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Elmary Teresinha Driessen A IMPORTANCIA DA COMUNICA<;:XO NOS RELACIONAMENTOS: UM ESTUDO BIBLIOGRAFICO Monografia apresentado a Disciplina de Metodologia Cientifica no Curso de Psicopedagogia da Universidade Tuiuti do Parana, como requisite para obten9ao do titulo de Especialista em Psicopedagogia. Orienlayao: Professora Jurandi.de Serra Freitas Curitiba 2005

AIMPORTANCIA …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/A-IMPORTANCIA-DA-COMUNICACAO1.pdf · 1.6 JORGE VISCA EA EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE. 30 ... A educa~ao para 0 novo milemio, ... Segundo

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Elmary Teresinha Driessen

A IMPORTANCIA DA COMUNICA<;:XO NOS RELACIONAMENTOS: UMESTUDO BIBLIOGRAFICO

Monografia apresentado a Disciplina de MetodologiaCientifica no Curso de Psicopedagogia da UniversidadeTuiuti do Parana, como requisite para obten9ao dotitulo de Especialista em Psicopedagogia.

Orienlayao: Professora Jurandi.de Serra Freitas

Curitiba

2005

iii

SUMARIO

INTRODU<;:AO .... .01

1 A IMPORTANCIA DA AFETIVIDADE E COMUNICA<;:AO NA EDUCA<;:AOCONTEMPORANEA... . 02

1.1 UMA ABORDAGEM ANTROPOL6GICA.... . 041.2 RECORTES EM FREUD - FASES INICIAIS DE DESENVOLVIMENTO

HUMANO... . 081.3 SEPARA<;:AO E INDIVIDUA<;:Ao EM MAHLER.... . 131.4 A CONTRIBUI<;:AO DE REN~ SPITZ..... . .. 191.5 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO EM PIAGET..... . 251.6 JORGE VISCA E A EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE. 30

2 A IMPORTANCIA DA MEDIA<;:AO/COMUNICA<;:AO NA PRATICA DOPROFESSOR... .... 36

CONSIDERA<;:OES FINAlS ...

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ....

.... .40

. .42

INTRODUr;;AO

o presente trabalho aborda uma concept;ao sobre a comunicac;ao nos dias

atuais, destacando-se principalmente, aspectos sociais e naturais do crescimento

humano, assim como a contribuic;ao destes no desenvolvimento do individuo como

pessoa, e na sua formaC;8:o integral. Sendo assim, reveste-se esta monografia de

carater qualitativo, urn estudo bibliografico, urn meio de unir conteudos

interdisciplinares sabre 0 ass unto.

Como delimitac;ao do tema propoe-se averiguar as novos requisitos no

relacionamento humano, face aDs seguintes desafios:

Podera a comunic8c;ao human a contribuir para formac;ao e crescimento do

individua, de plena desenvolvimento cognitivo e afetivo?

Quais as principais quest6es envolvendo a racionaliza.yao exacerbada e 0

desleixo a afetividade e relacionamentos humanos?

De uma forma geral objetiva-se verificar as conseqOencias de uma provavel

ausencia de abordagem humana e social na formac;ao integral do individuo,

estabelecendo parametros equalizadores dessa questao.

Propor uma monografia, voltada a afetividade foi como alga um tanto

compensador, uma vez que 0 proprio a tema afirma a aproxima.yao humana, que em

num entendimento maior, evoca a treca de energia e sentimentos sob 0 bin6mio:

ComUniCal!f30 e Desenvolvimento Humano.

A ideia que prevalece neste momento e ter a afetividade na comunicac;ae

como norteadora de uma educac;ao mais humanizada e feliz.

E acreditando nesta afirmac;ao que a presente trabalho tern como objetivo,

informar e, tambem, sensibilizar profissionais da area, aqui entendidos, como

mediad ores e facilitadores desse processo.

Desta forma, argumenta inicialmente a importancia do tema, citando

diverses teoricos educacionais e psicologos que comprovam a necessidade de

desenvolver a comunicac;ao com a afetividade ja nos primeiros instantes de vida.

Ressalta-se que esta pesquisa nao tern a pretensao de esgotar a tema proposto e

sim servir de veiculo norteador para sua tao necessaria constancia na busca de

aperfeic;oamento do ass unto.

A IMPORTANCIA DA AFETIVIDADE E COMUNICAC;:AO NA

EDUCAC;:AO CONTEMPORANEA

A educa~ao para 0 novo milemio, certamente, e urn dcs maiores desafios

que se depara, naD 56 no Brasil, como tambem a humanidade, com as constantes

evolUf;6es ocorridas no mundo do trabalho e a rob6tica ocupando 0 espayo do

hornem no mercado de trabalho, deparam-se as profissionais como "modelo" de

sociedade designada: A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO.

Nesta todos as que buscam a emprego, tern de dominar diversas areas do

saber e fazer, e fato que e a escola que prepara a mao de obra para 0 mercado de

trabalho, e assim, surge it necessidade de repensar urn ensinar e aprender para que

se possa atender as necessidades dos indivfduQs, dentro das perspectivas de

atender as demandas, desta, sociedade propondo urn novos paradigmas em educar,

calcados em uma nova etica do processo de ensinar e aprender em uma visao

voltada na~ s6 ao mercado de trabalho mais rumo a uma sociedade mais humana.

Endente-se que a escola como instrumento de educac;ao sistematica pode

possibilitar urn processo de transformac;ao e modernizac;ao do meio em que se

encontram inseridos os alunos, repensar 0 seu papel e transforma-Io, de acordo com

as exigemcias hist6ricas. Compreende-se que estas- exigencias- nao pod em se

limitar apenas no mercado de trabalho. A escola tem de pensar em um aluno que

perceba com clareza 0 que acontece consigo e com os outros it sua volta, ter a

sensibilidade de que, antes do desenvolvimento politico devera haver 0

relacionamento humano e a comunica~ao que se estabelece desde os primeiros

dias de vida entre mae e filho.

Quando 0 individuo 90sta do que faz e de quem 0 auxilia a fazer, possibilita

o "aprender a aprender", voltados a totalidade de seu meia, e uma perspectiva

dialetica de comunica~ao dos fatos, que certamente surtirao em possiveis solw;6es

que superem as Iimitac;:6es de seu meio.

Sabe-se que muitas das dificuldades, do ato de aprender, estao intimamente

ligadas a impossibilidade de 0 aluno estabelecer contato com 0 abjeta au pessoa

que media 0 aprendizado.

Assim a cognic;ao, a afeto, atraves da mediac;ao, esta intimamente

associada, influenciando no desenvolvimento plena de cada ser humano, formando

um processo continuo ligado ao psiquicD.

SIGMUND FREUD (1997, p. 15), a pai da psicanalise, afirma que a

funcionamento da mente e a desenvolvimento da personalidade estao

extrema mente ligados ao emocional que sao determinados durante as primeiros sete

anos de vida, ficando assim, a personalidade adulta "condicionada" pelas

experiencias emocionais da infancia.

Percebe-se a responsabilidade de todo profissional em educac;ao,

desempenhar em sua func;ao ensinamentos humanos e cientificos que fac;am das

crianc;as, jovens e adultos, a eles confiados, nao somente homens criticos, mas que

criem homens.

Assim, inicia-se a compreensao de como foi au foram "form ados" as

homens, e par buscar-se a totalidade, verifica-se a abordagem antropol6gica da

mediac;ao aqui entendida como sin6nimo de comunicac;ao humana.

1.1 UMA ABORDAGEM ANTROPOLOGICA

o comportamento social, certamente, passui uma serie de resultantes que

estao intimamente ligados a comunica~ao entre as individuos como, conseqO€mcia

desta origina-se a necessidade de manterem-se pr6ximos dos Qutros estabelecendo

uma mediac;ao afetiva.

Pesquisadores Norte Americanos do campo da psicologia Infantil, atraves de

experiencias com animais e humanos, afirmam que 0 bebe nasee com a capacidade

de emitir, "comunicar" comportamentos dirigidos a pessoa que esta tomando conta

dele, estas respostas incluem agarrar, vocalizar. sorrif, explorar visualmente e

acompanhar tal pessoa.

Alem de emitir comportamentos, 0 bebe, portanto. torna-se afetivamente

ligado a pessoa que cuidam dele, ficando receptiv~ e acalmando-se com sua

present;:a.

"0 be be institucionalizado, num ambiente irnpessoal e monotono, e passivel

de tornar-se cognitivo e emocionalmente deficiente, nao reagindo aos seres

humanos de modo socializado..." (MUSSEN, 1987, p. 194).

Percebe-se a irnporUmcia mediat;:ao e comunicat;:ao de "toques afetivos" na

forma9ao integral do adulto e sua sociabilidade, a homem, par certo, vive em

sociedade e relacionar-se com, esta e uma das prerrogativas para ser urn adulto

feliz.

Ulilizando-se de urn pensarnenlo interdisciplinar a psicanalise e a psicologia,

concordam que a crian9a ao se privar da presen-;a da figura, a qual Ihe atribui

cuidados, que certamente estabeleceu uma relat;:ao de afetividade, precipita um

processo de luta. Relacionam uma sindrome psiquiftirica de grau mais acentuado,

com tendencia para a depressao, em fun9ao do ocorrido au uma dificuldade para

experimentar sentimentos futuramente.

A psicanalise de Freud e a corrente dos bi610gas procuram explicar au

elucidar as questionamentos, em torno do tema, os bi61ogos especificamente os

etolojistas, estudam 0 desenvolvimento comportamental social de rela<;oes familiares

em especies inferiores, estabelecendo analog os ao comportamento dos humanos.

Uma parte do trabalho etol6gico tem side dedicada a identifica9ao dos

estimulos de sinais que suscitam as varios padr6es de comportamento especificos

das especies em peixes eaves, na medida em que muitos desses padr6es de

comportamento sao mediad ores do comportamento social - corte, acasalamento,

alimenta9ao dos filhotes pelas pais - muita fai elucidada sabre a natureza da

interayZlo social.

Segundo BOWLBY (1990, p.43), esta camunidade de bi61agas usa canceitas

como as de instinto, conflito e mecanismo de defesa semelhantes ao que sao

empregados pela corrente psicanalista, fazendo descric;:6es detalhadas do

comportamento criando tecnicas experimentais para submeter as hip6teses e

provas.

o autor reparta-se a Darwin nae 56 porque ele foi urn etologista antes de a

palavra ter sido inventada, mas tambem porque uma preocupa9ao basica da

etologia e a evolw;:ao do comportamento atraves do processo de seleC;30 natural.

Tambem este autor afirma que a luz da filogenia e provavel que os contatos

instintivos que ligam 0 bebe humano a uma figura materna sejam construidos de

acordo com mesmo padrao geral presente ern outras especies de mamiferos.

BOWLBY (id.) realizau observa90es do compartamenta de crian9as

saudaveis de ate tres anos, todas expostas a uma situac;ao semelhante, isto e, uma

estada de durac;ao limitada numa creche residencial ou enfermaria de hospital, onde

fcram assistidas de mane ira tradicional. As crianc;as fcram retiradas de seu ambiente

familiar e passaram a ser cuidadas p~r pessoas desconhecidas.

Neste contexto, as crianc;as observadas mostraram uma sequencia

previsivel de comportamentos, a saber: fase de protesto, desespero e desligamento.

