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Processo de comunicação Verônica Feder Mayer Sandra R.H. Mariano 3

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Processo de comunicação

Verônica Feder Mayer

Sandra R.H. Mariano

3

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66 :: Técnicas de Comunicação e Negociação :: Verônica Feder Mayer / Sandra R.H. Mariano

Metas

• Apresentar as bases da Comunicação Social.

• Apresentar o processo de comunicação e suas aplicações.

Objetivos

Ao fi nal desta aula, você deverá ser capaz de:

1. Identifi car e descrever o processo de comunicação.

Guia da Aula

1. Comunicação

Social

2. O impacto

da internet

3. Como nos

comunicamos?

O processo de

comunicação

4. Dinâmica do

processo de

comunicação

5. Efetividade da

comunicação

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Aula 3 – Processo de comunicação :: 67

A comunicação humana pode assumir muitas formas, mas todas elas têm

um objetivo comum: a transferência de algum tipo de conhecimento.

Veja a fi gura a seguir. Se você for músico, será capaz de transformar este conjunto de cifras

em pura música! Na verdade, uma das mais belas e conhecidas composições de Heitor Villa-

Lobos: “Bachianas Brasileiras No 5”.

Fonte: http://www.musicexpress.com.br/partituras.asp. Acesso em 16 de março de 2008.

A comunicação perpetua o conhecimento e permite que mesmo uma música composta

na década de 1940 possa ser apreciada nos dias de hoje. Mas para que a comunicação tenha

sucesso, são necessários vários fatores, como o domínio do código usado na mensagem.

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68 :: Técnicas de Comunicação e Negociação :: Verônica Feder Mayer / Sandra R.H. Mariano

1. Comunicação Social

A Comunicação Social é um campo de conhecimento que estuda a

comunicação humana e a interação entre indivíduos em sociedade, que

envolve: técnicas de transmissão da informação; formatos com que a

informação é transmitida e impactos que a informação tem na sociedade.

Os signos, códigos, meios de comunicação e mensagens são importantes

objetos de estudo dos teóricos da comunicação.

Publicidade e propaganda, Relações Públicas, Jornalismo, rádio, TV, cinema,

produção cultural, comunicação interpessoal e comunicação institucional

(ou corporativa) são algumas das disciplinas que compõem a Comunicação

Social.

2. O impacto da internet

A internet está presente na vida de muitas pessoas ao redor do mundo,

tanto nos escritórios quanto nas residências, e sua taxa de adoção cresce

com grande rapidez. Na internet a informação apresenta-se como uma

mistura de texto e imagens. Os usuários “navegam pela rede”, e cada clique

os leva a um novo local.

A internet permite o acesso tanto a entretenimento quanto a informação:

fi lmes, mensagens de correio eletrônico, fax e comunicação pessoal, incluindo

voz e vídeo. Os indivíduos podem acessar rapidamente a informação e as

empresas podem divulgar e vender seus produtos e serviços para diversos

países a um custo muito menor do que no passado.

Com isso, a comunicação empresarial está experimentando uma revo-

lução: telecomunicações, intranet e internet aceleram e barateiam o processo

de comunicação entre clientes, fornecedores e funcionários. No entanto,

assim como os benefícios, os problemas de comunicação também se

multiplicam. Novas tecnologias exigem um novo modelo de comportamento.

Para o desenvolvimento de uma comunicação empresarial bem-sucedida,

empreendedores precisam adaptar-se e analisar todos os benefícios que a

tecnologia pode oferecer.

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Aula 3 – Processo de comunicação :: 69

A explosão da informação

• Nos últimos trinta anos, foi produzida mais informação que durante os cinco mil anos anteriores.

• Uma única edição do jornal inglês The Times contém mais informações do que uma pessoa recebia durante toda a sua vida no século XVII.

• A quantidade de informação disponível duplica a cada cinco anos.

• O correio eletrônico (e-mail) e a internet permitem a circulação aberta da informação e a transferência gratuita de conhecimentos.

• As videoconferências feitas através dos computadores pessoais derrubam barreiras internacionais e reduzem as distâncias.

• Em 1991, pela primeira vez na história, as empresas gastaram mais recursos em equipamentos de informática e comunicações do que a soma dos gastos em equipamentos industriais, minérios e construção.

Fonte: MACDONALD, TANNER, 2006.

