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    PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIAPortal Educação

    CURSO DE

    FÁRMACOS QUE ATUAM NO

    SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

     Aluno:

    EaD - Educação a Distância Portal Educação

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    CURSO DE

    FÁRMACOS QUE ATUAM NOSISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

    Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para estePrograma de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do

    mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido sãodados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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    SUMÁRIO

    1 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

    2 FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

    2.1 Farmacologia do SNA Parassimpático

    2.2 Farmacologia Adrenérgica

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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    1 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

    O sistema nervoso pode ser dividido em nível estrutural e funcional, em

    componentes periféricos e centrais. O sistema nervoso periférico inclui todos os

    nervos que seguem o seu percurso entre o sistema nervoso central e os locais

    somáticos e viscerais. O sistema nervoso central formado pelo encéfalo e pela

    medula espinhal está envolvido na percepção, no estado de vigília, na linguagem e

    no estado de consciência. O sistema nervoso periférico dividido no sistema nervoso

    autônomo, sistema eferente somático (músculo esquelético) e sistema aferente

    somático e visceral (transmite sinais da periferia para o sistema nervoso central).

    O sistema nervoso autônomo (SNA) regula as respostas involuntárias do

    organismo, sendo responsável no controle de diversas funções vitais como:

    frequência cardíaca, contratilidade cardíaca, tônus da musculatura lisa, regulação da

    pressão arterial, secreções exócrinas e endócrinas, metabolismo intermediário,

    peristaltismo, frequência urinária, constrição/dilatação pupilar, salivação e

    pieloereção. O SNA em três subdivisões:

      Parassimpático = respostas de “repouso e digestão”;

      Simpático = resposta de “luta ou fuga”;

      Entérico (plexos nervosos intrínsecos do TGI).

    As fibras nervosas do SNA interagem com seus órgãos-alvo por meio de

    uma via de dois neurônios. O primeiro neurônio origina-se no tronco encefálico ou na

    medula espinhal e é denominado neurônio pré-ganglionar. Esse faz sinapse fora da

    medula espinhal com um neurônio pós-ganglionar, que inerva o órgão-alvo. Tais

    localizações anatômicas diferem para o SNA simpático e parassimpático.

    O sistema nervoso simpático (= adrenérgico) também é conhecido como

    sistema toracolombar  visto que suas fibras pré-ganglionares originam-se do primeiro

    segmento torácico ao segundo ou terceiro segmento lombar da medula espinhal. Os

    primeiros três gânglios, cujas fibras pós-ganglionares seguem com os nervos

    cervicais, são chamados, gânglio cervical superior (inervam pupila, glândulas

    salivares e lacrimais), gânglio cervical médio e inferior (inervam coração e pulmão).

    Os gânglios do sistema nervoso parassimpático (= colinérgico) localizam-se

    nos órgãos que inervam ou em sua proximidade. As fibras pré-ganglionares

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    originam-se no tronco encefálico ou nos segmentos sacrais da medula espinhal,

    dessa forma, o sistema parassimpático é conhecido como sistema craniossacral. Em

    alguns casos, as fibras nervosas pré-ganglionares podem seguir um percurso maislongo, como no caso de fibras que surgem do nervo craniano III, como o nervo

    oculomotor (inerva pupila); as fibras oriundas do nervo craniano VII que estimulam a

    secreção salivar e lacrimal; o nervo craniano IX (nervo glossofaríngeo) que estimula

    a parótida e o nervo craniano X – nervo vago que inerva os principais órgãos da

    região tórax e do abdome (coração, árvore traqueobrônquica, os rins e o sistema

    TGI).

    Os nervos que originam da região sacral da medula espinhal inervam o colo,

    a bexiga e a genitália.

    FIGURA 1 – DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

    FONTE: Katzung, 2003.

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    2 FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

    2.1 Farmacologia do SNA Parassimpático

    Na transmissão parassimpática, a acetilcolina (ACh) é o principal

    neurotransmissor que controla as funções colinérgicas. Esse neurotransmissor é

    sintetizado em uma única etapa a partir da colina (transportada do meio extracelular

    para a terminação neuronal por um transportador de membrana) e da acetilcoenzima

    A (sintetizada na mitocôndria a partir da glicólise acetilCoA), reação catalisada pela

    enzima acetiltransferase.

    Uma vez sintetizada no citoplasma, a ACh é transportada em vesículas

    sinápticas para o seu armazenamento. A liberação de ACh na fenda sináptica

    depende de Ca2+  extracelular e ocorre quando um potencial de ação atinge a

    terminação e desencadeia o influxo de cálcio (Figura 2).

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    FIGURA 2 – TRANSMISSÃO COLINÉRGICA DO SISTEMA NERVOSO

    AUTÔNOMO

    FONTE: Adaptado Katzung, 2003.

