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Apresentação
Este dossiê abordará sobre a África Subsaariana, que é historicamente
marcada pelos seus frequentes conflitos e pelos fatores que evidenciam esse
território como um dos principais a enfrentar a tão temida miséria e pelas marcantes
características climáticas, políticas e econômicas que até hoje são motivo de grande
preocupação por todo o mundo.
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Justificativa
Este dossiê foi realizado com o intuito de abordar e especificar as
características da África Subsaariana, visando principalmente em seu local
geográfico, os problemas e as dificuldades as quais este continente vem refletindo
em todo o mundo, os constantes conflitos internos, os transtornos políticos e
econômicos e principalmente, a miséria da população que é fortemente influenciada
pelas condições de vida da sociedade, que a priori, é marcada na história da África
Subsaariana.
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África Subsaariana
Mapa com os países que compões a África Subsaariana
Fonte: www1.folha.uol.com.br
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África – Informações Gerais
Percentual de Massa Terrestre do Planeta: 20%
População: 900 milhões (500 milhões na África Subsaariana), 14
% do total mundial
Crescimento anual da população urbana: 3,5%
Cidade mais populosa: Lagos (Nigéria), de 16,9 milhões de
habitantes
País mais populoso: Nigéria, com 131 milhões de habitantes
Línguas: mais de 2 mil
Islamitas: 358 milhões
Cristãos: 410 milhões
Governos democráticos: 19 (entre 53 nações)
Renda média: metade de todos os africanos sobrevive com
menos de 1 dólar por dia
País mais rico: Maurício, com PIB per capita de 12,8 mil dólares
Países mais pobres: Burundi, Malauí, Serra Leoa e Somália,
todos com PIB per capita em torno de 600 dólares
Países pobres muito endividados: 32 dos 38 países em todo o
mundo assim classificados pelo FMI - Banco Mundial
Percentual da população com acesso à água potável: África
subsaariana – 82% nas cidades, 45% no campo; África do Norte – 96% nas
cidades, 84% no campo
Quantidades de armas de fogo na África Subsaariana: 30
milhões
Taxas de mortalidade infantil (até 1 ano de idade): 102 em cada
mil na África Subsaariana; 33 em cada mil na África Setentrional
Expectativa média de vida: 46 anos na África Subsaariana; 67
anos na África Setentrional
Causa principal de óbitos: AIDS
Alfabetização (acima de 15 anos): 60%
País mais alfabetizado: Seychelles, com 92% da população
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País menos alfabetizado: Burkina Fasso, com 12,8% da
população
Fonte: National Geographic – Setembro 2005
África Subsaariana
África subsaariana tida como o berço da humanidade, encontra-se ao sul
do deserto do Saara, também era conhecida como áfrica negra, pois demorou a ser
descoberta e colonizada, diferentemente de outras partes da áfrica que foram
colonizados antes pelos europeus.
Ao norte da áfrica subsaariana encontra-se o deserto do Saara que é
cortado pelo rio Nilo (uma das maiores fontes de vida da região), tem o clima
extremamente diverso e tropical e uma grande diversidade ecológica.
Esta região da áfrica é considerada a mais pobre do mundo onde os
países ainda sofrem com as marcas deixadas pelo colonialismo e também com o
neocolonialismo, com conflitos étnicos a e instabilidade política mais presente ao
leste e oeste. Já as condições de vida são ainda piores onde a expectativa de vida
não ultrapassa os 47 anos e o índice de alfabetização de adultos é de somente 63%.
O crescimento da população nos anos 90 aumentou o numero de pessoas
vivendo na extrema pobreza, vivendo com menos de um dólar por dia e privados de
recursos básicos como água, alimentação, moradias dignas, e também a educação
A áfrica subsaariana é a região mais afetada pelo vírus da AIDS. Nos dias
atuais existem mais de 35 milhões de órfãos devido o vírus
A situação precária nos países da áfrica Subsaariana gerou a emigração
para seus países de origem colonizadora, a emigração tendo inicio após a
descolonização dos países que os detinham, pois após a descolonização a situação
não se apresentava boa.
Durante e após a descolonização havia resistência local em alguns países,
e em alguns a resistência permanecia por tentativa de outras potencias dominarem
as antigas colônias.
