19
ANÁLISE DO DISCURSO DE BOLOGNA DE BENITO MUSSOLINI: O CORPO POLÍTICO FASCISTA ANALISI DEL DISCORSO DI BOLOGNA DI BENITO MUSSOLINI: IL CORPO POLITICO FASCISTA Rafael Mario Iorio Filho RESUMO O presente trabalho fora idealizado na disciplina “Literaturas Neolatinas: histórico e imaginário” ministrada pela Profª. Drª. Flora de Paoli Faria no Programa de Pós- graduação em Letras Neolatinas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A temática do curso foi a relação do corpo e sua linguagem com a criação artística literária italiana. Tal abordagem nos despertou, nas análises dos discursos de Benito Mussolini para a construção da identidade cultural italiana, que estamos pesquisando, para os mecanismos usados no discurso na formulação do corpo político totalitário fascista. Para tanto, escolhemos o discurso de Bologna, visto a sua importância como discurso que vem estabelecer as bases e idéias essenciais do fascismo. Sendo assim, o objetivo de nosso trabalho é demonstrar como se constrói o corpo político fascista através do discurso de Bologna de Benito Mussolini. PALAVRAS-CHAVES: FASCISMO ITALIANO, DISCURSO DE BOLOGNA, CORPO, LITERATURA POLÍTICA. RIASSUNTO Il presente testo fu idealizzato nella disciplina “Literaturas Neolatinas: histórico e imaginário” della Profª. Drª. Flora de Paoli Faria e vincolata al Programa de Pós- Graduação em Letras Neolatinas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Il tema svilupatto in questo corso aveva come scopo capire la relazione tra Il corpo e il linguaggio artistico e letterario italiano. Questa problematica, quindi, ci ha fatto associare la relazione tra il corpo e il linguaggio artistico alla nostra ricerca, che analizza i discorsi di Benito Mussolini per la costruzione della identità culturale italiana, attravverso la seguente domanda: quale sono i mecanismi usati nella formulazione del corpo politico totalitario fascista. Il discorso di Bologna è stato il testo scelto per analizzare perchè esso stabilisce le basi e le idee essenciali del fascismo. PAROLE CHIAVE: FASCISMO ITALIANO, DISCORSO DI BOLOGNA, CORPO, LETTERATURA POLITICA. 3521

Analise de Discurso de Mussolini

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Analise de Discurso de Mussolini

ANÁLISE DO DISCURSO DE BOLOGNA DE BENITO MUSSOLINI: O CORPO POLÍTICO FASCISTA

ANALISI DEL DISCORSO DI BOLOGNA DI BENITO MUSSOLINI: IL CORPO POLITICO FASCISTA

Rafael Mario Iorio Filho

RESUMO

O presente trabalho fora idealizado na disciplina “Literaturas Neolatinas: histórico e imaginário” ministrada pela Profª. Drª. Flora de Paoli Faria no Programa de Pós-graduação em Letras Neolatinas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A temática do curso foi a relação do corpo e sua linguagem com a criação artística literária italiana. Tal abordagem nos despertou, nas análises dos discursos de Benito Mussolini para a construção da identidade cultural italiana, que estamos pesquisando, para os mecanismos usados no discurso na formulação do corpo político totalitário fascista. Para tanto, escolhemos o discurso de Bologna, visto a sua importância como discurso que vem estabelecer as bases e idéias essenciais do fascismo. Sendo assim, o objetivo de nosso trabalho é demonstrar como se constrói o corpo político fascista através do discurso de Bologna de Benito Mussolini.

PALAVRAS-CHAVES: FASCISMO ITALIANO, DISCURSO DE BOLOGNA, CORPO, LITERATURA POLÍTICA.

RIASSUNTO

Il presente testo fu idealizzato nella disciplina “Literaturas Neolatinas: histórico e imaginário” della Profª. Drª. Flora de Paoli Faria e vincolata al Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Il tema svilupatto in questo corso aveva come scopo capire la relazione tra Il corpo e il linguaggio artistico e letterario italiano. Questa problematica, quindi, ci ha fatto associare la relazione tra il corpo e il linguaggio artistico alla nostra ricerca, che analizza i discorsi di Benito Mussolini per la costruzione della identità culturale italiana, attravverso la seguente domanda: quale sono i mecanismi usati nella formulazione del corpo politico totalitario fascista. Il discorso di Bologna è stato il testo scelto per analizzare perchè esso stabilisce le basi e le idee essenciali del fascismo.

PAROLE CHIAVE: FASCISMO ITALIANO, DISCORSO DI BOLOGNA, CORPO, LETTERATURA POLITICA.

3521

Page 2: Analise de Discurso de Mussolini

Introdução

O presente trabalho fora idealizado na disciplina “Literaturas Neolatinas: histórico e imaginário” ministrada pela Profª. Drª. Flora de Paoli Faria no Programa de Pós-graduação em Letras Neolatinas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A temática do curso foi a relação do corpo e sua linguagem com a criação artística literária italiana. Tal abordagem nos despertou, quando das análises dos discursos de Benito Mussolini para a construção da identidade cultural italiana, para o estudo do Discurso de Bologna, visto a sua importância como discurso que vem estabelecer as bases e as idéias essenciais do fascismo italiano.

A história política e cultural da Europa na transição do século XIX para o século XX caracteriza-se pela aceleração da modernidade e é marcada pelo desenvolvimento e expansão de um capitalismo imperialista dos Estados, e como tal da indústria e da técnica, através de uma massificação da sociedade e do fantasma do operariado que acaba por culminar, sustentadas pelas ideologias do imperialismo[1] e do nacionalismo[2], em duas guerras mundiais.

No contexto específico da Itália, vislumbra-se neste período a tentativa de uma afirmação italiana no jogo das nações, impulsionada pelo crescimento industrial do norte italiano.

A sociedade italiana, marcada por fortes diferenças culturais e sociais, une-se socialmente no esforço da 1ª Guerra Mundial, mas, logo após, entra em crise pelas dificuldades econômicas decorrentes do conflito. Surgem, então, em 1919, o maior controle do Estado nacional sobre os paese (províncias), o operariado organizado para a luta política e a revolta dos católicos a favor do Papado[3].

Revoltas e greves operárias estremecem a frágil monarquia italiana, que assiste a ascensão do movimento político liderado por Benito Mussolini baseado numa coalisão de forças sociais que agregam as premissas das transformações oriundas do progresso técnico, o descontentamento dos combatentes da 1ª guerra, as idéias revolucionárias socialistas e a necessidade de expansão imperialista da burguesia industrial, ficando a monarquia a deriva da marcha sobre Roma no dia 28 de outubro de 1922, quando o partido fascista se aloja no poder[4].

Desta forma, estabelece-se o Fascismo na Itália como um movimento político totalitário[5] e totalizante, caracterizado por ser uma saída do capital nacional ao crescimento das reivindicações comunistas, pela prática econômica coorporativa, por uma afirmação de uma identidade nacional italiana e pela expansão colonial.

