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  • TEORIA DAS ORGANIZAES

  • TEORIA DAS ORGANIZAES

    Data de submisso: 16 mar. 2008 Data de aprovao: 01 jun. 2010 Sistema de avaliao: Double blind review. Universidade FUMEC / FACE Prof. Dr. Cid Gonalves Filho Prof. Dr. Luiz Cludio Vieira de Oliveira Prof. Dr. Jos Marcos Carvalho de Mesquita.

    CONFIANA: UM CONSTRUTO UNIVERSAL

    TRUST: AN UNIVERSAL CONSTRUCTIVE

    Breno Augusto DinizUniversidade Federal de Santa Maria

    Diego Antonio MarconattoUniversidade Federal de Santa Maria

    RESUMO

    A confiana cumpre um importante papel nos relacionamentos interorganizacionais e interpessoais. Este artigo explora, atravs de organizacionais e sociais: a teoria dos custos de transao, a teoria da agncia, a teoria dos recursos internos, do capital social e a teoria transitiva (atravs do pensamento da americana Mary Parker Follet), buscando melhor

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    CONFIANA: UM CONSTRUTO UNIVERSAL

    ABSTRACT

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    KEYWORDS

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    INTRODUO

    Por muitos anos, o construto da -reas de estudo. Nos anos 50 e 60, os pesquisadores descobriram a importncia (estudos que continuaram durante a dcada de 70). Nos anos 80 e 90, foram publicados muitos estudos sobre o tema nas mais diversas disciplinas (SVENSSON, 2001).

    De acordo com Beccerra e Gupta /3444; sempre tenha estado no corao do campo da gesto organizacional, foi nos ltimos anos que se presenciou uma exploso de pesquisas na temtica o gerenciamento das organizaes. O interesse neste tpico produziu inmeros livros e uma quantidade substancial de artigos em jornais acadmicos.

    ! que a existncia de confiana nos relacionamentos interorganizacionais

    ajuda a diminuir os custos de transao; induz a comportamentos desejados, reduz a extenso de contratos formais; faci l i ta a resoluo de disputas; fornecedores de longo prazo passam a = >?relacionamento; e planejamentos futuros so facilitados devido s trocas frequentes /$!&!@2003).

    De forma semelhante, o papel da confiana nos relacionamentos interpessoais tem recebido ateno, visto que estes afetam a dinmica dos %HI&/344J;K

    LQ-mais do que seguidamente, negcios entre pequenos grupos de indivduos Tquando uma companhia de automveis assina um contrato de fornecimento

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    com um fornecedor, os dois grupos de indivduos mais diretamente envolvidos neste acordo so o pessoal de compras, pelo lado da companhia de automveis, e o pessoal de vendas, pelo lado do fornecedor.

    ' possam no ter culturas de forte -> >que esto mais diretamente envolvidos nestas trocas, podem, eles mesmos, mtua. Assim, trocas realizadas entre ->trabalham em diferentes firmas, podem levar a relacionamento de alta no apresentar alta confiabilidade mtua.

    Independentemente do mtodo ou objetivo relacionados temtica da tema parece estar organizada em torno de dois ncleos principais: de um lado, esto os cientistas sociais que veem a construo da confiana como um processo mais importante e frutfero do que a manipulao do ambiente atravs de incentivos e monitoramento; do outro lado, esto os tericos que trabalham -X abordagens de natureza mais lgica, como, por exemplo, a teoria dos custos de transao e consequentemente, da teoria da agncia. Ou seja, tais pesquisadores se utilizam de caminhos racionais para entender o fenmeno da confiana YZ[>/H'%%'##!=\]+!3444;

    ? X lado, que esta dicotomia na abordagem Kconcernente s duas vises clssicas ^ + _+@` \/34w{;+--se de maneiras distintas, no que tange a tais eixos de pesquisa.

    | Tteorias inspiradas em escolas diferentes (teoria dos custos de transao, teoria da agncia, capital social e teoria transitiva atravs das ideias de Mary Parker Follet), como forma de melhor entender a dinmica desse construto nessas diferentes esferas de pesquisa.