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Com a descolonização não se romperam os laços entre os antigos países
colonizadores não se romperam pelo fato de que os países africanos necessitarem
de apoio econômico e também militar.
Mesmo livres de seus colonizadores os países africanos deparavam-se
com conseqüências o confronto dos blocos leste e oeste, e a implantação de
regimes políticos ditatoriais ou autoritária por interesses econômicos e também
existem regimes políticos que estão ligados aos tais blocos leste e oeste que visão
por melhorias na condição de vida da população.
Os estados africanos são obrigados a respeitar a antiga fronteira imposta
por seus antigos colonizadores, esse limite de território gerou inconformidade de
alguns povos, e que acaba gerando ainda mais conflitos.
Relevo:
Os principais aspectos do relevo são:
na região do Maghreb, a cadeia do
Atlas, cujo pico é o monte Tubkhal (4.165m);
o grande planalto desértico do Saara,
no sul, com as depressões de Qattara (Egito)
e Bodelê (Tchad), a bacia do Níger e as
cadeias vulcânicas de Ahaggar (Argélia) e de
Tibesti (Tchad);
abaixo do planalto do Sudão, destacam-se a bacia do Congo, o
monte Cristal e o planalto dos grandes lagos, com os pontos culminantes do
continente: os montes Kilimanjaro (5.895m), Quênia (5.199m), Ruwenzori
(5.119m) e Elgon (4.321m);
no nordeste do vale de Rift, o maciço da Abissínia.
Hidrografia:
A maior bacia fluvial da África é a do rio Congo. O rio Nilo, com 6.690km, é
o segundo mais longo do mundo. O Zambeze e o Limpopo correm para o Índico. O
Orange, o Níger, o Gâmbia e o Senegal desembocam no Atlântico.
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Os principais lagos africanos são:
o Vitória, segundo do mundo em superfície, com 69.485km²;
o Tanganica;
o Rodolfo;
o Alberto;
o Eduardo;
o Niassa.
Clima:
O clima quente predomina na maior parte
da África, tanto na zona tropical -- úmida no verão e
seca no inverno -- quanto na zona equatorial, com
temperaturas elevadas e chuvas abundantes.
Nos grandes desertos, como o Saara e o
Kalahari, as temperaturas são altas de dia e baixas à
noite. No norte e no sul predomina o clima seco de
tipo mediterrâneo.
Vegetação:
Ao norte e ao sul da selva equatorial, estendem-se as savanas, com sua
vegetação herbácea e árvores de grande porte, como o baobá. Nos desertos, a
cobertura vegetal é escassa, exceto nos oásis, onde crescem palmeiras. Nas zonas
temperadas há bosques baixos de pinheiros e carvalhos e vegetação de arbustos
(maquis).
A fauna é uma das mais ricas do mundo. Na floresta equatorial há muitas
aves, símios (chimpanzés e gorilas), répteis e anfíbios. Na savana, rinocerontes,
girafas, elefantes, hipopótamos, leões, leopardos e hienas. No deserto, chacais,
insetos e répteis. Na zona mediterrânea, lebres, cabras, raposas e aves de rapina.
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População:
A África é, sem dúvida, o continente que
apresenta os piores indicadores sociais do mundo.
As regiões que apresentam maiores
densidades demográficas são aquelas que possuem
solos férteis, como o vale fluvial e o delta dos rios
Nilo e Níger, além da costa litorânea, lugar com boa
incidência de chuvas.
As regiões da África que apresentam baixa densidade demográfica
compreendem as áreas desérticas, como o deserto do Saara (África Islâmica),
deserto da Namíbia e do Calahari e nas florestas do Congo (África Subsaariana).
O continente africano tem passado por um intenso processo de
urbanização, mesmo assim ainda são restritos os centros urbanos, como Cairo e
Alexandria (Egito), e Lagos (Nigéria), alguns dos mais populosos.
Taxas de Mortalidade e Natalidade, Fome e Doenças:
Os países africanos possuem
as piores taxas de mortalidade
(13,5%), além de apresentar elevada
taxa de natalidade (35,2%), mostrando
que a qualidade de vida da população
é decadente. A fome, a AIDS e a
Malária são problemas que atingem a
África quase que na totalidade.