Em todas as fases, a crianya sofreu muito e seu comportamento

dependencia da fase atingida durante a periodo de separac;ao. Tal como as adultos,

bebes e crianc;as pequenas que perderam uma pessoa amada sentem pesar e

passam por period as de luto, e dentro deste, a raiva com relac;ao it pessoa perdida eparte integrante da rela9aa do pesar. BOWLBY (1960) como nos casas de marte um

esforc;o carregado de raiva para recuperar a pessoa perdida e tao inocuo, diz a

autor, que ha uma tend en cia para considera-Io patologieo em 5i me5mo.

As provas sugerem que a expressao manifesta desse impulso, par mais fora

da realidade e inutil que seja, e uma condiC;ao necessaria para que 0 luto siga urn

curso saudavel. 0 protesto, inciuindo uma exigencia raivosa do retorno da pessoa e

uma recriminagao contra ela por ter desertado, faz parte da resposta a perda, tanto

por parte do adulto como por parte da crianga.

Como explicar que tais exigencias e reclamac;oes sejam feitas mesmo

quando a pessoa nao pode ser trazida de volta?

Talvez a resposta esteja na tearia da evoluC;ao, po is as caracterlsticas das

respostas e reac;6es dos seres humanos tambem sao a regras em muitas outras

especies. Na existencia primitiva e natural, perder 0 cantato com a grupa familiar

imediato e perigaso, especialmente para os filhotes, pais e do interesse da

seguranc;a individual e da reproduC;ao da especie que existam fortes lac;os unindo as

membras da familia.

Tada separac;:ao par mais breve, requer esforc;os imediatos e vigorosos para

recuperar a familia, especialmente a membra com quem a ligac;ao e mais forte.

Sugere que as determinantes herdadas do comportamento (instintivas)

evoluiram de tal modo que as respastas padronizadas if perda de pessoas amadas

sao sempre, em primeiro lugar, impulso para reave-las e, depois para recrimina-Ias,

entretanto, se as impulsos para recuperar e recriminar sao respostas automaticas

inerentes ao organismo, sao respostas a toda e qualquer perda.

Na me sma linha de raciocinio outros autores afirmam que esta forma de

hip6tese, explica porque uma pessoa que sofreu uma perda experimenta

comumente urn impulso irresistlvel para reaver a pessoa, mesmo sabendo que a

tentativa e infrutifera e para recrimina-Ia por ter partido, mesmo quando sabe que a

recriminac;:ao e irracional.

Na tentativa de explicarern, parque uma crianc;:a se liga a mae, te6ricos da

aprendizagem, tais como Dollard, Miller, Sears, Maccobu e Levim, e psicanalistas

diversos supuseram cada urn par seu lado, que isso S8 deve ao fato da mae

alimentar 0 bebe.

A compreensao do porque os adultos ligam-se uma aos outros, 0 sexo foi

comumente considerado a explicac;;ao 6bvia. Porem, quando se verificam

minuciosamente as provas, depreende-se que as provas sao insuficientes.

Sabe-se que nao s6 entre as aves, mas, tambem, entre os mamiferos, os

filhos ligam-se a objetos maternos, apesar de nao serem alimentados por essa fonte,

que os contatos afetivos entre adultos nao sao necessaria mente acompanhados per

relac;;ao sexual e, que as relaC;;oes sexuais ocorrem, com freqOemcia, independente

de qualquer liga980 aletiva.

a que se sabe hoje acerca da ontogenia dos vinculas afetivos sugere que

estes se desenvolvem porque a criatura nasce com uma forte inclinac;c3o para se

aproximar de certas classes de estimulos, - as familiares - e para evitar outras

classes de estimulos - os estranhos. Neste sentido, a func;;ao biol6gica de quase

tada a mediaC;;8Io entre individuos da mesma especie e a proteC;;80 contra

predadores. Uma func;;aa tao importante quanta a nutric;;ao au a reproduc;;ao para a

sobrevivencia de uma populac;ao.

Em sintese segundo BOWLBY (1990, p. 53) esta e a teoria de liga980

concebida como qualquer forma de camportamento que resulta em que uma pessoa

alcance au mantenha a proximidade com 0 outro individuo diferenciado e preferido,

embora seja especialmente evidente durante os primeiros anos da inf2lncia,

sustenta-se que 0 comportamento de ligac;:ao caracteriza as seres humanos do berc;;o

a sepultura.

[nclui-se 0 choro e 0 chamamento, que suscitam cuidados e desvelos, a

seguimento e 0 apego e, tambem os prote5t05 5e uma crianc;a ficar sozinha au na

companhia de estranhos. Com a idade, a freqOencia e intensidade com que esse

comportamento se manifesta diminuem gradativamente, no entanto, todas essas

formas de comportamento persistem como parte importante do equipamento

comportamental do homem.

1.2 RECORTES EM FREUD FASES INICIAIS DE

DESENVOLVIMENTO HUMANO

Foi a partir da contribuit;:ao psicanalitica de Freud, no decorrer de toda sua

obra e a de seus seguidores, que se evidenciou a existencia de fen6menos

psiquicos inconscientes e consequentemente sabre 0 aprendizado manifesto.

FREUD em sintese de sua obra: "Inibi~ao, Sintoma e Ansiedade", explicita

as vias atraves das quais as conflitos psiquicos se expressam em sintomas

reveladores de urn sofrimento mental, afirmando que conflitos podem ser resultantes

da interaS:<3oda crianc;a com seu meio e/au com rela'Yc3o a aspectos de si mesma.

Em outras palavras, quando a crian((a tern uma boa media,:(c3o, contata inicial

com sua mae, criam-se, condic;6es para 0 desenvolvimento de urn sentimento de

confianc;a basica au para a desenvolvimento egoico e das demais func;6es psiquicas.

A partir de FREUD (id.), inicia-se a teoria do desenvolvimento humano

contribuindo para com preen sao da forma~o da estrutura da personalidade e do

carater do individuo. 0 autor descreve esse desenvolvimento em fases, tendo elas

caracteristicas proprias. Freud nao se utiliza da palavra "comunicac;ao", porem em

sua teoria, denomina essas fases de desenvolvimento como processos mediad ores

que caracterizam a format;ao do desenvolvimento afetivo da crianc;a.

a) A lase oral

A primeira fase que Freud se refere e a fase oral em sintese:

"Primeira fase da evoluC;ao libidinal: 0 prazer sexual esta entao ligado deforma predominante a excitat;ao da cavidade bucal e dos labios queacompanha a alimentat;ao. A atividade de nutric;ao fornece as significac;6esseletivas pelas quais as exprime e se organiza a relaty80 do objeto: porexemplo, a relac;ao do amor com a mae sera marcada pelas significac;6esseguintes comer e ser comido".(PONTALlS, 1986, pp. 241-246}.

Em outras palavras gira, essa fase em tome do prazer da suctyao do

peito e esta ligada a func;ae somatica vital da alimentac;ae e satisfac;ao imediata dos

impulses, pais a crianc;a e sua mae formam urn conjunto unico e sincr6nico entre as

necessidades do bebe e a disponibilidade para atende-Io.

Poueo a poueo, esta unidade adquire outra eonforma((ao, eaminhando para

uma rela((ao simbiotiea, ate que possa atingir um esta.gio de separat;:ao e

individua((ao, Pontalis explieita a fase oral em: primitiva e secunda.ria.

"A fase oral e earaeterizada pelo prazer da laetat;:8.o, depois pelo prazer demorder. Fase oral primitiva. E earaeterizada p~r um estado de desejoviolento imediato: voto ao estado puro. Sem a mae, a erian((a nada pode: edesprovida de meios, de sorte que experimenta um sentimento deimpotEmeia quando nao tern a que espera e um sentimento de onipolEmciaquando seus desejos sao satisfeitos.[ ...1 Fase oral seeundaria: A mordidarepresenta uma teeniea rudimentar que consiste em ineorporar a individuoamado: [.. .].Tipos orais vineulados a fase primaria:. sao earaeterizados pelaimpaciencia, a liberdade, a alegria. A sociabilidade, um espirito aberto anovas ideias, uma tendeneia a inquietac;ao e a pressa. Tipos oraisvineulados a fase seeundaria:. Sao earaeterizados por uma tendeneia adestruiC;80, a inveja, ao ciume, a hostilidade, par urn eaniter acerbo, umespirito eonservador( no sentido amplo do termo), por relat;:6es asperas.(PONTALlS,1986 pp. 99-100).

Afirma tambem que no decorrer dessa fase, se houver pontos de fixa9ao

(trauma), ira eomprometer a erian.ya ou adulto na sua eapacidade natural de lidar

com as necessidades fisiol6gicas, que 58 desenvolvem e solidificam nos primordios

da vida.

Nas primeiras seman as de vida da crian((a, a eapacidade desta, de

pereep9c3.o do mundo externo e do objeto praticamente nao existe, e urn mundo

caotico e indiferenciado, ela e a meio sao uma caisa 56. Essa diferencia((ao eomec;a

a aconteeer nos primeiros meses atraves da rela((:ao. primeiramente com a mae (au

de quem euida dela) crian((:a e 0 meio, sendo a inicio da rela((ao, contato,

eomuniea((ao sujeito objeto, depois pass a a identificar sensac;oes de satisfa((ao e

desconforto; de prazer e desprazer, iniciando a identificat;ao de partes da mae (seio-

mao-rosto) como parte do meio externo (rela9ao parcial com a objeto) e sua

dependencia com a objeto (mae).

Infere-se diante dos estudos de Freud, que a educador com caracteristicas

autistas, sera capaz de dar sua aula earn profunda conhecimento te6rico da materia,

porem com deficit de intera~ao interpessoal e de perceP98.0 do individuo enquanto

aluno dotado de caracteristicas que Ihe sao proprias.

10

b) A fase anal

A segunda fase do desenvolvimento de acordo com Freud:

"Fase anal sMica: Segunda lase da evolu,80 libidinal, segundo Freud(1905), que podemos situar aproximadamente entre os dois e os quatroanas; e caracterizada por urna organiza/yao da libido sob 0 primado dazona er6gena anal. A relac;ao do objeto esta impregnada de significac;6esligadas a lun,ao de deleca,ao (expulsao -reten,ao) e ao valor simb61icodas fases. Vernos aqui afirrnar-se 0 sado-masoquismo em relac;ao com 0

desenvolvimento muscular.[ ...] Freud relaciona ja as trac;os de caracter quepersiste no adulto ( a trlade : ordem, parcimOnia, teimosia) com erotismoanal da crian,a. Em A Predisposi,ao Para a Neurose ( Die Disposition zurZwangsneurose,1913) aparece pala primeira vez a noc;ao do urnaorganizac;ao pre-genital em que as pulsoes sadicas e erotica-analpredominam; como na fase genital, existe urna relac;ao com 0 objetoexterior,[ ...1 [... ] Na fase anal, ligam-se a actividade de defecac;ao valoressimb61icos de darn e de recusa; Freud pos em evidemcia, nestaperspectiva, a equivalencia simb6lica feses=prenda=dinheiro. (PONTALlS,LAPLANCHE, 1986, p.234).

Nas reflexoes sabre a teoria de Freud e Pontalis velam a refiexao que as

caracteristicas dessa fase sao mais convincentes porque sao mais visiveis, e a rna is

reprimida, sem media~ao positiva. Tern sua origem na experiencia da crianeya ao

longo da educaC;80 para 0 asseio. 0 controle da excreC;2Io visa a dois objetivos:

reprimir na crianc;a a tend€mcia a cropofilia, a sujeira, e regularizar os momentos de

excreyao.

