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MARCIA WERB DOS SANTOS
A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO MUNICÍPIO DE ITATI, RS
Canoas, 2008
1
MÁRCIA WERB DOS SANTOS
A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO MUNICÍPIO DE ITATI, RS
Trabalho de conclusão apresentado para a banca examinadora do curso de Educação Ambiental da Universidade La Salle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Especialista em Educação Ambiental, sob orientação do Prof. Dr. Geraldo Mario Rohde.
Canoas, 2008
2
TERMO DE APROVAÇÃO
MÁRCIA WERB DOS SANTOS
A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO MUNICÍPIO DE ITATI, RS
Monografia aprovado como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Educação Ambiental do Centro Universitário - Unilasalle, pelo
avaliador: Prof. Dr. Geraldo Mario Rohde.
Prof. Dr. Geraldo Mario Rohde Unilasalle
Canoas, 2008
3
Aos meus familiares, pelo carinho e estímulo que me ofereceram, dedico lhes essa conquista como gratidão. E ao município de Itati e a todos que se interessarem pelo assunto
4
AGRADECIMENTOS
A Deus por estar realizando meu sonho de ajudar o planeta na
conscientização ambiental.
E ao meu esposo Sidinei pelo apoio, e compreensão.
A contribuição dos meus pais, Srª Irma e Sr. Deoclides.
A ajuda preciosa dos meus três irmãos: Flori, Roberto e Rodrigo.
E ao carinho da minha querida profª. Marlene.
Agradeço a ajuda prestimosa de meu orientador, Rohde, pela paciência e
carinho que sempre me acolheu.
Agradeço a meus professores que sempre souberam me encaminhar nos
estudos.
5
A Teia da vida
“Isso nós sabemos.
Todas as coisas são conectadas
Como o sangue
Que une uma família...
O que acontecer com a Terra
Acontecerá com os filhos e filhas da Terra.
O homem não teceu a teia da vida
Ele é dela apenas um fio.
O que ela fizer para a teia
Estará fazendo para si mesmo.”
Ted Perry (inspirado pelo Chefe Seattle)
6
RESUMO
Esta monografia faz uma revisão bibliográfica sobre a trajetória do conceito desenvolvimento sustentável, que constitui de respaldo teórico e prático das iniciativas mais importantes sobre acordos para mudar o atual padrão de desenvolvimento da sociedade. Destaca-se, no entanto, a necessidade da educação ambiental formal e informal nos diversos setores da comunidade. Num segundo momento é apresentada uma pesquisa elaborada sobre a percepção do povo de Itati, a respeito da importância da reciclagem para um desenvolvimento sustentável no Município. Palavras-chave: Educação ambiental. Desenvolvimento Sustentável. Reciclagem. Itati.
ABSTRACT
The following monograph makes a bibliographical revision on the trajectory of the concept sustainable development, that constitutes of endorsement theoretical and practical of the initiatives most important on agreements to change the current standard of development of the society. Detaching, however the necessity of the formal and informal ambient education in the diverse sectors of the community. At this moment a research elaborated on the perception of the people of Itati is presented, regarding the importance of the recycling for a sustainable development of the City. Keywords: Environment education. Sustainable development. Recycling. Itati.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................9
2 MOVIMENTOS HISTÓRICOS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL........ 11
3 CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL............................................... 13
4 ENTENDENDO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO
BASE PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.................................................. 16
5 PERCEPÇÃO DE MEIO AMBIENTE................................................................................. 19
6 COLABORAÇÕES DA AGENDA 21 ................................................................................. 21
7 PROMOVER O USO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS........................... 24
7.1. Uso dos 3 R: reutilizar, Reciclar, Reduzir............................................................25
7.2. Necessidade de mudança...................................................................................27
8 ESTUDO DE CASO: A PERCEPÇÃO DA IMPORTANCIA DA RECICLAGEM
PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL NO MUNICÍPIO DE ITATI ........... 30
8.1 Objetivos, metodologia e contextualização do município de Itati.........................30
8.2 Desenvolvimento sustentável do lixo no município de Itati..................................31
8.2.1 Tempo do lixo na sua decomposição ...............................................................32
8.3 Resultado ............................................................................................................33
8.4 Respostas dos munícipes ao questionário .........................................................38
8.5 Significado do levantamento para a implantação de uma coleta
seletiva no município. ................................................................................................39
8.6 Importância da Conscientização..........................................................................39
9 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 43
APÊNDICE .............................................................................................................................. 46
ANEXO .................................................................................................................................... 48
1 INTRODUÇÃO
A partir do referencial teórico centrado na mudança de padrões insustentáveis
para a implantação de uma comunidade baseada no conceito de desenvolvimento
sustentável têm-se a importância da reciclagem do lixo para um desenvolvimento
sustentável. Segue-se, no trabalho, uma pesquisa junto a diferentes setores da
comunidade em geral do município de Itati, para saber da percepção da importância
da reciclagem, percepção de paisagem natural, descarte correto do lixo produzido,
hábitos corretos.
Também foi elaborada uma pesquisa com diversos setores da sociedade em
geral do município de Itati, para fazer uma análise sobre a percepção de meio
ambiente, do cuidado com o lixo produzido, de responsabilidade sobre o
desenvolvimento sustentável, importância e a necessidade de fazer a reciclagem,
conscientização da população do município, percentagem que dá o descarte correto
ao lixo.
Este trabalho tem por objetivo de influenciar nas ações cotidianas do leitor,
fazendo pensar e analisar seus atos, e formas de pensar a respeito sobre suas
ações relacionadas com o consumo desnecessário e o descarte correto do lixo,
fazendo parte da implantação de um desenvolvimento sustentável.
Através desta monografia, apresenta-se os estudos realizados com autores
renomados sobre o assunto que analisam o direcionamento do discurso de uma
educação para o desenvolvimento sustentável.
Necessita-se da participação de forma coletiva na construção de uma nova
concepção, conforme Capra (2003, p. 22) ”a Terra é nosso lar comum, e criar um
mundo sustentável para nossas crianças e para as futuras gerações é uma tarefa
para todos nós.”
Acredita - se que com a educação consigamos impulsionar ações da população
de forma geral que solidifiquem e coloquem em prática o conceito de
10
desenvolvimento sustentável1 tendo este em sua concepção “o desenvolvimento que
satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de suprir suas próprias necessidades”.
Nesse contexto estão introduzidos questões políticas, econômicas, sociais,
culturais e étnicas que são ferramentas importantes para a compreensão de como
se processa os termos acima analisado verificando também, quais as mudanças
necessárias para que se torne praticável, qual o papel da educação e apresentar
sugestões para viabilizar a todos os atores sociais a participarem nos aspectos da
vida cívica e pessoal em ações compatíveis com o desenvolvimento sustentável.
Esta monografia desenvolveu-se sobre a conceituação de desenvolvimento
sustentável, dando um foco todo especial na regência de nossas atitudes
embasadas na sustentabilidade.
O objetivo desta monografia é de fazer o que o próprio nome considera:
“trabalho escrito tão pormenorizado quanto possível sobre um tema particular.”
(CEGALA, 2005, p.591). Sendo este tema o conceito de desenvolvimento
sustentável, com ênfase nas mudanças de hábitos cotidianos mesmo nas pequenas
atitudes do dia-a-dia, focando o uso sustentável dos recursos naturais e da mesma
maneira dando o descarte correto do lixo produzido.
Neste trabalho colocou-se a síntese teórica do surgimento e fundamentação
dos passos da formalização do conceito de desenvolvimento sustentável,
juntamente com a relação dos acordos para a implantação de uma sociedade
ambientalmente correta. Com o descarte correto do lixo, atividades embasadas nos
princípios dos 3 Rs, diminuição do impacto ambiental com a atividade antrópica.
