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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU 1 EFECIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS FOLIARES NA CULTURA DO TRIGO DALLA VECCHIA, Andressa¹ andressadallavecchia [email protected] TRENTIN, Gian1 [email protected] SANTOS, Jocilene¹ [email protected] LAZZARETTI, Robson¹ [email protected] BONATTI, Rodrigo¹ [email protected] OLIVEIRA, Franciele de² [email protected] KARPINSKI, Luisete Andreis² [email protected] TREVIZAN, Katia² [email protected] CAMILLO, Maristela Fiess² [email protected] SEXTO, Paloma Alves da Silva² [email protected] ______________________________________________________________________ ______________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

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FACULDADES IDEAU

1

EFECIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS

FOLIARES NA CULTURA DO TRIGO

DALLA VECCHIA, Andressa¹

andressadallavecchia [email protected]

TRENTIN, Gian1

[email protected]

SANTOS, Jocilene¹

[email protected]

LAZZARETTI, Robson¹

[email protected]

BONATTI, Rodrigo¹

[email protected]

OLIVEIRA, Franciele de²

[email protected]

KARPINSKI, Luisete Andreis²

[email protected]

TREVIZAN, Katia²

[email protected]

CAMILLO, Maristela Fiess²

[email protected]

SEXTO, Paloma Alves da Silva²

[email protected]

WEIPPERT, Rosângela Márcia²

[email protected]

¹ Discentes do Curso Agronomia, Nível VIII 2016/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

² Docentes do Curso Agronomia, Nível VIII2016/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

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RESUMO: O trigo é o segundo cereal mais cultivado no mundo, sendo muito significativo na economia global agrícola, seu cultivo no Brasil se concentra nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. As lavouras de cereais de inverno podem ocorrer cerca de 15 doenças de origem bióticas, dentre as que mais ocasionam prejuízos são a ferrugem e a mancha, o uso de fungicidas se torna indispensável para a garantia da sustentabilidade econômica e ambiental da atividade agrícola. Objetivou-se com este trabalho determinar o nível de controle de doenças foliares através de diferentes manejos químicos. Os manejos não demostraram diferenças significativas nos seus resultados em relação ao controle da ferrugem (Puccini triticina), mancha marrom (Bipolaris sorokiniana) e mancha amarela (Drechslera tritici-repentis). Porém ficou clara a importância do manejo de fungicidas na cultura do trigo ao compara-los com a testemunha que não recebeu tratamento fungico durante o seu ciclo.

Palavras- chave: trigo, fungicidas, doenças.

ABSTRACT: Wheat is the second most cultivated cereal in the world, being very significant in the global agricultural economy, its cultivation in Brazil is concentrated in the South, Southeast and Center-West regions. The cereal crops of winter can occur about 15 diseases of biotic origin, among which most cause damage are rust and stain, the use of fungicides becomes indispensable for the guarantee of economic and environmental sustainability of agricultural activity. The objective of this work was to determine the level of control of leaf diseases through different chemical management. The treatments did not show significant differences in their results in relation to the control of rust (Puccini triticina), brown spot (Bipolaris sorokiniana) and yellow spot (Drechslera tritici-repentis). However, it was clear the importance of the fungicide management in the wheat crop when comparing them with the control that did not receive fungic treatment during its cycle.

Key words: Wheat, fungicides, diseases.

INTRODUÇÃO

O trigo faz parte do Reino Plantae, superdivisão Spermatophyta, divisão

Magnoliophyta, classe Liliopsida, ordem Poales, família Poaceae e gênero Triticum

aestivum L. É uma gramínea anual, utilizada como alimento básico da população

brasileira, consumida de várias formas principalmente na forma de pão, massas e

bolachas variadas (SOUZA & LORENZI, 2008).