    Após a liberação a ACh pode se ligar ao colinorreceptor e ativá-lo ou ser

    degradada na fenda sináptica. A ACh é hidrolisada em colina e acetato, reação

    catalisada pela enzima do tipo serina hidrolase - a acetilcolinesterase (AChE),

    presente em neurônios colinérgicos e em outros tecidos, sua ação cessa as ações

    da ACh. Como a hidrólise ocorre rapidamente a meia-vida da ACh na sinapse é

    extremamente curta. A colina regenerada pela AChE retorna a terminação axônicapara nova síntese de ACh. Outras colinesterases com menor especificidade para

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    Ach como a butirilcolinesterase ou pseudocolinesterase são encontradas no plasma,

    no fígado e na glia.

    A ACh se liga aos receptores colinérgicos NICOTÍNICOS e MUSCARÍNICO:

      Receptor Nicotínico polipeptídios transmembrana cujas

    subunidades formam um canal iônico seletivo para cátions; localizados nas

    membranas plasmáticas de células pós-ganglionares simpáticas e parassimpáticas

    em gânglios autônomos, nas membranas de músculo inervado por fibras motoras

    somáticas e no SNC. Pode ser dividido em: RNm  (muscular), presente na junção

    neuromuscular, sua ativação pela ACh leva a abertura do canal de cátion e

    despolarização da placa terminal, resultando na contração do musculoesquelético e

    RNn (neuronal) presente em gânglios autonômicos/ medula adrenal, em que atua na

    despolarização e disparo do neurônio pós-ganglionar/secreção de catecolaminas.

      Receptor Muscarínico receptores transmembrana acoplados à

    superfamília de proteínas G; subtipos M1-M5; regula a produção de mensageiros

    intracelulares (trifosfato inositol (IP3), diacilglicerol (DAG) e Ca2+);

    M1 – gânglios autonômicos e sistema nervoso central = ativação da

    fosfolipase C por meio da proteína G quinase com formação de IP3 e DAG e

    aumento Ca2+ intracelular resultando em despolarização;

    M2 – coração (nodo atrioventricular, nodo sinoatrial, átrio e ventrículo) =

    ativação dos canais de K+ por meio das subunidades da proteína G inibitória;

    inibição da adenilatociclase = hiperpolarização (despolarização espontânea lenta);

    duração encurtada do potencial de ação e menor força de contração do átrio,

    redução da velocidade de condução, leve diminuição da força de contração do

    ventrículo;

    M3 – músculo liso e glândulas secretórias; sinalização intracelular

    semelhante ao subtipo M1, levando a contração e aumento de secreção;

    M4- semelhante M2; localização em investigação;

    M5 - semelhante M1; localização em investigação. 

    A ACh por meio dos receptores muscarínicos tem como efeitos fisiológicos:

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      Vasculatura (células endoteliais) = liberação de NO e vasodilatação;

      Íris (músculo esfíncter da pupila) = contração e miose;

      Músculo ciliar = contração e acomodação da lente para visão de perto;  Glândulas salivares e lacrimais = secreções ralas e aquosas;

      Brônquios = constrição; aumento secreções;

      Coração = bradicardia; menor velocidade de condução; bloqueio AV

    com doses altas; ligeira redução da contratilidade;

      TGI = aumento do tônus e das secreções; relaxamento dos esfíncteres;

      Bexiga = contração do músculo detrusor; relaxamento do esfíncter;

      Glândulas sudoríparas = diaforese;

      Trato Reprodutor Masculino = ereção.

    E por meio dos receptores nicotínicos:

      Placa Motora = despolarização e contração;

      Suprarrenal = liberação de catecolaminas.

    Os agentes farmacológicos (substâncias colinérgicas) que imitam as ações e

    os efeitos da ACh são denominados colinomiméticos ou parassimpaticomiméticos ou

    parassimpatomiméticos. Podem ser classificados em:

      Diretos – atuam diretamente em receptores nicotínicos ou muscarínicos

    ativando-os;

      Indiretos – exercem efeitos primários ao inibir a ação das

    colinesterases, aumentando a concentração de ACh na fenda sináptica:

    anticolinesterásicos reversíveis ou irreversíveis.

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    a. Agonistas dos Receptores Nicotínicos

    Estimulam a abertura do canal do receptor nicotínico de ACh e produzemdespolarização da membrana celular. Atuam nos receptores nicotínicos ganglionares

    e da placa motora.

      NICOTINA (Nicotiana tabacum) – afeta principalmente os gânglios

    autonômicos;

      SUCCINILCOLINA (=SUXAMETÔNIO) – agente bloqueador

    despolarizante utilizado para induzir paralisia durante cirurgias. Age diretamente nos

    receptores nicotínicos e produzem bloqueio por persistir na junção neuromuscular e

    ativar continuamente os canais dos receptores nicotínicos. Proporciona breve

    período de excitação com fasciculações nas células musculares, seguida de

    paralisia flácida (receptores nicotínicos abertos mantendo a membrana celular

    despolarizada, inativando os canais de sódio regulados por voltagem);

      DEXAMETÔNIO – mecanismo despolarizante semelhante à

    succinilcolina; sendo a duração da ação mais prolongada.