Psicologicamente essa educa9ao significa que a crianya sacrifica-se, troca 0

prazer narcisico, pelo do elogio dos pais. E esse elogio que permite a crianya

adquirir a controle dos seus esfincteres E p~r amor ao outro que ela faz esse

sacriticio. 0 medo pode produzir resultados aparentemente excelentes, porem a

libido mantem-se numa fixayao narcisica, ou seja, com incapacidade de expressar-

se aos outros e a diminui980 da capacidade de amar. A onipotemcia do pensamento

estaria ligada a onipotencia das fun90es de excree;ao. Resultando disso para a

crianya e os adultos nos qual essa tase esta fixada, numa diminuiC;8o do rendimento

das relae;oes interpessoais.

11

Ainda conforme Freud na segunda zona erogena a crianc;:a pade obter

satisfalfao ao se exibir diante dos pais, prendendo as fezes como forma de desafio.

Este ato de reter pade tornar se uma fixaryao, urn carater anal. Se a passagem por

esta fase nao for tratada com cuidado, com uma relac;ao/comunicac;ao adequada, ou

seja, se as pais reprovarem a interesse da crianc;a pelas fezes pade provocar-Ihes

fixal(oes intensas au obsess6es. Obssess6es estas com a sujeira, horror pelas

func;6es do carpa, e pela falta de limpeza, podendo afetar as relar;6es com 0 Dutro e

sua percepc;ao do mundo, cerceando sua criatividade.

c) A fase fillica e/ou genital:

Fase falica: fase de organizac;ao infantil da libido que vern depois da faseoral e anal e a Ocaracteristica por uma unifica~ao das puls5es parciais sob 0

primado dos orgaos genitais; mas 0 que ja nao sera 0 caso da organizayaogenital pubertcfuia, a crianc;a, de sexo masculino ou feminin~, so conhecenesta fase um unico orgao genital, 0 orgae masculine, e a oposi9ao dossexos e equivalente a oposiyao falico-castrado. A fase ftilica corresponde aomomento culminante e ao declinio do complexo de Edipo; 0 complexo decastra~ao e aqui predominante. A no~ao de lase lalica e tardia em Freud,pois s6 em 1923 aparece explicitamente.[ ...]. "(PONTALlS, LAPLANCHE,1986, p.238).

Tanto na primeira quanto na segunda fase, a bebe descobre a outro,

primeiramente sua a percepyao atraves do fisice e posteriormente em nivel

cognitiv~. Na fase genital au falica onde culmina 0 complexo de ~dipo e a

estrutura9ao do superego, a crianya no seu desenvolvimento normal aceita e

percebe 0 terceiro na relayao e este ira elaborar, vivenciar e introjetar 0 terceiro.Tem

inieia a aeeitayao das leis externas e a introjeyao (superego precursor do camplexo

de ~dipo), a justiya e reconhecida como meio rna is econ6mico para resolver

rivalidades; reconhece as diferenyas entre 0 masculine e feminino, certo errade, meu

seu, etc. Pontalis ainda continua:

o complexo de Edipo desempenha um papel lundamentalmente naestrutura9fjo da personalidade e na orientayao do desejo do ser humano. [...JEfectivamente, numeresas pervers5es, como 0 fetichismo, a maior parte dasformas de homossexualidade e mesmo a incesto realizado, sup6e umaorganiza9ao sob 0 primado da zona genital. Nao se tratara de uma indica9aode que a norma deve ser procurada algures, mas nao no funcionamento

12

genital propriamente dito? Convem recordar que a passagem para plenaorganiza,ao genital supoe, para Freud, que 0 complexo de Edipo tenha sideultrapassado, a complexo de castrayao assumido, a interdiyc3.o do incestaaceite. As ultimas pesquisas de Freud sabre a perversao mostram, alias,como 0 fetichismo est. ligado a "recusa" da castra,ao. "(PONTALlS,LAPLANCHE, 1986, p. 116).

Ainda em seus estudos conclui que 0 triangulo mae pai e tilho ifaa auxiliar no

desenvolvimento da crianya, no sentido de propriedade nao 56 com relac;ao ao seu

proprio carpa, como ern relar;c3.o ao que e seu e do Dutro Ihes dando a noryao de etica

a que e certo e errado bom e mal contribuindo com a forma,ao da moral. 0 Autor diz

ainda aqui que as pais introduzem nas suas rela90es a cultura dentro da qual eles

vivem, (superego), au seja, a inicia~ao social se faz por intermedio da influencia

dos pais. Os fatores psicol6gicos e 05 fatores socia is se interpenetram.

13

1.3 SEPARA~Ao E INDIVIDUA~Ao EM MAHLER

Mahler assim como Bowlby Freud Spitz e Qutros, realizou observac;:5es do

comportamento da crianc;:a e seu desenvolvimento, sendo esta do nascimento ate

tres anos, com objetivo de, constatar como se da 0 processo de separar;ao e

individuar;ao do bebe. Realizou este trabalho atraves de observac;:ao orientada, com

maes e seus bebes, em que estes passavam duas heras e meia, tres a quatro

man has par semana, no hospital em urn ambiente semelhante a urn play-ground

interno.

Neste contexta, maes e crianc;:as sao observadas ern seus comportamentos,

onde as maes entravam e salam livremente deixando seus bebes na sala com uma

substituta.

Assim como Spitz ela eita que 0 bebe nos primeiros meses e principal mente

nas primeiras semanas e um ser bial6gica, com fun96es rudimentares, e que

bialagicamente vai se adaptanda e se preparanda para formarrao psiquica.

A partir de nassos estudos sobre psicose infantil, bem como de nossasobserva90es clinicas com bebes, pudemos compreender ja que 0

nascimento fisiol6gico do bebe humano nao coincide de modo algum comseu nascimento psicol6gico. 0 primeiro e um acontecimento dramatico,prontamente visivel e bern definido, enquanto 0 ultimo e processo intra-psiquico de lenta evolu9ao (MAHLER, 1979, p. 105)

Foi atraves de seu trabalho eUnico com crian9as psic6ticas e suas

perturbarr6es de "identidade" ela resolveu pesquisar nas primeiras fases do

desenvolvimento, como aconteciam as primeiras inter-relarroes mae e filho, diz ela:

Minhas hip6teses podem ser brevemente resumidas como se segue:enquanto no autism a ha um triste mundo gelado entre 0 sujeito e 0 objetohumano, na psicose de tipo simbi6tico, ao contrario, ha fusao e falta dediferencia9ao entre 0 self eo nM self (Ibid., p. 15) ..

Esta media9aO bebe - mundo se da atraves da mae, e, 0 humor do bebe

influencia no humor da desta e vice-versa, e que a mae reage de forma diferente

com cada urn dos seus tilhos. rAI~. . 'I

/

14

As fases do desenvolvimento normal de zero a dois anos de MAHLER

segundo CARACUCHANSKY (1998, p. 32 e 33)

Podemos aqui diferenciar oito niveis da relaf):ao Sujeito-Objeto:

I naD hi'! relal(ao objetal onde 0 sujeito e a mundo.II sujeito depende totalmente do objeto sobre 0 qual exerce controle.III Sofre de sentimentos de perda em relayao ao objeto.IV Com afetividade centrada no objeto e a curiosidade voltada para 0 mundoexterior, 0 sujeito e guiado pel a objeto em suas experiencias.V sujeito se desprende do objeto para ir a soltas do mundo.VI sujeito procura reconquistar 0 objeto, e ter iniciativa.VII sujeito ao mesmo tempo que se agarra ao objeto tenta adquirir liberdadeinterior.VIII sujeito escolhe a distancia ideal do objeto na qual pode funcionar.(Caracuchansky 1998 pg. 31)

Visao de Caracuchansky e Wilber sobre a teoria de Mahler

I "Autismo Norma'" ( 0 a 2 Meses): as primeiros dais meses. Lanya maodo sono do repOUSD, e da revivencia de experiencias intra-uterinas, (umprolongamento das mesmas). (CARACUCHANSKY, 1988 p.32).Posic;ao da libido e predominantemente visceral, sem discriminac;ao entredentro e fora, (WILBER, 2003 pg. 39 ).II Simbiose Normal (dos 2 aes 617 meses) 0 ego interageespontaneamente com a mae, estimulando esta a dar-Ihe protec;aonecessaria. Busca estimulos e e susceptivel aos mesmos. ~ da estimulac;aorecebida que nasee a rela~ao positiva ou negativa com a mae (Greenspan,1981) (CARACUCHANSKY, 1988 p. 32). Estado de nao-diferencia,ao, oude fusao com a mae, no qual 0 "eun ainda nao e diferenciado do nao - eu eno qual 0 dentro e 0 fora s6 aos poucos vao sendo sen tid os comodiferentes. (WILBER, 2003 p. 39).III Saindo do "OVO" ( des 617 aos 9/10 meses) A crian,a sente 0 que delase separa e de suas inumeras potencialidades escolhe aquelas queatendem a expectativa da mae. Busca a lideran~a da mae. Diferencia anatureza dos estimulos, diferencia a mae de outras pessoas, compara 0 quee familiar com 0 que e estranho. 0 estado do ego e funcional para lidar aomesmo tempo com a fame de dependlmcia do que e familiar ( a mae) e acuriosidade em rela~ao que e estranho ( 0 mundo exterior)(CARACUCHANSKY, 1988 pg. 32). Subfase da diferencia~ao "saida dacasca" acorda de sua uniao dual, simbiotica e anterior com a mae e com aambiente sensoria fisica. "Neste estadio todas as crian~as norma is dao seusprimeiros passos inseguros com vistas a se afastar da mae, num sentidocorporal. Self corporal, nao psicol6gico" (WILBER, 2003, p. 39).IV Inicio do Treinamente ( des 8 aos 10/12 meses) A crian,a explora nadire~ao proposta pel a mae. Quer organizar-se no tempo e no espa~o e tocartudo 0 que tiver ao seu alcance. 0 estada do ego que surge possibilita aestrutura<;ao do tempo e a satisfa<;ao da fome de toques. (Caracuchansky,1988 p. 32). Subfase da p"itica (9/15) 0 narcisismo est'; no auge! "Acrian~a ests. inebriada pelas usas capacidades, continuamente deleitada

15

com suas descobertas que faz em seu rnundo em expansao, e quaseenamorado do mundo e de sua propria grandeza e onipotencia" (WILBER,2003, p, 39),V Treinamento Propriamente Dito (de 10/12 a as IS meses) a crian~a seenvaidece com a aquisi~ao autonoma sabre dois pes e a aquisic;:ao denovas habilidades. A reac;ao e de vaidade e a necessidade de chamaratentyao e obter aplausos. 0 estado do ego que enta~ surge se volta parasaciar a fome de reconhecimento, (CARACUCHANSKY, 1988, p, 32),VI Inicio da Aproxima~iio (dos 15 aos 18 meses) Nele atuamintensamente as mecanismos de identificac;ao e a crianry8 aprende a dizer"Nao" par identificar;ao com a adulto, sentido como agressor quandoformula e recusa. E tambem a fase em que a crianc;a descobre a prazersexual (e quando comec;a a erec;:ao dos membros). Quer partilhar suascoisas com a mae, compete com ela e par ela. 0 estado do ego que surge efuncional para sociabilidade, a sexualidade e para a compartilhar.(Caracuchansky 1988 pg, 32 e 33)Subfase de aproxima~iio (15/24)nascimento psicologico do bebe humano,,( WILBER k, 2003, p,39),VII Crise de Reaproxima~ao 15/24 meses) em meio a crise dereaproxima\=ao a crian\=a lida com a separat;ao e se separa internamente.o importante para a criant;a, entao e Mpertencer", embora sem dependemcia,nao ser abandonada e nern reduzida a urna condit;ao de passividade e/ouinferioridade, 0 estado do ego que surge possibilita separar-seinternamente, Upertencer" e "empatar" no relacionamento(CARACUCHANSKY, 1988, p,33),VIII Distincia Ideal na Reaproxima~iio (24/36 meses) Aos dois anos, oupouco antes, a criant;a se coloca a uma distancia do outro na qual podefuncionar melhor. Adquire consciemcia de sua identidade, desenvolvecaracteristicas pessoais. Estado do ego e funcional para a format;ao daidentidade, para a auto-realiza~ilo e para a autonomia, (CARACUCHANSKY1988, p, 33),

Cada fase tern seu tempo certo, a primeira e a base e 0 suporte para

seguinte e assim sucessivamente. Permanecer muito tempo au pouco tempo em

uma dessas fases impliea no eomprometimento das posteriores. Embora criant;as

norma is tenham grande plastieidade e eapaeidade de adaptat;aO elas sempre vao

reagir em eonformidade com 0 desejo ou a comunica~ao inconsciente da mae. A

crian\=a na fase simbi6tica com uma mae com dificuldade de aceitar 0 desligamento

da mesma ao entrar na fase de treinamento, tendera a frustra-Io na sua tentativa de

liberdade, Ja a mae que sente dificuldade de corresponder as necessidades

simbi6ticas da criant;a tendera a empumi-Io para a fase do treinamento

antecipadamente, melhorando 0 seu relacionamento na fase do treinamento.

