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ALGARVE INFORMATIVO #51 1 ALGARVE INFORMATIVO #51 WWW.ALGARVEINFORMATIVO.BLOGSPOT.PT FESTA DAS TOCHAS FLORIDAS E AINDA: PALÁCIO DE ESTOI PROJETO TASA TEATRO DO OPRIMIDO

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Revista semanal do http://algarveinformativo.blogspot.pt/

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FESTA DAS TOCHAS FLORIDASE AINDA:

PALÁCIO DE ESTOIPROJETO TASA

TEATRO DO OPRIMIDO

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ALGARVE INFORMATIVO #51, 2 DE ABRIL, 2016

8 - Festa das Tochas Floridas

38 - Laura de Witte

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SUMÁRIO

Daniel Pina

Paulo Cunha

José Graça

Pág. 8

Pág. 32

Pág. 34

Augusto LimaPág. 80

20 - Palácio de Estoi

48 - Projeto TASA

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No domingo de Páscoa rumei a SãoBrás de Alportel logo pela manhãpara mais uma Festa das Tochas

Floridas, com uma hora de antecedência paraestacionar com calma e fotografar o tapete deflores que percorria as principais ruas da vilaantes de começar a missa e a procissão.Afinal, houve quem fosse bem maismadrugador do que eu, com milhares deestrangeiros a chegarem em autocarros quenunca mais acabavam e que me estragaramos planos de deixar o carro perto da ação.

Já de mochila às costas e máquinafotográfica na mão, vi-me rodeado pelos taisestrangeiros, mais até do que portugueses,homens e mulheres que sabiam ao quevinham, com roupa confortável, chapéu nacabeça e muitos deles com equipamento bemmelhor do que o meu. São os turistas demeia-idade e carteira recheada que procuramexperiências diferentes e momentosespeciais, para guardar na memória, mastambém para registar para a posteridade, emfotografias e vídeos para fazer inveja aosamigos e familiares que ficaram em casa.

Turistas que tomaram o pequeno-almoçonos cafés da vila, que provavelmente iamalmoçar nos restaurantes da vila – que estavaa ser palco de uma Semana Gastronómica –que compravam bolos nas doceiras da vila, ouuma peça em cortiça ou cerâmica dosartesãos da vila. Uma vila que está localizada

em plena Serra do Caldeirão, que não tempraias nem campos de golfe para piscar oolho aos visitantes tradicionais do Algarve,portanto, em vez de se lamentarem, osresponsáveis autárquicos decidiramapostar no que têm de único para oferecer,neste caso uma festa religiosa repleta dehistória, tradição e mística.

Uma aposta ganha e que atrai a São Brásde Alportel cada vez mais turistas na alturada Páscoa e eles ficam, de facto,maravilhados com a beleza que encontramna Festa das Tochas Floridas. Aliás, ai dequem se atrevesse a tapar-lhes a vista, aimpedi-los de tirar fotografias e gravarvídeos. Nem eu me livrei de apanhar umraspanete dum cidadão de idade avançada,provavelmente dos 60 anos para cima, quenum instante me perguntou, em inglês, seia ficar ali parado à frente dele, algunsminutos antes de começar a procissão, noLargo da Igreja. Eu, como grande adeptoque sou do Herman José, armei-me emcarapau de corrida e lancei-lhe o eternochavão “I’m from Press!”, ao que eleprontamente respondeu “And i’m fromCanada” e disse que tinha viajado milharesde quilómetros de propósito para ver aFesta das Tochas Floridas.

Eu olhei para ele, reparei que não estavacom cara de bons amigos, sorri e fui tirarfotografias para outro sítio, só para levar

Venham daí mais procissões !!!Daniel Pina

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com outros turistas que também não queriamperder pitada da procissão. Turistas que,curiosamente, até se agachavam para comporos arranjos de flores, que não resistiam muitotempo à passagem de milhares de pessoaspor cima. E que pediam aos locais parafazerem pose de tochas floridas em punho.

Agora, como de costume, vem a parte damoral da história. A Festa das Tochas Floridasé organizada pela Paróquia de São Brás deAlportel com a colaboração da autarquia, dasassociações locais e das gentes da terra, queapanham as flores durante a semana, quecompõem os tapetes de flores nas ruasdurante a noite, que montam as barraquinhasna véspera, que colocam as faixas nos prédiosuns dias antes, e tudo isto com um orçamentoque deve ser praticamente irrisório. Da

mesma maneira que Loulé tem as festas daMãe Soberana e que Tavira, Olhão, Faro,Portimão e outras cidades têm as suas típicasprocissões da Semana da Páscoa. Eventos forada época alta, com orçamentos perfeitamenteaceitáveis e que atraem turistas vindos detodo o mundo precisamente porque, nospaíses deles, não têm nada disto. Turistas quenão se deixam seduzir por praias, parquesaquáticos, bares ou discotecas, já não têmidade para isso, agora querem experiênciasque realmente lhes toquem na alma e,felizmente, o Algarve tem muito disso paraoferecer. Basta que tiremos as palas da frentedos olhos e deixemos de pensar apenas nocaminho fácil do «sol e praia» .

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São Brás de Alportel voltou a ser um dos pontos mais quentes do Algarve noDomingo de Páscoa, muito por culpa da Festa das Tochas Floridas, cada vezmais um chamariz para milhares de turistas que chegam de Espanha, França eReino Unido, mas também já do outro lado do Oceano Atlântico, maisconcretamente dos Estados Unidos da América e do Canadá. Uma festa quecombina a vertente religiosa com a tradição desta vila da Serra do Caldeirão,com os homens de São Brás, dos mais novos aos mais idosos, a desfilarem,engalanados, empunhando com orgulho as suas «tochas» e gritando«Ressuscitou como disse: Aleluia! Aleluia! Aleluia!».

Texto: Fotografia:

TOCHAS FLORIDASatraíram milhares de turistasa São Brás de Alportel

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Vítor Guerreiro, presidenteda Câmara Municipal de

São Brás de Alportel

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Muitas são asmanifestaçõesreligiosas queanimam oDomingo de

Páscoa no Algarve mas nenhuma temganho tanta popularidade no passadorecente como a Festa das TochasFloridas, em São Brás de Alportel, detal modo que rapidamente perdemosa conta aos autocarros de turistasestrangeiros que chegam de Espanha,França e Reino Unido. Estrangeirosnormalmente de meia-idade ou paracima disso, o tal chamado «turismosénior», acompanhados das suascaras-metades ou das famíliascompletas, todos eles de máquinasfotográficas em punho para captar osmelhores momentos da procissão queparte do Largo da Igreja Matriz epercorre as principais ruas desta vilado interior algarvio, aquele queaparece menos vezes nos canais detelevisão internacional, que faz menosvezes capas de revista do turismo, queocupa menos páginas nas brochurasdas agências de viagens.

Imagens de rara beleza mas assistir àFesta das Tochas Floridas é umcocktail para todos os sentidos, ascores e o movimento para a visão, ocheiro das flores para o olfato, oscânticos para a audição, o sentir atextura das folhas para o tato, odegustar, depois, os doces regionais, omedronho, a gastronomia serrana,para o paladar. Por isso, não nosadmiramos por ver tantos turistas desorriso nos lábios e olhos brilhantes ao

longo do percurso, em maiornúmero até do que portugueses,isto porque a maior parte doshomens de São Brás de Alportelfazem parte da procissão, ficandoapenas as mulheres na assistência.Turistas que não se remetem aopapel de simples espetadores,interagem, e muito, com as genteslocais, até com os profissionais deimagem, perguntando a que sedeve esta procissão, por que razãosó participam homens, o quesignificam as tochas, por quemotivo umas são mais elaboradasdo que outras. E interagem tambémcom os homens que vão chegandoao Largo da Igreja com as suastochas, pedem-lhes, sem pudor ouvergonha, para fazer pose para afotografia, para depois mostraremaos amigos e familiares dos seuspaíses de origem, já não apenas doVelho Continente, mas também dosEstados Unidos da América e doCanadá.

Não surpreende, por isso, que onúmero de visitantes vá crescendoa olhos vistos de ano para ano e obalanço da edição de 2016, naspalavras de Vítor Guerreiro,presidente da Câmara Municipal deSão Brás de Alportel, éextremamente positivo, até porqueo São Pedro desta vez ajudou e nãobanhou a multidão com chuva efrio, como aconteceu nos anostransatos. “Tivemos uma afluênciabastante grande, milhares deestrangeiros a fotografar e filmar a

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procissão da parte damanhã, a registar oque observam,escutam e sentem. Àtarde, tivemos asatividades culturais eos espetáculosmusicais a animarem oLargo da Igreja”, contao edil, ainda arecuperar da azáfamadeste fim de semanaprolongado. “É a maiorfesta do nossoconcelho e temosapostado na suapromoção edivulgação, emparceria com a Regiãode Turismo do Algarve,os hotéis e as agênciasde turismo. Hoje, ospróprios operadores jácriam pacotes para asférias da Páscoa paraos seus clientes queincluem a vinda a SãoBrás de Alportel”,indica.

Uma festa que enchede orgulho os são-brasenses e que écomplementada, de háuns anos a esta parte,por uma SemanaGastronómica, pois opaladar também é umaexcelente forma decativar os turistas quevisitam a região. “Asfilas são enormes nosrestaurantes, já são

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conhecidos pela qualidade queoferecem, e o objetivo é que essesclientes regressem, noutra altura,para almoçar ou jantar em São Brás.Fazemos igualmente uma feirinha dedoces no Largo de São Sebastião e asnossas doceiras venderam imensosbolos regionais. Em frente ao edifícioda Câmara Municipal decorretambém uma feira de artesanato,com as pessoas a trabalharem aovivo e a mostrarem o que temos demelhor para oferecer”, destaca VítorGuerreiro.

