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1 BETINHO:O INGÊNUO Primeira Parte
Capítulo I A DESCOBERTA DE BETINHO
No ano em que completara 15 anos de idade .uma nova jornada e horizonte se estendiam na vida
deste jovem era rapaz não muito alto e magro de olhos verdes cor de mel e cabelos negros .Teve
que acordar cedo e comer torradas mal feitas às pressas e com pouca manteiga pelo seu pai que se
apressava muito sem ter um motivo aparente.
Betinho...Esse era o seu nome a ser repetido várias vezes pelo pai e e ele mesmo sabia que não
podia se atrasar como já era de praxe seu hábito estratégico e tupiniquim nada britânico,incomum
para um menino tão responsável e aplicado nos estudos e um metafísico por natureza.
Pediu à benção e aos poucos rememorava sua vida até ali e os desafios dessa nova fase:O
“Ensino Médio” novo status e etapa de seu aprendizado. gostava de aprender como gostava de
comer ou respirar até mesmo e estava otimista e com muita leveza de ser se dirigiu ao ônibus que o
levaria à escola, seus pais como estariam felizes,quando ele se formasse e virasse alguém que
pudessem se orgulhar. O filho de uma faxineira e um marceneiro era um jovem humilde e ao
mesmo tempo bom de escola. sempre fora o mais estudioso e esforçado e ao mesmo tempo
invejado.
Era sinistramente estranho ver como as crianças são competitivas e maldosas entre si .Nos
colégios que estudou sempre tinham inveja e mania de descriminar quem não se ajustava e nos
debates como lembrava como era difícil discutir com professores sobre às notas injustas e com
pessoas da classe sobre a desigualdade social .era adepto ás duvidas e gostava particularmente de
História, Redação e Literatura
O ônibus ia rápido ,balançava e não aguentava de ansiedade até chegar no Colégio Estadual
Artur Cunha,como um lutador ansioso pelo cinturão em um combate era este jovem homem
amadurecendo no jardim da vida ia encontrar o que o fascinava e seus olhos brilhavam chamas de
um fogo mágico de excitação pelo novo .mas seu desejo passou quando teve que descer junto com
os outros.. e de repente lá estava ele em uma caminhada funesta e cinza com desconhecidos até seu
novo ambiente escolar.
Depois de um tempo mais calmo e já consciente da situação Betinho examina junto da galera
ao redor seu lugar e turma e parte para à sala .Com à turma já cheia se sentia excitado se senta em
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uns lugares à frente de uns garotos que só faziam cochichar em sala de aula e enfim para escutar à
explanação do professor:
_Sou o professor Telmo,irei lecionar à matéria e disciplina fundamental do conhecimento
científico:História,mas antes gostaria que às almas aqui presentes façam uma apresentação de si
mesmas para nos conhecermos e”Quebrar o Gelo”(Como odiava essa expressão imaginou) e
também explicar minha metodologia de provas e exercícios e também trabalhos.
Durante uma meia hora às apresentações pipocavam a cada minuto ininterruptos Betinho se
ressentia de falar alguma besteira e dar uma visão errada e distorcida de si mesmo para
todos,sempre fora de falar pouco era tímido,mas tinha sempre aguentado o tranco e agora tinha que
se expor a mais pessoas e com pouco tempo de discurso,mesmo com grandes ideias demora à tecer
grandes diálogos afeitos à seu raciocínio crítico ,muitas vezes demandava conversas pelo prático e
necessário e se acostumou à isso,como era um obstáculo principalmente na adolescência que era à
fase que vivia.
O professor Telmo recorreu a ele quando só o sobrara praticamente e mais alguém a se
apresentar e disse:
_Sou Beto,mas me chamam de Betinho e tenho 14 anos mas faço 15 esse ano,gosto de ler
e ir no cinema, videogames e bandas de Rock, deixa ver outras coisas que não lembro agora...
O menino que estava atrás que já tinha se apresentado como fã de futebol e pipa e pensou em
caixa alta: Esse deve ser “viado” ou” maluco “,mas se calou e o fitou com um aspecto arrogante
e antipático. Se chamava Jefferson era careca,magro e feio de aparência. Adiante esse momento
surgiu na apresentação um caso curioso de um garoto gago quando foi se apresentar arrancou
diversas risadas da turma,ele repetia a mesma palavra umas 5 vezes,parecia que nunca tomava ar
antes de falar como era o o problema clássico dos gagos,não tomar ar antes de dar continuidade às
letras e às palavras eles não respiram e em consequência acabam gaguejando e com muita
insistência saiu o seu nome:João e se limitou a dizer sua idade,depois se constrangeu muito e foi
difícil continuar à conversação,logo João desanimou e queria sair dali o mais rápido possível,a
chacota era livre e depois quis rir um pouco de si mesmo também para evitar mais escárnios ainda.
Assim à longa tarde que não terminava se passava e as horas rastejavam ...depois o professor
passou explicações de um roteiro como seria o ano e à filosofia da escola .quando após umas horas
aquele sol de brisa leve nos frisos da janelas invadiram à sala e provocaram um espírito grande de
renovação quando de repente se viu que os ponteiros marcavam 5 horas da tarde e logo o sinal
tocou muito forte.
Os alunos todos iam saindo lentamente e Betinho também fez o mesmo .mas com um certo
entusiasmo,coragem e leveza de espírito próprios,por um largo corredor e atrás logo se via à
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imagem de um João todo confuso e abobalhado e muito triste com o primeiro dia e atrás dos dois
ainda veio Jefferson com um ar de desdém e certo desinteresse pela estrutura física do local onde ia
estudar. De repente,João consegue parar Beto e puxar papo repentinamente :
__ Oi Beto não é o seu nnnnn oooo mmmeee?(Gagueira )
Betinho logo respondeu que sim e disse;
__Sim ,e você é o João certo ?João acenou comum pouco depois de um sucedido primeiro
contato e começaram uma pequena e promissora amizade.
Depois na hora de pegar o mesmo ônibus da ida e junto com um outro menino de nome Jonas
que estava no banco de trás começaram conversas esporádicas de temas variados como
mulheres,futebol e piadas sobre o cotidiano ,João apenas olhava não era acostumado à piadas ruins
e às vezes rubrava a cada palavrão ou ironia,porém Betinho participava com seu jeito
discreto,achava ótima essa integração pelo menos no primeiro momento.
Mais tarde enquanto o ônibus chegava,Betinho descia animado com seu dia e ia compartilhar
com a família e foi exatamente isso a primeira coisa que fez ao abrir à porta de sua casa ,ele ainda
tinha esse velho hábito inocente prestes a ser quebrado brevemente de compartilhar abertamente o
seu dia com os pais ,dizia que tinha feito boas amizades e estava achando o colégio maravilhoso até
o momento.....
Assim esses dias foram se repetindo e sua animação foi caindo e à rotina o dominou e nessa
tranquilidade e suposta´paz alguns dias se passaram onde se abriram as asas do seu frescor da
adolescência e tudo parecia maravilhoso e novo quando em uma aula pouco tempo depois,provou
de seu próprio veneno .
Em uma aula boa daquelas de tirar o fôlego no tema de literatura a professora,começou a
discursar sobre as diferenças e aconselhou a todos a ler mais livros e criticou o desempenho da
juventude atual. Até o momento,poucos da turma tinham esse hábito simples e pouco cultuado por
esses jovens e à turma especialmente tão incomum e misturada era comum ouvir frases e piadas de
mau gosto contra uns e outros .pareciam que nunca aprenderiam à conviver.
Então à professora decidiu fazer um trabalho de grupo envolvendo um recital de poesia que
deveria ser apresentado e para formar os grupos,logo rolaram altos desacordos mas num diálogo
breve e sucinto foram se decidindo aos poucos quem fazia o que com quem..Betinho ficou pouco
deslocado com João .os meninos da frente já formaram um grupo,um pessoal que gostava de arte já
formaram outro quase que por osmose,e acabaram sem ter outra opção a não ser formar um grupo
improvisado e malfeito com Jefferson e Jonas e algum outro membro à recrutar .solução pensada
colocar à Maria no grupo,uma menina quieta e com um certo sobrepeso e com as aulas começava a
sofrer insultos e piadas sem graça sobre sua condição física,sempre fora boa aluna em todos os
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colégios que passou .porém nunca era aceita pelos meninos por não ser uma moça “atraente” para
os mesmos.
Então,a professora pautou o tema do trabalho seria o modernismo e que os grupos deviam
pesquisar poesias que representavam o movimento e recitá-los e formar um pequeno Sarau em Sala
de aula e deu um prazo sabático de 12 semanas para organização e escolha da poesia e contexto da
apresentação.