3. Como nos comunicamos? O processo de comunicação

Quando pensamos sobre comunicação, normalmente nos atemos apenas

a um dos lados do processo de comunicação – “o quê” e “como” vamos

comunicar; e que tipo de impressão queremos criar, ou seja, pesamos mais em

nós mesmos do que em nossa audiência.

Mas comunicar-se é uma via de duas mãos, claro. E envolve muito mais do

que apenas escrever ou falar. Envolve também ser lido, assistido ou ouvido.

Pense um pouco: o que você deseja atingir quando está se comunicando?

Falar, escrever e fazer uma apresentação são formas de ajudar outras pessoas

a compreenderem as informações e idéias que estão na sua cabeça. Parece

óbvio, mas muitos se esquecem disso.

O caminho que uma idéia percorre da sua cabeça para a de outra pessoa

é conhecido como Processo de Comunicação, que envolve a emissão, trans-

missão e recepção de mensagens. Veja a fi gura a seguir.

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O processo de comunicação aplica-se a todas as formas de comunicação e

nos ajuda a compreender a comunicação em diferentes situações e contextos.

Vejamos como ele se aplica a situações as quais você, empreendedor ou

profi ssional, deseja comunicar-se melhor.

Fonte / Emissor

O emissor é o responsável pela mensagem. É ele quem cria, desenvolve,

produz e emite uma determinada mensagem. O emissor de uma mensagem

pode ser uma pessoa, um grupo, uma empresa, uma instituição, o governo, entre

outros. A identifi cação do emissor é importante no processo de comunicação e

afeta a forma como o receptor receberá e interpretará a mensagem.

Como emissor de uma mensagem, você deve ser claro e objetivo sobre o que

deseja comunicar. Além disso, deve estar confi ante de que a informação que está

comunicando é útil e precisa.

Mensagem

A mensagem é a informação ou idéia que se deseja comunicar. Ela pode ser

defi nida como uma ordenação de signos visando transmitir uma informação

(PEREIRA, 2007). Os signos são elementos fundamentais da comunicação, pois

representam as coisas (objetos, eventos, sentimentos, idéias) do mundo que

nos cerca. Por exemplo, todas as palavras são signos. Mas há outros tipos de

signos, veja a seguir:

Processos de comunicação

Fonte/Emissor Codifi caçãoCanal

(meio de comunicação)

Decodifi cação Receptor

MensagemMensagemMensagemMensagem

Feedback

Ruído

Contexto

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Aula 3 – Processo de comunicação :: 71

A palavra MAR Signo de extensão de água que começa na praia

Fumaça Signo de fogo

Aliança no dedo Signo de estado civil da pessoa

O2

Signo de oxigênio

Vaia Signo de desagrado

Pegada de animal Signo da passagem de um animal

Cheiro de café Signo de café por perto

Desenho de elefante Signo de um elefante

Polegar para cima Signo de positivo, estar de acordo.

Adaptado de: PEREIRA, 2007.

O signo tem dois elementos distintos e inseparáveis: a) o signifi cante: a parte

do signo que pode ser captada pelos sentidos (visto, cheirado, tocado, ouvido);

b) o signifi cado: a parte semântica do signo, ou seja, o que ele efetivamente

signifi ca. Assim, o signo depende da percepção e da interpretação de um

observador. Ele sempre representará alguma coisa para alguém de forma

aproximada e imperfeita.

Uma mensagem pode usar signos verbais, escritos, não-verbais, audiovisuais

etc. Toda peça de comunicação é uma forma de mensagem: uma poesia, um

e-mail, uma manchete de jornal, um cartaz, uma fotografi a, um comercial de

televisão, uma peça de teatro, uma música, um relatório, um fi lme.

É importante saber que a mensagem não é o que o emissor quis dizer,

mas o que ele efetivamente conseguiu dizer. Um desafi o constante no desen-

volvimento de uma mensagem é conseguir transmitir com clareza nossas

idéias e intenções.

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Explicativo

Tropa de elite em Berlim: vitória em meio a problemas de comunicação.

O filme brasileiro Tropa de elite, do diretor José Padilha, foi premiado com o Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim de 2008. Nesta obra de ficção, Padilha

mostra a brutalidade da polícia que combate o narcotráfico nas favelas do Rio de Janeiro.

Tropa de elite teve que superar problemas técnicos durante o festival. O filme foi exibido no original em português com legendas em alemão, quando o normal são legendas em inglês. Por causa disto, os jurados e o presidente do júri, o cineasta grego Costa-Gavras, tiveram que usar fones de ouvido, com narração em voz feminina.