A Se\e9aO leila pe\a mae com frequ,mcia indica a exislencia de conflitos enao simples erro de percep~ao, No entanto, 0 resultado padrao deindividuat;ao da crianc;:aprovou, em nossa experientia, ser determinado em

16

grande parte pelas tentativas da mae ern adaptar-se ao amadurecimento deseu filho, bern como pelos esfofyoS do bebe para adaptar-se as fantasiasconscientes e inconscientes da mae. (MAHLER, 1988 p. 34)

A comunicayao mae - bebe se estabelece desde muito cedo, embora as

vezes mal interpretado esta diade vai construindo sua intimidade e linguagem que

Ihes sao proprias.

Nao sabemos se estas mudanyas no comportamento e nas express6es dacrianya sao apenas fen6menos de descarga au se sao tambemcomunicac;:6es ativas. Entretanto, temes observado uma substituiyao dadescarga pela 5inaliz89aO, bern como respostas precisas, seletivas oudistorcidas da mae e esses sinais, para ele indicadores das necessidadesdo bebe. Torna-se aparente que as rnaes variam em sua interpretac;ao dograu de independencia au da nova aquisiC;ao desenvolvimental indicadapar estes sinais, respondendo aos men os com suas propriasinterpreta~5es. (MAHLER,1988, p.33).

Caracuchansky vale-se da tearia da Malher para fundamentar a sua, sabre

vinculos e mitos e a possibilidade de destin os das pessoas, utilizando mitos e contos

de fadas para exemplificar os padr6es de comportamento que se estabelecem

desde multo cedo, de acardo com as experi€mcias vivid as na fase de separac;:ao e

individuac;ao. Estes repetem nas fases posteriores de forma mais refinada e

sofisticada, sendo esta uma maneira de comunicar onde ficou urn ponto de fixac;:ao.

Cito aqui de forma sucinta, pais nao e 0 objetivo deste trabalho, alguns

exemplos:

1- Autismo normal relac;ao com a objeto nao e conhecida, possibilidade de destino

vida passiva vazia - conto que espelha este padrao de comportamento citado por

Caracuchansk e 0 da Bela Adonmecida.

Bela Adormecida, quando se aproxima da fase do treinamento, nao tendo os

recursos necessarios desta, para investigac;ao, e descoberta, regride para a fase

anterior. "autismo " ou seja, na sua investigaC;ao do castelo se espeta na roca e cai

em sono profundo,.portando as caracteristicas de pessoas com dificuldades nesta

fase, regride, e ficam num sana profunda sem tamar conhecimento do que se passa

a volta dela.

2- Simbiose se apoia no objeto e depende totalmente dele, possibilidade de destino

dependente, sempre protegido au sendo 0 amo e a senhor. 0 mito que espelha este

padrao de comportamento e 0 da Psique.

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3- Saida do Ovo - sente medo de perder 0 objeto e tenta fazer 0 que e da

competencia do objeto. Possibilidade de destino, perdendo e recuperando ° que foi

perdido mito Persefone.

Uma crianc;a com caracteristicas da "Saida do Ovo" quando entre quatro esete anos, na fase, segundo Freud (1932 ).do "Complexo de Edipo", ficaatenta a tudo a que ocorre com seus pais e, particularmente, a relac;aoentre eles. Campara tambem a mane ira pela qual 0 pai e a mae serelacionam com ela. Este padrao de relacionamento triangular, vivid a entreas quatro e as sete anos, se fixa e passa a seT repetido inumeras vezescom pessoas pela vida afora, embora cada vez com pessoas diferentes.(CARACUCHANKY, 1988, p. 61).

Diante do exposto acima fica claro a importancia da comunicac;ao nas

relac;6es desde 0 nascimento, e que as primeiras deixam impress6es profundas as

quais VaG nortear teda a vida do individua, 0 sugar a primeira modalidade social

aprendida na vida e e aprendido em relaC;:8o a outra pessoa (materna) na

comunicaC;8o com esta, como outro primordial (Freud) a grande outro (Lacan) do

primeiro espelhamento narcfsico e apego amoroso. Erik Ericson 1997 com sua teo ria

psicossocial que diz: na fase de zero a dais anos erianc;a desenvolve a "confiant;a

versos desconfiant;a basica", estagio oral sensoria,

A tarefa basica do modo oral e 1 organizar a sentimento de abter. Obtersignifica "reeeber e aceitar a que e dado" Este primeiro modela de relat;aocom a mundo ficara na dependEmcia de uma relaC;:8o qualitativa com a mae. 0processo de auto-regulagem mutua da crianya aprende a receber, enquante am~e adapta a ela suas possibllidades de dar, desenvolve n~o so 0 sentimentode obter, mas tambem 0 de poder esperar que Ihe deem. ( RAPPAPORTEeoutros VA 1981 P.22)

Assim, ao conseguir 0 que e dado ao aprender a fazer com que alguem deaquilo que e desejado. (receber), 0 bebe tambem desenvolve as bases adaptativas

necessarias para, algum dia, conseguir ser urn doader (dar), e por ter a expectativa

comunicada de forma clara de que sera adentida, que podera aguardar nas

necessidades,controle dos impulsos ou seja, que 0 sentimento de confianc;a de que

sera atendida. Acrescenta na revisao de seu ultimo livre 0 Ciclo da Vida Completo

termos como "esperanr;a, fidelidade e cuidado." (Erik EriKson 1997 pg.51) .

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Esta certeza na previsibilidade exterior Ihe estruturara a dimensaopsicossocial da confianc;a. Urna confianr;a que alicerc;a inclusive as estruturasda fe. 0 sentimento de erer, estruturas religi6es, e tambem derivado destemomento. Erik define religiao como virtude social desta etapa. (RAPPAPORTEe outros VA 1981 P.23)

Ter 0 conhecimento da importfmcia do desenvolvimento humano, das suas

fases, e que cada urna destas tern caracteristicas e forma de comunic8C;03o que Ihes

sao pr6prias, e de suma importancia para 0 educador, pais e interessados neste

tema.

19

1.4 A CONTRIBUI<;:AoDE REN~ SPITZ

A malaria dos cientistas e estudiosos que estudam 0 desenvolvimento

humane sao unanimes em afirmar que 0 reeern nascido e urn organismo

psicologicamente indiferenciado, 0 e este passui urn equipamento conge nita.

A aquele Ihe laltam consci~ncia (percepl'ao), sensal'ao (elemento da

consciencia), e que 0 bebe e indefeso, incapaz de sobreviver por meios pr6prios, a

que Ihe falta e e suprido pela mae ou por quem euida dele, 0 relutado e uma relaC;8o

complementar uma diade.

No decorrer do primeiro ano com a maturac;ao biologica e psicologica a

crianc;a val desenvolver sua potencialidade, e Spitz, afirma:

{...} do reeem nascido como urn organismo psicologicamenteindiferenciado, nascido com urn equipamento congenito e certa Anlagen (tendemcia). A esse organismo ainda faltam consciencia, percepc;ao,sensac;ao , e todas as outras func;oes psicologicas. seja consciente OU

inconsciente. { ...} essa diferenciar;ao se inicia como resultado de doisprocessos distintos [ ... 1 chamaremos a um desses processos maturar;ao;ao outro desenvolvimento, e as definiremos da seguinte maneira:Maturar;ao: 0 desdobramento de func;oes filogeneticamente desenvolvidase, portanto, func;oes inatas da especie, que emergem no curso 0

desenvolvimento embrionario ou aparecem apos 0 nascimento embrionarioou aparecem apos 0 nascimento, como Anlage, e se tornam manifestasnos estagios posteriores de vida. Oesenvolvimento: a emergencia deformas, de funr;oes e de comportamento, que constitui 0 resultado einterar;oes entre 0 organismo, de urn lado e 0 ambiente interno e externode outro. Isto e IreqOenlemente denominado "crescimento" [ ...] (SPITZ,1985 pp. 24,25).

Este autor inicia sua teoria que cada pessoa e (mica (equipamento

congenito) e este equiparnento possui tres fatos a considerar: primeiro a carga

genetica e a propria maturac;ao biologica irreversivel dos orgaos, segundo a vida

intra-uterina, au seja, as experi~ncias (doenr;as) vivid as pela mae e transmitidas ao

feto durante a gestar;ao e 0 proprio parto, por exemplo anorexia cerebral rubeula

etc,.e, terceiro as fatores ambientais .

[ ...] Poderiamos nos perguntar par que as 80ci610gos ignoram a fato de que,na rela,ao mae-filho, leriam eles a oportunidade de ob8ervar a inicio e aevoluc;ao das relar;oes sociais, par assim dizer, in status nascendi. Entre aspeculiaridades desta, relac;ao ocorre que, ante nossos proprios olhos, uma

20

situac;ao de nao-relacionamento social, urn vinculo puramente biologicQ, etransformado, passe a passo, no que eventualmente se torna a primeirarelac;ao social do individuD. 0 que testemunhamos e a transic;ao dofisiol6gico para 0 psicol6gico e social. (SPITZ, 1985, P 29).

o autor, afirma que as relac;6es do feto sao parasiticas, ao nascer a bebe

passa por urn estagio simbi6tico com a mae, e, assim vai acontecendo a

desenvolvimento passando para estagios posteriores ate as rela90es sociais, este

ao nascer naD estabelece relac;c1o com 0 objeto, au seja, naD he relac;ao objeta1 nem

objeto no universe do recem nascido e este periodo distingue-se tres estagios, a

saber:

"1- 0 estagio pre-objetal au sem objeto".

2- 0 85ta9io precursor do objeto.

3- 0 estagio do pr6prio objeto ". (SPITZ, 1985 p.33)".

1-Estagio pre-objetal

Neste estagio 0 recern-nascido nao distingue uma "coisa" da outra nao

consegue distinguir uma coisa (externa) de seu pr6prio corpo e nao percebe 0 que 0

rodeia como sendo separado dele mesmo. Portanto ele percebe 0 seio materno, que

o satisfaz a sua exigencias e Ihe fornece-Ihe com ida, como parte de 51mesmo. [ ...10recem nascido em si mesmo nao e diferenciado nem organizado [ ... J, [... J os

mecanismos preceptivos do recem-nascido sao protegido do mundo exterior por

uma barre ira dos estimulo externamente alto. (SPTIZ, 1985 pp. 49,50).