“Cerca de 150 milhões de africanos não ingerem a quantidade mínima de
calorias diárias, e mais 23 milhões correm o risco de morrer de fome”
Fonte: Organização das Nações Unidas - ONU
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Todos os problemas sociais identificados na África (miséria, fome,
desemprego, guerras, dentre muitas outras) podem ser agravados, com estimativa
de que em 2015 a população africana será de 1 bilhão de habitantes, fato que irá
desencadear um aumento pela procura de alimentos, aumentando a fome.
AIDS, Malária e Doença do Sono:
AIDS
Fonte:
WWW.heavenoftheclass.blogspot.com
Fonte: WWW. bomdiaafrica.blogspot.com
A AIDS é vista atualmente como uma ameaça ao continente africano, é
uma tragédia sem previsões, praticamente incontrolável e diminui suas taxas de
natalidade. A AIDS é uma doença contagiosa que pode ser adquirida através de
relações sexuais sem uso de preservativos, transfusão de sangue, drogas injetáveis
com agulhas usadas. Ainda sem cura, atinge milhões de pessoas na África
Subsaariana, o problema é tão grave que de cada cinco mortos um é de decorrência
da AIDS.
“Nos países Zâmbia e África do Sul, cerca de 20% de toda população
adulta e jovem encontra-se contaminada com a doença; em Botsuana, cerca de 39%
da população entre 15 e 49 anos estão com a doença e em Lesoto e Zimbábue, o
percentual é de 20%.” - OMS (Organização Mundial de Saúde).
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O governo do Quênia, diante do flagelo provocado pela doença, sugeriu de forma
ingênua que a população deixasse de fazer sexo por um período de dois anos.
Segundo o governo, esse tempo serviria para diminuir a expansão do vírus, já que
entre a população de 30 milhões de habitantes, 3 milhões estão infectados.
O índice de pessoas contaminadas está crescendo, em 2001, aproximadamente
5,3 milhões pessoas contraíram a doença dos quais, segundo a OMS, menos de 1%
realizaram o tratamento, o restante provavelmente morre sem saber sequer que
tinha a doença.
Malária
“90% das mortes causadas pela malária ocorrem na África Subsaariana,
onde a doença é a principal causa de morte em crianças menores de 5 anos de
idade (muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais
graves e tem dificuldade de aprendizagem).”
OMS (Organização Mundial de Saúde)
A malária é uma das piores doenças assassinas do mundo, porém de fácil
prevenção.
40% da população mundial (principalmente as mais pobres) estão em risco
de contrair a malária. A doença é mais predominante nas zonas tropicais e
subtropicais, mas 90% das mortes relacionadas com a malária ocorrem na África
Subsaariana.
Infelizmente, as pessoas em maior risco de contrair a malária são as
crianças e as mulheres, que perdem a sua imunidade adquirida durante a gravidez,
e as pessoas que não dispõem de qualquer imunidade contra a doença, como
refugiados e trabalhadores migrantes vindos de zonas com uma baixa incidência de
malária. Pode causar também danos neurológicos, dando origem a casos não fatais.
Estima-se que a malária custe e África mais de USD 12 milhares de
milhões por ano em PNB perdido. É tanto uma doença da pobreza como uma causa
da pobreza, desequilibrando a baixa economia que os países apresentam.
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Em zonas com um alto índice de transmissão da malária, a malária é
responsável por 40% das despesas da saúde pública: 50% com internamento e mais
50% com consultas de doentes em ambulatórios.
Doença do Sono
Doença do Sono Na África
A doença do sono ameaça mais de 60 milhões de pessoas em 36 países
da África subsaariana. Estima-se que 70 mil estejam infectadas. Menos de quatro
milhões destas pessoas têm acesso a um centro de saúde.
Na República dos Camarões, nos anos 20, um médico chamado Jamot
implementou uma estratégia de controle eficaz, enviando equipes móveis às aldeias
para diagnosticar e tratar o máximo de pacientes possível. O programa do Dr. Jamot
obteve sucesso no bloqueio da transmissão da doença do sono, esvaziando a
reserva humana de tripanossomas. Mas, recentemente, as guerras civis
desestruturaram sistemas de saúde e forçaram pessoas a migrar, permitindo que
tais reservas fossem reconstruidas.