Tradição, gastronomia, artesanato,tudo em perfeita comunhão e acausar furor junto dos milhares deturistas que assistem à procissão eque nem imaginam que todo esteaparato é preparado em poucos diase pela prata da casa. “A apanha das

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flores começa na segunda-feira com acolaboração de muitos voluntários edos funcionários da autarquia,nomeadamente das auxiliares dasescolas, que estão encerradas para asférias da Páscoa. Na Sexta-Feira Santae no sábado há uma grande azáfamajunto à igreja para se preparar asflores, que passa por tirar as pétalas ecortar a verdura. Depois, às quatro damanhã de domingo, encontramo-nostodos junto à igreja para montar aspassadeiras de flores”, revela oautarca, garantindo que todo essetrabalho é voluntário e feito com umtremendo amor à festa e à terra.

Uma tarefa em que Vítor Guerreiroparticipa igualmente há largos anos,não como presidente de Câmara, mascomo são-brasense, findo o qual vai acasa tomar banho num instante, vestir

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o fato e fazer a sua tocha,com a ajudaimprescindível da mãe,uma tradição dentro daprópria tradição. Às 10h,começa a missa na IgrejaMatriz, uma hora depoisarranca a procissão pelasprincipais artérias da vila,segue-se a tarde culturale, logo a seguir ao jantar,o presidente, quetambém é um marido, paie homem, está com abateria completamentedescarregada. “É muitocansativo, masextremamentegratificante”, admite,sorridente.

Curiosamente, estarotina, que se repete deano para ano nosbastidores, tem ganhocada vez mais entusiastas,revela Vítor Guerreiro.“São imensas pessoasque chegam logo demadrugada para tirarfotografias às ruasenfeitadas e àpassadeira, com o nascerdo sol a incidir sobre asruas, é um ambienteestupendo”, finaliza,aproveitando para deixaro convite para nova visitaao concelho, desta feitapara mais uma Feira daSerra, no início do Verão.“Vamos comemorar asbodas de prata do

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certame e aproveitamos as fériasescolares para ampliar e preparar orecinto. Após alguns anos a termoscomo convidados especiais o medronho,a alfarroba, o figo, a amêndoa e acortiça, em 2016, o tema principal será a«Inovação», a forma como todos estesprodutos tradicionais são trabalhados ecolocados no mercado de formainovadora”.

O nascer da tradiçãoA história das «Tochas Floridas»

remonta aos primeiros anos do séculoXVII, época em que os algarvioscomeçaram a realizar a Procissão deAleluia, na manhã do Domingo dePáscoa, com um forte frenesim religioso.Nessa altura, as confrarias, constituídasunicamente por homens, eram obrigadasa levar uma tocha acesa ou luminária eopas vestidas. Com o passar dos anos, aescassez de cera levou à sua substituiçãopor paus pintados e ornamentados comflores, no cimo do qual se colocava,então, uma pequena vela. Umacaracterística que se manteve, contudo,foi a de apenas os homens erguerem astochas na frente da procissão, istoporque as irmandades, onde estavam asmulheres, seguiam atrás. As confrariasviriam a desaparecer mais tarde, mas aprocissão das «Tochas Floridas»manteve-se, com outra alteração defundo: os hinos, responsos e o Aleluiaem honra da Ressurreição do Senhordeixaram de ser entoados por coros epassaram a ser proferidos unicamentepelo povo, devido à falta de clero e decantores.

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Mas há outra história por detrásdesta manifestação. De facto, osmais velhos dizem que, aquando dainvasão do Algarve por parte dosingleses, os são-brasensesaproveitaram esta festa religiosapara enfeitar as suas alfaias agrícolase mocas de flores e conseguiramaproximar-se dos invasores eexpulsá-los, aproveitando aomáximo o efeito surpresa e a forçados seus braços. Assim se explicaque, após percorrerem o tapete deflores com um quilómetro deextensão, os participantes regressamao largo da igreja e alguns aindaretratam a luta entre são-brasensese ingleses e partem as suas tochasfloridas, na verdade, paus e canas debambu mascaradas .

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Palácio de EstoiUma visita ao …

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O concelho de Faro foi oescolhido para a realizaçãode mais uma FAM Trip daRegião de Turismo doAlgarve e depois de, naedição anterior, termosficado a conhecer melhor aCidade Velha de Faro, destavez viajamos até à vila deEstoi, mais concretamenteao Palácio de Estoi.

Texto: Daniel PinaFotografia: Daniel Pina

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O objetivo das FAM Trip daRegião de Turismo doAlgarve é «Redescobrir osSegredos do Algarve» e odestino eleito, em março,

para esta ação destinada a agentes deturismo e jornalistas foi o concelho de Faro.Assim, depois do início da manhã ter sidopreenchido por uma visita pela CidadeVelha de Faro, designadamente pelo CentroInterpretativo do Arco da Vila, MuseuMunicipal e Sé de Faro, foi tempo depois derumar à vila de Estoi, cuja localização, boaqualidade de solos e existência de váriasfontes riquíssimas de água e bons aresfizeram com que fosse fortemente povoadadesde os tempos mais remotos. Condiçõesprivilegiadas que proporcionaram mesmoque, durante o Período Romano, ali fosseconstruída a Villa de Milreu, que se crê tersido habitada por governadores deOssónoba, capital da província.

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Em tempos mais próximos da atualidade, Estoi continuou a ser escolhidapelas famílias mais nobres da cidade de Faro, que ali tinham as suasexplorações agrícolas e lagares, para construírem as suas casas «apalaçadas»,onde viviam parte do ano. E um desses edifícios mais carismáticos efamosos é, sem dúvida, o Palácio de Estoi, construído por iniciativa deFrancisco José Moreira de Brito de Carvalhal e Vasconcelos, Conde deCarvalhal, que herdou o terreno do pai, falecido em 1782. Não tendoaproveitado nenhuma das edificações existentes, a obra arrancou a partir de1782-1783, não se sabendo, com certeza, o autor do projeto. Nesse sentido, oseu putativo autor é o arquiteto régio Mateus Vicente de Oliveira (1706-1785), que projetara décadas antes os planos para o Palácio de Queluz.

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O Palácio de Estoi pode serconsiderado um dos melhoresexemplares da arquitetura civil dasegunda metade do século XVIII, masnão teve um trajeto fácil, isto porqueo filho do Conde de Carvalhal morreusem ter deixado descendentes, tendoestipulado em testamento que apropriedade fosse vendida e o lucrodistribuído pelos maisdesfavorecidos. Depois de ter sidovotado quase ao desaparecimento,pode-se dizer que foi salvo por JoséFrancisco da Silva, que comprou apropriedade, em 1893, e gastouavultadas verbas na restauração doque estava arruinado e na construçãode alguns elementos novos, com oprojeto a cargo do ArquitetoDomingos da Silva Meira, grandeadepto da escultura.

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Prova desta predileção do arquitetosão os bustos de Almeida Garret,António Feliciano de Castilho,Bocage e do Marquês de Pombal quese encontram na alameda central. Osrecantos do jardim são pontilhadospor frescos de fontes e pequenasestruturas arquitetónicas onde selocalizam estátuas de mais figurasnotáveis, entre elas os poetas Goethe,Schiller, Milton ou Camões, ou ospolíticos e militares Moltke ouBismark, mas ali se observamigualmente figuras de mármore maismodestas que ilustram personagens docampesinato português.

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A fortuna despendida na recuperação do Palácio de Estoigranjeou a José Francisco da Silva o título de Visconde deEstoi e a obra foi inaugurada em 1909, mantendo-se na posseda família até 1987. É neste ano que o edifício é adquiridopela Câmara Municipal de Faro, sendo, desde 2009, umaunidade hoteleira integrada na rede de Pousadas de Portugal.Para esse efeito sofreu obras de adaptação e ampliação, comprojeto do Arquiteto Gonçalo Byrne e do Arquiteto PaisagistaJoão Cerejeiro, sendo a única Pousada de Portugal integradano segmento de «Pousada Histórica Design» na Região.

Apesar da reconversão em unidade hoteleira, manteve-se atraça histórica e romântica do Palácio de Estoi, com o seuinterior extremamente detalhado e elaborado à base deestuque e pastel. No jardim permanecem as palmeiras e aslaranjeiras, que contribuem para o ambiente rococó dopalácio. No terraço inferior vislumbra-se um pavilhão comazulejos azuis e brancos, a «Casa da Cascata», em cujointerior se encontra uma cópia das «Três Graças», de Canova.No terraço superior, o «Patamar da Casa do Presépio»,deparamo-nos com um pavilhão grande com vitrais, ninfas enichos em vários azulejos.

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De cor rosa, a fachada é composta por um corpo retangularcomprido, com o módulo central mais destacado eressaltado. O piso térreo é marcado por arcaria, o superiorpor pilastras lisas e rusticadas, com portas com óculosuperior, de molduras mistilíneas, com balcão gradeado emferro. Já as outras alas do palácio são compostas por portas ejanelas com frontões clássicos. Os telhados inclinados sãodissimulados por corrida balaustrada, rematada por urnas eestátuas. O palacete é agora ocupado pelas áreas sociais, dorestaurante às várias salas de estar, enquanto os 60 quartos eas três suítes do hotel estão localizados numa ala moderna econstruída de raiz. Tudo isto a apenas 10 quilómetros dedistância da capital de distrito, à qual a comitiva da FAMTrip regressou ainda a tempo de almoçar no Restaurante «ATertúlia Algarvia», na Cidade Velha de Faro .

