16
5/20/2018 4184P542014-06-05-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/4184-p54-2014-06-05 1/16 Semanário diocesano www.jornalpresente.pt | Diretor: Carlos Magalhães de Carvalho | Ano LXXXII • nº 4184 • P54 • 5 DE JUNHO DE 2014 Antecipar a última vontad o testamento vita Regulação recente sobre as diretivas antecipadas de vontade desperta opinião pública para a discussão sobre “processo de morrer” | Pág. 3 a 6 Entrevista a Daniel Serrão O sofrimento não é minimizado  por uma DAV Encontro Vicarial de Porto de Mós “Deus dá-nos uma graça para cuidar do outro...” Pág. 7 Azóia, Maceira e Pedreiras: Dia do doente e do idoso Pág. 8 Picassinos: festa em honra de Santo António Pág. 8 Monte Real: Famílias debatem uso das novas tecnologias Pág. 8 S. Mamede: Dia da Paróquia com festa das famílias Pág. 8 Vigília de Pentecostes “Carismas” celebram unidos a família Pág. 16 Simpósio Teológico-Pastoral do Santuário | Pág. 9 Fátima é convite à “revolução da ternura”

4184 P54 2014-06-05

Embed Size (px)

Citation preview

  • Semanrio diocesano www.jornalpresente.pt | Diretor: Carlos Magalhes de Carvalho | Ano LXXXII n 4184 P54 5 de Junho de 2014 0,50

    Antecipar a ltima vontade:

    o testamento vitalRegulao recente sobre as diretivas antecipadas de vontade desperta opinio pblica para a discusso sobre processo de morrer | Pg. 3 a 6

    Entrevista a Daniel Serro

    O sofrimento no

    minimizado por uma DAV

    Encontro Vicarial de Porto de MsDeus d-nos uma graa para cuidar do outro... Pg. 7

    Azia, Maceira e Pedreiras:Dia do doente e do idoso Pg. 8

    Picassinos: festa em honra de Santo Antnio Pg. 8

    Monte Real: Famlias debatem uso das novas tecnologias Pg. 8

    S. Mamede: Dia da Parquia com festa das famlias Pg. 8

    Viglia de Pentecostes:Carismas celebram unidos a famlia Pg. 16

    Simpsio Teolgico-Pastoral do Santurio | Pg. 9

    Ftima convite revoluo da ternura

  • PAINEL Sabe o que o testamento vital?

    PERGUNTA DA SEMANA Se as crianas perturbam a Missa, melhor no as levar?

    Jesus recomendou que deixas-sem ir at Ele as crianas. Os pais cumprem tal desejo quan-do pedem o Batismo, lhes ensi-nam a conhecer Jesus ou as levam Missa desde pequeninas.

    bom que as crianas vo Missa na companhia dos pais ou de outros familiares. Acontece, por vezes, que a agitao delas distrai as pessoas presentes e lhes dificul-ta a participao nas devidas con-dies. No duvido, porm, que Jesus gosta de as ver l e a Igre-ja tambm quer t-las nas celebra-es das comunidades crists. Se-guramente, elas regressam a suas casas com a bno e a ternura de Jesus.

    No entanto, nas igrejas, as crianas no podem ser deixadas vontade, mas ser cuidadas e aju-dadas. Da parte dos pais ou fami-liares que as acompanham, deve-r haver o cuidado em escolher o lugar mais adequado para que as crianas possam estar e participar sem incomodar as pessoas presen-tes. Por isso, s vezes, pode ser ne-cessrio pegar nas crianas e sair para um lugar onde elas sosse-guem, voltando depois quando passou a agitao.

    Nas circunstncias de per-turbao, quem preside ou anima a celebrao dever evitar censurar em pblico os pais ou familiares. Pode, no entanto, haver no momento quem discreta-mente os aconselhe e ajude. Fora da celebrao, ser a ocasio mais propcia para conversar com os pais sobre o comportamento das crianas na Missa e dar-lhes ajuda para que a participao delas no perturbe, mas encha de alegria e encanto quem nela est presente para celebrar a sua f.

    Se tal for conveniente e poss-vel, a comunidade pode tambm organizar um servio de acompa-nhamento das crianas mais pe-queninas, de tal modo que elas no precisem de estar em toda a celebrao, mas somente numa pequena parte em que possam ser integradas e participar de algum modo.

    Padre Jorge Guarda

    PRESENTE LEIRIA-FTIMA Semanrio Diocesano; Registo na ERC: 102262; Diretor: Carlos Magalhes de Carvalho (TE 945) [[email protected]]; Redao [[email protected]]: Ana Vala (CP 8867), Diogo Carvalho Alves (TP 1990), Joaquim Santos (CP 7731), Lus Miguel Ferraz (CP 5023); Projeto grfico e paginao: Paulo Adriano; Publicidade e Assinaturas: 09h00-13h00 e 14h00-18h00; Tel. +351 244 821 100 Email: [email protected]; Propriedade e editor: Fundao Signis Dire-tor: Vitor Coutinho 100% do Capital: Diocese de Leiria-Ftima; NIF 510504639; Sede da Redao/Editor: R. Joaquim Ribeiro Carvalho, n. 60, Seminrio Diocesano, 2414-011 Leiria; Impresso e expedio: Empresa do Dirio do Minho, Lda Braga Tel. 253303170 Fax 253303171; Depsito Legal: 1672/83; Periodicidade: Semanrio; sai quinta-feira; Tiragem desta edio: 5.000 exemplares; ISSN 2183-0347.

    ficha tcnica

    Envie a sua questo [email protected] deixe-a em facebook.com/jornalpresente

    *Mais de 100 mil pessoas recebem apoio dirio das Misericrdias Portuguesas. * Dados recentes da Unio das Misericrdias Portuguesas indicam que aquelas instituies apoiam diariamente 58443 idosos, 42331 crianas, 1708 crianas e jovens em risco e perigo, entre outros; na rea de apoio famlia e comunidade, as Misericrdias acompanham mais de 40 mil pessoas.

    *Papa vai receber uma escultura de 2,70 metros, feita por portugueses. * Um grupo ligado Associao Cultural Amor e Responsabilidade (ACAR), com sede em Caldas da Rainha, vai oferecer ao Papa uma escultura de Cristo na Cruz com Maria. A escultura vai ser entregue durante a audincia pblica do dia 18 de junho, no Vaticano.

    *o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome em Portugal foi criado em 1992. * Atualmente 20 Bancos Alimentares encontram-se em atividade no territrio nacional, congregados na Federao Portuguesa dos Bancos Alimentares.

    *Mais de 6.000 pessoas perderam a vida a tentar emigrar* clandestinamente rumo aos Estados Unidos, nos ltimos 15 anos. Os dados foram apresentados por um grupo de bispos norte americanos que lutam pela aprovao de uma reforma da poltica de migrao.

    *no Peru a idade mdia na qual os jovens comeam a consumir lcool e tabaco 13 anos. * Os dados foram apresentados pela Comisso Nacional para o Desenvolvimento e a Vida sem Drogas entre os estudantes.

    *A Pontifcia Academia para a Vida *, fundada pelo Papa Joo Paulo II, foi criada para a promoo e defesa da vida humana sobretudo na relao direta com a moral crist e as diretrizes do Magistrio da Igreja. Com estatuto definido pelo motu proprio Vitae Mysterium do Papa Joo Paulo II em 11 de fevereiro de 1994, a academia tem carter supranacional e congrega cerca de 70 membros, todos nomeados pelo Papa, representantes dos mais diversos ramos das cincias biomdicas.

    Pedro CorreiaParquia dos Marrazes

    Em pormenor, no te-nho conhecimento da lei. Ainda assim, no tes-tamento vital, cada pes-soa pode deixar regista-do quais os tratamentos

    a que no quer estar sujeita, em caso de uma doena grave que a impossibilite de manifes-tar a sua vontade.

    Armindo VieiraParquia das Pedreiras

    No meu entender o tes-tamento vital um ato, ou um documento, em que nos propomos a deixar algo importan-

    te para a nossa vida ou para alm dela. No primeiro caso esto determinadas situaes que queremos que, no caso de no poder-mos, nos faam durante o espao de tempo em que vivemos. J no caso de ser para alm da vida, normalmente, esto os bens mate-riais que doemos a algum.

    Isabel VieiraParquia de Azia

    De acordo com a lei 25/2012, de 17 de ju-lho, ainda em debate, e sem resultados ime-diatos, mas j com al-gum efeito, qualquer

    cidado poder decidir como quer ser tra-tado nos momentos finais da vida. O que, traduzido por outras palavras, significa que, perante um notrio ou perante um funcionrio do Registo Nacional do Testa-mento Vital (RENTEV), uma estrutura ainda a ser criada, se poder decidir antecipada-mente, e ainda no uso da razo, atravs de um documento escrito, a que tratamentos se deseja ou no ser submetido no final da vida. Assim, as pessoas que sofram de doenas crnicas degenerativas, como o caso da doena de Alzheimer, podem, aju-dados pela famlia, decidir como querem que seja o seu fim. Ainda que haja aspe-tos a clarificar, de acordo com a opinio do antigo coordenador da Pastoral da Sade da Igreja Catlica, padre Feitor Pinto, a lei positiva.

    Joaquim LourenoVieira de Leiria

    O testamento vital um documento, re-digido por uma pes-soa no pleno gozo das suas faculdades men-tais, com o objetivo de dispor acerca dos tra-tamentos e no trata-mentos a que deseja ser submetida quando estiver diante de um diagnstico de doen-a terminal e impos-

    sibilitado de manifestar sua vontade. Para mim, o testamento vital carrega a frieza t-pica do documento e manifesta descon-fiana perante o progresso da cincia m-dica. Eu acredito que os mdicos fazem o melhor pelos doentes e, com testamento ou sem testamento, quando uma pessoa doente no est em condies de receber a informao e de dar, ou no, o seu con-sentimento, ao mdico que cabe a res-ponsabilidade de decidir.

    2

  • TEMA DE CAPA

    Antecipar a ltima vontade: o testamento vital

    Regulao recente sobre as diretivas antecipadas de vontade (DAV) desperta opinio pblica para a discusso sobre processo de morrer

    diogo Carvalho AlvesFotos: Arquivo do

    Centro Hospitalar Leiria Pombal

    Quase dois anos aps a apro-vao da lei n. 25/2012, que re-gula as diretivas antecipadas de vontade (DAV), designadamente sob a forma de testamento vital e nomeao de procurador de cui-dados de sade, foi publicada, no passado dia 15 de maio, em Dirio da Repblica, a portaria que apro-va o modelo de DAV. Dez dias an-tes, havia sido publicada a por-taria que descreve parte do que faltava para a concretizao da lei: a organizao e funcionamen-to do registo nacional do testa-mento vital (RENTEV), prometi-da pela lei de 2012.

    De h dois anos at agora, ao que o PRESENTE apurou, poucas foram as pessoas que formaliza-ram o testamento vital nos not-rios que existem na rea daDioce-se. Algumas iniciativas pontuais tm trazido a questo das DAV para a discusso pblica. Exemplo disso foi a VIII Conferncia Jur-dica sobre o Testamento Vital,

    que juntou na Escola Superior de Tecnologia e Gesto, no passado dia 28 de maio, Rui Nunes, presi-dente da Associao Portuguesa de Biotica e um dos impulsiona-dores da lei sobre as DAV, Helena Pereira de Melo, professora da Fa-culdade de Direito da Universida-de Nova de Lisboa e Vtor Couti-nho, doutorado na rea da tica Teolgica, com especialidade em Biotica. A conferncia, onde fo-ram abordadas diferentes perspe-tivas sobre a temtica, terminou com um debate, atravs do qual a audincia pde ver esclareci-das muitas das dvidas que ainda subsistem.

