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III Congresso Consad de Gestão Pública A EXPERIÊNCIA DA ENAP NA EDUCAÇÃO CONTINUADA DOS EPPGG DO GOVERNO FEDERAL Maria Stela Reis

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III Congresso Consad de Gestão Pública

A EXPERIÊNCIA DA ENAP NA EDUCAÇÃO CONTINUADA DOS EPPGG DO GOVERNO FEDERAL

Maria Stela Reis

Painel 32/124 Carreiras de gestor governamental: seus modelos nos estados e no Governo Federal

A EXPERIÊNCIA DA ENAP NA EDUCAÇÃO CONTINUADA DOS EPPGG DO

GOVERNO FEDERAL Maria Stela Reis

RESUMO Sob a denominação de Programa de Aperfeiçoamento para Carreiras, a ENAP implementa a educação continuada de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental, por meio da oferta semestral de cursos de curta duração, para o desenvolvimento de competências necessárias para a melhoria permanente do seu desempenho profissional no setor público federal. Os cursos contemplam conceitos e ferramentas que cobrem todas as dimensões presentes na gestão governamental e de políticas públicas. É objetivo da ENAP, ao mesmo tempo em que viabilizar a progressão profissional, desenvolver as competências necessárias para o desenvolvimento profissional associado à melhoria da administração pública na gestão das políticas públicas. O objetivo deste artigo é apresentar os pressupostos, estratégias e desafios do Programa de Aperfeiçoamento, considerando o propósito de conjugar os objetivos de mudança de patamar dos profissionais na trajetória da carreira (progressão), o desempenho eficaz no órgão, com agregação de valor em uma política pública, e a melhoria do Estado.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 03

O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL................................................................ 04

DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS........................................................... 05

MISSÃO E COMPETÊNCIAS DA CARREIRA DO EPPGG...................................... 06

A ARTICULAÇÃO DA FORMAÇÃO INICIAL COM A EDUCAÇÃO CONTINUADA NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL.................................... 08

OS MARCOS POLÍTICOS E INSTITUCIONAIS DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOS EPPGG – A GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NO GOVERNO FEDERAL............................................................................................... 10

DESAFIOS DO ESTADO CONTEMPORÂNEO – RAZÃO DE SER DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL.................................................................... 13

COMPETÊNCIAS PARA A GOVERNANÇA.............................................................. 15

A PROPOSTA ATUAL DO PROGRAMA DE APERFEIÇOAMENTO PARA CARREIRAS................................................................................................... 16

CONCLUSÕES E DESAFIOS................................................................................... 23

REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………. 25

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INTRODUÇÃO

A ENAP tem entre suas atribuições, a de promover a seleção e a

formação inicial dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental

(EPPGG) e dos Analistas de Planejamento e Orçamento (APO) ingressantes na

administração pública federal, que são duas carreiras do ciclo de gestão do

governo federal, bem como a de oferecer cursos de educação continuada para os

EPPGG que estão na ativa, cujo cumprimento é pré-requisito para a progressão

em sua carreira.

A educação continuada dos EPPGG tem sido realizada por meio do

Programa de Aperfeiçoamento para Carreiras, atividade regular da escola, que

cumpre a função de propiciar aos gestores as condições para progredir na carreira,

como já mencionado, mas que tem também promovido espaço de encontro e

reflexão sobre as experiências vividas em cada contexto de trabalho do vasto campo

de atuação da administração pública federal.

É fundamental que seja consolidada uma proposta abrangente e forte

de desenvolvimento profissional dos EPPGG, alinhada à missão da carreira na

administração pública federal e às competências requeridas para um

desempenho adequado à crescente complexidade dos desafios da gestão de

políticas públicas no Brasil.

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O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

O desenvolvimento profissional tem início na formação inicial para

ingresso no cargo e extrapola a oferta de cursos. Ela se realiza no próprio exercício

profissional e requer estratégias diversificadas que promovam a identificação

permanente do gestor com a razão de ser de seu trabalho e que levem à motivação

profissional. É um processo complexo, construído coletivamente, que guarda sua

especificidade e características frente aos demais grupos profissionais.

É objetivo da ENAP, ao mesmo tempo em que viabilizar a progressão

profissional, desenvolver as competências necessárias para o desenvolvimento

profissional associado à melhoria da administração pública na gestão das políticas

públicas. Esse propósito depende da articulação de três elementos: a mudança de

patamar na trajetória da carreira (progressão), o desempenho eficaz no órgão, com

agregação de valor em uma política pública, e a melhoria do Estado.

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DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS

O conceito de competência é um elemento norteador dos processos de

capacitação profissional de indivíduos que devem ser capazes de mobilizar e

dominar, na ação e em tempo real, os diferentes elementos que compõem o

conjunto de saberes e habilidades pertinentes a um campo profissional. (RAMALHO

& NÚÑEZ, 2004).