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Há já alguns anos que é possível encontrarnalguns sítios alojados na Internet, umtexto sobre os avós, pretensamente

escrito por uma menina de oito anos. Reza oseguinte: “Uma avó é uma mulher que não temfilhos, por isso gosta dos filhos dos outros. As avósnão têm nada para fazer, é só estarem ali.Quando nos levam a passear, andam devagar enão pisam as flores bonitas nem as lagartas.Nunca dizem “Despacha-te!”. Normalmente sãogordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos. Sabem sempre que a gente quermais uma fatia de bolo ou uma fatia maior. Asavós usam óculos e às vezes até conseguem tiraros dentes. Quando nos contam histórias, nuncasaltam bocados e nunca se importam de contar amesma história várias vezes. As avós são as únicaspessoas grandes que têm sempre tempo. Não sãotão fracas como dizem, apesar de morrerem maisvezes do que nós. Toda a gente deve fazer opossível por ter uma avó, sobretudo se não tivertelevisão.”. Texto escrito com a inocência própriade uma criança e focalizado na figura da avó,pode - e deve - ser direcionado e interpretado nouniverso dos dois avós em geral. É um facto, éimpossível lê-lo sem ser contagiado pelas palavrasternurentas, cândidas e até humoradas com queuma neta vê e presenteia a sua avó!

A ligação entre netos e avós é uma ligaçãoúnica, diferente daquela que os mais novos têmcom os pais e da que têm com outros adultos,sejam eles familiares ou não. Criam-se laçosmarcados por uma profunda ternura, pelaexperiência e também pela ausência daresponsabilidade final enquanto educadores,podendo assim desfrutar da relação de umaforma mais sã, alegre e descontraída. Numasociedade como a portuguesa, o papel dos avós é,

na maioria das vezes, central e nuclear na vida dascrianças.   Ao criarem os pais, os avóstransmitiram-lhes um conjunto de valores quemuito provavelmente serão replicados naeducação dos filhos. Ao passar tempo com osmais velhos, as crianças compreendem o queesteve na origem dos princípios da sua família, oque lhes transmitirá uma forte noção de pertençae de referenciais futuros.

O avô e a avó são um porto seguro e os maisnovos sabem-no, mesmo que de forma instintiva.Sabem também que não se relacionam com osmais velhos da mesma forma que o fazem com ospais. Por muito que a educação respeite osmesmos princípios, os cenários e os contextos sãodiferentes, acabando as crianças por se adaptarde forma imediata. Todos nós, pais, sabemos quena casa dos avós os mimos são mais do quemuitos e não acabam… E ainda bem! Os avósajudam a educar, mas também a “deseducar”.Compram inúmeros brinquedos, guloseimas,roupas, etc. Deixam passar a hora de dormir.Permitem a quebra de certas regras… E aindabem! São estas pequenas transgressões que, deforma inconsequente, permitem a estespequenos seres em formação, viver e desfrutaruma infância única e insubstituível, a sua…

Juntos integram a única e verdadeira instituiçãonão oficial de beneficência e solidariedade social(os avós de Portugal), que de forma graciosa ebenemérita ajuda a sarar as feridas provocadaspor todos aqueles que nos obrigam a colocar aprodução à frente da educação e fruição dosnossos filhos. Já pais, os nossos pais continuam adar-nos “berço” e “colo” através dos nossosfilhos. Possamos nós retribuir com a mesmaafetividade, disponibilidade, dinamismo ededicação que eles, benditos e preciosos avós! .

Querida avó, querido avô…Paulo Cunha

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Aprovada pela Assembleia Constituinte em 2 deabril de 1976, a Constituição da RepúblicaPortuguesa consagrava as regiões

administrativas como umas das categorias deautarquias locais, classificando estas como pessoascoletivas territoriais dotadas de órgãos representativos,visando a prossecução de interesses próprios daspopulações respetivas.

Sem qualquer alteração básica nestas quatrodécadas, o originário artigo 237.º dispunha que aorganização democrática do Estado compreenderia aexistência de autarquias locais, estabelecendo-se logode seguida que no continente as autarquias locaisseriam as freguesias, os municípios e as regiõesadministrativas.

Em relação às primeiras estamos conversados, apesardas tentativas de redefinir os territórios das freguesiasa régua e esquadro e de novas formas deassociativismo pretenderem reduzir o número demunicípios, esperando-se agora que as promessas dereavaliação dos processos feitos nas costas dosautarcas e das pessoas conte efetivamente com aparticipação informada dos cidadãos.

Sendo a divisão administrativa do territórioestabelecida por lei, só passados muitos anos sevoltaria ao assunto, com a publicação da lei-quadro dasregiões administrativas em 13 de agosto de 1991, nofinal da primeira maioria absoluta de Cavaco Silva,estabelecendo um conjunto de regras e princípios paraa sua concretização no terreno.

Porém, tudo encalhou novamente ao prever-se aobrigatória criação simultânea das regiõesadministrativas e ao fazer depender a instituição emconcreto de cada região administrativa do votofavorável da maioria das assembleias municipais querepresentem a maior parte da população da árearegional, de acordo com o último recenseamento geralefetuado.

Este conjunto de travões jurídico-legais, a divisão dasopiniões sobre o número ótimo de regiões e asconjunturas políticas momentâneas colocaram oprocesso na gaveta por mais cinco anos. Apesar da

criação da Comissão de Apoio à Reestruturação doEquipamento e da Administração do Território, queprocurou eliminar os obstáculos existentes e valorizaras potencialidades da regionalização, durante oprimeiro governo de António Guterres, os resultadosdo referendo em 1998 foram um banho de água friapara os seus defensores.

Quarenta anos depois continuamos sem regiõesadministrativas e com um edifício institucional deâmbito regional polvilhado de instituições sem poderpolítico efetivo e sem capacidade de intervenção,utilizando de forma pouco eficaz recursos escassos,sejam financeiros ou humanos. E parece que nãoaprendemos ou não queremos aprender…

Apesar do inegável sucesso das outras autarquiaslocais – municípios e freguesias, muito devido aocontacto próximo com as populações e ao escrutíniodireto das suas ações, mas também às conquistas queforam concretizando em termos de autonomiaadministrativa e financeira, o Estado teima em adiar edificultar a instituição em concreto das regiõesadministrativas.

Se o mapa das regiões já não é um problema e se asáreas metropolitanas de Lisboa e do Porto são paraavançar, é este o tempo de relançar o debate epromover o cumprimento do preceituadoconstitucional de 1976. Parece haver na Assembleia daRepública uma maioria suficiente para remover ostravões constitucionais, tal como prometido por PassosCoelho antes de ser primeiro-ministro, e oaprofundamento das medidas de descentralizaçãoadministrativa incluídas no programa do atual governosó beneficiaria com tal deliberação…

Este é um tempo de confiança, mas também deesperança no encerramento de um ciclo iniciado háquarenta anos! .

NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobreestas e outras matérias no meu blogue(www.terradosol.blogspot.com) ou na páginawww.facebook.com/josegraca1966

Quarenta anos sem regiões administrativas!José Graça

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TeatroA cultura acontece, existe, respira ao virar de cada esquina, mas estamos mais

habituados a conviver com ela em espaços tradicionais como os teatros,auditórios, bibliotecas, nos vários equipamentos culturais que foram criados comessa finalidade. O Teatro do Oprimido acontece, porém, normalmente fora dessesmesmos espaços, por vontade própria ou por decisão dos poderes mais altos, porabordar temas que podem ser incómodos, polémicos, sensíveis. Mas é contra ostabus e os preconceitos que o Teatro do Oprimido pretende lutar e essa luta podeser travada em qualquer local, por mais informal que seja, e por mais amadoresque sejam os seus «atores».

Texto:

contra os tabuse preconceitosdo Oprimido

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O Teatro do Oprimido é ummétodo teatral que reúneexercícios, jogos etécnicas teatraiselaboradas

pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal,com o intuito de democratizar os meiosde produção teatral, o seu acesso àscamadas sociais menos favorecidas e atransformação da realidade atravésdo  diálogo  e do teatro. Nascido nasdécadas de 60 e 70 do século passado,pretende, assim, usar o teatro comoferramenta de trabalho político, social,ético e estético, bebendo dasexperiências que Boal teve na AméricaLatina e na Europa. É esse trabalho quetem sido realizado na região algarvia por

Laura de Witte, uma francesa a residirem Portugal desde 1996 e, no Algarve,desde 2010, por se ter apaixonado ecasado com um farense, o conhecidocenógrafo Tó Quintas.

Chegada a Portugal, a antigaprofessora de espanhol mergulhou nomundo da educação não formal, ouseja, toda aquela que se desenrolafora dos tradicionais estabelecimentosde ensino e foi assim que se envolveucom o Teatro do Oprimido. “É umaarte diferente, um teatro político, deintervenção, feito principalmente porpessoas que não são atores. Sãocidadãos normais que têm umahistória para contar e o público é

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convidado a debater e a proporalternativas àquilo que observa. Éuma mistura de educação, arte,intervenção social, política”,explica a fundadora da Mandacaru,uma cooperativa de intervençãosocial e cultural que combinaferramentas como o teatro, circo,dança e fotografia.

Não estamos perante um teatromuito comercial, antes pelocontrário, é um teatro queincomoda, por fazer perguntas quemuitos prefeririam que não fossemcolocadas, por dar a voz a quemnormalmente não a tem, porprovocar o pensamento e o debatede ideias. “Mas não é um teatrofatalista ou triste, pois sonhamos,criamos alternativas, e os temasvariam consoante os grupos detrabalho”, esclarece Laura deWitte. “Em Portugal, espera-semuito que as respostas, assoluções, cheguem de fora, fica-se àespera que os problemas sejamresolvidos pelos outros. Se há algumacoisa que me incomoda, sou eu quetenho que agir”, defende.