O grupo incomum recém-formado por Betinho,João,Jefferson,Jonas e Maria tinham que
construir o trabalho,logo marcaram na sala de Estudos o encontro onde tinham que organizar e
escolher à poesia que devia fazer parte do contexto do “modernismo” na parte escrita:”_Então,qual
a sugestão que vocês dariam de poesia para o nosso trabalho?”disse Betinho a´essa altura sentado à
um círculo de cadeiras com os outros quatro e pensando como ia ser esse trabalho afinal.
“_Hum. Jefferson pensou em caixa alta :Poesia?:” __Troço mais chato, qualquer um pode ser
poeta é apenas decorar e rimar uns versos como os Mcs do Funk fazem,Betinho quis sinceramente
largar tudo que estava fazendo e dar uma porrada na cara do moleque ,mas em um tom britânico
respondeu:
__”Jefferson,poesia é alma e arte:O Funk é legal mas dificilmente pode se comparar um estilo
à outro,entende?Você não pode comparar uma poesia clássica aos Funks que tocam nas
comunidades que fazem apologia ao crime e às drogas e são verdadeiros atentados à moralidade
com algumas letras que só fazem falar de promiscuidades,claro que existe um Movimento no Funk
periférico que traz um contexto social relevante e fala do dia a dia das comunidades esse tem valor
como uma manifestação popular e social das mazelas desses lugares .mas saiba que pro seu gosto
não é um ritmo brasileiro e sim importado,os “Mcs” muitas vezes apenas fazem letras em cima de
uma música pronta o que torna o trabalho de elaboração mais fácil e a poesia é um momento de
criação interna onde o autor faz com ele mesmo e tudo de sua particularidade e originalidade e
inspiração.
Maria concordou com os argumentos dele,João também nunca tinha notado todos esses detalhes e
achou o amigo um ótimo debatedor e formador de opiniões e Jonas fez um olhar mal mas por um
lado era de acordo com à argumentação de Betinho .pois já havia lido alguns livros e era um aluno
razoável ,diferente de Jefferson que sempre passara se arrastando e nem lembrava quando tinha
lido algum livro completo quem sabe na época de Jardim com um Casinha Feliz ou o Pequeno
Príncipe.
Ele disse:_”Tanto faz vamos fazer à p... desse trabalho de m …!
Todos se assustaram com sua reação .mas sua indiferença era mortal ao procurar e pesquisar e o
tempo todo ria com Jonas no ouvido dele fazendo zombaria com Maria dizia:”_Bolinha chata,você
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é gorda e feiosinha e vai morrer sozinha sua balofinha rs .”E Jonas ao mesmo tempo fazia gestos
obscenos debochando do excesso de peso da colega de grupo. João olhava retraído e assustado com
medo de ser à próxima vítima.
Maria respirou fundo e tentou engolir o choro sem conseguir e surgiu em si mesma o eterno
desprazer de ser uma menina gorda,não podia ser bonita e extrovertida ,mas sempre fora simpática e
demonstrava feições e traços ainda sim lindos na sua moldura de rosto redondo e fofinho de
menina. mas sofria o inferno da adolescência e opressão escolar e desde criança se acostumou a
escutar esses comentários abusivos e maldosos que a destruíam por dentro por anos e anos gerando
um ressentimento continuo que a cada dia crescia à rumo de se transformar em uma mulher
frustrada.
João logo pensava em ajudar mas por puro medo e obtusidade se omitia não sabia muito sobre
português,não era seu forte,pouco pela gagueira e era extremamente ansioso,cresceu com pais
separados e sua mãe saia pra trabalhar e não dava devia atenção ao crescimento do menino e ele
brincava com poucas crianças,por diversos motivos sempre sofreu essas gozações e asfixiado pelo
tumulto de emoções sempre buscou o escape nos seus últimos suspiros de inteligência nas
disciplinas de Física e Matemática,
Era um drama aturar apresentações de grupo com sua gagueira e imensa ansiedade,não tinha um
bom ambiente familiar,o que o tornava propenso à transtornos afetivos e de humor desde criança ,se
acostumou à solidão e exclusão social e mesmo assim seguia pois era à única vida que tinha.
Seu pai funcionário de banco aparecia algumas vezes no ano para pagar à pensão à sua mãe e
pouco presente não inspirava nenhuma identidade para seu filho,crescera sem referencial de
conduta pois sua mãe não o importava apenas dava a ele o que podia e seu pai era um burocrata até
mesmo como pai,por isso crescera sem arquétipos e referências masculinas ou um cuidado familiar
extenso.
Jonas era um menino simpático a´primeira vista,tinha bom coração e era brincalhão mas ás
vezes reconhecia à maldade de suas brincadeiras,cresceu junto com Jefferson numa comunidade
carente no mesmo bairro que Betinho crescia o que iam utilizar para o azucrinar no seu tempo livre
não sabia que essas brincadeiras podiam fazer mal a alguém e acompanhava o amigo em suas
crueldades,sem saber acaba sendo um capacho robotizado para seu melhor amigo. Jefferson fora
criado em um clima de conflito interno e externo,seu pai era um moto taxista não tinha tempo para
ele e sua mãe era irresponsável na sua criação do básico que o menino precisava de valores
altruísticos .Era comum o ver solto jogando bola por horas e pouco chegado à ficar em casa era
comum os excessos no tabaco começou à fumar com 14 anos o que levou o apelido de “Cigarrinho”
,mas era alto e demonstrava certa “malandragem”embora em alguns momentos não
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fosse malandro e sim imaturo arranjava problemas desnecessários por birra.
Betinho analisava essas histórias de vida friamente na sua mente e se via agindo nelas e um
pensava à sua história e via o quanto à escola ao focar em fornecer um conhecimento acadêmico e
prepara muitas vezes com sua política um enfraquecimento das bases familiares e o preparo para a
vida com os jovens e eles mesmo se agrediam e isso era à realidade nas escolas que perdiam seu
papel principal. Saindo dessa reflexão pro trabalho lhe descobriu o quanto os alunos não aprendiam
e eram aborrecidos ,muitos iam para ás aulas e saiam delas como se nada nem um instante do
relógio tivesse passado,voltavam tristes e enfiavam o resto de suas vidas e inteligências nos seus
Tablets Smartphones,E-Readers e Ipods se vivia um escola com pouco estímulo psicológico e social
,uma vida vazia e de servidão aos ideais do sistema os aguardavam se sobrevivessem essa fase
florida do seu desenvolvimento.
Ai se relevou uma questão,se tudo estava perfeito como estava se esses fatos todos reunidos e
o encontro de todos eles seria bom para o futuro,se retiraria algum otimismo à esses conflitos para à
evolução e preparação deles para à tão temida vida adulta,que chegaria num futuro não tão
longínquo.
A luz do sol chegava pela janela da sala timidamente e todos saiam de certa forma unidos pelo
objetivo comum que os alinhava que era à realização do trabalho e Betinho continuava
inocente,sem saber se era um bem ou mal essa descoberta da maldade e perversão do mundo ,que
quebrava à perfeição e construía um caminho diferente do da luz e progresso e colocava tudo em
conflito,que talvez servisse para um bem uma lição que deveria ser apreendida e não tão
vagarosamente.
Capítulo II_ A ORIGEM DO MAL
Betinho era um garoto disciplinado e deveras amigo de todos,era uma folha em branco para
colorir perfeita para ser pintada e de vez em quando seus colegas e alguns professores notavam seu
poder de liderança técnica pelo seu potencial e simpatia por um estranho motivo ele sentia
responsabilidade de ajudar seus amigos ,no 2º grau sua vida afetiva não era fácil,pois até aquele
presente momento só tinha havido paixões platônicas e nunca havia tido namoradas.
À Rotina caminhava para um desgaste maior e mental para sua tenra idade e a medida que o
trabalho se aproximava pensava em soluções .Na sala de aula haviam sempre pequenas brincadeiras
chatas que o irritavam feitas por Jefferson.
Eram piadas de mau gosto e grosseiras que um pessoal da sala tomavam como verdades
universais. Diziam coisas chatas e horrendas e junto com Jonas atingiam seus alvos
certos...João,Maria e Betinho agora virara uma dinâmica de guerra improvisada e monótona desses
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meninos que se ofendiam até o certo ponto que os três se enjoaram do front de batalha.