Spitz cita que a abordagem genetica e 0 principio orientador da sua

metodologia, e 0 bebe nos primeiros meses e principalmente nas primeiras semanas

e urn ser biol6gico, com func;6es rudimentares, e que biologicamente vai se

adaptando e se preparando para formal(ao psiquica.

o pesquisador discorda de alguns autores que a feto mesmo antes de

nascer sente desprazer e do trauma do nascimento, e as reac;6es do recem-nascido

sao puramente fisiol6gicas. E 0 cicio permanente de "real(ao-al(ao-real(ao" e e este

dialogo com a mae que torna a be be capaz de transformar mais tarde gradualmente

os estfmulos sem significado em "si9nos" significativos, e a aprendizagem 56 se da

ap6s algum tempo depois do nascimento.

~

"21"~Lt. ,.lI,. ~l

"jNo segundo mes de vida segue a face e seus movimentos com 1ilQ$~·'~

durante a amamentat;:8o 0 be be olha fixe e constante para a mae, assim a face e 0

estimulo visual mais frequente oferecido ao bebe.

Apes seis meses urn tra~o fisionomico da face humana e estabelecida na

mem6ria infantil, e este e 0 primeiro signo da present;:a de uma satisfayao das

necessidades do bebe.

No final do segundo mes 0 bebe e capaz de distinguir 0 rosta do pane de

fundo, acompanha-Io e se lorna urn privilegiado objeto de percep980 visual, e e sua

visa a preferida aqui 0 sorriso e intencional.

2- Estagio do precursor do objeto

Nessa ocasiao, 0 progresso da matura980 fisica e do desenvolvimento

psicol6gico do bebe permite-Ihe coordenar pelo men os uma parte de seu

equipamento somatico e usa-Io para expressao de uma experie!ncia psicol6gica; ele

agora responden~ if face adulta com urn sorriso. Executando-se 0 ato do bebe seguir

com os olhos a face humana no segundo, mes, este sorriso e a primeira

manifestay30 comportamental, ativa, dirigida e intencional, 0 primeiro indicador da

transiyao de completa passividade do bebe para 0 inicio do comportamento ativo

que, de agora em diante, desempenhara um papel cada vez mais importante.[ ... ]

Estabeleceu-se que a reayao de sorriso do bebe no terceiro mes de vida,

seu reconhecimento da face human a nao indicam uma verdadeira relayao objetal.

..] esta gestante privilegiada consiste na testa olhos e nariz, 0 todo em movimento

[ ... J 0 que ele reconhece sao atributos secundarios, externos e nao essenciais.

o sorriso e 0 primeiro sinal voluntario de contato de comunicacao

intencional, ou seja, de manifestay30 de relacionamento do bebe com 0 mundo, ele

utiliza 0 sorriso para aproximar-se da mae ou substituta.

Embora a crianya ainda nao diferencie visualmente uma pessoa da outra e a

premissa ser ace ito dentro de urn clima emocional favoravel, e este clima e criado

pela mae e/ou substituta, e 0 afeto "materna" e essen cia I na infimcia e segundo

Spitz e nata fase da infancia que 0 afeto e crucial importancia muito mais que

qualquer outra fase da vida, e sao predominantes na vida do bebe servirao para

conferir qualidade de vida if experi€mcia do mesmo.

Mais urna vez a afetividade e colocada como premissa para um born

relacionamento e bern estar futuro, embora, Spitz divirja em alguns aspetos de

22

Qutros pesquisadores se encontram na questao da afetividade como, alga,

importante e eficaz, e ja deve ser reconhecida, nos primeiros meses de vida.

A reac;ao da mae permissiva sera diferente da rea9c3o damae rejeitadora au hostil, a da mae segura, diferente da maeansiosa au com sentimentos de culpa. E igualmente 6bvioque 0 problema da mae ira refletir no comportamento dobebe, levando sob certas condi90es a uma a9rava9aO doconflito. Urn exemplo da patologia a que podem chegar osdisturbios da rela9aO mae-filho e a chamada colica dos tresmeses.

Mae e filho interagem e influenciam urn aD Dutro no seu humor, conduta,

prazer e desprazer, esta relac;:ao ira promover sentimentos de culpa, fantasias

agradaveis desagradaveis e estes VaG influenciar urn ao Qutro, estas tracas chama-

se de "diade~. "Tal relacionamento esta, ern certa medida, isolado do ambiente e emantido par vinculos afetivos extraordinariamente poderosos.

Se 0 amor pede ser chamado de "um egoismo a dais" par um fil6sofo

frances, isto se aplica cem vezes mais a rela9ao mae-filho: "[ ... ] a capacidade de

empatia da mae e a percep9ao que a bebe tern do humor da mae, de seus desejos

consciente, assim como de seus desejos inconscientes".{ ibid.}.

o terceiro organizador da psique e a "nao" a dominio do nao tanto a gesto

como a palavra, a partir dos seis meses a crian!;a come!;a a ter certa autonomia e

sua curiosidade aumenta. Isto e importante para a desenvolvimento e aprendizagem

da mesma, porem nem sempre pod em as satisfazer a todos seus desejos e permitir

que se com porte de acordo com seus impulsos.

Aqui mais uma vez a afeto e a discernimento da mae e de suma importancia,

pais a excesso de repreensao au a permissividade podera comprometer tanto a

desenvolvimento emocional, como a cognitivo e social da crian!;a.

Estes subsidios sao de fundamental importancia no sentido de auxiliar as

educadores a compreenderem certas rea!;6es dos alunos, e comprovado mais uma

vez que a afetividade e importante no aspecto da c09ni9ao que fatalmente sera

"materializado" na escola.

SPITZ (1980, p. 125/6) argumenta que 0 inicio da diade mae e filho nos

primeiros meses se da de certa forma num mundo isolado, onde ira estabelecer uma

comunica!;ao, nao - verbal, nestes primeiros momentos. Esta pode ser comparada

23

com a rnesma que se da no mundo animal, pois no inicio 0 bebe assim como 0

animal reage somente a percepc;ao do estimulo e nao a mensagem, a recem

nascido esta. desprovido de Ego. Seus sinais sao processos interiores e nao se

destinam a ninguem. Parte desta comunicac;ao e filogeneticamente herdada, aonde

o ont0genetico ira se construir e seu apice sera 0 desenvolvimento da funr;ao

simb6lica.

Continua 0 autor, esta diade estabelecida entre mae e filho, tem sua origem

no afeto, este transmitido atraves de urn tipo de comunicaC;ao. "as processos

circulares de repercussao" (Ibid,p. 127). Esta se da atraves de sinais interpretac;ao

de signos e simbolos.

o sinal (sign) e um percepto, /igado empiricamente com a experiencia de umobjeto au SitUBy80. Sinais e signa sao hierarquicamente relacionados: sinal ea termo generico, signo e 0 termo subordinado; este e 0 uso especlfico dosinal. Portanto, a tenna signa designa urna canex80 eanveneiona/rnenteaceita entre sinal e urna expen·€mcia. cuja a conexao aeidenta/, seja arbifraria,ou seja presente objetivamente .... urn simbolo e um sinal que representa urnobjeto, uma 89BO, uma situB9BO, umB ideia, eJe tem um significado que VB;a/em de seus aspectos fonnais. (grifos do autor) Gesto e palavra sao ossimbolos mais elementares. (SPITZ 1980 p. 127).

Afirma ainda que a mensagem que 0 bebe emite para sua mae nos

primeiros meses sao sinais desprovidos de inten~ao, ja a mae passa mensagens

carregadas de desejos conscientes e inconscientes, que vao se caracterizar como

signos para 0 bebe. A primeira res posta do bebe e reflexa passando para

condicionada, e esta surge como urna resposta a urn desequilibrio, ou seja, a urn

estimulo externo. A percep~ao deste e cenestesica, ou seja, sentida de forma

globalizada visceral e nao atraves dos 6r9aos dos sentidos, pais estes depend em de

matura~ao gradual. Passanda entao para a percep~ao secunda ria que e a

perceP9ao diacritica (percep9aa atraves do sensoria).

Sinais e signos que alcan~arn e sao percebidos pelo bebe nos primeirosmeses de vida pertencem as seguintes categorias: equilibrio, tensao(muscular e outra), postura temperatura, vibra~ao, cantata de pele ecorporal, fitmo, intervalos, dura~ao. tom timbre, ressonancia, rumor eprovavelmente inumeras outras, das quais 0 adulto dificilrnente estacansciente e naa pade verbalizar. (SPITZ 1980 P. 129).

24

A percep~o cenestesica naD e tao consciente no adulto, esta capacidade saoencontradas em superdotados, nos artistas, "pessoas muito sensiveis au

personalidades instaveis"(SPITZ 1980 p. 129) e mulher que tenham sido maes. Os

sinais afetivos entre mae e filho VaG sofisticando, modelando a psique da crian-ra e arela<;ao se do em farma de "pressaa" (Spitz, 1980 p. 131), naa significanda pressaa

com desconforto e sim como forma de trocas, intercambios afetivos

25

1.5 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO EM PIAGET

Em sua teoria Construtivista entende que a inteligemcia e construida pelo

sujeito em interayao com a meio.

Nessa constrUfyao, quatro estruturas sucessivas se integram:

l' PERioDO SENSORIO-MOTOR - de 0 A 2 anos.

Antes que apare-ra a linguagem, a crianfya exercita somente ac;:6es motoras,

embora mostre as trac;:os da inteligemcia.

2' PENSAMENTO PRE-OPERATORIO - de 2 A 7 anos

Entre 1 ana e meio e 2 anos aparece a funC;:Bosimb6lica, a linguagem, a jogo

simb6lico que daD origem as imagens menta is.

A func;:ao simb6lica torna passivel a formac;:ao de representac;:oes -

interiorizarao das ac;:6es em pensamentos.

Operac;:6es reversiveis 56 sao passiveis com 7-8 anos e somente de forma

concreta.

3' OPERACOES CONCRETAS - de 7 a 11 anos.

A criam;a e capaz de operac;:ao de pensamento (classificac;:ao, variac;:ao) com

base nos objetos e ainda com carater fragmentario.

4' OPERACOES FORMAlS - de 11 - 12 a 14 - 15 anos.

A crianga nao raciocina mais sob objetos, mas tambem sabre hip6teses, e a

logica do adullo.

Nos dois primeiros anos de vida, as atividades sao fisicas, dirigidas a objetos

e situa~6es externas. A medida que aumentam as possibilidades da crian~a e ela

domina a locomo~ao, depois a linguagem, as atividades externas desenvolvem uma

dimensao interna importante, pais a que vai explorando enquanto anda vai sendo

representado mental mente.

Normalmente durante este period a a crian~a inicia sua socializayao, urna vez

que a fala e um dos principais respons8veis, par esta, e tambem par urn grande

numero ingressa na escola.

Durante estas idades, as crianyas demostram com bastante frequemcia e

sinceridade a que sentern com relagao a tudo que as rodeia, comunicayao os

vinculos afetivos com tudo e todos suas emo~6es de forma "materializada" bem

clara.

26

Neste peri ado a crian9a certamente necessita e desprovida de recurso e

necessita de assistencial humana, psicologicamente encontra-se no adualisrno

inicial, e sao percebidos as primeiros "la905" de afetividade a todos aqueles que

convivem com a crianc;a.

