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Relatório de Estágio
Mestrado em Finanças Empresariais
Análise da situação financeira dos estudantes
ERASMUS
–
Estudo de caso dos estudantes ERASMUS da HELMo
e do IPLeiria
Patrícia Daniela Costa Marques
Leiria, Setembro de 2013
Relatório de Estágio
Mestrado em Finanças Empresariais
Análise da situação financeira dos estudantes
ERASMUS
–
Estudo de caso dos estudantes ERASMUS da HELMo
e do IPLeiria
Patrícia Daniela Costa Marques
Relatório de Estágio realizado sob a orientação da Doutora Elisabete Fernanda Mendes Duarte, Professora da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de
Leiria.
Leiria, Setembro de 2013
i
À Minha Família
ii
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iii
Agradecimentos
Em primeiro lugar gostaria de agradecer aos meus pais e irmãos, por todo o apoio que me
deram, pela sua insistência para que continuasse a trabalhar no Relatório, e por acreditarem
que iria conseguir finalizar esta etapa da minha vida.
Aos amigos, que sempre me deram força para continuar, e que me ouviram quando faltava a
inspiração e me aconselhavam a continuar.
Aos estudantes que responderam aos questionários aqui analisados, pois sem as suas respostas
seria impossível finalizar este trabalho.
E à minha orientadora, Elisabete Duarte, pelas ideias oferecidas e pelo apoio na construção
deste trabalho.
iv
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v
Resumo
Este trabalho tem como objetivo efetuar uma análise dos estudantes ERASMUS recebidos na
HELMo – Bélgica e IPLeiria – Portugal, com especial enfase na sua situação financeira. Foi
efetuado um inquérito aos estudantes ERASMUS, que se encontram, no primeiro semestre do
ano letivo de 2012/2013, alocados às escolas HELMo e IPL, tentando perceber, como é que a
bolsa de ERASMUS interage no orçamento dos estudantes para este período. Os resultados
revelaram que, a maioria dos estudantes não consegue cobrir a totalidade das despesas
ocorridas durante o período de estudos no estrangeiro, mas, de acordo com os dados
recolhidos, esta é suficiente para liquidar o acréscimo de despesas tidas durante este período.
Portanto, a bolsa de ERASMUS é um meio essencial para ajudar no acréscimo de despesas,
que surge ao estudar no estrangeiro.
Palavras-chave: Programa ERASMUS, nível de satisfação, situação financeira dos estudantes
vi
Esta página foi intencionalmente deixada em branco
vii
Abstract
This paper aims to make an analysis of incoming ERASMUS students in HELMo - Belgium
and IPLeiria - Portugal, with particular emphasis on their financial situation. Was done a
survey to ERASMUS students, who are in the first semester of the academic year 2012/2013,
allocated to schools HELMo and IPL, trying to understand, how the ERASMUS scholarship
interacts in the students budget for this period. The results revealed that most students can not
cover all the expenses incurred during the period of study abroad, but, according to the data
collected, this is enough to pay the additional costs taken during this period. Therefore, the
ERASMUS scholarship is an essential way to help increase spending, which arises when
studying abroad.
Key-Words: ERASMUS Program, level of satisfaction, financial situation of students
viii
Esta página foi intencionalmente deixada em branco
ix
Índice de Gráficos
Gráfico 1 - Progressão no número de estudantes que efetuaram ERASMUS entre 1987 - 2011 (Comissão Europeia, 2012) .................................................................................................................5
Gráfico 2 - Envio de estudantes ERASMUS para o exterior: 2000/01 – 2010/11 (Comissão Europeia, 2012 e 2011) .......................................................................................................................................6
Gráfico 3 - Parte das despesas totais cobertas pela bolsa de ERASMUS, para os estudantes alocados à HELMo ............................................................................................................................................ 29
Gráfico 4 - Parte da bolsa de ERASMUS que sobrou após pagar a renda, para os estudantes na HELMo ............................................................................................................................................ 30
Gráfico 5 - Parte das despesas totais cobertas pela bolsa de ERASMUS, para os estudantes alocados ao IPL ................................................................................................................................................... 33
Gráfico 6 - Parte da bolsa de ERASMUS que sobrou após pagar a renda, para os estudantes no IPL .. 33
Gráfico 7 - Caixa de bigodes para a questão "Recebeu bolsa de ERASMUS" ....................................... 85
Gráfico 8 - Caixa de bigodes para a questão "Como é que recebeu bolsa de ERASMUS?" .................. 86
Gráfico 9 - Caixa de bigodes para a questão "Quando recebeu a bolsa de ERASMUS?" ...................... 87
Gráfico 10 - Caixa de bigodes para a questão "Os custos de viagem entre país de origem e país de acolhimento foram cobertos pela bolsa de ERASMUS?" .................................................................... 87
Gráfico 11 - Caixa de bigodes para a questão "Que parte das despesas totais foram cobertas com a bolsa de ERASMUS?" ........................................................................................................................ 88
Gráfico 12 - Caixa de bigodes para a questão "Depois de pagar a renda, que parte da bolsa de ERASMUS sobrou?"........................................................................................................................... 89
Gráfico 13 - Caixa de bigodes para a questão "Se não existisse bolsa de ERASMUS, efetuaria ERASMUS?" ...................................................................................................................................... 89
Gráfico 14 - Caixa de bigodes para a questão "O montante da bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país de acolhimento?" ..................................................................................................... 90
Gráfico 15 - Caixa de bigodes para a questão "Como é que a bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país/universidade de acolhimento?" ............................................................................... 91
x
Gráfico 16 - Caixa de bigodes para a questão "Comparando com os outros estudantes, no país de acolhimento, sentiu que estava ao mesmo nível financeiro?" ........................................................... 92
Gráfico 17 - Caixa de bigodes para a questão "Sentiu-se excluído da vida de estudante, no país de acolhimento, devido à sua situação financeira?" ............................................................................... 93
Gráfico 18 - Caixa de bigodes para a questão "Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais?" ........................................................................................................................... 93
Gráfico 19 - Caixa de bigodes para a questão "No país de acolhimento teve benefícios idênticos aos estudantes locais?" ........................................................................................................................... 94
xi
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Idade dos estudantes ERASMUS em Liège ....................................................................... 62
Tabela 2 - Género dos estudantes de ERASMUS em Liège ............................................................... 62
Tabela 3 - País de origem dos estudantes ERASMUS em Liège ........................................................ 63
Tabela 4 - Área de estudo dos estudantes ERASMUS em Liège ........................................................ 63
Tabela 5 - Período de estadia dos estudantes ERASMUS em Liège ................................................... 64
Tabela 6 - Tipo de programa de estudos selecionado pelos estudantes ERASMUS em Liège ............. 64
Tabela 7 - Fator mais importante no momento da escolha da universidade estrangeira, para os estudantes ERASMUS em Liège ....................................................................................................... 64
Tabela 8 - Avaliação do nível de satisfação dos estudos em Liège, pelos estudantes ERASMUS em Liège ................................................................................................................................................ 65
Tabela 9 - Avaliação dos seguintes aspetos dos estudos no país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Liège ........................................................................................................................ 65
Tabela 10 - Comparação entre a universidade do país de origem e a do país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Liège ....................................................................................................... 65
Tabela 11 - Comparação entre a universidade do país de origem e de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Liège ........................................................................................................................ 66
Tabela 12 - Avaliação do nível de satisfação da estadia em Liège, pelos estudantes ERASMUS em Liège ................................................................................................................................................ 66
Tabela 13 - Avaliação das seguintes caraterísticas pessoais, pelos estudantes ERASMUS em Liège .. 67
Tabela 14 - Avaliação dos seguintes aspetos do país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Liège ................................................................................................................................................ 67
Tabela 15 - Recebeu bolsa de ERASMUS? ....................................................................................... 67
Tabela 16 - Como é que recebeu a bolsa de ERASMUS? .................................................................. 68
Tabela 17 - Quando recebeu a bolsa de ERASMUS? ......................................................................... 68
Tabela 18 - Os dispêndios de viagem entre o país de origem e país de acolhimento foram cobertos pela bolsa de ERASMUS? ........................................................................................................................ 68
xii
Tabela 19 - Que parte das despesas totais foram cobertas pela bolsa de ERASMUS? ......................... 68
Tabela 20 - Depois de pagar a renda, que parte da bolsa de ERASMUS sobrou?................................ 69
Tabela 21 - Como pagou as despesas que não foram cobertas pela bolsa de ERASMUS? .................. 69
Tabela 22 - Se não existisse bolsa de ERASMUS, efetuaria ERASMUS? .......................................... 69
Tabela 23 - O montante da bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país de acolhimento? ......................................................................................................................................................... 70
Tabela 24 - Como é que a bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha de país/universidade de acolhimento? .................................................................................................................................... 70
Tabela 25 - Teve dinheiro suficiente para cobrir os seguintes custos de vida no país de acolhimento? 71
Tabela 26 - Comparando com os outros estudantes, no país de acolhimento, sentiu que estava ao mesmo nível financeiro? ................................................................................................................... 71
Tabela 27 - Sentiu-se excluído da vida de estudante, no país de acolhimento, devido à sua situação financeira? ........................................................................................................................................ 71
Tabela 28 - Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais? ......................... 72
Tabela 29 - No país de acolhimento teve benefícios idênticos aos estudantes locais? ......................... 72
Tabela 30 - Idade dos estudantes ERASMUS em Portugal................................................................. 73
Tabela 31 - Género dos estudantes de ERASMUS em Portugal ......................................................... 73
Tabela 32 - País de origem dos estudantes ERASMUS em Portugal .................................................. 74
Tabela 33 - Área de estudo dos estudantes ERASMUS em Portugal .................................................. 75
Tabela 34 - Período de estadia dos estudantes ERASMUS em Portugal ............................................. 76
Tabela 35 - Tipo de programa de estudos selecionado pelos estudantes ERASMUS em Portugal ....... 76
Tabela 36 - Fator mais importante no momento da escolha da universidade estrangeira, para os estudantes ERASMUS em Portugal................................................................................................... 76
Tabela 37 - Avaliação do nível de satisfação dos estudos em Portugal, pelos estudantes ERASMUS em Portugal ............................................................................................................................................ 76
Tabela 38 - Avaliação dos seguintes aspetos dos estudos no país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Portugal ................................................................................................................... 77
Tabela 39 - Comparação entre a universidade do país de origem e a do país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Portugal................................................................................................... 77
Tabela 40 - Comparação entre a universidade do país de origem e de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Portugal ................................................................................................................... 78
xiii
Tabela 41 - Avaliação do nível de satisfação da estadia em Portugal, pelos estudantes ERASMUS em Portugal ............................................................................................................................................ 78
Tabela 42 - Avaliação das seguintes caraterísticas pessoais, pelos estudantes ERASMUS em Portugal ......................................................................................................................................................... 79
Tabela 43 - Avaliação dos seguintes aspetos do país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Portugal ............................................................................................................................................ 79
Tabela 44 - Recebeu bolsa de ERASMUS? ....................................................................................... 79
Tabela 45 - Como é que recebeu a bolsa de ERASMUS? .................................................................. 80
Tabela 46 - Quando recebeu a bolsa de ERASMUS? ......................................................................... 80
Tabela 47 - Os dispêndios de viagem entre o país de origem e país de acolhimento foram cobertos pela bolsa de ERASMUS? ........................................................................................................................ 80
Tabela 48 - Que parte das despesas totais foram cobertas pela bolsa de ERASMUS? ......................... 80
Tabela 49 - Depois de pagar a renda, que parte da bolsa de ERASMUS sobrou?................................ 81
Tabela 50 - Como pagou as despesas que não foram cobertas pela bolsa de ERASMUS? .................. 81
Tabela 51 - Se não existisse bolsa de ERASMUS, efetuaria ERASMUS? .......................................... 81
Tabela 52 - O montante da bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país de acolhimento? ......................................................................................................................................................... 82
Tabela 53 - Como é que a bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha de país/universidade de acolhimento? .................................................................................................................................... 82
Tabela 54 - Teve dinheiro suficiente para cobrir os seguintes custos de vida no país de acolhimento? 83
Tabela 55 - Comparando com os outros estudantes, no país de acolhimento, sentiu que estava ao mesmo nível financeiro? ................................................................................................................... 83
Tabela 56 - Sentiu-se excluído da vida de estudante, no país de acolhimento, devido à sua situação financeira? ........................................................................................................................................ 84
Tabela 57 - Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais? ......................... 84
Tabela 58 - No país de acolhimento teve benefícios idênticos aos estudantes locais? ......................... 84
Tabela 59 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão “Recebeu bolsa de ERASMUS?” .................................................................. 85
Tabela 60 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Como é que recebeu a bolsa de ERASMUS?" ............................................ 85
Tabela 61 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Quando recebeu a bolsa de ERASMUS?" ................................................... 86
xiv
Tabela 62 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Os custos de viagem entre país de origem e país de acolhimento foram cobertos pela bolsa de ERASMUS?" .................................................................................................. 87
Tabela 63 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Que parte das despesas totais foram cobertas com a bolsa de ERASMUS?" ......................................................................................................................................................... 88
Tabela 64 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Depois de pagar a renda, que parte da bolsa de ERASMUS sobrou?" ........ 88
Tabela 65 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Se não existisse bolsa de ERASMUS, efetuaria ERASMUS?" ....................... 89
Tabela 66 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "O montante da bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país de acolhimento?" .................................................................................................................................. 90
Tabela 67 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Como é que a bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país/universidade de acolhimento?" ................................................................................................. 90
Tabela 68 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Comparando com os outros estudantes, no país de acolhimento, sentiu que estava ao mesmo nível financeiro?" ........................................................................................... 91
Tabela 69 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Sentiu-se excluído da vida de estudante, no país de acolhimento, devido à sua situação financeira?" .................................................................................................................. 92
Tabela 70 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais?" 93
Tabela 71 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "No país de acolhimento teve benefícios idênticos aos estudantes locais?" 94
xv
Lista de Siglas
AT – Áustria
BE – Bélgica
BG – Bulgária
CY – Chipre
CZ – República Checa
DE - Alemanha
DK - Dinamarca
EE – Estónia
ES - Espanha
ESN – ERASMUS Student Network
ERASMUS - EuRopean Community
Action Scheme for the Mobility of
University Students
FI – Finlândia
FR – França
GR – Grécia
HR – Croácia
HU – Hungria
IE – Irlanda
IS – Islândia
IT – Itália
IBM SPSS - Statistical Package for the
Social Sciences
LI – Liechtenstein
LT – Lituânia
LU – Luxemburgo
LV – Letónia
MT – Malta
NL – Holanda
NO – Noruega
PL – Polónia
PT – Portugal
RO – Roménia
SE – Suécia
SI – Eslovénia
SK – Eslováquia
TR – Turquia
UK – Reino Unido
xvi
xvii
Índice
DEDICATÓRIA .................................................................................................................................... I
AGRADECIMENTOS ......................................................................................................................... III
RESUMO ........................................................................................................................................... V
ABSTRACT ...................................................................................................................................... VII
ÍNDICE DE GRÁFICOS ....................................................................................................................... IX
ÍNDICE DE TABELAS ......................................................................................................................... XI
LISTA DE SIGLAS .............................................................................................................................XV
ÍNDICE ..........................................................................................................................................XVII
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 1
1.1 QUESTÕES E OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................................... 1
REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................................................. 3
2.1 DEFINIÇÃO DE ERASMUS ............................................................................................................ 3
2. 2 DE 1987 À SITUAÇÃO CORRENTE ............................................................................................... 4
2.3 DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDANTES ERASMUS A NÍVEL INTERNACIONAL....................................... 6
2.4 O IMPACTO DE ESTUDAR NO ESTRANGEIRO ............................................................................... 7
2.5 BARREIRAS À MOBILIDADE ....................................................................................................... 11
2.6 DETERMINANTES DA MOBILIDADE INTERNACIONAL ................................................................ 13
2.7 CONTEXTO SOCIOECONÓMICO DOS ESTUDANTES ERASMUS ................................................... 18
METODOLOGIA .............................................................................................................................. 21
3.1 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 21
3.2 ANÁLISE DA INFORMAÇÃO PESSOAL DOS PARTICIPANTES ....................................................... 22
3.2.1 ANÁLISE DOS PARTICIPANTES DA HELMO ..................................................................................................... 22 3.2.2 ANÁLISE DOS PARTICIPANTES DO IPL ........................................................................................................... 24
3.3 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE ESTUDO DOS PARTICIPANTES ..................................................... 25
3.3.1 ANÁLISE DOS PARTICIPANTES DA HELMO ..................................................................................................... 25 3.3.2 ANÁLISE DOS PARTICIPANTES DO IPL ........................................................................................................... 26
3.4 ANÁLISE DA ESTADIA DOS PARTICIPANTES ............................................................................... 27
3.4.1 ANÁLISE DOS PARTICIPANTES DA HELMO ..................................................................................................... 27 3.4.2 ANÁLISE DOS PARTICIPANTES DO IPL ........................................................................................................... 28
3.5 ANÁLISE DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DOS PARTICIPANTES ........................................................ 28
3.5.1 ANÁLISE DOS PARTICIPANTES DA HELMO ..................................................................................................... 29
xviii
3.5.2 ANÁLISE DOS PARTICIPANTES DO IPL ........................................................................................................... 32
3.6 COMPARAÇÃO DE MÉDIAS ....................................................................................................... 35
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................................................................................... 41
4.1 COMPARAÇÃO ENTRE AS RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO ....................................................... 41
CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 49
APÊNDICES ..................................................................................................................................... 53
APÊNDICE I - INQUÉRITO APLICADO À AMOSTRA DE ESTUDANTES ................................................ 53
APÊNDICE II – DADOS ESTATÍSTICOS REFERENTES AOS PARTICIPANTES DE LIÈGE .......................... 62
1 – INFORMAÇÃO PESSOAL ............................................................................................................................... 62 2 – OS ESTUDOS EM LIÈGE ................................................................................................................................ 64 3 – A ESTADIA EM LIÈGE ................................................................................................................................... 66 4 – SITUAÇÃO FINANCEIRA DURANTE O PERÍODO DE ERASMUS ................................................................................. 67
APÊNDICE III – DADOS ESTATÍSTICOS REFERENTES AOS PARTICIPANTES DE PORTUGAL................. 73
1 – INFORMAÇÃO PESSOAL ............................................................................................................................... 73 2 – OS ESTUDOS EM PORTUGAL ......................................................................................................................... 76 3 – A ESTADIA EM PORTUGAL ............................................................................................................................ 78 4 – SITUAÇÃO FINANCEIRA DURANTE O PERÍODO DE ERASMUS ................................................................................. 79
APÊNDICE IV – COMPARAÇÃO DE MÉDIAS ..................................................................................... 85
1
Introdução
Apesar do crescimento da mobilidade internacional de estudantes, a pesquisa feita nesse
campo tem sido escassa. Existem vários artigos sobre estudar no estrangeiro na perspetiva
educacional e cultural mas, sobre os determinantes que levam a estudar no exterior, e quais as
condições monetárias que os estudantes enfrentam, durante o período de ERASMUS, pouca
pesquisa tem sido realizada.