Doença Do Sono e a MSF (Médicos sem Fronteiras) - MSF atendeu
mais de 1,7 mil pacientes com tripanossomíase africana em 2007.
O mal é causado por infecção pelos parasitas Trypanosoma brucei
gambiense ou rhodesiense. É transmitido pela picada de moscas tsé-tsé infectadas.
No primeiro estágio da doença o diagnóstico é difícil, porém o tratamento é
relativamente simples. O segundo estágio é caracterizado por diversos sintomas
neurológicos que, sem tratamento adequado, levam inevitavelmente ao coma e à
morte.
O maior obstáculo na luta contra a doença é a falta de novos e melhores
medicamentos e métodos de diagnóstico. O remédio mais usado foi desenvolvido
em 1949 e é altamente tóxico. A droga falha na cura de cerca de 30% dos
pacientes,e mata 5% dos que a recebem.
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A Eflornitina, uma alternativa mais segura de tratamento utilizada por
MSF, requer uma bolsa infusora e um cronograma de tratamento complexo, que
exige a monitoração constante do paciente - algo difícil de ser feito na África
Subsaariana. A organização tem assegurado produção e estoque de Eflornitina, e
acompanha testes de terapias combinadas com outros medicamentos.
A MSF continua alertando aos pesquisadores e à comunidade
internacional sobre a necessidade de novos medicamentos e métodos para um
diagnóstico correto.
A organização trata pacientes com doença do sono há mais de 20 anos,
desde a abertura do primeiro projeto de contenção da enfermidade no norte de
Uganda, em 1986. Em 2006, MSF recebeu mais de 1,3 mil pacientes para
tratamento contra doença do sono. Esforços de prevenção, como controle dos
vetores de transmissão, são essenciais para o seu controle.
MSF promove programas permanentes contra a doença na República
Democrática do Congo, República Centro-Africana e Sudão
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Dificuldades de Sobrevivência na África Subsaariana
Nos últimos anos a emigração na África subsaariana tem aumentado
consideravelmente, os principais destinos dos emigrantes são os países que
colonizaram os países da África alguns anos atrás. Esta situação agravou-se com a
descolonização dos primeiros decênios do século XX, que se verificou na maioria
destes países por parte das potências europeias que os detinham.
Gana foi o primeiro país a ser descolonizado (pelo Reino Unido) na zona
subsaariana, na sequência de lutas empreendidas pela resistência local já desde o
início da colonização e, em determinados locais, esta luta prolongou-se contra as
tentativas contínuas de domínio por parte de outras potências que pretendiam
exercer o seu poder e explorar o território. Num processo que se desenrolou até
1980, a progressiva descolonização não isentou os países africanos de laços que os
ligavam às antigas potências colonizadoras, uma vez que necessitavam de apoio
militar e muitas vezes econômico. Assim, criadas estas relações de dependência, os
territórios africanos viram-se obrigados a ser palco e sofrer as diretas consequências
dos confrontos entre os dois grandes blocos de Leste e de Oeste. Resultaram assim
regimes políticos locais de característica ditatorial ou autoritária que zelam por
interesses econômicos e políticos das classes dirigentes, articulados com a política
dos ditos blocos Leste-Oeste, em detrimento da melhoria de condições da
população. Por outro lado, a aplicação de modelos políticos de desenvolvimento de
países mais desenvolvidos a estes africanos causou um autêntico descalabro
socioeconômico.
A Organização de Estados Africanos obriga a que cada país respeite as
fronteiras dispostas nas épocas de colonização (com o intuito de não se
despoletarem um sem número de conflitos nacionalistas e/ou étnicos), o que
contudo suscitou inconformidade em muitos dos territórios. Contudo, verificaram-se
graves situações de tensão étnica na África central e subsaariana, como são os
conhecidos casos do Ruanda, Burundi, Nigéria, Congo, Libéria e entre o Mali e o
Burkina Faso, situações em que se verifica uma forte tendência para a consolidação
de uma identidade cultural e o despoletar de conflitos internos brutais que levam
15
muitas vezes a extremos como o genocídio. Como agravante existia ainda a lei do
apartheid na África do Sul (entre 1948 e 1991), em que a segregação racial originou
inúmeros problemas sociais e de subdesenvolvimento.