    Testamento Vital ou Diretivas Antecipadas de Vontade?As diretivas antecipadas de

    vontade (DAV) so o ato atravs do qual umcidado pode decidir, antecipadamente, a sua vonta-de consciente, no que concerne

    aos cuidados de sade que dese-ja receber, ou no, no caso de se encontrar incapaz deexpressara sua vontade pessoal num deter-minado momento futuro. Esta vontade expressa pode concreti-zar-se atravs de um testamento vital documento unilateral e li-vremente revogvel a qualquer momento pelo prprio, realizado por uma pessoa maior de idade e capaz, que no se encontre inter-dita ou inabilitada por anomalia psquica ou atravs da figura do procurador de cuidados de sade - pessoa nomeada pelo outorgan-te, a quem so atribudos poderes representativos para decidir so-bre os cuidados de sade a rece-ber, ou a no receber, quando este se encontre incapaz de expressar a sua vontade pessoal e autono-mamente.

    Em Portugal, a utilizao da expresso testamento vital tor-nou-se a mais comum para de-signar as diretivas antecipadas de vontade (DAV) na sua globa-lidade. Embora tenham sido pro-postas outras designaes: testa-mento de vida, testamento em

    vida, testamento biolgico, tes-tamento de paciente ou clusu-las testamentrias sobre a vida, a expresso lingustica testamen-to vital foi a que assumiu um uso generalizado. A designao sur-giu da traduo livre da expres-so em ingls living will, que parece ter sido utilizada pela pri-meira vez por Luis Kutner num artigo publicado no Indiana Law Journal, em 1969, segundo Rui Nunes.

    Daniel Serro, professor ca-tedrtico jubilado de Anatomia Patolgica e de Biotica e tica e membro emrito da Academia Pontifcia para a Vida, defende que a designao mais correta declarao antecipada de von-tade. No testamento nenhum, porque se fosse testamento vital, o que que deixamos em testa-mento? A vida? No faz sentido, argumenta.

    O antes e o agoraAt aprovao da lei sobre as

    DAV em 2012, qualquer cidado podia deixar por escrito indica-es sobre os cuidados de sade a que no pretendia ser submetidos no futuro, caso ficasse incapaz, no entanto essa vontade podia no lhe ser reconhecida.

    A lei n. 25/2012 que regula as DAV veio trazer suporte legal vontade expressa. A legislao passou a possibilitar que um cida-do expresse uma vontade ante-cipada de, por exemplo, ser ou no ser hidratado ou alimentado arti-ficialmente, quando essas prti-

    cas visem apenas, retardar o pro-cesso de morte natural, rejeitar o suporte artificial das funes vi-tais e a submisso a tratamentos em fase experimental. As DAV tm validade e eficcia de 5 anos, sucessivamente renovveis, que podem ser modificados ou revo-gados a qualquer momento, pela simples declarao oral ao res-ponsvel pela prestao de cuida-dos de sade. A lei sobre as DAV d ainda a possibilidade do cida-do nomear um procurador de cuidados de sade: uma pessoa de confiana, que tome as decises, em matria de cuidados de sa-de, quando o outorgante j no for capaz.

    Tambm previsto na legislao est o direito objeo de cons-cincia dos profissionais de sade que prestam cuidados de sade.

    Para rececionar, registar, or-ganizar e manter atualizadas as DAV recolhidas, a legislao de 2012 criou tambm o Regis-to Nacional do Testamento Vi-tal (RENTEV). Foram necessrios dois anos para que a sua organi-zao fosse regulamentada, atra-vs da Portaria n. 96/2014, que s a partir de 1 de julho de 2014 entrar em vigor. A partir dessa data, as DAV deixaro de poder ser feitas apenas no notrio. Com o novo regulamento, as diretivas antecipadas de vontade e ou pro-curao de cuidados de sade se-ro inscritas no RENTEV, atravs do preenchimento de um formu-lrio prprio, disponvel no por-tal das Administraes Regionais de Sade, no portal do Utente e no portal da Sade.

    Afinal, o que uma diretiva antecipada de vontade, um testamento vital ou um procurador de cuidados de sade?

    Qual o posicionamento da Igreja sobre a temtica? Como deve um catlico abordar esta questo?

    5 de Junho de 2014 3

  • TEMA DE CAPAEntrevista a Daniel Serro

    o sofrimento no minimizado por uma dAVA Igreja Catlica Portuguesa e o testamento vitalPara melhor entender a forma como a Igreja Catlica perspetiva a temtica das diretivas antecipadas de vontade (DAV), o PRESENTE falou com o padre Jos Manuel Pereira de Almeida, coordenador nacional da Pastoral da Sade, que fez um sublinhado dos temas abordados pela nota pastoral Cuidar da vida at morte e deixou algumas pistas para uma abordagem das DAV, consonante com a perspetiva catlica da vida.

    A 12 de novembro de 2009, pe-rante o debate em torno do testa-mento vital, a Conferncia Epis-copal Portuguesa (CEP) publicou uma nota pastoral sobre a euta-nsia e o testamento vital, inti-tulada Cuidar da vida at mor-te. Assumida pela CEP como um contributo para a reflexo ti-ca sobre o morrer, o documen-to episcopal veio clarificar o posi-cionamento da Igreja portuguesa face ao testamento vital, numa al-tura em que se expressava von-tade poltica em produzir legisla-o nesse mbito. No documento, a Igreja refere que o testamen-to vital aceitvel, mas no para abrir as portas eutansia. Como a lei das DAV se apresenta, sobretudo retirando qualquer hi-ptese de uma eutansia e isso

    tambm depende de quem inter-preta a lei -, a mesma no ofende, sob o ponto de vista tico, a Tradi-o da Igreja, refere o padre Jos Manuel Pereira de Almeida.

    Um contributo para pensar a morte

    O coordenador nacional da Pastoral da Sade explica que a nota pastoral pretendeu ser um contributo para pensar a morte, sobretudo no sentido da vida, se-guindo a Tradio da Igreja: uma defesa da vida vivida como vida humana e no como lugar de desumanidade. Por outro lado, acrescenta o responsvel pela Pastoral da Sade, a declarao dos bispos alertou para no con-

    fundir nunca o apelo dignidade humana, em termos de autono-mia, como um disfarce para uma eutansia. Esta, continua a ser a grande preocupao da Igreja: em que medida, uma vontade ex-pressa numa determinada altura, pode corresponder a uma vonta-de no ato a que ela foi antecipada.

    Como deve um catlico perspetivar as DAV?

    Questionado sobre a forma como um crente catlico deve abordar a temtica das diretivas antecipadas de vontade, o padre Jos Manuel Pereira de Almeida refere que importante gastar tempo a falar sobre isto, com ses-ses, debates, boas leituras e pro-

    curar estar informado. O coor-denador nacional da Pastoral da Sade, que tambm mdico, re-comenda uma escolha criterio-sa dos profissionais de sade que nos assistirem: que a escolha re-caia num mdico que nos trate como pessoa, que no trata o r-go doente mas a totalidade da pessoa e eu acredito que os mdi-cos sabem fazer isso, aconselha.

    Jos Manuel Pereira de Almei-da lembra ainda que, para um crente catlico, a morte no a

    ltima desgraa que acontece e que, pela ressurreio de Jesus, o cristo libertado objetivamente de muitos medos, concretamen-te do medo da morte. Ao colocar os olhos em Jesus, que sofre uma morte atroz, verificamos que Ele prprio no diz que tambm te-mos de passar pelo mesmo, mas que temos que sofrer a passagem pela morte. Eu, como cristo, pos-so oferecer esse sofrimento para juntar Paixo de Cristo, na ex-presso de So Paulo, conclui.

    Incio do debate e a pertinncia das DAVO estado norte-americano da

    Califrnia foi o primeiro a legali-zar o Testamento Vital, em 1976, e a prever a figura do procurador de cuidados de sade, em 1984. Recentemente, outros pases eu-ropeus aprovaram tambm legis-lao especfica nesta matria.

    Em Portugal, o debate sobre a legalizao do Testamento Vi-tal comeou em 2006, quando a Associao Portuguesa de Bio-tica apresentou uma proposta de um diploma legal sobre as DAV. A proposta, depois de enviada Co-misso de Sade da Assembleia da Repblica para apreciao, foi apresentada em audincia parla-mentar a 5 de maio de 2009. De-pois do debate parlamentar, a lei

    n. 25/2012, que regula as DAV, aprovada.

    Em entrevista a um canal de televiso, Rui Nunes conta que a primeira reao foi um misto de surpresa porqu agora? Por-qu este problema?. O mdico justifica a pertinncia da lei com a mudana do paradigma social com novas formas de famlia nu-clear e com a mudana da estru-tura demogrfica: sociedade mais envelhecida, taxa de natalidade mais baixa, crescente emigrao jovem e uma esperana mdia de vida cada vez maior. A legaliza-o do testamento vital no ape-nas mais um passo no sentido da afirmao do direito inalienvel autodeterminao das pessoas, uma vitria das sociedades de-mocrticas e plurais que defen-dem o ideal de que a cidadania se exerce com um profundo sentido tico de responsabilidade, defen-

    de Rui Nunes.No entanto, a temtica das

    DAV est longe de ser consen-sual. O tema interpela a uma abordagem ampla de valores ti-cos e morais. Vtor Coutinho, es-pecialista em biotica, refere algumas das questes fundamen-tais subjacentes discusso das DAV: a importncia de respeitar a vontade das pessoas doentes, o alcance e os limites da autonomia do paciente, as exigncias morais do cuidado da vida humana, o significado da vida e da morte, o sentido do sofrimento e da doen-a, o dever de tratar o paciente e a obrigao de no prolongar para alm do razovel o processo de morrer. Sem ideias claras sobre estas questes fundamentais no podemos debater adequadamen-te a implementao de medidas pontuais como o testamento vi-tal, conclui.

    Para esclarecer os cidados, Daniel Serro, mdico e profes-sor catedrtico jubilado de Anato-mia Patolgica e de Biotica e ti-ca, defendeu a realizao de um debate pblico sobre as DAV an-tes da aprovao da lei, afirman-do, na altura, que o Parlamento no devia ter pressa em legalizar o processo. Ao PRESENTE, Daniel Serro diz que no houve debate pblico, porque o pblico no est interessado. No havia nenhu-ma inquietao na sociedade por-tuguesa relativamente aos trata-mentos que os mdicos fazem aos doentes na fase final da vida, ar-gumenta.

    Perfil do cidado que pede uma DAVMas afinal, quais so os cida-

    dos a quem pode interessar a realizao de uma diretiva ante-cipada de vontade (DAV)?

    Rui Nunes, atravs da sua ex-perincia pessoal, traa o seguin-te perfil dos cidados mais inte-ressados em realizar uma DAV: em primeiro lugar, determinadas minorias, nomeadamente, as Tes-temunhas de Jeov, depois, pes-soas de mdia idade entre os 30 e os 50 anos - com formao cul-tural e intelectual avanada, no necessariamente profissionais de sade. Estas pessoas percebem que no querem ficar dois anos li-gadas a uma mquina, que isso degradante e viola a sua prpria conceo do que a dignidade da

    Sem ideias claras no podemos

    debater a implementao o testamento vital

    4

  • TEMA DE CAPAEntrevista a Daniel Serro

    o sofrimento no minimizado por uma dAV

    pessoa, conlui.Para Daniel Serro, as DAV

    interessam a meia dzia de pes-soas que, na maior marte dos ca-sos, tiveram uma experincia ne-gativa com um mdico no final da vida de um familiar e que fazem questo de deixar declarado o que querem, quando estiverem pe-rante uma situao idntica.

    Dois anos, quantas DAV?O PRESENTE contactou os

    cartrios notariais que prestam servio na rea da Diocese, numa tentativa de perceber, na prtica, quantas DAV foram feitas desde a aprovao da lei em 2012 e quais os valores praticados.

    Os valores cobrados oscilam entre os 24 e os 150 euros. Caso o cidado chegue ao cartrio no-

    tarial com o documento feito, ter apenas de pagar 24 euros, o pre-o da autenticao simples neces-sria do documento onde est ex-pressa a vontade do cliente. Se os servios de cartrio notarial tive-rem de fazer o documento, co-brado um valor superior, infor-ma um dos notrios contactados. Quando as pessoas chegam ao cartrio notarial j vo, na maior parte das vezes, com uma DAV elaborada, bastando apenas a sua autenticao, refere Pedro Tava-res, notrio do cartrio notarial de Leiria. Desde a entrada em vi-gor da lei, aquele servio autenti-cou apenas trs diretivas anteci-padas de vontade, informa Pedro Tavares. Nos restantes servios notariais, a realidade no dife-rente, havendo inclusive alguns que referiram nunca ter proce-dido autenticao de uma DAV ou, sequer, terem um preo defi-

    nido. Questionados sobre a ine-xistncia de uma tabela de preos, os servios alegam a tardia regu-lamentao de uma lei que j foi aprovada h dois anos.