Os três alvos não levavam mais à sério pois não conseguiam combater o clima de gozação e se
auto_vitimizaram certas épocas e chegaram a pensar que seria assim pra sempre uma dinâmica
natural e cansativa de escola e acabou que tanto fazia. fazer esse trabalho junto para eles seria uma
obrigação de momento,depois iriam para seus lugares organizados.
Em uma aula de Biologia,Maria fora comparada à um Elefante e toda à sala riu da
piada,menos Betinho e João a piada envolvia peso e sujeira. Depois resolveram pegar no pé de
Betinho, Jefferson em um tom debochado disse :”_-Vei,esse treco ai rs vamos pensar na forma disso
arranjar alguém,esse ai só pega a vassoura de casa deve segurar no cabo e beijar rs ….Todos riram
novamente menos Betinho que demonstrou frieza,João já assustado e com vontade de sair de sala e
Maria ainda abalada,ambos viram à cena de perto,mas Betinho não se influenciou à baixaria e
como se já tivesse certeza que flechas nunca atingem o céu se defendeu dizendo:_É,mas tem quem
queira,um dia vai aparecer alguém pra mim e vocês não tem nada a ver com isso .Façam um favor
pra mim,vão à merda!
Betinho pela primeira vez começava a reagir e sair das cordas do Ringue da luta da vida. Não
era um cara passivo apenas momentaneamente estava indeciso e fraco com os deboches,não sabia
como reagir à altura tinha medo de reagir desproporcionalmente.
O golpe desferido por Betinho foi grande à moral de Jefferson. Ele estava pensando uma
maneira de desmoraliza-lo de vez para rebater,mas nesse intervalo o sinal toca e os alunos saem pro
recreio e foram estranhamente cada um à seus grupos e conversas neutrais era apenas uma trégua
.Depois do intervalo,surgiu uma professora de Geografia que surpreendeu todos com seu tom de
voz no imperativo e alto,e falou sobre os resultados da prova que já haviam saído.
À professora Carmen não era rígida dava aulas até muito simples,resultado de muito didatismo
e experiência no magistério,mas por ter uma idade avançada e negra não era valorizada como
deveria infelizmente nos colégios que lecionava era sua realidade. Na prova da outra semana os
alunos em geral tinham se saído muito mal ,a sala era dispersa e o intenso falatório dificultava os
estudos,os que passaram dessa vez o fizeram com muito pouco 5,0 cravado,mas com nosso
protagonista a história foi totalmente diferente... ,a professora o elogiou e disse que tinha tirado a
nota máxima e falou pros outros se inspirarem na prova dele quando forem fazer uma prova de
Geografia .
Isso era comum,os outros respeitavam sua capacidade intelectual mas moralmente vivia pouco
recluso,parecia um elo estranho na sala onde estudava ,era respeitado e ao mesmo tempo excluído e
acabava não sendo um colegial comum ou padrão,seu circulo social íntimo se limitava à João e
Maria e algumas pessoas da sala apenas ,enquanto os dias se passavam ….assim virava uma pessoa
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solitária .
Betinho se tornava cada vez mais sozinho e nada que o fizesse tinha poder de impedir essa triste
realidade de se sentir só em uma multidão e fazer esforço pra reconhecer verdades secretas além do
óbvio das aparências redundantes que via ,parecia que uma vida vazia o aguardava para sempre.
Em casa,sua vida também passava por pequenas revoluções,tinha chamado João uma certa vez
para jogar uns games que gostava e ele adorou o clima amistoso e receptivo da casa do
amigo,apesar claro da humildade da família,por um instante desejou ter uma família assim .Mas mal
sabia o que era ser filho de um homem como Durval. O Marceneiro Paraibano era trabalhador e
virtuoso e também era honesto e sem vícios,mas não tinha instrução quase nenhuma e tinha muitas
ideias machistas,apesar de não reconhecer isso,decorrentes do meio social onde foi educado.
Por um motivo estranho no auge de seus 14 à 15 anos seu filho não demonstrava pelo menos
até aqui um interesse excessivo por meninas e não imaginava namorar,Durval via seu reflexo no
filho e não aceitava suas limitações,tinha dúvidas sobre seu filho parecia que o seu desabrochar
natural não era compreendido ,na juventude dessa época era natural os jovens iniciarem sua vida
sexual cada dia mais cedo ,Durval pouco tinha ideia desses processos sociais e tendências ,porém
aceitava o fato de ter quanto mais mulheres melhor e forçava isso o tempo todo,estranhava Betinho
pensar diferente e queria que o filho se libertasse e renovasse e não imagina que ele teria ou daria
sinais de homossexualidade.
Betinho parecia um pequeno ET ...tinha um mal adolescer e pressentia as consequências disso
num futuro próximo,se sentia no limite à ponto de explodir e fraco pelo conflito social e familiar e
essas questões sobrepostas se tornavam difíceis de serem abreviadas ao menos.
Mais alguns dias dali Com o trabalho batendo o gongo muito forte,Betinho resolveu se unir a
´João em separado do resto do grupo e tiveram a ideia de procurar um livro de poesias de um Sarau
e nessa leva escolher a poesia a ser feita Todos se uniam quinta-feira às 15h da tarde no lado de fora
do colégio.
No decorrer do encontro organizado pelo grupo ,apenas os três faziam algo andar,Jefferson até
aqui levava na brincadeira e se dava ao luxo de crer que seu atual amigo de grupo Betinho ia dar um
jeito,mas para ele o rapaz era apenas o seu alvo ás vezes ,mas até mesmo ele por ter crescido
próximo sabia da vasta fama e prestígio que os trabalhos deste jovem detinham, ele sabia que se à
vida fosse uma corrida de cavalos Betinho sempre ia ser um eterno azarão prestes à disparar como
um Usaim Bolt que saia atrás do outros mas acabava à frente,era engraçado alguém ser assim hoje
em dia tão controverso,mas confirmava esse pensamento no fundo de seu íntimo e o pintou de
ódio,mas às vezes o ódio não é contrário ao amor e nesse caso ele ainda não superou essa etapa e
continuava com às brincadeiras de sempre.
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Ao chegarem às conclusões iam redigir um poema,e o escolhido após todos aprovarem seria à
poesia de Manuel Bandeira,Vou-me embora pra passágarda e a discussão atual seria quem ia
apresentar as ideias do autor e quem ia recitar na frente. Jefferson logo debochou:_Acho que o mais
indicado a falar é João,ele discursa muito bem em público rs. Jonas riu com um misto de pena de
João e lealdade à seu melhor amigo. Maria e Betinho ignoraram e logo João sentiu um enorme mal-
estar,como era um sacrifício estar ali aguentando essa situação essa impotência quieto,em um
instante se fechou no próprio sonho que seria chegar à sala e mudar sua história .cansou de se
sentir bobo e vítima eterna,ai um filme veio até sua cabeça e veio à tona e a vontade de largar tudo
e todos e detonar o seu ódio perante seus inimigos ...Quantos anos,meses e dias e horas faltava para
tomar um novo rumo?Viver cada dia com gosto e ao menos paz no seu mundo,havia perdido seu
gosto pela escola e à experiência da educação,uma sociedade que estimula à competição e impõe até
mesmo em crianças sem idade para votar à competição interna entre si por qualquer coisa e por
notas era quase um sistema fechado e se dá ao trabalho de construir uma coisa chamada escola
onde não se aprende por gostar,onde existe controle e opressão,pelo menos ele nunca aprendeu o
essencial o que deve se levar à vida como lia nas palestras dos mestres orientais,se sentia mais um
prisioneiro do sistema e não tinha mais pra onde fugir,ou se formava e ficava sem perspectivas pois
sem o Ensino Médio ficaria difícil conseguir um emprego e à universidade seria um sonho cada dia
mais distante,esse era o seu futuro se os ventos do tempo não fomentassem uma revolução no seu
subconsciente.
O stress era enorme e o seu raciocínio era lento,tudo se passou em alguns minutos e seu
pensamento voou,quando Betinho se ressentindo da situação do amigo e organizando à bagunça
,enfim disse:_João esta fazendo sua parte como um excelente aluno que é e ainda não é forte dele eu
levo mais jeito pra isso pro seu governo ,não é obrigado a falar se ele não quiser e se sentir à
vontade e você se quiser continuar faça algo de útil pro grupo além de caçoar os outros, até agora só
João e eu trabalhamos de verdade,enquanto vocês levam na brincadeira e nada fazem,apenas
querem passar encostado nos outros.