O cerne dessa concepção está na qualidade da ação do profissional. A

ENAP tem buscado estruturar seus programas por competências, buscando

preparar os gestores para um saber-fazer reflexivo, crítico, no contexto em que vão

desenvolver sua ação. O conceito de competência traz uma noção que comporta a

interação entre teoria e prática e o desenvolvimento da competência implica a

elaboração teórica e conceitual sobre a prática, extrapolando a simples capacidade

de fazer, pela capacidade de produção e reprodução do conhecimento, consciente e

orientada por objetivos relacionados com o trabalho.

De acordo com essa perspectiva, as fronteiras dos cargos são

transpostas pela ampliação das competências, sendo estas materializadas pela

capacidade de criar novos conhecimentos, analisar situações, contribuir para o

movimento de melhoria contínua, de forma que o foco da capacitação deixa de ser

os indivíduos e passa a ser as equipes. Não se trata mais de desenvolver pessoas

que cumprem, isoladamente, tarefas e ordens, mas sim grupos de indivíduos que

estão envolvidos em processos e têm a capacidade de se relacionar com os grupos

internos e externos à organização, com iniciativa e maior visão de propósitos.

Capacitar por competências significa desenvolver um substrato de

responsabilidade , autonomia, capacidade de inovação, e visão estratégica, que

pautem o desenvolvimento integrado e articulado de conhecimentos, habilidades e

atitudes. As qualidades acima são pertinentes ao profissional competente, seja qual

for o seu campo de atuação ou posição hierárquica. E o profissional competente na

função pública, por sua vez, tem que pautar-se por valores do Estado democrático,

como a ética pública, a responsabilidade social e a moral pública.

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MISSÃO E COMPETÊNCIAS DA CARREIRA DO EPPGG

Formar carreiras de Estado é formar profissionais que consubstanciarão

esse Estado num horizonte temporal que extrapola mandatos políticos.

O cargo de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental é

estratégico porque está diretamente implicado nos processos de decisão,

planejamento, viabilização e gestão das ações do governo federal brasileiro. É sua

atribuição pautar-se pelas prioridades de governo, pela gestão estratégica e auxiliar

na promoção do desenvolvimento sustentável, com transparência, responsabilidade

fiscal e social.

O profissional deve estar preparado para atuar em todos os processos de

trabalho que fazem parte do ciclo de políticas públicas e da gestão governamental,

quais sejam:

� formulação de políticas publicas, cujo processo envolve a mobilização

dos interessados e a formação de agenda e a formulação da política;

� implementação de políticas públicas, por meio de programas que

devem compor o PPA, compreendendo o desenho, a execução, o

monitoramento e a avaliação desses programas, desdobrados em

projetos que são planejados, executados, monitorados e avaliados em

suas ações físicas e financeiras.

� avaliação de políticas públicas;

� gestão de organizações públicas (estratégia, planejamento,

alinhamento, desempenho, estrutura, pessoas, conhecimento,

processos, tecnologia, logística, finanças, comunicação etc.).

Os profissionais dessas carreiras devem ter um perfil que englobe uma

visão de finalidade e prioridade; capacidade de correlacionar variáveis distintas na

análise de problemas complexos, de pesquisar, buscar informações e capacitar-se;

de se comunicar; de trabalhar em equipe ao mesmo tempo, em múltiplas equipes;

de dar respostas aos imprevistos, flexibilizar e inovar; capacidade de trabalhar sob

pressão; capacidade de liderar; e sobretudo, de trabalhar com ética e

responsabilidade públicas.

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O EPPGG transita entre as peculiaridades do cargo efetivo (que, em

razão da mobilidade da carreira, já encerra a diversidade de competências

organizacionais dos órgãos da administração pública federal) e das funções de

confiança. Isso significa que seu desempenho está correlacionado com a

sustentação e com a mudança, com a inovação e os rumos imprimidos pelo

comando político.

É o profissional que tem os atributos para fazer a conexão entre o político

e o técnico, ou seja, de contribuir para a tradução dos ideais e da emancipação

política, econômica e social para as capacidades, estruturas e processos que vão

lhe dar materialidade.

Para dar conta das ações que lhes são atribuídas, esses profissionais

precisam ter conhecimentos sobre a realidade brasileira, as origens e as

características dos desafios e problemas nacionais; os impactos dos fatores

externos no contexto nacional; o papel do Estado nacional; as concepções sobre

desenvolvimento econômico e social; o funcionamento do Sistema Político Brasileiro

e seus impactos sobre o processo decisório a respeito de políticas públicas; os

fundamentos do pacto federativo e as competências dos entes da federação; as

concepções e estratégias de políticas públicas; o ciclo de gestão governamental –

planejamento, programação, orçamentação, controle e avaliação; os princípios e

marcos jurídico-institucionais da Administração Pública; os processos e ferramentas

da gestão pública federal; e os conhecimentos sobre contextos organizacionais e as

ferramentais gerenciais.