    Esses agentes têm como efeitos indesejáveis: bradicardia (evitada com

    administração intravenosa de atropina); hipocalemia (perda de potássio pelo

    músculo) que resulta em disrritmia ventricular ou parada cardíaca; aumento da

    pressão intraocular; paralisia prolongada; hipertermia maligna*; depressão

    respiratória; mialgia e rabdomiólise.

    b. Agonistas dos Receptores Muscarínicos

    Fármacos que mimetizam os efeitos da ACh quando ligada aos receptores

    muscarínicos. Os agentes do tipo éster de colina, semelhantes à ACh atuam tanto

    nos receptores nicotínicos quanto muscarínicos, sendo que nesse último atuam de

    forma mais potente.

     ___________________________________________________________________

    *Hipertermia maligna - elevação da temperatura corporal e espasmos musculares em indivíduos sob

    administração de certos fármacos, como suxametônio e halotano. A reversão deste quadro se fazcom a administração de DANTROLENE, que inibe a contração muscular ao impedir a liberação de

    cálcio do retículo sarcoplasmático.

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    Os agentes parassimpatomiméticos de ação direta são:

      MUSCARINA – alcaloide isolado do cogumelo Amanita muscaria;  METACOLINA – éster de colina, atualmente obsoleto, todavia foi muito

    utilizado no diagnóstico da asma. Efeitos adversos comuns: dispneia, tonteira,

    irritação da garganta e prurido;

      CARBACOL – éster de colina, possui maior ação nicotínica do que

    muscarínica frente a outros ésteres de colina. Não podem ser utilizados por vista

    sistêmica, devido seus efeitos sobre os gânglios autônomos. Uso no glaucoma, sua

    aplicação tópica resulta em miose e diminuição da pressão intraocular;

      BETANECOL - estável à hidrólise e seletivo para receptor muscarínico,

    apresenta maior resistência à degradação pela acetilcolinesterase, utilizado

    clinicamente na retenção urinária;

      PILOCARPINA - agonista dos receptores muscarínicos subtipo M1 e

    M3; utilizada clinicamente para o tratamento da xerostomia (síndrome de Sjögren).

    Os agonistas muscarínicos são contraindicados no glaucoma de ângulo

    estreito (fechamento de ângulo); úlcera péptica e asma.

    c. Anticolinesterásicos

    Agentes que atuam inibindo a atividade da acetilcolinesterase, levando ao

    aumento da disponibilidade de ACh na fenda sináptica.

    Os anticolinesterásicos podem ser divididos em reversíveis e irreversíveis.

    I) Anticol inesterásicos reversíveis

    Os anticolinesterásicos reversíveis são ainda classificados e utilizados na

    prática clínica de acordo com sua duração de ação:

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    Anticolinesterásicos de Ação Curta

    EDROFÔNIO = composto amônio quaternário que se liga reversivelmente

    ao sítio aniônico da enzima. Usado no diagnóstico da miastenia gravis*.

    Anticolinesterásico de Ação Intermediária

    NEOSTIGMINA / FISOSTIGMINA (=ESERINA) = ésteres de carbamato que

    sofrem hidrólise em duas etapas: transferência do grupo carbamil para o sítio

    esterático, a enzima carbamilada sofre hidrólise mais lentamente. 

    A neostigmina é utilizada por via intravenosa para reversão de bloqueio

    neuromuscular competitivo e por via oral para tratamento da miastenia gravis e em

    casos de retenção urinária. A fisostigmina é indicada na forma de colírio no

    tratamento do glaucoma.

    II) Anticol inesterásicos irreversíveis

    Os anticolinesterásicos irreversíveis, por sua vez são compostos

    pentavalentes de fósforo, capazes de fosforilar a enzima, tornando-a inativa por

    meio da formação de um complexo fósforo/enzima bastante estável e de hidrólise

    lenta. A recuperação enzimática é lenta e depende da síntese de novas moléculas

    da enzima. Compostos organofosforados como DIFLOS e PARATION apresentam

    elevada lipossolubilidade, sendo rapidamente absorvidos pela pele e pelas mucosas

    apresentando como efeitos: potencialização da transmissão colinérgica nas sinapses

    autônomas colinérgicas e na junção neuromuscular, sinais clínicos como

    bradicardia, hipotensão, aumento das secreções, broncoconstrição, hipermotilidade

    do trato gastrointestinal e redução da pressão intraocular; fasciculações musculares

    e neurotoxicidade por desmielinização dos nervos periféricos, resultando em gradual

    fraqueza e perda sensitiva. Em casos de intoxicação por organosfosforados, o

    fármaco utilizado para regenerar a enzima acetilcolinesterase é a PRALIDOXIMA.

    *Miastenia gravis - patologia autoimune em que há destruição dos receptores nicotínicos da placa

    motora, o paciente apresenta fraqueza intensa.