O clima ficou tenso entre os 5,Jonas e Jefferson viraram formigas na frente de três Elefantes
e totalmente encurralados,mas a contagem da luta não chegou à 10. Jefferson disse:_Nossa que
meda hein rs. Olha estávamos colaborando um pouco mas sabe como é rotina dos “cara” aqui é loka
é futebol ,baile e conciliar com os deveres,mas tu sabe cara não leva tudo tão à sério como é teu
costume,vamos pagar os papéis e ceder minha casa ai todo mundo se reúne e ainda tem essa
gordinha doida ai tsc tsc fez nada ai a gente vai “desenrolando”.
A oratória de Jefferson com o passar dos anos se transformou numa mistura de conto do
vigário,mentiras compulsivas e promessas fajutas que alguns menos inteligentes caiam como era
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normal da nossa cultura brasileira de malandragem,fartamente esses fatores davam sinais que
podia cursar uma faculdade diferente que nenhuma das Universidades federais detinham esse curso
... e quem sabe ganharia dupla habilitação e se sobrevivesse nele até o mestrado tentaria,bem não
dava pra saber o limite dessa sua carreira,o seu mal caratismo se iluminava diante dos demais
quando tentava ser “engraçado”não sabia o mal que fazia no íntimo de seus amigos e se sentia bem
passando a´perna” nos outros sem as pessoas perceberem.
Betinho não queria ir,enfim não tinha quem chamar se desformasse o grupo ele e João já
haviam adiantado algo e Maria bem estava meio quieta o gato comeu a língua e Jonas deu uma
opinião:_Gente,qual é,vamos pra casa do cara e dai que na comunidade o Beto não mora muito
longe e acabar com isso,é só um trabalho e na hora da mulher qualquer um fala ela é meio enjoada e
tem voz de traveco rouco,mas e dai?Vamos se livrar disso e viver feliz .Jefferson riu,Betinho não
gostou do tom ofensivo à professora,por mais que as vezes discordasse e criticasse em algumas
coisas,mas não gostava como seu grupo foi formatado,não era brincadeira e sim pois quando perdia
o gosto por qualquer pessoa era difícil recuperar e estava aborrecido demais pra pensar em algo
produtivo,o resto do grupo acabou discutindo mais e após pensar muito acharam que aceitar o
convite de Jefferson era bom,pois de certo modo todos faziam,ajudavam e ganhavam pontos.
A sombras do que foi seu falecido avô ,esse seu mentor oculto por muitas vezes frustava seu
potencial e sua honra,pois era um garoto gentil demais quando podia ser duro com os outros,isso às
vezes o deixava mole e complacente e gostava de sua vida tranquila eu hábito de viver em um”
lugar bom” podia acalmar seu coração demais lado era por um lao era bom e por outro péssimo tudo
parecia bem quando estava tudo perfeito no seu mundo,mas não sabia viver assim e sem desafios
,de um certo modo se “apiedou” de Jefferson e entendeu seu contexto,pelo menos um minuto, e um
ponto a menos à seu poder de liderança .E tudo foi por um ínfimo instante....(nt 1 O Betinho me
lembrou Hamlet nesse trecho,parecia que ele pensou meu reino por um cavalo,tudo se ruiu por
nada,imaginei ele pensando em caixa alta...não tem muito a ver,mas no momento que perde seu
desejo de manter sua opinião e aceita democraticamente à opinião de outros perde sua liderança no
trabalho que simboliza “o reino” e o Cavalo seria a pequena saída vista como o ajuntamento das
crianças onde simboliza o desejo de viver em harmonia e simplicidade e não apenas o poder pelo
poder,que ele queria no momento mas resolveu abrir mão em um instante,que definiu tudo...
Perante a tranquilidade momentânea do grupo, naqueles dias:Maria se sentiu renovada agora
´passava à sair mais com às outras meninas, estava animada com o trabalho,estranhamente à
integrante não emitira muitas opiniões o que tornava seu ânimo pouco paradoxal,ainda estava gorda
no dia que se reuniram e decidiram a “Casa de Jefferson”como o lugar de reunião final antes da
apresentação,mas rumava à um emagrecimento “misterioso” que à turma não conseguiu decifrar o
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simples porque,no dia decidira que ia levar na esportiva pouco das brincadeiras e estava começando
a aceitar às brincadeiras com uma ilusão de pertencimento o que era natural em vítimas de Bullying
e aceitou fazer alguns comentários sobre à biografia de Manuel Bandeira. Era pequena e sútil essa
menina,mas fascinava suas reações contra o Bullying,parecia que o colégio à amadurecera.
Maria era uma menina obesa,pois foi criada com todo cuidado pelo pai que lhe dera o apelido de
“Bolinha de Ouro” e no seu quarto havia um quadro escrito “Aqui habita uma princesa”,foi educada
na Religião Evangélica e desde pequena seus pais não pouparam esforços em dar sua pequena o
melhor que podiam a melhor comida, a dedicação total ao estudos projetando em sua filha um
grande futuro,desde pequena ia aos cultos e brincava um pouco com às outras e tomava pra si
missão de chegar ao céu,mas no fundo admitia que o seu céu estava na terra e não podia mudar sua
realidade,seu pai era um militar de carreira e sua mãe era dona de casa. A pequena cresceu sábia e
podia seguir os passos dos pais e realizar seus sonhos .Mas à realidade não era assim,era loira tinha
traços bonitos e bem infantis ainda e no decorrer do Ensino fundamental virou alvo de chacota,pois
não conseguia controlar seu peso,resultado de um excesso de má alimentação e vida sedentária e a
compulsão por comer pelo enorme vazio que gerava às responsabilidades que tinha nos cultos da
igreja e a´pressão ao ser uma menina protestante num momento histórico e cultural de
permissividades.
Era frequente nos cultos sua presença,era dedicada e brilhava logo fez amizade com os pastores
e a colocaram no coral da igreja,sabia cantar e pelo menos ali era respeitada e no seu íntimo detinha
momentos sublimes de felicidade .Mas na Escola sua vida era difícil,era ótima aluna ia bem em
todas as matérias porém via todas as meninas namorando e beijando e era sempre vista como feia e
relapsa uma mal cuidada e realmente cada dia se descuidava pela baixa autoestima e depressão que
já se acumulavam à si mesma,o que a deixava mal e profundamente triste com as zombaria de
alguns garotos,queria chamar atenção de um casar com ele e ser muito feliz de acordo com os
princípios de sua religião .Mas como pensava noites em noites onde estaria esse príncipe?
Sonhava com um beijo e um rapaz branco pouco gordo e de olhos cor de mel e cabelos negros,ela
era uma odalisca e ele vestido como um Guerreiro médio ainda pouco adaptado ao Saara ,montava
em um cavalo e percorria um deserto e uma horda de soldados aparecia e ele à levava para longe os
enfrentando com valentia e de longe via um Rei de aparência mais morena se amaldiçoando pela
fuga ,tinha o mesmo sonho desde quando menstruara a primeira vez aos 13 anos e por épocas
parava e depois tinha de novo. E se perguntava: _Afinal qual sentido desse sonho desde o dia que
eu menstruei aparece esse príncipe e esse Sutão e pra que soldados me montando guarda. Sou uma
cristã ainda protestante,que tem a ver isso? …Manteve como seu segredo profundo esse
sonho,escondeu por anos da família e de amigos e não procurou psicólogos nem psicanalistas.
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Quando entrou no 2º grau,parecia que tinha esquecido essa fixação por meninos,estava maior
e pouco mais gorda quando começou a pensar em estudar a sério e ser alguém na vida...Isso levou
Maria a se fechar pouco mais e passar horas estudando e era comum ver nos intervalos dos cultos
sofrendo e chorando muito com os deboches de Jefferson e Jonas sofridos na escola,pela
tarde,parecia que os únicos homens que tinham valor eram o seu pai... e tinha boa amizade com
João e o pastor,ela virou uma menina que tinha medo de homens,exceção de seu pai e do tal
príncipe e de resto os garotos ela era meio indiferente. Depois que começou a frequentar o grupo
com Betinho algo estranho acontecia .de algum modo sentia que ele não era um inimigo....Teve um
misto de admiração e gostava do seu olhar e jeito de resolver as coisas e suas ideias embora muitas
não concordasse.
Conseguiu fazer novas amigas no colégio,mas não se abriu sobre o sonho e o tinha esquecido
inclusive, mas por um breve tempo sentiu um vento muito forte vindo do oeste inexplicável e o
lembrou por uns instantes .Após muito sofrimento,resolveu ir em festas e passear mais,passou a
comprar vestidos meio curtos e elegantes e passar horas no salão,de repente estava andando com um
pessoal de outra igreja que gostava de festas demais e seu pai estava no controle do seu pequeno
tesouro. Fixou regras de conduta, tinha limite de chegar ás 22:00,o que deixava a menina mais
constrangida e dividida ,não queria contrariar seu amado pai,mas queria conquistar o mundo era o
sonho da inocente criança e jovem mulher.