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A ARTICULAÇÃO DA FORMAÇÃO INICIAL COM A EDUCAÇÃO CONTINUADA

NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Esse é o conjunto de conhecimentos que por excelência constituem a

proposta curricular do curso de formação inicial dos EPPGG, oferecido ENAP. A

escola tem sua criação associada à missão de formar esse profissional e durante

seus 20 anos de existência vem formando turmas sucessivas, baseada num olhar

de Estado, e buscando dar respostas às necessidades colocadas por cada

momento histórico.

Hoje em dia está bastante consolidado o pressuposto de que a formação

inicial do EPPGG deva estar orientada principalmente para a construção das

competências essenciais de entrada da carreira e contemplar momentos de contato

com a prática profissional.

O Curso de Formação Inicial para os gestores está orientado para

oferecer referenciais para que esses profissionais possam compreender o

contexto em que vão atuar e desenvolver uma visão realista, crítica e construtiva

sobre os principais desafios nas diversas situações na Administração Pública

Federal. Por essa razão, a formação inicial não pretende esgotar o universo

possível das temáticas específicas com as quais os gestores se defrontarão nas

diferentes áreas do Governo Federal, mas sim prepará-los para pensar, agir e

interagir estrategicamente visando a busca de resolução de problemas tendo em

vista o melhor desempenho em prol dos cidadãos, considerando as múltiplas

possibilidades de entrada na Administração Pública.

O contato e a análise da realidade operacional de governo são

fundamentais para a compreensão desse contexto, e a integração da formação

inicial com a posterior educação continuada dos EPPGG na ativa, embasam as

diretrizes pedagógicas da concepção de desenvolvimento profissional que orienta os

programas de capacitação da ENAP.

Dadas a complexidade, a abrangência, a diversidade e a especificidade

da Administração Pública federal, além da mutabilidade permanente do contexto

econômico, social e institucional, o Programa de Aperfeiçoamento visa realizar no

gestor o seu potencial de ser sujeito de seu próprio desenvolvimento, ao longo de

sua carreira, fornecendo um leque de cursos amplo o suficiente para dar conta das

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principais competências para a gestão de políticas públicas, reconhecendo a

especificidade dos desafios do governo federal.

A aposta é de que o EPPGG, como gestor de sua própria trajetória

profissional, na identificação dos desafios específicos a cada contexto em que venha

a atuar, vai optar pelos cursos que melhor responderem à sua demanda de

conhecimento.

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OS MARCOS POLÍTICOS E INSTITUCIONAIS DO DESENVOLVIMENTO

PROFISSIONAL DOS EPPGG – A GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NO

GOVERNO FEDERAL

O estabelecimento de uma sistemática de gestão da carreira,

fundamentada na gestão por competências, é um objetivo fundamental para que o

Programa de Aperfeiçoamento oferecido pela ENAP possa maximizar sua

contribuição para a melhoria do desempenho desses profissionais.

O sucesso da política de desenvolvimento profissional está relacionado

com o funcionamento de todas as partes que compõem a política de gestão da

carreira e em última instância, da gestão de recursos humanos do governo federal.

É fundamental o estabelecimento de um efetivo sistema de avaliação de

desempenho do EPPGG no escopo do órgão ao qual ele esteja lotado,

efetivamente prestando serviço.

A idéia subjacente à Gestão por Competências é a de que os órgãos

responsáveis pela formação/capacitação do servidor devem conceber programas

compatíveis com as exigências do contexto e dos governos, ou seja, os cursos

devem enfatizar a resolução de problemas, a comunicação, a cooperação, o

autodesenvolvimento, o desenvolvimento de lideranças e a criatividade, tendo como

parâmetro os desafios acima elencados.

A implantação de uma gestão por competências efetiva depende de um

ambiente organizacional no qual preexista uma dinâmica em que a valorização e o

desenvolvimento profissional sejam recursos estratégicos da organização, em

especial se esta for uma organização pública em que valores e objetivos estão

associados ao ideário socialmente desejável de sociedade e do papel do Estado

(REIS, 2009).

A literatura indica, ainda, que a gestão por competências deva estar

alinhada à missão e aos objetivos superiores de políticas, propiciando um círculo

virtuoso em que o desenvolvimento de competências dinamiza o aperfeiçoamento

permanente da gestão pública. Neste contexto, a gestão estratégica de recursos

humanos é fator decisivo, por contemplar de forma integrada e sincrônica os

processos de identificação das necessidades de competências, seleção e

desenvolvimento, acompanhamento e avaliação de competências, baseadas em

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metas e indicadores de desempenho alinhados na organização e no governo como

um todo.

