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Macroeconomia aplicada ao agronegocio, apostila com material do curso de agronegocio da esalq
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MACROECONOMIA APLICADA
À ANÁLISE DO AGRONEGÓCIO
Carlos José Caetano Bacha
Professor Titular da ESALQ/USP
E-mail: [email protected]
Conceito de macroeconomia• A macroeconomia é ramo das Ciências Econômicas que estuda:
1) os agregados econômicos (definindo-os e discutindo comomensurá-los);
2) seus comportamentos; e,
3) as relações que guardam entre si.
Exemplos de agregados econômicos são: PIB, consumo privado,investimento privado, gastos do governo, exportações,importações, tributos, taxa de juros e taxa de câmbio.
Neste módulo, dar-se-á atenção ao estudo dos seguintes agregadoseconômicos: PIB, gastos do governo, tributos, exportações,importações, taxa de juros e taxa de câmbio, definindo-os,analisando o comportamento de alguns deles e suas relações.
• Após a exposição desta parte, o estudante terá uma visão inicial dofuncionamento atual da economia brasileira e da importância daagropecuária e do agronegócio dentro da economia brasileira.
Conteúdo
1) Conceito de PIB e sua maneira de ser
mensurado
2) Evolução da economia brasileira de
1968 a 2014: os ciclos econômicos
3) Importância da agropecuária e do
agronegócio na economia brasileira
4) Instrumentos de política
macroeconômica
5) Inflação no Brasil
Bibliografia
• BACHA, C.J.C. Entendendo a Economia
Brasileira. Campinas: Editora Alínea, 2015,
3a edição.
• Produto Interno Bruto (PIB) é o
valor monetário de todos os bens e
serviços finais produzidos, em um
determinado período de tempo, com os
serviços de fatores de produção
situados dentro dos limites geográficos
de um País.
1 - Conceito de PIB e sua maneira
de ser mensurado
Maneiras de mensurar o PIB
• É possível mensurar todos os bens e
serviços finais na economia?
• Que alternativas existem para mensurar o
PIB?
• O PIB pode ser mensurado pelos valores
adicionados na economia.
Valor adicionado
• Valor adicionado é o montante de valor agregado a umbem ou serviço intermediário para se gerar outro bem ouserviço intermediário ou final.
• Valor adicionado = valor bruto da produção –consumo intermediário
• Suponha uma economia simples que extraía madeiras deflorestas nativas, as quais são posteriormente serradas edepois transformadas em móveis para o consumo finalou para exportação. Em cada etapa dessa produção seutiliza trabalho (para o qual se paga salário), capital(para o qual se pagam lucros ou juros) e terra ouinstalações (para os quais se paga aluguel).
Exemplo de cadeia e valor
adicionado
Árvores
nativas
R$ 20
Madeiras
serradas
R$ 80
Móveis para consumidor
ou exportação
R$ 100
VA = R$ 20 VA = R$ 60 VA = R$ 20
O PIB é igual à soma de valores adicionados em todas as etapas
produtivas e se iguala ao valor monetário dos bens e serviços finais.
Ou seja, PIB = VA = R$ 20 + R$ 60 + R$ 20 = R$ 100. Pode-se,
portanto, dizer que o PIB é a soma da renda paga sob a forma de
salários, lucros, juros e aluguéis na economia.
O valor adicionado corresponde aos pagamentos de salário, lucros, juros e aluguéis em cada etapa produtiva.
PIBCF versus PIBPM
• O PIB de uma nação é calculado através dasoma dos valores adicionados em cadaatividade. Isto dá o conceito de PIB a custode fatores (PIBCF).
• Acrescentando os tributos indiretos (ICMS,IPI, ISS, PIS e COFINS), tem-se o PIB apreços de mercados, que equivale à somados valores monetários dos bens e serviçosfinais negociados no mercado (PIBPM).
• Portanto, PIBPM = PIBCF + II
• sendo que II são os tributos indiretos.
• A soma de valores adicionados nos dá o
PIBCF.
• O conceito de PIBPM é usado para dar o
valor do produto de toda a economia e o
conceito de PIBCF é usado para determinar
as participações dos setores no PIB.
• Há, também, o conceito de PIB per capita =
PIB/população residente.
• O PIBPM da economia brasileira em 2014 foi de R$5,521 trilhões e de R$ 5,158 trilhões em 2013. Houvecrescimento nominal (em reais correntes) de 7,0% doPIBPM. No entanto, estima-se que o PIBPM real(descontada a inflação) aumentou 0,1% em 2014 emrelação a 2013.
• Apesar do crescimento real, em dólar corrente o PIBbrasileiro passou de US$ 2,388 trilhões em 2013 paraUS$ 2,345 trilhões em 2014 (queda de 1,8%).
• Em 2014, a agropecuária (entendida como sendo asatividades desenvolvidas nos estabelecimentosagropecuários, isto é, "da porteira para dentro") foiresponsável por 5,6% do PIBCF (que não inclui impostose contribuições indiretos), a indústria por 23,4% e osetor serviços por 71,0% do PIBCF..
PIB nominal versus PIB deflacionado
Posição do Brasil no PIB mundial• De 11a maior economia mundial em 2005, o Brasil passou à 8a maior
economia em 2009 e 2010 e foi a 6a maior economia em 2011, caindopara a 7a posição em 2012 a 2014.
• A melhoria de posição em 2009 foi porque o Brasil sofreu menos coma crise financeira de 2008 e 2009 do que outros países e teve fortecrescimento econômico em 2010. E novamente, em 2011, o Brasilcresceu mais do que importantes países. Apesar de ter relativo baixocrescimento do PIB real em 2012 e moderado crescimento em 2013.
• O PIB mundial passou de US$ 62,98 trilhões em 2008 para US$ 59,7trilhões em 2009 (em valores correntes). Tratou-se de uma quedaquase igual ao PIB da Alemanha em 2009 (que tem o 4O maior PIB domundo).
• No entanto, o PIB do Brasil representava apenas 3,0% do PIB doMundo em 2014. Os EUA, por exemplo, deteve 22,4% do PIB doMundo em 2014 e a China, 13,3%.
• Fenomenal é o crescimento do PIB chinês, que desde 2010 passou aser a segunda maior economia do Mundo. Em 2005, o PIB chinêscorrespondeu a 4,8% do PIB mundial. Essa importância multiplicoupor 2,7 em 2014.
Exercício 1: a) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do
PIB dos EUA em 2014?
b) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do PIB
chinês em 2014?