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    Os agentes anticolinesterásicos também podem ser utilizados no tratamento

    dos sintomas da doença de Alzheimer e outras afecções que provocam disfunção

    cognitiva e demência. Exemplos de fármacos anticolinesterásicos utilizados nessassituações clínicas são: GALANTAMINA e RIVASTIGMINA (considerado um inibidor

    “pseudoirreversível” por formar uma ligação covalente temporária com

    acetilcolinesterase, inativando-a até a quebra desta ligação). Os efeitos adversos

    destes fármacos são: diarreia, náusea, vômitos, cólicas, anorexia e sonhos.

    Os agentes anticolinérgicos são aqueles que antagonizam as ações da ACh

    por meio da competição pelos receptores colinérgicos.

    d. Antagonistas dos Receptores Nicotínicos

    Esses agentes impedem seletivamente a ligação da ACh endógena nos

    receptores nicotínicos, antagonizando a despolarização das células musculares

    caracterizado como bloqueio não despolarizante. Muitos destes fármacos são

    utilizados como agentes adjuvantes da anestesia, associados com ventilação

    artificial, como TUBOCURARINA, PANCURÔNIO, VECURÔNIO, ATRACÚRIO,

    MIVACÚRIO e GALAMINA, que levam a paralisia motora. Os efeitos indesejáveis

    mais comuns são hipertensão, taquicardia, apneia, broncoespasmo, insuficiência

    respiratória, salivação e rubor. Tais efeitos podem ser revertidos pela administração

    de anticolinesterásicos.

    Fármacos como galamina e pancurônio podem também bloquear o receptor

    muscarínico no coração levando a taquicardia.

    Os agentes bloqueadores ganglionares TRIMETAFAN e MECAMILAMINA

    são utilizados na clínica por via intravenosa na crise hipertensiva em pacientes com

    dissecção aórtica aguda, reduzindo a pressão arterial por meio da atenuação dos

    reflexos simpáticos. A utilização desses agentes pode proporcionar como efeitos

    indesejáveis ileoparalítico, parada respiratória, retenção urinária, hipotensão

    ortostática e sedação.

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    e. Antagonistas dos Receptores Muscarínicos

    Esses agentes antagonizam seletivamente as ações da ACh nos receptoresmuscarínicos.

    Os antagonistas muscarínicos de origem natural são:

      ATROPINA (=hiosciamina) – alcaloide tropânico isolado da espécie

     Atropa belladona (beladona)  e Datura stramonium (estramômio). Usada na clínica

    como adjuvante em anestesia; na intoxicação por anticolinesterásicos; na

    bradicardia; como antiespasmódico e no excesso de salivação. A administração da

    atropina leva a marcantes efeitos, como inibição das secreções, ressecamento da

    boca e da pele; taquicardia; bradicardia paradoxal; midríase; fotofobia; cicloplegia

    (perda de acomodação visual); redução da motilidade gástrica; relaxamento da

    musculatura brônquica, biliar e urinária; ligeira inquietação (dose baixa); ação

    estimulante (alta dose); aumento da pressão intraocular; aumento do ritmo cardíaco

    e da condução pelo nodo atrioventricular.

    Os tecidos mais sensíveis a ação da atropina são as glândulas salivares,

    brônquicas e sudoríparas, resultando em elevação da temperatura corporal devido à

    supressão da sudorese termorreguladora, quadro conhecido como febre atropínica.

      ESCOPOLAMINA (= hioscina) – alcaloide da Hyoscyamus niger  

    (meimendro). Usado clinicamente na cinetose, náusea e vômitos. Efeitos

    indesejáveis: visão embaraçada, constipação, aumento da pressão intraocular,

    depressão respiratória, arritmia cardíaca e coma.

    Antagonistas muscarínicos sintéticos:

      PIRENZEPINA – antagonista seletivo dos receptores muscarínicos

    subtipo M1 capaz de reduzir a produção de suco gástrico, sendo por muito tempo

    utilizado na prática clínica na doença ulcerosa péptica e também na bradicardia

    induzida cirurgicamente ou pelo nervo vago;

      IPATRÓPIO/ TIOTRÓPIO – ação broncodilatadora; utilizados na asmae na doença pulmonar obstrutiva crônica;

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      OXIBUTINA/ PROPANTELINA – antagonistas não seletivos usados na

    bexiga hiper-reflexia e hiperativa, na incontinência urinária. O tratamento é

    acompanhado de efeitos indesejáveis, como ressecamento da boca, visãoembaraçada e constipação;

      TOLTERODINA – antagonista seletivo dos receptores muscarínicos

    subtipo M3 utilizado na incontinência urinária; causa menos ressecamento da boca e

    constipação;

      CICLOPENTOLATO/ TROPICAMIDA – utilizados como agentes

    midriáticos utilizados na oftalmologia na forma de colírios.

    Os antagonistas muscarínicos devem ser administrados com cautela em

    pacientes com glaucoma de ângulo estreito ou fechados; lesões cerebrais,

    xerostomia, hipertensão e hipertireoidismo.

    f. Inibidores da Síntese, do Armazenamento e da Liberação de

     Aceti lcol ina

    Esses agentes atuam nível pré-sináptico (Figura 2).