Laura de Witte admite, contudo, queesta postura mais passiva possa advir dofacto de Portugal ter vivido durantedécadas numa Ditadura e de, malabraçou a Democracia, ter ingressadonuma União Europeia onde praticamentetudo é ditado pelos países maisimportantes e pelos órgãos sediados emBruxelas. “O meu marido diz-me issofrequentemente, mas andamos sempre

a arranjar desculpas para não fazer ascoisas, e isso não acontece apenascom os portugueses. O fazer algocusta, é arriscado, incerto, ficamosexpostos. Os portugueses lutamimenso no seu dia-a-dia, não é fácilviver em Portugal, mas ainda persistealgum medo de fazer algo em grupo,coletivamente. As festas das aldeias,por exemplo, são extremamente bemorganizadas e toda a gente participa,das crianças aos velhotes.Infelizmente, há assuntos em quepercebem que têm pouco poder paradecidir e vão-se abstendo dessepapel”, analisa a entrevistada.

Laura de Witte junto à sua famosa bicicleta

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Apesar desta constatação, Laura deWitte teme que os portugueses nãoaguentem por muito mais tempo estaspressões externas e que um simplesepisódio pode tirá-los do conformismo elevá-los a atuar com mais vigor. “Éimportante sabermos de onde viemos,o que fizemos noutros tempos, mas oantigamente acabou, há que ir para afrente. Os desafios e as ferramentas sãodiferentes e eu sou otimista pornatureza”, garante a francesa, nãonegando que a Mandacaru tem tido osseus altos e baixos, como qualquercooperativa, desde que apareceu, em2005. “Mais uma vez, é muito mais fácilter um patrão que toma as decisões eque paga o nosso salário, do que criaralgo de raiz. Dá mais liberdade, poisfazemos o que queremos, mas exige,por outro lado, maior disciplina eresponsabilidade”.

Todos somos oprimidos

Mais liberdade e realização profissionaltem Laura de Witte ao envolver-se como Teatro do Oprimido, basta-lhe umasala e um grupo de pessoas paratrabalhar, não precisa de papel e caneta,quadro negro na parede, computador namesa. Isto porque a metodologia é clara,fácil de transmitir, bastante poderosa epode ser aplicada por toda a gente,independentemente da sua idade oufisionomia. “Comecei com um ContratoLocal de Desenvolvimento Social, em2010, com a Cruz Vermelha, em doisbairros de Faro – a Horta da Areia e aCidade Hayward. Esse projeto terminouem 2012, mas continuei a trabalhar com

o Centro Comunitário da Horta daAreia e a Fundação António SilvaLeal, porque as coisas não mudamem dois anos. Têm uma equipa, umasala e um público bem definido eestamos a explorar outrasferramentas para lá do Teatro doOprimido”, indica.

Outro projeto é dinamizado com oMAPS – Movimento de Apoio àProblemática da SIDA, na CidadeHayward, desde 2013, com um grupode adultos que já vai na sua quartapeça, sempre a abordar problemáticasespecíficas destes cidadãos. “A últimaincide sobre os dilemas que secolocam a quem acaba de sair daprisão”, refere, antes de recordaroutro parceiro, o Núcleo do Algarveda Rede Europeia Anti-Pobreza, com oqual teve um grupo de mulheres, «AsBonitezas», que entretanto deixou deexistir. Mas há ainda tempo paraoutro projeto pedagógico, desta vezdirecionado para as crianças, com aAmarelarte – a TV Frentex, um mini-fórum que fala sobre piolhos. “É umfenómeno que, para mim e para aNicole Lissy, é perfeitamente normal,mas que em Portugal é um tabu, umacoisa terrível que descrimina ascrianças nas escolas. Curiosamente,esse problema está mais na cabeçados adultos do que dos maispequenos”, desabafa Laura.

Verifica-se, assim, que as parceriascom associações ou instituições sãoimportantes para se entrar dentro decomunidades mais sensíveis e seconseguir desenvolver algum trabalhono local, mas a dirigente e formadora

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avisa, prontamente, que todos sofremosalgum tipo de opressão, e não apenasaqueles que tradicionalmente sãorotulados de «oprimidos». “É muito maiscomplicado criar uma peça com pessoasque, à partida, dizem que não sentemopressão, do que com pessoasperfeitamente conscientes de que têmproblemas. E são eles que decidem quetema se vai abordar. No MAPS falamossobre descriminação no trabalho,violência doméstica e os ex-presidiários.Com os jovens da Horta da Areia foi obullying e a descriminação na escola.Numa ação de formação que realizamosrecentemente com professores,educadores, músicos, pessoas muitobem inseridas na sociedade, contaram-se histórias impressionantes deopressão no seio da família”, apontaLaura de Witte.

Episódios de opressão que muitasvezes passam despercebidos àspróprias vítimas, por entenderem quesão normais e porque se criou a ideiade que só os «pobres» é que têmproblemas. “É um discurso bastanteutilizado pelos políticos, existem os«pobres» e os «outros», mas a linha ébem mais ténue. Depois, não se temconsciência de que há um sistema quenos oprime, ou que somos oprimidospelo patrão, marido, mulher ouprofessor, e não ter vergonha deassumir e falar destas coisas empúblico é um passo enorme, porquese apanha com mais um «rótulo». Serpobre não é vergonha nenhuma, nemé minha culpa”, dispara Laura, irritadacom esse discurso bastante apregoadopelos governantes. “Quando a crisecomeçou, a culpa vinha de fora, era

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provocada pelos políticos. De repente,somos nós os culpados, porque nãosomos empreendedores, porque nãosabemos trabalhar, porque somospreguiçosos. Claro que temos umaquota-parte da culpa, mas grande parteda responsabilidade é de quem estavaacima de nós a tomar decisões, dequem geria o destino do país”.

Proteger sempre o grupo

Desconstruir discursos perigosos éprecisamente outra faceta do Teatro doOprimido, a par de fazer frente aos taistabus e preconceitos que se vãoinstalando nas rotinas do dia-a-dia. Onão arranjar emprego por se ter uma

cicatriz no rosto, por ter SIDA, por sercigano, ideias que passam para foradas comunidades através das peças,realizadas em locais neutros, masarranjar financiamento para tal éuma batalha terrível. “Se tivessemais dinheiro e tempo disponível, aspeças davam um grande salto emtermos de qualidade teatral eestética, mas vamos crescendodevagarinho. As pessoas, os«atores», empenham-se imenso, sófaltam aos ensaios por questões desaúde”, assegura.

Um teatro que luta contra os tabuse preconceitos, mas isso não significaque se abordem todas as temáticas,há um cuidadoso processo de seleçãoconduzido pelos próprios atores,sublinha Laura. “Quando estávamosa fazer Teatro do Oprimido numaprisão, em Coimbra, o grupoutilizava metáforas para transmitir a

sua mensagem sobre o sistemaprisional em Portugal. Numacomunidade cigana, é normal ocasamento de raparigas de 15 ou 16anos, só que não é um assunto doqual os de fora queiram ouvir falar.Há temas que debatemos mas quenão transpomos para o exterior paranão enfraquecer o grupo”, justifica afrancesa.

Ora, se a sociedade civil ainda nãoestá suficientemente preparada paraser confrontada com determinadasrealidades, também há assuntos quepodem não agradar aos própriospoderes instalados, o que gera umadinâmica bastante interessante na

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ótica de Laura de Witte. “Puxamos atéonde podemos puxar e o grupo tambémsabe quais os limites que não podeultrapassar. Não é apenas uma questãode depois não se conseguir obter apoiosfinanceiros das entidades ou empresas,é proteger a própria integridade dogrupo”, afiança, assumindo, assim, opapel de mediadora, facilitadora, o«coringa», como se costuma dizer nagíria do Teatro do Oprimido. “É quemgarante que não se manipula ametodologia, que se respeitam as regrasdo jogo durante a peça e o debate. Equem assegura que não haja opressãoinclusive dentro do grupo”, refere.

Apaixonada pelo Teatro do Oprimido,Laura de Witte não sonha fazer carreirano teatro clássico, embora gostasse deaprofundar algumas técnicas teatrais, eisto porque, na hora da verdade, a sua

atividade principal está relacionadacom a educação para os direitoshumanos. “O manual «Compasso» foitraduzido agora para português e essetrabalho de sensibilização é feitodiretamente com as escolas. Porexemplo, o núcleo do Algarve daRede Europeia Anti-Pobreza anda,desde janeiro, a realizar sessões sobreos refugiados em Albufeira, commetodologias participativas. Oprimeiro passo é explicar quais sãoestes direitos humanos, após isso,perceber se os temos ou não.Qualquer criança sabe o que ébrincar, amar, comer, beber, dormir,receber carinho. São direitos queparecem adquiridas logo à nascença,mas implicaram séculos de luta e,infelizmente, nem todos os sereshumanos os têm” .

Laura de Witte na TV Frentex

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Artesanato e designjuntos no Projeto TASA

O Projeto TASA – TécnicasAncestrais Soluções Atuais nasceu,

em 2010, de uma iniciativa daComissão de Coordenação e

Desenvolvimento Regional doAlgarve com o intuito de aliar novas

tendências de design à atividadeartesanal, de modo a tornar estes

ofícios ancestrais em profissões defuturo. Desde então, o TASA tem

sido dinamizado pela empresa deTurismo Responsável – Proactivetur

e todos os anos são integradosnovos artigos no catálogo de

produtos que já não são apenasoriundos do Algarve, mas tambémdo Alentejo e da vizinha Andaluzia.