    Interrogado sobre o nmero residual de DAV realizadas nos ltimos dois anos, Rui Nunes de-fende que a lei no existe apenas para as massas, mas para defen-der direitos bsicos das pessoas e este um deles. O que necess-rio assegurar que todos quantos queiram fazer o testamento vi-tal,o possam fazer.

    Um tema que merece discussoLegalizar o testamento vital

    foi o primeiro e o necessrio passo para discutir esta temtica, refe-re Rui Nunes. Agora que est le-

    galizado, mais fcil discut-lo em profundidade, para que cada um de ns tome as suas decises em plena conscincia.

    Vtor Coutinho considera que as questes relacionadas com o testamento vital so provocan-tes porque exigem tomadas de posio sobre assuntos de vida e de morte, porque nos obrigam a decidir sobre a forma como que-remos acompanhar as pessoas que esto a morrer e como dese-jamos ser cuidados no nosso pr-prio processo de morrer. A for-ma como nos situamos perante a morte dos que nos so prximos e como vemos a nossa prpria mor-te pe em jogo concees de vida, atitudes perante a pessoa huma-na, hierarquias de valores, razes e emoes, afetos e relaes, re-fere o especialista em biotica ao justificar a interpelao e o ques-tionamento que a discusso em

    torno das DAV provoca.A 15 de maio de 2014 foi pu-

    blicada a Portaria n. 104/2014, que aprova o modelo de direti-va antecipada de vontade. A re-gulamentao das DAV tardou e a opinio pblica parece s ago-ra estar a despertar para a discus-so de uma temtica que, no en-tender de Vtor Coutinho, tem de ser confrontada com as outras ex-presses da personalidade do pa-ciente. Mais importante do que seguir literalmente uma deter-minada orientao que ficou re-gistada, agir de acordo com os valores morais do paciente, com as suas perspetivas de vida, inte-grando os compromissos que bro-tam das suas relaes pessoais., lembra o especialista.

    Daniel Serro mdico e professor catedrtico jubilado de Anatomia Patolgica e de Biotica e tica e, desde maio de 1994, membro emrito da Academia Pontifcia para a Vida. Aquando do debate parlamentar sobre a lei das DAV, foi ouvido pela comisso de sade da Assembleia da Repblica.

    Em entrevista ao PRESENTE, Daniel Serro falou acerca da sua perspetiva e sobre a pertinncia da lei que regula as DAV.

    na sua opinio, quais so os pressupostos que podem levar algum a fazer uma dAV?

    Ao responder a essa questo que me coloca, vou ser um pouco

    radical. As DAV s interessam s pessoas que no tenham confian-a em que os mdicos, quando elas estiverem inconscientes, as trata-ro bem. Essas pessoas acham que os mdicos as vo tratar mal apenas por estarem inconscien-tes. Prevendo essa situao, to-mam antecipadamente uma de-ciso: quero que o senhor me faa isto, no quero que me faa aquilo. Pode ser uma deciso positiva ou negativa. O processo em si um bocado arbitrrio, uma vez que a pessoa imagina uma situao fu-tura e toma uma deciso em re-lao a essa mesma situao, que poder ser diferente daquela que ela est a viver no momento em que fica inconsciente.

    Como mdico, como olha para as dAV?

    As DAV so inteis ou at mes-

    mo pejorativas para um mdico. As pessoas que fazem as DAV es-to a admitir que, sobretudo no fim da vida, no momento em que no estiverem conscientes para decidir, o mdico ir decidir mal e

    eu acho que os mdicos decidem bem. Por vezes as pessoas argu-mentam, dizendo que h mdicos que no tomam a deciso corre-ta. Eu contra argumento, dizendo: ento vamos educar os mdicos, porque o que preciso que eles aprendam a proceder bem, pe-rante doentes que estejam numa fase final da vida e no algum que lhes diga, antecipadamente, como devem agir.

    Foi um defensor da realizao de um debate pblico sobre o testamento vital, afirmando inclusive que o Parlamento no devia ter pressa em legalizar a lei. Considera que, passados 2 anos aps a entrada em vigor da lei, os portugueses esto agora mais informados?

    No houve debate pblico por-que o pblico no est interessa-do. Basta perguntarmos s pes-soas que esto nossa volta se j pensaram em fazer uma DAV, elas perguntaro: o que isso? Para que serve? Isto demons-tra que aquela lei no correspon-de a uma necessidade pblica. No havia nenhuma inquieta-o na sociedade portuguesa re-lativamente aos tratamentos que os mdicos fazem aos doentes na fase final da vida. Posso estar en-ganado, mas a minha convico que muito poucas pessoas fazem ou iro fazer uma DAV, porque no um assunto que interesse

    sequer a uma minoria da popula-o, quanto mais maioria. Esto a legislar para situaes que no representam um problema.

    membro emrito da Academia Pontifcia para a Vida. Como crente, qual a sua sensibilidade em relao temtica da dAV?

    A nica declarao antecipa-da que eu acho que posso fazer a seguinte: quando eu estiver in-consciente, numa situao termi-nal de vida, quero ter cuidados paliativos de primeira qualidade e assistncia espiritual e religiosa, essa a minha nica declarao antecipada de vontade. A minha vontade no de proibir os mdi-cos de fazer isto ou aquilo.

    As pessoas que, por motivo de doena, esto numa fase terminal da sua vida, esto em sofrimento, um sofrimento fsico e emocional. Acredito que esse sofrimento no minimizado por uma DAV, ele deve ser suportado pela famlia e pelas pessoas que so nossas ami-gas, para que a pessoa possa mor-rer em paz. Hoje em dia no h nenhuma razo para que o doen-te em fase terminal tenha dores fsicas, uma vez que elas podem ser tratadas. Em relao ao sofri-mento, que inevitvel, deve ser acolhido no amor e no afeto de um familiar, de um amigo ou de um sacerdote. Isso que morrer em paz.

    Por vezes as pessoas

    argumentam, dizendo que h

    mdicos que no tomam a deciso

    correta. Eu contra argumento,

    dizendo: ento vamos educar os

    mdicos

    Os valores cobrados oscilam entre os 24

    euros e os 150 euros

    5 de Junho de 2014 5

  • Testamento vital: um contributo para respeitar o doente terminalQuando cada um de ns vive de perto a fase terminal de uma pessoa prxima, interroga-se, certamente, sobre a forma de agir de acordo com a vontade dessa pessoa e de tomar decises que a respeitam na sua condio de sujeito moral. Se pensamos na possibilidade da prpria morte, que pode ser precedida de uma situao de inconscincia ou de autonomia reduzida, est subjacente tambm a expectativa de que sejam respeitados os nossos desejos e vontades. Consideramos que uma violao da dignidade humana de uma pessoa proceder a cuidados mdicos que contrariem as suas convices e legtimas vontades.

    atualmente consensual que os desejos e vontades de uma pessoa doente devem ser respeitados e tidos em conta nos processos de deciso sobre aquilo que lhe diz respeito, no-meadamente nas intervenes m-dicas em final da vida. Numa pers-petiva tica so, portanto, aceitveis duas opes: escolher cuidados pa-liativos (analgsicos e sedativos) mesmo que isso implique o risco de abreviar a vida; recusar ou suspen-der medidas de suporte vital (reani-mao cardiopulmonar, ventilado-res, ordens de no reanimao) que no sejam consideradas proporcio-nadas ao bem-estar que o paciente possa vir a obter. No tm validade indicaes que sejam consideradas formas de eutansia direta ativa, ou que contrariem princpios funda-mentais da deontologia mdica.

    Perguntar sobre o que cada um deseja para os momentos que an-tecedem a morte e que cuidados de sade quer receber um modo de garantir o respeito da pessoa que morre. , portanto, de toda a vanta-gem dispor de procedimentos e ins-trumentos capazes de garantir, ou pelo menos de tornar bastante pro-vvel, que as decises tomadas em relao a um paciente em estado de inconscincia respeitem o seu direi-to autodeterminao.

    As diretivas antecipadas de von-tade, entre as quais se encontra o testamento vital, so instrumentos para registar instrues ou desejos sobre intervenes mdicas na fase terminal da vida humana, para se-rem tidos em conta quando o indi-vduo se tornar incapaz de exprimir a sua vontade ou de tomar decises. Atravs deste tipo de diretivas uma pessoa pode previamente deixar in-dicadas as suas opes, critrios a seguir nas decises, valores que de-seja ver respeitados, intervenes

    que recusa ou que admite, pessoas a incluir no processo deliberativo, orientaes gerais sobre a forma de lidar com o seu processo de morrer. Estas vontades ou desejos devem ser tidos em conta quando o pacien-te no tiver condies suficientes de autonomia.

    A Igreja Catlica apresenta uma base doutrinal que permite enqua-drar eticamente o uso de diretivas antecipadas de vontade ao defen-der a legitimidade de renunciar ao excesso teraputico e a todas as in-tervenes consideradas extraordi-nrias ou desproporcionadas. Con-sidera que no h objees ticas fundamentais em relao s direti-vas antecipadas de vontade e cha-ma a ateno para o facto de elas no terem um peso absoluto no mo-mento de deciso.

    Em Portugal, foi regulamenta-da recentemente a lei portuguesa sobre as diretivas antecipadas de vontade. , sem dvida, um contri-buto para dinamizar a reflexo so-bre estes procedimentos e para dar enquadramento legal s manifes-taes de vontade dos pacientes. No entanto, a adoo de mecanis-mos burocrticos para implemen-tar o testamento vital, que a lei pre-v , pode constituir um obstculo a uma ampla divulgao. Alm disso, seria til que a lei tivesse previsto a validade de outras expresses ante-cipadas de vontade que no se insi-ram nos procedimentos do Registo Nacional do Testamento Vital, tais como documentos pessoais assina-dos pelo prprio e por testemunhas, declaraes da vontade do paciente devidamente comprovadas ou ou-tro tipo de registos fidedignos.

    A lei prev que as diretivas ante-cipadas de vontade no devem ser respeitadas quando haja indcios de que no correspondem vonta-

    de atual do paciente ou quando as circunstncias presentes sejam sig-nificativamente diferentes daque-las que foram previstas quando o documento foi assinado. Com efei-to, ao exigir o cumprimento rigoro-so de orientaes que foram dadas previamente, poderamos no es-tar a agir de acordo com aquilo que seria a vontade do paciente no mo-

    mento atual em que preciso tomar decises.

    As diretivas antecipadas de von-tade so um instrumento til nos processos de deciso, so uma for-ma de expresso pessoal que pre-ciso acolher e interpretar. Contu-do, ainda que sejam teis, elas so apenas instrumento de algo mais abrangente e decisivo: de uma rela-

    o de confiana e responsabilida-de com o paciente em que decisivo agir de acordo com o seu universo de referncias, tendo-o como centro dos processos deliberativos e assu-mindo o seu bem global como obje-tivo das decises.

    Vtor CoutinhoProfessor de tica

    na Universidade Catlica

    TEMA DE CAPA

    Conferncia promoveu debate sobre o testamento vital

    encontro rene especialistas em tica, direito e Sade

    A tica, a lei e o caso especfico das pessoas com demncia: foram as trs perspetivas abordadas na conferncia sobre o testamento vital, que decorreu na tarde do dia 28 de maio, na Escola Superior de Tecnologia e Gesto (ESTG) do Instituto Politcnico de Leiria. Cerca de 150 pessoas assistiram s apresentaes e participaram no debate que se seguiu.

    A VIII Conferncia Jurdica, organizada pelo Departamen-to de Cincias Jurdicas da ESTG, contou com a presena de Rui Nunes, presidente da Associao

    Portuguesa de Biotica, Helena Pereira de Melo, professora da Fa-culdade de Direito da Universida-de Nova de Lisboa, e Vtor Couti-nho, doutorado na rea da tica Teolgica, com especialidade em Biotica.