    Hemicolínio/ Trietilcolina =  impede o transporte de colina para a

    terminação nervosa, inibindo a síntese de ACh. Não apresenta aplicação clínica;

    Vesamicol =  impede o transporte de ACh no interior das vesículas

    sinápticas;

    Neomicina/ Estretomicina = são agentes antimicrobianos do tipo

    aminoglicosídios que impedem a entrada de cálcio impedindo a liberação de ACh;

    Toxina botu línica/ -Burgarotoxina = componentes peptidases que clivam

    as proteínas específicas de fusão, impedindo a liberação de ACh. Essa toxina

    provoca paralisia motora e redução progressiva da atividade parassimpática, com

    ressecamento da boca, visão turva, dificuldade da deglutição e paralisia respiratória. 

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    1.2.2 Farmacologia Adrenérgica

    Na transmissão adrenérgica, as catecolaminas (norepinefrina, epinefrina,

    dopamina) são os neurotransmissores que atuam no controle da função cardíaca, da

    força de contração cardíaca, na resistência dos vasos sanguíneos e nos

    bronquíolos, na liberação de insulina e na degradação de gordura.

    As catecolaminas são sintetizadas a partir da tirosina. Essa síntese ocorre

    nas terminações nervosas simpáticas e em menor extensão nos corpos celulares

    neuronais. A síntese de epinefrina predomina na glândula suprarrenal, enquanto os

    neurônios adrenérgicos produzem em sua maioria norepinefrina (Figura 3).

    A tirosina, precursora das catecolaminas é transportada para dentro dos

    neurônios por meio de um transportador de aminoácidos aromáticos por intermédio

    da membrana neuronal.

    Tirosina hidroxilase

    TIROSINA ➩  DIIDROXIFENILALANINA (L-DOPA) ➩  DOPAMINA

    Descarboxilase L- aminoácidos aromáticos 

    Em seguida, a dopamina é transportada em vesículas sinápticas por um

    transportador de monoaminas vesicular. Nesta vesícula a dopamina é convertida em

    norepinefrina por meio de uma reação de hidroxilação, catalisada pela dopamina -

    hidroxilase.

    Após sua liberação a molécula de catecolamina exerce seu efeito em umreceptor adrenérgico pós-sináptico, a resposta é levada ao seu término por três

    mecanismos: recaptação de catecolaminas no neurônio pré-sináptico; metabolismo

    das catecolaminas até um metabólito inativo e/ou difusão das catecolaminas a partir

    da fenda sináptica. Os dois primeiros mecanismos dependem de proteínas de

    transporte ou enzimas, sendo um importante alvo para intervenção farmacológica.

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    FIGURA 3 – TRANSMISSÃO ADRENÉRGICA DO SISTEMA NERVOSO

    AUTÔNOMO

    FONTE: Katzung, 2003.

    Alteração de autorreceptor.

    A recaptação de catecolaminas é mediada por um transportador seletivo denorepinefrina, processo que permite reciclar o transmissor para uma liberação

    subsequente. No interior do citoplasma neuronal as catecolaminas podem ainda ser

    novamente concentradas em vesículas.

    O metabolismo das catecolaminas envolve duas enzimas, a

    monoaminaoxidase (MAO) presente na mitocôndria, existente em duas isoformas –

    MAO-A, seletiva para serotonina, norepinefrina e epinefrina e MAO-B, seletiva para

    dopamina; e a catecol-O-metiltransferase (COMT), enzima citosólica expressaprimariamente no fígado.

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    Os neurotransmissores norepinefrina e epinefrina se ligam aos receptores

    adrenérgicos. Esses são divididos em duas classes: alfa e beta receptores que

    pertencem à superfamília de receptores acoplados à proteína G.

    Os receptores alfa-adrenérgicos são divididos em:

     Al fa-1 adrenérgico - acoplado a uma proteína G quinase sua estimulação

    leva a ativação da fosfolipase C e produção de mensageiros intracelulares (IP3 e

    DAG) e influxo de cálcio. Sua estimulação leva a vasoconstrição, contração do

    músculo liso geniturinário, relaxamento do músculo liso do trato gastrintestinal,

    secreção salivar, broncoconstrição, glicogenólise e gliconeogênese.

     Al fa-2 adrenérgico – acoplado a proteína G inibitória sua estimulação leva a

    inibição da enzima adenilato ciclase e redução do nível intracelular de AMPc;

    abertura dos canais de K+  e fechamento dos canais de Ca2+. Atua inibindo a

    liberação de neurotransmissores, inibe a agregação plaquetária, inibe a liberação de

    insulina, no relaxamento do músculo liso do trato gastrintestinal.

    Os receptores beta-adrenérgicos, por sua vez, estão acoplados à proteína G

    estimulatória e quando estimulados levam a ativação da enzima adenilato ciclase e

    aumento do nível intracelular de AMPc.