PIB em bilhões de dólares das maiores economias do mundo País 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
EUA 13.093,70 13.855,90 14.477,60 14.718,60 14.418,70 14.964,37 15.517,93 16.163,16 16.768,05 17.419,00 China 2.268,59 2.729,78 3.523,09 4.558,43 5.059,42 6.039,66 7.492,43 8.461,62 9.490,60 10.360,11 Japão 4.571,87 4.356,75 4.356,35 4.849,18 5.035,14 5.495,39 5.905,63 5.954,48 4.919,56 4.601,46 Alemanha 2.857,63 2.998,62 3.435,68 3.746,92 3.412,98 3.412,21 3.751,88 3.533,24 3.730,26 3.852,56 Reino Unido 2.412,11 2.582,75 2.963,10 2.791,68 2.308,10 2.407,86 2.592,02 2.614,95 2.678,17 2.941,89 França 2.203,68 2.325,01 2.663,11 2.923,47 2.693,83 2.646,99 2.862,50 2.681,42 2.810,25 2.829,19 Brasil 892,51 1.107,29 1.395,65 1.691,91 1.670,18 2.210,31 2.613,52 2.411,53 2.387,87 2.345,00 Itália 1.853,51 1.943,53 2.204,09 2.391,88 2.186,24 2.126,75 2.278,09 2.075,22 2.136,95 2.144,34 Índia 834,22 946,12 1.238,70 1.224,10 1.365,37 1.708,46 1.835,81 1.831,78 1.861,80 2.066,90 Rússia 764,02 989,93 1.299,71 1.660,85 1.222,64 1.524,92 1.904,79 2.016,11 2.079,02 1.860,60 Canadá 1.164,14 1.310,75 1.457,87 1.542,62 1.370,84 1.614,01 1.788,80 1.832,72 1.838,96 1.786,66 Austrália 693,34 747,21 853,44 1.055,03 926,28 1.141,27 1.388,07 1.534,43 1.560,37 1.453,77 Coréia do Sul 898,14 1.011,80 1.122,68 1.002,22 901,93 1.094,50 1.202,46 1.222,81 1.305,60 1.410,38 Espanha 1.157,28 1.264,55 1.479,34 1.634,99 1.499,07 1.431,67 1.494,51 1.355,73 1.393,04 1.404,31 México 866,35 966,87 1.043,47 1.101,28 894,95 1.051,13 1.171,19 1.186,66 1.262,25 1.282,72
Mundo 47.033,72 50.971,47 57.452,22 62.982,83 59.704,69 65.489,20 72.572,25 74.041,59 76.123,95 77.868,77
Fonte: Banco Central do Brasil para Brasil e Banco Mundial para demais países. Nota: em 2005, o Brasil era a 10a economia mundial e em 2013, a sétima economia mundial.
Exercício 1
• a) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do
PIB dos EUA em 2014?
• b) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do
PIB chinês em 2014?
• Sabe-se que PIBEUA = US$ 17.419,0 bilhões, PIBChina
= US$ 10.360,11 bilhões e PIBBrasil = US$ 2.345,0
bilhões
Conteúdo
1) Conceito de PIB e sua maneira de ser
mensurado
2) Evolução da economia brasileira de
1968 a 2014: os ciclos econômicos
3) Importância da agropecuária e do
agronegócio na economia brasileira
4) Instrumentos de política
macroeconômica
5) Inflação no Brasil
Determinantes do PIB
Há várias óticas de considerar os determinantes do
PIB, entre as quais se destaca a ótica do dispêndio.
Ela mensura o produto pelos componentes que o
absorve (pelos bens e serviços demandados).
PIBPM + M = C + Ir + G + X
Oferta Global Absorção
PIBPM = C + Ir + G + X M
DAR = Demanda Agregada Realizada
Observe que Ir, G , X e/ou M PIB
Definições
• PIBPM = PIB a preços de mercado
• C = consumo do setor privado
• Ir = investimento do setor privado
• G = gastos do governo
• X = exportações de bens e serviços
• M = importações de bens e serviços
• T = arrecadação tributária.
Políticas macroeconômicas e PIB
• Lembre-se que: PIBPM = C + Ir + G + X M
• Podem ocorrer conflitos entre políticas macroeconômicase o desejo de crescimento do PIB.
• Políticas monetária e cambial visando o controle dainflação implicam aumento da taxa de juros e queda dataxa de câmbio. Com isso: Ir, X e/ou M PIB
• Política fiscal de controle do déficit público implica: G e T ( C ) PIB
• Além do conceito de PIBPM há o PIB per capita (= PIBPM
dividido pela população residente).
• É possível que o PIBPM cresça e o PIB per capita podecrescer, ficar constante ou diminuir.
EVOLUÇÃO DA ECONOMIA
BRASILEIRA de 1968 a 2014: os ciclos
• Classificando:
• Crescimento Econômico é a situação na qual PIB(total) e PIB per capita estão crescendo.
• Desaceleração Econômica é a situação na qual PIB(total) e PIB per capita crescem a taxas decrescentes.
• Estagnação Econômica é quando o PIB per capitaestá constante.
• Recessão Econômica é a situação na qual o PIB(total) e o PIB per capita diminuem.
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1.3) EVOLUÇÃO DA ECONOMIA
BRASILEIRA de 1968 a 2014: os ciclos
Fonte: IBGE
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PIBpm (R$ milhões de 2014) PIB per capita (R$ de 2014)
1.3) EVOLUÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA
de 1968 a 2014: os ciclos
Fonte: IBGE
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Após a recessão de 2009, houve forte crescimento econômico em
2010, seguido de desaceleração de 2011 a 2014. E 2015?
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O PIB do Brasil em 2015
• As estimativas do FMI (divulgadas em começo de
outubro deste ano) indicam que o PIB do Brasil
reduzirá de 3,0% em 2015 e caíra 1% em 2016.
• As estimativas do FMI para o crescimento do PIB
dos demais BRICS para 2015 são:
Rússia (-3,8%), China (6,8%), Índia (7,3%) e
África do Sul (1,4%).
• Veja notícia no site:
http://www.valor.com.br/brasil/4257942/pib-do-
brasil-deve-recuar-3-em-2015-e-1-em-2016-preve-
fmi
Conteúdo
1) Conceito de PIB e sua maneira de ser
mensurado
2) Evolução da economia brasileira de
1968 a 2014: os ciclos econômicos
3) Importância da agropecuária e do
agronegócio na economia brasileira
4) Instrumentos de política
macroeconômica
5) Inflação no Brasil
Definição de agropecuária
• Agropecuária é o grupo de atividades que usam aterra como fator de produção seja para o plantiode culturas, para a criação de animais, o plantiode florestas, a aquicultura, por exemplo.
• Agricultura passa a ser um sub-setor daagropecuária, e a Pecuária é outro sub-setor daagropecuária.
• Por que é importante distinguir agricultura depecuária?
• Ambas podem ter desempenhos diferentes esofrerem impactos distintos das políticaseconômicas.
Definição de agronegócio
• O termo agronegócio é a tradução do termo
agribusiness e se refere ao conjunto de atividades
realizadas pela agropecuária e pelas atividades que
lhe fornecem insumos ou industrializam ou
distribuem os produtos agropecuários e
agroindustriais.
• O agronegócio é uma agregação de atividades,
divididas em, no mínimo, quatro segmentos.
Esquema do AgronegócioSeg-
mento I
Ofer-
tantes
de insu-
mos
para a
agrope-
cuária
Seg-
mento II
Agro-
pecuária
Seg-
mento
III
Agro-
indústri
as
Seg-
mento
IV
Distri-
buição
Há autores que chamam o segmento I de “indústria para a agricultura” (ou atividades antes
da porteira) e o segmento III de “indústria da agricultura”. Mas observe que o Segmento I
pode englobar atividades de serviços, e agricultura é distinta de agropecuária.
Outra distinção importante é entre CAI (complexo agroindustrial, colocado acima) e SAG
(sistema agroindustrial).
3.1 - Análise da Participação da
agropecuária e do agronegócio na
Constituição do PIBCF
• O Sistema de Contas Nacionais do
Brasil nos fornece o produto a custo de
fatores de cada setor da economia
brasileira, os quais são: agropecuária,
indústria e serviços.
3.1.1 - Tendência de participação da
agropecuária no PIB
• A tendência histórica da participação daagropecuária no PIB em qualquer país é dediminuir, pois a demanda de alimentos é inelásticaa variação na renda.
• Isto ocorreu no Brasil de 1948 a 1997.
• No entanto, de 1997 a 2003, essa participaçãoaumentou devido a quatro fatores: melhora nospreços recebidos versus preços pagos pelaagropecuária, melhora na relação preços agrícolasversus preços industriais, aumento daprodutividade e aumento das exportações.
Há uma tendência histórica de queda da participação da agropecuária no PIB pois a
demanda de alimentos é inelástica a variações na renda. Mas essa queda não é
homogênea. Veja a recuperação de 1997 a 2003 e a crise dos anos 2005 e 2006.