    Na conferncia foram apre-sentadas diferentes perspetivas sobre o tema do testamento vi-tal. Rui Nunes responsvel pela proposta que resultou na Lei do testamento Vital -, fez uma breve contextualizao do aparecimen-to da temtica na agenda poltica e abordou o caso especfico do tes-tamento vital em casos de pessoas com demncia. Aps a apresen-tao do presidente da Associa-o Portuguesa de Biotica, Vtor Coutinho, especialista em Bio-

    tica, fez um enquadramento das Diretivas Antecipadas de Vonta-de num contexto tico. A ltima interveno foi da responsabili-dade de Helena Pereira de Melo, que abordou o quadro legal no que respeita ao testamento vital.

    O encontro terminou com um debate, moderado por Joo lva-ro Poas Santos, coordenador do Departamento de Cincias Jur-dicas da ESTG, onde foram lan-adas algumas questes, respon-didas pelos oradores presentes. Na opinio daquele coordenador, a conferncia cumpriu o objetivo de debater um assunto que, por ser multifacetado e congregar di-ferentes reas - Direito, tica e Cincia -, to apaixonante quan-to difcil de abordar.

    Diogo Alves

    Dio

    go A

    lves

    6

  • DIOCESE

    Alunos de eMRC descoberta do tesouro em FtimaMais de 3 mil alunos e 300 pro-

    fessores de Educao Moral e Re-ligiosa Catlica (EMRC), de 15 dio-ceses de Portugal, participaram, no dia 23 de maio, em Ftima, no 14. encontro Interescolas do 1. ci-clo do ensino bsico.

    O tema escolhido para a ativi-dade deste ano foi Jesus, um te-souro a descobrir, tendo como principal objetivo apresentar aos alunos Jesus como modelo de vida e a educao crist como

    pea fundamental na formao integral da pessoa.

    Atravs da transmisso aos mais pequenos de valores como a alegria, o amor, a justia, o per-do, a disciplina de EMRC procu-ra incutir na sociedade, nas novas geraes, que Jesus Cristo pode de facto levar as pessoas mui-to mais longe, a serem verdadei-ramente felizes, salienta a pro-fessora Maria de Ftima Nunes, da equipa organizadora do Inte-

    rescolas.O ponto alto do encontro foi a

    celebrao da Eucaristia, na Ba-slica da Santssima Trindade, presidida por D. Manuel Pelino, bispo de Santarm e presidente da Comisso Episcopal da Edu-cao Crist e Doutrina da F. A atividade incluiu tambm dois momentos de animao cultu-ral, no Centro Pastoral Paulo VI, a cargo do grupo de teatro Espe-lho Mgico.

    Grupo em rede concluiu percurso formativo

    Jovens abertos ao dom da vocaoForam 10 os jovens, rapazes e

    raparigas, que integraram o gru-po Em rede deste ano, uma pro-posta anual do Servio de Anima-o Vocacional (SAV) e do Servio Diocesano de Pastoral Juvenil de Leiria-Ftima.

    Em dezembro passado, embar-caram na aventura de aprofun-dar o sentido do dom de Deus que vocao, as diversas vocaes existentes na Igreja, desde o ma-trimnio vida consagrada e ao ministrio sacerdotal, de conhe-cer o que prprio de cada um e de como atravs delas cada pes-soa enriquece a Igreja e a socie-dade e se realiza a si prprio. As-sim explica o padre Jorge Guarda, diretor do SAV, o objetivo deste

    grupo que, aps uma reunio de formao e orao em cada ms, concluiu o percurso no passado dia 1 de junho, no mosteiro das Ir-ms Clarissas, em Monte Real.

    Clarificou-se muito em mim o sentido da vocao e a minha abertura ela, confessou um dos participantes, em jeito de re-sumo. Outros adiantavam que aproximou-me mais de Deus, ajudou-me a ver melhor o sen-tido das coisas para viver como cristo, trouxe-me mais cora-gem e algumas bengalas para ca-minhar mais facilmente na mi-nha vida ou isto ajudou-me muito e deixei de ter medo de ou-vir falar de vocao. Algum re-matava: ficou-me bem marca-

    da esta mensagem: A vocao onde a minha vontade e a vonta-de e de Deus se cruzam; e isso que eu quero viver.

    A partilha de experincias foi feita neste ltimo encontro, a que se juntaram alguns dos elemen-tos de grupos anteriores, tendo todos rezado em conjunto e par-ticipado na Missa dominical com as irms e outros fiis, na qual foi apresentado o incio de um novo mosteiro em Timor onde esto quatro freiras deste convento de Monte Real.

    No final, o grupo ficou com vontade de continuar a reunir-se para ir mais em profundidade na experincia espiritual e voca-cional e na amizade que despon-

    tou entre todos, refere o padre Jorge Guarda.

    E baseado no sucesso que a proposta tem registado ano aps ano que, se Deus quiser, no final deste ano haver um novo per-

    curso para os jovens entre os 20 e os 35 anos que aderirem ao con-vite para participarem no grupo e procurarem construir o seu pro-jeto de vida luz de Cristo e do seu Evangelho. \ LMF

    encontro Vicarial de Porto de Ms

    deus d-nos uma graa para cuidar do outro e vencer todas as dificuldades

    A vigararia de Porto de Ms acolheu o ltimo encontro vica-rial deste ano, presidido pelo Bis-po diocesano, D. Antnio Marto, no passado dia 23 de maio. Sob o tema Amor conjugal, dom e vo-cao, o encontro iniciou-se pelas 21h00, no salo da Casa do Povo do Alqueido da Serra, com o aco-lhimento e breves palavras por um casal desta parquia, a que se seguiu a projeo de um filme so-bre o VII Encontro Mundial das Famlias, realizado em Milo, em 2012.

    Foi feita uma leitura da Car-ta de So Paulo aos Colossenses e D. Antnio Marto partilhou uma breve reflexo, comean-do por citar o Papa emrito Ben-to XVI: A famlia um grande tesouro para os esposos, durante toda a sua vida. um fundamen-to indispensvel para a sociedade e para a Igreja e um bem neces-

    srio para todos os povos. Par-tindo da sua carta pastoral para este ano, o Bispo abordou o sen-tido do nascimento e crescimen-to de uma famlia, como verda-deira comunidade de vida e de amor. A famlia feita de ros-tos de pessoas que se amam, que dialogam e que partilham os xi-tos e os fracassos e que so capa-zes de se sacrificar uns pelos ou-tros; um lugar de afetos, referiu, sublinhando a importncia de al-gumas palavras essenciais ao di-logo familiar: por favor, desculpa e obrigado, que o Papa Francisco nos tem transmitido.

    Um casal da parquia da Bar-reira, com 27 anos de matrim-nio, partilhou em breves palavras a sua vivncia em famlia. Como membros da equipa de pastoral familiar da Diocese, deixaram al-gumas noes do que o traba-lho efetuado neste setor da pasto-

    ral, cujos princpios so inspirados nos ensinamentos da exortao apostlica Familiaris Consortio.

    Como um dos objetivos era incentivar a preparao para o sacramento e a espiritualidade conjugal e familiar, o padre Jos Augusto Rodrigues, diretor do Departamento da Pastoral Fami-liar, falou da ao a desenvolver com casais de namorados e, con-cretamente, da pastoral pr-ma-trimonial, que considera cada vez mais necessria. Defenden-do que todos estamos envolvidos e devemos acompanhar os na-morados no caminho do matri-mnio, frisou que importante que todos descubram que Deus os chama e que o Matrimnio uma vocao crist, smbolo do amor de Cristo pela Igreja.

    Seguiu-se o testemunho de um casal que h nove anos integra a equipa vicarial de pastoral fami-

    liar e que contou um pouco da sua experincia de vida, de encontro e de constituio da famlia, que inclui dois filhos. Confessaram, em resumo, que Deus d-nos uma graa, um amor que est no fundamento da unio, para cui-dar do outro e vencer todas as di-ficuldades.

    A ltima parte do encontro preencheu-se com partilha de ideias e questes entre os pre-sentes, muitas delas colocadas ao nosso Bispo, que abordou o tema das novas formas de unio entre casais e lamentou a ideia errada

    que muitos adolescentes tm hoje do casamento como uma priso. D. Antnio Marto incentivou leitura e meditao da sua ltima carta pastoral e ao trabalho em rede nas parquias e vigararias, pois os grandes evangelizadores so os casais cristos, que do tes-temunho de f e de vida crist.

    O proco do Alqueido da Ser-ra, padre Manuel Pedro, agrade-ceu a presena de todos e ofereceu uma lembrana caracterstica da localidade ao Bispo, que reconhe-ceu o gesto. Filipa Querido (colaborao) | LMF

    DR

    DR

    DR

    5 de Junho de 2014 7

  • DIOCESE

    dia do doente e do idosoParquia da Azia

    No dia 25 de maio, a parquia de Azia acolheu a festa do dia do idoso e do doente. O programa comeou com a Missa, s 11h30, na igreja de Alcogulhe, seguindo-se um almoo de convvio no salo desta localida-de. Pelas 16h30, fez-se uma orao mariana e o convvio continuou com lanche partilhado.Segundo informaes enviadas pela paroquiana Isabel Vieira, estive-ram presentes mais de 200 idosos e doentes, bem como alguns familia-res e entidades locais, como o presidente das Conferncias de S. Vicen-te de Paulo, Antnio Frazo, vrios presidentes de associaes locais e ainda o presidente e outros membros da Unio de Freguesias dos Par-ceiros e Azia.

    Parquia da MaceiraNo mesmo dia 25 de maio, tambm a parquia da Maceira realizou uma festa do doente, por iniciativa da pastoral scio-caritativa, cujo ponto alto foi a celebrao da Missa, presidida pelo proco, padre Mar-celo Moraes, e concelebrada pelos padres Fbio Bernardino e Rogrio Chitapa, vigrios paroquiais.Depois, houve lanche partilhado com msica e bailarico no salo paro-quial. A informao foi enviada pelo paroquiano Jos Carlos, que nos descreve o ambiente: Foram aqueles que passaram, por ns, noites mal dormidas, que faziam refeies que eram utopia, que nos levaram ao mdico e por ns rezavam uma orao Nesta dualidade de emoes, as lgrimas confundiam-se com os sorrisos e tivemos a certeza de que Jesus estava presente no rosto de cada um de ns.

    Parquia das Pedreiras

    Tambm o grupo scio-caritativo da parquia das Pedreiras celebrou, no dia 1 de junho, o dia do doente e do idoso. Cerca de 130 pessoas par-ticiparam na iniciativa, que comeou com a Eucaristia na igreja matriz. Segundo informao enviada por Armindo Vieira, o proco, padre Sr-gio Fernandes, proferiu algumas palavras de conforto e incentivo para que as suas vidas, nesta idade avanada, tenham alegria. E, depois, o sa-lo do Centro Paroquial e Pastoral de So Sebastio acolheu um almoo de convvio, onde os presentes trocaram entre si palavras de amizade e recordaram os tempos em que se encontravam com mais regularidade. No mesmo local, aps o almoo, todos rezaram o tero diante da ima-gem de Nossa Senhora, comemorando assim o encerramento do ms de Maria. E o convvio continuou com a mesa recheada de doces, filhs, ch e caf da av. \ LMF

    em honra de Santo Antnio

    Picassinos em festaNos dias 13 a 15 de junho, a

    comunidade de Picassinos, na parquia da Marinha Grande vai promover a festa em honra de Santo Antnio.

    O programa inicia-se s 20h00 de sexta-feira, com Mis-sa e procisso de velas, seguindo-se a abertura do arraial com bar, quermesse, petiscos e a atuao do duo Z Caf e Guida.