Este movimento apresenta duas tendências ideológicas: uma revolucionária, que possui traços da cultura e das estéticas do século XIX (de D`Annunzio ao futurismo) e fundamenta-se sobre os mitos do progresso e do desenvolvimento pela indústria e pela técnica. E outra conservadora, que objetiva ser uma saída liberal

3522

Page 3: Analise de Discurso de Mussolini

autoritária para o restabelecimento da ordem social fraturada e contensão das classes populares.

Sendo assim, o objetivo de nosso trabalho é demonstrar como se constrói o corpo político fascista através do discurso de Bologna.

Noções gerais acerca da Análise do Discurso Político

Primeiramente, é necessário dizer que o presente item será organizado da seguinte maneira: a apresentação do conceito de discurso, os conceitos que a expressão análise do discurso reúne e as grandes tendências da análise do discurso moderna.

O discurso é um ato fato de palavra e o termo discurso contém em si a idéia de movimento que pressupõe a mediação entre a linguagem, o homem e as práticas naturais e culturais que fazem parte de uma determinada sociedade.

A Análise do Discurso[6] é uma disciplina nova que nasce da convergência das correntes lingüísticas e os estudos sobre a retórica greco-romana. A definição de Análise do Discurso chama as noções da Lingüística textual na qual os elementos da frase podem ser relacionados a múltiplos sensos lingüísticos, extra-lingüísticos e sociais.

A Análise do Discurso apresenta dois grandes filões: o primeiro é daquelas tendências de análises mais amplas, que segundo Patrick Charaudeau são caracterizadas pelo estudo do mosaico que o termo suscita. Charaudeau afirma que o “sentido amplo é apreendido quando esta disciplina tem como equivalente o estudo do discurso”.[7]

O segundo filão apresenta os sensos restritivos da Análise do Discurso que nasceu com o intento de ter uma autonomia científica própria e de estudar o discurso como o centro de todas as suas possibilidades manifestações, distinguindo-o, assim, de todas as outras ciências que estudam os fenômenos sociais históricos, políticos, filosóficos etc.

CHARAUDEAU (2006) nos informa que as tendências da Análise do Discurso no mundo são expressadas da seguinte maneira:

a) A análise do discurso como estudo do discurso – é uma análise real da linguagem em um uso contextual e expressivo dos agentes comunicativos. Nesta situação podemos inserir diversas correntes: a análise da comunicação, a sociolingüiística e a etnografia da comunicação.

b) A análise do discurso como estudo da conversação – é uma análise, ou melhor, uma corrente de estudo anglo-americana que analisa o discurso em bases da atividade de interação.

3523

Page 4: Analise de Discurso de Mussolini

c) A análise do discurso como visão do mesmo discurso – é segundo Maingueneau uma análise que não tem por objeto nem a organização textual nem também a situação de comunicação, mas deve pensar o dispositivo da enunciação que associa organização textual e um lugar social determinado.

O nosso texto adota como pressupostos teóricos aqueles da Escola Francesa de Análise do Discurso[8] e se propõe a estudar particularmente as relações entre a força persuasiva das palavras e os seus usos na constituição da legitimidade do discurso jurídico.

A análise do Discurso consiste no fato de que os discursos tornam-se possíveis tanto na emergência de uma racionalidade política quanto na regulação dos fatos políticos.

Neste sentido, podemos elencar três lugares em que se realizam a produção dos sentidos do discurso. Assim, o objeto de desenvolvimento de nossa pesquisa se baseia sobre estes três lugares de representação que são: o primeiro topos é aquele da doutrina política, ou seja, consiste no sistema de pensamento que é resultado de uma atividade discursiva que procura fundar um ideal político referível à construção das opiniões. Ou seja, de uma dogmática política, não atrelada a autores especificamente, mas sim, para usar uma denominação “bourdieuniana” ao habitus e ao capital simbólico dos integrantes do campo político.

O segundo se caracteriza como uma dinâmica de comunicação dos atores político, ou seja, a razão ideológica de identificação imaginária da “verdade” política. Os atores do campo político fazem parte das diversas cenas de vozes comunicantes de um enredo permeado pelo desafio retórico do reconhecimento social, isto é, o consenso, a rejeição ou a adesão. Suas ações realizam vários eventos: audiências públicas, debates, reuniões, e hoje principalmente, a ocupação do espaço midiático. Precisam de filiações, estabelecendo organizações que se sustentam pelo mesmo sistema de crença política articuladora de ritos e mitos pela via dos procedimentos retóricos[9].

O terceiro se liga as influências do discurso sobre instituições que formam uma cultura política, isto é, o discurso político que não se mantém fechado no campo político, mas influencia todas as instituições culturais. Ou seja, este lugar da produção do discurso estabelece as relações entre os atores de dentro do campo e os de fora que revelam opiniões produtoras de conceitos que expandem a cultura relacionada a esse tipo de discurso.

Uma proposta de análise do discurso político através do estudo dos gêneros situacionais e visadas discursivas propostas por Patrick Charaudeau

Por outro lado, toda decisão pressupõe uma prática de linguagem, impondo-se mencionar que o discurso decisório é polifônico (pois resulta do somatório das vozes e discursos de diversos atores), sendo possível dele se extrair diversas cadeias de discursos, e, contemporaneamente, faz surgir um novo discurso, pelo que também se

3524

Page 5: Analise de Discurso de Mussolini

apreende a faticidade dos conflitos sociais. Nesse sentido, nos chama a atenção a ideologia que permeia esse discurso, revelando-se na representação social que o ator político faz das normas que deve aplicar e do conflito que lhe é submetido.

Entre os diversos estudiosos do tema, Patrick Charaudeau é o que melhor se adéqua a explicitar a ideologia[10] concretizada nos discursos políticos de Benito Mussolini.

A metodologia proposta por Charaudeau situa-se na moldura da chamada Teoria Semiolinguística do discurso, pois se alinha a uma tradição de estudo dos gêneros deliberativos e da persuasão codificados pela retórica aristotélica[11]. Parte-se de uma problemática da organização geral dos discursos, fundamentando-se em um projeto de influência do EU sobre o TU em uma situação dada[12], e para qual existe um contrato de comunicação[13] implícito de interação social.

A perspectiva de Charaudeau associa os seguintes fatores:

a) a análise da situação – aborda os gêneros do discurso associados às práticas sociais, consideradas na estrutura das forças simbólicas (habitus)[14] estabelecidas e reproduzidas no campo de poder[15] no qual situa-se o estatuto de cada autor;

b) o discurso performatizado – o discurso e o estatuto do autor são reproduzidos consciente e/ou inconscientemente pelo locutor na enunciação do que é dito;

c) a semilolinguística – o texto produzido é resultado de processos em que os sujeitos comunicantes se relacionam em ação de influência sobre o TU perpassando diversas finalidades e situações comunicativas[16].