A indústria perde importância a partir de 1987 devido à tercerização (que transfere
renda da indústria para os serviços) e a partir de 2011 com a desindustrialização
causada pelas importações.
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AGROPECUÁRIA
INDÚSTRIA
SERVIÇOS
Gráfico 2 - participação dos setores na composição do PIB brasileiro - 1947 a 2014
Fonte: IBGE
As participações da agropecuária e do setorserviços no PIB diminuíram no período de 1947 a1986, enquanto a participação da indústriaaumentava.
De 1986 a 1997, as participações da indústria e daagropecuária caíram, enquanto aumentou aparticipação do setor serviços no PIB.
De 1998 a 2003, a situação inversa ocorreu, ouseja, as participações da agropecuária e da indústriana composição do PIB aumentaram, enquantocaíram as participações do setor serviços.
Nos anos de 2005 e 2006 houve forte queda daimportância da agropecuária no PIB, com relativaestabilização desta participação entre 5,2% e 5,7%do PIBPM entre 2007 e 2014.
Exercício 2
• Em 1997, as participações da agropecuária e
da indústria no PIB foram, respectivamente,
5,3% e 25,4%. Em 2003, essas
participações foram, respectivamente, 7,2%
e 27,0%. Quais foram as taxas de
crescimento das participações da
agropecuária e da indústria no PIB no
período de 1998 a 2003?
A crise de 2005 e 2006 e os anos seguintes
• Os anos de 2005 e 2006 presenciaram significativa redução doPIB da agropecuária em relação a 2004, devido à grande quedade preços de produtos agropecuários, atribuída em parte àvalorização cambial.
• A tabela a seguir apresenta as participações dos setores no PIB.
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Agropecuária 6,7 5,5 5,1 5,2 5,4 5,3 4,9 5,1 5,3 5,6 5,6
Indústria 28,7 28,6 27,8 27,1 27,4 25,7 27,4 27,2 25,4 24,4 23,4
Serviços 64,6 65,9 67,1 67,7 67,2 69,1 67,8 67,7 69,4 70,0 71,0
Em 2004, o PIBPM a preços de 2014 da agropecuária foi de R$ 264,36
bilhões, passando a R$ 223,40 bilhões em 2005 (queda de 15,5%), R$
218,21 bilhões em 2006 (nova queda de 2,3%), recuperando para R$ 233,55
bilhões em 2007, R$ 255,36 bilhões em 2008, R$ 247,81 bilhões em 2009,
R$ 246,24 bilhões em 2010, R$ 270,21 bilhões em 2011, R$ 282,67 bilhões
em 2012, R$ 310,35 bilhões em 2013 e R$ 306,95 bilhões em 2014.
PIB da agropecuária e de seus componentes
A produção vegetal (agricultura, silvicultura e exploração florestal) representou
67,7% do PIB da agropecuária em 2009 e a produção animal (pecuária e pesca) os
outros 32,3%. Observe que a grande queda de renda da agropecuária em 2005 foi
advinda da agricultura, a qual melhora em 2006, com a pecuária tendo piora.
Os setores econômicos são sujeitos, também, a ciclos
específicos. Destacam-se a crise da agropecuária em 2005 e
2006 e o baixo crescimento industrial a partir de 2005, com
queda nos três últimos anos.
O setor serviços é o mais importante na composição do PIB
brasileiro, mas seus componentes têm crescimentos distintos.
As mudanças na composição do
setor serviços
• É importante observar as mudanças que têmocorrido na composição do setor serviços.
• Em períodos de inflação alta, o setor financeiroteve grande participação na composição doPIB brasileiro. Diminuindo essa participaçãoquando a inflação diminuiu.
• Outro segmento importante na composição doPIB do setor serviços é o de administraçõespúblicas.
Participações das instituições financeiras no PIB: 7,8% em 1986,
25% em 1993, 6,8% em 2000 e 6,7% em 2014.
Participações das administrações públicas no PIB: 8,0% em
1986, 11,1% em 1993, 15,5% em 2000 e 16,8% em 2014.
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
1947
1950
1953
1956
1959
1962
1965
1968
1971
1974
1977
1980
1983
1986
1989
1992
1996
1999
2002
2005
2008
2011
2014
PE
RC
EN
TA
GE
M
ANO
SERVIÇOS
INST. FINAN.
ADM. PUBLICAS
OUTROS SERV
Gráfico 3 - participação do setor serviços e de seus componenntes no PIB - 1947 a 2014
1.5.2 - Participação do agribusiness no PIB
brasileiro
• Denomina-se de agribusiness ou complexoagroindustrial (CAI) - termos normalmenteusados como sinônimos - o conjunto deatividades realizadas pela agropecuária epelos setores diretamente a ela vinculados.
• Portanto, o complexo agroindustrial é oconjunto formado pela sucessão deatividades vinculadas à produção e àtransformação de produtos agropecuários.
Visão sistémica da economia
• O complexo agroindustrial (CAI) apresenta
uma visão sistêmica da economia,
evidenciando como certos segmentos
fornecem insumos à agropecuária e outros
segmentos procedem à transformação
industrial e à distribuição dos produtos in
natura ou transformados.
Esquema do Agronegócio
Seg-
mento I
Ofer-
tantes
de insu-
mos
para a
agrope-
cuária
Seg-
mento II
Agro-
pecuária
Seg-
mento
III
Agro-
indústri
as
Seg-
mento
IV
Distri-
buição
Dimensão do agronegócio
• A queda de importância do agronegócio no PIB em 2005 (em 1,9p.p.) em relação a 2004 deveu-se, principalmente, à crise daagropecuária em 2005 (-1,2 p.p.).
1959 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Agropecuária 17,2 6,4 7,2 6,7 5,5 5,1 5,2 5,4 5,3 4,9 5,1 5,3 5,6 5,6
Agronegócio 52,8 25,0 26,3 25,5 23,6 22,8 23,2 23,8 22,5 22,5 23,1 22,2 22,5 22,4
Os dados das Contas Nacionais sobre a participação da agropecuária
no PIB brasileiro só computam as atividades realizadas da “porteira
para dentro”. Se for adotado o conceito de complexo agroindustrial,
tem-se uma participação maior do agronegócio no PIB.
Tabela: Participação da agropecuária e do agronegócio no PIB
brasileiro
Fonte: IBGE e CEPEA
Exercício 3
• 3.a) Calcule a relação (participação do PIB
do agronegócio/participação do PIB da
agropecuária) em 1959 e em 2014.
• 3.b) O que essa relação indica?
A tendência geral é do agronegócio perder importância no PIB da
economia brasileira, mas com flutuações de um ano a outro. O
agronegócio passou de 52,8% do PIB brasileiro em 1959 para 22,4% em
2014. Por que o agronegócio aumentou de importância no PIB brasileiro
de 2000 a 2003?
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
19
59
19
70
19
75
19
80
19
85
19
90
19
94
19
95
19
96
19
97
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
Perc
enta
gem
AnoFonte: Montoya e Guilhoto (1999), Furtuoso e Guilhoto (2001) e CEPEA.
Dimensão do agronegócio na economia
• Por que há uma tendência à redução do
agronegócio na economia brasileira até a
década de 1990?
• A demanda de alimentos é inelástica a
variações da renda.
• Como se mensura o agronegócio?
• Qual é a dimensão do agronegócio em
outros países?
Importância do agronegócio no PIB
de alguns países – 1997País %
Argentina 32,20
Brasil 28,07
Chile 32,10
Colômbia 32,10
Costa Rica 32,50
México 24,50
Holanda 8,70
EUA 8,10
Fonte: dados apresentados por Guilhoto (1999)
Dimensão do agribusiness nas regiões do
Brasil
• O agronegócio pode ter:
Importância diferente nas distintas regiões doBrasil,
A importância do agronegócio em uma mesmaregião ao longo do tempo pode aumentar, diminuirou ficar estável,
Os componentes do agronegócio podem terdiferentes composições entre as regiões,
A participação do agronegócio entre os estados deuma mesma região em um mesmo ano pode sermuito diferente.