Este trabalho detém-se na trajetória do conceito e alguns aspectos que estão
compactuados juntamente, e é todo interesse da autora esclarecer e suscitar
curiosidade no leitor no interesse pelo assunto desenvolvimento sustentável em
nosso cotidiano, juntamente com diversas outras atividades que venham vir a
contribuir para o sucesso do mesmo que não estão citadas no desenvolvimento
deste trabalho.
1Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum, publicado em 1987, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 21.
11
2 MOVIMENTOS HISTÓRICOS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL
A história da humanidade demonstra que para serem tomadas providências
cabíveis, primeiro tem de acontecer catástrofes que choquem a população mundial
para a partir daí tomarem cuidados e darem atenção, conforme Morim (1995, p. 72-
73), a crise ecológica começou a ser percebida em 1969, e após com o Relatório
Meadws encomendado pelo Clube de Roma em 1972. Este relatou as degradações
ecológicas e as possíveis catástrofes. Estas que iniciaram com amplas
conseqüências a partir de 1980. Com todos estes acontecimentos em boa parte do
planeta, associações e partidos ecológicos formaram-se e entraram em atividades
complementares aos assuntos referentes à Conferência de Estocolmo2 que
aconteceu no ano de 1972. A formalização deste encontro foi crucial para
acontecerem grandes mobilizações em todo o planeta Terra. Esta conferência foi a
precursora também sobre a formalização do conceito de educação ambiental,
gerando as iniciativas conceituais que mais tarde seria designado como maneira de
obter um desenvolvimento sustentável.
Como foi proclamada, na Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em 1972 em Estocolmo, a defesa e a melhoria do ambiente para as gerações presentes e futuras constituem um objetivo urgente da humanidade. Para atingir este objetivo é necessário que se adote com urgência novas estratégias, incorporando-as ao desenvolvimento, o que representa, especialmente nos países em desenvolvimento, o requisito prévio de todo avanço nessa direção. A solidariedade e a igualdade nas relações entre as nações devem constituir a base da nova ordem institucional e contribuir para reunir o mais rápido possível todos os recursos existentes. Mediante a utilização das descobertas da ciência e da tecnologia, a educação deve desempenhar uma função capital, visando criar uma consciência e melhor compreensão dos problemas que afetam o meio ambiente. Essa educação vai estimular a
2 Em 1972, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o homem e o Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia). Foi um encontro de chefes de estado para debater as questões sobre o meio ambiente e desenvolvimento.
12
formação de comportamentos positivos em relação ao meio ambiente e à utilização de seus recursos pelas nações (UNESCO, 1977) 3.
É importante notar que desde aquela época já se falava em sustentabilidade.
Não se imaginava que o povo teria tantas dificuldades em por em prática acordos
elaborados em favor da continuidade das espécies de seres vivos na terra. Pois se
trata de raciocínio lógico, as espécies vivas dependem da preservação dos recursos
naturais, ex. água potável, ar puro (plantas para executarem as trocas gasosas).
O interesse é de esclarecer como foi o surgimento dos movimentos e
mobilizações em prol de uma sociedade sustentável mundialmente.
(...) o alerta ecológico de 1970-1972, progressivamente fomos nos dando conta, nos anos de 1980, que o desenvolvimento tecno-industrial determina degradações e poluições múltiplas, e hoje a morte paira na atmosfera, prometida no aquecimento devido ao efeito estufa. Assim uma morte de um novo tipo se introduziu na esfera de vida da qual faz parte a humanidade. (MORIN, 1995, p.34).
É notório em nossa pesquisa sobre a geração dos assuntos referentes ao
desenvolvimento sustentável, que houve décadas em que a população não dava
atenção aos cuidados devidos ao desenvolvimento existente, feito sem precauções
aos danos causados no meio ambiente. Após houve vários fatos que ratificaram o
que tinha sido proclamado e esclarecido na Conferência de Estocolmo (1972).
A formação de uma consciência ecológica planetária. O objeto da ciência ecológica é cada vez mais a biosfera em seu conjunto, e isso em função da multiplicação das degradações e poluições em todos os continentes e da detecção, desde os anos 1980, de uma ameaça global à vida no planeta (MORIN, 1995, p. 37).
A formação desta nova consciência teve uma longa trajetória de grandes
acordos, conferência e mobilizações de chefe de estados e a população de forma
geral.
3 Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental na cidade de Tbilisi, Geórgia, 14 a 26 de outubro de 1977.
13
3 CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O conceito de desenvolvimento sustentável foi firmado num longo processo de
anos anteriores que permanece até os dias de hoje, conforme:
O conceito de desenvolvimento sustentável foi enunciado de forma prática, como objetivo a ser perseguido, no relatório do grupo de trabalho estabelecido em 1983 pela Organização das Nações Unidas4. O grupo denominado Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento produziu um relatório publicado em 1987 sob o título Nosso Futuro Comum, que procurava estabelecer uma agenda para as transformações necessárias em um processo de transição rumo ao desenvolvimento sustentável (MOACIR DUARTE, 2003, p. 247).
Conforme o prefácio do livro Educação para um Futuro Sustentável (UNESCO,
1999, p.5), “para alcançar a meta da sustentabilidade é fundamental modificar
radicalmente as atitudes e o comportamento dos seres humanos.”
Fundamenta-se nos critérios da sustentabilidade conforme Ignácio Sachs,
principalmente nos itens:
Ecológico: - preservação do potencial do capital natureza na sua produção de recursos renováveis; - limitar o uso dos recursos não renováveis; * Ambiental: - respeitar e realçar a capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais’ (2002, p.86).
Houve uma grande trajetória da sociedade e primeiramente dos ecologistas e
dos que desde aquela época pensavam e consideravam o desafio de construir e
manter comunidades sustentáveis, conforme Fritjof Capra (2003, p.19):
O conceito foi introduzido no início da década de 1980 por Lester Brown fundador do Worldwatch Institute, que definiu comunidade sustentável como a que é capaz de satisfazer as própria necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras. Anos depois, o chamado Relatório
4 W.C.E.D. Our Common future.Final Report.UNO, 1987.
14
Brundtland, encomendado pelas Nações Unidas, usou a mesma definição para apresentar o conceito de “desenvolvimento sustentável.” 5
O termo desenvolvimento sustentável está em abertura e aos poucos entrando
no cotidiano da sociedade, Sergio Besserman, ressalta que não sabemos
exatamente, ainda o que queremos dizer com este conceito:
As dificuldades são muitas. O que é desenvolvimento? Apenas crescimento
econômico ou, como a etimologia da palavra sugere, des (fazer) – o mesmo
para desarrollar, dévelloper, development- o que está envolvido?Isto é
liberar os potenciais civilizatórios contidos em situações históricas? O outro
termo da expressão também apresenta problemas: sustentável diz respeito
a quantas gerações futuras? Como definir necessidades? O atual consumo
energético norte-americano é uma necessidade? (2003, p.104).
Para a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no relatório
intitulado “Nosso Futuro Comum”, que estabeleceu os parâmetros e projetos sobre o
debate social entorno do conceito de desenvolvimento sustentável, ele parte de uma
concepção multidimensional de desenvolvimento e o define como” aquele que
responde às necessidades das gerações futuras atenderem suas próprias
necessidades “(BRUNDTLAND, 1987).
Muito comentário é feito a respeito da definição de desenvolvimento
sustentável, sabe-se que existem muitos processos que estão interligados a este
termo, existem muitas coisas envolvidas que de uma maneira ou de outra interferem
na vida da sociedade. Conforme:
(O que é sustentabilidade?), examina-se o conceito emergente de “sustentabilidade” ou “desenvolvimento sustentável”, incluindo-se a consideração de componentes inter-relacionados tais como, população, pobreza, deterioração ambiental, democracia, direitos humanos e paz, o “desenvolvimento” e a interdependência (UNESCO, 1999, p. 12).