    No dia 14, o arraial com res-taurante abre s 17h00, subin-do ao palco o Rancho Folclrico de Picassinos e o Rancho Folcl-rico Vale do Lis (Barreiros), uma demonstrao de HipHop por ACRC Dancers e, noite, o can-tor Dinis Brites. No domingo, pe-las 10h00 sero recolhidos os an-dores e ofertas pelas ruas dos lugares, com a Bandinha Ami-

    gos da Msica, sendo a Missa da festa s 15h00, seguida de pro-cisso. Pelas 17h00 ser a venda dos produtos trazidos nos ando-res e atuao da Bandinha, aber-tura do arraial e a atuao da Orquestra Juvenil da Marinha Grande. s 20h00, a animao ser do organista Jos Fernando e s 24h00 encerram os festejos. \ LMF

    Tertlia ao sero em Monte Real

    Famlias debatem uso das novas tecnologias

    No sero da passada sexta-feira, dia 30 de maio, realizou-se no centro paroquial de Mon-te Real uma tertlia, promovida pela equipa da pastoral familiar, sobre o tema As novas tecnolo-gias na famlia.

    Com a participao de cerca de duas dzias de pessoas, o ca-sal Clia Capito e Lus Ferraz foi convidado a partilhar a sua experincia sobre como gere a utilizao das novas tecnolo-gias em casa, sobretudo na sua

    relao com os filhos. Apresen-taram algumas vantagens des-ta utilizao em ambiente fami-liar, mas tambm as dificuldades e desafios que representam para os pais e tambm para as pr-prias crianas e para os adoles-centes. Em resumo, deixaram a ideia de que os telemveis, com-putadores, consolas, tablets e ou-tros instrumentos tecnolgicos que invadem as nossas casas po-dem ser usados como ajuda para o seu desenvolvimento integral,

    mas exigem ateno por parte dos pais para que no haja exa-gero ou dependncia e para evi-tarem riscos para a sua sade f-sica, psquica e emocional.

    Aps a apresentao, que foi do agrado de todos os presentes, estes tiveram oportunidade de expor as suas perguntas e preo-cupaes e, assim, levaram para as suas famlias algumas dicas teis para a prtica do dia a dia. \ Equipa de Pastoral Familiar da Parquia de Monte Real

    uma festa das famlias

    S. Mamede celebrou dia da ParquiaDesde o ano de 2012, a par-

    quia de So Mamede tem orga-nizado o Dia da Parquia, como ocasio para compartilhar a f de uma forma mais viva e mais intensa. Neste dia, no so os paroquianos que vo igreja, mas a Igreja que vai ter com os paroquianos ao campo de fute-bol da Cabecinha, para propor-cionar um momento de encon-tro e convvio entre as famlias da parquia num ambiente de fraternidade crist, explica o proco, padre Joo Carlos Ro-drigues.

    Esta iniciativa tem servido tambm para uma caminhada espiritual da comunidade, como descreve o proco: Em 2012, serviu para dar a conhecer a ri-queza espiritual dos movimen-tos eclesiais e dos servios pas-

    torais da parquia. Em 2013, ano da F, foi uma manifestao p-blica de f em Deus e um ato de louvor e de ao de graas ao Amor de Cristo que nos congre-ga e faz irmos e nos impele a co-municar e a partilhar a alegria de viver em comunidade. Este ano, foi uma festa da famlia.

    Assim, a catequese dinami-zou atividades ldicas para en-volver as crianas, os pais e os avs numa atmosfera de alegria e entusiasmo. Ao final da tarde, o grupo de jovens orientou uma celebrao mariana, com a pre-sena da imagem do Imaculado Corao de Maria da igreja ma-triz, qual recorremos para pe-dir Rainha da Famlia que aju-de os lares da nossa parquia a viverem mais em famlia. O ponto alto foi a celebrao da

    Missa campal em ao de gra-as pela beleza e pela alegria de viver em famlia. \ LMF

    DR

    DR

    DR

    DR

    8

  • DIOCESE Homens do mar peregrinaram a Ftima

    Cerca de duzentos pescado-res portugueses assinalaram o Dia Nacional do Pescador, 31 de maio, com uma peregrinao ao Santurio de Ftima. Ligados a associaes de pescadores do Minho, do Algarve e da Nazar, ali vieram pedir a proteco de

    Maria para todos os que saem diariamente para a faina e para que Deus acolha os que falece-ram nesta profisso, principal-mente os que so representa-dos na Cruz dos Ausentes nos cemitrios, cujos corpos no fo-ram encontrados. \ LMF

    d. Jos Augusto Traquina Maria

    Novo bispo portugus preside peregrinao de junho

    Ordenado no passado dia 1 de junho, D. Jos Augusto Tra-quina Maria, bispo auxiliar do patriarcado de Lisboa, vir pre-sidir peregrinao anivers-ria de 12 e 13 de junho, no San-turio de Ftima. Confessando partilhar com o Povo de Deus o sentimento comum de que o Santurio de Ftima de fac-to um lugar privilegiado do en-contro com Deus, o Bispo refere que vir a Ftima pedir a inter-cesso de Nossa Senhora por to-das as pessoas que ultimamen-te tanto tm rezado pela Igreja e pelos novos bispos portugueses nomeados pelo Papa Francisco. No dia 12, valorizar o encontro com Cristo no seu corao, no qual encontramos purificao, nos refazemos e decidimos a vida e, no dia 13, propor cele-

    brar a consolao para que o so-frimento esteja espiritualmente identificado e se transforme em testemunho de vida pela reden-o do mundo, adianta o Centro de Comunicao Social do San-turio de Ftima.

    A mesma fonte informa que D. Francisco Jos Senra Coelho, o outro bispo portugus recen-temente nomeado pelo Papa, como auxiliar da arquidiocese de Braga, vir presidir pere-grinao de 12 e 13 de julho.

    Filme Ftima no Mundo em digresso

    Depois de uma temporada em exibio no territrio con-tinental, o filme/documentrio Ftima no Mundo estar no Frum Madeira, no Funchal, nos dias 10, 14 e 15 de junho, sempre s 19h00. Ainda neste ms ser tambm exibido em Moambique e, em agosto e se-tembro, viajar nos monitores do avies da TAP.

    Produo conjunta do San-turio de Ftima e da empresa Adonai, com realizao do es-critor Manuel Arouca, o docu-mentrio rene cerca de 90 mi-nutos de testemunhos sobre o impacto que a histria e a men-sagem de Ftima tm na vida de milhares de pessoas por todo o mundo. Veja o trailer em goo.gl/UGWH7r. \ LMF

    Simpsio Teolgico-Pastoral do Santurio

    Ftima convite revoluo da ternuraLMF com LeopolDina Simes (CCS-SF)

    A reflexo sobre a mensagem de Ftima voltou a estar em des-taque no simpsio teolgico-pas-toral organizado e promovido pelo Santurio de Ftima, entre os dias 30 de maio e 1 de junho, sob a coordenao cientfica da Faculdade de Teologia da Univer-sidade Catlica Portuguesa. Par-ticiparam presencialmente nesta iniciativa de mbito nacional 340 pessoas, sendo 486 os que acom-panharam a transmisso pela in-ternet no primeiro dia, 216 no se-gundo e 93 no terceiro.

    Aps a palavra de acolhimento pelo reitor do Santurio de Ftima, padre Carlos Cabecinhas, os traba-lhos, realizados no Salo do Bom Pastor, no Centro Pastoral de Pau-lo VI, foram inaugurados na ma-nh de sexta-feira com o discurso de abertura do bispo de Leiria-F-tima. D. Antnio Marto comeou por referir que o ttulo e lema do simpsio Envolvidos no amor de Deus pelo mundo Experin-cia de Deus e responsabilidade hu-mana sintetizava bem a mensa-gem deixada por Nossa Senhora em Ftima na apario de 13 de junho de 1917, aquela que consi-dera a mais importante das seis aparies, em que foi revelado o chamado Segredo de Ftima, que nas suas trs partes expres-so deste amor de Deus ao mun-do num momento periclitante que ameaava afundar a humanida-de no abismo da runa, a I Gran-de Guerra. Apresentando Maria como mensageira e cone do amor de Deus pelo mundo, exortou a Igreja a olhar as pessoas e o mun-do com esse olhar de amor e de mi-sericrdia, e a realizar, segundo a prpria exortao do Papa Fran-cisco, a revoluo da ternura nas periferias existenciais. Destacou ainda que, no momento atual da histria da humanidade, a Igre-ja chamada a olhar as pessoas e o mundo com um olhar de amor e misericrdia, a cuidar da humani-dade com ternura, a ser uma Igre-ja amiga e companheira dos ho-mens: a aproximar-se deles com um sentido grande e profundo de humanidade, que acolhe, escuta, compreende e assume as alegrias e as esperanas, as dores e as angs-tias dos outros.

    A conferncia inaugural es-

    teve a cargo de Franco Manzi, de Milo, sobre o tema O mist-rio do amor de Deus pelo mundo na mensagem de Ftima. Mons. Claude Dagens, bispo de Angou-lme, Klaus Vechtel, jesuta de Frankfurt, Cettina Militello, te-loga italiana, Rey Garca Paredes, marilogo espanhol, foram al-guns dos conferencistas que pro-curaram dar resposta a trs te-mticas essenciais: Em que Deus acreditamos?, O amor como n-cleo da existncia de Deus na ex-perincia crist e Maria, cone da misericrdia salvfica de Deus.

    O patriarca de Lisboa e presi-dente da Conferncia Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, encerrou os trabalhos com uma reflexo sobre o Santurio de F-tima e a renovao da Igreja em Portugal uma leitura histrico--pastoral, onde afirmou que Fti-ma foi estruturante neste ltimo sculo em que vivemos e conti-nua a ser estrutural, porque aqui assenta, basicamente, a vida das vinte Igrejas diocesanas que exis-tem em Portugal e da Igreja toda, global, que tambm passa por c. Sublinhou que a mensagem de Ftima reforou e unificou o ca-

    riz mariano do cristianismo, que geral, e particularmente entre ns e disse ainda que o maria-nismo portugus to constan-te como a nossa prpria histria, pois precede e caracteriza ao lon-go de vrios sculos o devir por-tugus.

    Em termos culturais, a propos-ta oferecida aos participantes no simpsio foi uma visita exposi-o temporria Segredo e Reve-lao, patente at final de outu-bro no complexo da Baslica da Santssima Trindade, onde so co-locadas em destaque as trs par-tes do Segredo de Ftima e onde mostrado ao pblico, pela primei-ra vez, o Manuscrito da Terceira Parte do Segredo.

    No final do simpsio, voltou a ser apresentada a revista cultu-ral Ftima XXI, a mais recente aposta editorial do Santurio, que est j disponvel na sua livraria e que, segundo o reitor da insti-tuio, um projeto que procu-ra fazer eco da dimenso cultural de Ftima e ser espao de refle-xo, abordando temas relaciona-dos com a histria, a mensagem e a cultura de Ftima, atravs de leituras pluridisciplinares.