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Texto:Fotografia:

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É na Rua de Portugal, perto docentro de Loulé, que se localizaa sede da Proactivetur, aempresa responsável peladinamização do Projeto TASA,

criado pela Comissão de Coordenação eDesenvolvimento Regional do Algarve,em 2010. Na altura, dois designersreuniram-se com vários artesãosalgarvios durante um ano, com elestrabalharam diferentes técnicas emateriais e dessa parceria nasceramcerca de 20 produtos. Depressa sepercebeu, contudo, que o projeto ficariapor ali caso não tivesse subjacente umadinâmica comercial, ou seja, se não fosseagarrado por uma entidade quecontinuasse a desenvolver o trabalhoiniciado pela CCDR, com o objetivo de

promover o artesanato como umaprofissão de futuro e comrentabilidade.

Das duas propostas apresentadas foiselecionada a da Proactivetur, que faza gestão do Projeto TASA desde 2013,período durante o qual foramlançados mais 15 novos produtos emais 10 serão incluídos no catálogoem 2016. Para além disso, o TASA jáinclui artesãos do Alentejo e daAndaluzia, sinal de que estametodologia pode ser aplicadanoutras regiões e, inclusive, de paísesdiferentes. “Todos os produtosrealizados no âmbito do projeto sãoexclusivos desta rede e é bastanteimportante o diálogo entre o artesão

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e o designer no momento de criação edesenvolvimento. O designer pode teruma ideia, mas o artesão tem umconhecimento de várias décadas decomo o material se vai comportar, doque funciona ou não. É uma troca deexperiências bastante gratificante paraambas as partes”, explica SaraFernandes, da Proactivetur.

Foi fácil, então, conciliar novastendências com conhecimentosancestrais, mas também homens emulheres de diferentes gerações, portodos reconhecerem a necessidade defazer algo diferente para ser aceite pelomercado. “Os designers são, na suamaioria, jovens e a nova visão que têmdas coisas é aproveitada pelos artesãos,que são já de idade avançada, para elespróprios criarem produtos mais

modernos. Sentem que este«casamento» é uma mais-valia paraos dois lados”, refere Sara, emboraadmita que há sempre pessoas quesão mais resistentes à mudança e àinovação do que outras. “Mas, nogeral, a recetividade dos artesãos foipositiva, também pela perspetiva deque os seus produtos seriamvalorizados através do marketing, dodesign, da fotografia, ferramentasque, por vezes, não estavam ao seudispor. Também dinamizamos a redecom a realização de convívios sempreque é possível juntar a maior partedos artesãos, para eles saberemcomo as coisas estão a correr”.

Na prática, o TASA trabalha,atualmente, em regime de freelancercom duas designers, Alexandra

Sara Fernandes, da Proactivetur, a entidade dinamizadora do Projeto TASA

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Gonçalves e Ana Rita Aguiar, queefetuam uma investigação prévia sobreelementos da região que podem serimportantes para a conceção de novosprodutos, para além de recuperar outrostipicamente algarvios, mas dando-lhesoutra roupagem ou funcionalidade.“Todos os objetos do TASA são úteis,têm uma função, não são meramentedecorativos. O artesanato surgiuprecisamente para colmatar

necessidades que existiamantigamente, criando utensíliosou ferramentas com osmateriais que possuíam naépoca, e quisemos manter essetraço. Assim, tendo noção dosartesãos e das matérias-primasque estão disponíveis, surgemalgumas ideias e esboços quedepois são apresentadas pelasdesigners aos artesãos parasaber se é possível produzir-seaquilo ou não, qual o melhortipo de material, até se chegarao protótipo e à peça final”,descreve Sara Fernandes.

Aprovado o objeto, avança-separa a fase de produção efetivae ai coloca-se o problema daquantidade, porque o artesanatonão é, como se sabe, umaprodução em massa, aliás, nemsequer é muito fácil fazer duaspeças exatamente iguais. Noentanto, colocar a «máquina»,por assim dizer, a trabalhar éainda mais complicado porque amaior parte das peças tem aparticipação de vários artesãos,misturando-se diferentes

técnicas e materiais. “A nossa tábua,por exemplo, é em madeira e temuma taça em barro. Ora, primeirotem que ser feita a taça pelo oleiro,para depois se levar à artesã quetrabalha em madeira, para se fazer atábua à medida. Não é uma gestão derecursos fácil de se fazer porque háartesãos que estão muito distantes, anível geográfico, uns dos outros”,sublinha a entrevistada.

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A solução é aproveitar os períodos doano em que os artesãos estão mais livresde compromissos, nomeadamente oInverno, por existirem menos mercadose feiras de artesanato, para se acumularstock dos produtos em catálogo. Postoisto, é imperativo equilibrar da melhor

forma os dois pratos da balança, como desejo de vender mais produtos deum lado, e a capacidade de osproduzir do outro, mas os clientestambém devem valorizar o trabalhoartesanal e compreender se tiveremque aguardar para terem as suaspeças. “Sabem que existe um tempo

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de espera maior quando a produção émanual e não em série, feita numafábrica, por isso, acabam porencomendar mais cedo se precisaremter mesmo o produto numa dataespecífica. Claro que é difícil, porquevivemos numa época em que tudo éimediato e há quem peça produtos paraa semana seguinte, o que nem sempre épossível de satisfazer”, salienta SaraFernandes. “São peças que nãodependem só de uma pessoa, são feitastodas à mão e até depende de havermatéria-prima ou não em certas alturasdo ano. Mas, quando se quer umproduto especial, que se sabe que éúnico, está-se disponível para esperar”,garante.

Não deixar morrer os ofícios

Face a todas estas condicionantes, oProjeto TASA coloca maior enfase emlidar com o cliente final e não comgrandes superfícies ou cadeias de lojasde decoração, como atesta a criação, nofinal de 2015, de uma loja online. “Éuma forma das pessoas chegaremrapidamente aos nossos produtos etemos sempre um stock garantido.Quando são quantidades maiores,normalmente tratam-se derestaurantes ou ateliers de arquiteturae decoração que desejam produtospersonalizados, que é outra facetaimportante do TASA. Como temos umarede significativa de artesãos edesigners, torna-se fácil desenvolverprodutos específicos para cada cliente”,indica Sara Fernandes, falando ainda deuma rede de 15 lojas localizadas de

norte a sul de Portugal com produtosem exposição, número que nãodeverá aumentar muito maisprecisamente para não haver ruturasde stock ou esperas excessivamentelongas nas encomendas.

Isso não impede que as solicitaçõessejam cada vez maiores, umreconhecimento do bom trabalhodesenvolvido pela Proactivetur com oProjeto TASA. Sinal positivo érecebido, igualmente, quandoparticipam em feiras e ainternacionalização deu-se logo em2014, através de um prémio atribuídopela Universidade do Algarve e quepermitiu a presença em três certamesalém-fronteiras. “Foi muito bom paratestarmos os nossos produtos e aprópria marca. Todos os anosestamos nas principais feiras oumercados que acontecem no Algarvee em Lisboa e isso garante-nos logomais clientes. Em 2016, vamosapostar bastante no marketingdigital, mais direcionado para algunsmercados internacionais, com olançamento da loja online e arenovação do sítio de internet”,prossegue Sara Fernandes.

Estrangeiros que, como se adivinha,ficam encantados com as peçascomercializadas pelo Projeto TASA,mas os portugueses também têmnoção de que se está na presença deprodutos bastante interessantes.“Percebem que foi feito um trabalhode investigação e desenvolvimentopara recuperar um material outécnica. Portugal está a dar cada vez

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mais valor ao que é feitocá e, principalmente,por mão portuguesa.Para os estrangeiros, éuma oferta diferente daque estão habituados aencontrar nos seuspaíses e que encaixamuito bem nos seusgostos pessoais. Sãopeças que procurampara as suas casas ecozinhas e ligadas àsnossas raízes e tradições,que eles apreciambastante”, observa aentrevistada.

A principal preocupaçãoda Proactivetur prende-se, então, com a idadeavançada da maior partedestes artesãos e com oreal perigo de algumasdestas artes e ofíciosdesaparecerem no futuropróximo, confirma SaraFernandes.“Infelizmente, há artes em que a únicapessoa que possui esse conhecimentojá tem 70 ou 80 anos e não tempossibilidade de ensinar os mais novosou mesmo de produzir peças. É umaluta diária, porque gostaríamos deincluir na nossa oferta outros materiaise técnicas, e estamos sempre à procurade artesãos e de pessoas que estejaminteressadas em aprender”, enfatiza.“Dinamizamos alguns workshops ecursos ligados às artes e ofícios,felizmente com uma participaçãoaceitável, mas é necessário que as

pessoas se dediquem efetivamente àprofissão para lhe dar continuidade.Queremos afirmar estes produtos nomercado também para que os jovensentendam que a profissão de artesãotem futuro, mas convém que hajauma ação mais forte e concertada nocampo da formação para se inverteresta tendência e não se percam maistécnicas” .

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ESPÓLIO DO JORNAL «AAVEZINHA»DÁ ORIGEM A BIBLIOTECA-MUSEU

O espólio do Jornal«aAvezinha»,fundado em Paderne,

a 21 de fevereiro de 1921, porquatro mulheres, vai estardisponível ao público, medianteum protocolo assinado com oMunicípio de Albufeira, demodo a permitir o acessoàquele vasto manancial deedições, livros e maquinaria queao longo do tempo permitiu asaída do jornal algarvio,liderado desde o 25 de Abril porArménio Aleluia Martins, umadas personalidades maisconceituadas da culturaalgarvia.