O trigo é uma das culturas com um o maior desempenho a nível mundial ficando

em segundo lugar em área semeada, com uma produção conforme o Estados Unidos Da

América (USA, 2015), na safra, de 2015 foi produzido 719,8 milhões de toneladas,

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sendo que em primeiro lugar é ocupado pela União Europeia, com 155,4 milhões de

toneladas. No Brasil, a produção estimada de grão de trigo é de 5,6 milhões de toneladas

na safra 2015/2016 sendo o quarto maior cereal produzido no país, sendo que a soja é a

mais produzida, em segundo o milho, e em terceiro o arroz. A cultura é cultivada em

boa parte do Brasil, mas sua maior área de produção está localizada na região Sul, nos

estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (CONAB, 2015).

O bom desenvolvimento da cultura depende de muitas variáveis bióticas e

abióticas. Um dos principais problemas enfrentados pelos produtores são as doenças

foliares, pois se não forem controladas poderão prejudicar a estrutura da planta e

posteriormente comprometer a produção de grãos, por causar a redução da área

fotossintética. A forma mais eficaz para controlar as doenças é o uso de fungicidas e de

cultivares resistente, sendo este último um método melhor para o ambiente. Porém

poucos avanços estão sendo alcançados em relação ao desenvolvimento de cultivares

resistente ás doenças foliares na cultura do trigo, sendo que os genótipos estão ativos

por um período limitado no controle desses patógenos (VIEIRA,2005).

As cultivares de trigo são suscetíveis à diversas doenças, principalmente sob

condições climáticas desfavoráveis, o trigo exige temperaturas baixas no início do ciclo

e não exige grandes quantidades de precipitações pluviométricas, sendo que volumes de

chuvas elevados podem favorecer o aparecimento de doenças, causando retardo de

desenvolvimento e consequentemente produtividade (PICININI & FERNANDES,

1995).

As condições climáticas agem como um controle de elementos biológicos, sendo

que a temperatura é um ponto essencial para as plantas e os patógenos que requerem

temperaturas adequadas para seu desenvolvimento. Levando em conta que algumas

doenças necessitam de diferentes temperaturas para seu desenvolvimento. A umidade

estimula o desenvolvimento de vários fungos e bactérias que poderão infectar as plantas

sendo a água da chuva um importante veículo para a disseminação de doenças (REIS,

2007).

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A maioria dos fungos fitopatogênicos que ocasionam manchas nas folhas geram

interferências no processo fotossintético. Em meio as manchas foliares da cultura do

trigo, destaca-se a mancha amarela e a mancha marrom. A mancha amarela é causada

pelo fungo Drechslera tritici-repentis, que é de ocorrência mundial e tornou-se muito

frequente nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Apresenta

elevada intensidade destrutiva principalmente em áreas de trigo em monocultura e em

sistema de plantio direto (SANTANA, 2009). Isto porque é um fungo necrotrófico, ou

seja, sobrevive em restos culturais, onde permanecem os mitósporos na forma

anamórfica, e corpos frutíferos, responsáveis pela liberação do fungo. Os primeiros

sintomas surgem como pequenas manchas cloróticas nas folhas, logo após a emergência

do trigo, as quais, conforme o desenvolvimento da cultura, expandem-se formando

lesões elípticas com aproximadamente 12 mm, circundadas por um halo amarelo e com

a região central necrosada, de cor parda (REIS & CASA, 2007).

A mancha marrom é desenvolvida pelo patógeno Bipolaris sorokiniana, que

pode ocorrer em qualquer parte ou estádio de desenvolvimento da planta de trigo,

produz lesão de centro pardo-escura e bordas arredondadas e de tamanho indefinido. A

mancha amarela é similar à mancha marrom, apresentando, porém, halo amarelo.

A ferrugem da folha é uma doença ocasionada pelo fungo Puccini triticina

(=Puccini recôndita Rob. Ex. Diz. f. SP. trelesse). É uma das principais doenças da

cultura, gerando prejuízos para o produtor pois dependendo do estádio de

desenvolvimento da cultura em que a doença se manifestar poderá ocorrer perda

significativas de rendimentos (CHAVES et al. 2006).

A ferrugem é caracterizada pele ocorrência de pústulas de forma ovalada,

coloração avermelhada que se manifesta na parte adaxial das folhas (ROELFS et al.