O cineasta José Padilha afirmou que seu filme foi “mal interpretado”, em resposta às críticas de que ele divulga idéias fascistas. “Eu queria explicar como o estado corrompe os policiais e os incita à violência”, declarou Padilha, durante uma coletiva de imprensa. “Creio que uma grande maioria de brasileiros compreende o fundo do filme. O que vemos acontece de verdade no Brasil. É triste, mas é um fato.”

O diretor, que não esperava ganhar o Urso de Ouro em virtude das críticas e dos problemas de idioma durante a exibição do filme, disse ao receber o prêmio: “É difícil expressar sentimentos em qualquer língua”.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u373056.shtml. Acesso em 17/2/2008.

Fascista

Refere-se a fascismo, doutrina desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919. O termo deriva de fascio, nome de grupos políticos que surgiram na Itália entre fi ns do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, símbolo dos magistrados do Império Romano: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo. É uma doutrina política totalitária, que se utiliza de práticas autoritárias com objetivo de fortalecer o estado eliminar a oposição e controlar o comportamento dos indivíduos. O fascismo se opõe ao liberalismo, ao socialismo e à democracia.

Fonte: http:

//pt.wikipedia.org/wiki/

Fascismo. Acesso em 16 de

março de 2008.

Codifi cação e Decodifi cação

O código é a linguagem na qual a mensagem é transmitida (PEREIRA,

2007). A mensagem precisa ser transmitida em um formato que possa ser

decodifi cado (interpretado) e compreendido pelos receptores. Todas as

línguas faladas e escritas no mundo são códigos compostos de um sistema

de signos (o vocabulário – palavras e seus signifi cados) e de um conjunto de

regras para o uso destes signos (a gramática).

O emissor é o responsável pela escolha do código que será usado na

mensagem e a comunicação só acontecerá se o receptor conhecer esse código.

O sucesso aqui dependerá da sua habilidade de transmitir a informação com

clareza, mas também de antecipar e eliminar possíveis fontes de confusão,

como diferenças culturais, vocabulário, suposições equivocadas ou falta de

dados. Conhecer a sua audiência é fundamental. Se falhar em compreender

com quem você está se comunicando, o resultado será uma mensagem pobre

e mal compreendida.

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Aula 3 – Processo de comunicação :: 73

A decodifi cação é um processo tão importante quanto a codifi cação e envolve

a recepção da mensagem. Podem ocorrer problemas na decodifi cação, se o

receptor não possui o conhecimento necessário para compreendê-la. Em assuntos

técnicos, por exemplo, deve-se tomar muito cuidado com esta questão.

Explicativo

Funções da linguagem

Função referencial ou denotativa ou cognitiva – é aquela que traduz a realidade exterior ao emissor. Como o relato de fatos em jornais, livros didáticos (à exceção dos

de língua), entre outros.

Função emotiva ou expressiva – é aquela que traduz opiniões ou emoções do emissor. Quando alguém expressa sua opinião sobre determinado assunto.

Função fática – é aquela que tem por objetivo o estímulo ou exercício da sociabilidade e da comunicação, ou seja, pr olongar o contato com o receptor ou iniciar uma conversa. Caracteriza-se pela repetição de termos.

Função conativa ou apelativa – é aquela que tem por objetivo influir no comportamento do receptor, por meio de um apelo ou ordem. As propagandas veiculadas na televisão são um bom exemplo desse tipo de linguagem. São características dessa função: verbos no imperativo, presença de vocativos; pronomes de segunda pessoa.

Função metalingüística – é aquela que utiliza o código para explicar o próprio código. Exemplo: os dicionários monolíngües.

Função poética – é aquela que enfatiza a elaboração da mensagem de modo a ressaltar o seu significado. Ao utilizar essa função, o autor se preocupa com rimas e comparações bem escolhidas, dando importância fundamental à maneira de estruturar a mensagem.

Fonte: http://www.estudiologia.hpg.ig.com.br/comunica2.htm. Acesso em 10 de fevereiro de 2008.

Canal ou meio de comunicação

Mensagens são transmitidas por meio de canais ou meios de comunicação.