    Beta-1 adrenérgico – estimulação da enzima  glicogênio fosforilase

    hepática; no coração aumenta a frequência cardíaca e a velocidade de condução do

    nodo atrioventricular; no sistema renal induz a liberação de renina;

    Beta-2 adrenérgico –  presente na musculatura lisa, no fígado e no

    musculoesquelético, sua estimulação resulta em broncodilatação, vasodilatação,

    relaxamento do músculo liso visceral, catabolismo do glicogênio e glicogenólise

    (aumento do nível glicêmico);

    Beta-3 adrenérgico – presente no tecido adiposo envolvido no aumento da

    lipólise.

    Os agentes farmacológicos adrenérgicos são classificados de acordo comsua atuação na transmissão adrenérgica, podendo atuar na síntese de

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    catecolaminas, na etapa de armazenamento ou na recaptação, na biotransformação

    dos neurotransmissores e diretamente sobre os receptores adrenérgicos.

    a. Inibidores da Síntese das Catecolaminas

    A enzima tirosina hidroxilase atuante na síntese das catecolaminas pode ser

    inibida pela ALFA-METILTIROSINA. Aplicada na terapêutica no tratamento da

    hipertensão associada à feocromocitoma*. Os efeitos adversos consistem em

    quadro de hipotensão ortostática e sedação.

    b. Inibidores do Armazenamento de Catecolaminas

    Inibem o armazenamento das catecolaminas nas vesículas, resultando em

    aumento em curto prazo, na liberação de catecolaminas das terminações sinápticas,

    porém, com depleção em longo prazo do reservatório disponível de catecolaminas. 

      RESERPINA – interage com proteínas do transportador vesicular,

    impedindo o armazenamento de norepinefrina e de dopamina. Antigamente utilizado

    na terapêutica para tratamento da hipertensão, tornou-se obsoleto devido aos efeitos

    adversos marcantes, como: arritmias cardíacas, hemorragia gastrintestinal e

    depressão psicótica;

      GUANETIDINA/ GUANADREL = concentram-se nas vesículas

    transmissoras e desloca a norepinefrina, resultando em depleção gradual. Esse

    efeito provoca redução do débito cardíaco; a redução da resposta simpática leva à

    ocorrência de hipotensão sintomática. A aplicação terapêutica na hipertensão

    tornou-se obsoleta em decorrência dos efeitos indesejáveis: doença renal, apneia,

    hipotensão ortostática, retenção hídrica, visão embaraçada e impotência;

      ANFETAMINA/ METILFENIDATO = semelhantes estruturalmente com

    a norepinefrina, sendo transportadas nas terminações pelo processo de recaptação.

     ___________________________________________________________________

    *Feocromocitoma – tumor na glândula suprarrenal com intensa produção de epinefrina.

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    c. Inibidores da Recaptação de Catecolaminas

    Inibem a recaptação de catecolaminas mediada pelo transportador de

    norepinefrina, potencializando a ação das catecolaminas. Nesse grupo encontram-se os antidepressivos tricíclicos, como imipramina que serão detalhados mais

    adiante.

    A cocaína, uma droga de abuso, é um potente inibidor do transporte de

    catecolaminas. O quadro de intoxicação por essa droga reflete a exacerbação dos

    efeitos simpáticos.

    d. Inibidores do Metabolismo das Catecolaminas

    A IPRONIAZIDA, TRANILCIPROMINA (seletiva para MAO-A),

    MOCLOBEMIDA e SELEGILINA (seletivo MAO-B) são inibidores da MAO. A inibição

    enzimática por esses fármacos resulta no aumento dos níveis de catecolaminas. A

    TRANILCIPROMINA é utilizada clinicamente no tratamento de alguns tipos

    depressão. A SELEGILINA é classificada como agente antiparkinsoniano,

    aumentando o nível de dopamina, neurotransmissor deficiente na Doença de

    Parkinson.

    e. Agonistas dos Receptores Alfa-adrenérgicos

    Os fármacos agonistas dos receptores alfa-1 adrenérgicos  ativam

    seletivamente esses receptores, levando a um aumento da resistência vascular

    periférica, hipertensão e hipertrofia cardíaca:

      METOXAMINA =  uso limitado no tratamento do choque tendo como 

    efeitos adversos: bradicardia reflexa, cefaleia e ansiedade;

      FENILEFRINA = utilizada como descongestionante nasal e midriático

    em várias formulações nasais e oftálmicas; a infusão intravenosa para o tratamento

    do choque cardiogênico leva a acentuada vasoconstrição arterial;

      OXIMETAZOLINA/ TETRAIDRAZOLINA/ NAFAZOLINA = utilizados no

    alívio da congestão nasal e hiperemia oftálmica; o uso abusivo leva a ocorrência de

    efeito rebote dos sintomas. 

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    Os agonistas dos receptores alfa-2 adrenérgicos  ativam seletivamente os

    autorreceptores alfa-2 adrenérgicos centrais e, portanto, inibem a descarga

    simpática do sistema nervoso central.