1985). Os primeiros sintomas podem ocorrer desde o surgimento das primeiras folhas

até o final do ciclo da cultura. Inicialmente são observadas as urédias de forma ovalada,

com cor amarelo-alaranjado, sem ordem preferencial na parte superior da folha

espalhando-se até as bainhas. Estas pústulas têm em média 1,5mm de diâmetro, sendo

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que as frutificações do fungo ali presentes estão sempre cobertas por uma epiderme até

o fim do ciclo da cultura (REIS et al. 1997).

A forma de controle da ferrugem mais eficiente seria através de cultivares com

maior resistência, porem a P. triticcina tem grande habilidade de virulência na maioria

dos genes resistentes conhecido popularmente no mundo (SINGH et al. 2002). Portanto

o controle genético através de resistência das cultivares ainda é parcial, devendo ser

complementada com outras medidas de controle (PICININI & FERNANDES, 1999).

Para a redução do patógeno em áreas produtoras de trigo também é importante a

eliminação de plantas como tigueras e de plantas voluntarias que se tornam hospedeiros

secundários. Para o controle químico desta doença existem fungicidas que foram

desenvolvidos para tal finalidade cuja eficácia é elevada quando aplicados no

aparecimento dos primeiros sintomas. O controle químico deve ser associado com

práticas culturais tais como fertilização e manejo adequado do solo, rotação de culturas,

eliminação de restos culturais, época de plantio, entre outras, podendo diminuir a

ocorrência da doença.

O controle da mancha amarela e da mancha marrom deve ser realizado com

fungicidas através da pulverização, preventiva a partir do estádio de alongamento ou

quando o nível de infecção atingir 5 % de severidade, ou seja, quando 70 % das folhas

verdes apresentarem lesões com mais de 1 mm de diâmetro (FERNANDES &

PICININI, 1999). Trifloxystrobina (Fox®), Cyproconazol + Trifloxystrobina (Sphere

Max ®) e Tebuconazol+ Trifloxystrobina (Nativo®), são fungicidas mesostêmicos e

sistêmicos dos grupos estrobilurina e triazolintiona aplicado nas culturas do trigo para o

controle das doenças causadoras de manchas foliares.

Através do controle das doenças, os fungicidas, têm sido associados com a

redução das perdas de produtividade. Devido, principalmente, à manutenção da vida

fotossintética do dossel foliar durante o enchimento de grãos ou ainda através de efeitos

diretos dos fungicidas na fisiologia da planta de trigo (ARDUIM, 2009). Assim,

objetivou-se com este estudo determinar o nível de controle de doenças foliares através

de diferentes manejos químicos.

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MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Campus III da Faculdade IDEAU – Instituto de

Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai, no município de Getúlio Vargas – RS,

situado no Sul do Brasil, na região norte do Estado do Rio Grande do Sul entre os meses

de julho a novembro de 2016. A área total do experimento foi de 400 metros quadrados

onde para o preparo da área pré-semeadura foi utilizado 2 L.ha-1 do herbicida paraquat.

O trigo foi semeado na primeira semana de julho no espaçamento 17 cm entre linhas,

com profundidade de 3 a 5 cm, totalizando 145 kg de sementes de trigo por hectare.

Utilizou-se a cultivar de trigo Jadeíde 11. O tratamento de sementes adotado foi, rovral

(iprodiona) 2ml kg-1, derosal(carbendazim) 2ml kg-1, baitan(triadimenol) 2 ml kg-1 e

cropstar(imidacloprido).

Foi utilizada como adubação de base para o experimento a formulação de adubo

NPK 12-30-20 na quantidade de 300 kg ha-1. Além de duas aplicações de nitrogênio

feito de forma manual nas proporções de 150 kg ha-1, realizadas na terceira semana de

agosto e terceira semana de setembro.

Foram realizados um total de 7 tratamentos com 4 repetições cada, os quais

foram distribuídos conforme descrito na tabela 1.

Em relação aos tratamentos utilizados no experimento, foi usado na

Testemunha somente o inseticida (imidacloprido) na dose de11 ml i.a. ha-1, contendo

quatro aplicações do mesmo, correspondente á terceira semana de agosto, segunda

semana de setembro, primeira semana de outubro e terceira semana de outubro.