A promoção e a progressão dos EPPGG percorre uma sucessão de

classes, sendo que o alcance da última dispensa o profissional do pré-requisito da

capacitação. A distinção dessas classes ainda não é definida pela diferenciação de

tarefas, responsabilidades ou complexidade. Diante dessa situação e na ausência

de planos de desenvolvimento nos Ministérios e outros órgãos da administração

pública federal, a busca pela capacitação profissional acaba sendo auto-referida,

uma questão de escopo individual, com algumas exceções, obviamente. Atualmente,

o órgão supervisor da carreira de EPPGG, a Secretaria de Gestão do Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão, está construindo instrumentos para gestão da

carreira, cuja implementação deverá superar a situação de dispersão e suposta

desconexão entre as trajetórias individuais desses gestores e as estratégias de

desenvolvimento e inovação da gestão pública federal.

A Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal estabelece que os

órgãos federais elaborem planos de desenvolvimento profissional (incluindo ações

de capacitação) para seus quadros com base no desenvolvimento de

competências. Ainda que de forma não sistemática, alguns órgãos, por adesão,

têm buscado construir sues planos de desenvolvimento. A ENAP, instituição que é

co-formuladora da Política e executora desses planos no que toca às ações de

formação e capacitação tem atuado como ator relevante no assessoramento aos

órgãos que a procuram.

Contudo, as ações de capacitação para desenvolvimento de

competências do EPPGG ainda requerem o olhar organizacional e setorial.

Abordar o desenvolvimento de competências do EPPGG implica lançar o

olhar sobre a capacidade de governo, num primeiro momento, e depois a

materialização dessa capacidade em cada campo temático, em cada contexto

organizacional. Como explicitado anteriormente, o fortalecimento da atuação setorial

desses profissionais ainda requer uma estruturação institucional, que viabilize a

superação vigente do voluntarismo, do casuísmo e da ausência de estratégia na

busca pela capacitação.

Por meio do reconhecimento do tamanho do desafio a ser enfrentado, em

cada contexto, é que são identificadas as competências necessárias para superá-lo.

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O estudo sistemático da realidade e o planejamento, nesse sentido, são os

elementos fundamentais para a construção de um sistema de gestão pública por

competências que impulsione e identifique potenciais, talentos, conhecimento num

movimento sinérgico de agregação de valor para os produtos e resultados das ações

governamentais.

A ENAP busca contribuir tanto para o desenvolvimento das competências

profissionais próprias do campo de atuação do governo federal, quanto para que

sejam criadas as condições para que a profissionalização do serviço público

transforme-se em valor e motor propulsor de uma função pública voltada para o

cidadão e o desenvolvimento econômico e social sustentável.

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DESAFIOS DO ESTADO CONTEMPORÂNEO – RAZÃO DE SER DO

DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Diante do exposto, o planejamento curricular da ENAP, para o

aperfeiçoamento das competências dos EPPGG, leva em conta: atribuições do

cargo de EPPGG; os processos de trabalho associados ao ciclo de gestão e de

políticas públicas, que é o campo de atuação profissional do EPPGG; as

competências necessárias para a realização desses processos; os conhecimentos

necessários para o desenvolvimento dessas competências, conteúdos esses

extraídos de conversas com docentes, literatura, conversa com especialistas que

atuam nos processos e currículos de cursos oferecidos pela própria escola, ao longo

de sua existência.

O Estado Brasileiro enfrenta o desafio de dar continuidade a um processo

de reforma ao mesmo tempo em que cria condições para o desenvolvimento social e

econômico já em curso no país. A compatibilização entre o desenvolvimento e a

democracia torna o desafio da formulação e da implementação de políticas públicas

ainda mais complexo, se considerarmos que, no centro da questão do

desenvolvimento sustentável, está o desenvolvimento social. Por meio das políticas

públicas, o Estado conjuga objetivos superiores relacionados ao futuro socialmente

desejável com a ação. A capacidade de governo em políticas públicas extrapola,

portanto, a capacidade gerencial, abarcando o campo dos valores, concepções e

compromissos que orientam as escolhas sobre os rumos da ação governamental

(REIS, 2009).

Na administração pública federal brasileira, coexistem processos e

estruturas rígidas e hierarquizadas, com uma dinâmica ainda incipiente de

valorização do desempenho por resultados, da gestão por programas.

Hoje vivemos momento de profissionalização crescente da burocracia,

comprovada, entre outras coisas, pela criação de novas carreiras de Estado e

fortalecimento das existentes. Para o enfrentamento dos desafios do Estado, torna-

se essencial o progressivo desenvolvimento das burocracias por meio do

fortalecimento das instituições, e não de indivíduos.

Isto posto, a ENAP, como escola de governo responsável pela

capacitação dos gestores públicos, direciona as suas ações e programas no sentido

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de contribuir para a construção e o fortalecimento de uma gestão democrática,

participativa, responsável, transparente e integrada para o desenvolvimento da

sociedade brasileira.