Efetuar ERASMUS, desde logo tem um impacto a nível pessoal, pelo tipo de experiência que
proporciona, pelo contacto com diferentes culturas que é vivido. Não é à toa que segundo
dados de van Aart (2011), 77% dos estudantes afirmam que recomendariam este tipo de
experiência aos seus amigos/colegas, ou que segundo dados de Otero, et al. (2006), 87% dos
estudantes tenham classificado o seu período de ERASMUS como positivo/muito positivo.
Mas mais que tudo, o impacto a nível financeiro, quer na tomada de decisão de ir estudar para
o estrangeiro e pelo dispêndio monetário que isso implica, quer as repercussões financeiras
que poderá, ou não, vir a ter, é o ponto mais importante de todo este processo, e que, portanto,
mais pesa na tomada de decisão.
1.1 Questões e objetivos da pesquisa
É no sentido de tentar perceber os processos que estão envolvidos numa ida para o exterior do
país de origem, e o nível de vida/financeiro que os estudantes vivem durante este período, que
este relatório se irá centrar.
2
A amostra de estudantes foi escolhida na sequência de um estágio, por mim efetuado, na
escola HELMo (universidade de Liège - Bélgica), durante o período de três meses (27 de
agosto de 2012 a 30 de novembro de 2012).
Sendo assim, foram realizados questionários aos estudantes que efetuaram ERASMUS,
durante o primeiro semestre, do ano letivo 2012/2013, na instituição de acolhimento -
HELMo (universidade de Liège - Bélgica) e na instituição de origem - IPL (Instituto
Politécnico de Leiria - Portugal).
A partir destes, e também, tendo em conta aquilo que já foi descortinado por outros autores,
em artigos anteriores, pretende-se retirar algumas conclusões, de forma a perceber como é o
nível financeiro dos estudantes durante o período de estudos no estrangeiro.
Deste modo, este trabalho será dividido em três partes: Revisão de Literatura; Metodologia; e
Discussão dos Resultados.
O capítulo da Revisão de Literatura será subdividido em sete pontos: Definição de
ERASMUS; De 1987 à situação corrente; Distribuição dos estudantes ERASMUS a nível
internacional; O impacto de estudar no estrangeiro; Barreiras à mobilidade; Determinantes da
mobilidade internacional; e Contexto socioeconómico dos estudantes ERASMUS.
O capítulo da Metodologia será, também, subdividido em seis pontos: Aplicação do
questionário; Análise da informação pessoal dos Participantes; Análise das condições de
estudo dos Participantes; Análise da estadia dos Participantes; Análise da situação financeira
dos participantes; e Comparação de médias.
Por último, no capítulo da Discussão dos Resultados, apenas existirá um ponto: Comparação
entre respostas ao questionário.
Terminamos com uma breve conclusão do trabalho.
3
Revisão da literatura
Hoje em dia são cada vez mais os estudantes que optam por estudar fora do seu país de
origem, mesmo que apenas durante uns meses. Os motivos são vários, viver fora de casa,
conhecer novas pessoas e culturas, visitar novos países, procurar novos conhecimentos que
não podem ser adquiridos no país de origem, aperfeiçoar línguas estrangeiras. Enfim, cada
estudante tem o seu motivo, mas seja qual for, esta nova experiência proporcionar-lhe-á um
elevado enriquecimento tanto a nível académico, profissional como pessoal, que não poderá
ser adquirido no seu país de origem.
2.1 Definição de ERASMUS
EuRopean Community Action Scheme for the Mobility of University Students é a abreviatura
para a palavra ERASMUS, ou seja, em português, Ação Europeia para o Regime de
Mobilidade de Estudantes Universitários.
Este programa é ainda homenagem ao filósofo, teólogo e humanista Erasmus de Roterdão1.
Este viveu e trabalhou em várias partes da Europa procurando novos conhecimentos e
experiência, que só conseguiria obter com o contato com outros países. Ao deixar a sua
fortuna à Universidade de Basel, tornou-se um impulsionador de bolsas de mobilidade (in
http://ec.europa.eu/education/erasmus/history_en.htm - Comissão Europeia).
1 Desidério Erasmus, mais conhecido por Erasmus de Roterdão, nasceu a 28 de Outubro de 1466 em Roterdão (Holanda) e faleceu a 12 de Julho de 1536 em Basileia (Suíça). Passou por grandes centros como Paris, Lovaina, Inglaterra e Basileia. A sua maior obra “O Elogio da Loucura” (Laus Stultitae), escrita em 1509, é considerada a mais influente obra no âmbito do Protestantismo (Kreis, 2004).
4
Esta palavra evoca também, uma época em que os estudantes se deslocam entre países da
União Europeia e estados associados, por um período mínimo de três meses, e um máximo de
um ano letivo (Mendes, et al., 2009), podendo vir a ser atribuída uma bolsa de ERASMUS a
estes estudantes.
Kelo et al. (2006, p 210) veio ainda definir a mobilidade internacional de estudantes, como
sendo o ato em que estudantes atravessam a fronteira nacional para estudar, ou efetuar outro
tipo de atividades relacionadas com os seus estudos, pelo menos uma determinada unidade do
programa de estudos ou por um determinado período de tempo, no país para onde se mudaram
(citado por Liu, et al., 2008).
2. 2 De 1987 à situação corrente
O programa ERASMUS iniciou-se em 1987. Mas já antes, mais precisamente seis anos antes,
a Comissão Europeia suportava o movimento de estudantes para países estrangeiros. Apesar
da reação negativa de alguns dos membros da Comissão Europeia, o programa acabou por ser
aceite, em Junho de 1987, por uma maioria dos membros (in
http://ec.europa.eu/education/erasmus/history_en.htm - Comissão Europeia).
O programa ERASMUS conseguiu obter uma enorme taxa de crescimento em vinte e cinco
anos: de 3244 estudantes que, em 1987 estudaram em 11 países participantes no programa
ERAMUS, para cerca de três milhões de estudantes que estudaram ou efetuaram um estágio
internacional em 2012 (Comissão Europeia, 2012). Aliás, segundo Beine, et al. (2011), os
estudantes internacionais, entre os restantes migrantes internacionais, são o grupo que mais
cresceu nos últimos anos.
No gráfico a seguir, podemos perceber que apenas no ano de 1996 e 2006 existiu um ligeiro
decréscimo de estudantes, mas no seu todo o número de estudantes tem vindo sempre a
crescer.
5
É ainda previsível que mais de sete milhões de estudantes integrem no programa até 2025
(Böhm et al., 2002; Perraton, 2004, citado por Liu, et al., 2008).
De referir que não só o número de participantes tem aumentado como também aumentou a
qualidade e diversidade de atividades propostas. Por isso mesmo, este programa conseguiu
tornar-se no maior e no mais bem-sucedido sistema de mobilidade internacional.
A mobilidade dos estudantes tem vindo a ser cada vez mais incentivada pela Comissão
Europeia. Estudar no estrangeiro, permite enriquecer os estudantes, tanto a nível académico,
como profissional e cultural, providenciando-lhes uma melhor noção do que é ser cidadão
europeu (Gonzáles, et al., 2010).
Para além deste fator, é também uma estratégia da Comissão Europeia para combater o
desemprego dos mais jovens. Estes são o futuro da Europa e da sociedade e deve ser neles que
os países devem investir. “Youth on Move” tornou-se assim no hino da Comissão Europeia, a
partir de setembro de 2010, quando foi lançada a nova estratégia europeia. Esta estratégia
pretende incentivar os estudantes a participarem em programas da União Europeia, pois assim
aumenta a empregabilidade e o acesso ao mercado de trabalho (Comissão Europeia, 2012).
Gráfico 1 - Progressão no número de estudantes que efetuaram ERASMUS entre 1987 - 2011 (Comissão Europeia, 2012)
6
2.3 Distribuição dos estudantes ERASMUS a nível internacional
Olhando um pouco para a distribuição dos estudantes a nível internacional, verificamos que
desde a sua criação, o programa ERASMUS tem auferido uma enorme participação de
estudantes. Como prova podemos verificar no gráfico 2, que ilustra o número de estudantes,
em valor absolutos, que participaram no programa, no período de 2000/01 – 2010/11,
distribuídos por país.
Onde: BE – Bélgica; BG – Bulgária; CZ – República Checa; DK – Dinamarca; DE – Alemanha; EE – Estónia; GR – Grécia; ES – Espanha;
FR – França; IE – Irlanda; IT – Itália; CY – Chipre; LV – Letónia; LT – Lituânia; LU – Luxemburgo; HU – Hungria; MT – Malta; NL –
Holanda; AT – Áustria; PL – Polónia; PT – Portugal; RO – Roménia; SI – Eslovénia; SK – Eslováquia; FI – Finlândia; SE – Suécia; UK –
Reino Unido; IS – Islândia; LI – Liechtenstein; NO – Noruega; TR – Turquia; HR – Croácia.
Analisando o gráfico, e olhando apenas para a quantidade de estudantes enviados, por um
país, para o estrangeiro, na totalidade de estudantes enviados para o estrangeiro, podemos
perceber que, no período de 2000/01 – 2010/11, Espanha, França, Alemanha e Itália são os
países que têm mais estudantes que vão estudar, por um determinado período, ao abrigo do
programa ERASMUS, para o exterior.
Verificamos ainda que, no período de 2000/01 – 2010/11, Luxemburgo, Chipre, Islândia,
Liechtenstein e Hungria, são os países que têm menos estudantes que vão estudar, por um
determinado período, ao abrigo do programa ERASMUS, para o exterior.
Estas conclusões são retiradas tendo em conta apenas os valores absolutos, no entanto, em
termos relativos, a percentagem de estudantes ERASMUS enviados para o estrangeiro
relativamente à população, pode tornar as conclusões um pouco diferentes. Assim, países com
Gráfico 2 - Envio de estudantes ERASMUS para o exterior: 2000/01 – 2010/11 (Comissão Europeia, 2012 e 2011)
7
maior população enviam uma maior quantidade de estudantes e países menores em termos
populacionais enviam menos estudantes, mas isso não significa que a percentagem de
estudantes, relativamente à sua população, enviada por países mais pequenos seja inferior à de
países maiores.
Por exemplo, e tendo em conta dados da Comissão Europeia (2012), percebemos que os
países que maior percentagem de estudantes ERASMUS enviaram, em termos da população
estudantil, no período de 2010/11, foram o Luxemburgo (8.20%) e o Liechtenstein (4.83%).
Ficando os restantes países mencionados no gráfico muito aquém da percentagem de
estudantes enviada por estes dois países (abaixo de 2.00%).
Um país de referir é o Reino Unido. Através do gráfico apresentado, verificamos que
comparativamente aos países anteriormente mencionados, é um país que menos envia
estudantes para o exterior. No entanto, é referido por Gonzáles, et al. (2010) como sendo um
país que, a nível de educação superior, tem atraído bastante os estudantes estrangeiros. Prova
disso é que nos últimos anos a quantidade de estudantes estrangeiros que vai estudar para este
país é superior à quantidade de estudantes que enviam.
Gonzáles, et al. (2010) refere ainda, que por contraste se encontra a Alemanha, França, Itália
e Espanha. Estes são destacados por serem os países que mais enviam e recebem estudantes
do exterior.
2.4 O impacto de estudar no estrangeiro
A mobilidade de estudantes entre países da União Europeia, por criar uma noção de
identidade e cidadania europeia (OECD, 2008; King, et al., 2003), é desde há muito tempo
vista com bons olhos.
Estudar no estrangeiro é uma oportunidade para o desenvolvimento pessoal, para explorar
novas culturas e línguas (King, et al., 2003). Mas não só, o contato com novas formas de
ensino, com diferentes pensamentos e novos pontos de vista sobre diversas situações, é
crucial para o desenvolvimento de uma força de trabalho capaz de obter elevados
8
desempenhos profissionais. Lidar com novas perspetivas de trabalho, quer teóricas quer
práticas, tem um grande impacto na carreira e estilo de vida dos estudantes.
Numa economia cada vez mais internacionalizada, as empresas procuram cada vez mais uma
força de trabalho que seja capaz de extrapolar os conhecimentos teóricos, capaz de quebrar as
barreiras nacionais. O programa ERASMUS potencia a aquisição destas capacidades. Poder
conviver com novas culturas e novas visões tem o poder de desenvolver novas capacidades de
adaptação, pessoais e profissionais, cada vez mais procuradas pelos empregadores.
Gonzáles, et al. (2010) confirma esta situação ao referir que ao efetuarem ERASMUS, os
estudantes conseguem lidar melhor com a dimensão internacional, que certos postos de
trabalho podem ter, e assim subir na carreira profissional.
Aliás, King, et al. (2003) refere mesmo que os estudantes que estudaram durante um certo
período no estrangeiro, após finalizarem o curso, estiveram menos tempo desempregados,
conseguiram obter funções profissionais relacionadas com os seus estudos, e detêm posições
dentro das empresas e salariais superiores, comparativamente com os estudantes que não
efetuaram ERASMUS.
Contrariando estes autores, surge Otero (2008), citando Ballad, et al. (2004), afirmando que,
ERASMUS não leva a que os estudantes obtenham grandes salários ou um bom posto de
trabalho, mas apenas propicia uma mais rápida entrada no mercado de trabalho aquando da
procura do primeiro emprego.
Segundo Liu, et al. (2008), estudar durante um certo período no estrangeiro é ainda uma
forma de ajudar, tanto os países de entrada, como os de saída de estudantes. Altbach (1998)
menciona, também, que, enviar estudantes para o estrangeiro, é uma das formas dos países
menos desenvolvidos lidarem com o acesso ao ensino superior.
Assim, por um lado, alivia os países que enviam estudantes e que possuem limitados recursos
a nível da educação, não conseguindo dotar os estudantes das capacidades necessárias ao
mundo do trabalho, e que, aquando das matrículas dos estudantes no ensino superior, têm uma
limitada capacidade de absorção de todos os estudantes. Mais jovens têm assim, acesso à
universidade, não deixando de lado os seus planos educacionais (Liu, et al., 2008).