Participação do agronegócio no PIB das regiões
e do Brasil – 1995 e 2004 (valores em %)
1995 2004
Norte 26,2 33
Nordeste 28,3 29
Centro-Oeste 38,1 45
Sudeste 23,2 21
Sul 52,5 49
Brasil 30,4 30
Observação: os dados deste slide e dos próximos sobre o agronegócio
consideram a série anterior de PIB do IBGE e, portanto, superdimensionam a
importância do agronegócio no PIB em relação à série atual. Por exemplo, pela
série atual a importância do agronegócio no PIB do Brasil foi de 25,7% em 2004.
Fonte: Parré (2000, p. 99) e Guilhoto et al. (2007, p. 40)
Tabela 3 - Participação do agronegócio no PIB regional e sua distribuição segundo os
segmentos – Brasil – 1995
Participações dos segmentos no PIB do agribusiness
Região Segmento I Segmento II Segmento III Segmento IV
Participação
do
agribusiness
no PIB
Norte 14,3 40,1 19,0 26,5 26,2
Nordeste 12,1 37,5 14,5 35,8 28,3
Centro-Oeste 28,3 39,4 7,2 25,0 38,1
Sudeste 15,3 23,3 19,7 41,7 23,2
Sul 20,1 29,6 19,9 30,4 52,5
Brasil 17,6 29,5 17,7 35,1 30,4
Fonte: Parré (2000, p. 99).
Importância dos segmentos do agronegócio por
região
Observação: a última coluna não é a soma da linha. A última coluna é a
importância do agronegócio no PIB de cada região e os dados das colunas 2 a 5
são a importância de cada segmento no valor da última coluna.
Importância do agronegócio em nível de Estado –
ano de 2004 (é a percentagem do agronegócio no
PIB do Estado)
• Região Norte (33%): AC (25,15%), AP (15,37%), AM(22,35%), PA (44,93%), RO (43,43%), RR (19,50%) e TO(36,25%).
• Região Nordeste (29%): AL (34,37%), BA (31,87%), CE(25,45%), MA (32,42%), PB (40,04%), PE (23,55%), PI(29,14%), RN (29,26%) e SE (20,42%).
• Região Sudeste (21%): ES (29,06%), MG (24,59%), RJ(7,35%) e SP (25,59%).
• Região Sul (49%): PR (44,82%), SC (54,46%) e RS(49,22%).
• Região Centro-Oeste (45%): DF (3,83%), MT (67,13%),MS (78,56%) e GO (58,04%)
Fonte: Guilhoto et al. (2007, p. 88 a 171)
Exercício 4
• Considerando as informações para a
importância do agronegócio nos PIB dos
estados brasileiros em 2004, qual era o
estado que apresentava a maior importância
do agronegócio na economia estadual? Em
que estado o agronegócio era menos
importante na economia estadual em 2004?
Importância das regiões no PIB total e no PIB
do agronegócio brasileiro (valores em %)
região Importância da
região no PIB
do agronegócio
do Brasil
Importância da
região no PIB
total do Brasil
Norte 5,9 5,3
Nordeste 13,7 14,1
Centro-Oeste 11,4 7,5
Sudeste 39,2 54,9
Sul 29,8 18,2
Brasil 100 100
Fonte: Guilhoto et al. (2007, p. 39).
Outros indicadores de importância do
agronegócio ou da agropecuária na economia
brasileira
• Até agora foi dada atenção apenas ao PIB
como indicador da importância de um setor
(agropecuária ou agronegócio) na economia.
• No entanto, outros indicadores também
podem ser considerados, como por exemplo:
número de empregados, importância na
geração das exportações ou do saldo
comercial, número de empresas.
• Esses outros indicadores dão à agropecuária ou ao
agronegócio uma importância muitas vezes maior
do que se apenas considerar a parcela do PIB que
esses setores geram.
• Por exemplo, os trabalhadores da agropecuária
representaram 28,3% das pessoas ocupadas no
Brasil em 1992, 24,2% em 1999, 20,6% em 2001,
19% em 2003, 16,8% em 2008 e 13,6% em 2013.
• Apesar de estar ocupando menos pessoas (devido a
sua modernização), a agropecuária tem maior
importância na geração de emprego (13,6% em
2013) do que de PIB (5,6% em 2013).
Importância da
agropecuária:
18,4 milhões
de pessoas
ocupadas em
1992 (28,3%
do total) e 12,8
milhões
empregadas em
2013 (13,6%).
Os segmentos II e III do agronegócio têm mantido, desde
2008, uma importância entre 30% e 40% no total exportado
pelo Brasil, tendo balança comercial positiva e crescente.
Apesar da queda de importância dos produtos agropecuários e agroindústriais
no total exportado pelo Brasil de 1961 (quando foi de 87% do total exportado
pelo Brasil) até 1986 (quando esse percentual foi de 38,4%), nos últimos dez
anos essa percentagem varia entre 30% e 40%. Chegou a ser 38,4% em 2009,
mesmo percentual de 1986. Em 2012, ele foi de 36,1%.
0,010,020,030,040,050,060,070,080,090,0
100,01
96
1
19
64
19
67
19
70
19
73
19
76
19
79
19
82
19
85
19
88
19
91
19
94
19
97
20
00
20
03
20
06
20
09
20
12
Participação dos produtos agropecuários e agroindústriais nas exportações brasileiras
%
Ano
As exportações dos produtos agropecuários e agroindustriais (dos segmentos II
e III do agronegócio brasileiro) sempre ultrapassam as importações. Em 2000,
essas exportações totalizaram US$ 16 bilhões e as importações, US$ 5,2
bilhões. Em 2012, essas exportações foram de US$ 87,6 bilhões e as
importações de US$ 12,2 bilhões.
05.000
10.00015.00020.00025.00030.00035.00040.00045.00050.00055.00060.00065.00070.00075.00080.00085.00090.00095.000
19
61
19
63
19
65
19
67
19
69
19
71
19
73
197
5
19
77
19
79
19
81
198
3
19
85
19
87
19
89
19
91
19
93
19
95
19
97
19
99
20
01
20
03
20
05
20
07
200
9
20
11
Milh
ões d
e U
S$
Ano
Gráfico 7.2 Evolução das exportações e importações de produtos da agropecuária e da agroindústria- 1961 a 2012
exportação
importaçãoFonte: FAO e IPEA.
Balança comercial = exportações importações
A balança comercial dos segmentos II e III do agronegócio brasileiro é
sempre superavitária. Em 2012, o saldo dessa balança foi de US$ 76,5
bilhões, contra o déficit de US$ 46,7 bilhões dos produtos não
agropecuários e não agroindustriais.
-60000
-40000
-20000
0
20000
40000
60000
80000
100000
1961
1964
1967
1970
1973
1976
1979
1982
1985
1988
1991
1994
1997
2000
2003
2006
2009
Milh
õe
s d
e U
S$
Ano
Gráfico 7.3 Evolução da balança comercial brasileira - 1961 a 2012
agropecuária+agroindústria
não-agrícola
totalFontes: FAO e Ipea.