    A CONFIANA

    ! muitas cincias, como, por exemplo, psicologia, cincia poltica, sociologia, economia e gesto, entre outras. Ao mesmo tempo, a confiana vem sendo pesquisada atravs de vrias perspectivas distintas: relacionamentos entre organizaes distintas; entre organizaes coligadas; entre indivduos e organizaes; entre indivduos; entre indivduos e instituies sociais; dentro de organizaes pblicas; como caracterstica de determinadas sociedades e assim /H'%%'##!=\]+!= 3444;Svensson (2001), por exemplo, compila uma srie de dimenses atravs das quais o QUADRO 1:

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    Muitos foram e so os mtodos de investigao utilizados, assim como vrios foram e so os objetivos buscados nas investigaes realizadas sobre o tema. Por X^consista ainda em um conglomerado de ideia sem um # conceitual ainda

    slido. Entretanto, os autores acreditam que algumas conceituaes esto se tornando mais geralmente aceitas, mesmo considerando certas diferenas nas terminologias empregadas. Sahay (2003), por exemplo, apresenta a seguinte compilao conceitual no QUADRO 2:

    QUADRO 1

    Quadro resumitivo das dimenses da conana pesquisadas

    Fonte: SVENSSON, 2001.

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    A despeito dos vrios conceitos existentes, Brei e Rossi (2005) apontam duas tendncias conceituais principais no mundo acadmico: enquanto os - como calculada ou institucional, os psiclogos normalmente dividem suas anlises de confiana em termos de atributos das partes em uma relao, focando nas cognies que os atributos pessoais geram. De acordo com os mesmos autores:

    Uma das definies seminais do construto conf iana or iunda

    justamente da psicologia e foi elaborada por Rotter (1967) como sendo a expectativa generalizada mantida por um indivduo ou um grupo de que a palavra, promessa, verbal ou escrita, de outro indivduo ou grupo pode ser Z / w~3; Q- socialmente inseridas nas relaes entre as pessoas.

    Mesmo havendo divergncias sobre a -

    QUADRO 2

    Conceitos para a conana

    Fonte: Adaptado de Sahay (2003).

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    pelo menos um ponto em comum a todas as reas: as condies que - T seja desenvolvida.

    a) r isco ou vulnerabi l idade: a probabilidade de perda, quando interpretada por uma das partes decisoras;

    b) interdependncia: ocorre quando os interesses de uma parte no podem ser atingidos sem a colaborao de outra.

    Teoria dos custos de transao

    Desde a revoluo industrial, at meados de 1937, a teoria econmica reinante se preocupava apenas com os custos de produo, negligenciando os custos referentes s transaes. As firmas eram vistas apenas como transformadoras de produtos, cabendo ao economista conhecer apenas a funo de produo capaz de maximizar o lucro.

    Na dcada de trinta do sculo passado, %/34;-em conta custos alm daqueles palpveis encontrados na produo. Assim, os custos de transao so custos que os agentes econmicos enfrentam todas as vezes que recorrem ao mercado, ou seja, so custos de negociar, redigir e garantir o cumprimento de um contrato. A teoria dos custos de transao suspende a hiptese de simetria de informao e elabora um conjunto de hipteses que tornam -Kracionalidade limitada, complexidade e ? de ativos.

    Assim, diferentemente da teoria neoclssica, que pressupe o conhecimento ou informaes completas de parte dos agentes sobre as transaes, a teoria dos custos de transao reconhece que a cognio humana do mundo limitada. Por sua vez, esta cognio limitada possui relao tanto com o comportamento $existisse uma racionalidade plena sobre o comportamento do outro, seria possvel antecipar o comportamento oportunista e, /H!"'$+#{{;

    Williamson (1975) foi o responsvel pelo posterior desenvolvimento da teoria, a troca de produtos ou servios entre interfaces tecnolgicas separadas ou estgios de produo.

    Assim, segundo Balestro (2002):

    +considerava duas formas de organizar as transaes; organizar a transao dentro da empresa (make) ou por meio de um mecanismo de mercado /YIZ; ! YZ organizar as atividades necessrias para a produo de um bem a partir de uma diviso de trabalho dentro das fronteiras da empresa. No caso da opo buy, produtos ou componentes necessrios ao processo produtivo so comprados no mercado ao invs de serem produzidos dentro das fronteiras da empresa.

    Na busca de complementaridade de ativos estratgicos para elevar a competitividade da empresa e de reduo dos custos de transao presentes na utilizao do mecanismo de mercado, surgem as formas hbridas

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    de organizao (WILLIAMSON, 1985; POWELL, 1987) com o objetivo de utilizar vantagens tanto das propriedades de mercado quanto da hierarquia.