9
Rosenzweig (2006) (citado por Kahanec, et al., 2011) refere mesmo que os estudantes
efetuam ERASMUS de forma a obter mais capacidades e conhecimentos, que não são
possíveis de obter no seu país de origem.
Por outro lado, no longo prazo, e para os países que recebem os estudantes estrangeiros,
ERASMUS pode ser uma boa forma de alcançar uma balança de pagamentos positiva, devido
à entrada de mais pagamentos no país, na forma de consumo doméstico e propinas pagas
pelos estudantes internacionais (OECD, 2008). As propinas pagas pelos estudantes
internacionais, chegam mesmo a ser uma grande fonte de receitas para as universidades
estrangeiras, sendo, em alguns casos, superiores às propinas pagas pelos estudantes do próprio
país (Beine, et al., 2011 e Perraton). Sendo assim, e segundo Altbach (1998), muitas das
decisões políticas, têm sido feitas pensando na mudança económica que pode surgir, ao
receber estudantes estrangeiros.
É ainda referido por alguns autores, tais como Parey, et al. (2010), que a mobilidade de
estudantes é o primeiro passo, para uma posterior mobilidade internacional a nível
profissional. Apesar de ser algo difícil de comprovar, principalmente devido à falta de dados,
os autores criaram o modelo IV, do qual conseguiram concluir, que a probabilidade de mais
tarde vir a trabalhar no estrangeiro, tendo efetuado o programa ERASMUS, é de 15%, valor
bem mais elevado que os 6.5 pontos percentuais obtidos, inicialmente, pelo modelo OLS,
quando a variável dependente era “indicador para estudar no estrangeiro para uma certa área”,
tendo efetuado o programa ERASMUS.
Este valor pode ser explicado por vários fatores. Desde logo, os autores sugerem que, o facto
de conhecer novas culturas e viver com colegas estrangeiros, pode vir a influenciar a decisão
de mais tarde vir a trabalhar no estrangeiro. Ao estudar no estrangeiro, o estudante pode ainda
obter alguns conhecimentos, tais como o aperfeiçoamento da língua estrangeira,
conhecimentos sobre o mercado local ou contactos pessoais, que podem apenas ser utilizados
no país para onde escolheu ir estudar, durante um determinado período. Levando a que este
opte por, mais tarde, retornar a esse mesmo país para trabalhar e assim aplicar essas
capacidades anteriormente adquiridas. Um outro ponto indicado por Parey, et al. (2010),
prende-se com as relações pessoais, isto é, os estudantes podem criar laços pessoais no país
onde efetuaram ERASMUS, optando assim por vir a trabalhar num país estrangeiro apenas
para estar com essa, ou essas pessoas, com as quais criaram relações pessoais.
10
Wolfeil (2009), ao efetuar uma pesquisa sobre o impacto de estudar no estrangeiro, e posterior
migração, verifica, e citando Teichler, et al. (2007), que 18-20% dos estudantes que efetuaram
ERASMUS vão trabalhar para o estrangeiro, após terminarem os seus estudos universitários.
Situação também comprovada por King, et al. (2003), que refere mesmo que 20% dos
inquiridos estavam na altura do estudo a trabalhar no estrangeiro e 43% já tinham tido
algumas experiências no exterior, após terminarem os seus estudos universitários.
Estes autores comprovaram então, que estudar no estrangeiro para além de impacto pessoal,
tem também impacto na carreira profissional, e desta forma na posterior situação
económica/monetária, pois mais tarde os estudantes podem optar por uma carreira
profissional num país estrangeiro.
Olhando ainda para o estudo efetuado por Mendes, et al. (2009) e de acordo com os dados
recolhidos pelo autor, para uma amostra de estudantes do Instituto Superior Técnico, podemos
perceber que a experiência multicultural e troca de experiências (47.9% na média dos países),
foram as maiores mais-valias consideradas pelos estudantes ERASMUS, principalmente nos
países do Leste. Em segundo lugar, foi considerado o contato com novos métodos de
aprendizagem (16.3% na média dos países), e em terceiro (13.8% na média dos países) o
crescimento pessoal e independência. Posto isto, podemos perceber que a experiência pessoal,
para estes estudantes, se destaca largamente da experiência escolar.
Otero (2008) vem também comprovar esta situação, ao perceber, no seu estudo, que os
estudantes ERASMUS, dão uma larga preferência aos valores apreendidos a nível de língua e
cultura no país acolhedor, em depreciação dos aspetos profissionais e académicos. Aliás, os
valores obtidos foram de 87% para aqueles que consideraram a sua estadia no estrangeiro
positiva/muito positiva, tendo o nível de integração social no país acolhedor sido classificado
por 74% dos respondentes como bom/muito bom.
Pelos pontos mencionados acima, percebemos que estudar no exterior do nosso país de
origem, pode, de uma forma ou de outra, trazer consequências monetárias. Até podemos não
ir trabalhar para o exterior, mas as capacidades adquiridas durante esta experiência, são uma
mais-valia que nos pode fazer subir na carreira profissional e sendo assim, também de salário.
Claro está que os países, que recebem os estudantes, também auferem de melhores condições
11
económicas. Quer seja pela entrada de montantes gastos em consumo doméstico, quer seja
pelas propinas pagas pelos estudantes.
2.5 Barreiras à mobilidade
A decisão de ir ou não estudar para o estrangeiro é sempre vista pelos estudantes, pela
perspetiva do seu país. Sendo assim iremos abordar neste ponto, as barreiras/entraves
económicas, pessoais, sociais e escolares, que os estudantes têm em consideração.
Sair de casa para ir estudar para um outro país implica desde logo um grande esforço
financeiro. A parte económica torna-se portanto o ponto fulcral para a decisão de estudar fora
de casa ou não (Vossensteyn, et al., 2010). Claro está, que dependerá da realidade económica
de cada estudante, ou se conseguirá uma bolsa de ERASMUS, para o apoiar nas inúmeras
despesas que terá, desde a viagem de ida e volta do país de acolhimento, ao alojamento e
despesas do dia-a-dia, e consequentemente do nível de vida do país de origem e de destino.
Estudantes de países com um nível económico mais elevado têm assim, uma maior facilidade
em estudar fora de casa, principalmente se escolherem países com um custo de vida igual ou
inferior ao seu. Por seu lado, estudantes de países com dificuldades financeiras, têm menos
facilidade de estudar fora do seu país. Prova disso, é o facto de que na totalidade de
estudantes que participam num programa de estudos no estrangeiro, com exceção da
Alemanha e Suécia, a parcela que se refere a estudantes com uma baixa condição social é
diminuta (Orr, et al., 2011). Orr, et al. (2009), refere mesmo que, em países como a Bulgária,
Roménia, Portugal, Itália, Eslovénia e Turquia, a quantidade de estudantes de baixa condição
financeira, que optam pela mobilidade internacional, é três vezes menor, relativamente aos
estudantes que possuem um elevado nível financeiro.
Otero (2008) refere no entanto, que, com o passar dos anos, existem cada vez mais estudantes
que apresentam uma média/baixa condição socioeconómica a participarem no programa
ERASMUS.
Nestas situações, em que os estudantes têm uma condição económica inferior, são oferecidas
12
bolsas de ERASMUS e incentivos públicos, para que os estudantes não considerem a questão
financeira como sendo um entrave. Contudo, as bolsas nem sempre são suficientes para
compensar as disparidades económicas existentes (Orr, et al., 2008), e para cobrir todos os
gastos que ocorrem, com o período de estudo no país de acolhimento.
Este fator tem vindo assim, a ser apontado por várias fontes, como em Orr, et al. (2011) ou
mesmo Findlay, et al. (2006) (citado por Gonzáles, et al., 2010) como uma das mais
importantes barreiras à mobilidade.
As questões financeiras levam assim, os estudantes a repensarem se efetuam ERASMUS ou
não, e se decidirem a favor, olham para os países disponíveis, elegendo aquele que mais está
de acordo com o seu nível económico familiar.
As questões pessoais são por Orr, et al. (2011) consideradas o segundo maior obstáculo. Em
primeiro lugar, a separação da família, amigos, ou parceiro é um ponto importante. Os países
escandinavos, Roménia, Malta, República Checa e Polónia, são os países onde esta separação
familiar, leva a repensar a questão de efetuar ERASMUS ou não. Esta situação é explicada
pelo facto de que, a população nestes países é maioritariamente mais velha e portanto os
jovens começam a planear a sua viva futura muito cedo.
Findlay, et al. (2006) (citado por Gonzáles, et al., 2010) enumera também, a linguagem como
sendo uma barreira à mobilidade. Saber outra língua para além da nossa língua materna, é
uma das exigências quando se efetua ERASMUS, a não ser que o país para onde o estudante
se desloque tenha a mesma língua.
Orr, et al. (2011), refere que, em dois terços dos países envolvidos no relatório Eurostudent
2008-2011, mais de 20% dos estudantes têm competências em pelo menos duas línguas
estrangeiras. Esta é porém, uma taxa que varia consoante o nível social dos estudantes.
Por outro lado, as origens sociais dos estudantes também têm algum peso na decisão. Pais
com nível de educação mais elevado tendem a incentivar os filhos a efetuar ERASMUS, não
se verificando o mesmo em famílias onde os pais possuem um nível de formação mais baixo.
O nível de educação familiar torna-se portanto mais importante que a ocupação (Findlay, et
al., 2006 citado por Gonzáles, et al., 2010), uma vez que estudantes oriundos da classe
13
trabalhadora, são menos propensos a ingressar em programas de ensino superior e portanto a
estudar no estrangeiro. Otero, et al. (2006) (citado por Gonzáles, et al., 2010), confirma ainda
que a maioria dos estudantes ERASMUS tem pais com elevado nível educacional e portanto
elevado nível financeiro.
Otero (2008), reafirma este ponto ao indicar que pais com elevados postos de trabalho tendem
a esperar que os filhos ingressem no ensino superior e que posteriormente efetuem
ERASMUS, pois estão conscientes dos benefícios que este programa pode trazer e esperam
sempre que os filhos façam mais que aquilo que eles na sua altura efetuaram.
O reconhecimento de resultados é também apontado pelos estudantes como uma barreira à
mobilidade, principalmente quando o período de estudos no estrangeiro ocorre em países do
Leste e Sudeste Europeu (Orr, et al., 2011).
Por último, falta de motivação individual é também uma barreira à mobilidade (Orr, et al.,
2008). O incentivo familiar e mesmo financeiro pode diminuir a motivação para estudar fora
do país. Por isso mesmo torna-se essencial que tanto no âmbito familiar como escolar, os
estudantes sejam motivados a efetuar ERASMUS. Afinal a aquisição de novas perspetivas e
novas experiências é sempre uma mais-valia, que os estudantes não devem perder a
oportunidade de ter.
Os parágrafos anteriores levam-nos a perceber que, apesar dos benefícios que estudar no
estrangeiro pode trazer, existem inúmeras barreiras e entraves que se podem colocar. Desde os
motivos financeiros, que são para a maioria dos estudantes a principal razão para não
enveredar por este caminho, até aos problemas sociais e familiares, cada estudante tem o seu
motivo, para afastar, ou mesmo nem pensar na possibilidade de efetuar ERASMUS.
2.6 Determinantes da mobilidade internacional
Quanto aos determinantes da mobilidade internacional, já alguns estudos foram efetuados,
entre os quais podemos citar Zheng (2003) e Liu, et al. (2008). Zheng (2003) (e citando Liu,
et al.,2008), determinou o impacto que os seguintes fatores têm, na decisão de os estudantes
14
irem estudar para o estrangeiro: fatores económicos (29%), fatores educacionais (27%),
fatores pessoais (15%), fatores sociais (13%), fatores culturais (9%) e fatores políticos (7%).
Assim, os fatores económicos, educacionais e pessoais, são o que mais impacto tem na
decisão de ir estudar para o estrangeiro. Esta opinião tem sido aceite pela maioria dos autores.
Liu, et al. (2008), por seu lado, verificou no seu estudo, que o montante das propinas do país
de acolhimento, o custo de vida no estrangeiro e a distância entre o país de acolhimento e o
país de origem têm um efeito negativo na mobilidade internacional. Contrariamente, o apoio
governamental, o envolvimento na economia mundial dos países e a quantidade de população
jovem do país de origem têm um impacto positivo na mobilidade internacional.
Beine, et al. (2011) determinou também que, a quantidade de população da mesma
nacionalidade num país de acolhimento, pode atrair os estudantes para efetuarem ERASMUS
nesse país. O mesmo acontece com a qualidade de ensino no país de acolhimento, que pode
atrair estudantes para esse país. Já o custo de vida, tal como indicado por Liu, et al. (2008), e
também apoiado por Gonzáles, et al. (2010), são um ponto negativo, afastando os estudantes
dos países que maiores custos de vida apresentam. Beine, et al. (2011) afirmou, contudo que o
montante das propinas no estrangeiro não afasta estudantes, uma das razões avançadas é que a
bolsa de ERASMUS que os estudantes recebem, tende a cobrir este custo.
No entanto, muitos dos autores têm vindo a preocupar-se mais com a perspetiva cultural e
educacional da mobilidade internacional, ao invés dos determinantes que levam os estudantes
a estudar no estrangeiro.
Os fatores que levam os estudantes a efetuarem ERASMUS, são diferentes tendo em conta o
país de origem e o país de destino. Portanto, uma correta identificação destes fatores leva à
criação de políticas que atraiam estudantes a um determinado país. É nesse sentido que surge
o modelo push-pull.
Altbach (1998), e mais tarde citado por Li, et al. (2007), apontou algumas das razões que
impelem os estudantes a irem para o estrangeiro durante um determinado período. Por um
lado, muitos são levados a irem para o estrangeiro devido às más condições dos seus países de
origem, quer a nível educacional ou económico/político, por outro, são puxados pelos países
de acolhimento devido às bolsas de ERASMUS, boas condições de educação e as demais
15
oportunidades que podem surgir. Este ponto foi também referido por Massey et al. (1993)
(citado por Kondakci, 2011)
De referir que, os determinantes para um estudante ir para o estudar no exterior, podem ser os
motivos de outro, para não se deslocar e se manter no país de origem. Assim, os países tanto
podem ter fatores que atraem os estudantes, como os afastam, tudo depende, principalmente,
das características pessoais dos estudantes (Zheng, 2003, citado por Li, et al., 2007).
Uma outra forma de perceber quais os determinantes para a mobilidade internacional foi
sugerida por Beine, et al. (2011). Este encontrou duas razões para justificar o movimento de
estudantes entre países.
Em primeiro lugar, surge a migração como uma escolha de consumo, isto é, os estudantes
movem-se entre países com a intenção de obter um retorno posterior (financeiro e pessoal)
com a educação superior, mas ao escolherem o destino têm em conta a restante envolvente,
tais como o lugar para onde vão estudar ou as circunstâncias em que vão.
Sá, et al. (2004) refere mesmo que, o principal motivo do movimento de estudantes é o
consumo, ao invés do investimento, já que a qualidade educacional dos programas de estudo,
não apresenta um papel significativo nas escolhas posteriores dos estudantes.
Em segundo lugar, surge o facto de os estudantes pretenderem adquirir novas capacidades e
assim conseguirem uma melhor oportunidade de trabalho e, claro está, um rendimento
superior no futuro. A migração é então, considerada um investimento e pode mesmo ser
comparada com a migração dos trabalhadores, que vão para o estrangeiro em busca de
melhores condições de vida ou de um melhor trabalho. Tal como estes, os estudantes também
procuram que uma melhor educação, ou pelo menos, uma diferente educação, que lhes
possibilite uma melhor condição de vida futura.
A teoria da migração está então relacionada com os movimentos internacionais de estudantes.
Segundo Gonzáles, et al. (2010) a migração é possível de acontecer quando o benefício
antecipado (associado ao mercado de trabalho do país acolhedor) é superior aos custos da
mudança (custos de transporte). Assim, elevados salários e uma mais baixa taxa de
16
desemprego no país acolhedor é importante na tomada de decisão de migrar. Claro que este
facto, não está relacionado com o movimento de estudantes, mas a possibilidade de estes
pontos terem um impacto no futuro dos mesmos são factos importantes. Gonzáles, et al.
(2010), verificaram então, no estudo que efetuaram, que as diferenças no custo de vida e a
distância (variável relacionada com os custos de transporte), são relevantes para o movimento
de estudantes ERASMUS.
Já a nova teoria da migração, ao invés de se prender a fatores económicos, tal como a
anteriormente explicada, relaciona-se com fatores socioculturais. Wolf et al. (1997), citado
por Gonzáles, et al. (2010), refere que de acordo com esta teoria, a decisão de migração é
tomada em unidades sociais, isto é, a decisão é tomada em família ou pelo “chefe da família”.