Assim Patrick Charaudeau explicita a sua proposta:

O sujeito, ser individual, mas também social necessita de referências para se inscrever no mundo dos signos e significar suas intenções. Logo, apóia-se numa memória discursiva, numa memória das situações, que vão normatizar o comportamento das trocas linguageiras, de modo que se entendam e obedeçam aos “enjeux” (expectativas) discursivos, que persistem na sociedade e estão a guiar os comportamentos sociais, de acordo com contratos estabelecidos. Ex. Um discurso político pode se realizar como um debate, um comício, uma entrevista, um texto escrito, um papo amigável do candidato, com direito a tapinhas nas costas etc. Cada realização vai exigir uma forma diferente que está de acordo com a situação. (Charaudeau, 1992, p.47.)

Essa influência do EU sobre o TU, denominado princípio de influência, caracteriza-se como um ato de linguagem da relação que o EU (locutor) objetiva ou visa no TU (receptor) como um efeito, pedido, ordem ou, na perspectiva de nosso objeto, da imposição de uma decisão de autoridade.

O mecanismo aqui descrito denomina-se de visadas, ou seja, finalidades concretizadas no discurso a partir do princípio da autoridade do EU. São elas: a) visada prescrição – EU mandar e o TU deve fazer; b) visada solicitação – EU solicitar e o TU

3525

Page 6: Analise de Discurso de Mussolini

deve atender;c) visada instrução – EU fazer saber fazer e o TU querer saber; d) visada demonstração – EU fazer saber com provas e o TU aceitar prova e fazer.

Enfim, para Charaudeau a situação comunicacional (que se dá pela enunciação) atrela-se ao fenômeno da organização das categorias da língua, ordenando-as através dos modos de organização descritiva, narrativa e argumentativa do texto, de maneira a expressar as posições do EU (locutor), princípio da influência, nas relações de posição de fala com o interlocutor (TU). Desta forma, teríamos três funções, ou comportamentos dos atores falantes na encenação discursiva, do modo enunciativo: alocutivo (relação de influência), elocutivo (revelação do ponto de vista do TU) e delocutivo (retomada da fala de um terceiro).

Conclusão: a construção do corpo fascista através do Discurso de Bologna

Antes de fazermos a análise em si do discurso de Bologna no intuito de vislumbrarmos a construção do corpo fascista faz-se necessário algumas considerações preliminares acerca do que é o corpo, imagem corporal e linguagem corporal.

O corpo é um sistema biofísico instrumentalizado de uma animalidade racional, em que são representados todos os nossos arquétipos e potenciais por experiências concretas.

A imagem corporal significa todas as sensações e imagens mentais que este corpo representa de si mesmo.

Desta forma, a linguagem corporal pode ser caracterizada como o dinamismo do corpo no espaço ao se autointerpretar pelas imagens e representações que faz de si mesmo.

Discorso Di Bologna

Questo discorso fu pronunciato a Bologna, al Teatro Comunale, il 3 Aprile 1921. Anche questo è un discorso sintetico, in cui appaiono le basi essenziali e le idee-forza del Fascismo. Con esso, al 1° Maggio d'infausta memoria socialista si opponeva il 21 Aprile fascista, data del Natale di Roma, consacrato al Lavoro e alla Nazione. Fra le persone citate nel discorso, giovi rammentare che Giulio Giordani fu assassinato in Bologna da un'aggressione rossa nel Palazzo d'Accursio, in pieno consiglio comunale. L'avv. Grandi è il futuro Ministro degli Affari Esteri; i nomi di Bucco, Zanardi e Bentini, note personalità del socialismo, sono presi ad esponente di tutta una categoria di uomini che, pur facendo i politicanti rossi, non avevano neppure il coraggio di una possibile rivoluzione.

Fascisti dell'Emilia e della Romagna ! Cittadini bolognesi ! Tutte le circostanze, a cominciare dalle accoglienze di ieri sera, dai canti di questa notte, a questo magnifico mareggiare di teste, al saluto che io accettai con trepida venerazione, dalla vedova del nostro indimenticabile Giulio Giordani, (applausi) alla presenza in un palco di due

3526

Page 7: Analise de Discurso de Mussolini

donne eroiche, vedove di eroi grandissimi: parlo di Battisti e di Venezian (applausi) ; tutto ciò potrebbe trascinarmi sopra un terreno dell'eloquenza che non è la mia. Ma io credo, io sono quasi certo che voi non vi attendete da me un discorso retorico, ma vi attendete da me un discorso duro ed aspro, come è nel mio costume. Ed allora noi ci parleremo schiettamente, fascisticamente.

Io ringrazio l'avv. Grandi che mi ha presentato a voi con parole troppo lusinghiere: io le accetto e credo di non commettere un peccato di orgoglio. Potrei dirvi socraticamente che se ognuno deve conoscere se stesso, anche io conosco e devo conoscere me stesso (applausi) . Come è nato questo fascismo, attorno al quale è così vasto strepito di passioni, di simpatie, di odi, di rancori e di incomprensione? Non è nato soltanto dalla mia mente o dal mio cuore: non è nato soltanto da quella riunione che nel 1919 noi tenemmo in una piccola sala di Milano. E' nato da un profondo, perenne bisogno di questa nostra stirpe ariana e mediterranea che ad un dato momento si è sentita minacciata nelle ragioni essenziali della esistenza di una tragica follia e da una favola mitica che oggi crolla a pezzi nel luogo stesso ove è nata (applausi).

Noi sentimmo allora, noi che non eravamo i maddaleni pentiti; noi che avevamo il coraggio di esaltare sempre l'intervento e le ragioni delle giornate del 1915; noi che non ci vergognavamo di avere sbaragliato l'Austria sul Piave e di averla poi mandata in frantumi a Vittorio Veneto; noi che volemmo una pace vittoriosa, noi sentimmo subito, appena cessata l'esaltazione della vittoria, che il nostro compito non era finito. Difatti ad ogni volgere di stagione si dice che il mio compito e il compito delle forze che mi seguono, sia finito. Nel Maggio 1915, quando i fasci di azione rivoluzionaria avevano spazzato da tutte le strade, da tutte le piazze e le vie d'Italia, perfino nei più piccoli borghi d'Italia il neutralismo parecchista, si disse: Mussolini non ha più niente da dire alla nazione. Ma quando vennero le tragiche e tristi giornate di Caporetto, quando Milano era grigia e terrea perché sentiva che se gli austriaci passavano e venivano nella città delle cinque giornate sarebbe stata la fine dell'Italia tutta, allora noi sentimmo di avere ancora una parola di dire. E dopo la vittoria, quando sorse la scuola della rinunzia più o meno democratica, che intendeva amputare la vittoria, noi fascisti avemmo il supremo spregiudicato coraggio di dirci imperialisti ed antirinunciatari.