A emergência do discurso da sustentabilidade direciona para noção de
desenvolvimento sustentável que estão sistematizadas nos trabalhos do economista
Ignacy Sachs, que desenvolveu a noção de Eco desenvolvimento, e nas propostas
da Comissão Brundland que projetaram mundialmente o termo “desenvolvimento
sustentável” e o conteúdo da nova estratégia oficial de desenvolvimento.
5 Nosso futuro comum – o Relatório Brundtland. Rio de janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1990.
15
Sachs, ao formular a noção de eco desenvolvimento propunha uma alternativa
de desenvolvimento que articulava promoção econômica, preservação ambiental e
participação social (SACHS, 1986).
Surge à busca de um conceito capaz de ecologizar a economia, eliminando a
contradição entre crescimento econômico e preservação da natureza. Começa então
naquele momento a cair em desuso o discurso de Eco desenvolvimento, suplantado
pelo discurso de desenvolvimento sustentável (LEFF, 2001, p. 18).
Segundo Besserman;
Desenvolvimento sustentável é objeto de diferentes compreensões. Para economistas neoclássicos, o meio ambiente é uma restrição apenas relativa ao sistema econômico, porque o progresso científico e tecnológico poderá superar indefinidamente os obstáculos que surjam. Economistas ecológicos, que crêem estarem mais próximos da realidade, consideram o progresso científico e tecnológico fundamental para aumentar a eficiência no uso dos recursos naturais, mas admitem que os recursos e os serviços prestados pela natureza impõem os limites dentro dos quais o sistema econômico deve operar6 (2003, p.104).
6ROMEIRO, Ademar, op.cit.
16
4 ENTENDENDO EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO BASE PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Há pouco mais de uma década, observam-se entre organismos internacionais,
as organizações não-governamentais e nas políticas públicas dirigidas à educação,
ambiente e desenvolvimento de alguns países, uma tendência a substituir a
concepção de educação ambiental, até então dominante, por uma nova proposta de
“educação para sustentabilidade” ou “para um futuro sustentável”.
De acordo com a UNESCO (1999, p.10):
Acredita-se que apesar dos consideráveis progressos alcançados, a reorientação da educação formal para a sustentabilidade encontra ainda enormes obstáculos. Que não podem ser enfrentados por meio do trabalho individual do docente ou, sequer, dos centros de ensino, por mais firme que seja sua determinação. Para superar essas barreiras eficazmente, a sociedade, em conjunto, deve identificar-se com a tarefa do desenvolvimento sustentável. Todos os atores sociais têm de participar em um marco de colaboração e de associação: a indústria, as empresas, as organizações de base e a população em geral, a fim de elaborar políticas e processos que conjuguem as metas sociais, econômicas, culturais, políticas e de conservação do meio ambiente. Uma sociedade sustentável será aquela em que todos os aspectos da vida cívica e pessoal sejam compatíveis com o desenvolvimento sustentável e todas as instituições públicas, em todos os níveis do governo, trabalhem juntas para avançar para esse tipo de sociedade.
Há várias discussões a respeito de como trabalhar Educação Ambiental no
ambiente escolar, na verdade é um processo diário por todo o percurso da vida,
constitui-se em todas as atitudes diárias, conforme:
O processo de educação ambiental não pode ser reduzido à inclusão de uma nova disciplina no currículo da escolaridade convencional. Um projeto de educação continuada, pois é dirigido a cada pessoa, esteja ou não submetida à escolarização. Proteger a natureza precisa ser tarefa permanente de qualquer ser pensante. Aprender conhecê-la e a respeitá-la pode levar toda uma vida. Não há limite cronológico, em termos de
17
educação ambiental, para que todos nos consideremos seres educandos. Somos todos estudantes crônicos (NALINI, 2003, p. 293).
Para enfrentar os complicados problemas do mundo de hoje, a educação é
ferramenta indispensável para reorientar a sociedade na caminhada para o
desenvolvimento sustentável, a serviço de toda a população, inserindo o saber em
todas as atividades da vida, sendo importante a interdisciplinaridade surgir como
conceito-chave de planejamento e desenvolvimento dos sistemas educativos.
Conceituando o termo educação ambiental de acordo com a Declaração da
Conferência Intergovernamental sobre educação ambiental de Tbilisi (1977) 7,
entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Certamente é de extremo valor qualquer iniciativa que realce e atinja os
diferentes meios da sociedade para uma conscientização sobre o tema.
Na educação, a critério da inter-transdiciplinariedade argumentada sobre leis onde
descreve que o governo proporcione a população, o que está na Constituição
Federal (Cap. VI, Art. 225, Parágrafo VI), “educação ambiental em todos os níveis de
ensino e a conscientização pública para preservação do meio ambiente”.
Acredita-se que havendo maior desempenho na atuação da educação formal
e não formal, com base em novos paradigmas ajudaria a criança de hoje, adulto de
amanhã a ser mais responsável pela implantação de uma sociedade embasada nos
princípios de desenvolvimento sustentável. Conforme, a Unesco:
Reafirmar a contribuição da educação para a sociedade significa que as finalidades essenciais da educação devem compreender a vontade de ajudar os alunos a aprender, a identificar os elementos que afetam o desenvolvimento sustentável e as formas de manejá-los. Devem aplicar conceitos alternativos de desenvolvimentos e de viver; valorizar concepções alternativas. Aprender a negociar e a justificar a escolha de determinadas concepções e a elaborar programas para alcançar as escolhas, assim como participar da vida da comunidade para tornar realidade essas concepções. Desse modo, a educação para a sustentabilidade realiza uma contribuição para a educação para a democracia e para a paz (1999, p. 51).
7 CONFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Tbilisi, Geórgia, 14 a 26 de outubro de 1977. A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, organizada pela UNESCO em colaboração com o PNUMA e realizada na cidade de Tbilisi.
18
Acredita-se inteiramente com o que está escrito na Agenda 21, no cap.36
entitulado “Promoção do Ensino da Conscientização e do Treinamento numa nova
conscientização educacional e institucional que inicia-se nas séries da Educação
Infantil e estende-se por toda sua formação escolar. A prova está na mudança, e
esta é uma forma de segurança da continuidade da vida na terra, através da
implantação de maneiras de ajudar na construção do conhecimento enriquecido e
embasado teoricamente e com práticas enraizadas no conceito de desenvolvimento
sustentável, conforme:
O ensino, inclusive o ensino formal, a consciência pública e o treinamento devem ser reconhecidos como um processo pelo qual os seres humanos e as sociedades podem desenvolver plenamente suas potencialidades (UNESCO, 1992, p. 533).
19
5 PERCEPÇÃO DE MEIO AMBIENTE
Marina Silva e José Trigueiro (1999, p.10), formataram a pergunta: “Tendo a
questão ambiental alcançado tantos significados e articulações e gerado tanto
conhecimento, por que para a maioria da população ela é apenas sinônimo de fauna
e flora, como atestam as pesquisas?”. Tem de ser mudada a concepção de meio
ambiente, tem de ser iniciado um processo de desconstituição da concepção de
meio ambiente somente voltada apenas como sendo a natureza, em sua íntegra,
tais como, árvores, parques e meios naturais. Tem de ser mudado este padrão
apresentado, e pontuar a questão da introdução à população de que meio ambiente
é o meio onde o cidadão está inserido.
Ressalta-se uma mostragem ambiental como pesquisa elaborada, com
entrevistas domiciliares distribuídas em todo território brasileiro, organizada por
Crespo (2003, p.64), sobre: “O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do
desenvolvimento sustentável” relata que a predominância de uma ou outra dinâmica
implicaria condições mais ou menos favoráveis à promoção do chamado
desenvolvimento sustentável, outro termo que Rio-92 tornou popular entre elites
dirigentes de todo o mundo.