Assim, a teoria considera que a migração é uma estratégia, encarada como uma forma de
proporcionar um maior bem-estar à família e assegurando a sua continuidade.
Mais uma vez, esta teoria não se aplica na íntegra à mobilidade internacional dos estudantes,
uma vez que quem toma a decisão de efetuar ERASMUS é o estudante e não a família,
contudo, os aspetos sociais da família podem influenciar a decisão de mobilidade
internacional. A educação parental, tal como já referido anteriormente no ponto 2.5 –
Barreiras à mobilidade, pode influenciar a mobilidade internacional.
De entre os fatores sociais, que também convergem de acordo com a nova teoria da migração,
deteta-se a ideia de que, quando um indivíduo pensa em migrar, irá avaliar o valor do local da
sua residência, em função da sua experiência e daquilo que os conhecidos dizem (Wolpert,
1965, citado por Gonzáles, et al., 2010). Aplicando a situação aos estudantes, estes tomam
decisões semelhantes às já tomadas por outros estudantes, isto é, não existe uma nova ideia,
mas sim, uma racionalidade limitada pelo espaço social (Gonzáles, et al., 2010).
A par da teoria da migração, e dos motivos apresentados por Altbach (1998), Li, et al. (2007)
ou Beine, et al. (2011), é também avançado por Gonzáles, et al. (2010) outros determinantes
como o clima, a língua e a qualidade da universidade.
O clima pode ser considerado um determinante à mobilidade, já que muitos estudantes são
atraídos por climas Mediterrânicos (Gonzáles, et al., 2010).
A língua, apontada por muitos autores como uma barreira à mobilidade internacional, pode
17
ser um fator que leve à mobilidade. Uma vez que os estudantes podem deslocar-se para outro
país, não só para complementar os seus estudos, mas também, para desenvolver novas
línguas.
Por último, e segundo Gonzáles, et al. (2010), os estudantes tendem a efetuar considerações
académicas, refletindo se a escolha do país e da universidade para a qual se deslocam, lhes
proporcionará algumas vantagens posteriores a nível profissional. Tendem assim, a escolher
as melhores universidades estrangeiras para efetuar ERASMUS.
Mais estudos foram efetuados, é o caso de Mazzarol et al. (2001), citado por Li, et al. (2007),
que, ao estudar a mobilidade internacional dos estudantes de Taiwan, China, Índia e
Indonésia, percebeu que os motivos para estudar no exterior eram quatro: a qualidade de
ensino da universidade no exterior ser superior à universidade local; a possilibidade de os
estudantes conseguirem ingressar em determinados programas não acessiveis a todos os
estudantes; o desejo de conhecer/entender novas culturas/sociedades, particularmente as
culturas Ocidentais; e a intenção de, após o fim do curso, migrar. Claro está, que estes fatores
são gerais, pois em sub-grupos de estudantes podem verificar-se algumas diferenças nos
motivos.
Segundo o relatório efetuado pelo Erasmus Student Network em 2007 (Krzaklewska, et al.,
2007), os estudantes, de acordo com os seus motivos para ir estudar para o estrangeiro, podem
ser divididos em duas classes: os orientados para a carreira profissional e os orientados para a
experiência.
Assim, os estudantes orientados para a carreira profissional, argumentam como motivos, o
aumento do conhecimento académico, aumento das perspetivas futuras de trabalho e a prática
de uma língua estrangeira.
Já os estudantes orientados para a experiência, apresentam motivos muito diferentes.
Conhecer novas pessoas, novas experiências, diversão, independência, viver num país
estrangeiro e a aprendizagem sobre novas culturas, são os mais comuns.
Portanto, e apesar de alguns dos determinantes para escolher efetuar ERASMUS, não estarem
diretamente relacionados com a situação financeira, de alguma forma podem vir a estar, uma
18
vez que podem condicionar o futuro dos estudantes que efetuam ERASMUS.
2.7 Contexto socioeconómico dos estudantes ERASMUS
O dispêndio financeiro é, pela larga maioria de estudantes, considerado o maior obstáculo à
realização de ERASMUS (Teichler, et al., 2011).
Assim, ao olhar para o contexto económico dos estudantes ERASMUS, devemos, em
primeiro lugar, olhar para o contexto familiar. Tal como já referido anteriormente, é esperado
que sejam os estudantes, que possuam um nível de rendimento familiar superior à média
nacional, que efetuem ERASMUS.
Já no relatório elaborado pela European Commission (2000), e com base nos estudantes que
efetuaram ERASMUS no ano letivo de 1997/98, os resultados surgiram diferentes: 53% dos
estudantes indicavam que o rendimento familiar se encontrava na média ou inferior à média
nacional. Assim sendo, e de acordo com estes dados, o contexto económico familiar, na
generalidade, não influencia a decisão de efetuar ERASMUS ou não. Claro que existem
exceções, uma vez que o baixo rendimento familiar, em países que oferecem limitado apoio
aos estudantes, se torna um impedimento à realização de ERASMUS.
De notar que é ainda referido que, a maioria dos estudantes provêm de um meio onde os pais,
a nível profissional, se encontram numa posição superior e que pelo menos um frequentou o
ensino superior. O que pode ter algum impacto na decisão de efetuar ERASMUS ou não.
Já nos pontos anteriores, foram focados o impacto, obstáculos e determinantes que estudar no
exterior tem, por isso mesmo neste ponto, vamos focar a situação socioeconómica, dos
estudantes, durante o período de ERASMUS.
Assim, olhando para a situação socioeconómica dos estudantes durante o período de
ERASMUS, e ainda de acordo com o relatório da European Commission (2000), 57% dos
estudantes reportaram dificuldades financeiras. Sendo os mais afetados, aqueles que, antes do
período de ERASMUS, viviam com os pais, ou que provinham de países com baixo apoio
19
financeiro por parte do governo.
Foi ainda detetado que os estudantes que anteriormente viviam com os pais, relataram um
aumento de despesa no montante de 310€ por mês (duas vezes mais que os custos em casa).
Já os estudantes que viviam fora de casa, obtiveram um aumento na despesa mensal no valor
de 130€. Tanto para uma, como para a outra situação, a despesa com a acomodação no país de
acolhimento representa a maior percentagem.
É portanto, indicado pelo relatório da European Commission (2000), que a bolsa de
ERASMUS é um suplemento essencial para os estudantes ERASMUS. Esta pode não cobrir a
totalidade dos custos extra que os estudantes têm, mas ajuda a que os problemas financeiros
diminuam. Aliás, de acordo com a Comissão Europeia (2012), a bolsa de ERASMUS serve
para cobrir parte dos custos adicionais tidos com o custo de vida no exterior e as viagens entre
país de origem e país de acolhimento.
Com a intenção de atualizar o relatório elaborado pela European Commission (2000), Otero,
et al. (2006) efetuou um relatório idêntico, mas desta vez com base nos estudantes que
efetuaram ERAMUS no ano letivo de 2004/05. Dois anos depois, este relatório voltou a ser
analisado por Otero (2008).
Mais uma vez, foi verificado o facto de que, são os estudantes com um rendimento familiar na
média ou inferior à média nacional, que participam no programa ERASMUS (aumento de
10% relativamente ao relatório da European Commission (2000)).
Os dados anteriores foram, contudo, contrariados no que concerne à situação financeira
durante o período de ERASMUS: 37% dos estudantes indicaram que a sua situação financeira
foi boa ou muito boa, 44% consideraram-na justa, enquanto que apenas 19% relataram
dificuldades financeiras. Mas, novamente, foi verificado, com 55% de respostas, que a bolsa
de ERASMUS (cerca de 140€ por mês, para o período em análise – 20€ a mais que no ano
1997/98) é insuficiente para cobrir as despesas extra ocorridas durante o período de
ERASMUS.
Após a análise dos inquéritos efetuados aos estudantes que efetuaram ERASMUS, no período
de 2004/2005, Otero, et al. (2006) (mencionado também por Otero (2008)) percebeu que o
montante médio mensal de despesas, no país de origem dos estudantes, era cerca de 586€,
20
enquanto que o montante médio mensal de despesas no país de acolhimento, era de 699€.
O item que mais justifica o aumento das despesas é, mais uma vez, a despesa com
acomodação, estando logo de seguida a alimentação e as despesasde viagem. É referido então
que, para a maioria dos estudantes, esta diferença de despesas poderá ser coberta com a bolsa
de ERASMUS, e com alguns apoios financeiros, proporcionados por instituições do país de
origem, que os estudantes recebem. Claro está que, esta situação varia, consoante a situação
financeira familiar do estudante, e está também fortemente correlacionada com o facto dos
estudantes viverem ou não com os pais no país de origem. Por exemplo, se vivia com os pais,
possivelmente as despesas de estudar no estrangeiro serão superiores e a bolsa de ERASMUS
poderá não cobrir os dispêndios adicionais. Tendo assim, muitos dos estudantes, que recorrer
a apoios familiares, empréstimos ou salários de trabalho para cobrir as despesas adicionais.
Segundo esta análise, e supondo que existem mais dispêndios adicionais, tais como as
propinas do país de acolhimento, pode-se então perceber que a bolsa de ERASMUS, e para
estudantes que viviam com os seus pais no país de origem, pode apenas cobrir cerca de 50%
(40% no relatório da European Commission (2000)) das despesas ocorridas durante o período
no estrangeiro (Otero, et al., 2006). Já para os estudantes que viviam fora de casa dos pais no
país de origem, a bolsa de ERASMUS cobriu 100% das despesas adicionais, enquanto que no
relatório da European Commission (2000) apenas cobria 80% das despesas adicionais.
É portanto essencial que, no acesso ao ensino superior, e neste caso, mais concretamente nos
programas de mobilidade, a equidade seja o ponto fulcral. Isto de modo a ultrapassar as
barreiras económicas que podem surgir, principalmente aos estudantes com baixa condição
socioeconómica, e que gostariam de ingressar num programa de mobilidade internacional.
Prova disso, é que, no inquérito analisado por Otero, et al. (2006), muitos dos estudantes que
participaram no programa ERASMUS, conheciam outros estudantes que não participaram
devido a razões financeiras. Políticas por parte dos governos nacionais, mas também por parte
das instituições europeias, são então essenciais (Cerdeira, et al., 2009).
21
Metodologia
A fim de proceder à avaliação da mobilidade e das questões financeiras, subjacentes ao
período de ERASMUS, foi efetuado um questionário através da plataforma Google Drive, aos
estudantes que se deslocaram para a HELMo (Liège - Bélgica) e para o IPL (Portugal),
durante o primeiro semestre, do ano letivo 2012/2013.
É importante referir que, o questionário foi apenas aplicado em Liège, uma vez que a HELMo
apenas possui polos de estudo em Liège. Já o IPL está presente não só numa cidade mas sim,
em várias, como Leiria, Caldas da Rainha e Peniche.
3.1 Aplicação do questionário
O questionário utilizado (presente no Apêndice I) foi adaptado do relatório efetuado pelo
ERASMUS Student Network (ESN) de Bruxelas no âmbito do estudo “E-Value-ate Your
Exchage: Research Report of the ESNSurvey 2010” (Alfranseder, et al., 2011). O relatório,
elaborado pelos membros desta organização, pretendia obter dados sobre a situação financeira
dos estudantes ERASMUS, aquando da sua permanência, por um certo período, num país
estrangeiro, complementando com algumas informações pessoais.
Das 59 questões do questionário base, subdivididas em 6 partes, foram utilizadas apenas 30
questões para elaborar o questionário utilizado neste relatório. Estas 30 questões foram
divididas em 4 secções: Informação Pessoal; As suas condições de estudo em Liège/Portugal
(de acordo com o tipo de estudantes a responder); A sua estadia em Liège/Portugal (de acordo
com o tipo de estudantes a responder); e Situação financeira durante o período de ERASMUS.
Tendo sido apenas aplicados aos estudantes estrangeiros, que se encontravam a estudar no
22
primeiro semestre, do ano letivo 2012/2013, em Liège ou em Portugal.
O questionário foi distribuído aos estudantes via correio eletrónico, o qual possuía uma
hiperligação para o questionário, sitiado no Google Drive.
As respostas dos estudantes de Liège foram obtidas entre o período de quatro de novembro de
dois mil de doze e catorze de dezembro de dois mil de doze. Por serem menos estudantes
tornou-se mais fácil a obtenção de respostas.
Já em Portugal, as respostas foram obtidas entre quinze de novembro de dois mil de doze e
oito de maio de dois mil e treze. A quantidade de estudantes envolvidos nesta parte da
amostra é quase quatro vezes mais, o que implicou uma demora na obtenção de resultados.
Assim, numa amostra de 52 estudantes internacionais deslocados em Liège, foram obtidas 43
respostas, das quais foram excluídas 5, uma vez que apenas pretendo analisar os estudantes
que estão no estrangeiro ao abrigo do programa ERASMUS, logo a percentagem de respostas
obtidas é de 73.08%. E de uma amostra de 148 estudantes em Portugal, foram obtidas 96
respostas (64.86%), todos eles no estrangeiro ao abrigo do programa ERASMUS.
3.2 Análise da informação pessoal dos Participantes
Neste subponto, e uma vez que o questionário foi aplicado a duas populações diferentes, com
o intuito de efetuar uma comparação, será dividida em duas partes. Em primeiro lugar, a
análise dos estudantes da HELMo e, em segundo lugar, a análise dos estudantes do IPL.
3.2.1 Análise dos Participantes da HELMo
Tal como já referido anteriormente, foram obtidas 38 respostas, o que permitiu um estudo da
maioria dos estudantes ERASMUS, na HELMo, em Liège.
23
Estes, na sua maioria são do sexo feminino (68.42%), contrastando com 31.58% do sexo
masculino, com uma idade média de 21 anos.
Os estudantes ERASMUS presentes em Liège, no período em análise, são maioritariamente
da Bélgica, Irlanda e Espanha, com 10.50%, 10.50% e 13.20% respetivamente. Canadá e
Hungria obtêm uma percentagem de 9%. República Checa, Estónia, Alemanha, Polónia,
Eslováquia, Suíça e Holanda estão representados em 5.30%. E Bulgária, Finlândia, França,
Itália e Letónia obtêm 2.60%.
De referir, que na Bélgica é possível efetuar ERASMUS, dentro do próprio país, através do
programa ERASMUS Bélgica, programa este financiado por este país, e daí se verificar a
participação de estudantes belgas no questionário em análise.
Relativamente à área de estudo dos trinta e oito estudantes em análise, a maioria dos
estudantes encontra-se na área de Gestão (39.50%). Uma área que se encontra relacionada
com Economia, uma das quais tem também uma grande presença nos estudantes em questão
(15.80%). A par desta última área, com a mesma percentagem de participação, está Educação
– Formação de Professores (15.80%). Uma curiosidade é que, dos estudantes de Educação –
Formação de Professores, quatro são estudantes do sexo feminino, provenientes do mesmo
país, Irlanda. De perto, segue a área de Ciências Médicas, com 13.20%. Estando as restantes
áreas nos 2.60% de representatividade.
De notar que, todos os participantes se encontram a efetuar disciplinas do primeiro ciclo de
estudos.
Quanto ao período de estadia dos estudantes no país de acolhimento, a maioria dos estudantes
optou por apenas permanecer na HELMo durante um semestre (81.60%). Apenas restando
uma pequena percentagem de estudantes, que preferiram prolongar a sua estadia por um ano
(18.40%). Já os períodos inferiores e superiores aos mencionados não foram escolhidos pelos
estudantes.
Todos os estudantes aqui analisados estão a estudar no estrangeiro ao abrigo do programa
ERASMUS. No entanto, é de referir, que os estudantes podem recorrer a outro tipo de
24
programas, tal como os acordos bilaterais entre instituições, para poderem estudar fora da
Europa, ou cidadãos não europeus estudarem na Europa.
3.2.2 Análise dos Participantes do IPL
Dos estudantes em Portugal, no IPL, foram obtidas um total de 96 respostas, o que perfaz uma
percentagem de 64.86%.
Os estudantes estrangeiros alocados ao IPL são na sua maioria do sexo feminino (61.46%),
sendo o sexo masculino representado em 38.50%. A maior parte dos estudantes têm uma
idade compreendida entre os 21 e 22 anos.
Relativamente ao país de origem dos estudantes ERASMUS, estes são maioritariamente da
Espanha (39.50%). Todos os restantes encontram-se abaixo dos 7%, excetuando a Polónia
que obtém 10.42% dos estudantes ERASMUS e Letónia com 11.50%. Assim, Turquia
representa 6.30%; Roménia e Itália 5.20%; Lituânia, Alemanha e República Checa 4.20%;
Croácia 3.1%; Eslovénia 2.1%; e Bélgica, Estónia, Finlândia, França e Luxemburgo 1%.