    Em suma, h necessidade de as empresas const iturem formas intermedirias de governana para adquirir competncias (ou recursos) com vistas a garantir uma vantagem competitiva mais duradoura. Por no se situar no marco das relaes de troca do mercado e nem dentro das relaes hierrquicas presentes dentro das empresas, a cooperao interorganizacional, mesmo quando formalizada em obrigaes contratuais como no caso de uma joint venture, depende de um grau mais elevado de cooperao interorganizacional no possui a preciso dos mecanismos de controle existentes em uma relao hierrquica dentro da empresa e nem na facilidade presente nas relaes de troca baseadas no mercado.

    A teoria dos custos de transao e a confiana

    O construto da confiana est diretamente ligado aos custos de transao na medida em que estes pressupem complexidade, racionalidade limitada (logo, incerteza), possibilidade de compor tamento opo r tun i s ta - % envolvidas em uma transao no possuem pleno conhecimento das aes ?o estabelecimento de mecanismos de governana que imponham limites a

    ambos os lados negociadores, de modo que as sanes cabveis quele que assuma atitudes oportunistas sejam maiores do que os possveis ganhos auferidos por tais atitudes. Explicando de outra forma, na teoria dos custos de transao, os atores /->;?Ybenefcio, ou, da mesma forma, uma anlise de ), visualizando desta forma, qual tipo de ao traria maiores lucros (no se limitando estes apenas esfera econmica). Assumindo esta lgica, quanto maior a incerteza, mais rigorosos devem ser os mecanismos de

    - - partes de comportamentos oportunistas mtuos, o que aumenta os custos da ^Xque estes alcanam um valor proibitivo de sustentao, o que inviabiliza a relao.

    $^/{{J;afirmao quando mencionam que a negcios cria uma condio onde toda a --custos de transao a nveis muito altos. !-X*e a eficcia sero comprometidos. A -Tse quase impossvel e a utilizao de recursos tecnolgicos para aumentar a * + +,% tender altamente no efetividade. Quando inexiste um alto

    mais tempo analisando a credibilidade da outra parte do que otimizando suas operaes.

    LTcomo uma espcie de substituto dos mecanismos de governana, embora se

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    ressalte que, aparentemente, no na mesma proporo (|L'@= %!LLL1997). Isto quer dizer que, quanto Tdois negociadores, teoricamente menos a sua relao demandar de marcos regulatrios explcitos (como contratos formais, por exemplo), visto que h a crena de parte a parte de que um no trair o outro, ou seja, no incorrer em comportamentos oportunistas.

    com base nesta concepo que HI & /344J; a possibilidade de existncia de trs >-K

    -+

    ' no pressuposto de que uma parte no explorar as vulnerabilidades da outra porque simplesmente no existem --Tna troca especfica. Assim sendo, a ^ as partes envolvidas agirem de modo oportunista, uma em relao outra. Este em transaes nas quais a avaliao do valor e a qualidade dos objetivos trocados podem ser avaliados facilmente.

    -+

    Quando uma troca entre as partes

    Q partes faa as mesmas no incorrerem nessa natureza de ao, agindo ento de -*?da racionalidade na tomada de deciso.

    % Q dos custos de transao (WILLIAMSON, 1985), importante observar que, sob valiosas no podem ser realizadas, visto que o custo da estrutura de governana necessria para gerar o nvel semiforte X ^esperado na efetivao da troca.

    -+

    Lou econmicos de governana, como mas sobre valores, princpios e padres de comportamentos internalizados pelas partes envolvidas na troca. Ou seja, ambas as partes compartilham mutuamente uma srie de vulnerabilidades de todas as magnitudes e naturezas, mas, independentemente da existncia de mecanismos de governana, confiam em si, devido ao que e quem elas so, intrinsecamente.