No sentido de apoiar pessoascarenciadas da aldeia dePaderne, as jovens MariaMarques, Maria Elói, MariaMendes e Maria Correiaresolveram, no início do ano de

1921, fundar um jornalintitulado «aAvezinha». As duasprimeiras edições, em Março eAbril de 1921, forammanuscritas e apresentavam osseus contos e poemas. Como avenda se traduziu em sucesso, oentão pároco de Paderne,Padre João dos Santos Silva,tomou a iniciativa de editar ojornal, ficando como o seudiretor. Assim, a terceira edição(17 de Julho de 1921,) do jornalpassa a ser editado na Praça daRepública, em Paderne, tendocomo diretor o pároco e comoeditor, José Gaspar Rodrigues.A impressão era feita em Faro.Posteriormente, o Padre Joãodos Santos Silva passou a ser oeditor, além de diretor.

Até 1936, o jornal era mensale trazia artigos das fundadorase de outras mulheres, também

com pseudónimos comoCamélia, Gardénia,Margarida, Orquídea eoutros. Nesse ano foisuspenso, para só retornardepois do 25 de Abril comArménio Aleluia Martins, umdos mais carismáticos nomesda cultura algarvia, que emMaio de 1977, por cortesia,cede a direção do jornal auma das fundadoras, Mariada Conceição Elói (aMadressilva). A numeraçãoda edição foi reiniciada,indicando que se tratava dasegunda série (Maio de 1977

foi a edição número 1 dasegunda série). Posteriormente,a numeração do ano do jornalpassou a ser em relação ao anode 1921: por exemplo, a ediçãocomemorativa dos 75 anos em1996 é identificada como Ano75 (2.ª série, n.º 541) 14 deMarço de 1996. Estanumeração do ano e da ediçãomantém-se até hoje e aindacom Arménio Aleluia Martins àfrente deste título. Em Abril de1983, o jornal passou a serpublicado quinzenalmente e,em Janeiro de 1984,semanalmente. No começo doséculo 21 o jornal era semanal eestava disponível em páginaespecífica na Internet(www.jornalavezinha.com).Atualmente, o jornal épublicado no facebook .

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DIA MUNDIAL DA FLORESTA E DAÁRVORE CELEBRADO EM ALBUFEIRA

O Município deAlbufeira voltou acelebrar o Dia

Mundial da Floresta e daÁrvore, um evento que, nopassado dia 21 de março,reuniu aproximadamentequatro centenas de pessoas, noParque da Alfarrobeira. Ainiciativa contou com aparticipação de crianças eutentes de estabelecimentos deensino e várias associações deâmbito social do concelho,nomeadamente os Jardins deInfância Grãozinho de Areia,Vale Pedras, Caliços, CentroInfantil Quinta dos Pardais, ATLda Escola EB1 de Olhos deÁgua, Escola EB 2,3 Dr.Francisco Cabrita, APEXA –Associação de Apoio à PessoaExcecional do Algarve, Casa deRepouso Nossa Senhora daGuia e dos Lares e Centros de

Dia da Santa Casa daMisericórdia de Albufeira: Casada Paz, Lar São Vicente e LarRoseiral. À semelhança do queaconteceu na edição de 2015,os Bombeiros Voluntários deAlbufeira associaram-se aoevento, aproveitando paraapresentar os meios eequipamentos que utilizam nocombate aos incêndios.

Paralelamente à celebraçãoda efeméride, a iniciativa visou,igualmente, dar a conhecer osespaços verdes do concelho,designadamente o ParqueUrbano da Alfarrobeira,infraestrutura que já possui oestatuto de «pulmão verde» dacidade. Após a sessão de Boas-Vindas, que contou com aspresenças do presidente doMunicípio, Carlos Silva e Sousa,da vereadora responsável peloAmbiente, Ana Vidigal, do vice-

presidente José Carlos Rolo, dovereador Rogério Neto e dopresidente da Junta deFreguesia de Paderne MiguelCoelho, o programa prosseguiucom a entrega dos certificadosno âmbito do projeto/concurso«Enfeites de Natal Reciclados»,cujos trabalhos estiveram emexposição, primeiro na Galeriade Arte Pintor Samora Barros, ea partir de janeiro até ao finaldo mês de março, no Parque daAlfarrobeira, onde podem serapreciados por todos.

A entrega dos prémios aosestabelecimentos de ensinovencedores, que contou com apresença dos representantes daCaixa de Crédito Agrícola, LuísAlves, e da empresaEcoambiente, Telma Farinha,foi aproveitada, também, paradistribuir centenas de vasoscom sementes de petúnia portodos os participantes.

Seguiu-se uma apresentaçãoteatral que serviu de pretextopara despertar as crianças paraa importância da preservaçãodas Florestas, nomeadamente anecessidade de reduzir apegada ecológica e ensinar-lhes, de forma lúdico-pedagógica, atitudes ecomportamentos responsáveisrelativamente à preservação domeio ambiente .

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LOULÉ CONTINUA A APOSTARNA CRIATIVIDADE

Depois dos festejos doDia do Pai e daPáscoa, há que não

deixar a rotina instalar-se e, porisso, o «Loulé Criativo Turismo»preparou um programa repletode surpresas para as próximassemanas. Entrelaçar saberesnum fascinante passeiofotográfico finalizado com arealização de uma joia, numavertente mais ecológica,aprender a reciclar e trabalharo cartão para redecorar a casa,surpreender no Dia da Mãe

com uns deliciosos bombons defrutos secos, sentir a textura datinta e deixar-se levar pelaprofundidade das cores, ouaprender Português ao ritmo dacultura local, são as apostas dosparceiros do Loulé CriativoTurismo para abril.

A maior parte dasexperiências decorre na cidadede Loulé ou em Almancil, ondea artista plástica Adérita Silvaabre as portas da sua galeriapara despertar sensaçõesinspiradas em objetos repletos

de histórias antigas; ou mesmoem Boliqueime, onde a parceiraCartão Concept convida adescobrir a sua oficina de arte,numa experiência de três diasem que a criatividade culminaránuma impressionante mesa-de-cabeceira louletana. A escola deLínguas Faust, em parceria como Loulé Coreto Hostel, tambémpropõe um curso intensivo dePortuguês, em regime dealojamento e pequeno-almoço,com várias excursões emdiversas partes do Concelho .

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PORTO DE PESCA DE OLHÃOSERÁ PALCO DE EXERCÍCIODE COMBATE À POLUIÇÃO DO MAR

O Porto de Pesca deOlhão vai ser palco,no dia 12 de maio, de

um exercício de combate àpoluição do mar porhidrocarbonetos. «Olhão2016», como é denominado osimulacro, é uma organizaçãoconjunta do DepartamentoMarítimo do Sul da AutoridadeMarítima Nacional, AutoridadeNacional de Proteção Civil,Câmara Municipal de Olhão eDOCAPESCA.

O exercício tem três objetivosprincipais, no que diz respeitoàs operações de combate àpoluição do mar: treinar de

modo consistente os meiosatribuídos ao DepartamentoMarítimo do Sul e à Capitaniado Porto de Olhão; treinar eincrementar a cooperação comoutras entidades, em particularas autarquias, e demonstrar àpopulação em geral ascapacidades e determinaçãodos serviços responsáveis pelocombate à poluição do mar noAlgarve. A escolha do Porto dePesca de Olhão deve-se aofacto de se tratar de um localcom forte tráfego marítimo,associado à sua localização nocoração do Parque Natural daRia Formosa. As entidades

organizadorasreconhecem ainda aimportância doturismo, recreio,valores naturais epatrimoniais, tendo emvista prevenir ecombater eficazmentea poluição do mar porhidrocarbonetos naspraias e nos portos.

Cerca de 60 pessoasvão estar diretamenteenvolvidas na ação bemcomo, no que dizrespeito a meiosmateriais, embarcaçõespara a manobra debarreiras de contençãodo poluente,recuperadores,

material absorvente, tanquesportáteis, equipamento ligeirode limpeza, viaturas pesadas eligeiras, tratores e equipamentode proteção individual. Oshidrocarbonetos naturais sãocompostos químicosconstituídos apenas por átomosde carbono e de hidrogénio, aosquais se podem juntar átomosde oxigénio, azoto ounitrogénio e enxofre, dandoorigem a diferentes compostos.Os mais comuns são o petróleo,o gás natural e o carvão .

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PORTIMÃO DEDICA ABRILAO EMPREGO E FORMAÇÃO

Portimão dedica os dias8, 9, 14, 15 e 16 de abrilao emprego e formação

com as atividades «Oficina dasProfissões», dedicada a criançase jovens entre os 3 e os 12 anose «Start Work – Mostra deEmpreendedorismo, Emprego eFormação Profissional»,direcionada a jovens (a partirdos 13 anos) e adultos.

Nos dias 8 e 9 de abril, o grupode empresários BNI SULpromove a «Oficina dasProfissões», um evento desolidariedade social que visacontribuir para a educação e odespertar das crianças e jovenspara aprendizagens no mundoempresarial dos adultos.Pretende desta forma incutir oespírito empreendedor nos maisnovos e demonstrar como setrabalha em equipa, ressaltandoa importância da criação de

sinergias entre as váriasáreas/profissões e possibilitandoo contacto direto comempresários da região algarvia,que através de jogos vãoconstruir cenários das própriasatividades empresariais.