Que os meios de comunicação influenciaram conjuntamente, expandindo a
concepção de meio ambiente.
Ainda segundo Crespo:
A primeira informação que a pesquisa nos deu, já na sua primeira versão, e confirmada pelas demais, ao longo desses dez anos é que a variável “nível de escolaridade” é realmente a mais importante, funcionando como “preditor”, isto é, como determinante no padrão de respostas. Quanto mais alto o nível de escolaridade, mais consistente é o interesse, o conhecimento e a preocupação com as questões ambientais. A segunda informação relevante é que os indivíduos moradores das cidades médias e grandes são mais informados e mais interessados, demonstrando que o efeito “classe média urbanizada” é uma constante, seja qual for a região do País considerada. A implicação mais direta desse dado é a que, aumentando a escolaridade da população, mais chances temos de ter, como sociedade,
20
um compromisso maior com as teses de desenvolvimento sustentável [...] (2003, p. 65).
Ainda segundo Crespo (2003, p. 65), após dez anos de pesquisa, podemos
dizer com segurança que o perfil do brasileiro ambientalista, ou simpatizante, é o
seguinte: ele é homem ou mulher, tem entre 22 e 45 anos, possui alta escolaridade
(superior incompleto ou mais), mora em centros urbanos e vê televisão, seu principal
meio de informação sobre o assunto.
Sobre o consumo, Samyra Crespo (2003, p. 69), apresenta que estudiosos das
tendências de consumo no mundo inteiro dizem que os padrões de consumo estão
mudando, não tanto por fatores ligados à “consciência ambiental”, mas à expansão
da idéia de que qualidade de vida implica hábitos mais saudáveis. Mesmo que não
seja por razões estritamente ambientais, o estilo de vida mais saudável contribui
para que menos dano seja causado ao meio ambiente.
21
6 COLABORAÇÕES DA AGENDA 21
O Ministério do Meio Ambiente 8 apresenta a Agenda 21, como sendo um plano
de ação “Com base na construção e promoção de ações que equacionem justiça
social, eficiência econômica e conservação ambiental” (MINISTÉRIO). Uma
sociedade baseada nos itens acima está totalmente de acordo com uma sociedade
sustentável. A Agenda 21 é classificada como a mais abrangente tentativa elaborada
para mudar padrões existentes. Apartir dela surgiram duas agendas com o objetivo
de incentivar a população. Uma delas é a Agenda 21 Brasileira coordenada pela
Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21. Ela é um
instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável do
país. E também foi criada a Agenda 21 Local designada para construção de um
Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, através da mobilização de governo e
os demais setores da comunidade local.
A Agenda 21 foi um marco no histórico do desenvolvimento sustentável no
Brasil e no mundo, seu respaldo foi de grande valia para dar continuidade aos
trabalhos iniciados anteriormente, “donde uma tomada de consciência progressiva,
que encontrou sua manifestação no Rio de Janeiro em 1992, da necessidade vital,
para a humanidade inteira, de salvaguardar a integridade da Terra” (MORIN, 1995,
p. 37).
Vários manifestos marcaram projetos, acordos, e tratados, e mobilizações
conforme Rubéns Harri Born:
A Conferência Rio-92, nesse sentido, foi emblemática: além de ter incluído em seus documentos a questão de participação de diversos segmentos da
8O Ministério do Meio Ambiente apresenta Documento Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18> Acesso e 04/11/08 hás 17h57min
22
sociedade civil, como por exemplo, na Agenda 21, promoveu o chamado da sociedade para a participação de organizações não governa mentais em projetos e políticas de desenvolvimento sustentável (...) mesmo sem personalidade jurídica própria, foram um reconhecimento ao papel de articulação, veiculação e disseminação de idéias e experiência por conjunto organizado da sociedade civil (2003, p.113).
Sempre foi realizado campanhas e moções com a tentativa de aumentar o
interesse da população conforme o Ministério do Meio ambiente9: “O slogan
ambientalista’ pensar globalmente, agir localmente’ serviu de inspiração para o
capítulo 28 da Agenda 21, que pede maior atenção com as cidades. (2003, p.4).
De acordo com o capítulo 28, da Agenda 21 “muitos dos problemas e soluções
tratados na Agenda 21 tem suas raízes nas atitudes locais”. (NAÇÕES UNIDAS,
1992) e esta monografia é toda equiparada com este embasamento, tanto na teoria
ou na prática com o slogan citado no parágrafo anterior.
É pretensioso quando deparamos com o pensamento que esta realidade tão
particular de hábitos cotidianos faça ser tamanha a responsabilidade de cada
cidadão como parte de um todo formando o conjunto resultando numa sociedade
sustentável ou não.
Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimentos,
chamada de Rio 92, pois foi sediada na cidade do Rio de Janeiro. Em seu cap. 28,
intitulado: “Iniciativa das autoridades locais em apoio à agenda 21”. Este capítulo
também coloca um quadro de ações e desafios a serem propostos nas bases
chegando à comunidade e dessa maneira entrando em contato e atingindo
diretamente o foco do objetivo que é tanto os grandes centros como as pequenas
comunidades.
Neste primeiro momento, foram muitos os desafios propostos pela agenda 21
na tentativa de impactar positivamente na conscientização de hábitos sustentáveis e
ambientalmente corretos da sociedade. Colocando em evidência a necessidade da
participação popular em projetos, conselhos e fóruns, e sempre partindo do princípio
local, fazendo um trabalho unido com todos os setores da comunidade.
A Agenda 21 constitui-se de maneira teórica, então a partir dela surgiram várias
outras dimensões que tornariam este material mais acessível a todos os setores da
população.
9 Caderno de Debate. Agenda 21 e sustentabilidade – Agenda 21 e a sustentabilidade das cidades. Elaborado pelo ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Políticas para o desenvolvimento sustentável. Brasília, 20/10/2003.
23
Como muitos dos problemas e soluções tratados na Agenda 21 têm suas raízes nas atividades locais, a participação e cooperação das autoridades locais será um fator determinante na realização de seus objetivos. As autoridades locais constroem, operam e mantêm a infra-estrutura econômica, social e ambiental, supervisionam os processos de planejamento, estabelecem as políticas e regulamentações ambientais locais e contribuem para a implementação de políticas ambientais nacionais e subnacionais. Como nível de governo mais próximo do povo, desempenham um papel essencial na educação, mobilização e resposta ao público, em favor de um desenvolvimento sustentável. (cap. 28, Agenda 21, 1992).
A Agenda 21 foi realizada na busca de despertar a conscientização das
atividades cotidianas, da responsabilidade de cada indivíduo, informando e
colocando em evidência novas perspectivas de mudança de padrões. Melhorias
como a iniciativa de participações e cooperações locais, fortalecendo estas
iniciativas, pois contribui para trazer mais visibilidade com esta aproximação dos
acordos e propor a parte teórica facilitando a sua desmistificação e compreensão
para obter resultado na prática.
A Agenda 21 preenche todos os questionamentos e sana de forma condensada
as dificuldades sociais na contribuição de uma sociedade com hábitos baseados no
conceito de desenvolvimento sustentável.
24
7 PROMOVER O USO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS
Sabe-se que nossa população tem consumo excessivo e desenfreado,
necessita-se que a população aceite e realize suas tarefas diárias dando ênfase a
frase “Fazer mais com menos”. (UNESCO, 1999, p. 75).
Apresenta-se na Constituição Brasileira em forma de lei o Artigo 225, cap. VI:
Todos têm direito ao meio ecologicamente equilibrado, bem do uso comum do povo essencial á sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (1988, p.184).
Sendo o foco desta monografia, o esclarecimento sobre desenvolvimento
sustentável e a mudança de padrões atuais, formaliza-se que através das leis e
acordos ambientais, juntamente com campanhas de esclarecimento sob
responsabilidade na atuação do ser humano de cuidar do meio ambiente,
proporcionado às próximas gerações possibilidade de vida no planeta Terra.