Com 0 passar dos tempos e observado que a comunicac;ao toma mais

"espac;:o" na cotidianidade do bebe, ja comunica 0 que 905ta de comer, beber, das

brincadeiras e principalmente das pessoas.

Na obra 0 Vinculo, organizada por psic61ogos clinicos Norte Americanos,

disserta sabre a importancia da afetividade nos primeiros meses de vida, concluiram

atraves de experiemcias que:

n( ... ) observaram 0 que aconteceu quando foi solicitado a uma mae quernantivesse uma expressao imovel e neutra e que nao respondesse aos sinaisde seu bebe de tres messes. Inicialmente, 0 bebe come«ou a ficar inquieto ea charar, e finalmente, afundou na sua cadeira. Assirn, tern inicio um jogoemocional delicado entre pais e bebe logo ap6s 0 nascimento, que eclararnente observado por uma mae varios meses. Os bebes podemrapidamente superar uma frustra«ao. Entretanto, se uma mae esta triste hamuitos dias, seu beM come9ara a ficar estressado e irritado." (KLAUS, 2000,P 177)

Fica evidenciado, que 0 apego entre os pais sao condicionantes do estado

emocional das crian«as, portanto, nao pode-se negar a existemcia da aprendizagem

deste os primeiros meses de vida.

E fato que 0 problema de estresse ocasiona, diversas forma de debilidades,

arganicas e emocionais que comprometerao 0 desenvolvimento deste periodo,

dificultando 0 desenvolvimento pleno de sua aprendizagem na escola. JURACY

MARQUES (1983) novamente ressalta em seu estudo:

"Na conduta senso-motara, as opera«oes da inteligencia infantil saounicamente concretas, isto e, se referem a propria realidade, em particular,aos objetos tangiveis, suscetiveis de serem manipulados e submetidos aexperiemcia afetiva. Na etapa do desenvolvimento do pensamentodenominado senso-motor as opera~oes da inteligEmcia saoexclusivamente concretas"-(MARQUES, 1983, p 48)

Nos quatro anos seguintes, 0 processo continua atraves de todas as

atividades infantis e, gradualmente, por volta dos sete anos, surge 0 pensamento

operatorio.

27

Neste estagio a crianc;a, necessita do material concreto para que possa

manipular e compreender a realidade, portanto interac;ao com 0 objeto e de suma

importancia para 0 aprender como continuidade do periodo sensa-motor.

Inicialmente, as a90es interiorizadas ainda se fundamentam na manipulac;ao

mental dos objetos constituem as operaC;6es concretas.

Mais tarde, grayas a urn avanc;o maior, surgem as operac;6es abstratas, a

partir da adolescencia; estas sao baseadas em um tipo de raciocinio abstrato, e

substituem as manipulac;6es de objetos par uma lida com proposic;6es verba is.

Desde 0 cameC;o, pais, se constr6i a mente humana, uma especie de modele

interior do mundo que 0 rodeia; como 0 modelo basico esta na mente, resta construi-

la e organiza-la, it medida que se tern contato com os estimulos do meio.

Piaget ajuda a compreender a sequencia do desenvolvimento do modelo de

mundo que uma crian9a vai construindo ao longo de cada periodo de sua vida; ajuda

a compreender as "erras" cometidas pelas crian9as, percebendo-os como resultado

de uma maneira particular de interpretar a realidade, a partir de urn modelo particular

de rnunda que se tern.

E esse modelo particular de mundo da crian9a e nao do professor que se

tern de levar em conta quando se realiza 0 ensino. Alem disso, a constru9ao de

novos modelos, mais evoluidos, 56 e possivel gra9as a atividade do proprio aluno,

que e agente de seu desenvolvimento.

PIAGET considera basico para 0 desenvolvimento:

Maturayaa: a cresci menta organica.

Experiencia: 0 exercicia

Sociabilidade: as intera90es socials onde cer1amente estabelecera

afetividade.

As tres sao necessarias, mas insuficientes, precisam estar integrada as

quatro estruturas, a educayao deve adequar-se ao desenvolvimento. Neste sentido,

difere clararnente de Vygastky.

Nao neg a a constru98o do social, mas considera insuficiente para explicar 0

desenvolvimenta.

Recorrendo teoria psicanalitica para explicar a ocorrencia do pensamenta

dirigida e naa dirigida: "a pensarnenta dirigida e cansciente, ista e, persegue

objetivos que estao presentes na mente daquele que pensa. E inteligente, isto e,

28

encontra-se adaptado a realidade e luta para influencia-Ia. ~ suscetivel de verdade e

erro ... e pode ser cornunicado par meio da linguagem".

o pensamento autistico e subconsciente, isto e, as objetivos que persegue e

as problemas que coloca a SI mesma nao estao presentes na consch~ncia. Nao esta

adaptada a realidade externa, mas cria para si mesma uma realidade de imaginayEio

ou de sonhos. Tende a gratificar desejos e nao a estabelecer verdades e permanece

estritamente individual e incomunicavel como tal par meio da linguagem, uma vez

que opera basicamente em imagens e, para ser comunicado, precisa recorrer a

metod os indiretos, evocando par meio de simbolos e mitos as sentimentos que 0

guiam. Piaget afirma ainda que 0 pensamento egocentrico fique a meio do caminho

entre 0 autismo e 0 pensamento socializado. Concluindo dai que 0 pensamento da

criant;a e original e naturalmente autistico, so se transformando em pensamento

realista sob uma lon9a e persistente pressao social.

Analisando durante mais de 50 anos 0 psiquismo infantil, Piaget concluiu

que cada crianc;a constroi, ao longo do processo de desenvolvimento, 0 seu proprio

modele de mundo. As chaves principais do desenvolvimento sao, portanto:

A) A propria ayao do sujeito.

B) 0 modelo pelo qual isto se converte nurn processo de construc;ao interna, isto e,

de formac;ao dentro de sua mente de uma estrutura em continua expansao, que

corresponde ao mundo exterior.

As ac;oes da crianC;a que inicialmente sao puras formas de explorac;ao do mundo,

aos pouco se integram em esquemas psiquicos ou modelos elaborados pela crianc;a.

Urn esquema e, pois, urn padrao de comportamento ou uma ac;ao que se

desenvolve com certa organizac;ao e que consiste em um modo de abordar a

realidade e conhece-Ia.

Ha esquemas simples e depois vaG se tornando mais elaborados. Hit

esquemas complexos, como as operayoes logicas que emergem par volta dos sete

anos de idade.

Piaget considera que os esquemas simples vao se organizando, integrando-

se a outros e formando os esquemas complexos. As estruturas psicologicas

desenvolvem-se gradual mente neste processo de interac;ao com 0 arnbiente e sao

compostas de uma serie de esquemas integrados.

o construtivismo explica os processos de desenvolvimento e aprendizagem

como resultados da atividade do ser humane na interac;ao com 0 ambiente.

29

Piaget explica esta intera~ao valendo-se dos conceitos de assimilac;:ao,

acomodayao e adaptac;:ao (termos tornados da 6ioI09ia).

A assimilac;ao e a incorporac;ao de urn novo objeto au ideia ao que jil econhecido, ou seja, ao esquema que a crianc;:a jil possui.

A acomodac;ao, par sua vez, implica na transformayao que 0 organismo

safre para poder lidar com 0 ambiente.

Assim diante de um objeto novo au de uma ideia, a crianc;a modifica seus

esquemas adquiridos anteriormente, tentando adaptar-se a nova situayao.

A crianc;:a 13,pois, 0 pr6prio agente de seu desenvolvimento; as processos

assimilativos gradualmente estendem seu dominic e a acomodac;:ao leva as

modificac;:6es da atividade. Do equilibrio destes dais processos advem uma

adapta-;ao ao mundo cada vez mais adequada e uma consequente organiza-;ao

mental.

Embora as teorias piagetianas, nao mencionem, a comunicac;ao

propria mente dita, e impassivel imaginar, a dominio e superac;ao dos que se chama

period os ou fases sem a efetivar a relac;ao da comunica-;ao com 0 objeto.

MARQUES, em seus estudas sabre Piaget confinna a firmayaa acima

quando menciona: "A teoria psicol6gica de Jean Piaget considera que a

desenvolvimento da personalidade se realiza de modo organico, havendo urna

dependencia muito grande entre os aspectos socia is, afetivos, intelectuais e fisicos"

(MARQUES, 1983, p. 42).

Portanto a co9ni9c3o e urn aspecta de grande eficacia para 0

desenvolvimenta da personalidade do individuo, certamente, urna crianc;a criada em

um ambiente hostil e sem afeto podera ter series problemas de introsamento mais

tarde, dificultande, assim, a aprendizagem.

30

1.6 JORGE VISCA E A EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE

Jorge Visca em seu livro Psicopedagogia Novas Contribuiyoes, aborda como

se da 0 esquema evolutivo da aprendizagem.

Este processo e uma constrw;ao intrapsiquica que tern sua base genetico-

estrutural no individuo e que se soma as circunstancias do meio. Ele cita quatro

niveis do esquema evolutivo da aprendizagem:

l' Nivel - Protoaprendizagem, (mae I bebe): Para Visca (1991 p. 24) a

protoaprendizagem se dfl desde 0 nascimento de modo a qualificar as interayoes

mae I bebe e construir a primeira matriz de aprendizagem. 0 bebe e inicialmente urn

ser puramente biol6gico e e a mae a primeira mediadora das caracteristicas

familiares e seus valores.

2° Nivel - (crianya - familia) Deuteroaprendizagem: esta difere do nivel

anterior, pais aqui a crian.ya tern como principal objeto de interaIYao a familia, antes

centrada na mae, gradativamente da lugar "a urn paulatino acrescimo da placenta

que, agora, encerra a crian.ya e urn universe mais amplo, enquanto se organiza uma

hierarquia que vai da negac;:ao de objetos e/ou de seus atributos a exalta.yao dos

mesmos". (VISCA 1991 p.26).

3' Nivel - Aprendizagem Assistematica (crian9a - comunidade restring ida)

Aqui 0 objeto e a sociedade. A cada nivel a crianc;:a amplia seu universo de

percep.yao e interesses, tanto a nivel interpessoal como intrapessoal, interpsiquico

como intrapsiquico. Este "consiste na instrumentaliza.yao que permite alguem

desempenhar-se na sociedade sem possuir os conhecimentos, atitudes e destrezas

que 0 desenvolvimento atual da cultura impOe aos seus membros, atraves das

institui90es educativas de nivel primario" (VISCA, 1991, p.26). A crian9a possui um

conhecimento "idiossincratico" do meio.

Dentro da perspectiva interacionista de desenvolvimento, a concepc;:ao de

Vygostky redimensiona 0 valor da intera.yao sujeito - meio em que [ ... J 0 proprio

meio atraves do qual a reflexao e a elabora.yao da experiemcia ocorre, e um

processo profundamente social. Ele ve a relac;:ao entre 0 individuo e a sociedade

como um processo dialetico qual tal como urn rio e seus afluentes, comb ina e separa

as diferentes elementos da vida humana. (COLE, 1994, p.169).

31

Vygostky foi a pioneiro na descric;ao dos meios atraves dos quais a cultura

torna-5e parte integrante da natureza de cada pessoa, enfatizando as origens

sociais da linguagem e pensamento. Os princlpios do seu trabalho baseiam-se na

analise das atividades, valorizando 0 processo e naD 56 0 produto, situando-os

historicamente, revelando-se sua genese.