O termo “meio de comunicação” refere-se ao instrumento utilizado no

processo de comunicação. Pode ser considerado sinônimo de mídia, quando

nos referimos à comunicação de massa. Entretanto, há outros meios de

comunicação, como o telefone ou o e-mail, que não são de massa, e sim

interpessoais. Os tipos de meios de comunicação são:

Mídia

A palavra provém do latim media, plural de medium; signifi ca “aquele que está a meio”. No Brasil, usa-se

mais comumente a palavra “mídia”, derivando

da pronúncia inglesa.

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1. Sonoro: telefone, rádio.

2. Escrito: jornais, revistas.

3. Audiovisual: televisão, cinema.

4. Multimídia: combinação de diversos meios simultaneamente.

5. Hipermídia: CD-ROM, TV digital e internet, que aplica a multimídia (diversos

meios simultaneamente, como escrita e audiovisual) em conjunto com a

hipertextualidade (caminhos não-lineares de leitura do texto). Hipermídia

é a reunião de várias mídias em um suporte computacional, suportado

por sistemas eletrônicos de comunicação. Uma forma bastante comum de

hipermídia é o hipertexto, no qual a informação é apresentada ao usuário

sob a forma de texto, através de uma tela do computador. O usuário pode

iniciar uma leitura de forma não-linear, ou seja, escolhe entre o início, meio

ou fi m de um texto.

As redes de comunicação de massa, abrangentes e de alcance planetário,

são o maior instrumento da globalização cultural na sociedade.

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Aula 3 – Processo de comunicação :: 75

Explicativo

Características da Comunicação via web

Linguagem própria – A utilização da internet provocou o desenvolvimento, entre seus usuários, de uma linguagem própria, repleta de termos típicos.

Linguagem universal – O aparecimento de uma linguagem universal, o inglês, é um dos aspectos mais importantes da globalização. A linguagem comum possibilita ao indivíduo participar e inteirar-se de acontecimentos sociais e universais, conhecida por culturas diversas.

Ligações hipertextuais – Na internet textos se conectam a outros por meio de ligações hipertextuais, possibilitando o exame rápido de conteúdo, acesso não linear e seletivo do texto, segmentação do saber em módulos e conexões múltiplas.

Poder para o leitor – A internet oferece uma multiplicidade de temas ao leitor, que tem a oportunidade de enriquecer sua leitura com base em interesses próprios, com maior liberdade de movimentação e de escolha.

Ligações múltiplas – A internet proporciona a interação entre locutor e interlocutor, uma vez que, na rede, existem interconexões entre pessoas dos mais diferentes lugares do planeta. Isto facilita o contato entre elas, assim como a busca por opiniões e idéias convergentes.

Convergência de meios e recursos de comunicação – A internet integra e condensa todos os recursos das mais variadas formas de comunicação: atendimento pessoal, textos, ilustrações coloridas, vídeo e som, fotos, animações, e assim por diante.

Interatividade – A internet é um meio de comunicação interativo. Isso significa dizer que ela permite feedback constante e participação ativa do receptor (usuário) na crítica e construção do conteúdo.

Dinamismo – A internet é dinâmica. O hipertexto, diferentemente de um texto de jornal ou revista em papel, está constantemente em movimento e pode ser modificado e atualizado a todo momento.

Marketing – A web é uma excelente ferramenta para marketing, vendas e publicidade. A internet tem um grande poder mercadológico, que pode ser usado tanto para a realização de vendas de produtos e serviços quanto para a distribuição de informações.

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Receptor

Uma mensagem é transmitida a um receptor – a um indivíduo ou a

um grupo de indivíduos que compõem a sua audiência: familiares, alunos,

investidores, crianças, cientistas, donas-de-casa, advogados, entre outros.

A sua audiência é o seu “público-alvo”: pessoas que você deseja informar,

persuadir, educar, provocar, encantar ou cativar.

O sucesso do processo de comunicação depende fundamentalmente do

conhecimento que o emissor tem do seu público-alvo. Portanto, a pergunta

que você deve sempre se fazer é: “Eu realmente conheço o meu público-

alvo?” Alguns fatores que você deve conhecer sobre seu público-alvo são:

• Origem sociocultural.

• Idade.

• Escolaridade.

• Tipo de especialização.

• Interesses e/ou conhecimentos específi cos.

• Ideologia política.

• Nível de conhecimento sobre o assunto em questão.