Paralelamente o evento, quese realiza em ambos os diasentre as 9h30 e as 19h, noPortimão Arena, possui umavertente de beneficência, numaação de beneficência que visaangariar produtos alimentares eprodutos de higiene básica paracrianças desfavorecidas. Aentrada na Oficina dasProfissões é gratuita,sensibilizando-se quem visitar oevento que traga consigo umalimento ou produto de higienebásica que deseje oferecer. Odia 8 de abril é dedicadoexclusivamente à visita deinfantários, creches e escolas,

com o dia 9 aberto ao públicoem geral.

Nos dias 14, 15 e 16 de abril, éa vez do Portimão Arena servirde palco para a «Start Work –Mostra de Empreendedorismo,Emprego e FormaçãoProfissional», num certamededicado à divulgação de ofertasde emprego, formaçãoprofissional, ensino secundárionormal e profissionalizante eensino superior, disponibilizadaspor empresas e instituições deensino públicas e privadas,politécnicas e universitáriasexistentes na região do Algarve.Com entrada gratuita, adecorrer entre as 10h e as 19h, a«Start Work» irá reunir num sóespaço o maior número possívelde empresas e instituições daregião, com atendimentopresencial aos visitantes.Simultaneamente, no palcoinstalado no interior dopavilhão, estão agendadasiniciativas de animação a cargodas instituições de ensinopresentes e no auditório (comcapacidade para 200 pessoas)estão agendados workshops edemonstrações temáticas esessões de esclarecimento decurta duração promovidas pelasempresas e instituiçõespresentes, com vista àapresentação e divulgação deofertas de emprego, ofertaformação profissional e superiorexistentes .

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SÃO BRÁS DE ALPORTEL PROMOVEUINTERCÂMBIO MUSICAL

De 25 a 28 de março,São Brás de Alportelpromoveu a

interculturalidade musical aoacolher o Centre MusicalMunicipal e o Município deRoche La Molière, de França,mediante a presença de umacomitiva que veio partilharexperiências com a BandaFilarmónica de São Brás deAlportel. Este intercâmbiomusical contou com adeslocação de uma delegaçãofrancesa composta por alunos,professores e responsáveis doCentre Musical Municipal,acompanhados peloresponsável pela Divisão deCultura do Município de RocheLa Molière, Didier Richard.

A visita resultou de umprimeiro contacto estabelecidoem dezembro de 2015, por umadelegação de diretores daBanda Filarmónica de São Brásde Alportel com o município deRoche La Molière e o CentreMusical Municipal. Esteencontro inicial proporcionou apartilha de experiênciasartísticas e pedagógicas entreas instituições envolvidas.

No âmbito deste segundoencontro decorreu, no dia 25de março, pelas 11h, no SalãoNobre da Câmara Municipal,uma cerimónia de boas-vindasonde foram firmados osalicerces de uma geminaçãoque se pretende não apenasformal, mas verdadeiramente

participada e vivida pelacomunidade. Este intercâmbiona área da música abrehorizontes para uma ambiçãomaior, a de promoverintercâmbios noutras áreas,como por exemplo no desporto,na dança, entre outras. Ointercâmbio culminou com aintegração de quatro músicosdo Centre Musical Municipal deRoche La Molière, na BandaFilarmónica de São Brás deAlportel, no habitualacompanhamento musical daProcissão da Aleluia, realizadano domingo de Páscoa, dia 27de março .

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TAVIRA ACOLHE CERIMÓNIA DEABERTURA DOS JOGOS DE QUELFES

A cerimónia de aberturados VII Jogos deQuelfes terá lugar, no

dia 9 de abril, pelas 18h, noPavilhão Municipal Dr. EduardoMansinho, dando início ao maisemblemático evento depromoção do olimpismo emPortugal, direcionado para o 1.ºCiclo do Ensino Básico. A sessãoinaugural conta com a presençados representantes dosconcelhos participantes, doPresidente do Comité Olímpicode Portugal, José ManuelConstantino, e do Presidente doComité Paralímpico dePortugal, Humberto Santos.

O programa inclui a contagemdecrescente para o início dos

Jogos, desfile com as bandeirasde Portugal e Espanha, hinosdos respetivos países e hinoolímpico, desfile dos alunos,juramento dos participantes ejuízes, visualização do vídeo dacidade de Tavira e da EstafetaChamada para os Jogos, bemcomo um momento musical. Acerimónia atinge o seu pontoalto, no final, com a chegadados atletas que transportam,desde Olhão, a chama para oacendimento da pira.

Em ano de Jogos Olímpicos,esta edição decorre, até dia 23de abril, em Faro, Loulé, Olhão,São Brás de Alportel, Tavira eAyamonte, sob a chancelaoficial da Academia Olímpica

Internacional, do CentroInternacional da TréguaOlímpica, assim como da famíliaolímpica e paralímpicasnacionais. No dia 17 de abril, oMunicípio de Tavira, emparceria com o Clube Náutico,dinamiza a prática de vela, noSítio das Quatro Águas. 230alunos dos AgrupamentosEscolares Dr. Jorge AugustoCorreia, D. Manuel I, Jardim-Escola João de Deus e FundaçãoIrene Rolo participam, ao longode duas semanas, nosdiferentes concelhos aderentes,em modalidades comobasquetebol, atletismo,natação, futebol, andebol,boccia, lenço grego e vela .

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TAVIRA GANHA SALAMULTISSENSORIAL SNOEZELEN

Tavira conta, a partir dedia 29 de março, comuma sala de terapia

multissensorial Snoezelen,inaugurada pela FundaçãoVodafone Portugal na FundaçãoIrene Rolo, uma InstituiçãoParticular de SolidariedadeSocial que apoia pessoas comdeficiência e incapacidades, dediferentes grupos etários. DoHolandês SNUFFELEN (cheirar),com DOEZELEN (relaxar), a salaSnoezelen é um espaço que,através de terapias deestimulação sensorial,proporciona relaxamento ebem-estar a pessoas comnecessidades especiais,recorrendo ao uso de estímulossensoriais, que podem ser

usados de forma individual oucombinada, dos efeitos damúsica, sons, luz e estimulaçãotáctil. Uma das principaisvantagens desta terapia resideno facto de não depender dacomunicação verbal, podendoproporcionar estímulos apessoas que de outra formanão seriam alcançadas.

Esta sala está equipada comequipamento específico parapessoas com limitações neuro-motoras e cognitivas. Com vistaà promoção do seuautocontrolo, autonomia,espírito de descoberta eexploração, estas pessoaspoderão usufruir de diferentesestações de terapia,nomeadamente colunas de

água, fibras óticas,plataformas almofadadas,cama de água, baloiço eprojetor de jogos de luz e decor. O espaço está aindaequipado com umcomputador de interfacetáctil e um softwareadequado a unidades demultideficiência, que incluicerca de 40 atividades para odesenvolvimento dediferentes capacidadesatravés, por exemplo, daexperimentação da relaçãocausa-efeito ou do controlopreciso do ponteiro do rato.

A sala Snoezelen vaipermitir que os utentes da

Fundação Irene Rolo, assimcomo de outras Instituições doconcelho de Tavira com as quaisesta entidade celebreprotocolo, possam igualmenteusufruir de sessões de terapiadevidamente acompanhadospor técnicos especialistas. AFundação Irene Rolo foi criadapor doação de Irene Dulce daPalma Arez Rolo, em 15 de Abrilde 1982, e tem como missãoapoiar pessoas comnecessidades especiais e suasfamílias, bem como outrospúblicos vulneráveis, no âmbitoda prevenção, acolhimento,reabilitação, formaçãoprofissional e inserção social,com vista à promoção daqualidade de vida .

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SECRETÁRIO DE ESTADODO AMBIENTE INAUGUROU ETARDE VILA DO BISPO E SAGRES

O secretário de Estadodo Ambiente, CarlosMartins, esteve em

Vila do Bispo, no dia 24 demarço, para descerrar a placa danova Estação de Tratamento deÁguas Residuais (ETAR) de Vilado Bispo e Sagres. A obra,realizada pelas Águas doAlgarve, significou uminvestimento que rondou os 2, 3milhões de euros e irá servirmais de 14 mil habitantes emépoca alta. A conclusão destainfraestrutura vem colocar umponto final num longo processoque envolveu a sua construção ea dificuldade na aquisição do

terreno. Para ultrapassar esteúltimo obstáculo, a obra acaboupor ser executada num terrenoda Câmara Municipal sito emEstreitura (Ponte da Granja)freguesia de Vila do Bispo eRaposeira.

A nova ETAR irá tratar as águasresiduais de uma parte doconcelho de Vila do Bispo,nomeadamente as queatualmente afluem às ETAR`s deVila do Bispo, Raposeira e Hortasde Tabual e ainda os afluentes àEstação Elevatória do EmissárioSubmarino do Martinhal(Sagres). Com a entrada emfuncionamento desta

infraestrutura serão desativadasestas instalações de tratamento,as quais possuem um grau detratamento deficiente, e comotal, incrementando umamelhoria substancial no meioonde atualmente se efetuam assuas descargas.

Para o presidente daautarquia, Adelino Soares, anova ETAR significa o culminarde várias diligências realizadaspela Câmara Municipal para queesta obra se concretizasse e queagora irá permitir uma amelhoria substancial daqualidade de vida ambiental noconcelho, dado que é umaresposta adequada àsnecessidades do município. Oedil aproveitou a presença dosecretário de Estado doAmbiente no concelho paralançar o desafio ao governocentral para construir uma novaETAR em Burgau.

Para as Águas do Algarve, estaobra significa uma melhoria dosníveis de tratamento das águasresiduais e consequentementeda qualidade do efluente a serdevolvido aos cursos naturais eque irá dispor ainda de umalinha dedicada e adequada aotratamento de efluentesprovenientes de limpa-fossas.Este equipamento deverá entrarem funcionamento no próximomês de junho .