    Ao contrrio das duas formas de

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    CCERRA; GUPTA, 1999.

    da agncia

    de 1976, a teoria da agncia tem do como uma das principais teorias + baseada na relao contratual mos de dade entre uma primeira a principal, que delega certas

    des para uma segunda parte, o !*elacionamentos verticais, sob a ctiva de uma das partes, a principal '##!=\]+!3444;.

    a da agncia parte do pressuposto os seres humanos tm um limite ionalidade, so interesseiros e sos ao oportunismo. As teorias

    m so similares na nfase dada aos mas de assimetria de informao o da realizao de um contrato *-uma estrutura de governana

    s transaes econmicas. A teoria ncia, porm, difere da teoria dos

    custos de transao em sua nfase nas atitudes de risco dos proprietrios e dos /H!#L'@= &'$+'#"@ 344w;Ainda segundo os mesmos autores:

    As relaes de agncia ocorrem quando um parceiro na transao (o proprietrio ou acionista) delega autoridade a outro (o agente ou

    ; afetado pelas escolhas do agente. Um exemplo bvio a relao entre - T e seus gestores. Os investidores delegam autoridade gerencial aos gestores que podem ter, ou no, participao acionria na firma. A delegao de autoridade na tomada de deciso do proprietrio para o agente problemtica na medida em que: (1) os interesses do proprietrio e do agente iro a priori divergir; (2) o proprietrio no pode monitorar perfeitamente, e sem custo, as aes do agente; e (3) o proprietrio no pode monitorar e

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    adquirir a informao disponvel para ou possuda pelo agente de modo %juntas, essas condies constituem o problema da agncia a possibilidade de comportamento oportunstico por parte do agente que trabalha contra

    Para proteger os interesses do proprietrio, muitos esforos precisam ser feitos para reduzir a possibilidade de os agentes se comportarem mal no futuro. Neste esforo, custos so incorridos. Estes custos so chamados custos de agncia.

    ! /34~; essenciais dos problemas de agncia: o risco moral, que ele compara com aes escondidas, e a seleo adversa, que ele compara com informaes escondidas. !T!HI&/344J; ^ vulnerabilidade:

    (a) Vulnerabilidade de seleo adversa: ocorre quando uma parte percebe como excessivamente custoso aferir adequadamente o valor do objeto oferecido pela outra parte, existindo o risco de supervalorizar o em uma troca desproporcional e, ou, desvantajosa. O mesmo vale para as aes das outra parte;

    (b) Vulnerabilidade de risco moral: ocorre quando uma das partes percebe como excessivamente custoso medir adequadamente a qualidade do objeto a ser recebido da outra parte ou ento a motivao das aes executadas pela outra parte;

    HI&/344J;(c) a vulnerabilidade de dependncia - > /)), que ocorre quando uma das partes efetua investimentos de grande porte, assimtricos, e especficos (logo, de difcil mobilidade para outros clientes) para atendimento outra parte.

    No contexto da teoria da agncia, a vulnerabilidade de investimentos especficos (tambm chamados investimentos idiossincrticos) pode vir tona quando, por exemplo, so efetuados investimentos contnuos e importantes (em termos de esforo ?;no treinamento e preparo de um > - recursos nele aplicados no podem ser movidos/transferidos para outros agentes.

    Quanto ma ior fo rem estas vulnerabilidades, maior tender a ser o custo da agncia, visto que a parte principal precisar despender maiores esforos e recursos para a reduo da assimetria de informaes e a manuteno do controle adequado de seus interesses.

    HI &I /344w;proprietrios e agentes resolvem os problemas de agncia atravs de monitoramento e vnculos. Monitorar envolve observar o comportamento e, ou, o desempenho dos agentes. ! - que ora penalizem os agentes ao agirem de maneira que viole os interesses dos proprietrios, ora os

    proprietrios. Os contratos entre

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    os acordos de monitoramento e vinculao. Desta forma, os contratos passam a ser centrais na teoria da agncia, visto que a maioria das organizaes so simplesmente -um conjunto de relaes de contrato Z/H!#L'@=&'$+'#"@1996). , porm, dentro desta rede que as firmas adotam regras de monitoramento e vinculao.

    Teoria da Agncia e a confiana

    Se possvel fosse conceituar a teoria da agncia em apenas uma frase, esta seria: a teoria da agncia a verso intraorganizacional da teoria dos custos de transao, sob a perspectiva do proprietrio do recurso (ou parte principal). Ou seja, a teoria da agncia est embasada sobre os mesmos pressupostos bsicos da teoria dos custos de transao: complexidade, racionalidade limitada, possibilidade

    de comportamento oportunista e vulnerabilidades.

    !TQdos custos de transao para os custos da agncia: quanto menor for >-e o agente, mais formais e custosos sero os contratos estabelecidos entre X ^ T?matemtica de ser.