De fato, a esperança média de vida em África dificilmente ultrapassa os 70
anos, existindo em contrapartida um crescimento demográfico extremamente
elevado. O fenômeno da SIDA é nestes territórios extremamente preocupante,
calculando-se que uma em cada cinco pessoas está infetada. Generalizou-se o
pânico e as crenças surgidas da falta de informação adequada levam a violações de
crianças e adolescentes, muitas vezes em grupo, uma vez que existe a crença de
que a manutenção de relações sexuais com uma virgem imuniza contra o vírus.
A pobreza extrema e falta de médicos impede que se trave o alastrar da
doença, incentivada por uma proliferação de sociedades com elevados graus de
prostituição e com rituais de extração de parte dos genitais femininos sem condições
higiênicas, sendo além disso patriarcais e polígamas. A mulher submete-se deste
modo e em absoluto ao homem, o que origina um número superior de mulheres
afetadas em relação aos homens. A difusão desta praga acabou por afetar
gravemente as estruturas econômicas e sociais, impedindo o desenvolvimento pela
falta de mão de obra, prejuízo no setor da saúde e aumento exponencial do nível de
órfãos (e da subsequente criminalidade e falta de profissionais no futuro). As
Organizações Não Governamentais, e outras ajudas internacionais, são as que mais
contribuem para regredi-lo destas condições calamitosas que se exacerbam ao
acarretar o investimento de capitais estrangeiros em nações menos problemáticas.
Estas difíceis condições de vida provocaram autênticos êxodos, como a proliferação
de campos de refugiados em diversos países africanos e uma onda incontrolável de
emigração sobretudo para a Europa e América.
16
Conflitos Africanos:
A África sempre foi um “continente alvo” com muita propensão para conflitos,
principalmente a região da África Subsaariana.
Os primeiros conflitos começaram na colonização. A divisão territorial do
continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores europeus,
desprezando as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas
comunidades, muitas vezes rivais, que historicamente viviam em conflito, foram
colocadas em um mesmo território, enquanto grupos de uma mesma etnia foram
separados. Foi após a Segunda Guerra Mundial que os povos africanos começaram
a lutar por sua independência dos países europeus.
O financiamento de armas durante a Guerra Fria e a implantação dos
governos ditatoriais só pioraram a situação. As pessoas são obrigadas a detestar
etnias rivais a suas, e crianças obrigadas a usar armamento pesado e a lutar em
defesa de seu território.
São vários os conflitos no continente africano; o que é pior, muitos deles
estão longe de um processo de pacificação. A maioria é motivada por diferenças
étnicas, é o que acontece em Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e
Somália, por exemplo. Outros por disputas territoriais como Serra Leoa, Somália e
Etiópia; questões religiosas também geram conflitos, é o que acontece no Sudão.
Fonte:
16WW.slideshare.
net
17
Diamante de Sangue (Warner Bros Pictures – 2006):
Tendo como o pano de fundo o caos e a guerra civil que dominou a Serra
Leoa na década de 1990, Diamante de Sangue conta a história de Danny Archer
(LEONARDO DICAPRIO), um ex- mercenário do Zimbábue, e Solomon Vandy
(DJIMON HOUNSOU), um pescados da etnia Mende. Ambos são africanos, mas
suas histórias e circunstâncias de vida são totalmente diferentes até que o destino
os reúne numa busca para recuperar um raro diamante rosa, o tipo de pedra que
pode transformar uma vida... ou acabar com ela.
Solomon, que foi arrancado de sua família e forçado a trabalhar nos campos
de diamante, encontra a pedra extraordinária e se arrisca a escondê-la ciente de
que, se for descoberto, será morto imediatamente. Mas ele também sabe que o
diamante poderia não apenas fornecer os meios para salvar a esposa e as filhas de
uma vida de refugiadas, como também ajudar a resgatar seu filho, Dia, de um
destino muito pior como soldado infantil.
Então surge Maddy Bowen (JENNIFER CONNELLY), uma jornalista
americana idealista que está em Serra Leoa para desvendar a verdade por trás dos
diamantes de sangue, expondo a cumplicidade dos chefes da indústria das pedras,
que optaram pelo lucro no lugar dos princípios. Maddy vai atrás de Archer como
fonte para seu artigo, porém logo descobre que é ele quem precisa muito mais dela.