No Tratamento 2 utilizou-se um manejo de fungicidas com 4 aplicações de

(trifloxistrobina) + (protioconazol) 400 ml i.a. ha-1 e (trifloxistrobina) + (tebuconazol)

750 ml i.a.ha-1.

O Tratamento 3 conteve um manejo de 4 aplicações de fungicidas com

(trifloxistrobina) + (protioconazol) 750 ml i.a. ha-1 e (trifloxistrubina) + (ciproconazol)

350 ml i.a. ha-1.

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O Tratamento 4 recebeu um manejo de 4 aplicações fungicas de

(trifloxistrobina) + (tebuconazol) 350 ml i.a. ha-1 e) (trifloxistrubina) +

(ciproconazol )400 ml i.a. ha-1 .

No tratamento 5, utilizou-se um manejo com 4 aplicações de fungicidas com

(trifloxistrobina) + (protioconazol) 750 ml i.a. ha-1 .

O Tratamento 6 foi utilizado um manejo de 4 aplicações com (trifloxistrobina) +

(tebuconazol) 350 ml i.a. ha-1 .

E no Tratamento 7 utilizou-se um manejo de 4 aplicações de fungicida com

(trifloxistrubina) + (ciproconazol) 200 ml i.a. ha-1.Tabela 1: Distribuições dos tratamentos e fungicidas e suas respectivas doses de aplicações. Fonte:

Autores

Tratamento Quantidade de aplicações

Principio Ativo Doses usadas ml i.a.ha-1

Testemunha 1

Tratamento 2

Tratamento 3

Tratamento 4

Tratamento 5

Tratamento 6

Tratamento 7

4 Aplicações

4Aplicações

4 Aplicações

4 Aplicações

4 Aplicações

4 Aplicações

4 Aplicações

(Imidacloprido)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrubina) + (ciproconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrubina) +(ciproconazol)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrubina) + (ciproconazol)

11 ml i.a. ha-1

400 ml i.a. ha-1

750 ml i.a.ha-1

750 ml i.a. ha-1

350 ml i.a. ha-1

350 ml i.a. ha-1

400 ml i.a. ha-1

750 ml i.a. ha-1

350 ml i.a. ha-1

200 ml i.a. ha-1

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As aplicações em todos os tratamentos foram realizadas entre a terceira semana

de agosto, segunda semana de setembro, primeira semana de outubro e terceira semana

de outubro. Sendo que as doses dos fungicidas e inseticida utilizados foram ministradas

conforme a indicação agronômica de cada produto.

Para a condução geral do experimento na parte de aplicação dos fungicidas foi

utilizado um aplicador costal a base de CO2 (Figura 1). As aplicações de fungicida

foram feitas nos tratamentos 2,3,4,5,6 e 7 ao contrário de inseticida, que foi usado

somente na Testemunha.

Figura 1: Aplicações de fungicidas realizadas com auxílio de um aplicador costal a base de CO2. Foto:

Autores.

Foram realizadas 4 avaliações de severidade nas plantas de trigo nos diferentes

tratamentos em relação a mancha marrom, amarela e ferrugem das folhas. As analises

foram feitas de forma visual, seguindo a metodologia da escala diagramática de Reis

(1979). Estas avaliações foram realizadas a partir do início da floração até a fase final

reprodutiva da planta, coletando-se 5 plantas por repetição de cada tratamento

atribuindo valores conforme a escala de 10 a 100 %. (Figura 2)

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Figura 02: Escala diagramática de severidade para doenças foliares na cultura do trigo. Fonte: Reis

(1979).

Os resultados colhidos foram submetidos ao teste F (Anova) e quando

significativo as médias foram comparadas por teste de Tukey 5% de probabilidade de

erro.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

No experimento foi observado que todos os manejos de fungicidas foram

eficientes no que diz respeito ao controle da mancha marrom, mancha amarela e

ferrugem, com exceção da testemunha que recebeu apenas a aplicação de inseticida,

desse modo esta apresentou uma maior incidência de doenças foliares. (Figura 3).