Fu quella la prima battaglia che demmo nel Teatro della Scala nel Gennaio 1919. Ma come? Avevamo vinto, avevamo vinto noi per tutti, avevamo sacrificato il fior fiore della nostra gioventù, e poi si veniva a noi coi conti degli usurai, degli strozzini. Ci si contendevano i termini sacri della patria, e c'erano in Italia dei democratici, la cui democrazia consiste nel fare l'imperialismo per gli altri e nel rinnegarlo per noi (applausi) , che ci lanciavano questa stolta accusa, semplicemente perché intendevamo che il confine d'Italia al nord dovesse essere il Brennero, dove sarà fin che ci sarà il sangue di un italiano in Italia (applausi) . Intendevamo che il confine orientale fosse al Nevoso, perché la' sono i naturali, giusti confini della Patria e perché non eravamo sordi alla passione di Fiume e perché portavamo nel cuore lo spasimo del fratelli della Dalmazia, perché infine sentivamo vivi e vitali quei vincoli di razza che non ci lega soltanto agli italiani da Zara a Ragusa ed a Cattaro, ma che ci lega anche agli italiani del Canton Ticino, anche a quegli italiani che non vogliono più esserlo, a quelli di Corsica, a quelli che sono al di la' dell'Oceano, a questa grande famiglia di 50 milioni di uomini che noi vogliamo unificare in uno stesso orgoglio di razza (applausi) . Si notavano già le prime avvisaglie della offensiva pussista. Milano il 16 Febbraio assistette, fra lo sgomento e il terrore di una borghesia infiacchita e trepidante, ad una sfilata di 20 mila

3527

Page 8: Analise de Discurso de Mussolini

bolscevichi i quali, dopo aver inneggiato a Lenin dall'alto dei torrioni del castello, dissero che la rivoluzione bolscevica era imminente.

Allora io uscii all'indomani con un articolo che fece una certa impressione anche ad alcuni amici. Era intitolato:" Contro il ritorno della bestia trionfante" .Era un articolo in cui si diceva: noi siamo disposti a convertire le piazze delle città d'Italia in tante trincee munite di reticolati per vincere la nostra battaglia, per dare l'ultima battaglia contro questo nemico interno. E la battaglia disfattista iniziatasi con quella parata continuò per tutta l'estate quando fu rimestata fino alla nausea quella inchiesta sul disastro di Caporetto che un ministro infame, infamabile, da infamarsi ( morte a Nitti, morte a Cagoia, viva d'Annunzio, applausi) aveva dato in pasto alla esasperazione ed ai giusti dolori di gran parte del popolo italiano.

Anche allora noi Fascisti avemmo il coraggio di difendere certe azioni che col misurino della morale corrente non sono forse difendibili. Ma, o signori, la guerra è come la rivoluzione: si accetta in blocco: non si può scendere al dettaglio: non si può e non si deve.

Ma intanto questa campagna aveva le sue risultanze elettorali. Un milione e 850.000 elettori misero nell'urna la scheda con la falce e il martello: 156 deputati alla Camera. Pareva imminente la catastrofe. Io fui ripescato suicida nelle acque niente affatto limpide del vecchio Naviglio. Ma si dimenticava una cosa: si dimenticava il mio spirito tenacissimo e la mia volontà qualche volta indomabile. Io, tutto orgoglioso del miei quattromila voti, e chi mi ha visto in quei giorni sa con quanta disinvoltura accettassi questo responso elettorale, dissi: la battaglia continua ! Perché io credevo fermamente che giorno sarebbe venuto in cui gli italiani si sarebbero vergognati delle elezioni del 16 Novembre, giorno sarebbe venuto in cui gli italiani non avrebbero più eletto in due città quell'ignobile disertore che io in questo momento non voglio nominare (applausi: morte a Misiano!) . Tanto è vero che costui oggi essendo incapace di vivere nel dramma scende nella farsa e dopo avere disprezzato la guardia regia chiede a quella divisa la impunità e la salvezza.

Ma ancora non è finito l'avvento di questo Fascismo, di questo movimento straripante, di questo movimento giovane, ardimentoso ed eroico. io solo qualche volta , io che rivendico la paternità di questa mia creatura così traboccante di vita, io posso qualche volta sentire che il movimento ha già straripato dai modesti confini che gli aveva assegnato. Infine noi Fascisti abbiamo un programma ben chiaro: noi dobbiamo procedere innanzi preceduti da una colonna di fuoco, perché ci si calunniava e non ci si voleva comprendere. E per quanto si possa deplorare la violenza, è evidente che noi per imporre le nostre idee ai cervelli dovevamo a suon di randellate toccare i crani refrattari.

Ma noi non facciamo della violenza una scuola, un sistema o peggio ancora una estetica. Noi siamo violenti tutte le volte che è necessario esserlo. Ma vi dico subito che bisogna conservare alla violenza necessaria del Fascismo una linea, uno stile nettamente aristocratico o se meglio vi piace nettamente chirurgico.

Le nostre spedizioni punitive, tutte quelle violenze che occupano le cronache dei giornali, devono avere sempre il carattere di una giusta ritorsione e di una legittima rappresaglia. Perché noi siamo i primi a riconoscere che è triste dopo avere combattuto contro i nemici di fuori combattere ora contro i nemici di dentro che vogliono o non

3528

Page 9: Analise de Discurso de Mussolini

vogliono sono italiani anch'essi. Ma è necessario, e fin che sarà necessario assolveremo al nostro compito in questa dura ingrata fatica.

Ora i democratici, i repubblicani, i socialisti ci muovono accuse di diverso genere. I socialisti fino a ieri hanno detto che siamo venduti ai pescicani o all'agraria. Non ci sarebbero pescicani sufficienti in Italia per sovvenzionare un movimento come il nostro e d'altra parte vi devo dire che sarebbero pescicani piuttosto stupidi perché fin dal Marzo 1919 noi nei postulati fascisti abbiamo messo dei provvedimenti fiscali assai gravi e che sono in ogni caso antipescecaneschi.

Le altre accuse che ci da la democrazia sono ridicole, le accuse che ci fanno i repubblicani altrettanto. Io non mi spiego come dei repubblicani possano essere contrari ad un movimento che è tendenzialmente repubblicano. Io comprenderei che fossero contrari ad un movimento tendenzialmente monarchico. Ci si dice: voi non avete pregiudiziali. Non ne abbiamo ed è nostro vanto non averne. Ma voi dovete spiegarvi il fenomeno dell'ira e della incomprensione dei socialisti. I socialisti avevano in Italia costituito uno stato nello Stato. Se questo nuovo stato fosse stato più liberale, più moderno, più vicino all'antico, niente in contrario. Ma questo stato, e voi lo sapete per esperienza diretta, era uno stato più tirannico, più illiberale, più camorrista del vecchio, per cui questa che noi compiamo oggi è una rivoluzione che spezza lo stato bolscevico nell'attesa di fare conti con lo stato liberale che rimane. (Applausi).