As áreas de estudo, por a amostra ser grande, são variadas, estando em destaque Arte e
Design (16.70%), Engenharia Tecnológica (13.50%) e Gestão (9.40%). Todas as restantes
encontram-se abaixo dos 7.50% de representatividade.
Os estudantes encontram-se todos a efetuar disciplinas do primeiro ciclo de estudos.
Mais de 50% dos estudantes que vieram estudar para o IPL optaram por permanecer nesse
país entre 3 – 6 meses, sendo que cerca de 30% dos estudantes escolheram um período
superior a 7 meses.
Mais uma vez, é de referir que, apenas são utilizadas as respostas de estudantes que
participaram no programa ERASMUS, para estudar durante um determinado período no
estrangeiro. Mas existem outros programas, como os acordos bilaterais entre universidades.
25
Nas respostas aos questionários não surgiu nenhuma situação mas é de referir que, tal como
na Bélgica, em Portugal também existe o programa Vasco da Gama, que permite aos
estudantes portugueses que frequentam os institutos politécnicos transitar entre institutos, isto
é, efetuar ERASMUS dentro de Portugal.
3.3 Análise das condições de estudo dos Participantes
Tal como o subponto anterior, também este será dividido em duas partes, uma para análise
dos estudantes ERASMUS da HELMo, outra para os participantes do IPL.
Pretende-se então, analisar a resposta a um conjunto de questões que foram colocadas no
questionário, de forma a perceber se, a nível de estudos, foi benéfico efetuar ERASMUS.
3.3.1 Análise dos Participantes da HELMo
Desde logo, na primeira questão deste ponto, os estudantes nomearam “Qualidade de ensino
da universidade” (42.10%) e “Panorama internacional da universidade” (36.80%), como os
principais fatores, para escolherem uma universidade para efetuar ERASMUS. Ficando como
menos importante, a “Empregabilidade dos estudantes pós-graduação” (15.80%) e “Qualidade
de pesquisa da universidade” (5.30%).
Relativamente aos estudos na HELMo, os estudantes ERASMUS mostraram-se, no geral,
maioritariamente “moderadamente satisfeitos” (57.90%).
Isso foi demostrado pelo facto de que, a maior percentagem de estudantes se demonstraram
“moderadamente satisfeitos” ao avaliarem as seguintes atividades: “disciplinas da
universidade estrangeira” (44.78%); “qualidade de ensino” (34.21%); “língua em que as
disciplinas são lecionadas” (57.89%); e “informação suficiente durante o período de estudos
26
no estrangeiro” (42.11%). Apenas o ponto “instalações da universidade” foi apontando por
uma elevada percentagem de estudantes como “nem satisfeito nem insatisfeito” (42.11%).
Os estudantes indicaram ainda que, comparando com os estudos da universidade do país de
origem com os do país de acolhimento, as disciplinas deste último demonstraram-se menos
difíceis que o esperado, levando a que não tivessem que estudar tanto. Alegam, também, que
os conhecimentos obtidos e o acesso à informação não foram superiores às condições
oferecidas no país de origem.
Pontos como “conhecimentos dos professores”, “disponibilidade fora de aulas para
atendimento por parte dos professores”, “possibilidade de pesquisa”, “ disciplinas mais
benéficas para a formação dos alunos” e “disponibilidade de material de estudo”, foram
conjuntamente classificados (superior a 70%) pelos estudantes ERASMUS na HELMo, como
sendo melhores na universidade do país de origem.
3.3.2 Análise dos Participantes do IPL
Ao escolherem uma universidade para efetuar ERASMUS, os estudantes alocados ao IPL,
elegeram o “Panorama internacional da universidade” (37.50%) e a “Qualidade de ensino da
universidade” (35.40%), como os principais fatores, ao escolherem uma universidade para
efetuar ERASMUS.
Quanto aos estudos no IPL, em Portugal, os estudantes revelaram-se “moderadamente
satisfeitos” (63.50%).
Isso é comprovado, pelo facto de que esta mesma classificação foi dada aos pontos:
“disciplinas da universidade estrangeira” (56.25%); “qualidade de ensino” (61.46%);
“instalações da universidade” (51.04%); “língua em que as disciplinas são lecionadas”
(48.96%); e “informação suficiente durante o período de estudos no estrangeiro” (58.33%).
Ao efetuarem a comparação entre os estudos da universidade do país de origem e do país de
acolhimento, os estudantes indicaram que não tiveram tantas dificuldades em obter sucesso
27
nas disciplinas do país de acolhimento, como no país de origem, sendo o esforço necessário a
esse sucesso o esperado.
Os estudantes indicaram ainda que, as disciplinas da universidade do país de acolhimento,
demonstraram-se menos difíceis que o esperado, levando a que não tivessem que estudar
tanto. Alegam, também, que os conhecimentos obtidos e o acesso à informação não foram
superiores às condições oferecidas no país de origem.
Os alunos alocados ao IPL consideraram adicionalmente que as “possibilidades de pesquisa”
e as “instalações de desporto” eram melhores no seu país de origem. Já “conhecimentos dos
professores”, “disponibilidade fora de aulas para atendimento por parte dos professores”,
“disciplinas mais interessantes”, “variedade de disciplinas/horários”, “mais disponibilidade de
material de estudo” e “melhor forma de ensino”, foram avaliadas, numa percentagem superior
a 55%, como sendo melhores no país de acolhimento.
3.4 Análise da estadia dos Participantes
Mais uma vez, este subponto será dividido em duas partes: análise da estadia dos estudantes
da HELMo, em Liège, e análise da estadia dos estudantes do IPL, em Portugal.
3.4.1 Análise dos Participantes da HELMo
No geral, os estudantes ERASMUS da HELMo, consideram que a sua estadia em Liège foi
moderadamente satisfatória (65.80%).
A nível das características pessoais que os estudantes notaram alguma diferença positiva,
foram referidas a consciência intercultural, a capacidade de adaptação, flexibilidade e
capacidade de trabalho em equipa.
28
Neste ponto do questionário, os estudantes, referiram ainda, que ficaram moderadamente
satisfeitos com a ajuda do Gabinete Internacional na universidade estrangeira, o contacto com
os estudantes locais e com a cultura do país de acolhimento, com a vida social e a atmosfera
vivida no país de acolhimento. Já as organizações dos estudantes foram consideradas boas,
uma vez que os estudantes se encontram muito satisfeitos.
3.4.2 Análise dos Participantes do IPL
Os estudantes ERASMUS do IPL, consideraram que a sua estadia em Portugal foi muito
satisfatória (58.30%).
A experiência em Portugal, mostrou-se ainda como uma forma de mudança para os
estudantes, já que estes viram alterações, para melhor, nas suas características pessoais. Seja a
nível a capacidade de adaptação, flexibilidade, capacidade de trabalho em equipa ou
consciência cultural.
Também com o contacto com os estudantes locais e cultura local, com a ajuda do Gabinete
Internacional, com a atmosfera vivida e presenciada no país de acolhimento e com as
organizações de estudantes, os estudantes ERASMUS se mostraram moderadamente
satisfeitos. Estando particularmente muito satisfeitos com a vida social em Portugal.
3.5 Análise da situação financeira dos Participantes
Este último subponto, e o foco do questionário, tal como nos pontos anteriores, será dividido
em duas partes: análise da situação financeira dos estudantes da HELMo, em Liège, e análise
da situação financeira dos estudantes do IPL, em Portugal.
29
3.5.1 Análise dos Participantes da HELMo
94.70% dos estudantes ERASMUS alocados à HELMo, isto é 36 dos 38 estudantes que
responderam ao questionário, receberam bolsa de ERASMUS. 60.50% dos estudantes,
receberam a bolsa de ERASMUS toda de uma vez, enquanto que 34.20% receberam a bolsa
faseadamente. No primeiro caso, 42.10% receberam a bolsa de ERASMUS antes do período
de ERASMUS e 34.20% durante o período de ERASMUS. Já na segunda situação, 7.90% dos
estudantes receberam a bolsa de ERASMUS antes e durante ERASMUS, enquanto que
10.50% receberam durante e após ERASMUS.
Para 44.70% dos estudantes ERASMUS, as despesas de viagem entre o país de origem e
Liège, foram cobertas pela bolsa de ERASMUS; 10.50% referiram que apenas conseguiram
cobrir parte dos dispêndios de viagem; e 39.50% dos estudantes não conseguiram cobrir os
dispêndios de viagem com a bolsa de ERASMUS.
Gráfico 3 - Parte das despesas totais cobertas pela bolsa de ERASMUS, para os estudantes alocados à HELMo
De acordo com o gráfico anterior, podemos ainda perceber que a bolsa de ERASMUS, para
5.30% dos estudantes, apenas auxiliou na liquidação de menos de 20% das despesas totais que
os estudantes tiveram, durante o período de ERASMUS em Liège; 60.50% conseguiram
30
cobrir 20%-40%; 23.70% cobriram 40%-60%; e 5.30%, com a bolsa de ERASMUS, cobriram
quase todas as despesas (mais de 80%) ocorridas durante o período de ERASMUS.
Foi ainda indicado, e de acordo com o gráfico seguinte, por uma maioria de estudantes
ERASMUS da HELMo (57.90%), que a bolsa de ERASMUS não foi suficiente para pagar a
renda do alojamento. Já 23.70%, indicaram que a bolsa apenas cobriu a renda; 5.30% referiu
que lhes sobrou mais de 401€; 5.30% ficaram com 101€-250€; enquanto que uma minoria
(2.60%) ficou com 251€-400€ para pagar as restantes despesas.
Gráfico 4 - Parte da bolsa de ERASMUS que sobrou após pagar a renda, para os estudantes na HELMo
Para pagar as restantes despesas, que não foram cobertas pela bolsa de ERASMUS, os
estudantes recorreram maioritariamente aos pais ou familiares próximos (55.30%), e aos pais
ou familiares próximos e às poupanças pessoais (21.10%). Alguns estudantes recorreram
mesmo a um empréstimo para as suportar durante os meses no país de acolhimento, ou a
vencimentos obtidos com o seu trabalho, no país de origem.
Para outras despesas, tais como comida, bens de higiene pessoal, despesas de casa (água,
aquecimento), materiais de estudo ou desporto, os estudantes demonstraram que por norma
tinham dinheiro suficiente para as cobrir. Bens como roupa, viagens e atividades de
entretenimento, mostraram-se como despesas para as quais os estudantes tinham ou não
dinheiro suficiente; podendo-se concluir por esta resposta, que os estudantes deviam gerir o
31
seu orçamento de forma a cobrir as despesas de atividades que mais queriam efetuar,
deixando as menos desejadas para último lugar, caso sobra-se algum montante.
Ao serem questionados se, se não existisse bolsa de ERASMUS os estudantes efetuariam
ERASMUS, a resposta com mais percentagem foi “sim” (52.60%) ou então “não sei/talvez”
(25.60%). No entanto, 5 dos estudantes (13.20%) responderam que não. Portanto, a bolsa de
ERASMUS, apesar de nalguns casos não ser suficiente para cobrir a maioria das despesas no
país de acolhimento, mostra-se como fulcral para alguns estudantes.
Contudo, o montante da bolsa de ERASMUS, para 50% dos estudantes, não afetou a decisão
ao escolher o país pretendido nem mesmo a universidade estrangeira (76.30%). Apesar de
que, alguns estudantes (13.20%), ao escolherem a universidade e portanto o país de
acolhimento, optaram por um local que não a capital, para que as despesas fossem inferiores,
uma vez que a bolsa de ERASMUS era baixa.
Ao compararem o seu nível financeiro, no país de acolhimento, com os restantes estudantes,
34.20% referiu que era “mais ou menos igual” ou “igual” (28.90%). Assim, 94.70% dos
estudantes não se sentiu excluído da vida de estudantes no estrangeiro. E 60.50% mencionou
que o seu nível de vida era similar ao dos estudantes locais.
Esta situação está de acordo com a resposta à questão “Se não existisse bolsa de ERASMUS,
efetuaria ERASMUS”, onde a maioria respondeu que “sim”, pois, uma vez que o seu nível
financeiro é idêntico ao do país de acolhimento, conseguiriam suportar os dispêndios durante
um determinado período no estrangeiro, com a ajuda dos pais ou familiares próximos ou
mesmo com poupanças pessoais.
Pelo contrário, 2 dos estudantes ERASMUS afirmaram que o seu nível financeiro era
diferente do dos restantes estudantes, informando ainda que o nível de vida dos estudantes
locais era superior ao seu, o que para 1 dos estudantes se tornou numa forma de exclusão da
vida de estudante.
Uma última questão, relativamente aos benefícios obtidos, comparativamente com os
estudantes locais, indicou que, os estudantes não tinham conhecimento se tiveram benefícios
idênticos ou não (52.60%), ou então acreditam que tiveram os mesmos benefícios (39.50%).
32
3.5.2 Análise dos Participantes do IPL
Todos os estudantes que efetuaram ERASMUS no IPL, Portugal, receberam bolsa de
ERASMUS.
Quase dois terços, recebeu a bolsa toda de uma vez e os restantes em diferentes fases. Destes
últimos, a maioria recebeu antes e depois do período de ERASMUS ou então durante e após
este período. Daqueles que receberam a bolsa de ERASMUS toda de uma vez, 46.90%
recebeu-a durante a sua estadia no estrangeiro.
A bolsa de ERASMUS recebida pelos estudantes ERASMUS no IPL, mostrou-se como
insuficiente para cobrir os dispêndios de viagem entre o país de origem e o país de
acolhimento, para 51% dos estudantes; 21.90% conseguiu cobrir parcialmente estes
dispêndios; e 27.10% obteve uma bolsa de ERASMUS suficiente para cobrir o dispêndio
destas viagens.
Com a bolsa de ERASMUS, tal como verificado no gráfico 5, 17.70% dos estudantes
conseguiu cobrir menos de 20% das despesas totais, tidas durante o período de ERASMUS;
10.40% conseguiu cobrir 20%-40%; 42.70% liquidou 40%-60% das despesas com a bolsa;
15.60% cobriu 60%-80%; e 13.50% teve uma bolsa de ERASMUS para pagar mais de 80%
das suas despesas totais.
33
Gráfico 5 - Parte das despesas totais cobertas pela bolsa de ERASMUS, para os estudantes alocados ao IPL
Como se verifica pelo gráfico abaixo, a bolsa de ERASMUS apenas serviu para liquidar a
renda para 45.80% dos estudantes; 33.30% dos estudantes após pagarem a renda ainda
conseguiram ficar com 101€-250€; 11.50% ficaram com 251€-400€; 5.20% dos estudantes
ficaram com mais de 401€; e 4.20% dos estudantes ERASMUS não conseguiu liquidar a
renda, com a bolsa de ERASMUS.
Gráfico 6 - Parte da bolsa de ERASMUS que sobrou após pagar a renda, para os estudantes no IPL
34
Para pagar as despesas do período em que estiveram no estrangeiro, os estudantes recorreram
maioritariamente ao pais/familiares (57.30%), ou então aos pais/familiares e poupanças
pessoais (25%). Alguns estudantes recorreram apenas às suas poupanças pessoais (16.70%).
Para despesas como comida, roupas, produtos de higiene pessoal, despesas de casa (água,
aquecimento) e materiais de estudo, os estudantes ERASMUS, tinham geralmente dinheiro
suficiente para as cobrir. Já despesas como desporto, viagens e atividades de entretenimento,
foram classificadas como atividades para as quais podiam ou não ter dinheiro suficiente. Mais
uma vez, se deduz que são despesas que os estudantes selecionam efetuar, ou não, caso o
orçamento disponível seja suficiente.
O facto de existir bolsa de ERASMUS levou a que 39.60% dos estudantes que esteve no IPL,
efetuasse ERASMUS, uma vez que, no caso de não existir bolsa, estes não iriam para o
estrangeiro estudar. Para 30.20% dos estudantes, ter ou não bolsa de ERASMUS, não seria
contudo um impedimento para efetuar ERASMUS.
A escolha do país de acolhimento e da universidade estrangeira para onde iriam estudar não
foi, contudo, afetada, para a maioria, pelo montante da bolsa de ERASMUS. Mas 17.70% dos
estudantes referiu que, como a bolsa de ERASMUS era baixa, optou por escolher uma
universidade fora da capital e onde os custos de vida fossem mais baixos.
Relativamente ao nível de vida verificado, durante o período no estrangeiro, os estudantes
sentiram que tinham um nível financeiro idêntico aos restantes estudantes (47.90%), não se
sentindo excluídos da vida de estudante (87.50%). Nesse sentido estiveram as respostas à
questão “Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais?”, que obteve
65.60% de respostas à resposta “Era similar”.