    A consagrao como dedicao na mensagem de Ftima

    O Santurio de Ftima aca-ba de anunciar o lanamento do 3. nmero da coleo Fti-ma Mensagem e Teologia, uma antologia de textos sobre o tema da consagrao a Nossa Senho-ra, sob o ttulo A consagrao como dedicao na mensagem de Ftima. Com autores de v-rias nacionalidades, rene re-flexes das vrias sensibilida-

    des lingusticas e teolgicas e com perspetivas diferentes, desde a histrica bblica, espi-ritual, dogmtica, sociolgica ou pastoral. venda na Livraria do Santurio, ainda enrique-cida com vrios apndices, no-meadamente, os textos de ora-o de consagrao mariana mais significativos ao longo da histria. \ LMF

    Lus de Oliveira

    5 de Junho de 2014 9

  • Agenda Festas

    Ordenaes Aniversrios

    21 de junho de 1987P. Joo Rodrigues

    26 de junho de 1988P. Davide Vieira Gonalves

    29 de junho de 1948P. Ablio Vieira

    Cupo de assinatura Recortar e preencher o cupo com letra legvel e dados correctos e completos. Enviar para: PRESENTE Leiria-Ftima, Seminrio Diocesa-no de Leiria, 2414-011 LEIRIA Contatos: 244 821 100 | [email protected] Desejo ser assinante do jornal . Para o efeito envio os meus dados correctos e completos.Nome

    Data de Nascimento N Contribuinte- -

    Morada (Rua, n da porta, lugar)

    Cdigo Postal-

    Telefone Telemvel

    Email Parquia

    Preo assinaturaNacional: 20 Europa: 35 Resto do Mundo: 50

    Pagamento (selecionar opo) Cheque ou vale postal ( ordem de "Fundao Signis") Transfer. bancria para o NIB 001000004949385000119

    (anexar comprovativo) Dbito bancrio

    (preencher autorizao de pagamento que se segue):

    Ex.mos Sr.s, solicito que, por dbito na minha conta de dep-sito a seguir descrita possam ser feitos os pagamentos das subscries que forem ordenadas por Fundao Signis. Esta transferncia manter-se- at indicao em contrrio.Banco Balco

    NIB

    Titular da conta

    Data Assinatura- -

    Junho

    7sbado

    Formao e atividades cm jovensComunidade Cristo Betnia

    Viglia de PentecostesViglia presidida pelo Bispo diocesano s 21h00

    Junho

    8domingo

    Missa e Crisma na SMissa presidida pelo Bispo diocesano

    Junho

    10segunda

    Peregrinao Nacional das Crianas a FtimaServio Diocesano de Catequese (9 e 10)

    Corrida de Carros de Madeira/Dia da Quinta do EscuteiroJunta regional de Leiria-Ftima do CNE

    Junho

    12quinta

    Peregrinao Internacional Aniversria a FtimaD. Fouad Twal preside peregrinao (12 e 13)

    Junho

    14sbado

    Piquenique dos colaboradores e amigos nas ColmeiasCritas Diocesana

    Tarde de desertoFundao Maria Me da Esperana (15h00)

    Junho

    15domingo

    Tarde de reflexo no Seminrio de LeiriaAo Catlica Rural

    Junho

    17tera

    Encerramento da Escola MCCMovimentos dos Cursilhos de Cristandade

    Junho

    21sbado

    Indaba RegionalJunta Regional de Leiria-Ftima do Corpo Nacional de Escutas (21 e 22)

    Jubileu das VocaesDepartamento de Pastoral Familiar e Servio de Animao Vocacional

    Cartrio Notarial de Manuel Fontoura CarneiroPorto de Ms

    Certifico para fins de publicao, que por escritura de justificao celebrada neste Car-trio Notarial, no dia vinte e nove de maio de dois mil e catorze, exarada a folhas cento e vinte e seis do livro de Notas para Escrituras Diversas Trezentos e Um-A:

    Jaime Dos Reis Alves, vivo, natural da fre-guesia de Santa Catarina da Serra, concelho de Leiria, l residente na Rua de Tomar, 58, Quinta da Sardinha, Nif: 109 107 071, declarou:

    Que, com excluso de outrem, dono e legtimo possuidor de vinte e nove trinta e seis avos indivisos do prdio rstico, sito na Quin-ta da Sardinha, freguesia de Unio das Fre-guesias de Santa Catarina da Serra e Chaina, concelho de Leiria, composto de vinha e ter-ra de cultura com oliveiras, pinhal e mato, com a rea de oito mil e oitocentos metros quadra-dos, a confrontar do norte com Jos Francis-co Neto, do sul e nascente com David Olivei-ra Neves e do poente com caminho e Manuel Pereira Relha, descrito na Segunda Conserva-tria de Registo Predial de Leiria na ficha oito mil cento e cinquenta e oito (Santa Catarina da Serra) inscrito na matriz sob o artigo 8938, por provenincia do artigo rstico 9323 da fre-guesia de Santa Catarina da Serra, com o valor patrimonial IMT correspondente de 628,94.

    Que trs quartos indivisos (vinte e sete trinta e seis avos indivisos) se encontram re-gistados a seu favor pela inscrio correspon-dente apresentao mil seiscentas e onze de dez de maio de dois mil e treze;

    Que adquiriu dois trinta e seis avos indi-visos (um dezoito avos indivisos) por compra verbal a Arminda Maria da Silva Pereira e mari-do Rui Mateus Alves, residentes em Quinta da Sardinha, Santa Catarina da Serra, Leiria, com-pra essa que teve lugar no ano de mil nove-centos e noventa e quatro, j no seu estado de vivo.

    Que no obstante no ter ttulo formal de aquisio de parte dos referidos direitos (um dezoito avos indivisos), foi ele que, conjunta-mente com os demais comproprietrios, sem-pre possuiu o indicado prdio, desde aque-la data at hoje, logo h mais de vinte anos, em nome prprio, gozou todas as utilidades por eles proporcionadas, pagou os respecti-vos impostos, cultivou-o, colheu os seus fru-tos sempre com o nimo de quem exerce di-reito prprio, sendo reconhecido como seu dono por toda a gente, fazendo-o ostensiva-mente e sem oposio de quem quer que seja, posse essa de boa-f, por ignorar lesar direi-to alheio, pacfica, porque sem violncia, con-tnua e pblica, por ser exercida sem interrup-o e de modo a ser conhecida por todos os interessados.

    Tais factos integram a figura jurdica da usucapio, que o justificante invoca, como causa de aquisio dos referidos direitos (um dezoito avos indivisos) no indicado prdio, por no poder comprovar a sua aquisio pe-los meios extrajudiciais normais.

    Porto de Ms, vinte e nove de maio de dois mil e catorze.

    A Colaboradora com delegao de pode-res, (Ana Paula Cordeiro Pires de Sousa Mendes)

    Presente Leiria-Ftima, n 4184 P54, 5 de Junho de 2014

    Cartrio Notarial de Leiriaa cargo do Notrio Pedro Tavares

    Certifico, para fins de publica-o, que neste Cartrio e no Livro de Notas para Escrituras Diversas n 242-A, de folhas nove a folhas dez se encontra exarada uma escritura de Justificao Notarial no dia sete de Abril de 2014.

    Outorgada por Maria Emlia Ley Garcia e marido Jos dos Santos, ca-sados em comunho de adquiridos, naturais de Marrazes, Leiria e Cortes, Leiria, residentes na Rua Joo Pedro Lopes caixa postal 708, Gandara dos Olivais, Marrazes, Leiria, nif 162 598 025 e 173 024 440 na qual disseram.

    Que, com excluso de outrem, a esposa dona e legtima possuidora

    do prdio rstico composto por ter-ra de semeadura, com mil seiscen-tos e trinta metros quadrados, que confronta a norte com vala, sul Ma-ria de Lurdes Ley Garcia, nascente caminho e poente herdeiros de Jos Pereira Carvide Novo, sito em Ribei-ro do Pinto, na Unio de Freguesias de Marrazes e Barosa do concelho de Leiria, no descrito na Segunda Conservatria do Registo Predial, inscrito na matriz sob o artigo 7144, com o valor patrimonial tributrio de 820, igual ao atribudo.

    Que o prdio veio posse dela por doao meramente verbal que lhe foi feita por Jos Pereira Carvi-

    de Novo, por volta de mil novecen-tos e setenta, sendo ela justificante ainda solteira.

    Que, assim, vem possuindo o imvel como seu, h mais de vinte anos, como proprietria e na con-vico de o ser, cultivando-o e co-lhendo os seus frutos, cumprindo as respectivas obrigaes fiscais, pos-se que vem exercendo ininterrupta e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e sem oposio de quem quer que seja, assim de modo pacfico, contnuo, pblico e de boa f, pelo que adquiriu por usucapio a propriedade sobre o prdio.

    Que dada a forma de aquisio originria no tm documentos que a comprovem.

    Que para suprir tal ttulo vm

    pela presente escritura prestar es-tas declaraes de justificao com o fim de obterem no registo predial a primeira inscrio de aquisio do imvel.

    Vai conforme ao original na par-te fotocopiada no havendo na par-te omitida nada que amplie restrinja, modifique ou condicione a parte fo-tocopiada.

    Maria Leonor de Almeida Perei-ra, funcionria do Cartrio em ep-grafe, no uso de competncia cuja autorizao pelo Notrio respecti-vo foi publicado nos termos da Lei sob o nmero 128/6 a 23/01/2014, em Leiria, sete de Abril de dois mil e Catorze.

    A Funcionria, (Leonor Pereira)Presente Leiria-Ftima, n 4184 P54,

    5 de Junho de 2014

    Cartrio Notarial da BatalhaNotria: Snia Marisa Pires Vala

    Certifico, para fins de publica-o, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas noventa e seis a folhas noventa e sete verso, do Li-vro Cento e Noventa e Sete - B, des-te Cartrio.

    Manuel de Matos Monteiro, NIF 105 494 968, e mulher Maria da Gra-a Ferreira de Almeida, NIF 147 496 357, casados sob o regime da comu-nho geral, naturais, ele da fregue-sia e concelho da Batalha, ela da fre-guesia de Azia, concelho de Leiria, residentes na Rua das Hortas, n33, Casal Pombal, Azia, Leiria, decla-ram que, com excluso de outrem, so donos e legtimos possuidores dos seguintes prdios, todos sitos na Unio de freguesias de Parceiros e Azoia, concelho de Leiria:

    1 - rstico, composto de ter-ra com vinha, oliveiras e pereiras, com a rea de mil e quarenta e oito metros quadrados, sito em Boia, a confrontar de norte com Jos Lus

    Almeida Monteiro, de sul com Alfre-do Nogueira, de nascente com es-trada e de poente com serventia, no descrito na Primeira Conser-vatria do Registo Predial de Leiria, inscrito na matriz predial rstica sob o artigo 3.833, que provem do arti-go 1983 da freguesia de Azia (ex-tinta), com o valor patrimonial de 590,00.

    2 - rstico, composto de terra de semeadura, com a rea de nove-centos e oitenta e seis metros qua-drados, sito em Azoia, a confrontar de norte com Jos Ferreira Faustino e outro, de sul com Rua das Hortas e serventia, de nascente com Rui Ma-nuel Almeida Monteiro e de poente com estrada nacional um, no des-crito na Primeira Conservatria do Registo Predial de Leiria, inscrito na matriz predial rstica sob o artigo 3.834, que provem do artigo 1984 da freguesia de Azia (extinta), com o valor patrimonial de 560,00.

    3 - rstico, composto de terra de semeadura, com a rea de trs mil novecentos e vinte e um metros quadrados, sito em Hortas, a con-frontar de norte com Rui Manuel Al-meida Monteiro, de sul com ribeiro, de nascente com Belmira da Concei-o Caetano e de poente com Rua das Hortas, Arminda Ferreira Almei-da e outro, no descrito na Primeira Conservatria do Registo Predial de Leiria, inscrito na matriz predial rs-tica sob o artigo 17, que provem do artigo 1760 da freguesia de Azia (extinta), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 168,92.

    Que, adquiriram os identifica-dos prdios no ano de mil nove-centos e oitenta e um, por com-pra verbal a Eduardo Lopes Pereira e mulher Amlia Magalhes Frazo Lopes Pereira, residentes que fo-ram na Praa Rodrigues Lobo, Lei-ria, no dispondo os justificantes de qualquer titulo formal para os re-gistar na Conservatria, mas des-de logo entraram na posse e fruio dos mesmos.

    Que em consequncia daque-la compra verbal, possuem os iden-tificados prdios em nome prprio h mais de vinte anos sem a menor oposio de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sem-pre exerceram sem interrupo e os-tensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prtica reiterada dos actos habituais de um proprie-trio pleno, com o amanho da ter-ra, recolha de frutos, conservao e defesa da propriedade, pagamen-to das contribuies e demais en-cargos, pelo que, sendo uma posse pacfica, contnua, pblica e de boa f durante aquele perodo de tem-po, adquiriram os referidos prdios por usucapio.

    Batalha, vinte e oito de Maio de dois mil e catorze.