Com a ajuda de Maddy, Archer e Solomon se embrenham por uma perigosa
trilha dentro do território rebelde. Archer precisa de Solomon para encontrar e
recuperar o valioso diamante rosa, porém
Solomon anseia por algo muito mais precioso...
seu filho.
Fonte:
http://wwws.br.warnerbros.com/blooddiamond/
18
Educação na África nos últimos Anos
“Entre 2000 e 2008, o número de matriculados no ensino primário aumentou
de 87 para 129 milhões ; países da região investem 5% do PIB na educação.”
(Marina Estarque, da Rádio ONU em Nova Iorque).
O número de crianças que frequentam as escolas da África Subsaariana
nunca foi tão alto, aponta um relatório da Organização das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
O relatório "Financiando a Educação na África Subsaariana: Enfrentando os
desafios da Expansão, Equidade e Qualidade" analisou 45 países. As nações
aumentaram os gastos reais na educação na ordem dos 6% anuais, durante a última
década.
Mais Gastos
Apesar dos avanços, vários países continuam longe de oferecer ensino
primário de qualidade aos alunos, aponta o documento. Entre 2000 e 2008, o acesso
ao ensino primário aumentou em 48%, de 87 para 129 milhões de estudantes. No
mesmo período, o número de matrículas nos níveis pré-primário, secundário e
universitário subiu mais de 60%.
Os governos dos países subsaarianos dedicam, em média, 18% dos gastos
públicos à educação. Da mesma forma, 5% do Produto Interno Bruto é investido no
setor. A porcentagem coloca a região apenas atrás da Europa e América do Norte,
com 5,3%.
Desafios
Acreditava-se que o investimento havia sido usado para permitir o fim das
taxas cobradas no ensino primário, o que aumentou drasticamente o número de
alunos inscritos, mas também superlotou as salas de aula. No entanto, o relatório
19
provou que os governos foram além, aumentando não somente o acesso, mas a
qualidade do ensino.
Apesar dos avanços, a Unesco aponta desafios importantes na região. Em
um terço dos países, metade dos menores não completam a educação primária e 32
milhões, em idade escolar, não frequentam o ensino secundário.
Problemas
Segundo o relatório, há problemas também de equidade. Para a Unesco, os
governos deveriam considerar transferir recursos alocados no ensino superior para o
primário.
Na região, quase 80% dos gastos com o ensino universitário são subsidiados
pelo Estado. No entanto, ainda há muitas crianças fora das escolas.
Financiadores
O maior financiador privado na região são as próprias famílias dos
estudantes, que cobrem 30% dos custos do ensino primário. Outra importante fonte
de recursos é a comunidade internacional, que investiu US$ 2,6 milhões, na
educação em 2008.
Fonte: www.vision2015.biz.ly
20
Fonte: www.ensinandoartesvisuais.blogspot.com
Esperança...
“A solução está perto de casa
Bruxelas, Bélgica, 5/7/2011 – Muitos países africanos, os mais pobres do
mundo, melhoraram sua situação econômica graças à demanda global por
hidrocarboneto e metais preciosos, bem como por acordos comerciais com
doadores. No entanto, especialistas acreditam que a chave para o desenvolvimento
é a integração e o consequente comércio regional. [...]
O comércio regional é quase uma ideia de último momento, embora seja um
mercado crescente de um bilhão de pessoas, 856 milhões das quais vivem na África
subsaariana. Os intercâmbios comerciais entre países africanos foram de 8,5% do
total entre 2000 e 2007, segundo a Comissão Econômica para a África (Cepa), da
Organização das Nações Unidas. O desequilíbrio realça o que numerosos analistas
afirmam ser uma tendência para o mercado externo à custa da integração africana.
“A África foi construída de tal maneira que todos os caminhos levam para fora
da África”, disse Dawda Jobarteh, diretor do África Progress Panel, organização que
supervisiona o desenvolvimento do continente. “Criar conexões dentro da África
beneficiaria o crescimento econômico e comercial e, com sorte, também seria
igualitário”, destacou.