C'è chi pensa che la crisi socialista sia soltanto una crisi di uomini, di questi piccoli uomini che voi conoscete, i Bucco, i Zanardi, i Bentini (urla di abbasso) e simile tritume umano; ma la crisi è più profonda, cari amici, è un tracollo di tutti i valori. Non è soltanto una fuga più o meno ignobile di uomini perché fra tutte le cose assurde c'è stata questa: di battezzare il socialismo come scientifico. Ora di scientifico non c'è niente al mondo. La scienza ci spiega il come dei fenomeni, ma non ci spiega anche il perché di essi. Ora se non c'è niente di scientifico in quelle che si chiamano le scienze esatte, pensate se non era assurdo, se non era grottesco gabellare per scientifico un movimento vasto, incerto, oscuro, sotterraneo come è stato il movimento socialista il quale ha avuto una funzione utile in un primo tempo, quando si è diretto a queste plebi oppresse e le ha fatte scattare verso nuove forme di vita. Voi converrete con me che non si torna indietro. Non si deve fare del contrabbando stolto, reazionario o conservatore sotto il gagliardetto del fascismo. Non si può pensare a strappare alle masse operaie le conquiste che hanno ottenuto con sacrifici. Noi siamo i primi a riconoscere che una legge dello Stato deve dare le otto ore di lavoro e che ci deve essere una legislazione sociale rispondente alle esigenze dei tempi nuovi. E ciò non perché riconosciamo la maestà di S.M. il proletariato. Noi partiamo da un altro punto di vista. Ed è questo: che non ci può essere una grande nazione capace di grandezza attuale e potenziale se le masse lavoratrici sono costrette ad un regime di abbrutimento. (Applausi) E' necessario quindi che attraverso ad una predicazione e ad una pratica che io chiamerei mazziniana, la quale concilii e debba conciliare il diritto col dovere, è necessario che questa massa enorme di diecine di milioni di gente che lavora, che questa enorme massa sia portata sempre più ad un livello superiore di vita.

E' stolto ed assurdo dipingerci come nemici della classe lavoratrice e laboriosa. Noi ci sentiamo fratelli in spirito con coloro che lavorano: Ma non facciamo distinzioni assurde, ma non mettiamo al primo piano il callo, specie se è al cervello. Noi non mettiamo sugli altari la nuova divinità del lavoratore manuale. Per noi tutti lavorano:

3529

Page 10: Analise de Discurso de Mussolini

anche l'astronomo che sta nella sua specula a consultare la traiettoria delle stelle lavora, anche il giurista, l'archeologo, lo studioso di religioni, anche l'artista lavora, quando accresce il patrimonio dei beni spirituali che sono a disposizione del genere umano: lavora anche il minatore, il marinaio, il contadino. Noi vogliamo appunto che tutti i lavori si compendino e si integrino a vicenda: vogliamo che tra spirito e materia, fra cervello e braccio si realizzi la comunione, la solidarietà della stirpe. Ed allora questo fascismo è la ventata di tutte le eresie che batte alle porte di tutte le chiese. E dice ai vecchi sacerdoti più o meno piagnoni: Andatevene da questi tempi che minacciano rovina, perché la nostra eresia trionfante è destinata a portare la luce in tutti i cervelli, a tutti gli animi. E diciamo a tutti: piccoli e grandi uomini della scena politica nazionale, diciamo fate largo che passa la giovinezza d'Italia che vuole imporre la sua fede e la sua passione. E se voi non farete spontaneamente largo, voi sarete travolti dalla nostra universale spedizione punitiva che raccoglierà in un fascio gli spiriti liberi della nazione italiana. (Applausi)

Siamo dinanzi ad un fatto che è il fatto elettorale. Essendo la camera vecchia e peggio che vecchia, fradicia ed imputridita, essendo tutti i protagonisti di questa semitragedia degli uomini usati ed abusati, stanchi e peggio ancora stracchi, si impone la nuova consultazione elettorale. Ebbene, non sentite voi che se le elezioni del 1919 furono disfattiste e misianesche, le elezioni del 1921 saranno nettamente fasciste? Non sentite voi che il timone dello Stato non ritornerà più ai vecchi uomini della vecchia Italia: né a Salandra, né a Sonnino, né al lacrimoso Orlando, né al porcino Nitti? Non sentite voi che il timone passa per un trapasso spontaneo da Giovanni Giolitti, l'uomo del parecchio neutralista, del 1915 a Gabriele D'Annunzio che è un uomo nuovo? (Applausi, ovazioni prolungate: Viva D'Annunzio).

Questi vostri applausi dicono molte cose: e disperdono equivoci che sono già dispersi. Ho ricevuto oggi un messaggio in base al quale posso affermare sinceramente che il dissidio creato più o meno ad arte fra quelli che hanno difeso Fiume - e noi tributeremo sempre loro l'omaggio della nostra riconoscenza - e noi che la difendemmo all'interno, non ha ragione di essere. E Gabriele D'Annunzio porrà fine a questo dissidio che più che da legionari partiva da certi politicanti che forse non erano neppure a Fiume quando a Fiume ci si batteva sul serio. E credo di aver detto a sufficienza perché tutti mi comprendano. (Applausi)

Altro elemento di vita del fascismo è l'orgoglio della nostra italianità. A questo proposito sono lieto di annunziarvi che abbiamo già pensato alla giornata fascista: se i socialisti hanno il 1° Maggio, se i popolari hanno il 15 Maggio, se altri partiti di altro colore hanno altre giornate, noi fascisti ne avremo una: ed è il Natale di Roma. il 21 Aprile. In quel giorno noi, nel segno di Roma Eterna, nel segno di quella città che ha dato due civiltà al mondo e darà la terza, noi ci riconosceremo e le legioni regionali sfileranno col nostro ordine che non è militaresco e nemmeno tedesco, ma semplicemente romano. Noi anche così abbiamo abolito e tendiamo ad abolire il gregge, la processione: noi aboliamo tutto ciò e sostituiamo a queste forme di manifestazione passatiste la nostra marcia che impone un controllo individuale ad ognuno, che impone a tutti un ordine ed una disciplina. Perché noi vogliamo appunto instaurare una solida disciplina nazionale, perché pensiamo che senza questa disciplina l'Italia non può divenire la nazione mediterranea e mondiale che è nei nostri sogni. E quelli che ci rimproverano di marciare alla tedesca, devono pensare che non siamo noi che copiamo i tedeschi, ma sono questi che copiavano e copiano i romani, per cui siamo noi che

3530

Page 11: Analise de Discurso de Mussolini

ritorniamo alle origini, che ritorniamo al nostro stile romano, latino e mediterraneo. E non abbiamo pregiudiziali: non le abbiamo perché non siamo una chiesa: siamo un movimento. Non siamo un partito: siamo una palestra di uomini liberi. Quando uno è stufo di essere fascista ha venti botteghe e venti chiese cui battere alla porta, per domandare ospitalità. Non abbiamo nemmeno istituti: li riteniamo superflui. Il nostro è un esercito che si riconosce dalla sua passione e dalla disciplina volontaria: che si riconosce soprattutto per ritenersi non guardia di un partito o di una fazione, ma soltanto guardia della nazione. Ci riconosciamo soprattutto dall'amore che sentiamo per l'Italia, per l'Italia resa e raffigurata nella sua storia, nella sua civiltà e raffigurata anche nella sua struttura geografica ed umana.