Figura 3: Diferença das folhas do trigo, onde podemos visualizar as doenças que form encontradas neste

experimento: “A” folhas da testemunha; “B” folhas do tratamento 2; “C” folhas do tratamento 3; “D”

folhas do tratamento 4; “E” folhas do tratamento 5; “F” folhas do tratamento 6; “G” folhas do tratamento

7. Fonte: Autores.

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A mancha amarela Drechslera tritici-repentis não foi observada diferença

estatística no fator partes da planta (Tabela 2), pois a mancha amarela é uma doença de

solo, e tem sua infecção nas primeiras folhas que tem contato com o solo, ou seja, as

plantas serão infectadas somente a parte superior ou com incidências de chuvas no

período do cultivo do trigo o contato da gota com o solo faz com que os fungos atinjam

as folhas baixeiras e mediana da planta, como foi observado no experimento.

Tabela 2: Diferenças estatísticas no fator partes da planta. Fonte: Autores.

Partes da planta Médias

Folha baixeiro

Folha mediana

Folha bandeira

0.11071a

0.14464 a

0.12500 a

CV.%:

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A B C D

E F G

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A mancha amarela D. tritici-repentis é um fungo necrotrófico, que se alimenta

de plantas mortas e também uma fase parasitária que pode causar a morte da planta

hospedeira, saprofítica, pois se alimenta de restos culturais. O fungo pode se manter em

diferentes ambientes como nas sementes, restos culturais e em hospedeiros que foram

infectados (REIS et al., 2011). Sua remoção e disseminação de ascósporos e conídios da

D. tritici-repentis das plantas infectadas podem ocorrer pelo vento e respingos de chuva

a curtas distâncias (REIS et al., 2001).

Outro fator foi o de manejo de fungicidas, tendo poucas diferenças entre os

tratamentos para mancha amarela, sendo que a testemunha foi a mais afetada por não

receber tratamento, somente inseticida. Entre os tratamentos não houve diferenças

estatística (Tabela 3), mas os dados foram significativos, porém não se diferenciam

entre si, o tratamento que obteve melhor controle foi o tratamento 4 em que foi utilizado

(trifloxistrobina) + (tebuconazol) e (trifloxistrubina) + (ciproconazol) com quatro

aplicações.

Tabela 3: relação estatística das medias de como agiram os fungicidas no controle da mancha amarela.

Fonte: Autores.

Tratamento Fungicidas Médias

Testemunha 1

Tratamento 2

Tratamento 3

Tratamento 4

(Imidacloprido)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrubina) + (ciproconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrubina) +(ciproconazol)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

0.2583 a

0.10833 bc

0.11250 bc

0.05000 c

0.08333 bc

____________________________________________________________________________________

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Tratamento 5

Tratamento 6

Tratamento 7

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrubina) + (ciproconazol)

0.12500 b

0.15000 b

CV% = 44.65

Para a mancha marrom no fator partes da planta não teve diferença estatística

entre as lesões que foram encontradas nas folhas do baixeiro, medianas, e na folha

bandeira

Tabela 4: Diferentes partes da planta onde mostra que não ocorreu diferença estatística. Fonte: Autores.

Partes da planta Médias

Folha baixeiro

Folha mediana

Folha bandeira

0.11071 a

0.14464 a

0.12500 a

CV%:

Entre os tratamentos fungicos também não ocorreu grandes diferenças

estatísticas em relação à mancha marrom (Tabela 5), mas pode ser comprovado

visualmente e na estatística que as parcelas onde teve um manejo de fungicidas se

sobresairam das parceladas da testemunha. Sendo que o tratamento que melhor obteve

resultado possitivo foi o tratamento 4 que foi utilizado (trifloxistrobina) + (tebuconazol)

e (trifloxistrubina) + (ciproconazol), onde teve menos incidência de manchas marrom.

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Tabela 5: Diferença estatística para o fator manejo de fungicidas. Fonte: Autores.