Em uma noite de Domingo à jovem tinha chegado de um festa com o pessoal da igreja nova
com salgadinhos e refrigerantes e dança gospel,pulou e dançou e louvou e entrou em transe
profundo do mundo com sua fé se sentiu feliz por uns instantes como nunca antes e não viu o tempo
passar ,Demorou no ponto e chegou em casa atrasada e acabou entrando já cravando e por um
segundo não rompeu o limite que seu pai a estava esperando com uma cinta na mão atrás da porta
do quarto onde sua mãe dormia profundamente, mas ele retrocedeu,pois o sinal ainda não tinha
tocado,pena ou sorte que ela passou direto pela entrada da casa à sala e não viu à cena se solidificar
em sua emoção.
_São 9:59 .__Ufa!! Desse esporro eu sai por um triz. Já dizia morta de cansada com seu vestidinho
elegante curtinho e de seda e seu sapatinho curto que lembrava o da Cinderela que apertava seu
pé .Maria não aguentou e desabou em um sono pesado,depois seu pai arrependido por sua rudeza e
ignorância sui generis conseguiu ser nobre para lhe dar um beijo na testa entrou no quarto e a
cobriu do frio com uma coberta grande e macia com amor.
Eis aqui o problema:ele queria sua filha para ele numa bolha,nunca pensou em “dividi_la” com
outro homem e não a tinha preparado pra isso,ele tinha que tomar atitudes e o que fez foi deixa-la
frágil emocionalmente ano após ano e e um tempo como ela se acostumou com o arquétipo do pai o
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achava o modelo ideal,isso dificultava sua relação com os garotos,Maria só sofria bullying de
meninos apenas, uma dinâmica curiosa,não por ser só obesa ou nerd e sim não saber se relacionar
com eles,era o mal adolescer de Betinho ás avessas com Durval.
Mas o fato mais aguardado da noite estava à acontecer no inconsciente da pequena,se via num
castelo e presa e com à mesma roupa de sempre,parecia à repetição exata do sonho que não se
lembrava exatamente e parecia um roteiro de filme digno de Oscar,era um deserto parecia..Meus
Deus Não!...era o Saara!E de repente os soldados viam um a um e e ela era uma mulher uma
odalisca na porta de um castelo! Esperando e aparecia um guerreiro à cavalo com uma armadura e
espada destemido e decidido lutava contra os soldados,só que dessa vez o príncipe ia falar com o
homem vestido de Sutão,ao mesmo tempo o vento cria uma enorme tempestade de areia e ela se
engasga mas escuta os gritos do cavaleiro:_Pela ordem!Meu bom Rei!!Me Escute tenho ordens
para...Foi impedido pela tempestade e o barulho infernal de chegar e o Rei não escutou sua voz E o
“Rei”Sutão gritou grandemente ao ventos:_”MALDIÇÃO!!!PORQUE ?PORQUE? “ e acabou
batendo no chão e chorando e se maldizendo ainda mais.
O Guerreiro correu montado à cavalo e pegou à odalisca na cintura e não tinha tempo de
conversar,durante a viagem ela pode perceber seus traços,seus olhos eram verdes mas castanhos que
o de Betinho ele era um homem forte e meio gordo até,olhou seu nariz grande e seu rosto redondo
e cabelo bem desgrenhado e sem cuidado mas com um jeito era lindo,ela estava com uma pele
morena linda e cabelos pretos e não era tão magra nem gorda como a realidade .Quando em um tom
de voz meio grosso e tímido e pausado o cavaleiro diz:_Venha, princesa,aos jardins de meu
rei,vamos cultiva_lo.
Pareceu meio atrapalhado o sujeito,era uma mistura doida de etnias e nacionalidades de Italiano e
Português até mesmo.,gostou de ficar agarrada a ele era quentinho demais mas achou sua boca
linda e não teve dúvida,montou com ele no colo pela frente e acabou o beijando com todo amor
ainda mais e era tão doce o beijo o seu toque ,quando o cavalo parecia chegar ao jardim ela viu
tudo se acabando e com um esforço para se manter de repente Paf!Toma um solavanco e acorda e
coloca à mão na boca e imagina por uns instantes o beijo do cavaleiro e chega à triste conclusão
que era o mesmo sonho só que remodelado. O sonho mais real que tivera na vida,prometeu a si
mesma procurar esse cara mesmo sendo um sonho impossível e fantasioso,era indescritível a
realidade de seu sonho e de repente foi dormir triste por um lado,mas pela primeira vez um homem
que não era seu pai à tinha beijado e sentia o beijo dele pulsar e o seu riso de ponta à outra quando
disse uma frase, se lamentou não ter chegado ao jardim que ele falou se sumiu na sua fantasia .mas
se perguntou quem seria ele?Não parece os príncipes de Conto de Fadas,mas se bem que pra ela
superou qualquer um deles no fim das contas. Pareceu que entrou em um filme de Indiana Jones ou
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Alibabá.
No outro dia,jurou pra si mesma silêncio eterno,mas não parou de pensar no guerreiro,á tarde
na escola ficou encarregada de escrever à biografia de Manuel Bandeira e recebeu à incumbência d
Betinho,João se afastou por conta de uma viagem rápida com seu pai mas deixou sua parte
adiantada e os outros bem não se sabe onde estavam nesse dia . No instante que um chato e rigoroso
Betinho lhe indicava a poesia e dizia onde procurar o colher às informações certas sobre o
autor,Maria lhe pegou uma espécie de raiva pela primeira vez,parecia chato e repetitivo o rapaz,não
era divertido e Betinho a achou estranha nos últimos tempos,se preocupo com ela e percebeu às
mudanças de comportamento e a achou pouco afastada de suas obrigações escolares principais de
ocasião..
Pouco depois,Betinho perguntou:_Que tem Maria?Esta muito cansada?Estou percebendo
isso...Maria respondeu: _-Cara,to cansada desse seu jeito,você repete as mesmas coisas cem
vezes ,o que você tem?Só pensa nesse maldito trabalho e estudo,parece mais do que os outros essa
necessidade que você tem de lutar contrariar tudo e todos,parece o meu pai ás vezes,porque você
não cresce um pouco? .Disse muito triste por dentro por ter machucado o amigo.
Betinho se sentiu constrangido,mas explicou e se desculpou que só estava pedindo o trabalho
e sua parte para que ficasse bem feito e todos fossem bem e explicou que era um cara
responsável,mas no momento seu membro mais atuante estava fora e dois membros que estavam
atritando com os três e pouco ajudavam,mas que prometiam uma ajuda breve,o momento o forçava
à ser metódico e pediu desculpas por ser rígido demais e com um coração muito mole prometeu ir
no cinema com ela quando terminasse tudo.
Maria na sua nova fase pensava em um tipo de homem diferente de Betinho,que era um garoto
muito comum se comparado ao guerreiro medieval do sonho do dia anterior,mas notou algo
estranho os dois se pareciam,seus olhos eram parecidos e seu tom de voz bem leve e ao mesmo
tempo forte,por algum momento comparou os dois e pensou na possibilidade de Betinho ser o
guerreiro,mas ai não via nele aquela coragem e determinação,via um sujeito fechado em si mesmo
como uma concha,talvez reflexo da superproteção e se reconheceu nele mesmo.
A pequena princesa se refez no seu íntimo e lá o fez aceitar o seu pedido primeiro antes que sua
pequena boca o fizesse e o sonorizasse com sua voz de menina .nos seus 15 anos entre igreja,escola
e passeios nunca tinha visto um cara ser direto e a chamar pra sair,mal pensava na emoção que era
ter um homem do seu lado pra ver um filme ficou pensando emocionada como precisava de carinho
estava frágil e em depressão e pós o Bullying com autoestima abalada e crer que alguém pudesse
gostar dela,parecia o melhor dos mundos imagináveis e possíveis,.
Nesse momento,disse: _Sim. Tudo bem,me desculpe se fui grossa e injusta contigo .E
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resolveu abraçar o amigo mas pegou suas mãos e se abraçaram muito lentamente se desejando
repousando o espirito de um no outro faltava o beijo do seu sonho ,mas o garoto não teve coragem e
tempo talvez suficiente de a beijar na boca por essa vez e ela deu-lhe um beijo no rosto e depois de
um tempo seguiram para lugares diferentes no tempo vago da escola.