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LUÍS GOMES ELEITO PRESIDENTEDA ASSEMBLEIA GERAL DA CÂMARADE COMÉRCIO PORTUGAL - CUBA

O presidente daCâmara Municipal deVila Real de Santo

António, Luís Gomes, foi eleito,no dia 29 de março, presidenteda Assembleia da Câmara deComércio, Indústria, Serviços eTurismo Portugal – Cuba. Osufrágio teve lugar durante aAssembleia Geral do organismo,realizada no Porto, onde foitambém aprovado o plano deação para 2016 e definido umconjunto de estratégias parapotenciar a internacionalizaçãodas empresas, no âmbito doquadro comunitário Portugal2020.

A integração do autarca vila-realense nos quadros daCâmara de Comércio Portugal-Cuba tem em consideração asparcerias e projetosestabelecidos - desde há muito- entre o município de Vila Realde Santo António e a Repúblicade Cuba, nomeadamente naárea da saúde, cultura eeducação, o que já potenciou acriação de diversos programaspioneiros na área daoftalmologia. Para Luís Gomes,esta sua nova função temigualmente em consideração oimportante papel do organismono fomento das relações entrePortugal e Cuba, o que tem

permitido promover, organizare coordenar reciprocamentemissões empresariais eculturais, ampliando aprojeção económica dos doispaíses.

De acordo com AméricoCastro, presidente da Câmarade Comércio Portugal-Cuba, osinvestimentos já acordados eem fase final de negociaçãodas empresas portuguesas emCuba já ascendem a 30milhões de euros, tendo sidocelebrados diversosmemorandos de entendimentocom empresas portuguesasque pretendem investir na

indústria de moldes plásticos,de componentes paraautomóveis, na área do papel,ou na indústria da construção.A Câmara de Comércio Portugal– Cuba foi constituída a 2 dejunho de 2014, sob a forma deassociação sem fins lucrativos, etem como objetivo apresentaras oportunidades deinvestimento em Cuba quer aonível da área de negócios, quersob o prisma fiscal. No âmbitoda sua atuação detém aindacompetências e relaçõesinstitucionais junto dosGovernos, Embaixadas e outrasentidades com vista a apoiar eassessorar as empresas .

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FASE DISTRITAL DA 10ª EDIÇÃODO CONCURSO NACIONALDE LEITURA É EM LOULÉ

A fase distrital doConcurso Nacional deLeitura (CNL), cuja

promoção e coordenação é daresponsabilidade da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos edas Bibliotecas, na qualidade deparceira do Plano Nacional deLeitura, é anualmente realizadapor uma biblioteca públicamunicipal, selecionada para oefeito. Este ano, o convite paralevar a cabo este evento foidirigido à Biblioteca MunicipalSophia de Mello BreynerAndresen, em Loulé, com aProva Distrital a ter lugar no dia19 de abril.

A participação no ConcursoNacional de Leitura está abertaaos alunos do 3.º ciclo doensino básico e do secundário

apurados na 1ª fase doConcurso Nacional de Leitura dodistrito de Faro, sendo que asobras a concurso são: «Casos doBeco das Sardinheiras», deMário de Carvalho e «OEstrangeiro», de Albert Camus,para o 3.º ciclo; e «TerraSonâmbula», de Mia Couto e «OAno Sabático» de João Tordo,para o ensino secundário. Asprovas escritas realizar-se-ão naBiblioteca Municipal de Loulé eas provas orais decorrerão noCine-Teatro Louletano.

O júri designado para presidiràs provas escritas do ConcursoNacional de Leitura éconstituído por três elementos– Guida Jordão (coordenadorada Biblioteca Municipal deLoulé), Filomena Branco e

Salomé Portela, ambasprofessoras aposentadas – aquem caberá a supervisãode todo o processo derealização e correção dasprovas e a apresentação dalista dos concorrentesvencedores que passam àfase seguinte, a das provasorais. O júri designado parapresidir às provas orais éconstituído por três figurasde reconhecido mérito locale nacional – Rita Moreira(chefe da Divisão de Cultura,Bibliotecas e Arquivo), DinoD’Santiago (cantor) e Luís

Vicente (ator e diretor da ACTA)– a quem caberá a supervisãode todo o processo derealização e avaliação destasprovas e o apuramento dosconcorrentes vencedores querepresentarão o distrito na fasenacional.

Serão atribuídos certificadosde presença e um prémiosimbólico a todos osconcorrentes que participaramna fase distrital do ConcursoNacional de Leitura. Serão aindaatribuídos diplomas e prémiosaos primeiros classificados decada ciclo de ensino. Estão aconcurso 125 alunos do 3.º ciclodo ensino básico e 41 alunos doensino secundário, perfazendoum total de 166 alunos .

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ALGARVE É REGIÃO CONVIDADADA FEIRA MUNDO ABREU

O Algarve é a «RegiãoConvidada» doMundo Abreu, uma

das maiores feiras de viagens devenda direta ao público daEuropa, que no fim de semanade 9 e 10 de abril ocupará todoo pavilhão 3 da FIL, no Parquedas Nações, em Lisboa.Expositor de primeira linha nasvárias edições do evento, aRegião de Turismo do Algarve(RTA) renova, assim, a apostana promoção interna do maiordestino de férias dosportugueses – onde realizaram

cerca de 3,9 milhões dedormidas no último ano – eassume maior visibilidade nacampanha de comunicaçãomultimeios do evento.

Em 2016, a oferta turística doAlgarve ocupará um espaçocentral exclusivo na feira, deaproximadamente 700 metrosquadrados, onde a RTA marcapresença com um balcão deatendimento e uma zonalounge. Além disso, a brochuracom ofertas de férias «PortugalSensacional», já emdistribuição, dedica mais de

duas dezenas de páginas “aomais popular destino turísticode Portugal, e um dos maisconhecidos da Europa, oAlgarve”. Seja por este rasgadoelogio da organização do eventoou pela qualidade da hotelariaalgarvia, amplamenteconhecida dos portugueses, nosábado (9 de abril), das 11h às22h, e no domingo (10), das 11he as 20h, é esperada umacorrida às reservas de férias noAlgarve por parte dos mais 120mil visitantes esperados pelaorganização .

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As minhas sugestõesChefe Augusto Lima

PitaIngredientesQ.b. – Figo de pitaQ.b. – MuxamaQ.b. – Cebola roxaQ.b. – AzeiteQ.b. – Tomilho cabeçudoQ.b. – Pimenta rosa grão

Como fazerPreparar de véspera a emulsão de azeite, juntando o azeite, o tomilho (folhas) e a pimenta,

esmagada. Deixar macerar por um dia.Descascar e cortar em rodelas (nem finas nem grossas), os figos. Cortar muito fina, a muxama, e a

em meia lua fina, a cebola. NO fundo prato, espalhar uma porção de azeite, colocar em volta o figo epor cima deste a muxama. Temperar de novo com o azeite.

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Primavera IBorrego de Ovelha Churra Algarvia/Couscous/Geleia de cebola roxa/Guisado de

tomate, pimento e azeitona verde

Ingredientes para o Borrego(4 pessoas)

600 gr – Costeletas de Borrego deOvelha Churra Algarvia

Q.b. – AzeiteQ.b. – Alecrim de tomilho frescoQ.b. – Dentes de alho com casca,

pisadosQ.b. – Piri-piriQ.b. – Sal marinho 100% natural Rui

SimeãoIngredientes para o couscous400 gr – CoscousQ.b. – Caldo legumes ou chá de

hortelãQ.b. – AzeiteQ.b. – Sal marinho 100% natural Rui SimeãoIngredientes para o Guisado1 – Cebola1 – Pimento vermelho1 – Tomate grande vermelho1 Folha – LouroQ.b. – Azeitonas verdesQ.b. – AzeiteQ.b. – Vinho branco

Ingredientes para a Geleia4 – Cebolas roxasQ.b. – azeiteQ.b. – Mel Silvestre José ChumbinhoQ.b. – Vinagre (cerca de duas colheres sopa)2 Grãos – Cravinho1 Unidade – Anis estreladoQ.b. – Água (cerca de quatro colheres sopa)

Como fazer o BorregoCorte, apare, seque a sela e borrego. Corte em costeletas (duas a duas, aproximadamente) e limpe as

costeletas de peles e carnes (corte Francês). Reserve. Pré aqueça um tacho com azeite ou mistura deazeite ou óleo. É aqui que vai cozinhar, confitar as costeletas.

Como fazer o coucousFaça caldo de legumes ou chá de hortelã. Coloque o couscous num tabuleiro ou outro recipiente alto.

Deite uma pequena parte do líquido que escolheu fazer e mexa bem, envolvendo. Tape e deixe cozer.Verifique a cozedura e adicione um pouco mais se necessário. Rectifique os temperos. Reserve.

Como fazer o GuisadoCorte em brunesa pequena, o pimento, o tomate, a cebola e as azeitonas. Junte tudo num tacho em

lume brando e deixe apurar, tapado. Rectifique os temperos no final. Reserve.Como fazer a geleiaPique as cebolas ou corte-as em brunesa muito pequena. Junte todos os ingredientes num tacho e

deixe cozinhar tapado, em fogo lento, até obter uma geleia. Reserve.TerminarConfite o borrego, colocando-o na gordura quente mas sem que ferva, junto com as ervas e os alhos

pisados. Deixe, cozinhar lentamente até ao ponto de cozedura desejado. Termine corando as costeletasnuma sertã. Tempere e sal grosso.

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