Conteúdo
1) Conceito de PIB e sua maneira de ser
mensurado
2) Evolução da economia brasileira de 1968
a 2014: os ciclos econômicos
3) Importância da agropecuária e do
agronegócio na economia brasileira
4) Instrumentos de política
macroeconômica
5) Inflação no Brasil
4 – Políticas macroeconômicas
• As principais políticas macroeconômicassão:
• Política fiscal
• Política monetária
• Política cambial
• Política de rendas
• Política comercial
4.1 - A Política Fiscal
• A política fiscal se refere às
decisões sobre tributação e gastos
por cada uma das esferas de poder
público (o Governo Federal, os
Governos Estaduais e os Governos
Municipais).
• Há três tipos de tributos: taxa,
contribuição e impostos.
Taxa
• “Taxa é a denominação que se dá ao tributo
que tem como fato gerador o exercício, pelo
governo, do poder de polícia e de fiscalização,
ou o custeio de determinado serviço público
posto à disposição da comunidade de modo
geral”.
• Exemplos: taxa de coleta de lixo, taxa de
licenciamento de veículos.
Contribuição
• “Contribuição é uma denominação aplicada aos
tributos destinados a custear serviços públicos
recebidos diretamente pelo contribuinte”, seja no
passado ou no futuro.
• Há dois tipos de contribuições: as contribuições sociais
e as contribuições de melhorias.
• Contribuições sociais: pagamentos ao INSS.
• Contribuições de melhoria: ressarcimento ao setor
público por melhorias de infraestrutura econômica.
Impostos
• “Imposto é a denominação que se dá ao
tributo que tem como fato gerador um
fenômeno econômico independente de
qualquer atividade estatal”.
• Há dois tipos de impostos:
os impostos diretos
os impostos indiretos
• Os impostos diretos são aqueles queincidem sobre a renda ou sobre opatrimônio dos indivíduos ou firmas.
• São exemplos de impostos diretos:
o Imposto de Renda Sobre Pessoa Física(IRPF) e Sobre Pessoa Jurídica (IRPJ),
o Imposto sobre a Propriedade TerritorialRural (ITR),
o Imposto Predial e Territorial Urbano(IPTU), e
o Imposto sobre a Propriedade deVeículos Automotores (IPVA).
• Os impostos indiretos são aqueles
cobrados nas transações econômicas e
que são repassados aos preços dos
bens e serviços.
• Exemplos de impostos indiretos são:
Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e sobre Serviços de
Transportes e Comunicações (ICMS), e
Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI).
Carga Tributária Bruta
• Produto Interno Bruto (PIB) é a renda gerada na
economia sob as formas de salários, lucros, juros e
aluguéis ao longo de um período, por exemplo, um ano.
• Carga Tributária Bruta é a relação tributos/PIB.
• CTB é crescente no Brasil. Na tabela a seguir os valores
estão em percentagens.
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
29,46 30,67 32,36 32,16 33,19 33,75 33,94 33,97 34,00 32,93 33,19 34,11 33,88 35,04 35,42
Fonte: IBPT para dados de 2000 a 2014 (exceto o dado de 2011 que é
oriundo do MF). Nota: as percentagens desta tabela não incluem os
royalties. Esses valores de CTB consideram a nova série do PIB.
Exercício 5
• Quantos pontos percentuais aumentou a carga
tributária bruta no Brasil entre 2000 e 2014?
Qual foi a taxa de crescimento percentual da
carga tributária bruta?
4.2 - A Política Monetária
• A política monetária diz respeito ao
controle do governo sobre a oferta de
moeda. Através disso, o Governo
Federal influencia a determinação da
taxa de juros.
• A política monetária é de uso exclusivo
do governo federal e é executada pelo
Banco Central do Brasil.
A taxa de juros
• A taxa de juros é o valor (preço) do
aluguel do dinheiro.
• Esse preço é fixado como uma
percentagem do valor emprestado.
• A taxa de juros é fixada no mercado
através do cruzamento das curvas de
oferta e demanda de moeda.
Influência do Banco Central
• O BACEN não fixa a taxa de juros.
Quem fixa a taxa de juros é o mercado.
• O BACEN tem a capacidade de alterar
a curva de oferta de moeda. Assim
atuando, o BACEN conduz o mercado a
aumentar ou diminuir a taxa de juros.
Os intermediários financeiros
• Os bancos comerciais são intermediários no
repasse de recursos entre os agentes
econômicos.
• Eles tomam recursos dos agentes com
orçamentos superavitários e os repassa aos
agentes com orçamentos deficitários.
• Os bancos cobram um spread entre a taxa
de juros de captação e a taxa de juros de
empréstimo.
Taxas de empréstimo e de captação
• Taxa de juros de empréstimo = [(1 + taxa dejuros de captação)(1 + spread)] – 1
• Com taxas em valores decimais.
• Exemplo.
• A taxa de juros apresentada dois slides atrásé a média vigente para toda a economia(média entre taxas de empréstimos ecaptação).
• Existem várias taxas de empréstimos e decaptação, diferentes para pessoas físicas ejurídicas.
Taxa de juros nominal e real
• A equivalência entre taxas de juros real
e nominal e a taxa de inflação obtém-se
através da seguinte equação:
• (1+r*)(1+) = (1+r)
• onde: r* é a taxa de juros real em
valores decimais, é a taxa de inflação
em valores decimais e r é a taxa de
juros nominal em valores decimais.
Taxa de juros nominal e real
Taxa de juros nominal e real
• Considere o seguinte exemplo: r = 45%
= 0,45 e = 100% = 1. Nesse caso,
a taxa de juros real é:
• Uma taxa de juros real negativasignifica um subsídio ao tomador deempréstimo, sendo que ocorre umatransferência de renda do agente queconcede o crédito ao tomador decrédito.
• No exemplo acima, observe que otomador de empréstimo deveriadevolver, no mínimo, R$ 2,00 para cadaR$ 1,00 tomado de empréstimo(considerando correção monetária de100% devido a inflação).
• Porém, o tomador de empréstimo
devolveu apenas R$ 1,45.
• Assim, dos R$ 2,00, apenas R$ 1,45 foi
devolvido, havendo a transferência de
R$ 0,55.
• Portanto, dos R$ 2,00, R$ 0,55 foi
transferido do emprestador para o
tomador de crédito. Isto dá subsídio de
0,55/2 igual a 27,5%.
Evolução das taxas de juros
no Brasil• Desde 1995, com a queda das taxas de
inflação, a tendência tem sido deredução das taxas de juros nominais(gráfico a seguir).
• No entanto, as taxas de juros reaisainda se mantêm positivas.
• O valor da taxa de juros real dependemuito do índice de inflação consideradono cálculo.
Evolução das taxas de juros nominal e real efetiva – taxa
Selic – janeiro de 1995 a dezembro de 2014
Taxas de juros deflacionadas pelo IGP-DI: 1o mandato FHC: 1,01% a.m; 2o mandato
FHC: 0,25% a.m.; 1o mandato Lula: 0,92% a.m.; 2o mandato Lula: 0,34% a.m; 1o
mandato de Dilma: 0,33% a.m. Usando IPC-FIPE as taxas, foram, respectivamente,
1,32%, 0,91%, 0,97%, 0,45% e 0,37% a.m.. Claramente, as taxas de juros reais
foram menores no 2o governo Lula e no 1o governo Dilma, mas ainda positiva e altas
em relação a outros países.
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
1995 0
1
1995 0
7
1996 0
1
1996 0
7
1997 0
1
1997 0
7
1998 0
1
1998 0
7
1999 0
1
1999 0
7
2000 0
1
2000 0
7
2001 0
1
2001 0
7
2002 0
1
2002 0
7
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2003 7
2004 0
1
2004 0
7
2005 0
1
2005 0
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2006 0
1
2006 0
7
2007 1
2007 0
7
2008.0
1
2008.0
7
2009.1
2009.7
2010.1
2010.7
2011.0
1
2011.0
7
2012.0
1
2012.0
7
2013.0
1
2013.0
7
2014.0
1
2014.0
7
Perc
enta
gem
Mês taxa de juros real-IGP taxa de juros real-FIPE
taxa de juros nominal
1o. Gov. FHC 2o. Gov. FHC 1o. Gov. Lula 2o. Gov. Lula 1o. Gov. Dilma
Taxa de juros real básica projetada (% a.a.)