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COMPETÊNCIAS PARA A GOVERNANÇA

A visão de governo tem maiores implicações para competências. Até

recentemente, o modelo da Nova Gestão Pública foi o mais propagado, mas agora o

modelo da governança está ganhando espaço. Esses dois modelos partem de

visões diferentes sobre o papel do governo na sociedade. No modelo da NGP,

valores como eficiência, efetividade e economia são centrais; em contraste, no

modelo da governança, a interação e o diálogo entre governo e sociedade (os

stakeholders) é crucial. (HONDEGHEM, & HORTON, 2005)

A idéia forte de governança é a de governar para a sociedade e ao

mesmo tempo governar com a sociedade, de forma que o usuário dos serviços

públicos tenha o papel de beneficiário e de regulador da prestação de serviços,

dentro de um Estado democrático e republicano.

O conceito de governança está associado à ampliação da participação de

atores não estatais em decisões tomadas pelo poder público. A participação tem

virtudes que interferem diretamente na gestão pública, tais como: constituir-se em

um valor em si que fortalece a administração pública e a democracia; ampliar a

mobilização coletiva e o controle social do governante; ampliar a legitimidade do

Estado e da ordem democrática; reduzir a deficiência informacional; diminuir a

autonomia do burocrata; ajudar a reduzir o espólio dos cargos de confiança e

diminuir o predomínio dos mecanismos de controle procedimental sobre uma visão

voltada para o alcance de resultados.

O modelo da governança requer novas competências dos servidores

públicos como as de trabalhar em rede, orientação para parcerias, habilidades de

negociação etc., e vem tomando força como mais um elemento norteador dos

programas de capacitação desenvolvidos pela ENAP.

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A PROPOSTA ATUAL DO PROGRAMA DE APERFEIÇOAMENTO PARA

CARREIRAS

O Programa de Aperfeiçoamento de Carreiras é atualmente oferecido

também para outras carreiras que fazem parte do ciclo de gestão, como uma

estratégia de contribuir para o fortalecimento da integração de sua atuação na

gestão governamental. A convivência entre profissionais das carreiras do ciclo de

gestão, outrossim, cumpre também a função de fortalecimento da profissionalização.

Trata-se de um programa de educação continuada baseado no ensino de

aplicação. A principal característica da oferta é a sua modularidade, sendo aberta e

flexível para que os gestores possam desenhar suas trilhas de aprendizagem e

escolher os momentos mais adequados para participar. A regularidade e amplitude

da oferta contribuem para o propósito de torná-lo uma estratégia de

desenvolvimento profissional alinhado ao desenvolvimento das instituições.

Com base nas atribuições do cargo e nos desafios da administração

pública federal, os programas de aperfeiçoamento se pautam pelos objetivos de

aprimorar as competências transversais relacionadas à visão sistêmica da gestão à

dimensão jurídico-administrativa e política e de fortalecer a capacidade de análise

das especificidades dos setores/problemas temáticos com os quais os governos e

seus diversos órgãos lidam, entendendo-os como resultado de múltiplas

determinações.

A construção pedagógica e metodológica dos cursos do programa de

aperfeiçoamento têm sido fortemente embasada nos princípios do desenvolvimento

de competências.

Os objetivos de ações de desenvolvimento no contexto da gestão por

competências são formulados de forma a traduzir, a partir da compreensão sobre os

desafios da administração pública, a preocupação de influenciar atitudes e valores e,

sobretudo, sua transferência para situações concretas do trabalho, expressando

competências e seu reflexo na dinâmica organizacional.

Os conteúdos dos cursos não são concebidos a partir de campos de

conhecimento específicos, delimitados e estanques. Para que as competências

possam ser desenvolvidas, a seleção de conteúdo deve considerar as necessidades

organizacionais; suas declarações estratégicas, os interesses e problemas da

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realidade social; as motivações e as possibilidades dos indivíduos. Implícita a essas

considerações, está a concepção de programa organizados por assuntos ou por

problemas, que considera múltiplas dimensões, todas inter-relacionadas. (CHIPARI,

Galvão e REIS, 2005)

As metodologias trazem em si a preocupação de criar experiências de

ensino-aprendizagem que deverão ser propiciadas para aperfeiçoar a construção de

competências e sua aplicação deve facilitar as mudanças de comportamento dos

indivíduos, previstos nos objetivos.

Considerando que o campo de atuação das ações de desenvolvimento é

a administração pública, o eixo metodológico se apóia na identificação de

necessidades das instituições públicas e na integração dos saberes e da experiência

com participantes e docentes, de modo que cada qual possa contribuir com

elementos que, complementando-se, produzam resultados adequados às

necessidades das organizações. Dessa perspectiva, a metodologia utilizada nas

diferentes situações é acentuadamente ativo-reflexiva, participativa, caracterizada

pela troca entre todos os agentes e pela construção pessoal e coletiva de

competências.

Merecem destaque as estratégias de simulação de situações reais e

típicas do setor público federal, que tem sido desenvolvidas no Programa de

Aperfeiçoamento, notadamente a Oficina de Negociação no Setor Público, a Oficina

de Políticas Públicas e a Oficina de Gerenciamento de Projetos no Setor Público.