Tal resposta, está de acordo com os dados anteriores, isto é, com o facto de os estudantes
ERASMUS indicarem que iriam estudar para o estrangeiro durante um determinado período,
mesmo não auferindo de uma bolsa de ERASMUS. Pois se têm um nível financeiro idêntico,
quer sozinhos ou com ajuda de familiares, conseguiriam suportar os dispêndios financeiros
derivados deste período no exterior.
35
Já a nível de benefícios, comparativamente aos estudantes locais, os estudantes referiram que
ou não tinha conhecimento (42.70%) ou que eram similares (34.40%). 18.80% notaram
mesmo que tiveram benefícios superiores aos estudantes locais, enquanto que 3.10%
perceberam que tinham menos benefícios.
3.6 Comparação de médias
De forma a efetuar um estudo mais aprofundado dos questionários, foi efetuada uma
comparação de médias entre as respostas dadas pelos estudantes ERASMUS alocados à
HELMo e ao IPL.
De referir que estes testes, apenas foram aplicados à parte principal do questionário e que aqui
se encontra em foco: a parte financeira.
Desta forma, recorrendo ao IBM SPSS - Statistical Package for the Social Sciences, e uma
vez que as amostras são independentes, pois as respostas aos questionários provém de duas
universidades, utilizou-se o teste paramétrico Independent Samples T Test.
Em primeiro lugar, foi necessário efetuar algumas alterações, nomeadamente foi criada uma
coluna, nomeada de GRUPO (quando utiliza dados não numéricos) e outra coluna designada
GRUPO1 (quando utiliza dados numéricos), de forma a separar quais as respostas dadas pelos
estudantes ERASMUS alocados à HELMo e os estudantes ERASMUS alocados ao IPL.
Adicionalmente, e uma vez que é necessário dados numéricos, para efetuar o teste de
hipóteses Independent Samples T Test, todas as variáveis foram codificadas, colocando a sua
respetiva legenda na coluna Values, no separador Variable View. Estas legendas podem ser
encontradas no Apêndice IV.
Após efetuar o Independent Samples T Test para cada uma das questões financeiras colocadas
no questionário, verifica-se que existem dois p-values, pelo que é necessário efetuar em
primeiro lugar o Teste de Levene para testar a homogeneidade das variâncias (este teste é feito
por defeito pelo programa).
36
Nesta altura, é então possível efetuar o teste de hipóteses Independent Samples T Test para
cada uma das questões colocadas na parte financeira do questionário, tal como exemplificado
a seguir:
H0: Os estudantes ERASMUS, das duas universidades, deram a mesma resposta para a
questão “Obteve bolsa de ERASMUS?”
H1: Os estudantes ERASMUS, das duas universidades, deram respostas diferentes para a
questão “Obteve bolsa de ERASMUS?”
Analisando então os resultados (utilizando α = 5% = 0.05) e tendo em conta as tabelas
inseridas no Apêndice IV, podemos inferir algumas conclusões.
Para as questões “Recebeu bolsa de ERASMUS?”, “Como é que recebeu a bolsa de
ERASMUS?”, “Quando recebeu a bolsa de ERASMUS?”, “Se não existisse bolsa de
ERASMUS, efetuaria ERASMUS?”, “O montante da bolsa de ERASMUS afetou a sua
decisão de escolha do país acolhedor?”, “Como é que a bolsa de ERASMUS afetou a decisão
de escolha do país/universidade estrangeira?”, “Comparando com os outros estudantes, no
país acolhedor, sentiu que estava ao mesmo nível financeiro?”, “Sentiu-se excluído da vida de
estudante devido à sua situação financeira?” e “No país acolhedor teve benefícios idênticos
aos estudantes locais?”, os resultados mostraram que não se rejeita H0, sendo assim, os
estudantes ERASMUS, das duas universidades, deram a mesma resposta nestas questões.
Já para as questões “Os dispêndios de viagem entre o país de origem e o país acolhedor foram
cobertos com a bolsa de ERASMUS?”, “Que parte das despesas totais foram cobertas pela
bolsa de ERASMUS?”, “Depois de pagar a renda, que parte da bolsa de ERASMUS sobrou?”
e “Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais?”, os resultados
mostraram que se rejeita H0, sendo assim, os estudantes ERASMUS, das duas universidades,
deram respostas diferentes para estas questões.
Analisando mais de perto, e recorrendo conjuntamente às caixas de bigodes, também
presentes no Apêndice IV, percebemos que, praticamente todos os estudantes, quer de uma ou
outra universidade, receberam bolsa de ERASMUS, recebendo, a maioria dos estudantes, a
bolsa de ERASMUS toda de uma vez. Desta forma a hipótese H0 não foi rejeitada.
37
Para a questão seguinte, “Quando recebeu a bolsa de ERASMUS?” existem algumas
diferenças de resultados. Isto é, de acordo com o teste de hipóteses, as respostas dos
estudantes de ambas a universidades são idênticas, contudo a caixa de bigodes não apresenta
o mesmo resultado (os estudantes alocados à HELMo afirmam receber a bolsa de ERASMUS
antes do período de ERASMUS e os estudantes alocados ao IPL durante do período de
ERASMUS). Resultado esse que vai de encontro com dados já, em pontos anteriores,
apresentados.
Para a questão “Os dispêndios de viagem entre país de origem e país acolhedor foram
cobertos pela bolsa de ERASMUS?” o teste de hipóteses demonstrou que as respostas aos
questionários eram diferentes. Situação que se comprova com a caixa de bigodes. Os
estudantes alocados à HELMo afirmam que os dispêndios com as viagens foram cobertos
com a bolsa de ERASMUS, já os estudantes alocados ao IPL afirmam que estes dispêndios
não foram cobertos com a bolsa de ERASMUS.
“Que parte das despesas totais foram cobertas com a bolsa de ERASMUS?” foi outra das
questões em que os estudantes, dos dois países, estiveram em desacordo. O conjunto de
respostas, e agora olhando para a caixa de bigodes, mostra que os estudantes alocados à
HELMo, conseguiram cobrir 20%-40% das despesas totais, já os estudantes alocados ao IPL
afirmam que conseguiram cobrir 40-60% das despesas totais, com a bolsa de ERASMUS.
Na questão seguinte “Depois de pagar a renda, que parte da bolsa de ERASMUS sobrou?”, a
hipótese H0 foi também rejeitada, sendo assim, as respostas dos estudantes mostraram-se
discordantes. Desta forma, e novamente com o apoio da caixa de bigodes, verifica-se que os
estudantes ERASMUS alocados à HELMo não conseguiram cobrir a renda, enquanto que os
estudantes ERASMUS alocados ao IPL conseguiram ficar com 101€ a 250€, após liquidar a
renda, ou apenas conseguiram cobrir a renda, tal como verificado pelas frequências
anteriormente analisadas.
Com os resultados do teste de hipóteses para a questão “Se não existisse bolsa de ERASMUS,
efetuaria ERASMUS?”, não se rejeitou H0 e portanto os estudantes, das duas universidades,
deram a mesma resposta. De acordo com a caixa de bigodes, a resposta da maioria dos
estudantes ERASMUS alocados ao IPL foi “Não”, pelo que se assume que a bolsa de
38
ERASMUS é realmente importante para a maioria dos estudantes, enquanto que para os
estudantes ERASMUS alocados à HELMo a resposta foi “Sim”.
Para a questão “O montante da bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país?”, os
estudantes mostraram que estariam de acordo. Mais uma vez, a caixa de bigodes, vem
demonstrar um resultado diferente: os estudantes ERASMUS alocados à HELMo
responderam maioritariamente “Definitivamente não”, enquanto que os estudantes
ERASMUS alocados ao IPL responderam maioritariamente “Não”. Contudo, a questão
aponta para um “Não” como resposta, pelo que se pode considerar que os resultados são
idênticos.
A questão seguinte “Como é que a bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do
país/universidade estrangeira?” obteve o mesmo resultado que a anterior: os estudantes de
ambas as universidades encontram-se de acordo quanto à resposta. A qual, de acordo com a
caixa de bigodes é “O montante da bolsa não afetou a minha escolha do destino”.
Ao comparar o seu nível financeiro com o dos restantes estudantes, o teste de hipóteses
concluiu que os estudantes estavam de acordo. Assim, não se rejeitou a hipótese H0: Os
estudantes ERASMUS, das duas universidades, deram a mesma resposta para a questão
“Comparando com os outros estudantes, no país de acolhimento, sentiu que estava ao mesmo
nível financeiro?”. Recorrendo à caixa de bigodes, percebemos que a maioria dos estudantes
respondeu “Na maior parte igual”.
Novamente na questão seguinte, “Sentiu-se excluído da vida de estudante estrangeiro devido
à sua situação financeira?”, os estudantes encontram-se de acordo. A resposta unanime por
quase todos os estudantes ao afirmarem “Não”. Necessário referir que seis dos estudantes
responderam “Sim” (dois da HELMo e quatro do IPL) e dois estudantes reponderam “Não
sei” (do IPL) – estas situações podem verificar-se na caixa de bigodes.
A questão “Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais?”,
apresenta algumas contrariedades. Por um lado, o teste de hipóteses rejeita H0 e sendo assim,
os estudantes teriam dado respostas diferentes a esta questão. Por outro lado, a caixa de
bigodes demonstra que a maioria dos estudantes respondeu que o seu nível de vida era similar
39
ao dos estudantes locais, apenas surgindo alguma dispersão de resposta para os estudantes
ERASMUS alocados à HELMo.
A última questão, “No país de acolhimento teve benefícios idênticos os estudantes locais?”,
apresenta também algumas contrariedades. O teste de hipóteses não rejeita H0, e sendo assim,
os estudantes ERASMUS de ambas as universidades deram a mesma resposta a esta questão.
Situação que vai de encontro com os resultados em pontos anteriores (resposta da maioria
“Não sei”) através das tabelas de frequência de resultados (presentes nos apêndices II e III). Já
a caixa de bigodes, apresenta um resultado diferente. Para os estudantes alocados à HELMo a
resposta da maioria seria “Não sei” enquanto que para os estudantes alocados ao IPL a
maioria respondeu “Tive os mesmos”.
40
41
Discussão dos Resultados
Uma vez que, na secção da Metodologia, já foi efetuada uma análise exaustiva das respostas
aos questionários, pelos estudantes ERASMUS, na HELMo e no IPL, no primeiro semestre
do ano letivo 2012/2013, iremos agora realizar uma comparação entre as respostas.
Pretende-se portanto, perceber se existem diferenças significativas nas respostas, e nesse caso
tentar descortinar qual será o motivo.
4.1 Comparação entre as respostas ao questionário
Comparando agora as respostas dadas pelos estudantes ERASMUS, na HELMo e no IPL, e,
em primeiro lugar, analisando a amostra de estudantes, percebemos que esta é muito parecida.
Os estudantes que efetuaram ERASMUS têm mais ou menos a mesma idade (21 ou 22 anos
maioritariamente) e são predominantemente do sexo feminino. Destaca-se o facto de que a
Espanha é um dos países que envia mais estudantes para o exterior, e neste caso para a
Bélgica e Portugal. Sobressaindo também, no caso da HELMo, a Bélgica e Irlanda, e no caso
do IPL, a Letónia e Polónia.
Verifica-se ainda que a Bélgica é um país que apoia os seus estudantes de forma a poderem
transitar entre escolas, dentro do seu próprio país, durante um determinado período, no âmbito
do ensino superior. Claro que, não se pode dizer que, em Portugal, não sucede a mesma
situação, uma vez que não temos dados para analisar.
42
Todos os estudantes foram estudar para o estrangeiro ao abrigo do programa ERASMUS,
excetuando cinco dos estudantes alocados à HELMo, e maioritariamente por um período de
três a seis meses. Sendo as áreas de estudo de maior escolha Gestão e Economia.
No que concerne aos estudos, na universidade exterior, os estudantes, tanto na HELMo como
no IPL, encontram-se moderadamente satisfeitos. Comparando respostas, percebemos ainda
que as disciplinas às quais se inscreveram se apresentaram mais fáceis que o esperado, não
tendo assim tanta dificuldade em obter sucesso, como na universidade do país de origem.
Ao serem solicitados para comparar a universidade do país de origem e do país de
acolhimento, houve alguma divergência de respostas. Por exemplo, os estudantes alocados à
HELMo, consideraram que a disponibilidade dos professores após aulas e a disponibilidade
do material de estudo era melhor no seu país de origem, já os estudantes alocados ao IPL
consideraram estes dois pontos melhores em Portugal. Olhando ainda para os restantes
pontos, percebemos que a universidade do país de origem, foi melhor classificada pelos
estudantes a efetuar ERASMUS na HELMo, já o IPL, foi considerado superior à universidade
do país de origem, pelos estudantes alocados a este Instituto.
Em terceiro lugar, comparando a estadia dos estudantes em Liège e em Portugal, este último
foi melhor classificado. Liège teve uma classificação como sendo moderadamente satisfatória,
já Portugal foi considerado muito satisfatório.
Mais, para além de ambos os grupos de estudantes se terem apercebido de uma melhoria nas
suas características pessoais, para positivo, apresentaram-se moderadamente satisfeitos com o
Gabinete Internacional.
Acrescendo a isto, os estudantes em Portugal ficaram moderadamente satisfeitos com o
contacto com os estudantes locais e cultura local. A isso se juntou a vida social em Portugal,
que se mostrou mais bem classificada que a vida social em Liège. Já as organizações de
estudantes deixaram os estudantes satisfeitos em ambos os locais.
Passando agora para a parte de maior foco no questionário, a parte financeira, devemos referir
em primeiro lugar que os resultados obtidos com uma simples análise das frequências
43
relativas das respostas aos questionários, vai de encontro, com os testes de hipóteses
efetuados a nível de comparação de médias.
Damo-nos conta de que a maioria dos estudantes alocados a Liège recebeu bolsa de
ERASMUS, e em Portugal, todos os estudantes receberam bolsa de ERASMUS.
Um ponto, para muitos, fulcral para ajudar nas despesas de uma estadia num país estrangeiro,
esta mostrou-se insuficiente para pagar as despesas de viagem entre o país de origem e o país
de acolhimento, para mais estudantes que vieram estudar para Portugal, que para aqueles que
se deslocaram para a Bélgica (51% contra 39.50%). Apenas 27.10%, dos estudantes que
foram para Portugal, conseguiram cobrir as viagens, enquanto que 41.90%, dos estudantes
que foram para Liège, cobriram as viagens.
Esta resposta não reflete, contudo, as respostas dadas na questão seguinte do questionário:
“Que parte das despesas totais foram cobertas pela bolsa de ERASMUS?”. Onde a maioria
dos estudantes alocados à HELMo referiu que a bolsa cobriu 20% a 40% das despesas totais,
e para os estudantes ERASMUS no IPL já cobriu 40% a 60% das despesas totais. As
diferenças no custo de vida, que se podem verificar entre a Bélgica e Portugal, podem estar no
cerne desta diferente resposta.
Questionados ainda sobre a despesa tida com a renda do alojamento, durante o período de
ERASMUS, e que parte do montante da bolsa de ERASMUS sobrou, após a liquidar, mais de
50% dos estudantes alocados à HELMo, informou que a bolsa não foi suficiente para pagar a
renda, e portanto nada sobrou para as restantes despesas. Contrariamente, em Portugal, uma
minoria (4.20%) obteve uma bolsa insuficiente para cobrir a despesa com a acomodação.
As respostas obtidas, nesta questão, refletem ainda, que cerca de 20%, dos estudantes
ERASMUS em Liège, apenas pagou a renda, com a bolsa de ERASMUS, e uma minoria de
estudantes (cerca de 13%) conseguiu ficar com algum numerário para as restantes despesas.
Já em Portugal, cerca de 45% dos estudantes conseguiram pagar a renda e nada mais, com a
bolsa de ERASMUS. E mais uma vez, por oposto aos estudantes em Liège, cerca de metade
dos estudantes ERASMUS em Portugal ficaram com mais de 101€ da bolsa de ERASMUS,
após liquidar a renda do alojamento, para pagar as restantes despesas.
44
Claro está que a bolsa de ERASMUS, é considerada uma ajuda para suportar os dispêndios
com a experiência que é estudar no estrangeiro, e por isso mesmo outras ajudas monetárias
são necessárias para suprir todos os dispêndios. Neste caso a resposta dos estudantes foi
idêntica, mais de 50% dos estudantes, nomearem o apoio dos pais/familiares, como base para
as despesas que a bolsa de ERASMUS não consegue cobrir. Poupanças, empréstimos e
remunerações de trabalho dos estudantes, foram ainda outros apoios obtidos, por alguns dos
estudantes.