Ieri mentre il treno mi portava a Bologna, io mi sentivo veramente legato con le cose e con gli uomini, mi sentivo legato a questa terra, mi sentivo parte infinitesimale di quel magnifico fiume che corre dalle Alpi all'Adriatico, mi riconoscevo fratello nei contadini, che avevano il gesto sacro e grave di colui che lavora la terra; mi riconoscevo nel cielo azzurro che suscitava la mia inestinguibile passione del volo, mi riconoscevo in tutti gli aspetti della natura e degli uomini. Ed allora una preghiera profonda saliva dal mio cuore. E' la preghiera che tutti gli italiani dovrebbero recitare quando le aurore incendiano il cielo o quando i crepuscoli obnubilano la terra. Noi italiani del secolo XX, noi che abbiamo veduto la grande tragedia del compimento nazionale, noi che portiamo nel profondo nel nostro animo il ricordo di tutti i nostri morti, che sono la nostra religione, noi, o cittadini d'Italia, facciamo un solo giuramento, un solo proposito: vogliamo essere gli artefici modesti, ma tenaci delle sue fortune presenti e avvenire. (Applausi ed ovazioni)

Excerto 1: “Potrei dirvi socraticamente che se ognuno deve conoscere se stesso, anche io conosco e devo conoscere me stesso (applausi) . Come è nato questo fascismo, attorno al quale è così vasto strepito di passioni, di simpatie, di odi, di rancori e di incomprensione? Non è nato soltanto dalla mia mente o dal mio cuore: non è nato soltanto da quella riunione che nel 1919 noi tenemmo in una piccola sala di Milano. E' nato da un profondo, perenne bisogno di questa nostra stirpe ariana e mediterrânea.”[17]

Comentário 1: Nesta passagem é importante notarmos três presenças do corpo fascista que nos auxiliaram, ao final do trabalho, entender a imagem deste corpo, são elas: 1- o enunciador (Mussolini) se identifica com o próprio fascismo, ao usar os pronomes pessoais de 1ª pessoa, afirmando se reconhecer a si mesmo; 2- temos, então, um corpo que se vê refletido, pois se auto-reconhece e; 3- uma localização racial e espacial deste corpo, como de estirpe ariana e mediterrânea.

Excerto 2: “Noi sentimmo allora, noi che non eravamo i maddaleni pentiti; noi che avevamo il coraggio di esaltare sempre l'intervento e le ragioni delle giornate del 1915; (...) noi che volemmo una pace vittoriosa, noi sentimmo subito, appena cessata l'esaltazione della vittoria, che il nostro compito non era finito.”[18]

3531

Page 12: Analise de Discurso de Mussolini

Comentário 2: Novamente costata-se o uso de pronome de 1ª pessoa, só que agora no plural “noi”, inserindo a todos os italinos, a massa, neste corpo. Atribui-se, também, uma e outra qualidade a este corpo, tal seja ser corajoso.

Excerto 3: “Avevamo vinto, avevamo vinto noi per tutti, avevamo sacrificato il fior fiore della nostra gioventù, e poi si veniva a noi coi conti degli usurai.”[19]

Comentário 3: Neste trecho verifica-se que este corpo foi construído pelo esforço juvenil do povo italaino.

Excerto 4: “ci sarà il sangue di un italiano in Itália (...) perché infine sentivamo vivi e vitali quei vincoli di razza che non ci lega soltanto agli italiani da Zara a Ragusa ed a Cattaro, ma che ci lega anche agli italiani del Canton Ticino, (...) a questa grande famiglia di 50 milioni di uomini che noi vogliamo unificare in uno stesso orgoglio di razza (...) vogliamo che tra spirito e materia, fra cervello e braccio si realizzi la comunione, la solidarietà della stirpe.”[20]

Comentário 4: Nesta parte estamos diante de um ponto bastante importante na construção do corpo fascista, visto que ressalta os elementos da construção de uma identidade cultura italiana. O sangue e o orgulho de raça que identifica e congrega todos os italianos como um povo único e distinto de todos os outros no mundo, unido por mentes em uma única ideologia (fascismo) e braços fortes para a reconstrução e crescimento da Itália.

Excerto 5 (traduzido pelo autor): “aveva dato in pasto alla esasperazione ed ai giusti dolori di gran parte del popolo italiano. Anche allora noi Fascisti avemmo il coraggio di difendere certe azioni che col misurino della morale corrente non sono forse difendibili.”[21]

Comentário 5: Um corpo que sente dor. Muito interessante esta passagem com a simbologia dos “camicie nere”, ou seja, o uniforme que identificava todos os fascistas. Eles usavam camisas negras por estarem de luto pelas dores italianas.

3532

Page 13: Analise de Discurso de Mussolini

Excerto 6 (traduzido pelo autor): “si dimenticava il mio spirito tenacissimo e la mia volontà qualche volta indomabile. Io, tutto orgoglioso del miei quattromila voti, e chi mi ha visto in quei giorni sa con quanta disinvoltura accettassi questo responso elettorale, dissi: la battaglia continua ! Perché io credevo fermamente che giorno sarebbe venuto in cui gli italiani si sarebbero vergognati delle elezioni del 16 Novembre (...) Ma ancora non è finito l'avvento di questo Fascismo, (...) di questo movimento giovane, ardimentoso ed eroico. Io solo qualche volta , io che rivendico la paternità di questa mia creatura”.[22]

Comentário 6: Vislumbramos agora um corpo animalizado, narciso, feroz e com força juvenil, que pretende se impor a todos que lhe opõe a presença, pricipalmente, a tudo aquilo que é velho e arcaico e que se incorporaria ao próprio Mussolini.

Excerto 7: “Ma voi dovete spiegarvi il fenomeno dell'ira e della incomprensione dei socialisti. I socialisti avevano in Italia costituito uno stato nello Stato (...) Noi siamo i primi a riconoscere che una legge dello Stato deve dare le otto ore di lavoro e che ci deve essere una legislazione sociale rispondente alle esigenze dei tempi nuovi.”[23]

Comentário 7: Finamente, temos um corpo político que se autoreconhece, ao se comparar com outro corpo (socialismo). Constata-se neste ponto a tentativa de ocupação do espaço ideológico italiano, repudiando aquele corpo que se identifica como uma ameaça.

Teríamos, então, como imagem do corpo fascista e dos fascistas, um sistema totalitário, no qual o Duce, a ideologia e os italianos formam uma única massa racial revolucionária, jovem, trabalhadora, corajosa, portadora de todas as dores italianas e orgulhosa das suas capacidades na condução da Itália a grandeza mundial no jogo das nações.

Referências bibliográficas

ANDORNO, Cecília. Linguistica Testuale. Roma: Carocci, 2003.

ARENDT, Hannah. As origens do totalitarismo. trad. Roberto Raposo. 2.ed. Rio de Janeiro: Documentário, 1979.

ARISTÓTELES. “Nicomachean Ethics/Rhetoric”, in The Works of Aristotle, vol. II. Trad. Benjamin Jowett. Chicago: University of Chicago, 1952.

3533

Page 14: Analise de Discurso de Mussolini

____. Arte Retórica e Arte Poética. 14.ed. trad. Antônio Pinto de Carvalho. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.

ARON, R. L´’opium des intellectuels. Paris: Gallimard, 1968.

BERENBLUM, Andréa. A invenção da palavra oficial. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2003.

BARSOTTI, Anna. Futurismo e Avanguardie nel teatro italiano fra le due guerre. Roma: Bulzoni Editore, 1990.