Comparando com estudos da realidade planetária, nota-se que a sociedade cresceu
e formalizou-se num contexto de desenvolvimento insustentável.
A vivência do desenvolvimento sustentável é dotada de uma constante de
proteger e cuidar do meio ambiente, e tudo que nos cerca. Retrata-se o cuidado
especial que se deve ter com as reservas biológicas e todas as formas de meio
ambiente “Trata-se de conciliar as necessidades de proteção ecológica e as
necessidades de desenvolvimento econômico do terceiro mundo.” (MORIN, 1995,
p.73). E para isso é encontrada a solução vinculada aos hábitos corretos da
sociedade. “A idéia de ‘desenvolvimento sustentável’ põe em dialógica a idéia de
desenvolvimento, que comporta aumento das poluições, e a idéia de meio-ambiente,
que requer limitação das poluições” (MORIN, 1995, p.74).
25
É lastimável que não seja dada pela população a devida atenção ao assunto
desenvolvimento sustentável e reciclagem como deveria. Um assunto de tal
relevância deveria reger todas as iniciativas seja nos pequenos hábitos do cotidiano
ou em grandes obras.
A inserção de uma sociedade desenhada sobre o conceito de desenvolvimento
sustentável, onde são valorizadas as ações baseadas em novos padrões ambientais
sendo eixos fundamentais e importantes na concepção e entendimento particular e
autônomo do indivíduo. A partir daí daria mais resultado às iniciativas que tem como
objetivo informar e conscientizar a população para evitar a continuação desta
sociedade insustentável que produz lixo em quantidade superior ao necessário,
colocando em locais inapropriados, usando indiscriminadamente os recursos da
natureza e pregando um desenvolvimento a todo custo, inconseqüente e
irresponsável. Conforme, (MOUSSINHO, 2003, p. 348), o desenvolvimento
sustentável é um novo modelo de desenvolvimento, que surge com o intuito de
substituir o atual, que o Relatório para a Rio 92, descreve como ”ecologicamente
predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”. A nova concepção de
desenvolvimento sustentável somaria às necessidades de desenvolvimento atuais
com projeções de integração das questões ambientais, sociais e econômicas.
7.1 Uso dos 3 R – reutilizar, reciclar e reduzir
O aumento do interesse sobre o assunto reciclagem foi notório nos últimos
anos, pois a produção de lixo foi maior que a capacidade de armazenamento.
Colocando em pauta a responsabilidade das pessoas em dar um destino correto ao
seu lixo, é desesperador o fato de que com toda esta tentativa de introdução da
reciclagem e atitudes mais ecologicamente sustentáveis em acordos e leis. E
mesmo assim, muitas vezes são encontradas garrafas pet e lixos jogados de forma
irresponsável. Nota-se que hoje cidades luxuosas como Nova Iorque e Paris estão
tomando medidas bruscas que estão mexendo com o cotidiano de toda a população,
conforme LESSA, Ivam. É lixo só, 2007. Disponível em:
HTTP://www.bbc.co.uk./portuguese/reporterbbc/story/2007/05/070523_ivanlessa.sht
ml.Acesso em: 18 out. 2008. Cita que “repentinamente deu ‘uma coisa’ nos ingleses
e só se fala em lixo e reciclagem.”
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Acredita-se que tem muito a ser trabalhado encima de desenvolvimento de
projetos que interagem com a população de forma geral.
É notório que desde a Conferência de Estocolmo (1972) que foi um marco na
formação de uma visão voltada ao desenvolvimento sustentável, até os dias de hoje
que tem países que não assinam acordos e se for colocado à realidade mais
próxima, a de dento de nossas casas ou a que está no entorno. Uma boa parte da
população tem consciência das inúmeras atividades que podem ser realizadas
ambientalmente corretas. Se for elaborada uma análise de como estão às práticas
ecológicas com o lixo produzido (redução da quantidade de consumo, descarte
correto), e a compreensão de que estas pequenas ações cotidianas e corriqueiras,
muitas vezes não são dadas a devida importância para a grandiosidade desse
trabalho formiguinha e que demonstra o amor e o cuidado dado ao meio que está
inserido. As práticas deveriam ser embasadas nos princípios dos 3 Rs, a seguir:
Princípio ligado ao gerenciamento de resíduos sólidos que se baseia numa hierarquia de procedimentos: Reduzir (o uso de matérias-primas e energia, a quantidade de material a ser descartado); Reutilizar (os produtos usados, dando a eles outras funções), e Reciclar (retornar o que foi utilizado ao ciclo de produção), (MOUSSINHO, 2003, p. 366).
Nossos alunos, filhos, crianças e nossa comunidade inteira precisa do exemplo
dos adultos para aprender a parar de reclamar em prol das grandes ações que os
governos poderiam implantar, instalar e desenvolver. Pode ser perguntado para
cada cidadão, o que ele está fazendo? Será que está tomando conta da sua parte
na execução de medidas que auxiliem a construção de um ambiente desenvolvido
sustentavelmente.
O cap. 21 fala sobre a definição, classificação, e cuidados com resíduos
sólidos, fortalece e esclarece sobre o consumo em geral da população:
O presente capítulo foi incorporado à Agenda 21 em cumprimento ao disposto no parágrafo 3 da seção I da resolução 44/228 da Assembléia Geral, no qual a Assembléia afirmou que a Conferência devia elaborar estratégias e medidas para deter e inverter os efeitos da degradação do meio ambiente no contexto da intensificação dos esforços nacionais e internacionais para promover um desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável em todos os países, e no parágrafo 12 g) da seção I da mesma resolução, no qual a Assembléia afirmou que o manejo ambientalmente saudável dos resíduos se encontrava entre as questões mais importantes para a manutenção da qualidade do meio ambiente da Terra e, principalmente, para alcançar um desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável em todos os países.
27
Coloca a importância de restabelecer normas para o aproveitamento ao
máximo dos produtos. Redução, sobre a produção pode ser criada a pergunta será
que necessitamos de tudo que consumimos? O problema é gerado no consumo
desnecessário e também na quantidade de material que vem envolto no produto.
7.2 Necessidade de mudança
“O desenvolvimento sustentável exige uma mudança global no modo de funcionamento da sociedade. É preciso reestruturar a produção e o consumo para satisfazer melhor as necessidades básicas de todos, de forma ecologicamente responsável” (UNESCO, 1999, p. 67).
A necessidade de mudança é o grau mais importante de todo embasamento
teórico é o que norteia todas as iniciativas, todas estas tendo como objetivo mediar
maneiras de influenciar na mudança dos hábitos da sociedade:
Para superar eficazmente essas barreiras, a sociedade, em conjunto, deve identificar-se com a tarefa do desenvolvimento sustentável. Todos os atores sociais interessados têm de participar em um marco de colaboração e de associação: a indústria, as empresas, as organizações de base, e a população em geral, a fim de elaborar políticas e processos que conjuguem as metas sociais, econômicas, culturais e políticas e de conservação de meio ambiente (UNESCO, 1999, p. 49).
Com o objetivo de conseguir interiorizar introduzindo uma interação com toda a
população das combinações e tratados sobre os assuntos ambientalmente
sustentáveis, que a UNESCO, descreve o texto abaixo:
Após a Conferência do Rio, os governos decidiram estabelecer, no âmbito das Nações Unidas, a Comissão Intergovernamental do desenvolvimento Sustentável (CDS) que se reúne anualmente para supervisionar a implementação da Agenda 21. O capítulo 36 foi examinado em 1996, durante o quarto período de sessões da CDS, durante a qual se decidiu aprovar um programa de trabalho especial que esboça as prioridades para ação. A Comissão deu início ao programa de trabalho sobre temas considerados particular importância e a respeito dos quais deseja impulsionar uma ação concreta. Além da educação, a CDS tem programas de trabalho sobre a modificação dos perfis de consumo e de produção, a transferência de tecnologia e de indicadores do desenvolvimento sustentável (1999, p. 77).
