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A filosofia crítica de Kant
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A filosofia crítica de
Kant
(Königsberg, 1724–1804)
O método transcendental
“Todo conhecimento começa com a experiência.”
A filosofia é “o amor que o ser racional experimenta
pelos fins supremos da razão humana”.
FINS SUPREMOS DA RAZÃO HUMANA
CULTURA
O conhecimento
Todos os corpos são extensos.
Todo efeito tem uma causa.
proposições analíticas
a priori
Toda mudança tem uma causa. proposição sintética
a priori
princípios constitutivos da ciência
Intuições e conceitos, sensibilidade e pensamento
O conhecimento segundo o racionalismo:
Descartes recomendava que desconfiássemos dos
sentidos e confiava no uso adequado do intelecto na
aquisição do conhecimento.
Para Leibniz, a sensação era um pensamento “confuso”,
um pensamento de conteúdo impreciso.
Spinoza julgava as sensações como um grau inferior de
conhecimento, no qual a mente seria relativamente opaca
em suas atividades e operações.
Intuições e conceitos, sensibilidade e pensamento
O conhecimento segundo o empirismo:
Locke considerou todas as nossas idéias como tendo sua
origem ou nos sentidos, ou nas operações de nossas
mentes de acordo com o que é dado pelos sentidos.
Hume classificou os pensamentos ou idéias como cópias
fracas de “impressões” das quais as sensações
constituiriam a classe mais óbvia e comum.
Lógica Transcendental: as condições a priori do
pensamento
A dedução metafísica: formas de juízo e categorias
Concepção de um juízo na lógica tradicional
(escolástico-aristotélica)
S é P
Sujeitos
Universal: Todo S
Particular: Alguns S
Singular: Um S
Predicados
Positivo: P (uma propriedade positiva)
Negativo: não-P (negação de uma propriedade positiva)
Lógica Transcendental: as condições a priori do
pensamento
Concepção de um juízo na lógica tradicional
(escolástico-aristotélica)
Combinações dos Juízos
Categórico: Todo S é P (e todo P é R, portanto, todo S é R)
Hipotético: Se S é P, então S é R (e S é P, portanto S é R)
Disjuntivo: S é ou P ou R (e S não é R, portanto, S é P)
“Kant pretende ter mostrado que conceitos
como substância e causa são a priori,
juízos empregados pelo entendimento.”
1º estágio do argumento:
Experiência é algo diverso através do tempo, uma
sucessão de conteúdos distinguíveis que estão
presentes ao sujeito daquela experiência.
Sem uma experiência mínima não é possível haver a
dúvida cética.
Dedução Transcendental
O sujeito deve “primeiro percorrer a diversidade
e então reunir esse percurso, cuja ação eu
chamo síntese da apreensão”.
A síntese da apreensão é uma condição de
possibilidade da reprodução das palavras na
imaginação, isto é, da síntese da reprodução.
1ª síntese
2ª síntese
O sujeito deve ser apto a submeter o conteúdo
original e o conteúdo reproduzido a um conceito
comum: a síntese de reconhecimento
3ª síntese
UN
IDA
DE
SIN
TÉ
TIC
A D
A A
PE
RC
EP
ÇÃ
O
2º estágio do argumento:
Objeto “é aquilo em cujo conceito é reunido o múltiplo
de uma intuição dada.” Esta síntese é necessária para
que se dê a experiência mínima.
Dedução Transcendental
1. Nosso pensamento a respeito dessa síntese assume a
forma geral de um juízo.
2 . Todo juízo apreende a matéria do juízo em
pensamento e aplica a ele um predicado, que é um
conceito.
O fundamento da objetividade dos
juízos é a priori, o que garante a
validade de um juízo verdadeiro para
qualquer um que experiencie e que
julgue.
Dedução Transcendental
3º estágio do argumento:
As categorias a priori se aplicam
necessariamente aos objetos da experiência.
“Do esquematismo dos conceitos puros do
entendimento”
O “esquema” de um conceito é uma condição de
sensibilidade sob a qual um conceito pode ser aplicado
a um objeto.