      CLONIDINA – a principal utilização clínica é no tratamento da

    hipertensão arterial; também se mostra útil no tratamento e na preparação de

    dependentes para a suspensão de narcóticos, álcool e tabaco, reduzindo nesses

    pacientes o desejo pelo fármaco. Pode ser utilizada associada com agentes

    anestésicos, reduzindo a necessidade de anestésico, promovendo sedação e ação

    ansiolítica. Na suspeita de feocromocitoma, a clonidina é administrada para

    diagnóstico dessa patologia. Dentre os efeitos indesejáveis estão relacionados

    bradicardia, insuficiência cardíaca, hipotensão, constipação, xerostomia, sedação e

    tontura;

      ALFA-METILDOPA - metabolizada no cérebro a alfa-metilnorepinefrina,

    um anti-hipertensivo de ação central. Após ser liberado das terminações nervosas

    adrenérgicas, passa a atuar como falso neurotransmissor ativando os receptores

    alfa-2 adrenérgicos, reduzindo a pressão arterial semelhante à clonidina. Utilizada

    na hipertensão arterial durante a gravidez. Efeitos indesejáveis: hepatotoxicidade e

    anemia hemolítica autoimune.

    f. Agonistas dos Receptores Beta-adrenérgicos

    Os agonistas dos receptores beta-adrenérgicos foram utilizados em muitas

    situações clínicas. Atualmente, são agentes importantes no tratamento da

    broncoconstrição em pacientes asmáticos e na doença pulmonar obstrutiva crônica.

    A epinefrina foi pela primeira vez utilizada como broncodilatador no início doséculo XX. Entretanto, os pacientes apresentavam sinais da atividade alfa-

    adrenérgica, como aumento da pressão arterial. Na década de 1940 então foi

    desenvolvido o ISOPROTERENOL, um agonista seletivo dos receptores beta

    adrenérgicos para tratamento da asma que carecia de atividade alfa-adrenérgica. O

    desenvolvimento de agonistas beta-2 seletivos forneceu fármacos com maior

    biodisponibilidade oral, ausência de atividade alfa-adrenérgica e menor incidência de

    efeitos cardiovasculares indesejáveis.

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    A DOBUTAMINA é considerada um agonista beta-1 relativamente seletivo,

    mas por ser administrada como mistura racêmica tem seus efeitos como reflexos

    das interações em receptores tanto alfa quanto beta-adrenérgicos. Indicada paratratamento em curto prazo da descompensação cardíaca que pode ocorrer após

    cirurgia cardíaca ou em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva ou infarto

    agudo do miocárdio. A dobutamina aumenta o débito cardíaco e o volume sistólico.

    A infusão de dobutamina para aumentar o débito cardíaco situa-se entre 2,5 e 10

    g/kg/min respeitando as respostas hemodinâmicas e clínicas do paciente, tendo em

    vista que a alta velocidade de infusão reflete efeitos alfa-adrenérgicos da

    dobutamina.Os agonistas beta-2 seletivos são resultados de modificações estruturais a

    partir da molécula de isoproterenol tornando a molécula mais volumosa. Muitos

    desses agentes terapêuticos são utilizados em pequenas doses por via inalatória, na

    forma de aerossol; permitindo a ativação eficaz de receptores beta-2 nos

    bronquíolos, com concentrações sistêmicas extremamente baixas.

      SALBUTAMOL – também conhecido como albuterol é administrado por

    inalação ou por via oral para alívio sintomático do broncoespasmo. Quando inalado,

    causa broncodilatação significativa em 15 minutos e os efeitos persistem durante 3-4

    h;

      TERBUTALINA – rápido efeito broncodilatador após inalação ou

    administração parenteral, após inalação o efeito persiste por 3-6 h quando

    administrado por via oral o efeito demora de 1 a 2h. É utilizada no tratamento em

    longo prazo das doenças obstrutivas das vias respiratórias e no broncoespasmo

    agudo. Além de ser uma ferramenta farmacológica na crise asmática emergencial;

      SALMETEROL – possui duração de ação prolongada de

    aproximadamente 12h, entretanto seu início de ação é relativamente lento após

    inalação, sendo inapropriado para alívio imediato das crises inesperadas de

    broncoespasmo.

    Os principais efeitos adversos dos agonistas beta-adrenérgicos são

    resultantes da ativação excessiva dos receptores beta-adrenérgicos. O tremor

    muscular constitui um efeito adverso comum. O desenvolvimento de tolerância é

    observado com a terapia em longo prazo com esses agentes, refletindo uma

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    dessensibilização dos receptores beta-2 adrenérgicos. Para minimizar esse efeito,

    deve-se iniciar a terapia oral com dose baixa, e progressivamente aumentando à

    medida que surgir o tremor. A sensação de inquietação, apreensão e ansiedade sãosintomas apresentados pelos pacientes tratados por via oral ou parenteral. A

    taquicardia é um efeito adverso comum dos agonistas beta-adrenérgicos quando

    administrados por via sistêmica. A estimulação da frequência cardíaca ocorre via

    receptor beta-1 adrenérgico.

    g. Antagonista dos Receptores Alfa-Adrenérgicos

    Bloqueiam a ligação das catecolaminas endógenas aos receptores alfa-1 e

    alfa-2 adrenérgicos promovendo vasodilatação, redução da pressão arterial e

    redução da resistência periférica. Observa-se ativação dos barorreceptores a fim de

    compensar a diminuição da pressão arterial, resultando em aumento dos reflexos da

    frequência cardíaca e do débito cardíaco.