Olhando mais concretamente, para as despesas que os estudantes incorrem durante o período
de estudos no estrangeiro, e de acordo com as respostas dadas nos questionários, deparamo-
nos com o facto de que os estudantes, por norma, para despesas como comida, despesas de
casa (água, aquecimento), higiene pessoal e materiais de estudo, têm dinheiro suficiente para
as suportar. Isto sucedeu, tanto para os estudantes alocados à HELMo, como ao IPL.
Já para despesas como roupa e desporto, as respostas são contraditórias, os estudantes em
Liège classificam a roupa como uma despesa para a qual têm ou não dinheiro suficiente, e
para o desporto têm por norma dinheiro. O contrário sucede nos estudantes em Portugal.
Outro ponto em comum, são as despesas em viagens e entretenimento. Para ambas as
despesas, ambos os estudantes afirmam que têm dinheiro, ou não, para as suportar. Pode-se
então concluir que estas são duas despesas que são selecionadas pelos estudantes, consoante a
sua disponibilidade monetária e de acordo com aquilo que preferem efetuar, durante a estadia
no estrangeiro.
Apesar das despesas e da possibilidade de não terem um orçamento para efetuar todas as
atividades que desejam, a maioria dos estudantes (alocados à HELMo e ao IPL) afirmou que
mesmo não tendo bolsa de ERASMUS efetuaria ERASMUS. Supõem-se então que, só pela
experiência, pessoal e escolar, e pelos benefícios futuros que estudar no exterior pode trazer,
vale a pena efetuar este dispêndio monetário.
A provar este ponto é o facto de que, a maioria dos estudantes, tanto os que efetuaram
ERASMUS na HELMo, como no IPL, ao se candidatarem ao programa, não foram afetados,
pelo montante da bolsa de ERASMUS, ao escolherem o país de acolhimento. No entanto,
uma parte dos estudantes, escolheu uma universidade fora da capital, onde muitas vezes as
45
despesas são inferiores e assim, se tornar mais fácil gerir o orçamento disponível para o
período de estudos no estrangeiro.
Outro ponto de notar, é que cerca de 34% e 47%, dos estudantes em Liège e Portugal,
respetivamente, desfrutou de um nível financeiro mais ou menos igual aos restantes
estudantes, e aos estudantes locais, não se sentindo assim excluído da vida de estudante.
Percebe-se então, pelo anteriormente referido, que as diferenças entre respostas não são
muitas, e as diferenças existentes são características da sensibilidade pessoal de cada
estudante.
As diferenças monetárias verificadas devem-se, principalmente, às diferenças de custo de vida
em cada um dos países.
No entanto, tudo depende da bolsa de ERASMUS recebida. Se esta for elevada, não importa
que o custo de vida seja elevado, pois os estudantes terão montantes monetários suficientes
para fazer face às despesas incorridas.
A ajuda financeira, além da bolsa de ERASMUS, quer seja dada pelos pais, familiares,
empréstimos, remunerações de trabalho ou poupanças pessoais, é sempre muito importante,
pois tal como podemos perceber pessoalmente, mas também pelas respostas aos
questionários, a bolsa de ERASMUS é insuficiente para cobrir todas as despesas.
Contudo, se considerarmos que os estudantes, quando estudam no seu país, também incorrem
em despesas, a bolsa de ERASMUS, pode ser considerada o complemento essencial, e talvez
suficiente, para cobrir a despesa extra, que é viver no estrangeiro. Tal já foi anteriormente
referido por Otero, et al. (2006).
46
47
Conclusão
Já anteriormente alguns autores tinham referido que a bolsa de ERASMUS, não era suficiente
para liquidar todas as despesas, incorridas durante o período de estudos no estrangeiro mas,
era um complemento essencial, para os estudantes conseguirem suportar o acréscimo de
despesas.
No questionário aplicado aos estudantes ERASMUS alocados à HELMo e ao IPL, durante o
primeiro semestre do ano letivo 2012/2013, essa mesma afirmação pode ser comprovada.
Cobrindo, ou não, a totalidade das despesas de acomodação e as restantes de despesas do dia-
a-dia, os estudantes confirmaram que tinham montantes monetários suficientes para se
suportar.
Claro que algumas despesas, que podem ser consideradas não essenciais, como viagens e
entretenimento, têm que ser realizadas comedidamente ou, algumas vezes, deixadas de lado,
por alguns estudantes com menos rendimentos.
Em geral, o nível financeiro verificado nos países para onde os estudantes decidiram ir
estudar era idêntico ao seu. Mas, relativamente a este facto, podemos concluir que, esta
poderá ter sido uma escolha dos estudantes: adequar a cidade para onde vão estudar ao seu
nível financeiro familiar, caso contrário poderão não ter condições para se suportar fora do
seu país.
Mais, apesar de serem países diferentes, e com diferentes níveis de vida (Bélgica pode ser
considerado um país com o nível de vida superior ao de Portugal), não houve uma diferença
de respostas considerável, no que diz respeito à parte financeira do questionário. Pelo que
podemos supor dois motivos. Em primeiro lugar, os estudantes deslocam-se para locais
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adequados ao seu nível financeiro e em segundo lugar, as bolsas de ERASMUS também
tendem a ser adequadas ao país para onde os estudantes se deslocam.
Como conclusão final pode apontar-se que estudar no estrangeiro pode ser algo benéfico para
os estudantes, tanto a nível pessoal como profissional. Pontos que, por uma via ou outra, estão
sempre relacionados com o nível de vida que os estudantes vivem no momento, e irão viver
no futuro. Mais, as bolsas de ERASMUS, são muito importantes para fazer face ao acréscimo
de despesas, mas não podem ser consideradas como algo que serve para suportar todas as
despesas, que, aliás, como é observado pela própria agência que gere o programa, não é o
intuito da sua existência.
49
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52
53
Apêndices
Apêndice I - Inquérito aplicado à amostra de estudantes
Em primeiro lugar é necessário referir que o inquérito é adaptado de acordo com o facto de
serem estudantes ERASMUS em Liège ou em Portugal. Pelo que foi necessário adaptar os
títulos das questões, substituindo “Liège” e “Portugal”, de acordo com o tipo de estudantes.
Os inquéritos podem ser encontrados em:
- para os estudantes sediados em Liège:
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?fromEmail=true&formkey=dHVfNFdNdUw0Q0JnaX
NGNERaZnF6LVE6MQ
- para os estudantes sediados em Portugal:
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?fromEmail=true&formkey=dFFZX1FzLWlfRzJDNmV
GYlFyX0V3Rmc6MA
Em seguida apresenta-se o inquérito colocado aos estudantes ERASMUS em Liège.
Hello guys!
My name is Patrícia Marques. I am in my last year of my Master degree. I decided to write
my thesis about Erasmus students satisfaction with their studies abroad. And for that I need
some help.
So please, it will be very kind if you answer this survey.
I know that sometimes times is boring answer this type of surveys, but it’s the only way that I
have to get important information.
All the information is anonymous so please give true answers.
Thank you
54
I. Personal Information
1. Age:
Less than 20 20 21 22 23 24 More than 24
2. Gender:
Female Male
3. Please write your home country:
_______________
4. Please write the name of your home university:
_______________
5. Major/area of studies:
Agricultural Sciences Architecture/Urban and Regional Planning Art and Design Business Studies/Management Science Communication and Information Sciences Economics Education – Teacher Training Engineering Tecnology Humanities Languages and Philological Sciences Law Mathematics Informatic Medical Science Music Natural Science Social Science
55
Other Areas of Study: ________________
6. Through which programme did you study abroad:
Erasmus Programme Bilateral agreement between universities Governmental programme Private foundation Arranged by myself Other: ________________
7. How long is the period of your stay?
Less than 3 months 3 – 6 months 7 – 12 months More than 12 months
II. Your studies in Liège
1. What of the following is the most important factor for you, when assessing a university? International outlook of the university Teaching quality of the university Graduate employability of the students Research quality of the university
2. What is your overall level of satisfaction with your studies abroad?
Very
dissatisfied
Rather
dissatisfied
Neither
dissatisfied or satisfied
Rather
satisfied
Very
satisfied
3. Please evaluate the following aspects of your studies abroad:
Very
dissatisfied
Rather
dissatisfied
Neither
dissatisfied or
satisfied
Rather
satisfied
Very
satisfied
Courses at the host
56
university
Quality of teaching (Professors, Lecturers etc.)
University facilities
Local language courses at the university
Sufficiency of information while studying abroad (from host university)
4. Compare your home and host university by answering following questions:
I disagree
Mostly disagree
Don’t know
Mostly agree
I agree
I skipped more classes in host university
It is more difficult to succeed in host university
In order to pass the exams I must study more in host university
I expected more academic effort in host university
I have better access to academic information in host university
I gain more knowledge in a subject in host university
I have more seminars and workshops in host university
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5. Please compare your home and host university and choose which one is better in the following issues:
Home University Host University
Professors teaching skills
Professors availability outside the class
The possibilities to do research
Variety of classes/Offer of courses
The sports facilities
More interesting courses
More beneficial courses
More difficult courses
Courses take more preparation-demand
The study materials of taken courses are better available
Better way of teaching
III. Your stay in Liège
1. What is your overall level of satisfaction with your stay abroad?
Very
dissatisfied
Rather
dissatisfied
Neither
dissatisfied or satisfied
Rather
satisfied
Very
satisfied
2. Rate how the following skills have been developed thanks to your exchange:
Much worse
Worse No change Better Much better
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Intercultural awareness
Adaptability
Flexibility
Innovativeness or creativity
Problem solving skills
Analytical competence
Planning and organizing
Team work skills
3. Please evaluate the following aspects of your stay abroad:
Very
dissatisfied
Rather
dissatisfied
Neither
dissatisfied or
satisfied
Rather
Satisfied
Very
satisfied
Help from International Office at the host university
Contacts with local students
Contact with the host country’s culture
The atmosphere of the city and country where the university was located
Social life
Student organizations
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IY. Financial situation during exchange
1. Did you get an official grant/ financial support to study abroad? Yes No
Colocar opção no Google Drive – Se sim: continua a responder às seguintes questões
Se não: passa para a questão 12
2. How did you receive the money of the official grant/scholarship? All of it at the same time At different times
3. When did you receive the money?
Before exchange During exchange After exchange
4. Did your travel costs between home country to host country have been covered by your grant?
Yes No Partly
5. What part of your overall expenses did your overall grant/scholarship cover? Almost all of my expenses (more than 80%) Most of my expenses (60%-80%) Around half of my expenses (40%-60%) Around a quarter of my expenses (20%-40%) A small part of my expenses (less than 20%)
6. After paying for rent, how much money you had left from the grant? I have more than 401€ left I have 251€ - 400€ I have 101€ - 250€ left It just covers my rent I cannot cover my rent with the grant I didn’t have to pay for the rent
60
7. How did you pay for the expenses that were not covered by the grant? My parents/relatives supported me I took a loan From my savings I worked legally in the host country I worked illegally in the host country Other
8. If there was no scholarship would you still have gone on your exchange?
Yes No I don’t know/ maybe
9. Did the amount of your grant affect you in choosing a place to study? Definitely yes Rather yes Rather no Definitely no Difficult to say, I do not know
10. How did the scholarship affect your decision in choosing the destination country/ university?
My scholarship was too low, therefore, I have chosen a cheaper country then my home country
My scholarship was low, therefore, I have chosen a university that is not in the capital or in a expensive city
My scholarship was quite high, therefore, I have chosen a more expensive country then my home country
I have chosen a university that offers extra grants and support for exchange students The amount of the grant/scholarship did not affect my choice of exchange destination I do not know
11. Have you had enough money to cover the following costs of living abroad?
I do not need it, I do not spend money on it
Not enough, I had to give it up
Sometimes enough sometimes not
Generally enough
Food
Clothes
Pay the rent
Medicines
61
Personal Appearance/ Hygiene
Community expenses (water, heating)
Study materials
Decoration of my room/ apartment
Sport
Travel
Entertainment and hobbies
12. Compared to other exchange students at your host university did you feel that you were equal when it comes to money and financial situation?
Yes Mostly equal Mostly unequal No I do not know
13. Did you feel excluded from the exchange student life due to your financial situation?
Yes No I don’t know
14. How would you compare your living standard with that of the local students?
My standard was much higher My standard was higher They were similar Local students’ standard was higher Local students’ standard was much higher
15. In your host country did you had equal student benefits as local students?
I had more I had the same I had less I didn’t have any I don’t know
62
Apêndice II – Dados estatísticos referentes aos Participantes
de Liège
1 – Informação Pessoal
Tabela 1 - Idade dos estudantes ERASMUS em Liège
Tabela 2 - Género dos estudantes de ERASMUS em Liège
63
Tabela 3 - País de origem dos estudantes ERASMUS em Liège
Tabela 4 - Área de estudo dos estudantes ERASMUS em Liège
64
Tabela 5 - Período de estadia dos estudantes ERASMUS em Liège
Tabela 6 - Tipo de programa de estudos selecionado pelos estudantes ERASMUS em Liège
2 – Os estudos em Liège
Tabela 7 - Fator mais importante no momento da escolha da universidade estrangeira, para os estudantes ERASMUS em Liège
65
Tabela 8 - Avaliação do nível de satisfação dos estudos em Liège, pelos estudantes ERASMUS em Liège
Tabela 9 - Avaliação dos seguintes aspetos dos estudos no país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Liège
Very dissatisfied Rather dissatisfiedNeither
dissatisfied or satisfied
Rather satisfied Very satisfied
Courses at the host university 15,79% 18,42% 18,42% 44,74% 2,63%
Quality of teaching (Professors, Lecturers etc.)
5,26% 26,32% 31,58% 34,21% 2,63%
University facilities 2,63% 34,21% 42,11% 18,42% 2,63%
Local language courses at the university 0,00% 5,26% 10,53% 57,89% 26,32%
Sufficiency of information while studying abroad (from host university)
5,26% 23,68% 15,79% 42,11% 13,16%
Tabela 10 - Comparação entre a universidade do país de origem e a do país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Liège
I disagree Mostly disagree
Don’t know Mostly agree I agree
I skipped more classes in host university 28,95% 28,95% 7,89% 21,05% 13,16%
It is more difficult to succeed in host university 26,32% 26,32% 23,68% 18,42% 5,26%
In order to pass the exams I must study more in host university
13,16% 31,58% 23,68% 18,42% 13,16%
I expected more academic effort in host university 2,63% 23,68% 18,42% 34,21% 21,05%
I have better access to academic information in host university
26,32% 52,63% 21,05% 0,00% 0,00%
I gain more knowledge in a subject in host university 34,21% 28,95% 18,42% 13,16% 5,26%
I have more seminars and workshops in host university
31,58% 10,53% 26,32% 18,42% 13,16%
66
Tabela 11 - Comparação entre a universidade do país de origem e de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Liège
Home University
Host University
Professors teaching skills 71,05% 28,95%
Professors availability outside the class 76,32% 23,68%
The possibilities to do research 81,58% 18,42%
Variety of classes/Offer of courses 60,53% 39,47%
The sports facilities 68,42% 31,58%
More interesting courses 50,00% 50,00%
More beneficial courses 78,95% 21,05%
More difficult courses 71,05% 28,95%
Courses take more preparation-demand 71,05% 28,95%
The study materials of taken courses are better available
81,58% 18,42%
Better way of teaching 63,16% 36,84%
3 – A estadia em Liège
Tabela 12 - Avaliação do nível de satisfação da estadia em Liège, pelos estudantes ERASMUS em Liège
67
Tabela 13 - Avaliação das seguintes caraterísticas pessoais, pelos estudantes ERASMUS em Liège
Much worse
Worse No change Better Much better
Intercultural awareness 0,00% 0,00% 7,89% 73,68% 18,42%
Adaptability 0,00% 0,00% 26,32% 52,63% 21,05%
Flexibility 0,00% 0,00% 26,32% 44,74% 28,95%
Innovativeness or creativity 0,00% 2,63% 60,53% 28,95% 7,89%
Problem solving skills 0,00% 5,26% 36,84% 36,84% 21,05%
Analytical competence 0,00% 7,89% 60,53% 23,68% 7,89%
Planning and organizing 0,00% 5,26% 39,47% 39,47% 15,79%
Team work skills 0,00% 2,63% 36,84% 52,63% 7,89%
Tabela 14 - Avaliação dos seguintes aspetos do país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Liège
Very dissatisfied Rather dissatisfiedNeither
dissatisfied or satisfied
Rather satisfied Very satisfied
Help from International Office at the host university
0,00% 2,63% 10,53% 60,53% 26,32%
Contacts with local students 5,26% 18,42% 28,95% 28,95% 18,42%
Contact with the host country’s culture 0,00% 0,00% 34,21% 36,84% 28,95%
The atmosphere of the city and country where the university was located
0,00% 7,89% 21,05% 42,11% 28,95%
Social life 0,00% 0,00% 5,26% 65,79% 28,95%
Student organizations 0,00% 7,89% 15,79% 34,21% 42,11%
4 – Situação financeira durante o período de ERASMUS
Tabela 15 - Recebeu bolsa de ERASMUS?