Um conceito é uma regra para combinar outras
representações sob uma representação comum.
Esquemas são regras para mostrar ou reconhecer
exemplos de um conceito na intuição sensível.
“padrão reconhecível na
experiência”
habilidade do sujeito
O esquema da realidade “é aquilo que corresponde
a uma sensação geral; é, portanto, aquilo cujo
conceito indica em si mesmo um ser (no tempo).”
O esquema da substância é “a permanência do real
no tempo.”
O esquema da causalidade é “o real ao qual, se é
posto ao bel-prazer, segue-se algo diverso.”
Um esquema é descrito como “uma representação de
um procedimento universal da capacidade de imaginação
para proporcionar a um conceito sua imagem.
As analogias da experiência:
A imagem da natureza utilizada por Kant é a de um
sistema de relações no espaço e no tempo, constituída
por uma substância material singular, entendida
através do espaço e modificada constantemente no
tempo.
Relações formais espaço e tempo
Relações materiais substância e causa
Tempo: duração, sucessão e simultaneidade.
O tempo não pode ser percebido em si mesmo.
Sua duração é representada na experiência
por meio de algo que persista (a substância e
a alteração de seus estados).
1ª Analogia
2ª Analogia Há uma regra necessária governando a
sucessão (ou a simultaneidade) de
estados: lei causal
Quando há simultaneidade de estados, a
regra é a lei causal que determina a
reciprocidade ou “comunidade” entre esses
estados.
3ª Analogia
O idealismo transcendental ou crítico:
Podemos ter conhecimento dos fenômenos mas não das coisas em si mesmas.
1. Coisas reais existem.
2. Elas causam representações em nós.
3. Objetos de nosso conhecimento nos são dados através dos sentidos e pensados através do entendimento.
4. Sentir e pensar estão sujeitos às mesmas condições que tornam cognições sintéticas a priori possíveis.
A revolução coperniciana
Há, portanto, no ato de conhecer, uma submissão
necessária do objeto ao sujeito. A faculdade de conhecer
é legisladora:
“Nós, os legisladores da natureza.”
INTUIÇÃO CONCEITO IDÉIA
relação
com o
objeto
refere-se
imediatamente
a um objeto de
experiência
refere-se
mediatamente
a um objeto de
experiência
supera a
possibilidade da
experiência
fonte sensibilidade entendimento razão
FENÔMENO:
forma de apresentação
aparece no espaço e no tempo (formas puras de
nossa intuição e sensibilidade)
a representação é a síntese do que se
apresenta, isto é, das apresentações
Os critérios do a priori são o necessário e o universal e
não derivam da experiência
“Transcendental” designa o princípio do qual a
experiência é necessariamente submetida às nossas
representações a priori e, correlativamente, de uma
aplicação necessária das representações a priori à
experiência.
SUBJETIVIDADE TRANSCENDENTAL
A revolução coperniciana
Kant substitui a idéia de uma harmonia entre sujeito e
objeto pelo princípio de uma submissão necessária do
objeto ao sujeito. A faculdade de conhecer é legisladora:
“Nós, os legisladores da natureza.”
A revolução coperniciana
“A síntese é um ato da imaginação.”
Uma diversidade é representada, encerrada numa
representação.
apreensão, fixando
o diverso em um
certo espaço e um
certo tempo
reprodução das
partes precedentes
na medida que
chegamos às
seguintes
imaginação entendimento razão
SÍNTESE
REPRESENTAÇÃO REPRESENTAÇÃO REPRESENTAÇÃO
FACULDADES ATIVAS
FACULDADE RECEPTIVA
sensibilidade intuitiva OBJETO
apresentaçãoespaço e tempo
A síntese basta para produzir o conhecimento?
É preciso o ato pelo qual se refere o diverso
representado (recognição) a um objeto
(recognição).
As representações devem estar ligadas na
unidade de uma consciência.
ENTENDIMENTO
conceitos a priori ou
categorias
IMAGINAÇÃO
forma do objeto
FENÔMENO
espaço
tempo
Imaginação a priori
síntese dos objetos
julga e submete os
fenômenos
Natureza
sensível em
geral