São oficinas que simulam situações em que o gestor tem que utilizar capacidade de

análise, conceitos e técnicas, bem como capacidade de se comunicar, se relacionar,

liderar e negociar. Para o desenvolvimento dessas oficinas, a ENAP tem elaborado

estudos de caso, como objetos de aprendizagem.

No que respeita à dimensão de avaliação dos programas, se o objetivo da

capacitação for o desenvolvimento de competência, compreendida esta como um

conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes colocados em ação, a avaliação

deve compreender níveis mais profundos de alcance da capacitação, do que o da

reação, tais como o de aprendizagem, o de mudança do comportamento no trabalho

(de competências), e o de avaliação do impacto das mudanças no desempenho

organizacional.

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A oferta de cursos de 2008 e 2009 foi organizada por quatro campos de

competência, a saber: gestão governamental, técnicas associadas ä gestão de

políticas públicas, competências de relacionamento e gestão de equipes e temas

transversais de políticas públicas.

A seguir são apresentadas as formulações de competências que os

cursos buscam desenvolver, dentro de cada campo citado acima.

1) Gestão Governamental – contempla competências relacionadas com a

capacidade de compreensão das funções, políticas, forma de

organização e do funcionamento da ação do governo e da

administração pública, dentro de uma perspectiva de sua integração e

coordenação de processos.

Gestão Orçamentária e Financeira

Ser capaz de aplicar os principais conceitos e bases normativas que

caracterizam o processo da gestão orçamentária e financeira governamental, tendo

em vista fortalecê-lo como instrumento de viabilização de políticas públicas e de

controle da aplicação dos recursos públicos aos fins a que se destinam.

Execução Orçamentária e Financeira

Ser capaz de programar e acompanhar a execução orçamentária e

financeira de Programas e Ações, interagir com a área financeira e orçamentária e

embasar decisão sobre a gestão cotidiana do orçamento.

Gestão de Contratos, Compras e Licitações

Ser capaz de executar e gerenciar a aplicação de recursos públicos nas

compras e contratação de serviços necessários para o alcance dos objetivos dos

projetos e atividades públicas, à luz dos marcos legais e da pertinente jurisprudência

do Tribunal de Contas da União.

Gestão de Convênios e Termos de Parceria

Ser capaz de executar as transferências voluntárias da União para outras

esferas de governo, de forma crítico-reflexiva, dentro dos balizadores da legalidade

e daqueles de natureza prática emanados dos órgãos sistêmicos da Administração

Pública Federal e dos órgãos fiscalizadores da despesa pública.

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Análise Organizacional da Ação de Governo

Coordenação de Políticas Públicas

Ser capaz de analisar os mecanismos formais e informais utilizados pelos

governos e líderes, para o enfrentamento de problemas de coordenação

intragovernamental, do ponto de vista de sua importância enquanto capacidade de

governo para implementação de políticas públicas.

Gestão de Pessoas no Setor Público

Ser capaz de compreender a função estratégica da gestão de pessoas,

suas diretrizes e rumos em organizações do Poder Executivo Federal, bem como

os papéis dos dirigentes e demais agentes públicos na esfera da gestão de

pessoas e suas relações, tendo em vista acentuar a perspectiva sistêmica e

orientada para resultados.

Sistemas Integrados de Informação para a Gestão Governamental –

Ser capaz de avaliar os sistemas gerenciais de informação quanto ao

potencial de uso da informação disponível para o planejamento e controle de

políticas governamentais.

Marcos e instrumentos da regulação econômica

Ser capaz de identificar e analisar questões de governança que afetam o

desempenho da regulação econômica.

Política da defesa da concorrência

Ser capaz de identificar as relações entre Política Antitruste e Regulação

Econômica à luz dos fundamentos teóricos e as aplicações das principais questões

de Defesa da Concorrência em alguns estudos de caso.

2) Técnicas associadas ä gestão de políticas públicas – contempla o

desenvolvimento de conhecimentos e habilidades para usar

metodologias e técnicas úteis para as diversas etapas do ciclo de

políticas públicas bem como para análise e tomada de decisão sobre

políticas.

Oficina de Desenho de Programas Governamentais

Ser capaz de utilizar os conceitos e metodologias de planejamento

público, na análise de problemas e no desenho de programas governamentais.

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Métodos de Pesquisa Social Aplicada à Avaliação de Políticas Públicas

Ser capaz de entender as características, potencialidades e limitações

dos diversos métodos qualitativos e quantitativos da Pesquisa Social usados em

projetos de avaliação de programas públicos, bem como explorar analiticamente os

resultados dessas pesquisas.

Técnicas de Negociação no Setor Público

Ser capaz de construir decisões compartilhadas e consensos sobre as

estratégias das políticas públicas, por meio do uso de técnicas de negociação.