Betinho refletiu como o amor em escalas menores ou maiores podem mudar histórias de vida
e que todo o mal que ocorre ainda poderia ser combatido com à luz da descoberta de um caminho
novo dentro de cada um que construiria uma ponte para um mundo perfeito no interior de nós com
o máximo de altruísmo e paz.
Depois desse dia e um outro,os preparativos finais para o trabalho surgiram com a
incumbência de Maria já sendo feita e João voltara ávido por novidades quentes,Betinho também
estava animado e resolveria contar as novidades ao amigo mas não sabia quando teria uma
brecha,faltavam dois dias para a execução do trabalho e o colégio vivia à semana de provas.
Betinho ia recitar à poesia e conversar sobre parte do contexto do modernismo no Início do
século XX e João cuidou de um Banner para mostrar nos corredores da escola e o resultado ficou
ótimo!Tivera um trabalho de montar e juntar poesias da 1ª fase e algumas poesias de autores novos
de um concurso atual e ficou como uma salada poética interessante para estudantes do 2º grau.
De repente o telefone de Betinho toca e ele resolve atender em um lugar reservado e de
repente aparece a voz de Jefferson:_E ai,vocês pode vir pra minha casa hoje?Tá só eu e minha mãe
hoje por aqui traz o trabalho e a gente imprime e vê o que falta,traz o pessoal ai irmão.
Betinho coloca à ligação no viva voz e pergunta se eles estão de acordo,eles pensam um pouco
achavam que cada um estava fazendo muito mais que os outros dois mas concordam em reduzir o
custo com as impressões à exceção do Banner já pronto e feito pago pelo pai de João,sentiam que
as suas mesadas não cobriam esses gastos,mas honraram o compromisso assumido na outra semana
e concordaram .Ai Betinho,respondeu:_O grupo concordou e eu também,o Jonas tá por ai?Então
que horas podemos ir?Ele respondeu:_ Acho que três horas,hoje não tenho recuperação já passei
nessa matéria,amanhã faço a prova de química e sexta feira apresentamos o trabalho,Jonas ficou de
chegar no horário .É isso no aguardo de vocês .Até lá
Era exatamente 13h e 30 da tarde,deveriam pegar um ônibus e seguir mas Betinho sabia parte
do trajeto,estava desacostumado em olhar Maria com os olhos de antes,resolveram sentar e
conversar um pouco na quadra da escola com aquele sol gostoso e aquele clima de liberdade,então
teriam 30 minutos para meditar, tocar violão e curtir um pouco de brisa de um vento fresco seria um
desafio aquela escola no meio de semana de provas e avaliações finais.
Estavam os três muito unidos de repente em uma sintonia quase mistica e transcedental,mas
João desconfiou de algo novo,quando Betinho tirou um violão da bolsa e tocava algumas músicas
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de Raul Seixas que faziam João delirar nas letras e Maria não parava de olhar para Betinho com seu
enorme talento musical e parecia que o dois escondiam dele algo com o olhar
inconscientemente,mas ele não quis ficar sozinho.
Betinho disse:_Vocês notaram que eles mudaram até o final do semestre?Antes nos
zombavam quase diariamente,formamos um grupo improvisado e passamos à interagir,mas será que
eles apenas querem se fazer em cima de nós ou eles mudaram de verdade?
João disse com menos gagueira :Não seei,acho que nunca vão aceitaaar totalmmeentee
,maas pelo menos eles não pertubam mais e nos tratam melhor né .Maria tirou seus olhos de
Betinho pela seriedade do assunto e disse também:_Acho esses garotos,não foram acostumados à
civilidade e respeito saca e também veem muuita televisão,seus pais não devem trabalhar
muito,meus pais trabalham muito por isso podem me dar de tudo e inclusive de comer tanto que
quisesse talvez por isso tenha engordado tanto,e também aquele lugar que eles moram la não há
educação são uns favelados ,pronto rs falei,talvez aprendam algo aqui nesse bairro.
Betinho esquecia parte de seu amor repentino,toda vez que Maria dava uma de suas
grosserias meio elitistas, João estava abobado pra responder fazia tempo que não relaxava no seu
período pós viagem e decidiu observar o encontro,o amigo não era bobo sabia que havia Muito tatu
escondido nessa terra,muito caroço nesse angu e muito segredo na relação íntima desses dois,via o
tempo fechar e uma briga acontecer.
Betinho respondeu,mas não tentou polemizar muito:_ Maria,isso não é desculpa ou
justificativa para agir dessa maneira,a vida na periferia é dura,mas com fé e uma boa base
familiar,você pode vencer e superar os preconceitos e isso sim que devia ser trabalhado nesses
lugares as pedras fundamentais são:À Educação,o trabalho e cultura e à presença do Estado ,mas o
quadro do nosso país é assustador,você já pediu pro seu papai olhar a página de imóveis?Se sim,me
diga qual imóvel de uns três quartos mais sala cozinha e banheiro daria para comprar com um
salário mínimo ou dois por mês em 1 ano de poupança?Mas a maioria que mora nesses lugares é
trabalhador ,uma minoria que suja o nome do local,gente honesta e de bem que infelizmente não
teve oportunidades melhores,mas não por isso menos digna ou preguiçosa talvez,como o senso
comum diz.
João riu e Maria pensou em responder mas passou em branco dessa vez e não deu combate
o argumento de Betinho tão fundamentado e realista que ela não teve argumentos para rebater logo
se desviou do assunto dizendo:_Ninguém gosta de viver assim é verdade,mas você pelo menos
cresceu por perto e é um cara legal,esses moleques podem ter jeito,mas seus pais devem ser uns
toscos argh enfim você sabe,desculpe os excessos.
A testemunha ocular dessa conversa:João via a´evolução de Betinho e seu raciocínio imenso
para um garoto de 15 anos e vendo de perto sabia o potencial dele para ser um homem importante
para o país até,só não o superava nas contas e em Física mas até nisso o amigo era bom o que
assustava e explicava parte de ser vítima de Bullying ,por puro recalque e inveja à esse ser bem
educado por sua humilde família.
Viu as dificuldades que a vida impunha a quem queria construir algo de bom e entendeu ,porque
talvez eram tão mal recebidos na escola e acabam sendo vítimas do desprezo alheio porque
vibravam diferentes eram inventivos,sensíveis,e iluminados totalmente libertados de serem o que
eram e não frios ou maquinizados e maldosos,mesmo ele que ainda tinha sua mãe presente,sentiu o
excesso de zelo dela ás vezes pesar nos seus caminhos,seu pai não falava muito com ele e com o
advento da viagem para Natal,ficaram mais tempo a sós na festa à beira mar com muita comida
,dança e alegria,sabia que ter uma família é bom,mas ser livre pra definir e ser no mundo o que
quiser e puder também era importante.
Certa vez na mesma semana,zapeando pela televisão viu um programa de auditório que ia
debater o Bullying como um grande mal social e assistiu à opinião de um especialista em Educação
e Pedagogo formado na França,reafirmando que às crianças de hoje,superprotegidas acabam não
sabendo como se defender e se tornam vitimas fáceis como se fossem presas sangrando aos ataques
de tubarões em alto mar aos perigos da vida e à violência escolar.
A causa segundo ele .recaia na família das vítimas que não preparavam para à vida em
sociedade e deixavam às crianças fracas presas e totalmente vulneráveis à situações que exigem
saber se defender sozinhos e serem independentes,os pais ao proteger e dar de tudo que os filhos
precisam e os acostumam à viver em dependência deles por longo tempo e sem querer os tornam
pessoas que não sabem resolver seus próprios problemas e mais propensos à serem passivos perante
à vida.
João como uma vítima de Bullying clássica desde criança pelos seus traços naturais e em todos
os anos escolares refletiu que talvez para os seus novos companheiros de batalha,isso seja um traço
comum,conhecia o seu amigo e o seu íntimo de suas conversas de homem para homem quando os
assuntos se tornavam mais complexos e sem saída e nos tempos vagos do trabalhos de grupo e
pode recolher alguns flashbacks de seu passado algumas passagens que mostravam os excessos de
mimos de Candida à mãe do seu amigo,ele conseguiu escutar como ela o protegia como filho único
e ele mesmo dizia como ela se envolvia em algumas de suas decisões importantes,quando Betinho
relutava em fazer alguns cursos técnicos e investia em aulas de teatro e oratória para perder a
timidez.