Utilizando as pressupostos filos6ficos e epistemol6gicos do materialismo

dialetico, metoda proposto por Marx e Engels, coloca como ponto de partida e

chegada, a pn3.tica dos homens historicamente situados. Estabelecendo assim urn

referencial concreto contra as desvios ideologicos.

Vygostky preocupou-se em explicar como a maturayao fisica e a

aprendizagem sensoria motora interagem com 0 ambiente que e hist6rico e em

essencia social de forma a produzir as fun~6es complexas do pensamento, como

destaea REGO (1995, p.93): "inspirada nos principias do materiaiisma diaietiea,

considera 0 desenvolvimento da cornplexidade da estrutura hurnana como urn

processo de apropriat;:ao pelo homern da experiencia hist6rica e cultural".

Organismo e meia exereem influencia reciproca, portanta, 0 biologiea e a

social nao estao dissociados. Nesta perspectiva, a premissa e de que 0 homem

constituiu-se como tal atraves de suas interat;:6es socia is, portanto e vista como

alguem que transforma e e transform ado nas relac;oes produzidas em uma

determinada euitura.

Pade-se inferir diante da refiexaa de Vigatsky que na perspeetiva naa

dicot6mica entre afeto e discernimento racional, 0 processo de conhecimento passa

a ser percebido como um momenta de apreensao prazeroso, criativo e alegre,

propiciando aquele que aprende uma vida de grande sensibilidade, que, aprimorada

no tempo e no espa~o de convivio, implieara no desenvolvimento global de sua

personalidade.

32

4' Nivel- Aprendizagem sistematica, que de acordo com VISCA (1991, p.26)

n e resultante da intera980 com as objetos e situayoes sociedade veiculada par

intermedio das institui90es educativas". Esta se subdivide em:

Aprendizagens instrumentais,

Conhecimentos fundamentais,

Aquisic;:6es transculturais,

Forma.yao tecnica e

Aperfeiyoamento profissional.

E na intera980 educador educando que cad a um des interlocutores

constr6i a percep9c3o do Dutro e cria expectativas quanta ao processo educacional.

Na malaria esmagadora das vezes, ao chegar a escola, a crianya

defronta-se com urn mundo estranho e diferente do seu, freqOentemente enraizado

em praticas que a irnpedem de construir, ela propria, sua aprendizagem, de

percorrer a caminho criativo para a apropriac;:ao do saber, de expressar-se

livremente, de conhecer 0 prazer e 0 exito. Em outras palavras, a qualidade das

intera<;oes socia is tem rela<;ao direta com a qualidade do processo educativo.

Caberia assim, tal processo verificar as potencialidades de cada crianya, e se

a apreensao do real pela crianya se faz do social para 0 individual, as atividades

interativas tornam-se fundamentais para a constru98o do conhecimento.

A crian9a constr6i sua identidade e se percebe como um individuo atraves

da intera980 com os outros. Ao nascer, as ayoes dos seres humanos objetivam a

descarga de energia muscular que traz uma carga afetiva e emocional,

estabelecendo um jogo dialetico entre 0 bem e 0 mal estar. A emoy8o e 0 detonador

da a93o, e estas ao dependerem da relay:3o com os outros, levam a interar;ao da

crianya com 0 adulto socializador e, portanto, a cultura. Vygotsky concebe 0 homem

como um ser que pensa, raciocina, deduz e abstrai, como tambem alguem que

sente, emociona-se, deseja, imagina e sensibiliza-se.

33

Novamente Rego (1995) reporta-se a Vygostky num dos seus textos

originais:

Referimo-nos a relac;ao entre intelecto e afeto. A sua separary80enquanto objeto de estudo e uma das principais deficifmcias da psicologiatradicional, uma vez que esta apresenta a processo de pensamento como urnfluxo automatico de pensamento que pensam a si pr6prios, dissociados daplenitude da vida, das necessidades e dos interesses pessoais, dasinclinal(oes e dos impulsos daquele que pensa. [... ] a antiga abordagemimpede qualquer estudo do processo inverso, au seja, a influencia dopensamento sabre 0 afeto e a vDIic;ao. A analise em unidades indica 0

caminho para a SOIUC;80 desses problemas de importfmcia vital. Demonstra aexistencia de urn sistema dinamico de significados em que a afetivo e 0

intelectual se unem [...J. Vygotsky, (REGO, 1988 pp. 6-7).

A realidade encontrada pelo 0 aluno e a de um mundo a parte, fechado e

protegido, separado da vida, um mundo de rituais de silencio e imobilidade, on de s6

e permitido falar bem, e quando solicitado, um mundo no qual as punil'iles, 0

castigo, manifestam-se nas repreensoes, nas competic;oes por meio das notas, nas

ameac;as, um mundo no qual 0 aluno deve escutar, obedecer e calar, enquanto 0

professor ordena, julga e decide. HARPER (1982).

Num ambiente com tais caracteristicas, a diaJetica entre 0 cognitiv~ e 0

afetivo nao se realiza. Efeitos dessa realidade refletem-se entao, na aprendizagem e

na crianc;a que, agredida, pode apresentar reac;oes de medo, ansiedade,

inseguranva, tristeza, revolta, indiferenva, prejuizo da auto-estima.

Essas respostas significam a morte do desejo, da vontade, da alegria, do

prazer de aprender, podendo constituir-se, entre outras, causas determinantes do

fracasso escolar, nas suas conhecidas manifestac;oes de reprovac;ao repetemcia,

eva sao e abandono definitiv~ da escola.

Como nao poderia deixar de ser, 0 fracasso escoJar configura-se como uma

percepC;ao desvalorizante, como desprazer que 0 aluno carrega consigo e com a

sentimento de ser inferior junto aos colegas bern sucedidos.

34

Assim, como a sociedade pressiona por bons resultados, a familia como

extensao desta, pressiana tambem 0 atuno, principalmente quando 0 fracasso e

utilizado para fins seletivos.

Portanto, 0 desenvolvimento cognitivQ depende tanto do conteudo que a

crian~a vai ter que se apropriar como das relac;oes que S8 estabelecem ao longo do

processo educacional.

Os vfnculos que se estabelecem entre professor e aluno, relacionados com a

construc;ao do conhecimento, nao tern sido relevante na pratica pedagogica. Estas

praticas caracterizam-se basicamente por duas posturas, a prime ira na qual ocorre a

transmissao do conhecimento pele professor e assimilac;ao pele conteudo, na

segunda 0 professor procura nao interferir nas interae;oes que a criane;a realiza.

Estas posturas podem ser relacionadas com a dificuldade que a professor

tern de se posicionar como autoridade e, que acredita que 0 a1uno apenas tern de

concordar com ele naturalmente gerando conflitos, pois nao permite 0

questionamento da norma par ele estabelecida.

Ao optar por nao interferir no comportamento da crianc;a, a professor acaba

abrindo mao de urna funC;ao a ele delegada, ja que educar 0 aluno requer autoridade

sendo que esta fornece estabilidade e seguranC;a aos educandos. Riviere faz a

seguinte afirrnae;ao:

o vinculo que prirneiro e externo, depois se torn a interna, depois, externonova mente e, depois, volta a ser interno, etc: configurando permanentementea forma desta espiral dialetica dessa passagem de dentro, 0 que contribuipara configurar a noc;ao de Iimites entre, dentro e fora. Isso determina que ascaracteristicas do mundo interno de urna determinada pessoa sejacompletamente deferente daquelas do mundo interne de outra pessoa ante amesma experiencia da mesma realidade externa" (RIVIERE, 1998, p. 41 ).

o autor coloca que 0 proeesso inicialmente sera a consciencia externa dos

alunos e pouco a pouco, eles formarao sua consciencia interna. Por esse motiv~, °professor devera exercer sua autoridade de urna forma libertadora, procurando °consenso e nao a simples obediencia.

o educador deve partir para a busca desse consenso neste contexto, ja que

as diferenc;as de cada urn dos participantes do processo educacionais sen¥lo

valorizadas par conterem a hist6ria de vida de cada aluno, pois a possibilidade de

troea de experi€mcias enriquecera 0 processo de aprendizagem.

35

VISCA (1991, p. 29) aborda "as barreiras da aprendizagem", a qual ele

classifiea em obstaculo epistemofilico, como impedimenta ao amor pelo

conhecimento, ao conhecimento fundamentado na teoria psicanalitica, ajuda a

compreender as "erros" cometidos pelas crianc;as. "Em relac;ao ao obstaculo

epistemico considera-se 'urna limitaC;;30 do conhecimento pel a restric;ao que 0 grau,

au nivel da constrUl;ao cognitiva, imp6e a apreensao da realidade" VISCA ( 1991 p.

30)

Obstaculo funcional inclui tanto as diferengas funcionais quanto a alteragoes

de func;oes estudadas com as metod os psicometricos tradicionais.

Muitos autores como ABRAMOWICZ (1992) SNYDERS (1993) GADOTII

(1986), entre Qutros, vern reconhecendo a importancia do dominic afetivo,

responsavel por comportamentos que inserem 0 homem no universe das relac;6es

psicossociais.

o reconhecimento do valor do dominic afetivo na aprendizagem esta

expresso no conteudo dos eurriculos escolares, e mais reeentemente verifiea-se este

desejo nos Parametres Curriculares Nacionais (Lei 8384/96).

Neles encontra 0 prop6sito de modificar atitudes, de eultivar valores, de

desenvolver interesses e agir sobre eomportamentos envolvidos na dimensao

emocional.

Entretanto, na pratiea, 0 que se observa e a existencia de grande dificuldade

em conseguir 0 que esta explicito e aceito nos doeumentos eurrieulares.

Per outro lado, estudos feitos revelam que a literatura academica pareee

descurar a dim en sao afetiva do processo educaeional, dando enfase ao racional,

separando 0 emocional do cognitiv~, 0 sentir do pensar.

Enfim, professores e inteleetuais parecem demonstrar que buscam

conhecer a dialtHica do conhecimento, mas nao conseguem integra-la na totalidade

dialetiea do individuo. Promover abertura de espac;os de liberdade para que 0 aluno

se expresse como pessoa revelando suas eondic;oes existenciais, pareee implicar

uma dimensao de subjetividade, que intimida de certo modo os pesquisadores

preocupados com a cientificidade.

36

2. A IMPORTANCIA DA MEDIAf;:AO/COMUNICAf;:AO NA PRATICA DO

PROFESSOR

A educac;ao, par certo, e uma caminhada que 56 podera ser plena quando a

nocividade e 0 preconceito fcrem substituidos pela fraternidade e igualdade. Nao se

pode pensar nesta afirmac;ao sem a parceria do vinculo, que nurn entendimento

maior, signifiea mars que afetividade e sim uma conquista que relaciona professores

e alunos "apaixonados" pelo conhecimento continuo, cientifico, politico, poetico,

calcados em uma postura pn3tica que resultara urn mundo melhor.

Ao conhecer a historia de professores e alunos, infelizmente, pode-se

concluir que durante an as 0 absolutismo de ideias predominava na pratica dos

educadores "anti905", naD que esta realidade naD se rep ita na atualidade, mas

felizmente em uma intensidade e quantidade muito men or que anos atras.

A preocupa98o com rela980 a importancia da aletividade loi descrita por

diversos educadores, ja em Pestalozzi (1872) menciona que 0 professor deveria agir

como pai amoroso, que estimule a iniciativa da parte do estudante, embora esta

postura paternalista tenha permeado as aulas de muitos educadores, ja demostrava

uma preocupayao com a questao da afetividade e nao somente com conteudos a

serem ministrados mecanicamente.