País Taxa ao ano
em
20/04/05
Brasil 12,9
Turquia 7,3
África do Sul 5,2
Hungria 5,1
México 4,6
Austrália 3,7
Israel 3,1
Inglaterra 3,0
Polônia 2,8
China 2,4
País Taxa ao ano
em
29/04/09
China 6,6
Hungria 6,4
Brasil 5,8
Argentina 4,3
Turquia 1,7
Portugal 1,7
Tailândia 1,5
Taiwan 1,4
Espanha 1,4
França 0,9
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/04/2005Fonte: Folha de São Paulo, 30/04/2009
País Taxa ao ano
em
22/01/15
Rússia 6,4
Brasil 5,4
Índia 3,4
China 3,2
Hungria 1,8
Colômbia 1,6
Indonésia 1,2
Taiwan 1,1
Polônia 1,0
Turquia 0,6
Fonte: Estado de São Paulo, 22/01/2015
4 – Políticas macroeconômicas
• As principais políticas macroeconômicassão:
• Política fiscal
• Política monetária
• Política cambial
• Política de rendas
• Política comercial
4.3 - A Política Cambial
• A política cambial refere-se à
determinação da taxa de câmbio.
• A política cambial, de modo
semelhante à política monetária, é
de uso exclusivo do governo
federal e é executada pelo Banco
Central do Brasil.
• O conceito de taxa de câmbio utilizado na
economia brasileira é o conceito britânico de
taxa de câmbio () e se refere à quantidade
de unidades monetárias brasileiras (isto é, a
quantidade de reais) trocadas por cada
unidade de moeda estrangeira.
• Assim, dizia-se que no Brasil se trocavam
R$ 1,69 por cada unidade de dólar em
dezembro de 2010.
Conceito de taxa de câmbio
Desvalorização e
Valorização do real:• Situação inicial (maio de 2015):
• R$ 3,06 = US$ 1.00
• Desvalorização do real:
• R$ 3,37 = US$ 1.00 ()
• Valorização do real:
• R$ 2,75 = US$ 1.00 ()
Exercício 6• Em fevereiro de 2003, a taxa de câmbio era R$ 3,50
por US$ 1.00. Em dezembro de 2010 a taxa de câmbio
foi de R$ 1,69 por US$ 1.00. Qual foi a taxa de
valorização cambial nesse período?
• Quem perdeu e quem ganhou com essa valorização
cambial?
Efeitos esperados da variação cambial
Efeitos esperados:
Desvalorização cambial: QX x
QM m
Valorização cambial: QX x
QM m
Temos:
PE R$= PEUS$ e
PMR$= PMUS$
Se PEUS$ e PMUS$ são constantes, tem-se:
PER$ Qx x
PMR$ Qm m
Seja:
PER$ = o preço bruto em reais recebido pelo exportador brasileiro.
PEUS$ = o preço bruto em dólar recebido pelo exportador brasileiro.
PMR$ = o preço em reais pago pelo importador brasileiro.
PMUS$ = o preço em dólar pago pelo importador brasileiro.
= taxa de câmbio (quantidade de reais trocados por cada unidade de dólar).
Outras variáveis afetando X e M
• Sempre que houver desvalorização
cambial haverá X e M?
• Outras variáveis afetam o desempenho das
exportações e importações, tais como:
1) Preços em dólar dos produtos
2) Busca de novos mercados
3) Contratos de exportação e importação.
Regime cambial atual
• A partir de 13 de janeiro de 1999, o Banco
Central adota o sistema de taxa de câmbio
com flutuação suja, o dirty floating Exchange
rate, no qual o mercado determina a taxa de
câmbio e o Banco Central entra no mercado
comprando ou vendendo dólar, mas sem pré-
determinar as regras de sua atuação.
Taxa de câmbio com flutuação suja
• O Mercado fixa a taxa de câmbio, com o BACEN
atuando quando julgar necessário.
• O BACEN só atua aumentando a demanda ou a oferta
de divisas.
Quantidade de divisas
Demanda de divisas (importadores
e BACEN)
Oferta de divisas (exportadores e
BACEN)E
0
QUS$0
Que fatores afetam a taxa de câmbio?
Fatores determinantes da taxa de câmbio
1) Liquidez internacional e grau de confiança no Brasil. Maior liquidez e maior confiança há mais entrada de dólar no Brasil
2) Diferença entre a taxa de juros real no Brasil e no exterior. Maior diferença há entrada de mais dólar no Brasil
3) Atuação do BACEN. BACEN compra dólar . BACEN vende dólar
4) O comportamento dos preços de ativos especulativos, como ações. Valor das ações aumenta, os investidores vendem dólar e/ou diminuem a compra de dólar . Valor das ações diminui, investidores compram dólar e/ou diminuem a venda de dólar
5) O comportamento previsto para as contas do balanço de pagamentos. Se essas contas tendem a melhorar, os investidores vendem dólar e/ou diminuem a compra de dólar . Se as contas do balanço de pagamento tendem a piorar, os investidores compram dólar e/ou diminuem a venda de dólar . Os investidores afetam, nesse caso, a taxa de câmbio através de operações futuras com dólar.
O comportamento e a tendência da taxa de câmbio pode variar de um dia a outro, e ao longo do dia de acordo como as forças acima
estão atuando.
Efeitos da taxa de juros sobre a taxa de câmbio –
período de janeiro de 2003 a julho de 2008
(antes da crise financeira)
De janeiro de 2003 até julho de 2008, o investidor estrangeiro, motivado (1)
pela alta taxa de juros interna, (2) pela confiança na economia brasileira e (3)
pela alta liquidez internacional, trouxe dólares para investir no Brasil. Houve o
deslocamento da curva de oferta de divisas para direita. A curva de demanda
deslocou-se para a esquerda pelo fato do investidor nacional fugir do dólar.
Quantidade de divisas
DUS$
O’US$
F1,59
QUS$
OUS$
E
D’US$
3,50
Evolução da taxa de câmbio nominal no Brasil – julho
de 1994 a maio de 2015
R$ 3,81/US$ 1,00 em outubro de 2002, R$ 2,15 em dezembro de 2006, R$ 1,59 em julho
de 2008 e R$ 1,80 em setembro de 2008. Mas, devido à crise financeira, a taxa de
câmbio saltou para R$ 2,39 em dezembro de 2008 e R$ 2,31 em março de 2009. Mas
caiu a partir de março de 2009, ficando em R$ 1,69 em dezembro de 2010 e R$ 1,56
em junho de 2011. Volta a subir em 2012, estando no patamar de R$ 2,00 por dólar.
Em 2013 e 2014, com o quadro político nacional, o dólar voltou a aumentar.
Flutuação
suja
Efeitos da crise financeira sobre a taxa de
câmbio (agosto de 2008 a fevereiro de 2009)
De agosto de 2008 a fevereiro de 2009, devido à crise financeira, o
investidor estrangeiro vendeu suas carteiras de títulos no Brasil, comprou
dólar no mercado doméstico e o enviou ao exterior (deslocamento da curva
de demanda de dólar para a direita). De outro lado, diminuíram a concessão
de novos empréstimos aos exportadores brasileiros (a curva de oferta de
dólar se deslocou para a esquerda). Consequentemente, a taxa de câmbio
aumentou.