    A funcionria com delegao de poderes, (Luclia Maria dos San-tos Fernandes)

    Presente Leiria-Ftima, n 4184 P54, 5 de Junho de 2014

    PUB

    Anuncie aqui244 821 100 [email protected]

    PUB

    Souto da Carpalhosa:Tlm 967 033 542 / 963 261 485 / Tlm 963 022 997

    Fax 244 613 315Leiria: Loja nas Galerias Jardins do Lis

    Tel/Fax 244 825 847Resid em S. Romo: Tlm 962 900 546

    PUB

    PicassinosFesta em honra de Santo Antnio

    sexta, 13 de junhoMissa seguida de procisso das velas a N. S. de Ftima (20h00); Animao musical (22h00)sbado, 14 de junhoAtuao do Rancho Folclrico de Picassinos e Rancho Folclrico Vale do Lis (17h00); Demonstrao de HipHop por ACRC Dancers (19h00); Animao Musical (21h00)domingo, 15 de junhoRecolha de andores acompanhada pela Bandinha Amigos da Msica (10h00); Missa solene seguida de procisso (15h00); Atuao da Bandinha Amigos da Msica (17h00); Atuao da Orquestra Juvenil da Marinha Grande seguin-do-se a atuao do Organista Jos Fernando (18h00)

    Junho

    22domingo

    Conferncia no Centro Francisco e Jacinta Marto, e FtimaCentro Voluntrios do Sofrimento (14h30)

    Encontro para as crianas do 3, ano (Corpo de Deus)Servio Diocesano de Catequese

    Solenidade do Corpo de DeusMissa presidida pelo Bispo Diocesano

    Junho

    27sexta

    Encontro de orao jovem Shem no Seminrio de LeiriaServio Diocesano de Pastoral Juvenil (21h30)

    Junho

    28sbado

    Passeio/Peregrinao a um santurio marianoLegio de Maria

    Junho

    29domingo

    Convvio DiocesanoConvvios Fraternos

    Encerramento das AtividadesDepartamento de Pastoral Familiar, Equipas de Nossa Senhora e Centros de Preparao para o Matrimnio

    10

  • MUNDO PAS

    Banco Alimentar recolheu 2081 toneladas

    Donativos diminuram 15% em relao ao ano passado

    Os Bancos Alimenta-res Contra a Fome reco-lheram, no fim de sema-na que decorreu de 30 de maio a 1 de junho, 2081 toneladas de gneros ali-mentares, tendo sido re-gistado um decrscimo de

    15% em comparao com a recolha feita no mesmo pe-rodo em 2013.

    Os gneros alimenta-res recolhidos vo ser dis-tribudos, a partir desta semana, a 2257 Institui-es de Solidariedade So-cial, que os entregaro a cerca de 375 mil pessoas com carncias alimen-tares comprovadas, sob a

    forma de cabazes ou de re-feies confecionadas, in-forma a pgina de internet da Federao de Bancos Alimentares. Naquele por-tal, Isabel Jonet, presiden-te da Federao Portugue-sa dos Bancos Alimentares Contra a Fome agradece a todos os doadores, vo-luntrios e empresas que apoiaram esta campanha e quiseram mais uma vez demonstrar que com um pequeno gesto podem fa-zer a diferena.

    Isabel Jonet explica o decrscimo registado em relao campanha ho-mloga do ano anterior com a menor presena de pessoas nas lojas fruto de diversos eventos musicais, desportivos e de ter sido o primeiro fim de semana de bom tempo.

    *um projeto da disciplina de eMRC * lanou uma pea de teatro e um livro. A disciplina de Educao Moral e Religiosa Catlica (EMRC) de duas escolas do 1 ciclo de Barcelos apresentam, nos dias 2, 3 e 4 de junho, a pea de teatro e o livro Lagarta sim, lagarta no, num projeto desenvolvido por alunos e o professor da disciplina, Srgio Macedo.

    *Presidente da Repblica vai condecorar Comunidade Vida e Paz. * Segundo comunicado da Presidncia, Anbal Cavaco Silva vai declarar como membro honorrio da Ordem da Liberdade a Comunidade Vida e Paz, do Patriarcado de Lisboa.

    *o jornalista Francisco Sarsfield Cabral * recebeu o Prmio rvore da Vida - Padre Manuel Antunes, no dia 30 de maio, em Ftima. Este galardo atribudo pela Igreja Catlica como reconhecimento de um jornalismo orientado por um ideal regulador.

    *Irm Glenda vais estar no Festival Jota. * O Festival de msica de inspirao crist, regressa nos dias 25, 26 e 27 de julho em So Pedro do Sul, na diocese de Viseu, com um cartaz recheado de novidades, adianta a organizao. A grande novidade vem do Chile e ser um dos artistas mais esperados pois a primeira vez que pisa o palco do Jota, a Irm Glenda, destaca a organizao..

    *um novo fundo de inovao social, para projetos na rea social * foi anunciado pelo ministro da Solidariedade, Emprego e Segurana Social, Pedro Mota Soares, no encerramento do XI Congresso Nacional das Misericrdias, que decorreu em vora, entre os dias 29 e 31 de maio.

    *A violncia e a pedofilia * esto a gerar jovens tristes, assustados e at com tendncias para o suicdio, alerta, no dia 1 de junho, Dia da Criana, o Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianas. Numa mensagem a propsito do Dia da Criana, aquele movimento expressou grande preocupaopela tristeza gerada por fenmenos como o bullying, a violncia domstica e a pedofilia.

    *Conferncia episcopal espanhola agradeceu ao Rei Juan Carlos * o generoso contributo que o monarca deu ao pas, sobretudo para a instaurao e consolidao da democracia no perodo ps-franquista. O rei Juan Carlos renunciou ao trono espanhol no dia 2 de junho. O monarca explicou a sua deciso com a necessidade de contribuir para uma renovao que d a Espanha mais energia para afrontar os desafios com outra intensidade.

    *Atentado contra igreja provoca dezenas de mortos * na Repblica Centro-Africana, no dia 29 de maio. O ataque contra a igreja de Ftima foi concretizado com o recurso a granadas e armas de fogo. A fundao pontifcia Ajuda Igreja que Sofre adianta que este j considerado como

    o pior ataque contra os cristos na Repblica Centro-Africana desde que os rebeldes Seleka foram expulsos do poder no ms de janeiro.

    *A Comisso europeia rejeitou a petio um de ns *, que reuniu 1,9 milhes de assinaturas e que pretendia evitar o financiamento a investigaes que impliquem a destruio de embries humanos. A sustentar a deciso veto aos contedos da petio para proposta legislativa, aquela instituio referiu que os Estados-Membros e o Parlamento Europeu s recentemente discutiram e decidiram a poltica da Unio Europeia nesta rea .

    *Bispos norte americanos pediram uma aprovao urgente da reforma migratria. * A reivindicao objeto de

    debate entre republicanos e democratas h muitos anos, mas sem progressos significativos.

    *o crescimento dos partidos nacionalistas * preocupa os bispos da Unio Europeia. O presidente da Comisso dos Episcopados Catlicos da Unio Europeia (COMECE) manifestou, no dia 27 de maio, a sua apreenso perante o aumento da votao em partidos nacionalistas e eurocticos nas recentes eleies para o Parlamento Europeu.

    *Primeira audincia do recurso de Asia Bibi *, crist condenada morte por alegada blasfmia, no Paquisto, foi adiada esta tera-feira, sem que exista nova data agendada para o processo.

    nmero de catlicos aumentou 10,2% entre 2005 e 2012

    Dados so revelados pelo Anurio Estatstico da Igreja

    O jornal do Vaticano di-vulgou, a 27 de maio, os dados da mais recente edi-o do Anurio Estatstico da Igreja, o qual revela que entre 2005 e 2012, o n-mero de catlicos passou de 1115 milhes para 1229 milhes, o que representa um aumento de 10,2%.

    O Annuarium Statis-titucm Ecclesiae mostra que quase metade dos ca-tlicos batizados (49%) vive no continente americano e que o maior crescimen-to aconteceu na frica, que passou a representar 16,2% do total mundial de catlicos (13,8% em 2005); a sia continua a represen-tar cerca de 11%.

    A Europa confirma a tendncia de ser a rea com menor dinmica de crescimento (pouco mais de 2%) neste perodo.

    A publicao da Cen-tral de Estatsticas da Igre-ja (Santa S) mostra ainda que o nmero de sacerdo-tes teve um aumento de 1,9%: de 406 mil em 2005 para 414 mil em 2012 (279

    561 diocesanos e 134 752 religiosos); os religiosos professos no sacerdotes passaram de 54 708 para 55 314. Um aumento maior (4,9%) foi registado no n-mero de seminaristas - mais de 114 mil em 2005, 120 mil em 2012 cresci-mento suportado por uma maior dinamismo na fri-ca e na sia.

    5 de Junho de 2014 11

  • Sociedade e Cultura

    Centro de Interpretao do Mosteiro da Batalha

    deputados pedem reaberturaInaugurado em maro de 2012,

    o Centro de Interpretao do Mos-teiro da Batalha, instalado na an-tiga adega dos frades dominica-nos e que custou mais de 700 mil euros, apresenta graves e inex-plicveis deficincias, aponta um documento apresentado ao secre-trio de Estado da Cultura pelos deputados da Assembleia da Re-pblica eleitos por Leiria nas lis-tas do PSD.

    Dirigindo-se a Jorge Barreto Xavier, o grupo defende a rea-bertura urgente e em boas con-dies de utilizao daquele espa-o, adiantando que esta questo tem suscitado a maior apreenso

    por parte do presidente da Cma-ra Municipal da Batalha e gera a maior estranheza junto dos mi-lhares de visitantes que esto im-pedidos de contactar com aquele equipamento, embora divulgado como elemento da visita cobrada.

    Os signatrios, Feliciano Bar-reiras Duarte, Fernando Marques, Maria da Conceio Pereira, Pedro Pimpo, Laura Esperana e Valter Ribeiro, apontam a importncia do Mosteiro no contexto do patri-mnio mundial e da oferta tursti-ca nacional, sendo o terceiro mo-numento mais visitado do Pas, bem como a celebrao dos 30 anos de classificao pela UNES-

    CO como Patrimnio Mundial da Humanidade, para sublinhar a ur-gncia de uma deciso da tutela.

    Recorda-se, a esse propsito, que o referido Centro de Inter-pretao est integrado no cir-cuito de visita do Mosteiro e pre-tende proporcionar um novo olhar sobre o monumento, possi-bilitando aos visitantes uma me-lhor compreenso dos seus espa-os, da sua evoluo construtiva e da sua contextualizao histrica e simblica, sendo uma das mais-valias a projeo em 3D das fases da construo do Mosteiro ao lon-go dos sculos. Mas que no fun-ciona. \ LMF

    Biblioteca de praia est no Pedrgo

    Nos meses de julho e agosto, a praia do Pedrgo recebe a Bi-blioteca de Praia 2014, um pos-to de leitura da Biblioteca Mu-nicipal Afonso Lopes Vieira. Este um meio estratgico para a difuso da informao e di-vulgao da Biblioteca Munici-pal, promovendo, assim, o livro

    e a leitura no perodo de frias e proporcionando um espao onde os veraneantes possam ler um livro, uma revista, desen-volver um jogo ldico/pedag-gico ou assistir a uma atividade de animao.

    Colgio Conciliar Maria Imaculada vence concurso

    Mini empreendedoresO projeto desenvolvido pelas

    alunas Ins Nunes, Maria Macau e Sara Alves, do 5. ano do Colgio Conciliar Maria Imaculada, Cruz da Areia, alcanou o 1. prmio a nvel nacional, depois de ter ga-nho a final, em Lisboa, do concur-so da Science4You - Mini Empreen-dedores. Apoiado pela Faculdade de Cincias da Universidade de Lisboa, o objetivo deste concurso, lana-

    do a alunos dos 1. e 2. ciclos, con-sistiu em elaborar um projeto de brinquedo de carter cientfico e educativo, recorrendo a materiais facilmente acessveis e que no le-vantassem reservas do ponto de vista da sade e segurana. Aps submetidos os projetos, apenas 15 brinquedos, de todos os pontos do pas, foram selecionados para ir final nacional da Feira da Cincia.

    O projeto vencedor chama-se "EcoPegadas - Explorando os Ecossistemas". Este jogo leva-nos a conhecer os vrios ecossistemas da Terra, os seres vivos que neles habitam e como conseguem so-breviver nesses ambientes.

    Exposio potico-fotogrfica no m|i|mo

    O m|i|mo museu da ima-gem em movimento ir acolher a exposio potico-fotogrfi-ca de Paulo Jos Costa e Sara Fabio, no prximo dia 7 de ju-nho, intitulada Vizinhana de

    Olhares.Este projeto, criado a partir

    de fronteiras permeveis ou de olhares simtricos, estar pa-tente ao pblico at ao prximo dia 27 de julho.