João sabia que ter um pai como Durval não era fácil,se colocou no lugar do amigo e suas
circunstâncias,mas não podia negar que talvez um pouco mais de desprendimento na sua educação
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tivesse sido mais proveitoso pra lidar melhor com às situações futuras,concordou com o pedagogo
por enquanto e sua intocável argumentação,mas quanto à Maria não sabia porque além do excesso
de peso o que teria levado na sua conjuntura familiar aos atos de Bullying que sofreu e podia vir à
sofrer,se notava introvertida o que a família pode ter colaborado com certeza,na construção da
personalidade da menina frágil que viram há poucas semanas.
Sobre ele mesmo,pensou que suas características de família muito dispersa e sem uma base
forte nem o superprotegeram que de fato seria impossível com pai tão longe e a mãe só focada no
básico que ele precisava para sobreviver,o que por um lado o deixou longe do mal de Maria e
Betinho,mas por outro o desprepararam para prevenir qualquer Bullying certo que ia sofrer. Um
menino gago,apaixonado por matemática e ansioso crônico que se transformou em um rapaz
apaixonado por astrofísica e remodelava seus interesses na área de Ufologia e a espiritualidade,é
talvez acontecesse de qualquer maneira por ter um perfil tão distante de um colegial comum.
No programa,se seguiu à opinião de um presidente de uma ONG .que utilizava o teatro
como meio de prevenção ao construir atividades à cidadania e o respeito ao próximo nas escolas
com músicas e literatura especializada e contra argumentou dizendo que independente que haja
pais superprotetores,a violência já estava presente nas famílias ,na sociedade,nas escolas imperava
à violência seja ela material ou simbólica,nas escolas mais simples à violência era física e moral
contra os diferentes e nos colégios mais ricos ainda tinham o pano de fundo de classe,a
descriminação contra os alunos bolsistas e mais pobres num universo de classe média alta,então o
Bullying era um jogo de poder calcado na violência como um meio de luta e afirmação de
construção de um circuito fechado na criação de elites escolares de comportamento nos colégios
pobres e nos ricos à diferença era de status e também socialeconômica e cultural ,por eles os mais
privilegiados dessa hierarquia serem frutos da cultura escolar e social e conseguirem se manter
aceitos,jogam os que não se adaptam ao círculo social escolar no desprezo e sofrimento e ainda
finalizou dizendo que apenas os fracos agridem para obter auto-estima e razão de ser no mundo
,pois lhe falta o amor à vida e as pessoas e à si mesmos.
Era um personagem singular esse homem,pensou João, falou alto:_O Betinho tinha que
conhecer esse cara....e mesmo com sono não desligou à TV,era um passatempo seu se teleportar à
debates e programas especiais e históricos,via na televisão à janela para o mundo e se via nela o
tempo todo Era seu hobbie .
Na continuação do programa,o presidente chamado Idermário,contou sobre sua infância e
juventude resumiu sua biografia e passou do alto de uma vítima indefesa na infância para um
homem violento,viu pouco das atrocidades do pai um soldado que ascendeu à General em pleno
Regime militar arrependido pós anos de serviço ao DOPS e uma conduta de vida familiar repleta de
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agressões aos filhos e a mulher e várias e seguidas traições no casamento e intenso uso de álcool,se
arrependeu pois,pensou que ao se alistar e servir o exército construiria um país livre e estava
fazendo o bem limpando_o do mal,quando se viu defendendo o mal através das torturas à presos
políticos e matando inocentes cada dia mais entrou em parafuso,se sentiu o pior ser humano do
mundo e o pior pai de todos os tempos,quando o efeito de um porre tinha mal acabado e se curado
numa madrugada fria de ventos frios cortantes de Junho de 1974,o velho General jogou as armas no
chão e se ajoelhou com às mãos na cabeça perante as trevas que habitavam seu coração valente de
jovem,preferiu a morte à continuar ao caminho que estava levando e acabou se enforcando
pendurado numa corda em uma árvore de um campo abandonado.
Idermário não entendeu o porque disso tudo,ficou confuso e decidiu ser como seu pai e cansado
de sofrer bullying nos colégios e na sua vizinhança ,também pela má impressão que seu pai causou
e à vergonha por ser filho de um torturador. começou a ser um agressor pela revolta e vergonha
mistas do que era o karma de seu pai,se tornou um perseguidor de nordestinos que saiam dos bares
do Rio de janeiro,descontava sua mágoa nos mais fracos,virou um brigador de rua e de várias
gangues e se viciou em mulheres tinha várias cada dia uma e as traia o que o deixava magoado por
dentro tinha o sonho de casar e ter filhos ainda,já tinha começado a bater e humilhar não por
maldade mas para externar sua revolta com a vida e se sentir forte por dentro,quando em 1987,se
viu sem rumo de novo e teve uma enorme crise existencial e de valores.
Era um ser humano sozinho sem amigos, e sem nada a se orgulhar que tenha feito aos seus 26
anos ...A farda manchada do sangue dos militantes e agora de parte do sangue do próprio pai,era à
única lembrança que tinha dele,quando era um simples soldado raso e não era do Dops,era um pai
dedicado e brincava muito com seu filho e respeitava sua mulher pelo menos não a traia ,depois
aprendeu à defender a pátria contra os “comunistas”mas acabou virando uma máquina de guerra e
matou pela espada e acabou morrendo por sua própria,no fundo não queria esse regime de exceção
e sim democracia mas aceitou com um mal necessário Ildemário optou por deixar sua mãe
fragilizada e em depressão com Tia Zélia em Niterói e reconstruir sua vida,dali por diante um
novo homem surgiu,
Ele optou por estudar teatro e cansado de reclamar do Animal raivoso que havia se
tornado,decidiu virar um homem de paz,cansado da intensa luta política e da violência que virou o
ambiente político do Brasil naqueles anos ,decidiu iluminar o seu espírito com os pensamentos de
Jesus Cristo e conhecer seu verdadeiro eu,passou a ser caridoso se doar e amar a todos injetar toda
mágoa e revolta nos anos que gastava nos bares com brigas de gangues e vergonha revolta de si
mesmo e da vida de ter sido filho de um assassino e suicida no seu desenvolvimento interior e
prosseguiu em sua conversão,acreditou na transformação da realidade de muitas pessoas pela fé e
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pela profissão que era apaixonado,assim do homem que agredia nordestinos e traia
compulsivamente,nasceu um crente e colaborador da obra da igreja evangélica nas comunidades
carentes do Rio e um roteirista de teatro que com esforço chegou a produzir obras fantásticas e
ajudou à criar alguns sucessos da telenovela e do teatro brasileiros e em 5 anos essa mudança
aconteceu.
Decidiu mudar seu nome e definiu um nome artístico,como Carlos Rocha Barbosa,mas gostava
de ser chamado por Ildemário e assim como Betinho era simples e humilde no tratamento pessoal e
por idos de 2004,viu um incidente em uma escola alemã e um massacre de alunos na televisão,eram
os primeiros anos onde se era noticiado à violência escolar intencional e repetitiva praticado por
uma pessoa ou grupo delas à alvos pessoas desprovidas de defesa por algum motivo,era o
“Bullying” nascendo e aos poucos ganhando força,de repente viu o que acontecia o que aconteceu
com ele nos anos 70 no brasil e no mundo e criou uma ONG com o pessoal do teatro,onde dava
aulas,já alguns anos.
Os primeiros 3 anos foram difíceis ele disse houve muita recusa em admitir o projeto das escolas
e das prefeituras,mas depois a ONG viajou o Brasil todo e com espetáculos e debates promovia o
combate aberto ao Bullying nas escolas,sem querer em 30 anos o mal que historicamente corroeu
sua história se reverteu com muita luta e lágrimas em esperança para milhões de oprimidos.
Hildemário não era um intelectual,era um homem pouco estudado,mas na escola da vida era
Doutor Honoris causa, soube extrair o pior de suas dores e as injetou com à mesma força dos seus
socos nos dias de de fúria na magia do existir e as projetou no agora e salvar às crianças de hoje e
sabia à História e Política do Brasil recentes como ninguém por ter sido parte dela tragicamente
uma vez e na outra como um ator social importante de quase todos os mistérios do interior humano
pelo seu trabalho na ONG e os anos de estrada,foi aplaudido de pé e roubou a cena do pedagogo
formado na Sourbonne no programa ao vivo que se desfez de sua arrogância e aprendeu a se revisar
constantemente,apertando suas mãos e pousando pra uma foto pra um site sobre o tema.