Quantidade de divisas
D’’US$
O’US$
F1,59
QUS$
O’’US$
G
D’US$
2,39
Efeitos dos leilões de venda de câmbio do
BACEN
Quando a taxa de câmbio encontra-se em patamar alto, o BACEN pode
fazer leilões de venda de dólar, deslocando a curva de oferta de dólares para
a direita e, consequentemente, reduzindo a taxa de câmbio.
Quantidade de divisas
DUS$
O’’’US$
H2,15
QUS$
O’’US$
G2,39
O pós-crise financeira – desde março de
2009
Desde março de 2009, o investidor estrangeiro, novamente, motivado (1) pela
grande diferença entre as taxas de juros interna e externa, (2) pela confiança na
economia brasileira e (3) pela falta de outras aplicações rentáveis no mundo,
trouxe dólares para investir no Brasil. Houve o deslocamento da curva de oferta
de divisas para direita. A curva de demanda deslocou-se para a esquerda pelo
fato do investidor nacional fugir do dólar.
Quantidade de divisas
DUS$
O’US$
F1,69
QUS$
OUS$
E
D’US$
2,39
Taxa de câmbio real versus dólar: R$ 1,56 em 01/08/2008, R$ 1,64 em
01/09/2008, R$ 2,42 em 03/03/2009 , R$ 1,56 em 07/07/2011, R$ 1,76
em 06/03/2012, R$ 2,09 em 17/12/2012, R$ 2,86 em 11/02/2015 e R$
3,38 em 28/07/2015.
Não é possível prever, com precisão, a taxa de câmbio devido a serem
muito mutantes os fatores que a pressiona (ver seis slides para trás).
Pós-crise
financeira
O pós-crise financeira – de março de 2009
a julho de 2011
Desde março de 2009, o investidor estrangeiro, novamente, motivado (1) pela
grande diferença entre as taxas de juros interna e externa, (2) pela confiança na
economia brasileira e (3) pela falta de outras aplicações rentáveis no mundo,
trouxe dólares para investir no Brasil. Houve o deslocamento da curva de oferta
de divisas para direita. A curva de demanda deslocou-se para a esquerda pelo
fato do investidor nacional fugir do dólar.
Quantidade de divisas
DUS$
O’US$
F1,59
QUS$
OUS$
E
D’US$
2,39
Efeitos da dívida europeia, do quadro político nacional e
do FED (julho de 2011 a julho de 2015)
De julho de 2011 a julho de 2015, devido ao quadro político nacional, crise
da dívida na Europa e ameaça de aumento da taxa de juros nos EUA, o
investidor estrangeiro tem vendido suas carteiras de títulos no Brasil,
comprando dólar no mercado doméstico e o enviando ao exterior
(deslocamento da curva de demanda de dólar para a direita). De outro lado,
diminuíram a entrada de capitais (investimento em carteira) no Brasil.
Consequentemente, a taxa de câmbio aumentou.
Quantidade de divisas
D’’US$
O’US$
F1,59
QUS$
O’’US$
G
D’US$
2,86
Consequências da alta volatilidade da taxa de
câmbio na economia brasileira
• A alta volatilidade da taxa de câmbio dificulta a negociação de produtos cotados em dólar.
• Exercício 7:
Suponha que um comprador (fábrica de papel) tenhaadquirido uma tonelada de celulose a US$ 810 em13/10/2015 pagando R$ 3,825 por dólar. Em21/10/2015, a mesma tonelada de celulose foi adquiridaa US$ 810, mas a taxa de câmbio foi de R$ 3,9386 pordólar.
7.1) Quanto se pagou em reais em cada um desses diaspela mesma tonelada de celulose?
7.2) Qual foi a diferença em reais paga nesse período de 6dias úteis?
Meta:
controle da
inflação
Política
monetária
contracionista
Aumenta a
taxa de
juros
Lógica das políticas macroeconômicas de 1995 a 2006
Aumenta os
gastos do
governo com
juros
Aumenta a
arrecadação tributária
(T C)
Há entrada de
dólar no
Brasil para
especulação
Taxa de
câmbio se
valoriza
Controla a inflação
4 – Políticas macroeconômicas
• As principais políticas macroeconômicassão:
• Política fiscal
• Política monetária
• Política cambial
• Política de rendas
• Política comercial
3.4 Política de Rendas
• A política de rendas constitui-se em
uma série de regulamentações que
restringem o uso dos fatores de
produção e/ou determina valores
mínimos ou máximos para pagamento
pelo uso desses fatores ou por produtos
elaborados em uma economia.
Exemplos de políticas de renda
• São exemplos de políticas de renda:
legislação trabalhista, definindo regras de uso daforça de trabalho e sua remuneração;
Políticas ambientais: baseiam-se em normas querestringem o uso de fatores de produção ou o modode combiná-los, de forma a minimizar os impactosnegativos dos processos de produção e de seusprodutos sobre o meio ambiente.
política de zoneamento de uso da terra, definindoque porção do espaço físico pode ser utilizada ecomo; e,
políticas de correções de preços (como planos decongelamento de preços).
Legislação trabalhista
• A legislação trabalhista estabelece
limites máximos para a jornada de
trabalho (44 horas por semana), salário
mínimo para o trabalhador e encargos
sobre o salário a serem pagos pelo
empregador.
• O salário mínimo é fixado em lei. Foi
proposto pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) em 1942, mas seu valor
real varia ao longo do tempo.
Encargos trabalhistas
• Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
• PIS sobre a folha de pagamento
• Pagamento ao Instituto Nacional de Seguro Social
• Férias e 1/3 de abono de férias por ano.
• 13o salário.
• RAT, Sistema S, salário educação e INCRA.
• Correspondem a acréscimos entre 47,44% e
59,14% em relação ao salário pago.
• Para cada R$ 100 de salário, o empregador tem
folha de pagamento de R$ 147,44 ou R$ 159,14
Encargos trabalhistas na
demissão
• Há encargos trabalhistas também na
demissão de um trabalhador.
• Paga-se: aviso prévio, multa do saldo
do FGTS, férias e 13o salário a vencer e
os encargos legais sobre as férias e 13o
salário a vencer.
Exercício 8
Suponha que uma empresa precise de serviçosde portaria e limpeza e se depara com duassituações: contratar funcionários próprios outerceirizar os serviços. Os salários para essesprofissionais totalizam R$ 1.000,00 por mês.No mercado, existem empresas deterceirização oferecendo esses serviços porpreços entre R$ 1.300,00 e R$ 1.500,00 pormês. Qual é a melhor opção para a empresa?
Política Ambiental
Código Florestal Lei do Gerenciamento
Costeiro
Lei da Fauna Silvestre Lei da Exploração
Mineral
Lei da Política Nacional
do Meio Ambiente
Lei de Recursos Hídricos
Política de Zoneamento do uso da terra
• O Governo Federal, ao definir o uso da
vegetação nativa em um imóvel rural,
define o uso da terra. Há três áreas
definidas em lei:
• 1) áreas de preservação permanente (a
serem preservadas)
• 2) reserva legal (pode ser explorada, mas
não pode ser destruída)
• 3) áreas livres para uso
Políticas de congelamento de
preços e salários
• Cinco planos que congelaram, por lei,preços, salários e câmbio. Eles tiveramresultados e duração distintos. Eles foram:
• Plano Cruzado (fevereiro de 1986)
• Plano Bresser (junho de 1987)
• Plano Verão (janeiro de 1989)
• Plano Collor I (março de 1990)
• Plano Collor II (fevereiro de 1991)
Tipos de instrumentos
macroeconômicos
• Os instrumentos de políticaeconômica genéricos que nosinteressam são:
a política fiscal,
a política monetária,
a política cambial,
a política de rendas, e
política comercial
3.5 - Política Comercial
• Política comercial é um conjunto de medidas e
estratégias, públicas ou privadas, que afetam as
transações comerciais de um país e que alteram
o processo de integração econômica do país com
o resto do mundo.