    Da mesma forma, a confiana funciona para os custos da agncia assim como funciona para os custos de transao como um deflator dos mesmos e como um catalisador sinergstico e de trocas de maior valor agregado. Exemplificando, quanto mais a parte principal confiar no agente, menor ser o esforo e o custo

    Para Beccerra e Gupta (1999), a * ]!|#JK

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    Teoria dos recursos internos (resource based view)

    A perspect iva da dependncia de recursos adota, como unidade fundamental de anlise, os recursos e lhe permitam implementar estratgias que promovam eficincia e eficcia ? /H!#L'@ 3443; 'recursos podem se tratar de processos, atributos, informaes, conhecimento e qualquer outro tipo de ativo das organizaes.

    + X/H!#L'@3443;K

    a) Valor: o recurso deve ser capaz de Xde valor, seja afetando a performance dos competidores ou reduzindo as fraquezas da prpria empresa. imprescindvel que os custos de gerao desses recursos no sejam maiores que o retorno lquido gerado pelos mesmos.

    b) Raridade: para possuir valor, o -'uma estratgia competitiva, o preo do recurso ser diretamente associado ao lucro lquido esperado.

    c) Inimitabilidade: Se o recurso de valor possudo por apenas uma empresa, provavelmente ser uma vantagem -'-se, apenas, se no houver possibilidade de os concorrentes adquirirem ou criarem -%em questo seja um ativo tangvel ou intangvel baseado em conhecimento, ou socialmente complexo, haver maior possibilidade de se evitar a imitao. $ % ^ /344w;recursos baseados em conhecimento so a essncia da perspectiva na qual se baseia a teoria dos recursos internos.

    ; LK o recurso sendo raro, inimitvel e gerador de valor estratgico, existe um

    QUADRO 4

    A conana e a teoria da agncia

    Fonte: BECERRA; GUPTA 1999.

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    ponto igualmente importante, que a ] capacidade um substituto estratgico de outro recurso ou capacidade se ambos enfocarem as mesmas oportunidades e ameaas ambientais, do mesmo modo e com o mesmo custo. Segundo Barney e &I/344w; um componente importante para a perspectiva da dependncia de recursos $ou desenvolver um mesmo recurso, ou seu substituto, do mesmo modo que a ?*lo ao mesmo custo, ento tais recursos no podem ser fonte de vantagem -

    Lippman e Rumelt (1982) enfatizam a importncia desta ambiguidade causal no aumento do custo de imitao. Quando ? -- desempenho superior, nem, com certeza, quais os recursos e as capacidade que elas devem imitar. Esta incerteza aumenta efetivamente o custo de imitao.

    Basicamente, a lgica da dependncia deveriam olhar para dentro, descobrir seu prprio valor, suas raridades, tornando mais onerosa a imitao de seus recursos /H!#L'@3443;

    A teoria dos recursos internos e a confiana

    Mudanas violentas no ambiente salientam a importncia da combinao e troca de recursos interorganizacionais para a criao contnua de valor. Segundo Lin (2006), uma nica competncia X>com um peculiar conjunto de recursos raros e sustentveis, no adequada para

    competir em um mercado de demanda contnua por inovaes que dependem de mltiplas fontes de recursos estratgicos. A criao de valor de sucesso atravs na potencialidade da combinao de conjuntos complementares de recursos em direo a um valor sinergstico maior.

    No entanto, Lin (2006) mostra uma srie de hipteses fundadas sobre a teoria dos recursos internos que aponta para as -recursos organizacionais: a) quanto maiores as caractersticas de recursos internos, em termos de assimetria de informao e ambiguidade causal tiverem os recursos estratgicos inovativos, maior ser o custo da informao (custo de transao) encontrado na troca destes recursos inovativos; b) quanto maior o carter de imobilidade e inimitabilidade dos recursos estratgicos inovativos, maior ser o custo de coordenao (custos de transao e agncia) encontrado na troca destes recursos entre organizaes; c) quanto maior o custo de informao encontrado em trocas ou combinaes de recursos estratgicos, maior a modo de transao caracterizado por uma estrutura de governana altamente hierrquica (produzir ao invs de comprar); e d) quanto maior o custo de coordenao encontrado em trocas ou combinaes de recursos estratgicos, por um modo de transao caracterizado por uma estrutura de governana altamente hierrquica (produzir ao invs de comprar).