~ interessante ressaltar que a afetividade nao pode e nao deve estar

vinculadas a postura da afirmaytio do educador, caracterizada pelo paternalismo, 0

mestre tern a fun-;;ao de mediar 0 conhecimento e 0 pai tern outras atribui~6es e

responsabilidades.

Hoje os alunos sao assegurados por leis que, legitimizam 0 direito de uma

educa~ao, sem castigos fisicos ou morais, a crian9a nao e mais interpretada como

uma folha em branco a ser escrita conforme a vontade do professor e designers do

Estado \deol6gico predominante.

Mas nao foram somente alunos que avan9aram, os educadores, de hoje

pod em e devem propor urn pensamento contra hegemonico, as famosas cartilhas e

receitas prontas e acabadas fica ram como heran9a a ser respeitada dos moldes

positivistas, que por certo, tiveram sua grande importancia no momento hist6rico

passado.

37

Novas descobertas fcram realizadas no campo da educar;ao , em parceria

com Qutras discipiinas e outros profissionais ,que vieram a contribuir com 0 trabalho

dos professores, como as descritos no primeiro capitulo, desta pesquisa, com 0

objetivo de subsidiar na superar;ao do absolutismo do saber e postura distante e

"fria" dos docentes, perante as discentes.

Dentre os diversos objetivos que se prop6e a eduC8f!(aO encontra-se a

formar;ao integral da personalidade humana, sendo, esta, uma dos aspectos

fundamentais para a exercicio da cidadania.

A duvida que se instala mediante a afirma9ao e a seguinte: Como

desenvolver a formar;ao integral da personalidade a tim de que esta auxilie no

desenrolar de urn espirito cidadao?

Heloisa LOnk e Doroty G. Carneiro (1983, p. 10) educadora e psicologa

fazem mem;ao em sua obra a respeito do questionamento acima:

A promotrao de tal desenvolvimente, isto 13,0 desempenho na escola nosentido de motivar a equilibrada forma9ao da personalidade do aluno (...)resulta que se deve dar atentrao especial ao desenvolvimento afetivo doseducandos, visto que 0 funcionamento total do organismo, em qualquermomenta e circunstancia, envolve uma significativa e indissociavel parcelade sentimentos e emo90es" (LOCK E CARNEIRO, 1983, p. 11).

Portanto a sentir par parte do aluno e urn dos fatores de eficacia para 0

aprendizado tambem, assim, se faz necessario compreender uma crianya, e para

tanto, precisa-se conhecer 0 maximo de coisas possiveis a respeito tanto de sua

cotidianidade, quante, de suas experiencias pessoais: suas 890es, seus

pensamentos privados, seus sentimentos, e seus motivos atraves dos

conhecimentos destes, certamente, a estes estao subjacentes as posturas

psicologicas dos alunos, segundo Arthur 1. Jersild :

.. e importante tentar compreender 0 sentimento de uma criantra, pais eatraves deles que ela tern a experiencia rna is intima do saber de suaexistencia como pessoa. Essa dim ensao da experiencia de uma criantra -seus sentimentos - torna-se men os percebivel para os outros quando ela ficamais velha. Uma criantra mais velha e mais capaz de que Dutra mais novade "dizer 0 que pensa ", mas tambem e capaz de se refugiar no sil€mcio. Emais capaz de adequar suas ayoes aos impulsos, mas tam bern e maiscapaz de adotar uma fachada." (JERSILD, 1981, p. 255).

38

Como uma crianc;a normalmente ingressa na escola ja pode ser considerada

"mais velha" e fundamental existir uma confianc;a entre ela e seu professor,

confianc;a 56 se estabelece com reciprocidade e afetividade na comunicar;:ao, nao se

pede confiar em quem nao se 905ta au teme.

Oesta forma, 0 professor, poctera, ser mais que urn mediad or de centeuctos e

farmadar de opiniao sera este urn transformador de homens, se em sua prcHica

estiver arraigada no carinho e compreensao da hist6ria de cada crianr;:a que passa

em seus bancos escolares, mas que ele (0 educador) de certa forma permanecera

na caminhada escolar do educando.

Arthur T. Jersild, ao estudar sabre a rejeic;ao infantil, afirma a

responsabilidade do professor:

"Em nossas escolas e na comunidade em geral, podemos ver muitosindividuos que parecem trazer as marcas de terem sido rejeitados pel osoutros e que mostram sintomas de uma atitude de rejeic;ao em face deoutras pessoas que pode ter ocorrido em seu lar ou na propria escola (...) talcrianc;a e desconsertante e dificil de atingir. Para ela, e dificil responder auma aproximac;ao amigavel e exasperante, mas os professores que tempouco sentimentos para com as outros humanos irao considera-Iaparticularmente irritante. Pod em responder a sua atitude de rejeic;aorejeitando-a, por sua vez, usando de sua armas, ira ignora-Ia, tornando-aalvo de observac;oes sarcasticas, queixando-se a os pais de seu possivelcomportamento. Assim a crianc;a que necessita de simpatia e carinho nadarecebe.Entretanto, uma crianc;a pouco receptiva pode vir a se colocar sob influ€mciade um professor capaz de estender a mao aqueles que os outros rejeitam.Tal professor pode, ser capaz de conseguir uma formaC;ao extraordinaria. Acrian,a que era um fedelho intratavel pode abrandar-se e tornar-seamistosa, sob influ€mcia de urn professor que 90ste dela e procurecompreende-la'"(JERSILD,1981,p.157).

Obviamente que a prerrogativa necessaria para superar a rejeic;ao, se

localiza, no gostar do professor pelo aluno, residindo tambem, no gostar do aluno

pelo professor, estes "gostares" na realidade se fundem em um gestar interativo e

unice capaz de restabelecer a sensibilidade de uma postura pratica de ser aceito.

Assim, muitas vezes a hostilidade, indisciplina e indiferen,!(a ao aprendizado

apresentado pelos alunos reside no fato de serem rejeitados de alguma forma, os

comportamentos citados acima, sao uma forma de "pedir socorro" ao educador.

Por certo que 0 docente nao pode negar que importancia da afetividade

reciproca tera como consequemcia a ampliac;ao do conhecimento do aluno, pelo fato

39

de nao conter subjacente a sua pratica a confianc;a e 0 naD receio de errar por partedo aluno, da postura do regente dependera as transforma90es no ato de aprender.

HILLAL (1985) se posiciona da seguinte maneira, em seu obra: A afetividade

do educador:

"As reac;oes sentimentais do professor variarao ern func;ao de cada aluno,segundo seus exitos escolares, seu comportamento, seu carater. Na pniticapedagogica que caloca frente a frente 0 educador e 0 aluno, podem surgiratrac;ao ou repulsao como resultado do confronto entre dais caracteres,Todas estas atitudes sentimentais infiuenciam sabre as metodologias ,comoa risco de altera-Ias, e provocam na crianc;a, rudes transformac;6es afetivasmais ou menos desfavoraveis ao ensino." (HILLAL, 1985, p. 19)

Assim 0 conceito que 0 aluno "forma" com relay30 a escola e calcado nas

experiencias afetivas, que estes, tiveram com as professores em sua caminhada

escolar, 0 autar ainda canclui que:

" ... quando sua presen9a (a do professor) nao tem nenhuma qualidade numaindiferenc;a glacial e geral, a crian9a tambem naufraga na indiferenc;a moral.Neste casa, diremos que 0 educador naa" atrai "seus alunas, au que "naoestabelece cantata" cam eles. Pelo contra rio se 0 mestre manifesta reaisqualidades de sua presenya, a educac;ao toma urn vigor insuperavel nocorayao da crianya. 0 rnestre presente nao apenas na cia sse, mas tambemno corayao do aluno torna-se urn guia segura que 0 conduz para a beleza epara a pureza sem necessidade de palavras." (HILLAL, 1985, p. 106)

40

CONSIDERAC;:OES FINAlS

A afetividade, certamente, e urn dos caminhos seguros para aqueles que

tern urn compromisso efetivo com 0 ato de ensinar, em que as te6ricos de educay60

e psicologia, demonstram sua importancia na aquisiyao do conhecimento e formac;,ao

de uma personalidade sadia.

Propor uma pratica pedag6gica baseada na afetividade e na mediac;ao do

simbalieD com 0 mundo, nao e urn caminho facil, pelo fato de estar-se relacionando

com seres humanos e a antipatia e simpatia par determinadas pessoas, parece ser

inato de a todos , nao seria diferente ao trabalhar com educ8yao, a que se propoe

nesta pesquisa e conscientizar 0 educador de urn novo caminho as ser seguido.

o professor deve (este e 0 verba correta) ser capaz de compreender a

dinamica da personalidade do aluno. FreqOentemente as educadores desconhecem

a valor das reayoes inconscientes, tanto em si mesmos como nos alunos.

Se 0 professor e imaturo e nao apresenta uma comunicacao afetiva,

reagirc~ inconscientemente a imaturidade pessoa/ do aluno, 0 que interferira

diretamente na aprendizagem sistematica, que de acordo com VISCA (1991, p.26) "

e resultante da interay80 com as objetos e situayoes sociedade veiculada par

intermedio das instituiyoes educativas".

E na interay030 educador educando que cada urn dos interlocutores

constr6i a percep930 do autro e cria expectativas quanta ao processa educacianal.

Mas se 0 professor passuir uma persanalidade madura, estara apto a

compreender a atuno e a ajuda-Ia a resolver seus problemas e conflitas, nao

projetando suas dificuldades pessoais na relayao transferencial que se estabelece

com 0 educando.

Por outro lad a a aprendiz laluno nao expressar i desejo de aprender a que

Feud coloca como obstacula epistemol6gico - au seja urn impedimenta ao amor pelo

conhecimento fundarnentado na teoria psicanalitica, ajuda a compreender as "erros"

cometidos pelas crianc;:as. "Em relac;:ao ao obstaculo epistemico considera-se 'uma

limitayao do conhecimento pela restriyao que 0 grau, ou nivel da construc;ao

cognitiva, imp6e a apreensao da realidade" VISCA ( 1991 p. 30)

As dificuldades afetivas e a nao mediayao dos fatos com a vida em si, sao a

causa de muitos fracassos socia is e escolares, assim como de urn grande numero

41

de perturba,!(oes no comportamento, portanto as interac;6es afetivas entre professor

e aluno sao fundamentais para um adequado desempenho escolar. Assim, 0

primeiro professor de uma crianya tern grande importancia na atitude futura desta,

naD 56 durante a sua fase de aprendizagem, mas na sua relaC;~)Qcom as sucessivos

professores.

Par outro lado, assim como 0 aluno necessita da afetividade e

reconhecimento pelo seu trabalho 0 professor tambem necessita, certamente, e

muito rna is agradiwel conduzir as centeudos para quem S8 905ta.

Ressalta-se 0 fato que as educadores passu em uma maturidade, tanto

biologica, como mental e intelectual maior que as alunos,assim sendo tern rna is

responsabilidade e sensibilidade para "sentir "e entender as crianc;as.

Se partir-se do segmento da holistica, todos os seres que habitam 0 planeta

estao interligados e ao menos tempo ligados a uma energia maior chamada

Cosmos, desta forma todos possuem as mesmas necessidade, com diferent;as de

intensidade, porem, existe uma regra que nao tern sern exceIYao: lODO SER

HUMANO NECESSITA DE AMOR.

Aprende-se mais "facil" quando comunica-e com amor , imagina-se quando

se sente que e amado por aquele que se propoe a ensinar.

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