Oficina de Negociação no Setor Público

Ser capaz de tomar parte em processos de negociação, a partir da

vivência de um processo simulado de negociações em tema específico da

administração pública – estudo de caso sobre a aviação civil no Brasil.

Gerenciamento de Projetos no Setor Público

Ser capaz de:

� aplicar e adaptar ferramentas de gerenciamento de projetos ao trabalho

que desenvolve, de modo a otimizar esforços e potencializar o alcance

de resultados;

� elaborar planos de projetos com a definição de objetivos, resultados,

indicadores, escopo, ações, cronograma e custos;

� planejar e dar respostas aos riscos envolvidos na gestão de um projeto;

� mobilizar esforços e recursos para dar direcionamento e sinergia na

execução das ações de um projeto.

Monitoramento de Projetos no Setor Público

Ser capaz de desenvolver o monitoramento e a avaliação de projetos,

com a integração de conceitos, métodos e ferramentas aos desafios, problemas e

dinâmica da prática de gestão na administração pública.

Oficina de Gerenciamento de projetos

Ser capaz de:

� Aplicar os conceitos e técnicas do gerenciamento de projetos em uma

situação simulada de gestão de produtos e de resultados em projeto

interinstitucional do setor Público Federal.

� Atuar em equipes de forma cooperativa, com o exercício de liderança,

da escuta ativa e de negociação no gerenciamento de projetos.

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Indicadores sociais em Políticas Públicas

Ser capaz de utilizar adequadamente as fontes de dados e Indicadores do

Sistema Estatístico Brasileiro, para elaboração de diagnósticos e tomada de decisão

sobre estratégias de políticas sociais em contextos específicos.

Monitoramento e avaliação de políticas públicas

Ser capaz de compreender o papel e a importância da avaliação de

políticas públicas, distinguindo objetivos, tipos e metodologias, bem como a

utilização das informações provenientes dos sistemas de monitoramento e avaliação

para expandir e aprofundar o conhecimento institucional e para apoiar a tomada de

decisão governamental.

3) Temas transversais de políticas públicas – são cursos que, em seu

conjunto, contribuem para uma análise mais consistente sobre a

complexidade envolvida nas políticas públicas.

Judicialização das Políticas Públicas

Ser capaz de compreender os argumentos na tensão entre a previsão

constitucional dos direitos econômicos, sociais e culturais e a sua efetivação por

intermédio das políticas públicas, na relação entre Poder Judiciário e Poder

Executivo.

Redes de Políticas Públicas – o Desafio da Governança

Ser capaz de identificar uma rede de Políticas Públicas; suas

características de funcionamento e principais atores que a compõem, tendo em vista

a melhoria da gestão participativa da Política Pública.

Ética e Política no Serviço Público

Ser capaz de vizualizar um panorama dos conceitos básicos da ética e da

moralidade política e de como eles incidem na estrutura normativa do serviço

público. Estimular reflexão sobre problemas e dilemas concretos da conduta no

serviço público, os quais emergem especialmente do fato de sua estrutura normativa

situar-se no cruzamento de princípios da ação moral, normas da vida institucional e

modos de lidar com o conflito político.

Diversidade e políticas públicas – em fase de elaboração, para oferta no

segudo semestre de 2010.

Accountability e políticas públicas – em fase de elaboração, para oferta no

segundo semestre de 2010.

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4) Competências de relacionamento e gestão de equipes – cursos que

desenvolvem competências que contribuem para um padrão de

interação e desempenho coletivo, favorável ao desenvolvimento

individual e institucional.

Competências Conversacionais

Ser capaz de:

� Distinguir o impacto que os diferentes tipos de conversação têm nos

resultados da ação organizacional.

� Aprender como incrementar a efetividade da coordenação de ações

entre sua organização e outros atores-chave em seu entorno.

� Aprender a influência dos estados emocionais que facilitam o

cumprimento da missão e dos objetivos da organização.

� Aprender a importância da criação de uma base ética a partir da qual é

possível relacionar-se de maneira diferente dentro da organização,

gerando maior produtividade, efetividade e bem-estar.

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CONCLUSÕES E DESAFIOS

A idéia básica deste artigo é o de enfrentar o desafio permanente de

capacitar o EPPGG com base em competências, preparando-o para enfrentar os

desafios sociais, econômicos, institucionais e organizacionais associados à agenda

governamental, os quais demandam o posicionamento desse profissional como ator

do processo de mudança. Parte-se da premissa de que a competência que

distingue o EPPGG na Administração Pública Federal é a de ser capaz de integrar-

se e agregar valor público no curto prazo, em cada situação de trabalho.

A implementação de uma política depende de um “empreendedor”, que

quase personifica a razão de ser da mesma, agindo como um desbravador de

barreiras. O curso de formação e o programa de aperfeiçoamento devem preparar o

gestor para ser esse empreendedor e, ao mesmo tempo, o agente de mudança das

condições institucionais e organizacionais da gestão pública federal.