    Para Lin (2006), a confiana, na forma de imbricamento social, auxilia positivamente na consecuo das trocas

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    de recursos estratgicos, como segue: a) o imbricamento interorganizacional gerado a partir de experincias colaborativas anteriores mais propenso a menores problemas de informao, devido ao imbricamento relacional oferecer benefcios reputao, confiana e informao que diminuem os custos de transao. Estudos empricos recentes apoiam o argumento que controles sociais efetivos, na forma de capital social, podem ser uma soluo para problemas de custos de transao ocorridos na troca de recursos, devido a trs razes: = ;quanto maior o grau de imbricamento social gerado a partir de normas sociais, - processos coordenativos em trocas e combinaes de recursos.

    " -que, na teoria dos recursos internos, trocas interorganizacionais, diminuindo principalmente a ambiguidade causal e facilitando a transferncia de conhecimento tcito.

    O capital social

    Segundo Lopolito e Sisto (2007), a teoria econmica tem progressivamente estendido o seu espectro de pesquisa, incluindo, nas suas prprias anlises, um nmero crescente de fatores explicativos. ' + amplo, sempre muito indicado na literatura com um dos elementos que podem fazer a diferena nos processos de desenvolvimento nacional e, ou, local.

    No seu trabalho .-/: aspetti

    , Lopolito e Sisto ( 2007) apontam os primrdios conceituais do capital social:

    Embora o cap i ta l soc ia l se ja a b u n d a n t e m e n t e a b o r d a d o atualmente, ele comeou a ser teorizado praticamente h um sculo "I&superintendente do sistema escolstico da Virginia (EUA). Em 1961, o conceito foi retomado e reelaborado no trabalho capital social como as redes sociais que se formam no interior da cidade. ?deve ao terico francs Pierre Bordieu, w{Xo conceito de capital social ao processo de uma rede de relaes estveis.

    Mais atualmente, o Banco Mundial define capital social como normas e relaes sociais imbricadas nas estruturas sociais das sociedades, as quais permitem as pessoas executarem aes coordenadas para o atingimento dos objetivos desejados. Fukuyama (1995) v o capital social como um componente ^ Ycapital social permite aos membros de uns nos outros e cooperarem na formao de novos grupos e organizaes. De modo semelhante, Putnam (1993) conceitua capital social como caractersticas de ?*da sociedade atravs da facilitao da ao coordenada.

    Fundamentalmente, so duas as categorias de elementos constitutivos do /""+=$$+{{;K

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    a) a dimenso estrutural, associada s vrias formas de organizaes sociais e constituda em particular por elementos como atribuies, regras e procedimentos, assim como de uma grande variedade de #, sendo, todas essas, caractersticas que podem contribuir para a cooperao.

    b) a dimenso normativa, que, ao contrrio, deriva de mecanismos mentais que regulam as interaes reforadas pela cultura e ideologias do contexto. +-e atitudes e crenas que favorecem a cooperao.

    As duas formas de capital social diferem atravs de algumas caractersticas: o

    capital social estrutural mais formal, mais fcil de se observar e age normalmente de social normativo mais amorfo, difuso e mais difcil de ser revelado. No entanto, as duas dimenses so fortemente interdependentes.

    Em particular, entre os elementos do -mais orientados ao indivduo, quando tais elementos se referem a como se deveria considerar os outros ao invs de como -Z+uma terceira dimenso do capital social, -/;L]!|#~ - * capital social sob a perspectiva de quarto estudiosos do tema:

    QUADRO 5

    As trs dimenses do capital social

    Fonte: LOPOLITO; SISTO, 2007.

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    Capital Social e a confiana

    Vrios autores correlacionam capital (BELUSSI, 2002). Boschma (2000), por exemplo, estabelece cinco relaes entre tais esferas:

    3XXpara as transaes existirem. Onde no ^potencial, haver muita relutncia destes na adeso a atividades transacionais, devido incerteza e ao risco serem muito altos. Isto especialmente verdade nas chamadas transaes sensitivas em troca de pagamentos futuros. 'TTno depositariam suas economias nos bancos, os bancos relutariam em emprestar capital para investimentos e -?realizar seus planos de investimentos devido escassez de capital.