• Os instrumentos públicos de política comercial
são combinações das políticas fiscal, monetária,
cambial e de rendas.
• Há que se destacar que alguns instrumentos da
Política Comercial são operados pela iniciativa
privada.
Política Comercial
• Um dos objetivos da Política Comercial émelhorar o saldo da Balança Comercial(que é a diferença entre as exportaçõese as importações de mercadorias).
• Os instrumentos de Política Comercialpodem se divididos em:
1) instrumentos de estímulo àsexportações;
2) instrumentos de restrições àsimportações.
Instrumentos de estímulo às
exportações
• Os principais instrumentos de
estímulos às exportações são:
1) subsídios às exportações;
2) acordos bilaterais de comércio;
3) área de intercâmbio comercial;
4) atividades de promoção comercial:
feiras, exposições, câmaras comerciais
e viagens de negócios.
Subsídios às exportações
• São pagamentos diretos ou indiretos feitos
pelo governo para encorajar as
exportações.
• Podem ser feitos através de reembolsos,
redução de impostos ou concessão de
crédito subsidiado.
• Tratam-se de combinações das políticas
fiscal (redução de impostos e reembolsos)
e monetária (crédito subsidiado).
Acordos bilaterais
• São acordos entre duas economias,
normalmente uma grande e outra
pequena, onde a economia grande dá
quotas de importação ou alíquotas de
importação preferenciais ao país pequeno.
• Combina-se política fiscal (alíquota de
importação) com política de rendas (quota
de importação).
Área de Intercâmbio Comercial
• É a situação na qual um conjunto de países
diminui as barreiras tarifárias e não tarifárias
para o comércio entre eles, mas mantendo-
as para o comércio com países não membros
do acordo.
• Combinam-se política fiscal (alíquotas de
importação) com política de rendas (barreiras
não tarifárias, referindo-se à maneira pela
qual os produtos são elaborados).
Área de Intercâmbio Comercial
• Esses acordos podem se estabelecer
sob as formas de:
1) zona de livre comércio (como o
Mercosul)
2) mercado comum, com ampla
integração dos mercados de produtos e
fatores (como a União Européia)
Atividades de promoção comercial
• As principais atividades de promoçãocomercial são: feiras, exposições,câmaras comerciais e viagens denegócios.
• Elas são realizadas conjuntamente pelosetor público e pelo setor privado,visando divulgação dos produtosnacionais e procura de parceiros nocomércio internacional.
Políticas de restrições às importações
• As principais políticas de restrições às
importações são:
1) restrições quantitativas às importações,
2) impostos de importação,
3) controles cambiais.
Restrições quantitativas às
importações
• Trata-se de uma política de rendas que
consiste em limitar, em volume e/ou valor, as
importações.
• Pode ser feita através de quotas de
importações, proibição de importações (caso
de barreiras não tarifárias) e/ou monopólio
estatal nas importações. Esse último, pode
regular o montante importado de acordo com
as necessidades de equilíbrio do saldo da
Balança Comercial.
Impostos de importação
• É uma mudança da política fiscal na qual se
estabelecem impostos específicos
(chamados de tarifas) sobre os produtos
importados.
• Essa política pode ser implementada sob a
forma de imposto específico (em valor
nominal), ad valorem (em percentagem sobre
o valor do produto) ou mista (uma parte do
imposto é fixa e a outra é proporcional ao
preço do produto).
Controles cambiais
• Consiste em modificações da política
cambial de modo a:
1) dificultar a compra de dólares necessários
à importação de certos produtos;
2) haver cobrança de taxas de câmbio
maiores na venda de dólares necessários
à importação de certos produtos.
Controles cambiais
• Os controles cambiais podem ser
estabelecidos através:
1) depósito prévio para compra de cambiais,
onde o importador paga à vista por
cambiais a receber no futuro;
2) esquemas burocráticos que atrasam a
compra de divisas;
3) vigência de múltiplas taxas de câmbio na
economia.
Exercício 9
• Se houver uma redução drástica do saldo
comercial do Brasil, quais devem ser as
medidas de política comercial a serem
adotadas?
Conteúdo
1) Conceito de PIB e sua maneira de ser
mensurado
2) Evolução da economia brasileira de
1968 a 2014: os ciclos econômicos
3) Importância da agropecuária e do
agronegócio na economia brasileira
4) Instrumentos de política
macroeconômica
5) Inflação no Brasil
INFLAÇÃO: TEORIA E
EXPERIÊNCIA BRASILEIRA
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E
ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO
Inflação é a situação de aumentos contínuos e
generalizados dos preços dos bens e
serviços em uma economia.
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E
ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO
Inflação é a situação de aumentos contínuos e
generalizados dos preços dos bens e
serviços em uma economia.
• É uma situação, um estado em que se encontra
a economia.
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E
ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO
Inflação é a situação de aumentos contínuos e
generalizados dos preços dos bens e
serviços em uma economia.
• Os aumentos de preços são contínuos e
generalizados, mas não necessariamente à mesma
taxa. Alguns preços podem subir mais do que
outros, podendo alguns preços ficarem constantes
ou até caírem. O que importa é que a média de
preços (que define o índice de preços) suba.
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E
ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO
Inflação é a situação de aumentos contínuos e
generalizados dos preços dos bens e
serviços em uma economia.
• A inflação se refere a todos os bens e serviços
de uma economia, finais e intermediários.
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E
ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO
Abrangência da inflação:
• É um fenômeno que ocorre ao longo do tempo,
em todos países, desenvolvidos ou não.
• As taxas de inflação variam dentro de um
mesmo país em períodos diferentes.
• Não há relação definida entre nível de
desenvolvimento e taxa de inflação de uma
economia.
TEORIAS SOBRE A INFLAÇÃO
Primeiras
teorias
• Teoria da Inflação de Demanda
• Teoria da Inflação de Custo
Outras
teorias
• Teoria Monetarista da Inflação
• Teoria Keynesiana da Inflação• Versão estruturalista
• Versão inercialista
(final da década de
1940 e dec. de
1950)
(a partir da década
de 1950)
TEORIA DA INFLAÇÃO DE
DEMANDA
A inflação de demanda ocorre quando há o deslocamento
para cima e para a direita da curva de demanda agregada.
P
nível de preços
PIB (y)
OA
DAy0
DA’
y1
yd = C + Ip + G + X – M
P0
P1
Inflação: P1 – P0
Taxa de inflação:P1 – P0
P0
Aula 8
TEORIA DA INFLAÇÃO DE
DEMANDA
A curva DA desloca-se para a direita quando:
• G (ocorre aumento dos gastos do governo)
• reduz a arrecadação de tributos
• há aumento das expectativas de lucro dos investimentos
• há aumento exógeno das exportações
• há diminuição exógena das importações
P
nível de preços
PNB (y)
OA
DAy 0
DA’
y 1
yd = C + Ip + G + X – M
Aula 8
TEORIA DA INFLAÇÃO DE CUSTO
A inflação de custo ocorre quando há o deslocamento para
a esquerda e para cima da curva de oferta agregada.
P
nível de preços
PIB (y)
OA
DA
y0
OA’
y2
Na inflação de custo: o PIB cai (y)
Na inflação de demanda: o PIB aumenta ( y)
P0
P2
Inflação: P2 – P0
Taxa de inflação:P2 – P0
P0
Aula 8
TEORIA DA INFLAÇÃO DE CUSTO
A curva OA desloca-se para a esquerda quando:
• há aumento do salário real acima do aumento da
produtividade do trabalho
• há aumento dos preços de insumos importantes na
estrutura de produção do país
• há aumento exógeno na margem de lucro das empresas
P
nível de preços
PNB (y)
OA
DA
y 0
OA’
y 2
P0
P2