Conforme Capra, (2003, p. 20), os conceitos e leis elaborados sobre como
manter o planeta sistematicamente equilibrado são fundamentações teóricas e
formais, são bonitas e nos fazem lembrar que somos responsáveis com o nosso
28
planeta. Mas, o que realmente precisamos é perceber que toda a ecologia do
planeta desenvolve-se de maneira sistemática e de certa maneira devemos copiar
este exemplo de viver de forma sustentável. As organizações dos sistemas vivos
funcionam sempre interligadas, um precisa do outro e assim fazem trocas
simultaneamente e de maneira mais civilizatória do que as comunidades humanas,
estas reflexões vem de encontro com o texto que explica que o sucesso da
sustentabilidade é a vivência do ser humano. Lançado pelo físico Capra, o termo
alfabetização ecológica, consegue encontrar e relacionar diferentes composições de
comunidades de seres vivos:
Os princípios de ecologia são os princípios de organização comuns a todos esses sistemas vivos. São os padrões básicos da vida. Na verdade, nas comunidades humanas eles poderiam ser chamados de princípios comunitários. É claro que existem muitas diferenças entre os ecossistemas e as comunidades humanas. Nos ecossistemas não existe cultura, não existe consciência, não existe justiça, não existe equidade. Não podemos aprender nada sobre esses valores humanos com os ecossistemas. Contudo, o que podemos aprender, e devemos aprender, é como viver de forma sustentável. Ao longo de mais de três bilhões de anos de evolução, os ecossistemas se organizaram de modo a maximizar sua sustentabilidade. Esta sabedoria da natureza é a essência da alfabetização ecológica (CAPRA, 2003, p. 22).
O seguimento na linhagem de pensamento sobre organismos vivos que
corresponde à sabedoria ecológica existente na natureza. A sociedade humana
deveria enxergar e copiar maneiras vivenciadas pelas comunidades dos seres vivos.
O fator intrigante é que tais comunidades referidas na citação acima não são
racionais. Como é explicado este fator de que os seres humanos e racionais da
espécie homo sapiens, ditos seres pensantes dotados de inteligência não
conseguem dar continuidade ao desenvolvimento sistêmico (CAPRA, 2003, p. 21)
existentes, tais como, “não precisamos inventar as comunidades humanas
sustentáveis a partir do zero, mas podemos moldá-las de acordo com os
ecossistemas naturais, que são comunidades sustentáveis de planta, animais e
microorganismos” (CAPRA, 2003, p. 20).
Sobre a questão do alto consumo é preocupante, pois gera grandes montes de
lixos, estes muitas vezes, lixões a céu aberto, sem o mínimo de regulamentação.
Encontrar uma solução parta a problemática do lixo, cito a racionalização do
consumo (sua diminuição), para ocasionar uma menor produção de lixo precisa
29
urgentemente de uma palavra chave que é conscientização Leonardo Boff (2003,
p.35), afirma:
Que a voracidade é tal, que temos depredado os ecossistemas a ponto de a Terra ter superado já em 20% sua capacidade de suporte e regeneração. Mais ainda, fizemo-nos reféns de um modelo civilizatório depredador e consumista que, se universalizado, demandaria três planetas semelhantes ao nosso. Evidentemente isso é impossível, o que comprova a falta completa de sustentabilidade de nosso modo de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Não são poucos os analistas do estado da Terra que advertem: ou mudamos de padrão de relacionamento com a Terra ou vamos ao encontro do pior.
Estuda-se que a humanidade está necessitada de ética ambiental, pois,
conforme Grun (1994, p.172), acredita-se na mudança comportamental como a mais
provável saída de nossa vida sustentável no Planeta Terra.
Criando uma sociedade contextualizada na ética ambiental alteraria paradigma
estagnado e mantido pela sociedade em comum. Esta estagnação é induzida pela
sistemática vivenciada por muitos, que a natureza serve para ser desfrutada
desenfreadamente, sem ter uma noção de sustentabilidade.
O estudo das formas de levar uma maior conscientização a todos, de maneira
especial inicia-se na mudança da estrutura do conhecimento sobre o assunto
relatado. Pois, o tipo de sociedade construída é o resultado da formalização das
gerações anteriores. O fator instigante para nós ambientalistas é pensar e organizar
maneiras de atingir todos os setores da sociedade a prática cotidiana de um
desenvolvimento sustentável. De acordo com o texto de Corso (2007):
[...] podemos começar a cuidar da doença crônica de nossa sociedade de consumo, separando nosso lixo, escolhendo os produtos que consumimos. O maior risco provém da lentidão da nossa capacidade de reação. Ela se origina na crença de que o problema esta sendo gerado e deve ser resolvido “pelos grandes” que governam e poluem. Balela infantilóide! Está na hora de descobrir que os adultos desse planeta somos nós mesmos! (CORSO, DIANA. Ainda há tempo... Zero Hora, 2007).
30
8 ESTUDOS DE CASO: A PERCEPÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM
PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO MUNICÍPIO DE ITATI
Foi elaborada uma pesquisa (Apêndice A) com os diversos setores da
sociedade do município de Itati sobre a visão deles sobre a importância da
reciclagem para haver sustentabilidade no município. Conforme, Morin: ”Toda
política que vise a um desenvolvimento humano e a um mundo melhor deve
necessariamente se colocar esta questão: o que se pode esperar? Isso requer que
se interroguem o homem, a sociedade, o mundo” (1995, p.147).
Tendo esta monografia o foco o desenvolvimento sustentável, e citando este no
município de Itati, formalizou-se esta pesquisa para o público em geral, comunidade,
representante do município do executivo e do legislativo, vereadores, prefeito,
secretários, e funcionários da prefeitura, e moradores. Uma cidade sustentável é
criada com o apoio de todos seus habitantes, necessita de atitudes baseadas no
desenvolvimento sustentável. Tanto é falado sobre a importância da
sustentabilidade, e quando elaborado a pergunta “O que é uma cidade
sustentável?”, conforme o Ministério do Meio Ambiente (2003, p. 4-5).
Depois da Rio 92, a importância das cidades e seu papel para o desenvolvimento sustentável ficaram mais claros. A interpretação dos benefícios ecológicos da ocupação do espaço urbano apartir da nova leitura dos modelos de urbanização existentes, deve incluir o controle social e a valorização do capital humano local nos seus procedimentos de gestão, permitindo desta forma recriar as cidades como centros de criatividade econômica, social e, sobretudo, de reinterpretação de suas características culturais.
31
8.1 Objetivos, metodologia e contextualização do município de Itati Esta pesquisa tem por objetivo fazer uma análise sobre a percepção das
pessoas sobre a importância e a necessidade de fazer a reciclagem tão quanto agir
de forma sustentável. Iniciar um processo de interação das pessoas com a formação
de uma consciência embasada no desenvolvimento sustentável.
A metodologia usada foi um questionário auto-aplicável, disponibilizado
juntamente com o pedido de contribuição para a realização desta. Tendo como
público alvo, 64 pessoas de toda faixa etária.
Itati é uma cidade interiorana, localizada no Litoral norte. O município de Itati foi
criado em 16/04/1996 pela lei n° 10746, tendo como município de origem Terra de
Areia.
O município faz limites com São Francisco de Paula, Três Forquilhas, Terra
de Areia e Maquine. Possui cerca de 3.082 mil habitantes distribuídos numa área de
210 Km². Sua colonização é basicamente formada por alemães, açorianos, negra e
japonesa. Sua economia é baseada em pecuária e produção de açúcar, banana,
hortigranjeiros e flores em minifúndios.