Na verdade, quanto melhor você conhecer o seu público, mais capacitado

estará para comunicar-se efetivamente com ele. Públicos diferentes devem

ser tratados de maneira diferente. Nunca caia na armadilha de achar que

uma única mensagem servirá para públicos muito diversos. Lembre-se de

que os indivíduos possuem idéias e sentimentos que, indiscutivelmente,

irão infl uenciar sua compreensão e sua forma de responder ao que você está

comunicando.

Outros fatores a serem considerados:

1. O nível de motivação do receptor em relação ao assunto. Quando há desin-

teresse ou resistência ao assunto, o desafi o do comunicador é muito maior.

2. Atratividade do tema. Não há dúvida de que determinados temas são mais

atraentes e fáceis de cativar a audiência do que outros, mais árduos ou

polêmicos.

3. O conforto e a disposição física do receptor. Pessoas mal acomodadas,

com fome e cansadas terão maior chance de irritar-se e de dispersar-se

facilmente.

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Aula 3 – Processo de comunicação :: 77

4. Nível hierárquico. Em muitas culturas, como a brasileira e a chinesa, o nível

que uma pessoa ocupa na hierarquia afeta o nível de atenção que ela irá

receber de determinada audiência.

ATIVIDADE

O emissor é o responsável pela elaboração da mensagem: seu conteúdo, sua forma e o canal de comunicação escolhido. Assim, o emissor é também o principal

responsável pela compreensão da mensagem. Para melhorar a taxa de compreensão de uma mensagem, procure conhecer melhor as percepções e o perfil do seu público-alvo.

ençãotttttAtAtAtAtAtAtAtAtAtAtAAAAAAAAAAAtAAAAAAAAAAAAAtAtAttAAtAtAtAttAAtAtAtAAtAtAtAtAtAtAttAAtAt

1. Como o público-alvo afeta a mensagem?

O objetivo desta atividade é avaliar como a mudança de público-alvo

implica mudanças na transmissão da mensagem.

1. Escolha um dia da semana e compre um exemplar de dois jornais:

O Globo e o Extra.

2. Escolha três notícias importantes do dia (todas elas têm obrigato-

riamente que estar noticiadas nos dois jornais).

3. Agora compare:

a. O destaque que cada jornal deu para cada uma das três notícias (foi

assunto na primeira página? Quanto espaço a notícia teve no jornal?).

b. A linguagem que cada jornal usou em suas manchetes e as chamadas

para referir-se a cada uma das notícias.

c. A linguagem que o jornal usou no texto das matérias.

d. Se houve diferença no conteúdo da informação noticiada por cada

jornal (presença de dados; fotos; estatísticas; gráficos etc.).

4. Leve o trabalho para uma discussão com seu tutor e outros colegas no

pólo.

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78 :: Técnicas de Comunicação e Negociação :: Verônica Feder Mayer / Sandra R.H. Mariano

Comentário

Esses dois jornais foram escolhidos por integrarem o mesmo grupo de comuni-

cação, o Infoglobo. Será interessante avaliar como a mesma notícia é tratada de

forma diferente quando o público-alvo do jornal é diferente.

Contexto

Toda comunicação acontece em um determinado espaço/tempo, ou seja,

em determinado contexto (local, hora, data etc.). A codifi cação e a decodifi cação

da mensagem dependerão, em grande parte, de aspectos situacionais que

integram este contexto. Isto inclui o ambiente mais imediato (formal, informal) o

contexto emocional (negativo, positivo) e, também, o contexto técnico, social e

cultural do emissor e do receptor.

As pessoas são muito infl uenciadas pelo contexto. É o que indicam as

pesquisas na área da psicologia cognitiva. Nossas decisões dependem mais

de percepções e avaliações contextuais do que de preferências estáveis. Isto

acontece porque nosso cérebro faz avaliações por meio de comparações.

Por exemplo, as noções de “caro/barato”, “alto/baixo”, “grande/pequeno” são

sempre relativas a um determinado ponto de referência.

Por isso, você deve se perguntar: “O que a minha mensagem signifi ca

neste contexto? Com quem ou o quê você acha que será comparado?” Sua

mensagem trará ganhos ou perdas aos envolvidos? Uma boa compreensão

do contexto irá ajudá-lo a preparar sua mensagem mais adequadamente.

4. Dinâmica do processo de comunicação

Perdas e distorções

Sempre ocorrem perdas quando um emissor converte uma mensagem

em palavras ou imagens, pois difi cilmente se consegue transmitir completa-

mente o conteúdo original. Se o emissor for um comunicador fraco, haverá

uma longa distância entre a real intenção e a mensagem fi nal.