68
Tabela 16 - Como é que recebeu a bolsa de ERASMUS?
Tabela 17 - Quando recebeu a bolsa de ERASMUS?
Tabela 18 - Os dispêndios de viagem entre o país de origem e país de acolhimento foram cobertos pela bolsa de ERASMUS?
Tabela 19 - Que parte das despesas totais foram cobertas pela bolsa de ERASMUS?
69
Tabela 20 - Depois de pagar a renda, que parte da bolsa de ERASMUS sobrou?
Tabela 21 - Como pagou as despesas que não foram cobertas pela bolsa de ERASMUS?
Tabela 22 - Se não existisse bolsa de ERASMUS, efetuaria ERASMUS?
70
Tabela 23 - O montante da bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país de acolhimento?
Tabela 24 - Como é que a bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha de país/universidade de acolhimento?
71
Tabela 25 - Teve dinheiro suficiente para cobrir os seguintes custos de vida no país de acolhimento?
I do not need it, I do not spend
money on it
Not enough, I had to give it
up
Sometimes enough
sometimes not
Generally enough
Food 0,00% 0,00% 26,32% 73,68%
Clothes 2,63% 26,32% 50,00% 21,05%
Pay the rent 2,63% 5,26% 5,26% 86,84%
Medicines 60,53% 2,63% 7,89% 28,95%
Personal Appearance/ Hygiene 2,63% 2,63% 15,79% 78,95%
Community expenses (water, heating) 18,42% 0,00% 5,26% 76,32%
Study materials 21,05% 5,26% 15,79% 57,89%
Decoration of my room/ apartment 55,26% 21,05% 15,79% 7,89%
Sport 34,21% 13,16% 15,79% 36,84%
Travel 0,00% 21,05% 42,11% 36,84%
Entertainment and hobbies 2,63% 18,42% 47,37% 31,58%
Tabela 26 - Comparando com os outros estudantes, no país de acolhimento, sentiu que estava ao mesmo nível financeiro?
Tabela 27 - Sentiu-se excluído da vida de estudante, no país de acolhimento, devido à sua situação financeira?
72
Tabela 28 - Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais?
Tabela 29 - No país de acolhimento teve benefícios idênticos aos estudantes locais?
73
Apêndice III – Dados estatísticos referentes aos Participantes
de Portugal
1 – Informação Pessoal
Tabela 30 - Idade dos estudantes ERASMUS em Portugal
Tabela 31 - Género dos estudantes de ERASMUS em Portugal
74
Tabela 32 - País de origem dos estudantes ERASMUS em Portugal
75
Tabela 33 - Área de estudo dos estudantes ERASMUS em Portugal
Frequency PercentValid
PercentCumulative
Percent
Art and Design 16 16,7 16,7 16,7
Biotechnology 1 1,0 1,0 17,7
Biotechnology and Marine Biology
1 1,0 1,0 18,8
Business Studies/Management Science
9 9,4 9,4 28,1
Civil Engineering 6 6,3 6,3 34,4
Civil Protection 1 1,0 1,0 35,4
Communication and Information Sciences
3 3,1 3,1 38,5
Computer engineering 1 1,0 1,0 39,6
Economics 3 3,1 3,1 42,7
Education – Teacher Training 8 8,3 8,3 51,0
Educational Sciences 1 1,0 1,0 52,1
Energy and Environment 7 7,3 7,3 59,4
Engineering Tecnology 13 13,5 13,5 72,9
Environmental Protection 1 1,0 1,0 74,0
Languages and Philological Sciences
1 1,0 1,0 75,0
Law 2 2,1 2,1 77,1
Leisure Management and Business Tourism
1 1,0 1,0 78,1
Media and Multimedia Education
2 2,1 2,1 80,2
Medical Science 6 6,3 6,3 86,5
Natural Science 1 1,0 1,0 87,5
Nursing 1 1,0 1,0 88,5
Physiotherapy 1 1,0 1,0 89,6
Recreation and tourism 1 1,0 1,0 90,6
Relations, Publicity, Advertising
2 2,1 2,1 92,7
Social Science 1 1,0 1,0 93,8
Sports recreation and Tourism
1 1,0 1,0 94,8
Tourism 4 4,2 4,2 99,0
Tourism and Hotel Management
1 1,0 1,0 100,0
Total 96 100,0 100,0
Valid
76
Tabela 34 - Período de estadia dos estudantes ERASMUS em Portugal
Tabela 35 - Tipo de programa de estudos selecionado pelos estudantes ERASMUS em Portugal
2 – Os estudos em Portugal
Tabela 36 - Fator mais importante no momento da escolha da universidade estrangeira, para os estudantes ERASMUS em Portugal
Tabela 37 - Avaliação do nível de satisfação dos estudos em Portugal, pelos estudantes ERASMUS em Portugal
77
Tabela 38 - Avaliação dos seguintes aspetos dos estudos no país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Portugal
Very dissatisfied Rather dissatisfiedNeither
dissatisfied or satisfied
Rather satisfied Very satisfied
Courses at the host university 0,00% 0,00% 13,54% 56,25% 30,21%
Quality of teaching (Professors, Lecturers etc.)
0,00% 0,00% 13,54% 61,46% 25,00%
University facilities 0,00% 0,00% 18,75% 51,04% 30,21%
Local language courses at the university 5,21% 0,00% 32,29% 48,96% 13,54%
Sufficiency of information while studying abroad (from host university)
0,00% 9,38% 19,79% 58,33% 12,50%
Tabela 39 - Comparação entre a universidade do país de origem e a do país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Portugal
I disagree Mostly disagree
Don't know Mostly agree I agree
I skipped more classes in host university 41,94% 26,88% 0,00% 6,45% 7,53%
It is more difficult to succeed in host university 28,13% 28,13% 0,00% 25,00% 2,08%
In order to pass the exams I must study more in host university
5,21% 21,88% 0,00% 16,67% 8,33%
I expected more academic effort in host university 23,96% 25,00% 0,00% 8,33% 4,17%
I have better access to academic information in host university
2,08% 36,46% 0,00% 20,83% 8,33%
I gain more knowledge in a subject in host university 1,04% 35,42% 0,00% 33,33% 9,38%
I have more seminars and workshops in host university
7,29% 16,67% 0,00% 29,17% 14,58%
78
Tabela 40 - Comparação entre a universidade do país de origem e de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Portugal
Home University
Host University
Professors teaching skills 40,63% 59,38%
Professors availability outside the class 38,54% 61,46%
The possibilities to do research 54,17% 45,83%
Variety of classes/Offer of courses 35,42% 64,58%
The sports facilities 61,46% 38,54%
More interesting courses 29,17% 70,83%
More beneficial courses 46,88% 53,13%
More difficult courses 45,83% 54,17%
Courses take more preparation-demand 50,00% 50,00%
The study materials of taken courses are better available
41,67% 58,33%
Better way of teaching 38,54% 61,46%
3 – A estadia em Portugal
Tabela 41 - Avaliação do nível de satisfação da estadia em Portugal, pelos estudantes ERASMUS em Portugal
79
Tabela 42 - Avaliação das seguintes caraterísticas pessoais, pelos estudantes ERASMUS em Portugal
Much worse
Worse No change Better Much better
Intercultural awareness 0,00% 0,00% 2,08% 60,42% 37,50%
Adaptability 0,00% 0,00% 2,08% 63,54% 34,38%
Flexibility 0,00% 0,00% 6,25% 65,63% 28,13%
Innovativeness or creativity 0,00% 0,00% 21,88% 60,42% 17,71%
Problem solving skills 0,00% 0,00% 36,46% 50,00% 13,54%
Analytical competence 0,00% 0,00% 60,42% 33,33% 6,25%
Planning and organizing 0,00% 2,08% 37,50% 39,58% 20,83%
Team work skills 0,00% 9,38% 31,25% 41,67% 17,71%
Tabela 43 - Avaliação dos seguintes aspetos do país de acolhimento, pelos estudantes ERASMUS em Portugal
Very dissatisfied Rather dissatisfiedNeither
dissatisfied or satisfied
Rather satisfied Very satisfied
Help from International Office at the host university
0,00% 6,25% 5,21% 55,21% 33,33%
Contacts with local students 0,00% 10,42% 11,46% 59,38% 18,75%
Contact with the host country’s culture 0,00% 0,00% 1,04% 77,08% 21,88%
The atmosphere of the city and country where the univers ity was located
0,00% 1,04% 18,75% 45,83% 34,38%
Social life 1,04% 1,04% 13,54% 35,42% 48,96%
Student organizations 0,00% 14,58% 28,13% 31,25% 26,04%
4 – Situação financeira durante o período de ERASMUS
Tabela 44 - Recebeu bolsa de ERASMUS?
80
Tabela 45 - Como é que recebeu a bolsa de ERASMUS?
Tabela 46 - Quando recebeu a bolsa de ERASMUS?
Tabela 47 - Os dispêndios de viagem entre o país de origem e país de acolhimento foram cobertos pela bolsa de ERASMUS?
Tabela 48 - Que parte das despesas totais foram cobertas pela bolsa de ERASMUS?
81
Tabela 49 - Depois de pagar a renda, que parte da bolsa de ERASMUS sobrou?
Tabela 50 - Como pagou as despesas que não foram cobertas pela bolsa de ERASMUS?
Tabela 51 - Se não existisse bolsa de ERASMUS, efetuaria ERASMUS?
82
Tabela 52 - O montante da bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país de acolhimento?
Tabela 53 - Como é que a bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha de país/universidade de acolhimento?
83
Tabela 54 - Teve dinheiro suficiente para cobrir os seguintes custos de vida no país de acolhimento?
I do not need it, I do not spend
money on it
Not enough, I had to give it
up
Sometimes enough
sometimes not
Generally enough
Food 0,00% 11,46% 8,33% 80,21%
Clothes 19,79% 9,38% 31,25% 39,58%
Pay the rent 0,00% 2,08% 19,79% 78,13%
Medicines 44,79% 14,58% 21,88% 18,75%
Personal Appearance/ Hygiene 0,00% 1,04% 25,00% 73,96%
Community expenses (water, heating) 0,00% 17,71% 13,54% 68,75%
Study materials 19,79% 11,46% 30,21% 38,54%
Decoration of my room/ apartment 66,67% 11,46% 7,29% 14,58%
Sport 25,00% 17,71% 36,46% 20,83%
Travel 2,08% 21,88% 52,08% 23,96%
Entertainment and hobbies 4,17% 13,54% 58,33% 23,96%
Tabela 55 - Comparando com os outros estudantes, no país de acolhimento, sentiu que estava ao mesmo nível financeiro?
84
Tabela 56 - Sentiu-se excluído da vida de estudante, no país de acolhimento, devido à sua situação financeira?
Tabela 57 - Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais?
Tabela 58 - No país de acolhimento teve benefícios idênticos aos estudantes locais?
85
Apêndice IV – Comparação de médias
Tabela 59 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão “Recebeu bolsa de ERASMUS?”
Onde: 1 – Yes; 2 – No
Gráfico 7 - Caixa de bigodes para a questão "Recebeu bolsa de ERASMUS"
Tabela 60 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Como é que recebeu a bolsa de ERASMUS?"
86
Onde: 0 – No ERASMUS scholarship; 1 – All of it at the same time; 2 – At different times
Gráfico 8 - Caixa de bigodes para a questão "Como é que recebeu bolsa de ERASMUS?"
Tabela 61 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Quando recebeu a bolsa de ERASMUS?"
Onde: 0 – No ERASMUS scholarship; 1 – Before exchange; 2 – During exchange; 3 – After exchange
87
Gráfico 9 - Caixa de bigodes para a questão "Quando recebeu a bolsa de ERASMUS?"
Tabela 62 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Os custos de viagem entre país de origem e país de acolhimento foram cobertos pela bolsa de ERASMUS?"
Onde: 0 – No ERASMUS scholarship; 1 – Yes; 2 – No; 3 – Partly
Gráfico 10 - Caixa de bigodes para a questão "Os custos de viagem entre país de origem e país de acolhimento foram cobertos pela bolsa de ERASMUS?"
88
Tabela 63 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Que parte das despesas totais foram cobertas com a bolsa de ERASMUS?"
Onde: 0 – No ERASMUS scholarship; 1 – A small part of my expenses (less than 20%); 2 – Around a quarter of my expenses (20%-40%); 3
– Around half of my expenses (40%-60%); 4 – Most of my expenses (60%-80%); 5 – Almost all of my expenses (more than 80%)
Gráfico 11 - Caixa de bigodes para a questão "Que parte das despesas totais foram cobertas com a bolsa de ERASMUS?"
Tabela 64 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Depois de pagar a renda, que parte da bolsa de ERASMUS sobrou?"
89
Onde: 0 – No ERASMUS scholarship; 1 – I have more than 401€ left; 2 – I have 251€ - 400€ left; 3 – I have 101€ - 250€ left; 4 – It just
covers my rent; 5 – I cannot cover my rent with the grant; 6 – I didn’t have to pay for the rent
Gráfico 12 - Caixa de bigodes para a questão "Depois de pagar a renda, que parte da bolsa de ERASMUS sobrou?"
Tabela 65 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Se não existisse bolsa de ERASMUS, efetuaria ERASMUS?"
Onde: 0 – No ERASMUS scholarship; 1 – Yes; 2 – No; 3 – I don’t know/maybe
Gráfico 13 - Caixa de bigodes para a questão "Se não existisse bolsa de ERASMUS, efetuaria ERASMUS?"
90
Tabela 66 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "O montante da bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país de acolhimento?"
Onde: 0 – No ERASMUS scholarship; 1 – Definitely yes; 2 – Rather yes; 3 – Rather no; 4 – Definitely no; 5 – Difficult to say, I do not know
Gráfico 14 - Caixa de bigodes para a questão "O montante da bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país de acolhimento?"
Tabela 67 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Como é que a bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país/universidade de acolhimento?"
Onde: 0 – No ERASMUS scholarship; 1 – My scholarship was too low, therefore, I have chosen a cheaper country then my home country; 2
– My scholarship was low, therefore, I have chosen a university that is not in the capital or in a expensive city; 3 – My scholarship was quite
high, therefore, I have chosen a more expensive country then my home country; 4 – I have chosen a university that offers extra grants and
support for exchange students; 5 – The amount of the grant/scholarship did not affect my choice of exchange destination; 6 – I do not know
91
Gráfico 15 - Caixa de bigodes para a questão "Como é que a bolsa de ERASMUS afetou a decisão de escolha do país/universidade de acolhimento?"
Tabela 68 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Comparando com os outros estudantes, no país de acolhimento, sentiu que estava ao mesmo nível financeiro?"
Onde: 0 – No ERASMUS scholarship; 1 – Yes; 2 – Mostly equal; 3 – Mostly unequal; 4 – No; 5 – I do not know
92
Gráfico 16 - Caixa de bigodes para a questão "Comparando com os outros estudantes, no país de acolhimento, sentiu que estava ao mesmo nível financeiro?"
Tabela 69 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Sentiu-se excluído da vida de estudante, no país de acolhimento, devido à sua situação financeira?"
Onde: 1 – Yes; 2 – No; 3 – I don’t know
93
Gráfico 17 - Caixa de bigodes para a questão "Sentiu-se excluído da vida de estudante, no país de acolhimento, devido à sua situação financeira?"
Tabela 70 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais?"
Onde: 1 – My standard was much higher; 2 – My standard was higher; 3 – They were similar; 4 – Local students’ standard was higher; 5 –
Local students’ standard was much higher
Gráfico 18 - Caixa de bigodes para a questão "Como compara o seu nível de vida relativamente aos estudantes locais?"
94
Tabela 71 - Teste, para comparação de médias, entre os estudantes ERASMUS da HELMo e do IPL, relativamente à questão "No país de acolhimento teve benefícios idênticos aos estudantes locais?"
Onde: 1 – I had more; 2 – I had the same; 3 – I had less; 4 – I didn’t have any; 5 – I don’t know
Gráfico 19 - Caixa de bigodes para a questão "No país de acolhimento teve benefícios idênticos aos estudantes locais?"