.
e) AMHS:
O sistema AMHS (Aeronautic Messenger Handling system) é o switch de mensagem
responsável pelo processamento de mensagens AFTN-rede fixa de telecomunicações
aeronáuticas faz gestão de planos de voos e Notam. O sistema é constituído por um servidor
que recebe as informações do exterior e realiza a gestão e reencaminhamento das mesmas
para as diversas posições (no AIAC, no ADP, no ASP).
f) CONSOLAS (ATC E TWR):
Em Cabo Verde os serviços ATC (Controlo de Tráfego Aéreo) são prestados em toda
a extensão do espaço aéreo e estes serviços são utilizados por todos os usuários (aeronaves
privadas, militares e comerciais). O controlador de tráfego aéreo utiliza regras e padrões
definidos e aprovados pelas entidades aeronáuticas internacionais que regulam o sector
(ICAO - Organização da Aviação Civil Internacional).
Os controladores do centro são responsáveis por dar instruções e fornecer informações
atualizadas aos pilotos sobre o condições meteorológicos e o tráfego aéreo. Eles também dão
instruções aos pilotos quanto a velocidade e a altitude, visando manter uma separação segura
entre as aeronaves, monitorizando as aeronaves até que estas saiam do nosso espaço aéreo
passando-as aos controladores do espaço aéreo adjacente a nossa.
O Controlo de Tráfego Aéreo é prestado por controladores no centro de controle que
monitorizam as aeronaves na rota e aproximação, na torre de controlo dos aeroportos e
aeródromo (TWR) onde os controladores de tráfego aéreo são responsáveis por controlar os
tráfegos nas áreas de manobras de um aeródromo (que inclui a pista de pousos e descolagens
e os tráfegos nas imediações dos aeroportos.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
52
Nuno Guilherme David Fonseca
4.4.4 ATIVIDADES REALIZADAS
Nos Sistemas de Comunicações ATS, para alem de uma visita guiada pelo Engo
Rogério Duarte ao Centro de Controlo e ao Centro de Comunicações da DNA, é de realçar:
a resolução de algumas situações pontuais no sistema AMHS, quando alguns
processos bloqueavam impedindo o sistema de reencaminhar os dados metrológicos para os
controladores;
a verificação da posição da antena recetora em relação ao satélite;
a recuperação de uma gravação de um plano de voo e de uma comunicação
entre um controlador e um piloto;
a substituição e formatação dos DVD do gravador Neptuno;
a transcrição de alguns procedimentos do sistema ICARO;
Digitalização do esquema de interligação do Sistema SISTASAL ( fig. 39);
Fig. 39 – Interligação de Rede de Dados
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
53
Nuno Guilherme David Fonseca
5. DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA E ELETRÓNICA (DIE)
O DIE é o Departamento vinculada a direção financeira administrativa e tem como
função manter em atividade plena os equipamentos sobre a gestão, instalados e por instalar
nos diversos aeroportos e na sede ASA. Tem como competência técnicas desenvolver
atividades de suporte AT-ASA, implementar, instalar, configurar, administrar, resolver
problemas e propor soluções. Para isso o DIE busca cooperação com os demais direções,
departamentos e serviços e gerir contractos com terceiros para este fim.
Arquitetura de gestão e organização das TIC definida pela ASA para o departamento
está baseada na estrutura orgânica concebida no desenvolvimento do Plano Diretor de
Tecnologia de Informação e Telecomunicação – PDTIC, como mostra a figura abaixo:
Fig. 40 – Estrutura do DIE
A gestão do Departamento de Informática tem como missão gerir a aérea de
tecnologia de informação e telecomunicação da ASA com base no PDTIC, identificar as
melhores práticas do TIC, selecionar e definir as tecnologias a serem adotadas, gerir Equipe
de técnicos e garantir o nível elevada de satisfação dos utilizadores, pelo chefe do
departamento Informática e Eletrónica.
Depertamento de Informática e
Eletrónica
Gestão de infraestrutura e
Segurança
Segurança
Data Center
Conectividade
Help Desk
Operadores de Help Desk
Gestão de Sistemas
Administrador de Base de Dados
Desenvolvimneto de Sistemas
Sistemas Especificos
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
54
Nuno Guilherme David Fonseca
A Gestão de Sistemas tem como missão maximizar a automação dos processos
operacionais através do uso dos melhores recursos (tecnologia e metodologia), desenvolver,
instalar, manter e administrar os sistemas específicos utilizados pela ASA; estruturar,
coordenar e manter arquitetura de sistema da organização; coordenar a instalação,
implementação, manutenção e administração de todo os sistemas utilizados, pelo
Coordenador do Núcleo Funcional de Desenvolvimento de Soluções.