    A FENOXIBENZAMINA e FENTOLAMINA bloqueiam irreversivelmente e

    reversivelmente, respectivamente os receptores alfa-1 e alfa-2 adrenérgico. Dessa

    forma, a fentolamina apresenta duração de ação curta, é utilizada na hipertensão e

    sudorese associadas ao feocromocitoma.

    Os antagonistas dos receptores alfa-1 seletivos são:

      PRAZOSIN - relaxa o músculo liso arterial e venoso, produzindo

    diminuição na resistência vascular periférica. Esse efeito não leva ao aumento da

    frequência cardíaca como se observa com outros agentes vasodilatadores. O

    prazosin também é um potente inibidor das fosfodiesterase e nucleotídeos. O

    tratamento inicia-se com uma dose de 1 mg, 2-3x/dia, geralmente administrada ao

    deitar, o paciente deve permanecer deitado por um bom tempo a fim de reduzir os

    riscos de hipotensão postural grave relacionada a primeira dose. O prazosin é

    utilizado no tratamento da hiperplasia prostática benigna nas doses de 1-5 mg

    2x/dia;

      TERAZOSIN/ DOXAZOSIN - são análogos estruturais da prazosina

    que apresentam maior biodisponibilidade por via oral, sendo indicados para o

    tratamento da hiperplasia prostática benigna, nas doses de 10 mg/dia e 1 mg/dia,respectivamente. Esses agentes também podem levar a hipotensão postural grave;

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      TANSULOSIN – antagonista alfa-1A-seletivo, predominante no

    músculo liso do trato geniturinário; biodisponibilidade muito alta; tempo de meia-vida

    de 9-15h; metabolizada extensamente no fígado; indicada terapeuticamente parahiperplasia prostática benigna na dose inicial de 0,4 mg/dia sem acarretar efeitos

    significativos sobre a pressão arterial; a ejaculação anormal consiste em um efeito

    adverso nestes pacientes.

    A IOIMBINA, alcaloide encontrado na casca da árvore Pausinystalia

    yohimbe, atua como antagonista competitivo seletivo para os receptores alfa-2

    adrenérgicos. Por penetrar facilmente no sistema nervoso central, atua aumentando

    a pressão arterial e a frequência cardíaca. A atividade motora é intensificada

    provocando tremores. Antigamente, a ioimbina era muito utilizada no tratamento da

    disfunção sexual masculina.

    h. Antagonistas dos Receptores Beta-Adrenérgicos

    Os fármacos desta classe recebem muita atenção clínica devido a sua

    eficácia na terapêutica da hipertensão, da cardiopatia isquêmica, da insuficiência

    cardíaca congestiva e certos casos de arritmias.

    O mecanismo de ação dos antagonistas beta-adrenérgicos consiste no

    bloqueio dos receptores beta-adrenérgicos. Podem ser divididos em: agentes

    seletivos ou não seletivos para os receptores beta-1 adrenérgico.

    Os antagonistas não seletivos são PROPRANOLOL (dose 40-480 mg/dia),

    NADOLOL (dose 40-80 mg/dia) e TIMOLOL (dose 10-40 mg/dia). O tratamento com

    tais agentes podem ocasionar os seguintes efeitos adversos: broncoespasmo,

    bradiarritmias, sedação, mascarar os sintomas de hipoglicemia, depressão, dispneia

    e sibilos. Dessa forma, são contraindicados na asma brônquica e doença pulmonar

    obstrutiva crônica, choque cardiogênico e insuficiência cardíaca não compensada.

    Os agentes antagonistas beta-1 seletivos (cardiosseletivos) como

    METOPROLOL (dose 100-400 mg/dia), ATENOLOL (dose 25-100 mg/dia),

    ACEBUTOLOL (dose 400-1.200 mg/dia), BISOPROLOL (dose 2,5-10 mg/dia) são

    indicados para tratamento de pacientes hipertensos ou cardiopatas com asma ou

    diabetes. Estes fármacos são mais potentes no bloqueio dos receptores cardíacos

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    (beta-1 adrenérgicos) do que os receptores beta-2. Todavia, a seletividade é relativa,

    quando utilizados em altas doses, a seletividade é perdida.

    Alguns agentes podem ainda exibir atividade dual, ou seja, são capazes debloquear os receptores beta-1, beta-2 e alfa-1 adrenérgicos, como LABETALOL

    (dose 300-600 mg/dia) e CARVEDILOL (dose 3,125-25 mg/dia) utilizados na angina

    e hipertensão. O SOTALOL (dose 160-480 mg/dia) é um antagonista beta não

    seletivo com propriedade adicional de bloqueio dos canais de potássio e com

    propriedades antiarrítmicas classe III.

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