Formado pelos distritos de Vila Itati e Três pinheiros e pelas localidades de Arroio
Carvalho, Bananeiras, Arroio do Padre, Vila Nova, Linha Bernardes e Costa do
Morro, o novo município é um local de fácil acesso, pois é por ele passa a RS 486,
que liga a Serra ao Litoral Norte do R/S.
O município tem uma beleza prodigiosa (Anexo A - Belas paisagens do
município). São dotadas de uma natureza sem igual, com muita extensão territorial
com, muita mata preservada, águas limpas.
8.2 Desenvolvimento sustentável do lixo no município de Itati
Alguns princípios éticos da sustentabilidade, que tem como objetivo principal
garantir, pela ação do presente, um futuro viável as próximas gerações. Colocando
em pauta a responsabilidade das atuais gerações com as gerações futuras.
Conforme Unesco (1999, p. 70), “devem cuidar para que as gerações futuras não
sejam expostas à contaminação que possa pôr em perigo a saúde ou sua própria
existência”.
O aumento da produção da reciclagem é notório precisa de educação para
ser conscientizada a comunidade, mas também existe a necessidade de
32
estruturação dos órgãos do governo, estes porque é pago altos impostos e existe a
necessidade da colaboração do poder público nas iniciativas, pois o complemento é
ter uma coleta seletiva, estes resíduos serem levados separadamente a uma usina
de reciclagem10.
Existem muitas iniciativas que são exemplos que deram certo como subsídio
de renda para trabalhadores contando o bem que estão fazendo para vivermos num
mundo mais sustentável.
Juntamente tem de citada uma outra alternativa de reciclagem, que é a reutilização
do lixo orgânico com a reciclagem deste material. Pois, muitos de seus moradores
trabalham na lavoura com agricultura de subsistência. Então tem muitos aspectos
que facilitaria a reutilização de material orgânico em adubo para por na terra,
colaborar com a produção familiar na lavoura.A reutilização é boa, pois é uma
maneira de não precisar investir com compra a de adubos e faria o
reaproveitamento, conforme: “O lixo orgânico utilizado na confecção de adubos
naturais pode ser útil ao homem enriquecendo o solo que produz nossos alimentos”
(ANDRADE, Lídia, SOARES, Geraldo, PINTO, Virgínia. p.1995).
8.2.1 Tempo do lixo na sua decomposição
E um tempo longo que a necessita para que haja a decomposição do lixo.
Sobre a questão do tempo que a natureza leva para absorver os detritos:11
Jornais- 2 a 6 semanas
Embalagens de papel: 1 a 4 meses
Caixas de fruta e guardanapos de papel: 3 meses
Pontas de cigarro e fósforo: 2 anos
Chicletes: 5 anos
Nylon: 30 anos
Latas de alumínio e garrafas de plástico: 100 anos
10 Conforme, (MOUSSINHO, 2003, p. 366), usina de reciclagem é uma unidade em que é realizada a separação manual ou mecânica dos materiais recicláveis contidos nos resíduos sólidos urbanos. Conta, em geral, com mesas ou esteiras para catação dos recicláveis e baias para seu armazenamento. É comum a utilização do termo usina de reciclagem para nomear tais unidades, embora não ocorram no local processo de reciclagem. 11 Fonte: ANDRADE, Lídia, SOARES, Geraldo, PINTO, Virgínia. Oficinas Ecológicas – Uma Proposta de mudança. Rio de Janeiro. Vozes, 1995
33
Garrafas e frascos de vidro: um milhão de ano
O assunto é muito importante, pois ressalta-se o grande período de
permanência do lixo até sua decomposição A questão é preocupante, pois após sua
decomposição tem a questão da permanência do resíduo e contaminação do solo e
tudo que está em seu entorno, um exemplo é o da contribuição para a proliferação
de doenças.
8.3 Resultado das perguntas feitas à comunidade geral de Itati:
1- Você considera importante para um desenvolvimento sustentável no município de
Itati a questão da reciclagem.
95,31%
4,69%
SIM
NÃO
2- Já teve curiosidade para saber onde o lixo produzido no município é colocado?
79,69%
20,31%
SIM
NÃO
34
3- Você teve acesso à informação sobre a importância da reciclagem através?
36
25
5
10
Tv
Escola
FamíliaOutros
4- Reciclagem do lixo tem ligação com desenvolvimento sustentável?
89,06%
10,94%
SIM
NÃO
5- Você vê locais usados como depósito de lixo indevidamente?
73,44%
26,56%
SIM
NÃO
35
6- Sobre as paisagens naturais do Município, você faz observações diariamente à
natureza que está ao seu entorno?
78,13%
21,88%
SIM
NÃO
7- Qual o destino dado ao lixo produzido em sua residência:
53
25
12
CAMINHÃO DO LIXOLIXO ORGÂNICORECICLAGEM
8- Você enxerga algum modo de poluição no município de Itati?
79,69%
20,31%
SIM
NÃO
36
9- Há momentos em sua vida que você pensa que sua produção de lixo pode
prejudicar o planeta?
53,13% 40,63%
6,25%
SIM
ÀS VEZESNUNCA PENSO
10- Você influencia no cuidado ao planeta Terra sobre a reciclagem do lixo?
95,31%
4,69%
SIM
NÃO
11- Você joga lixo no chão?
9,38%
90,63%
SIM
NÃO
37
12- Já que seu município não tem programas de reciclagem. Você faz a separação
do lixo?
59,38%
40,63%
SIM
NÃO
13- Você considera importante um programa de separação correta juntamente com
coleta seletiva do lixo seco em seu município?
96,88%
3,13%
SIM
NÃO
14- Para você qual a importância de fazer a reciclagem do lixo em nosso município?
93,75%
4,69%1,56%
MUITO IMPOR -TANTEIMPORTANTEREGULAR
38
8.4 Respostas dos munícipes ao questionário
A pesquisa foi elaborada para a partir dela ser realizada uma análise da
importância da reciclagem dada aos moradores aos funcionários da prefeitura do
município para ser obtido um município sustentável.
Esta pesquisa foi elaborada de maneira a revitalizar o estudo da percepção da
necessidade da reciclagem do lixo para haver um município sustentável. Pode-se
juntar esta para a introdução de uma cultura na construção de valores sustentáveis
ao meio vivenciado.
Acredita-se que tudo isso colabora para haver uma sustentabilidade em nossa
sociedade. Existe um campo imenso de questões a serem retomadas que não foram
citadas nesta pesquisa, com exemplo, cita-se que os moradores têm consciência do
certo ou errado, pois foi falado por um entrevistado sobre uma das maneiras de
poluição que ele via era a questão do uso do agrotóxico e a colocação indevida, em
locais inapropriados das embalagens deste.
Ao unir todo este contexto citado nesta monografia, iniciando com o descarte
do lixo, reutilizando o orgânico e criando hábitos sustentáveis a toda comunidade em
geral.
Esta pesquisa tem como objetivo melhorar e aprimorar a percepção do meio
vivenciado por aquelas pessoas.
É uma maior interação entre o homem e natureza contribua pra aumentar a
importância das nossas ações para que as futuras gerações possam desfrutar das
maravilhas naturais que ainda existem e que seja oferecido condições de vida no
planeta Terra.
Acredito que para haver no município de Itati um município equilibrado
ambientalmente com sua população trabalhando e tendo sucesso em suas
atividades de geração de renda, com bases no desenvolvimento sustentável,
necessita-se de uma educação ambiental. Em princípio:
O que eu posso fazer? - Cuidar do ambiente é tarefa diária de todos. - Ao final do dia devemos ter dado nossa contribuição. - Informe-se sobre as questões ambientais. - Adote hábitos compatíveis com o respeito à vida.