5.1 NÚCLEO DE INFRAESTRUTURA E SEGURANÇA / NÚCLEO DE
HELPDESK
Com orientação de: Engo Ciríaco Araújo brito e Eng
o Silvestre Fortes
O estágio no DIE teve a duração de um (1) mês incidindo no Núcleo de
infraestruturas e Segurança e no de Helpdesk, com maior enfase no Núcleo de Helpdesk.
A Gestão de Infraestrutura e Segurança tem como missão estruturar e manter os
sectores de conectividade, segurança, Data Center e Helpdesk, garantindo assim a continuidade
operacional satisfatória, pelo Coordenador do Núcleo Funcional de Infraestruturas Segurança e
Gestão de Acessos.
A Gestão de Helpdesk tem como missão apoiar os utilizadores TIC na melhor forma
de utilização dos seus recursos, fornecer suporte aos utilizadores de ASA quanto a utilização
de softwares, sistemas e equipamentos, pelo chefe do departamento Informática e Eletrónica.
5.1.1 ESTRUTURA DA REDE ADMINISTRATIVA GERAL DA EMPRESA
Existe uma rede Nacional, Administrativa de ASA, constituída por diversos redes
distribuídos pelos aeroportos e aeródromos do país.
A administração da rede está centralizada na ASA ilha do Sal, sendo distribuído pelas
outras ilhas através de uma linha da TELECOM e através de TUNEL SSH , um protocolo
disponibilizado nos Routers, possibilitando assim o acesso remoto dos equipamentos
terminais em qualquer dos aeroportos e aeródromos do país.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
55
Nuno Guilherme David Fonseca
Fig. 41 – Topologia da Rede Geral da ASA
5.1.2 ESTRUTURA DA REDE NA ILHA DO SAL
Arquitetura de rede LAN
A estrutura de rede LAN esta constituído por switch, servidores e workstations ligados
entre si através de fibra que garante assim de forma fiel a transmissão de dados, com rapidez e
segurança, reduzindo assim de forma considerável problemas que poderiam advir de uma rede
mal estruturada. Utiliza-se também cabos trançados de categoria Cat5e e Cat6e, para fazer a
interligação entre as switch e os computadores da rede. O switch, que se encontram instalados
em vários armários afixados em diversos pontos da empresa, estrategicamente colocados para
uma melhor estrutura da rede.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
56
Nuno Guilherme David Fonseca
Estrutura Física
A estrutura de rede da ASA na SEDE se encontra baseada numa topologia de
barramento – estrela, que consiste na ligação entre dois Núcleos para switch e destes para os
computadores presentes na rede. Os Núcleos estão ligados entre si através de fibra ótica que
garante assim de forma fiel a transmissão de dados, com rapidez e segurança, reduzindo assim
de forma considerável problemas que poderiam advir de uma rede mal estruturada. Utiliza-se
também cabos trançados de categoria Cat5e e Cat6e, para fazer a interligação entre os switch
e os computadores da rede. O switch, que se encontram instalados em vários armários
afixados em diversos pontos da empresa, estrategicamente colocados para uma estrutura
melhor da rede. Para a comunicação à Internet são utilizados 3 Routers, 2 ADSL e outro
SHDSL.
Fig. 42 – Topologia da Rede na SEDE
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
57
Nuno Guilherme David Fonseca
Designa-se por Núcleo 1, o Catalyst 4506, instalado em uma das racks na Sala de
servidor no DIE. Nessa mesma sala existem dois armários, um constituído somente por
conexões e outro por servidores.
Os armário de conexões são constituídos por:
o Painéis de fibra ótica
o Pach panel
o Switch
o Ipbrick – que tem a função de Firewall, faz o controlo de acesso interno e externo
o Router cisco 3900 serie com módulo de conexão á Internet -
o Router Linksys com wireless access point
o Servidores (Ipbrick, APP- Application Server, Terminal Server, FIDS - Flight
Information Display System, …)
Fig. 43 – Topologia Rack de Conexões e Rack de Servidores
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
58
Nuno Guilherme David Fonseca
5.1.3 PLATAFORMA IP BRICK
A ASA utiliza plataforma IPBRICK
A IPBRICK é uma plataforma de comunicação para empresas: Do correio eletrónico,
as ferramentas colaborativas, passando pelos serviços do Firewall e Proxy para acesso a
internet, proporciona a sua empresa uma experiencia de comunicação segura e completamento
integrada. Esta solução de alto desempenho permite-lhe instalar, configurar e recuperar
acidentes com uma simplicidade e rapidez sem precedentes, garantindo o mais baixo custo
total de propriedade.
A IPBrick estabelece um padrão de estabilidade e segurança na transferência de dados.
Como o centro de todo o trabalho colaborativo, pode ligar-se através do MS Outlook ou
através de um browser Web. As suas características de troca de mensagens e sincronização
vão ser do seu agrado..