Os governos africanos continuam competindo por acordos de investimentos e
comércio exterior, mas sua visão externa começou a mudar, talvez pela mão de
algumas histórias positivas. Uma delas é a revolução das telecomunicações móveis,
que promoveu o surgimento de indústrias vinculadas e de empresários não
tradicionais como uma maior participação de mulheres e jovens.
Também obteve êxitos importantes no transporte por meio de autoestradas
regionais, portos e um importante crescimento da indústria aeronáutica. A
organização de Jobarteh informou que os voos dentro do continente aumentaram
49% entre janeiro de 2005 e janeiro deste ano, ajudando a unir um vasto território
que até há poucos anos tinha um serviço aéreo muito reduzido e pouco confiável.
21
As exportações africanas aumentaram na década passada e ressurgem após
uma queda de 32,4% em 2009. O comércio de mercadorias também cresceu 24%
em 2010 e representou 3,2% do comércio mundial, aumento superior a 2,1% em
relação a 2000, quando um impulso produtivo acabou com três décadas de
depressão econômica, diz um estudo da Cepa e da Organização para a Cooperação
e o Desenvolvimento (OCDE).
A União Europeia é o maior sócio comercial da África e representou 35% das
importações e exportações no ano passado. China e Estados Unidos competem
pelo segundo lugar. Os principais produtos de exportação são petróleo e metais
preciosos, enquanto o continente importa tecnologia e equipamentos que nutrem
suas economias, incluindo telefones celulares.
Os governantes dos 53 países que integram a União Africana (UA) aprovaram
um “plano de ação” para promover o comércio regional e oferecer um clima de
produção mais atraente. A iniciativa da UA propõe o livre movimento de pessoas e
bens, bem como a cooperação multinacional para atender a lamentável situação da
infraestrutura.[...] Porém, os desafios continuam sendo enormes. O crescimento
econômico e comercial segue abaixo dos níveis anteriores à crise. Quando as
estatísticas descrevem um panorama positivo, a maioria dos africanos não se
beneficia dele.[...]
A África necessita de maior equilíbrio, “não pode continuar vivendo do auge
da matéria-prima nem prever que esta vai durar para sempre”, disse Rob Davies,
ministro de Comércio da África do Sul. “Temos que desenvolver mais atividades com
valor agregado”, afirmou à IPS. Impulsionada pelo auge dos preços das matérias-
primas e da má governança, a corrupção atenta contra o desenvolvimento.[...]
A África pode se tornar mais forte no mundo se primeiro se fortalecer no
âmbito local, disse Stpehen N. Karingi, um dos autores do informe da Cepa e da UA.
O desenvolvimento do comércio continental e as melhorias nos serviços e
infraestrutura regional prepararão a África para competir no mercado internacional,
ao mesmo tempo em que melhoram a qualidade de vida. “Essas são as coisas que
farão com que a África possa implementar estratégias de industrialização”, disse
Karingi à IPS por telefone.
22
As nações africanas com abundantes reservas de hidrocarbonetos e minerais
se beneficiarão das exportações. Porém, os ganhos de longo prazo estão mais
perto, tanto na cooperação para o desenvolvimento quanto para fomentar o
comércio. Se assim for, os africanos poderão algum dia fabricar telefone celular e
outros produtos que agora devem importar da Europa, Ásia e de outros mercados.
Envolverde/IPS”
Fonte: http://envolverde.com.br/noticias/a-solucao-esta-perto-de-casa/
A África ainda apresenta esperanças de se reerguer. Um país rico de
matérias primas, como o hidrocarboneto, mas sem autonomia para realizar a suas
próprias transações comerciais. Se talvez um dia, for “governada” por
pessoas/países que estejam dispostos a realmente ajudar a África a sair do estado
calamitoso em que a maioria do continente se encontra, a África poderá parar de ser
considerada um “peso morto” no planeta, e pode fazer parte do corpo terrestre,
começando pelo pé, mas com a esperança de chegar pelo menos aos braços desse
corpo.
23
Bibliografia
www.unmultimedia.org
http://www.slideshare.net
http://www.brasilescola.com
http://www.tiosam.org
http://www.infoescola.com
www.infopedia.pt
http://www.msf.org.br