Tratamento Fungicidas Médias

Testemunha 1

Tratamento 2

Tratamento 3

Tratamento 4

Tratamento 5

Tratamento 6

Tratamento 7

(Imidacloprido)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrubina) + (ciproconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrubina) +(ciproconazol)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrubina) + (ciproconazol)

0.25833 a

0.10833 bc

0.11250 bc

0.05000 c

0.08333 bc

0.12500 b

0.15000 b

CV%:

Os tratamentos fungicos promovem a planta uma maior longevidade da parte

foliar da planta, com isso ajudando a planta a ter melhor utilização do nitrogênio, além

de proporcionar melhor produtividade, e grãos com uma melhor qualidade (PEPLER et.

al. 2005).

A terceira doença analisada neste experimento foi à ferrugem, onde houve

diferença estatística no fator partes da planta (Tabela 6), em que as folhas do baixeiro

tiveram menor incidência da doença comparado com as folhas medianas e bandeira. A

ferrugem é uma doença que sua infecção é disseminada pelo vento afetando as partes

com maior exposição, medianas e folhas bandeiras.

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Tabela 6: Diferença estatística do fator partes da planta em relação a ferrugem. Fonte: Autores.

Partes da planta Médias

Folha baixeiro

Folha mediana

Folha bandeira

0.08929 b

0.15536 a

0.15000 a

CV%:

Como a ferrugem da folha do trigo é disseminada pelo vento, entre os intervalos

do cultivo de trigo o inoculo sobrevive em plantas hospedeiras, sendo que sua

germinação ocorre muito rapidamente. Os endósporos são influenciados pelo vento e

pela latitude, na maioria os esporos se movimentam de oeste para o leste pelo fato que é

a direção do vento através da rotação da terra, quando é exposto a latitudes

progressivamente altas, os ventos levam os esporos do Sul para o Norte do continente

(SACHE, 2000).

No fator manejo de fungicidas o controle de ferrugem teve uma grande variância

entre os tratamentos e a testemunha (Tabela 7), sendo que entre os tratamentos onde

foram usados os diferentes fungicos não teve grande relevância estatística entre eles,

mas ocorreu a diminuição de plantas infectadas pelo fungo da ferrugem ao comparado

com as plantas da testemunha, sendo que os tratamentos 3 e 4 não se diferem.

O controle das doenças foi manejado de forma que em todas as aplicações

tiveram um importante resultado, se comparados com a testemunha. Em diversos

trabalhos realizados observou-se que para o controle de doenças das folhas do trigo, os

usos de misturas de fungicos dos grupos químicos dos triazois e da estrobilurinas

apresentaram uma melhor eficácia no controle de ferrugem (KUHNEM et al. 2009).

Tabela 7: Diferença estatística para o fator de manejo de fungicos para controle de ferrugem. Fonte:

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Tratamento Fungicidas Médias

Testemunha1

Tratamento 2

Tratamento 3

Tratamento 4

Tratamento 5

Tratamento 6

Tratamento 7

(Imidacloprido)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrubina) + (ciproconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrubina) +(ciproconazol)

(trifloxistrobina)+(protioconazol)

(trifloxistrobina) + (tebuconazol)

(trifloxistrubina) + (ciproconazol)

0.27917 a

0.10833 bc

0.06250 d

0.04583 d

0.09583 cd

0.16250bc

0.16667 b

CV%:

CONCLUSÃO

O experimento comprova que os agricultores que cultivam trigo podem utilizar

diferentes manejos de fungicidas para o controle de doenças foliares, sempre visando a

rentabilidade da atividade agrícola e a qualidade do grão, principalmente de forma

preventiva, evitando prejuízos. Sempre levando em consideração que o controle das

doenças não depende somente de controles químicos, mas também de um manejo

integrado da lavoura, como manejo correto do solo, rotação de culturas, controle de

plantas hospedeiras, entre outros. No experimento observamos que o tratamento 4

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obteve melhores resultados em relação ao controle de ferrugem e manchas

(trifloxistrobina) + (tebuconazol) e (trifloxistrubina) + (ciproconazol), demostrando

uma maior severidade das plantas, ao contrário da testemunha que obteve os índices em

maior escala de manchas e ferrugem.

REFERÊNCIAS

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