BAUMAN, Zygmunt. O Mal-Estar da Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.

BOBBIO, Norberto. MATTEUCCI, Nicola. PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. Vol. 1 e 2. 10. ed. Brasília: UNB, 1997.

____. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da política. 6.ed. trad. Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

____. As ideologias e o poder em crise. Brasília: UNB, 1988.

BOSWORTH, R. J. B. MUSSOLINI´s Italy – Life under the Dictatorship 1915-1945. London: Penguin Books, 2006.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. trad. Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

____. A Economia das Trocas Simbólicas. São Paulo: EDUSP,1992.

____. Questões de Sociologia . Lisboa : Fim de Século, 2004.

CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político. São Paulo: Contexto, 2006a.

____. Discurso das Mídias. São Paulo: Contexto, 2006b.

____. Grammaire du sens et de l'expression. Paris: Hachette, 1992.

____. MAINGUENEAU, Dominique. Dicionário de Análise do Discurso. São Paulo: Contexto, 2004.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia: dos pré socráticos a Aristóteles. vol.1, 2.ed. rev. e ampl. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

CICÉRON. De l’Orateur. trad. E. Courbaud. 3 vol. Paris: Les Belles Lettres,1967.

DAHL, Robert A . A Moderna Análise Política. Rio de Janeiro: Lidador, 1966.

DEBORD, Guy. Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

3534

Page 15: Analise de Discurso de Mussolini

FERRONI, Giulio. Storia della letteratura italiana. Il novecento. Milano: Einaudi, 1991.

FREUD, Sigmund. Mal-Estar da Civilização. Rio de Janeiro: Imago, 1980.

GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, A Política e o Estado Moderno. 6.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1988.

HARDT, Michael e NEGRI, Antonio. Império. 7.ed. trad.Berilo Vargas. Rio de Janeiro e São Paulo: Record, 2005.

IORIO FILHO, Rafael Mario. Retórica. In: BARRETO, Vicente de Paulo (coord.). Dicionário de Filosofia do Direito. São Leopoldo e Rio de Janeiro: UNISINOS e Renovar, 2006.

KERBRAT-ORECCHIONI, Catherine. Os Atos de Linguagem no Discurso – Teoria e Funcionamento. Niterói: EdUFF, 2005.

NOVAES, Adauto (org.) A crise do Estado Nação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

PERELMAN, Chaïm e OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da Argumentação. Trad. Maria Ermentina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2002a.

____. Retóricas. trad. Maria Ermentina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

____. Ética e Direito. Trad. Maria Ermentina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2002b.

____. Lógica Jurídica. Trad. Virgínia K. Pupi. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

____. The Realm of Rhetoric. trad. William Kluback. Introduction: Carrol C. Arnold. Notre Dame, Indiana- USA: University of Notre Dame Press, 1982.

PLEBE, Armando. EMANUELE, Pietro. Manual de retórica. trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

REBOUL, Olivier. Introdução à retórica. trad. Ivone Castilho Benetti. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

RENAUT, Alain. História da Filosofia Política 3 Luzes e Romantismo. Trad. António Viegas. Lisboa: Instituto Piaget, 2000.

SOFFICI, Ardengo. Estetica e Política – Scritti critici 1920-1940. Chieti: Marino Solfanelli Editore, 1994.

TELLES, Gilberto Mendonça. Vanguarda européia e Modernismo Brasileiro. Petrópolis: Vozes; Brasília: INL, 1976.

VERON, Eliseo. Ideologia, Estrutura e Comunicação. 2.ed. São Paulo: Cultrix, 1977.

3535

Page 16: Analise de Discurso de Mussolini

http://www.psicomotricista.it/schema_corporeo/definizione.html. Acessado em 20 de dezembro de 2007.

http://www.linguaggiodelcorpo.it. Acessado em 20 de dezembro de 2007.

[1] Muito interessante observar a distinção que HARDT e NEGRI (2005) fazem entre imperialismo e império. “Muita gente identifica os Estados Unidos como a autoridade definitiva que rege o processo de globalização e a nova ordem mundial. Simpatizantes aplaudem este país como expoente do mundo e única superpotência, enquanto detratores o denunciam como opressor imperialista. Os dois pontos de vista partem do pressuposto de que os Estados Unidos simplesmente vestiram o manto do poder global deixado cair pelos países europeus. Se o século XIX foi o do domínio britânico, o século XX é o do domínio americano; em outras palavras, se a modernidade foi européia, a pós-modernidade é americana. A acusação mais grave que os detratores podem fazer, portanto, é de que os Estados Unidos estão repetindo as práticas dos velhos imperialistas europeus, enquanto os defensores festejam os americanos como um líder mundial mais eficaz e benevolente, que acerta onde os europeus erraram. Nossa hipótese básica, entretanto, de que uma nova forma imperial de supremacia surgiu, contradiz ambas as teorias. Os Estados Unidos não são, e nenhum outro Estado-nação poderia ser, o centro de um novo projeto imperialista. O imperialismo acabou. Nenhum país ocupará a posição de liderança mundial que as avançadas nações européias um dia ocuparam.” HARDT e NEGRI (2005:13).

[2] O nacionalismo nos moldes que estamos trabalhando neste texto é caracterizado como um processo de reafirmação dos valores que estão no imaginário de um povo, que os constituem o seu auto-reconhecimento.

[3] Giulio FERRONI (1991:12).

[4] Idem (1991:13).

[5] “O totalitarismo consiste na soma dos efeitos da vida social e na subordinação deles a uma norma disciplinar global, mas também na negação da própria vida social, na erosão de suas fundações, e na renúncia teórica e prática à própria possibilidade de existência de multidão. Totalitária é a fundação orgânica e a fonte a fonte unificada da sociedade e do Estado. A comunidade não é uma criação coletiva dinâmica mas um mito primordial de fundação. Uma noção originária de povo propõe uma identidade que homogeneiza e purifica a imagem da população, enquanto impede as interações construtivas de diferenças dentro da multidão”. HARDT e NEGRI (2005:130).

[6] As correntes que fazem parte da análise do discurso são: a etnografia da comunicação, a escola francesa, o pragmatismo, a teoria da enunciação, a lingüística textual, a nova retórica, a história das idéias de Foucault (CHARAUDEAU e MAINGUENEAU, 2004:43-46).

[7] CHARAUDEAU (2006:43).

3536

Page 17: Analise de Discurso de Mussolini

[8] “O rótulo ‘Escola Francesa’ permite designar a corrente da análise do discurso dominante na França nos anos 60 e 70. Surgido na metade dos anos 60, esse conjunto de pesquisas foi consagrado em 1969 com a publicação do número 13 da revista Languages, intitulado ‘A Análise do discurso’ e com o livro Análise automática do discurso de Pêcheux (1938-1983), autor mais representativo dessa corrente. Essa problemática não permaneceu restrita ao quadro francês; ela emigrou para outros países, sobretudo para os francófonos e para os de língua latina. O núcleo dessa pesquisas foi o estudo do discurso político conduzido por lingüista e historiadores com uma metodologia que associava a lingüística estrutural a uma ‘teoria da ideologia’, simultaneamente inspirada na releitura da obra de Marx pelo filósofo Althusser e na psicanálise de Lacan. Tratava-se de pensar a relação entre o ideológico e o lingüístico, evitando, ao mesmo tempo, reduzir o discurso à análise da língua e dissolver o discurso no ideológico.” (CHARAUDEAU e MAINGUENEAU, 2004:202.)