    Feira do Livro de Leiria A XVI edio da Feira do Li-

    vro de Leiria realiza-se entre os dias 7 e 10 de junho, na Biblio-teca Municipal Afonso Lopes Vieira. Antnio Mega Ferreira, Laborinho Lcio, Isabel Alada e Ana Maria Magalhes so al-guns dos autores que vo mar-car presena no evento. Esta iniciativa, que pela primeira vez tem lugar naquele espao, organizada em conjunto pela Cmara e pela ACILIS Associa-o Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Ms, contando com a participao das livrarias FNAC, Americana, Arquivo, Boa Leitura e Letras e Livros. Com um programa cul-tural ecltico, que tem como princpio a promoo da leitu-ra, do livro e do autor, procuran-do atrair o maior nmero de vi-

    sitantes, a organizao decidiu realizar este evento num espa-o de cultura, leitura, investiga-o e estudo, como a Biblioteca Municipal.

    Festival de teatro TeatremosO festival de teatro Teatre-

    mos 2014 ir decorrer nos dias 6, 7, 13, 14, 20 e 21 de junho, no cine-teatro de Porto de Ms. Este ano haver participaes especiais, grupos de teatro locais, nacio-nais e muita arte. As entradas se-

    ro cobradas pela oferta de um bem de primeira necessidade, a reverter para uma associao lo-cal. O programa com os espet-culos a lista de produtos pode ser consultado no sitio do Municpio de Porto de Ms.

    Trabalhos da Escola de Formao Social de Leiria na Biblioteca

    A Escola de Formao Social de Leiria tem exposta, na Biblio-teca Municipal Afonso Lopes Vieira, em Leiria, a exposio Texto e Ilustrao em Forma-to Dual. Este projeto interdis-ciplinar, que estar patente at ao dia 10 de junho, est integra-do no plano anual de atividades

    daquela escola, corporalizado em textos, com verso em brail-le por Marisa Ferreira, e ilustra-es, com descrio de imagem, inditos e originais da autoria das alunas do 12. A e das do-centes de Portugus e de Ex-presso Plstica.

    Cidade animada durante vrios dias

    Festival Msica em Leiria

    A cidade de Leiria est em festa at ao prximo dia 28 de Junho, graas 32. edio do Festival Msica em Leiria, organizao do Orfeo de Leiria Conservatrio de Artes.

    A programao para 2014, se-gundo Miguel Sobral Cid, diretor artstico, concebida em torno da ideia do lugar enquanto espao identitrio que emocional e fisica-mente ocupamos; um espao que nosso, porque nele nos encon-tramos e nele imprimimos inexo-ravelmente a nossa identidade.

    O evento arrancou a 30 de Maio, com Perccussive Sung Songs de Rita RedShoes e Nuno Aroso. A 8 de junho, juntam-se em palco os corais do Orfeo de Leiria, o Royal Voices Choir e a Orquestra Sinfnica de Leiria, in-terpretando o Requiem de Fau-r. Fuga para a Amrica Latina, com os Camerata Atlntica, sob a direo de Ana Beatriz Manza-nilla, apresenta-se a 14 de junho. A msica das PortuGoesas chega

    a 19 de junho, com um reportrio baseado num dos cancioneiros menos conhecidos da lusofonia Goa, ndia, em abordagens cls-sicas complementadas por inter-pretaes de temas tradicionais e populares portugueses. No sba-do seguinte, 21 de junho, a msica europeia e norte-americana vo estar em destaque, com a Orques-tra Filarmonia das Beiras. O pia-no de Joana S traz, a 26 de junho,

    o Elogio da Desordem, num mis-to de teatro instrumental onde ir-rompe ocasionalmente a palavra.

    O Festival Msica em Leiria termina a 28 de junho, com a dan-a da Companhia Olga Roriz no palco do Teatro Jos Lcio da Sil-va, com o espetculo A Sagrao da Primavera. Os bilhetes esto venda no Orfeo de Leiria, no Teatro Jos Lcio da Silva e tam-bm em www.teatrojlsilva.pt.

    Augusto Veleira

    Rita RedShoes e Nuno Aroso abriram festival

    12

  • na nossa sociedade, onde os compromissos

    duradouros so cada vez mais difceis de manter, a opo

    religiosa e sacerdotal muitas vezes mal compreendida

    A vida humana sem a morte seria outra coisa,

    mas no vida humana

    OPINIO Pedro VivaPadre diocesano

    Pedro CorreiaComunidade Missionria Servidores do Evangelho

    Pai, quero ser padre

    Se o meu filho me dissesse que queria ser padre, como reagiria? Esta uma per-gunta que muitas vezes coloco, quando se fala na crise de vocaes e da crescen-te falta de sacerdotes. So cada vez me-nos os jovens que se propem ao sacer-dcio ou vida religiosa. Mas ser que estamos mesmo dispostos ou investimos o nosso esforo para que surjam mais vo-caes consagradas?

    Por ocasio da semana de orao pe-las vocaes, surgiu uma notcia sobre uma jovem modelo e atriz espanhola, Olalla Oliveros, que depois muitos tra-balhos televisivos e de publicidade, deci-de entrar numa ordem religiosa. Quando li a notcia, pensei: por que razo no-tcia? pela deciso da jovem, que no pde recusar o apelo cada vez mais forte a uma vida consagrada, ou pelo facto de ser uma jovem bela, com uma profisso que tantos jovens ambicionam? A admi-rao surge pelo sentimento de ganho da vida entregue a Jesus, ou pela perda da vida de estrelato que tinha anteriormen-te? O bonito que a jovem se sente feliz, completamente realizada com a deciso de colocar a sua vida entregue a Jesus. Mais recentemente, conhecemos o per-curso de uma irm carmelita, Lcia Ma-ria, economista do Banco de Portugal du-rante treze anos, que mesmo depois de algum afastamento da Igreja, conheceu, nas suas palavras, uma experincia mui-to bonita de ser enamorada por Deus. Estes testemunhos so comuns a tantos outros que, j com percursos profissio-nais definidos, decidem mudar de vida e dedicar-se a uma vida religiosa. Tambm

    na nossa diocese vivemos recentemente a alegria da ordenao sacerdotal de F-bio Bernardino.

    O sentimento de quem d o passo de uma vocao consagrada comum, uma vida cheia pela sua entrega a Jesus. Certa-mente que na nossa sociedade, onde os compromissos duradouros so cada vez mais difceis de manter, a opo religio-sa e sacerdotal muitas vezes mal com-preendida. Estaremos ns a cuidar da vo-cao religiosa junto dos nossos jovens, ou ser que apesar de a reconhecermos como caminho de felicidade, no a con-sideramos como opo vlida a propor? No ser esta contradio uma das ra-zes para a crise de vocaes consagra-das e sacerdotais?

    O que nos vale a fora do Esprito Santo, que vai atuando nos coraes de tantos jovens, tomando-os a dar o passo de uma vida entregue aos outros por Je-sus. A cada um de ns resta-nos acolher com muita alegria cada passo e cada de-ciso.

    A irm morte

    S. Francisco de Assis, figura incontor-nvel da histria da Igreja e da humani-dade, referia-se morte como uma irm. Causa estranheza ao senso comum tal expresso. E ainda bem. Porque aquilo que no nos provoca passa-nos ao lado. A morte o momento mais importante da vida. Se pensarmos que a morte a porta que d acesso ao que vem depois (a imortalidade) e que a morte constitui a experincia mais minha, no dizer de M. Heidegger, aquela que ningum pode viver por mim, ento seremos nela intei-ros, mais do que nunca protagonistas da vida no momento da morte. A morte das poucas certezas que temos. Certeza que assusta, que questiona, que provoca sofrimento em ns e nos outros. Porque acompanhamos a morte e o morrer de quem amamos, numa reciprocidade para alm da filia, quando a relao se torna agpica. Vivemos voltados para a morte e morremos voltados para a vida. Apesar desta certeza de f, f pascal no Ressus-citado, discursos piedosos que desvalo-rizam o concreto humano (experincia de dor e sofrimento), no s no ajudam como se tornam repugnantes.

    A vida humana sem a morte seria ou-tra coisa, mas no vida humana. O mito cyborg (homem-mquina) corresponde a uma tentativa de superao da humana finitude e ganha adeptos como corren-te de pensamento: o post-humanismo. A vida humana, porm, atingir a plenitude no com prolongamentos de temporali-dade, com fintas morte, mas quando se deixa salvar. interessante notar que na lngua latina sade e salvao so a mes-

    ma palavra: Salus. fundamental olhar a vida a par-

    tir da sua teleologia e no apenas a par-tir do imediato. fundamental recuperar a ideia de que o homem no tem aqui a sua morada permanente. fundamental humanizar a morte, como fundamental morrer de olhos abertos, isto , com a lu-cidez clara de que a irm morte (proces-so em ns) est a chegar ao fim. Ela, no ns. Da morte improvisa, livrai-nos, Se-nhor, rezava-se antigamente. Sim, por-que a morte tambm se prepara e, como no sabemos quando chega definitiva-mente, bom estar prevenido. Para mui-tos, morrer bem morrer sem dor, rpi-do e sem dar conta. Desta sorte Jesus no teve. Felizes aqueles servos a quem o senhor, quando vier, encontrar vigilan-tes (Lc 12,37). Querer morrer distrado no serve de muito.

    Roosevelt trabalhou at ao final da sua vida para

    conseguir a aceitao e implementao dos direitos

    estabelecidos na Declarao

    defensora dos direitos humanos

    Maria Fernanda BarrocaProfessora

    Como presidente da Comisso dos Di-reitos Humanos das Naes Unidas, Elea-nor Roosevelt foi a fora impulsora na criao em 1948 da Carta da Declarao Universal dos Direitos do Homem, que sempre ser o seu legado.

    Nascida em Nova Iorque, Eleanor ca-souse com o poltico em ascenso Franklin Delano Roosevelt, em 1905, e de-dicou-se completamente ao servio p-blico. Quando chegaram Casa Branca, em 1933, como presidente e primeiradama, ela j estava profundamente en-volvida em questes de direitos humanos e de justia social. Ao continuar o seu tra-balho em nome de todas as pessoas, de-fendeu os direitos iguais para a mulher, para os afro-americanos e trabalhadores da era da depresso, dando muita aten-o s suas causas.

    Valentemente frontal, apoiou publi-camente Marian Anderson quando, em 1939 foi negado cantora negra o uso da Sala da Constituio de Washington devi-

    do sua raa. Roosevelt resolveu que em vez disso,

    Marian Anderson cantasse nas escadarias do monumento comemorativo a Lincoln, criando uma imagem imortal e de valen-tia pessoal e direitos humanos.

    Em 1946, Roosevelt foi nomeada como delegada das Naes Unidas pelo presi-dente Harry Truman, que sucedeu na casa Branca a Franklin Roosevelt, em 1945. Como lder da Comisso dos Direitos Hu-manos, ela foi decisiva na formulao da Declarao Universal dos Direitos do Ho-mem, que apresentou assembleia-ge-ral das Naes Unidas com estas palavras:

    Assomamos hoje ao umbral de um grande evento, tanto na vida das Naes Unidas, como na vida da humanidade. Esta declarao pode tornar-se na Carta Magna internacional para todos os ho-mens, em todos os lugares.

    Denominada PrimeiraDama do Mundo pelo presidente Truman, pelas suas actividades humanitrias ao longo

    de toda a vida, Eleanor trabalhou at ao final da sua vida para conseguir a acei-tao e implementao dos direitos es-tabelecidos na Declarao. O legado das suas palavras e do seu trabalho aparece nas constituies de grande nmero de naes e num corpo de lei internacional em evoluo, que agora protege os direi-tos dos homens e das mulheres por todo o mundo.

    Faa o que achar no seu corao que o correto j que ser criticado de qualquer forma. Ser condenado se o fi-zer e ser condenado se no o fizer. Eleanor Roosevelt.

    5 de Junho de 2014 13

  • Comentrio Hoje tudo faz