Alguns autores afi rmam que, quando um desejo é convertido em palavras,

há sempre uma distorção no signifi cado. As palavras possuem defi nições

gerais, que fornecem signifi cados comuns, permitindo a comunicação entre

os indivíduos. Mas são aproximações imprecisas, que não nos permitem

expressar completamente nossas visões e emoções interiores.

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Aula 3 – Processo de comunicação :: 79

A distorção é um processo inconsciente e pode ocorrer durante a interpre-

tação da mensagem pelo ouvinte. Como você viu na Aula 2, este processo é

profundamente infl uenciado por percepções pessoais.

Ruído

Ruídos são interferências que podem afetar o processo de comunicação,

atrapalhando a compreensão da mensagem ou mesmo alterando o seu

sentido original. Em uma palestra, por exemplo, o barulho do ambiente, a

entrada e a saída de pessoas, os garçons servindo mesas são interferências

externas que podem distrair a audiência e fazer com que parte da sua

mensagem se perca.

Há interferências externas mais complicadas e difíceis de controlar, como

notícias de última hora (um desastre natural, uma guerra, uma lista de demissões)

ou informações que estão fora do seu controle (a situação fi nanceira de um

cliente) que podem provocar distorções na compreensão e problemas na

aceitação da sua mensagem.

Existem também interferências internas, que normalmente estão

relacionadas a crenças e percepções do emissor e do receptor. Por exemplo,

o emissor pode ter uma percepção distorcida sobre a relevância do tema para

o receptor. Por outro lado, a percepção do receptor pode ser infl uenciada por

emoções e experiências passadas (um funcionário que já viveu um processo

traumático de mudança; um cliente que teve um problema com a empresa).

É preciso estar atento a todos esses fatores.

Sincronização e Feedback

A comunicação pode ser simultânea ou não. Um canal síncrono (ou simul-

tâneo), como o telefone ou uma apresentação pessoal, tem como característica a

ligação direta entre o receptor e o emissor. Um meio de comunicação assíncrono

(ou não simultâneo), como o e-mail ou um anúncio, mantém fonte (emissor) e

receptor separados.

Na comunicação síncrona, sua audiência irá fornecer feedback verbal e não

verbal a você e à sua mensagem. Assim, se a comunicação é verbal e direta,

você pode avaliar algumas reações imediatamente. Como as pessoas estão se

comportando? Estão atentas e acenando positivamente com a cabeça? Estão

sonolentas e distraídas? Estão parecendo desconfortáveis ou envolvidas em

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80 :: Técnicas de Comunicação e Negociação :: Verônica Feder Mayer / Sandra R.H. Mariano

conversas paralelas? Se você perceber que está havendo algum problema de

comunicação, terá a chance de fazer melhorias e correções. O feedback nos

fornece um aprendizado contínuo sobre nossa habilidade de comunicação.

O dilema do canal assíncrono é que o emissor não recebe feedback imediato

que o permita reformular e aprimorar a mensagem em tempo real, durante

a comunicação. Mudanças e melhorias só podem ser feitas posteriormente.

Se a comunicação é escrita, o feedback pode ser mais demorado, e talvez seja

necessário que você estimule as pessoas a fazer comentários e a dar opiniões.

Imagine um empreendedor que investe em um anúncio de jornal. Não será fácil

para ele saber quem realmente viu o anúncio, as opiniões de todas as pessoas

que viram o anúncio e as interpretações resultantes da mensagem enviada.

Emoções

As emoções estão presentes em todas as situações de nossa vida e dão

sentido a um mundo feito de fatos. Apesar da crença convencional de que

o local de trabalho deve ser o lugar da razão, é impossível “despir-se” das

emoções ao “vestir-se” para a jornada de trabalho.

Um determinado comunicado pode ser mais do que uma informação:

pode provocar uma série de reações emocionais, como alegria, frustração

ou mesmo raiva. A emoção também pode nos pegar de surpresa quando

estamos no centro das atenções, fazendo uma apresentação ou conduzindo

uma reunião. Portanto, esteja sempre atento às suas emoções e às emoções

dos demais. A emoção deve ser tratada como uma informação importante

no seu processo de preparação e planejamento. Jamais subestime o poder

de um estado emocional. Em geral, é assim que os maiores problemas de

comunicação acontecem.