    2 O capital social pode reduzir os custos de transao. Quando h alta ^ detalhes da transao em contratos formais escritos. Normas que so compartilhadas efetivamente diminuem o comportamento oportunista. Neste caso, tambm h menor necessidade de se alocar esforos para controlar e monitorar a execuo da transao. Assim, transaes baseadas ^menos custosas que o monitoramento e contratao explcitos.

    3 O capital social faci l i ta a transmisso e troca de informaes e conhecimentos. Quando h uma alta

    Tde modo mais desimpedido. Isto especialmente importante na transmisso ^ tcitos, que so por natureza mais difceis de serem transferidos.

    J a efetividade e a responsividade das instituies de governana, pois as normais sociais podem ser teis na superao do problema da ao coletiva de monitoramento dos polticos e outros atores pblicos. Quando a performance institucional aumenta, tende a existir um efeito positivo sobre o clima de negcios. Em particular, em sociedades ---?realizarem investimentos de longo prazo.

    5 O capital social pode estimular a acumulao de capital humano. Isto ocorre porque, em sociedade de ata mais propensas a contratarem pessoas com base em critrios mais tcnicos e menos particulares, como, por exemplo, ligaes sanguneas.

    Essas corre laes re f le tem a conceituao macro de capital econmico. Este conceito tambm estudado em uma dimenso micro, conforme dito por Belussi (2002):

    O capital social, em nvel macro, claramente identificvel como um recurso social de base territorial; j, no nvel micro, capital social um recurso individual, mesmo se criado atravs da ao coletiva. Para Putnan (nvel macro), o capital social um elemento relevante da poltica econmica porque interfere com as instituies e com

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    a capacidade de gerar resultados econmicos positivos baseados sobre a cooperao social e sobre as escolhas >^%(nvel micro), o capital social um bem pblico de carter individual, um atributo da estrutura social na qual um indivduo se encontra inserido; ele inerente estrutura das relaes existentes entre certas pessoas. Demonstrando o valor econmico das relaes no baseadas sobre o benefcio %peso relacional ao agente econmico neoclssico, e amplia sua possibilidade de ao do homem, retirando o da priso da estreita ^ ^ frente ao exerccio do poder, guiado pelas oportunidades de mercado.

    Esta dicotomia na anlise do capital social traz importantes paralelos com o -forma semelhante, pode existir entre organizaes, entre indivduos ou mesmo sociedades, sendo que normalmente >-'ocorrem assim impactos dinmicos e permeia uma sociedade.

    Teoria transitiva (Mary Parker Follet)

    !` I/3w34; 34J |'e Administrao Pblica atravs do # % /^ ]- &-; revolucionrias (atravs de trs livros e inmeras palestras concentradas entre os anos de 1925 e 1933), muito frente de

    seu tempo, a ponto de ser chamada de profeta do gerenciamento. Follet foi muito alm do

    _I?-X%^ -*ao positivismo, paradigma dominante no seu tempo e tambm no pensamento >$a busca ardente pela objetividade, a tarefa primordial dos devotos do fato, no pode ser a nica tarefa da vida, uma vez que a objetividade sozinha no realidade.

    !se sobre o relacionamento dos indivduos e est resumida no livro Mary Parker Follet: Profeta do Gerenciamento, organizado por Graham (1997), que serve como base para as conjecturas neste trabalho mencionadas.

    Follet via o modelo de relacionamento em dade como incompleto e maniquesta. Para ela, os relacionamentos ocorrem de forma circular, ou seja: causa e efeito so processos dinmicos (a medida que desenvolvemos uma certa ao, nossa ideia em relao a ela muda, mudando tambm nossa atividade e seus resultados) que se retroalimentam de maneira no linear e sempre de modo interligado com o ambiente em que ocorrem. Na mesma linha de raciocnio, Follet pregava a ideia de humanidade como inexoravelmente interconectada, sendo ento o abismo entre os homens -Z

    $ tambm difere em muito do que se tinha como verdade na dcada de trinta e nas dcadas posteriores. Para Follet, o - > / naturalmente nem bom, nem ruim),

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    CONFIANA: UM CONSTRUTO UNIVERSAL

    sendo apenas a emerso de diferenas %

    ]!|#wde trs formas distintas:

    QUADRO 6

    Tipos de conito e suas caractersticas

    Fonte: Adaptado de Graham (1997).