- Coopere, participe, envolva-se nas ações de proteção e melhoria da qualidade ambiental.
- Exerça os seus direitos e deveres de cidadão. - Não se omita diante uma agressão ao Meio Ambiente “(DIAS, 2004, p.533)
39
8.5 Significado do levantamento para a implantação de uma coleta seletiva no
município.
Esta pesquisa foi realizada no município de Itati a uma boa parte da população
parou e concentrou-se na tarefa de avaliar suas atitudes e analisar se está
influenciando de maneira positiva ou negativa para haver desenvolvimento com
sustentabilidade no meio que está inserido.
Para viver em uma civilização socioambiental corretamente necessita-se de uma
maior conscientização juntamente com responsabilidade em suas atitudes no
cotidiano, seja na sua residência ou local de trabalho.
Embora não tenha ido aplicada à pesquisa a todos moradores, mesmo assim
acredita-se que este trabalho posa contribuir e articular uma linha de pensamento
sobre a conscientização sobre a responsabilidade com o descarte do lixo produzido
e de seus hábitos ambientalmente corretos.
A percepção é pessoal de cada indivíduo, cada um faz uma analise
diferenciada sobre a responsabilidade da diminuição do impacto ambiental. Pode-se
afirmar que a nossa civilização não é contemplada de tamanha sensibilidade, tão
quanto ás formigas, que para diminuírem seu impacto ao meio ambiente caminham
uma atrás das outras, para não agredir a fauna e flora por onde estão passando.
Acredita-se que posa haver um desenvolvimento sustentável a partir:
Educação Ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimento, valores, habilidades, experiência e determinação que os tornem aptos a agir e resolver problemas ambientais, presentes e futuros. (GENEBALDO, 2004, p.523)
8.6 Importância da conscientização
A quantidade de lixo produzido é uma questão muito séria ocasionada pela
falta de atenção com a crise ecológica existente, na qual está sendo colocada em
pauta a problemática do lixo. Que nos dias de hoje é um problema sério, pois a
quantidade produzida é excessiva, gerando dificuldades em sua reciclagem e no
armazenamento correto em lixões coordenado sobre as normas de segurança. A
viabilização de diminuição da produção de lixo e seu descarte corretamente
40
contribuiriam em todos os aspectos para ocorrer à mudança do atual padrão
existente. Somente usando os recursos naturais na medida em que a comunidade
tivesse necessidade. Segundo (BESEN, 2008, p.398) da mesma forma que
precisamos consumir para viver, passamos toda a vida gerando resíduos. “Até bem
pouco tempo, ninguém se importava com o que acontecia com o lixo, afinal o
Planeta era a lata de lixo do ser humano”.
Havendo diminuição do consumo é obvio que necessitaria menos matéria
prima para sua produção, aumentando consideravelmente a preservação dos
recursos naturais, havendo maior índice de áreas preservadas, menos
contaminação. Tudo isso é possível num processo de união entre a população
juntamente com iniciativas de projetos governamentais ou da participação
comunitária. Em princípio:
Todos os produtos que consumimos são extraídos da natureza, desde os que suprem as nossas necessidades básicas de água, alimento, energia, moradia, vestuário até aqueles que nem usamos como embalagens desnecessárias e produtos que compramos por impulso, mas que não servem para nada. (BESEN,2008,p.398).
41
9 CONCLUSÃO
Conclui-se que esta monografia foi fundamentada encima do conceito de
desenvolvimento sustentável no foco de uma sustentabilidade frente à diminuição do
uso dos recursos naturais.
Foi relatada toda a história da formação do conceito de desenvolvimento
sustentável com os principais acontecimentos no decorrer da sua constituição.
Foi realizada uma pesquisa de como as pessoas percebem a necessidade da
mudança de hábito e juntamente com a percepção da necessidade de uso
sustentável dos recursos naturais dando ênfase para ao descarte corretamente do
lixo, diminuição do lixo produzido e a percepção de desenvolvimento sustentável dos
habitantes do município de Itati.
Foi feita uma recapitulação da enorme contribuição da Agenda 21, sendo um
marco para a história da formação de desenvolvimento sustentável. Ela conseguiu
atingir e penetrar nas mais diversas diferentes populações através das iniciativas da
Agenda 21 local e Agenda 21 Brasil.
Não pode ser usado de má fé com os recursos naturais e abusar do poder de
regeneração que porta o planeta Terra, enfatizando uma sustentabilidade frente à
diminuição do uso dos recursos naturais. Quanto menos matéria utilizada diminui a
quantidade de recursos naturais retirados na natureza.
A partir dos estudos realizados sobre as Conferências e a abordagem da
educação sobre o tema desenvolvimento sustentável verificamos a necessidade da
implementação de mudanças de todos os atores sociais. Uma sociedade sustentável
será aquela em que todos os aspectos da vida cívica e pessoal sejam compatíveis
com o desenvolvimento sustentável e todas as instituições públicas, em todos os
níveis do governo, trabalhem juntas para avançar para esse tipo de sociedade.
Para tanto se considera fator primordial a elaboração de práticas educativas,
como co-autor no conjunto de um sistema cultural para o desenvolvimento
sustentável, sendo que este, não pode ser obra de pequena minoria em nome da
grande maioria. Exige a contribuição e a dedicação de todos.
Ressalta-se a importância da prática local, com o pensamento global para
obtenção de resultados que viabilizem a existência da nossa e das próximas
gerações.
42
Nós cidadãos, temos o dever de facilitar e proporcionar meios de atingir os
diferentes setores populacionais para haver maiores responsabilidade do uso dos
recursos naturais. À medida que nosso século inicia, a sobrevivência da humanidade
dependerá da implementação dos estudos formatados em leis e Conferências.
Sendo assim, considera-se viável o desenvolvimento, com todos os cuidados
necessários para usufruir de forma sustentável e delimitada, respeitando a
capacidade da natureza de se auto-organizar maximizando sua sustentabilidade.
É com alegria que relato que tenho satisfação de medear uma linha de
raciocínio a algumas pessoas sobre o lixo que faz parte das maiores problemática
ambientais do momento juntamente com o desenvolvimento sustentável.
43
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APÊNDICE A – Questionário auto-aplicável da pesquisa
1-Você considera importante para um desenvolvimento sustentável no município de Itati a questão da reciclagem
() Sim () Não
2-Já teve curiosidade para saber onde o lixo produzido no município é colocado?
() Sim () Não
3- Você teve acesso à informação sobre a importância da reciclagem através?
() TV () Escola () Família () Outros
4-Reciclagem do lixo tem ligação com desenvolvimento sustentável?
() Sim () Não
5-Você vê locais usados como depósito de lixo indevidamente?
() Sim () Não
6- Sobre as paisagens naturais do Município, você faz observações diariamente à
natureza que está ao seu entorno?
() Sim () Não
7-Qual o destino dado ao lixo produzido em sua residência:
() Caminhão do lixo () Lixo orgânico é usado como adubo () Reciclagem
8-Você enxerga algum modo de poluição no município de Itati?
() Sim () Não
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9-Há momentos em sua vida que você pensa na sua produção de lixo? E que isso
pode ajudar ou prejudicar o planeta?
() Sim () Não () Muito () Pouco
10-Você influencia no cuidado ao planeta Terra sobre a reciclagem do lixo?
() Sim () Não
11- Você joga lixo no chão?
() Sim () Não
12- Já que seu município não tem programas de reciclagem. Você faz a separação
do lixo?
() Sim () Não
13- Você considera importante um programa de separação correta juntamente com
coleta seletiva do lixo seco em seu município?
() Sim () Não
14- Para você qual a importância de fazer a reciclagem do lixo em nosso município?
() Muito importante () Importante () Regular
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ANEXO A – Fotos do Município de Itati, na localidade de Bananeiras
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