João desligou a televisão e foi dormir com tudo que tinha visto fervilhando,começou à entender
todo o sentido histórico do que eles sofriam não era brincadeira era antigo quase milenar e tinha
solução e cabia à essa geração mudar esse paradigma de violência e intolerância que se repetia e
não à ele mesmo só ou seu amigo,Maria muitos outros milhares,vão dormir com medo de
acordarem no outro dia e vergonha de ser uma eterna vítima desse martírio silencioso e sublimam
esse medo projetando no futuro esses traumas,fazendo seus dias de cão se multiplicarem e o tempo
em suas cabeças nunca passarem,seus melhores dias tinham que vir, de algum jeito
O seu Ildemário era um exemplo de como o pensamento evoluiu de agir para compor um mal
necessário de seu pai nos anos do Regime militar,agora sua mente era o movimento e a
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transformação através da ação concreta na sociedade pela liberdade de expressão e religiosa ,a arte e
à igualdade com paz em um tempo sem fronteiras e sem limites para a luz entrar e combater o mal e
ás sombras do passado que persistem em sobreviver no horizonte e às vezes elas teimam em
escurecer o nosso mundo com sua obscuridade,contaminando ocultamente e sutilmente quem não
tiver um nível luz minimo dentro de si ,para combater essas sombras.
Voltando da sua lembrança, João precisava contar para Betinho e foi isso que fez a caminho do
ônibus, e ele ficou maravilhado com tudo e Maria também ficou atônita e gostaria de ter visto esse
programa.
_Nossa. Disse quando voltou do transe que a história o causou depois continuou: _Sempre me
interessei em decifrar o porque disso tudo agora acho que posso ver com mais nitidez e lutar contra
e tentar fazer o mesmo que o presidente fez,queria ter sua coragem e proatividade,bom vou procurar
sua escola de teatro na internet e saber mais!. Maria gostou da disposição de Betinho em saber
coisas novas e sua coragem de lutar pelo que acreditava e também à preocupação de João com eles
e com ele mesmo,era notável sua evolução,mas inegavelmente não tirava seu herói do pensamento
que à colocara no cavalo e lhe dera um bejjo mágico e o seu Betinho quer era tão mais acessível
mas não conseguia iniciar algo com ele,era de aspecto sonhador e muito inseguro se comparado ao
guerreiro do sonho.
Cansaram de esperar,pegaram o ônibus e chegaram à comunidade,bastava subir as escadas para
chegar na parte do morro onde Jefferson mora,Betinho era líder e guiava os dois mas estava tudo
tranquilo apesar da simplicidade prevista do ambiente,Maria que não cresceu em um bairro pobre
mas classe média estranhou e teve um pouco de medo de barrar de frente em um traficante ou uma
boca de fumo .logo conseguiram chegar na casa de Jefferson.
Quando chegaram,a mãe de Jefersson os recebeu e a casa era grande de 8 cômodos e logo foi
gritando:JEFFERSON !Seus colegas chegaram “Fiquem à vontade gente sou Helena,não me
apresentei desculpem se quiserem um lanchinho só pedir. Depois saíram do quarto ambos pousando
de melhores amigos de sempre com um cinismo incrível e uma cara lavada de peroba extra forte
clássico,abraçando cada um e chamando para um quarto no setor de cima da casa, na imensa
cobertura com uma vista bonita,até que surpreendeu com à vista do Cristo redentor lá no alto e
distante,tinha uma mesa e um isopor do lado da parede e uma churrasqueira imensa .
Os 5 sentaram em frente finalmente,após uma discussão interna do grupo os dois se
limitaram à oferecer o que tinham,alguns papéis para imprimir a parte escrita de Betinho e Maria
uma impressora o que era muito pouco mediante o esforço de pesquisa de Betinho e Maria, com o
trabalho do modernismo e biográfico e as ideias promissoras e cumpridas de João. Claro que não
colaborariam com a parte principal do trabalho,quando podiam ter sido relevantes perderam o
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tempo ofendendo Maria e o restante do grupo,só lhes restava esse papel secundário.
Por causas financeiras difíceis Betinho,Maria e João acabaram aceitando à caridade de quem
os “detestava” teoricamente e isso os colocava muito mal. Jonas estava envergonhado,sabia que
tinha sido relapso ao aceitar esse modo de vida como certo no colegial,agora estava se sentindo mal
por dentro,por querer apenas se dar bem e podia fazer pouco para ajudar nesse momento,Jefferson
não esboçava reação ,não era burro no sentido literal da palavra,lhe faltava esperteza do meio
acadêmico para pesquisar e fazer algo e sabia que nada tinha à oferecer mais que isso .e decidiu
deixar tudo como está,mas sem Jonas nada viria a ser igual.
Jefferson em uma hora de intenso debate disse:_Bom,to fazendo esse trabalho pra passar
pô,cês deve gosta disso pá,meu negócio é mais esquema assim exato,tipo educação física e
Biologia,só cedendo à estrutura tá bom,se precisa de qualquer coisa mando uns colega meu da
quebrada ajeita.
Jonas se prontificou a ser o assistente de Betinho na apresentação do Modernismo e na leitura
da poesia para à turma,Maria ficou com à Biografia do autor Manuel Bandeira e João ficaria à parte
de fora da escola em uma mesa para falar do Banner e explicar como tinha sido feito e sobre às
poesias quando não tivessem em sala mais,o que levaria muito tempo do rapaz e Jefferson apenas
deveria imprimir e arcar com custos dos papéis de Betinho e depois se der certo premiar o grupo
com um churrasco na cobertura.
Jefferson até conseguiu se sair bem para um “malandro” que era mas sua imagem ficara ruim,o
grupo sentiu pelo menos pouco do seu mal caratismo disfarçado indo embora,por sua incapacidade
e por ser humanamente impossível mentir e passar a perna o tempo todo como se nada tivesse
acontecido e o mesmo sabia disso .A experiência foi lhe abrindo os olhos do fundo do seu íntimo e
de verdade pensou em parar e se dedicar um pouco mais,mas à mudança de alguém é lenta e logo
ele já pensa como podia ter sido bom estar com menos peso ,pois de resto só lhe sobrou um monte
de provas de recuperação de final de semestre e esse trabalho .Parecia que o mundo lá fora não é só
dos espertos,Betinho lhe imprimia uma aura de mudança no seu interior,uma semente ao menos que
ficaria adormecida por esses anos difíceis de garoto favelado.
A reunião chegou ao fim e todos saíram com menos medo do que os esperava às 15
horas,para Maria e sua mente preconceituosa o medo de morrer tinha diminuído mas percebeu
parte da organização interna do local,Betinho morava perto e não sentiu deslocado apenas
insatisfeito por tudo ter que ser dessa forma,mas reconheceu que houve avanços no grupo,já João
saiu iluminado com muita energia,apareceu à chance fascinante de mostrar à todos o seu interior
além do seu rótulo nos lugares onde passou do garoto gago e ansioso se sentira prestigiado e dono
do seu futuro,dali para trabalhar em eventos ou cursar uma universidade não seria algo tão
longínquo,parecia que esse foi o divisor de águas de sua vida mental e acadêmica estudantil,um
momento sublime e um instante que mudou sua forma de ver o mundo e sua vida.
Capítulo III- A Primeira Hora
Naquela Sexta feira,tudo estava em ordem à primeira vista se não fosse à tão temida
apresentação de grupo .Pela manhã em suas casas todos deviam estar tensos pensava Betinho.
Mais um pouco de tempo,ele viu o vento se cortar em sua frente e arrastar algumas folhas
no quintal de casa e com ansiedade e temor diante do desconhecido que se pairava diante de sua
imaginação e lógica,portanto em sua cabeça reluziu uma dúvida,afinal o que aconteceria? Se viu
diante de sua missão já preparado e buscava respirar como João nos seus tempos de gagueira
severa,a lombra que atingia sua mente o deixava confuso em um sol de não mais que uns 30º
graus,por um instante se sentiu fraco e acoado sem saber onde chegar e como proceder,fazia muito
tempo que não se sentia tão dividido.
Desde quando era uma criança que tinha que decidir um lugar seguro para fugir de alguns
perseguidores que corriam atrás dele.
Era péssimo em tomar decisões rápidas,tinha que ser racional e frio,logo confiaria sua vida e
sua obra ao seu escudeiro João,deixou em parte seu orgulho e em um momento de extrema tensão e
discou o número do seu amigo telefone tocou e como se tivesse visto Betinho ligar ele
atendeu,prontamente:
_ Bom dia,desculpe te ligar muito cedo,à tarde bem você sabe é hoje o dia do nosso
trabalho você tá pronto?Estou pouco ansioso confesso. Parecia que os papéis haviam se invertido
entre eles. João pensou um pouco para responder e soltou:
_Olha,só uuuum pouco,mas nnnnós pegamos partes muito peeesadas .Disse gaguejando
um pouquinho