A tecnologia baseada em Linux garante confiança, velocidade e eficiência nas
transferências de dados. Com a forte integração do premiado Antivírus Kaspersky
(componentes Antivírus e AntiSpam) está minimizado o risco de perda da integridade dos
dados. A IPBrick.IC é independente do hardware. No caso de alterações de hardware (avarias
ou necessidades de atualização) todas as configurações e adaptações das funcionalidades da
empresa são feitas através dos procedimentos de restauro.
Disponibiliza-se os seguintes servidores:
• Servidor IP-BRICK IC (servidor de Intranet e Comunicação para empresas);
• Servidor IP-BRICK I ( servidor de Intranet – emails, livro de endereços,
agenda/calendário);
• Servidor IP-BRICK C ( servidor de comunicação, com o serviço http, https, smtp,
imap ,pop etc.);
• Servidor IP-BRICK GT ()
• Servidor IP-BRICK KAV ( servidor do Antivírus Kaspersy)
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
59
Nuno Guilherme David Fonseca
5.1.4 ATIVIDADES REALIZADAS
No Departamento de Informática e Eletrónica, não obstando o tempo disponibilizado,
ainda sim foi possível realizar algumas atividades com maior predominância no Núcleo de
infraestruturas e Segurança e no de Núcleo de Helpdesk é de destacar:
Manutenção e reparação de Impressoras;
Instalação de Impressoras, para partilha na rede;
Confeção de cabos de rede (direto e cruzado);
Configurações de Routers;
Reparação e Manutenção de diversos computadores (laptop e desktop);
Fig. 44 – Manutenção de Impressora brother
Fig. 45 – Sala dos Servidores
Fig. 46 – Sala de Manutenção e Reparação
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
60
Nuno Guilherme David Fonseca
6. CONCLUSÃO
A realização deste estágio foi bastante positivo, pois foi o primeiro contacto que tive
com o mundo profissional de forma ativa, onde pude analisar e intervir em situações reais. O
contacto com situações reais e às quais têm de ser dadas respostas céleres, trabalhar com
profissionais qualificados e com vastos conhecimentos em exploração de infraestruturas de
telecomunicações, informática e sistemas de energia para telecomunicações, permitiu-me
adquirir parte desses conhecimentos e hábitos de trabalho.
A ligação de várias das matérias abordadas ao longo do curso, com a realidade do dia-
a-dia, foi extremamente gratificante pela partilha de conhecimentos, e revelou-me ainda uma
forte motivação e ego profissional para o futuro ingresso no mundo profissional.
Em relação às telecomunicações e sistemas de energia, e dado que o meu estágio foi
mais orientado para os sistemas de comunicações e energia da Direção de Navegação Aérea, a
realização do estágio permitiu-me tomar um contacto direto com diversos equipamentos que
permitem a comunicação a distancia e conhecer algumas das medidas a ter em conta para
manter a melhor qualidade de serviço dos equipamentos garantindo o equilíbrio do sistema.
Este fator é de enorme importância pois o correto funcionamento dos equipamentos que
compõem o sistema de comunicação da ASA-sa depende fortemente da qualidade de serviço.
Dado que cada vez mais hoje em dia os equipamentos são constituídos por dispositivos
eletrónicos e a maioria dos serviços informatizados torna-se ainda mais importante garantir
que os equipamentos não sofram grandes variações, mantendo tanto os cliente, os
colaboradores e os funcionários garantindo assim a continuidade operacional satisfatória para
a empresa.
Em relação a informática, não tive muito contacto com a rede da empresa, no entanto,
tomei conhecimento de alguns da estrutura da rede e de medidas adotadas pelo DIE de forma
a manter a qualidade de serviço, desde a instalação de aparelhos localizados em pontos
estratégicos, da automação de serviços, até ações de conservação/manutenção dos elementos
constituintes da rede.
Em resumo, mesmo na falta de um plano especifico para cada área do estágio,
considero que os objetivos propostos para este estágio foram atingidos.
No meu ponto de vista, perante a dimensão e estrutura da ASA desfrutando de um
conjunto de recursos e principalmente da competência dos seus profissionais, a ASA e a Uni-
CV deveriam trabalhar conjuntamente no sentido de desenvolverem um projeto de
desenvolvimento e capacitação de quadros a fim de dar maior qualidade a formação superior e
assim garantir um desenvolvimento sustentado, em que o país sairia sempre a ganhar no
intuito de criar um sistema equilibrado e com resultados positivos.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR PROFISSIONAL 2013
Departamento de Engenharia e Ciências do Mar
61
Nuno Guilherme David Fonseca
7. BIBLIOGRAFIA
Manual de Acolhimento e Integração da ASA
Curso para TOIAS (disponibilizado pelo Engo Domingos Moreira)
Manual do Sistema SISTASAL – ICARO
INDRA, Sistemas S.A, Manual de Descrição Técnica SDC- 2000
Internet:
www.google.com
www.asa.com
www.ipbrick.com
www.wikipedia.com