    YZ-Xe conciliao, sendo a integrao uma nova via de resoluo que, para ela, era --

    Quanto ao poder, a exemplo do conflito integrativo, Follet o entendia como mais eficaz quando exercido com do que quando exercido sobre. K YZ Xautoritrio e arbitrrio (gera insatisfaes

    e desintegrao, visto que a maior aspirao humana ter controle sobre Q -Z; YZ(cooperativo, no coercitivo e natural) sinnimo de integrao (a integrao de desejos evita a necessidade de obter o poder para satisfazer tais desejos). Assim, a autoridade adquirida em uma organizao seria uma consequncia natural da funo exercida e no do cargo ocupado, o que, concomitantemente, ^

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    O formato piramidal (hierrquico) das organizaes foi posto prova por Follet quando a mesma advogou o gerenciamento conjunto entre patres e empregados (definio conjunta de diretrizes e metas). A tomada de deciso compartilhada seria uma forma de dirimir as diferenas existentes entre ambos e tambm seria uma forma de obter resultados maiores, utilizando assim o -

    A confiana e as ideias de Mary Parker Follet

    ` IParker Follet fortemente permeado pela noo de confiana, embora de T>$-deixam claro que com a existncia da -*resolvidas atravs do modelo integrativo. %-conflitos com a teoria da agncia, a utilizao do modelo integrativo pressupe mesmo e no apenas a impor o contrato relacional (dominao) ou ento a pr panos quentes (conciliao) sobre conflitos latentes ou divergncias de ponto de vista que possam existir (divergncia de objetivos). O processo --que como afirma Spekman (1998), desconfiana alimenta desconfiana e esta, como tal, obviamente contribui ? >- relaes; ou seja: quanto maior o nvel para com o agente, maior ser o nvel principal. O papel da confiana na concepo de poder de Follet ainda

    -%ou diretor do empreendimento (parte principal) no compartilhar o poder que lhe conferido pela situao ou posio, se no houver um forte sentimento de que a outra parte (no caso, os empregados) *tambm que tal compartilhamento de poder dentro do arqutipo de homem da +_>--considerado, nesta viso, irresponsvel, /`%\#'\#1960).

    Ao mesmo tempo, a concepo da humanidade como intrinsecamente YZ - como um dos pressupostos iniciais dos relacionamentos humanos (pois todos formariam mutuamente apenas uma realidade que, por sua vez, afetaria a todos em um processo de retroalimentao) e remete a teoria dos recursos internos e da competitividade, visto que, segundo "/{{w;-ser criada e mantida ao longo do tempo de forma individual, considerando que os recursos estratgicos necessrios gerao da mesma normalmente tm vrias fontes e no apenas uma.

    CONSIDERAES FINAIS

    O desenvolvimento deste artigo as diversas perspectivas (da teoria dos custos de transao, da teoria da agncia, da teoria dos recursos internos, do capital social e das ideias de Mary Parket Follet) mostrou ser importante no sentido de, em um sentido geral, diminuir os custos de transao e os custos de agncia, viabilizar e facilitar a troca e o imbricamento de ativos

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    CONFIANA: UM CONSTRUTO UNIVERSAL

    (tangveis e intangveis) estratgicos interorganizacionais (sob o enfoque da teoria dos recursos internos). Alm Ximportante no que tange ao exerccio conjunto do poder organizacional e na construo de uma nova concepo de hierarquia.

    L-(seja no sentido individual ou coletivo/social) aparece como um mecanismo, de certa forma, substituto de aparatos ?a ao dos agentes em relacionamento, ^fornecedor.

    Esta afirmativa corroborada por Balestro (2002), o qual sustenta que, da mesma forma que o mercado (oferta e demanda) o mecanismo central para as X--chave para a anlise dos mecanismos de coordenao do relacionamento cooperativo interempresarial.

    O presente artigo tambm corrobora ` & /344J;

    $ /344; ^- K func iona is (so luo integrat iva) e diminurem os conflitos deletrios (tentativas de dominao ou imposio de vontades); diminurem a incerteza na tomada de deciso e a resistirem --?(oportunismo) em prol dos benefcios de ?= -? - crena de que seus parceiros no %X em todas as teorias analisadas em termos de relacionamento, assumindo diferentes pesos em cada uma delas.

    $^/{{J;que, inclusive, a matriz de ensino das faculdades de administrao no geral seja modificada, migrando das tradicionais disciplinas funcionais para uma matriz integrada e estrategicamente orientada para o gerenciamento de relacionamentos. >

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