As questões de natureza político-institucional que marcam a gestão de

recursos humanos no governo federal colocam para a Escola e para o órgão

supervisor da carreira a necessidade de estratégias de estreitamento das relações

com os órgãos e entidades da administração pública, em movimento contínuo de

revisão dos cursos ofertados, os quais devem envolver estudo, sistematização e

disseminação de conhecimentos.

Uma das linhas de inovação da educação continuada associada ao

desenvolvimento profissional é a de atrelar a capacitação ao período do estágio

probatório dos EPPGG ingressantes. É uma forma de direcionar o aperfeiçoamento,

considerando competências básicas para o início da atuação, potencializando as

ações de acompanhamento da integração dos mesmos, desenvolvidas pelo órgão

superior da carreira. O cuidado, contudo, é para que haja uma separação bem clara

entre o curso de formação e o estágio probatório. Essa questão merece uma análise

bastante cuidadosa, porque, embora o processo de desenvolvimento seja contínuo,

a formação inicial é ainda uma fase do concurso público, devendo-se zelar por seu

rigor. Além disso, as questões de lotação, pertinentes à fase do estágio probatório,

tendem a causar “ruídos” e dispersão durante o curso de formação, que prejudicam

o bom desenvolvimento do mesmo e a concentração dos alunos

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Sobre o processo de aperfeiçoamento para progressão funcional

organizado segundo as diferenças de competências por classes, é uma questão a

ser analisada com muito cuidado, para não gerar situações artificiais. Como já

mencionado, atualmente, a distinção dessas classes ainda não é definida pela

diferenciação de tarefas, responsabilidades ou complexidade. Diante dessa situação

e na ausência de planos de desenvolvimento nos Ministérios e outros órgãos da

administração pública federal, a busca pela capacitação profissional acaba sendo

auto-referida, uma questão de escopo individual, com algumas exceções,

obviamente. É preciso considerar também que a maturidade profissional não guarda

relação causal com a idade do profissional. Neste sentido, seria prudente alguma

flexibilidade no que se refere ao processo de progressão na carreira.

Por fim, o grande desafio é alcançar o alinhamento das estratégias de

desenvolvimento profissional com as necessidades de competências dos EPPGG

nos órgãos e políticas públicas em que atuam. Como já mencionado anteriormente,

melhores serão os resultados da capacitação para o desenvolvimento profissional.

Por fim, a ENAP está à disposição para participar dessa construção e

inovar, apoiando também as propostas em termos de ofertas de espaços de reflexão

de práticas e de acompanhamento individualizado de profissionais seniores.

Ainda sobre a inovação do desenvolvimento profissional a ENAP tem um

campo potencial de atuação que pode contribuir para um salto na qualidade do

desempenho dos EPPGG na administração pública, que é o de desenvolver um

trabalho criterioso de reconhecimento de atividades de formação e capacitação

realizadas em outras instituições de ensino, além de estágios etc., para efeito de

eventual equivalência ao programa de aperfeiçoamento.

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REFERÊNCIAS

BOVENS, Mark (Editor); PETERS, Guy; HART, Paul. Sucess and failure in public governance: a comparative analysis. Cheltenham, UK: Edward Elgar, 2001. CHIPARI, Mariantonia, GALVÃO, Maria Cristina C. P.; REIS, M. Stela. Estratégias de capacitação da força de trabalho. Apostila Programa de Desenvolvimento Gerencial – Educação Continuada. São Paulo: FUNDAP, 2005. ENAP. Diretoria de Formação Profissional. Relatório Final do Curso de Formação para Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental. 13 ed. e 14 ed. Brasília, 2009, mimeo. GRAEF, Aldino. Cargos em comissão e funções de confiança: diferenças conceituais e práticas. Revista de Políticas Públicas e Gestão Governamental RESPVBLICA, Vol.7, No 2 – pp 61-72, Jul/Dez, 2008. Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (ANESP). HONDEGHEM, Annie; HORTON, Sylvia. Modèles de gestion des compétences en Europe. Revue Française D’Administration Publique, L’École Nationale D”Administration, no 116, 2005. pp. 561-576. NUÑEZ, Isauro Beltrán; RAMALHO, Betania Leite. Competência: uma reflexão sobre o seu sentido. In: OLIVEIRA, V. Q. S. F. de (org.). O sentido das competências no projeto político-pedagógico. 2 ed. Natal: EDUFRN – Editora da UFRN, 2004. pp. 13-33.

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___________________________________________________________________ AUTORIA

Maria Stela Reis – Graduada e mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É Coordenadora-Geral de Formação de Carreiras da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), desde setembro de 2007, onde é responsável pela formação inicial da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, do cargo de Analista de Planejamento e Orçamento e do Programa de Aperfeiçoamento para Carreiras. Endereço eletrônico: [email protected]