[9] Quanto às relações da Retórica com o Direito cf. IORIO FILHO (2006: 723-726).

[10] Ideologia, para o presente trabalho, deve ser compreendida como “um sistema global de interpretação do mundo social” Cf. ARON (1968:375).

[11] Coube a Aristóteles sistematizar esse estudo, redefinindo o papel persuasivo da retórica na distinção e escolha dos meios adequados para persuadir. A retórica, tal qual a dialética, não pertenceria a um gênero definido de objetos, porém seria tão universal quanto aquela. Essa tekhné utilizaria três tipos de provas como meios para a persuasão: o ethos e o pathos, componentes da afetividade, além do logos, o raciocínio, consistente da prova propriamente dialética da retórica. Aristóteles separa, em suas análises dos diversos tipos de discurso, o agente, a ação e o resultado da ação, descrevendo os gêneros do discurso em: 1-Deliberativo- o orador tenta persuadir o ouvinte sobre uma coisa boa ou má para o futuro; 2- Judiciário- o orador tenta persuadir o julgador sobre uma coisa justa ou injusta do passado e; 3- Epidíctico e Vitupério- o orador tenta comover o ouvinte sobre uma coisa digna, bela ou infame sobre o presente. Essa matriz do sistema retórico servirá como paradigma para o estudo posterior da retórica e resistirá, sem grandes mudanças, até o século XIX.

[12] As situações dadas para o presente estudo seriam os discursos políticos de Benito Mussolini.

[13] Para Charaudeau contrato de comunicação é “um conceito central, definindo-o como o conjunto das condições nas quais se realiza qualquer ato de comunicação (qualquer que seja a sua forma, oral ou escrita, monolocutiva ou interlocutiva). È o que permite aos parceiros de uma troca linguageira reconhecerem um ao outro com os traços identitários que os definem como sujeitos desse ato (identidade), reconhecerem o objetivo do ato que os sobredetermina (finalidade), entenderem-se sobre o que constitui o objeto temático da troca (propósito) e considerarem a relevância das coerções materiais que determinam esse ato (circunstâncias).” Cf. CHARAUDEAU e MAINGUENEAU, 2004, p. 132.

[14] Categoria criada por Pierre Bourdieu para definir a estruturação de um raciocínio próprio da relação e práticas dos agentes sociais e seus campos, de forma a legitimar e criar o campo sobre o qual agem. Esse modo de pensar específico dos agentes de um campo de poder é historicamente construído, evoluindo em novas formas de adaptação e

3537

Page 18: Analise de Discurso de Mussolini

reforço de suas convicções, sem, contudo serem atingidos seus princípios essenciais. Ele procura ser maleável aos anseios dos agentes impedidos de adentrar ao campo a fim de que possam se manter as relações de poder como legítimas.

[15] Consideramos campo como um espaço social de relações de força, traduzidas na disputa de poder entre os agentes sociais, dotado de regras e conhecimentos específicos (habitus) para a estruturação das relações de poder. O campo político é o lugar de concorrência pelo monopólio de dizer a política, no qual se defrontam agentes investidos de competência ao mesmo tempo social e técnica que consiste essencialmente na capacidade reconhecida de interpretar (de maneira mais ou menos livre ou autorizada) um corpus de textos que consagram a visão legítima, justa, do mundo social. É com esta condição que se podem dar as razões quer da autonomia relativa da política, quer do efeito propriamente simbólico de desconhecimento, que resulta da ilusão da sua autonomia absoluta em relação às pressões externas.

[16] Para depreender o panorama acerca dos diversos sentidos dados a expressão situação comunicacional Cf. CHARAUDEAU e MAINGUENEAU (2004:450). Patrick Charaudeau a associa a questões extralingüística, separando-a de contexto intralingüístico. Entretanto, para o presente trabalho não será feita esta cisão, pois os dois são sempre necessários às significações das frases. Sendo assim, contexto e situação comunicacional, aqui, serão expressões sinônimas.

[17] Tradução: Poderia dizer-lhes socraticamente que se alguém deve se conhecer, eu também conheço e devo conhecer a mim mesmo. Como nasceu este fascismo, em torno ao qual é assim vasto de paixões, simpatias, de ódios, de rancores e de incompreesões? Não nasceu somente da minha mente ou do meu coração: não nasceu somente daquela reunião que no ano de 1919 nós tivemos em uma pequena sala em Milão. Nasceu de uma profunda, e perene necessidade desta nossa estirpe ariana e mediterrânea.

[18] Tradução: Nós sentimos então, nós que não éramos os madalenos pedintes; nós que tínhamos a coragem de exaltar sempre a intervenção e as razões da jornada de 1915 (...) nós que quisemos uma paz vitoriosa, nos sentimos de repente, apenas cessada a a exaltação da vitória, que o nosso objetivo não terminara.

[19] Tradução: Tínhamos vencido, nós tínhamos vencido por todos, tínhamos sacrificado a flor da nossa juventude, e pois se vinha a nós com as contas dos agiotas.

[20] Tradução: Haverá o sangue de um italiano na Itália (...) porque ao final sentíamos vivos e vitais aqueles vínculos da raça que não liga somente os italianos de Zara a Raguza e a Cattaro, mas que une também aos italianos do Canton Ticino (...) a esta grande família de cinqüenta milhões de homens que nós queremos unificar em um mesmo orgulho de raça, queremos que entre o espírito e a matéria, entre o cérebro e o braço se realize a comunhão, a solidariedade da estirpe.

[21] Tradução: Havia dado motivos a exasperação e a justas dores de grande parte do povo italiano. Também agora, nós Fascistas temos a coragem de defender certas ações que com a medida da moral corrente não são, talvez, defensáveis.

[22] Tradução: Se esqueceria meu espírito tenasíssimo e a minha vontade algumas vezes indomável. Eu, todo orgulhoso dos meus quatro mil votos, e quem me viu nestes dias

3538

Page 19: Analise de Discurso de Mussolini

sabia com tanta desenvoltura aceitasse esta responsabilidade eleitoral, disse: a batalha continua! Porque eu acreditava firmemente que dia haveria de chegar em que os italianos se saberiam envergonhados das eleições de 16 de novembro (...). Mas ainda não acabou o advento deste Fascismo, desse movimento jovem, construtor e heróico. Eu sozinho algumas vezes, eu que reivindico a paternidade desta minha criatura.

[23] Tradução: Mas a vocês deve se explicar o fenômeno da ira e da incompreensão dos socialistas. Os socialistas tinham constituído na Itália um Estado no Estado (...). Nós somos os primeiros a reconhecer que uma lei do Estado deve dar as oito horas de trabalho e que deve haver uma legislação social correspondente às exigências dos novos tempos.

3539