Comunicação efi caz

Quando a comunicação é inefi caz, signifi ca que alguma coisa foi mal em um

ou mais estágios do processo de comunicação. Para garantir uma boa comuni-

cação, você deve preocupar-se com todas as etapas do processo de comunicação,

reduzindo as chances de algo dar errado.

Por exemplo, suas idéias estão claras, bem estruturadas e apoiadas em

dados confi áveis? Você fez tudo o que podia para apresentá-las de forma

clara e precisa? Você usou e testou todos os recursos técnicos disponíveis?

Você fez tudo para manter a atenção da sua audiência?

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Aula 3 – Processo de comunicação :: 81

Você tem certeza de que o seu receptor tem a experiência e o vocabulário

necessários para compreender o que você está dizendo?

5. Efetividade da comunicação

Por que nos comunicamos? Em geral, temos três objetivos ao nos comuni-

carmos. INFORMAR a audiência sobre determinados fatos e dados. MOTIVAR

a audiência a nos ouvir/ler, conquistando sua atenção e seu interesse.

E, fi nalmente, PERSUADIR a audiência, obtendo apoio para nossas idéias e

pontos de vista.

Todo empreendedor bem-sucedido conhece a importância de uma comuni-

cação efetiva. Durante o processo de criação, implantação e gestão de um

negócio são inúmeras as situações em que se precisa obter atenção e apoio, seja

de investidores, clientes, parceiros ou funcionários.

Mas como melhorar a efetividade e a taxa de persuasão de uma men-

sagem? Pesquisas indicam que há alguns fatores muito importantes que são

observados e avaliados pelos receptores de uma mensagem:

• Credibilidade e prestígio da fonte/emissor da informação.

• Aparência física e empatia do apresentador.

• Estruturação, organização e conteúdo da mensagem.

• Linguagem usada na mensagem.

• Adequação e credibilidade do canal de comunicação utilizado.

• Relevância do tema para o público em questão.

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82 :: Técnicas de Comunicação e Negociação :: Verônica Feder Mayer / Sandra R.H. Mariano

2. Avaliando o processo de comunicação

O objetivo desta atividade é integrar o conhecimento sobre o processo de

comunicação.

1. Escolha um tipo de comunicação da sua preferência (um livro, um poema,

um e-mail, uma reportagem, um cartaz, uma fotografia, um comercial de

televisão, uma peça de teatro, uma música, um relatório, um filme).

2. Faça a seguinte avaliação do material escolhido:

a. Quem é o emissor?

Explicativo

Dicas de gestão – Como planejar uma comunicação efetiva?

1. Estabeleça seus objetivos de comunicação.

2. Analise o contexto da comunicação.

3. Analise o perfil dos receptores da mensagem.

4. Defina o conteúdo da mensagem.

5. Defina a linguagem mais apropriada para a mensagem.

6. Defina o canal mais apropriado para a mensagem.

7. Verifique a necessidade da contratação de fornecedores/especialistas (consultores especializados em formatação de apresentações; revisores de textos; fornecedores de equipamentos etc.).

8. Desenvolva um método de avaliação e feedback.

ATIVIDADE

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Aula 3 – Processo de comunicação :: 83

b. Qual é o tipo de mensagem? Que signos foram usados?

c. Qual é o código usado na mensagem?

d. Qual é o canal de comunicação?

e. Em que contexto a mensagem foi transmitida?

f. Quem é o receptor ou público-alvo da mensagem?

g. Qual é a sua avaliação geral da efetividade da comunicação escolhida?

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84 :: Técnicas de Comunicação e Negociação :: Verônica Feder Mayer / Sandra R.H. Mariano

Retomando...

Você se lembra da partitura que vimos no início desta aula? Ela é um

bom exemplo de mensagem que tem um público específi co, que

usa um código ou linguagem dominada por muitas pessoas – de determinado campo

de conhecimento. Assim, o emissor, neste caso o compositor Villa-Lobos, deixa uma

mensagem preservada no tempo, acessível a diferentes receptores ao redor do mundo.

Referências Bibliográfi cas

MACDONALD, John; TANNER, Steve. Aprenda a comunicar-se melhor no trabalho. São

Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2006.

MIND tools. Disponível em: <http://www.mindtools.com>. Acesso em: 10 jan. 2008.

PEREIRA, José Haroldo. Curso básico de teoria da comunicação. 4.ed. Rio de Janeiro:

Quartet. 2007.