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ANNO XVII RIO DE JANEIRO, 9 DE MAIO DE 1914 NUM. 1594 \^5*#j/1 SEMANÁRIO HUMORÍSTICO 1LI.USTRADC£,=^==^===?== yW}NUMEIME» AVULSO - 800 reis J%-' \&) Iií^P- Redacção, escriptorio e officínas - Rua do Hospicio N. 218 - Telephone N. 3515 _O MARIDO (velliote) Vou mandar ao Rio Nu um cartão de cumprimentos pelo seu anniversario.||||| | O MARIDO (yelhote) Vou mandar ao Rio Nu um cartão de cumprimentos pelo seu anniversario. A MULHER (joven e ardente) Manda-lhe também os meus agradecimentos, pois quando o lês ficas mais... amoroso para mim... ilííJ ELIXIR DE NOGUEIRA Do pharmaceutico e chimico JOÃO DA SELVA SILVEIRA PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL Grande depuraüvo do sangue. Único que cura a "Syphilis" Valido-*, em toc.au as pbarmacla» a Dragaria».

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ANNO XVII RIO DE JANEIRO, 9 DE MAIO DE 1914 NUM. 1594

\^5*#j/ 1 SEMANÁRIO HUMORÍSTICO 1LI.USTRADC£,=^==^===?==

yW} NUMEIME» AVULSO - 800 reis J%- ' \&)

ií^P- Redacção, escriptorio e officínas - Rua do Hospicio N. 218 - Telephone N. 3515

O MARIDO (velliote) — Vou mandar ao Rio Nu um cartão de cumprimentos pelo seu anniversario. ||||| |O MARIDO (yelhote) — Vou mandar ao Rio Nu um cartão de cumprimentos pelo seu anniversario.

A MULHER (joven e ardente) — Manda-lhe também os meus agradecimentos, pois quando o lês

ficas mais... amoroso para mim...ilííJ

ELIXIR DE NOGUEIRA Do pharmaceutico e chimico JOÃO DA SELVA SILVEIRAPELOTAS - RIO GRANDE DO SUL

Grande depuraüvo do sangue. Único que cura a "Syphilis"Valido-*, em toc.au as pbarmacla» a Dragaria».

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)-( O RIO NU )-( g™

C _„.*P9IE_>1_M¥_V -^l;

____XCASSIüNATURAS

Anno . . . 12Í00O | Semestre. . 7Í0Ü0

Exterior: Anno 20ÍOOONumero avulso, 200 réis

Nos Estados e no interior, 300 réisIS_I

Toda a correspondência, seja de

que espécie fôr, deve ser dirigida ao

gerente desta folha,

______S_5_2SS.!-sS---t2ísS--íí2---*-Si

JAnniversariod'0 RIO NU

CD

ilJft a 13 do corrente que o Rio Nn

| celebra o seu anniversario na-

ÍSS§_1. talicio; mas essa data cai

numa quarta-feira, de modo que somos

obrigados a antecipar estas linhas em queannualmente trazemos aos nossos leitores,

assinantes e ann iniciantes c_penhor da

nossa gratidão pelo auxilio efficaz que nos

dispensaram para vencermos mais uma

etapa.De facto, sendo o Rio Nu um jornal-

zinho modesto, cujo programma é diver-

tir os seus leitoresj a sua vida depende

exclusivamente do'publico e do com-

mercio que o amparam com a sua sym-

pathi.i e protecçãQ, pois de nrjnhuma,

outra fonte lhe vem o rendimento paraa sua manutenção ; justo é, portanto,

que, vencido mais um anno de existência..

independente, assignalemos os mais sin-

ceros agradecimentos aquelles que nos

auxiliaram a fincar mais esse marco no

caminho encetado a 13 de Maio de 1898.

Desejaríamos corresponder á syui-

pathia do publico com unia edição es-

pecial de luxo, mas. . . a crise é grandee o ivbrc é curto, apezar da abundância

de prata e nickel. . ..em poder dos outros.

Como ficha de consolação, chama-

mos a attenção dos leitores para a publi-cação, que fazemos em outra pagina, das

sentenças que já obtivemos na acção in-

tentada contra a União Federal para an-

íuiiíaçao da circular loslal e conseqüente

jndemnizaçãodos prejuízos, perdas edam-

nos que nos causou o Snr. Tosta, ex-di-

rector dos Correios, proliibindop transito

do ÀVci Nil pelas repartições postaes.li é isso o bastante para alegrara data ,

natalicia deste jornal, além dos presentes1com que o queiram brindar os seus

amigos. . .

TO„P?$Ç«0>fÊS

Completará o Rio Nu na próxima quarta-feira, 13 do corrente, mais um anuo de saty-rica e trocista existência, galgando assim odegráo dos 17."

Já não se dirá que eile seja criança; tam-bem não é ainda um camarada entrado emannos...

)-( iConheço muitasgabirúas que desejariam

a idade do Rio Nu para poderem ainda fazersua fésinha, quando encontrarem pela proaalgum rapazote rijo e vigoroso.

E quantas não exclamarão, saudosas dosbons tempos !

— Annos atrás, era coiiimigo !...

)-(Esse negocio de annos, a mais ou a me-

nos, engana a gente.Ha muita mulherzinha por ahi que anda

toda pintada e embonecada, fazendo com quea gente a coma por menos, quando ella temmais idade...

Si nào fosse a falta de respeito, eu eramuito capaz de convidar a vocês todos paravirem festejar os nossos annos, quero di-zer, os annos do Rio Nu,

)-(E' um gosto festejar os annos dos outros.As mulheres, então, dão o cavaquinho

quando as enchem de troços, festejando osseus annos.

Tenho uma velha camarada, a Antotiieta,que chega a se babar de gosto...

:.--. -¦ -,.T*).(

Um gabirú, também, daninado ou roxopelos annos dos amigos é o Santos barbeiro.

Não 'jhe escapam os annos dos conhe-ciclos... A

y\ *'" H

' No fim disto tudo resta-me ainda o con-solo de que hei de ir, por força, aos annosde alguém.

CAPIRÀO EUT1CO.

% Galeria Artística %Avisamos aos leitores i|ii<" (cnBiamfalta de algumas estampas da nossa4-al<n'i» Artística. _ f|ii<kii-niii coiliplc-tao* a collcc^ilrt. i|ii<' cni nosso escrip-torio 4V\i.sl«-m exemplares de todo.sos numero* «Io IEIO .\5' de.sde o in!-cio da poihlieaeão dessa (Ualei-ia. po-liriiil» ser adquiridos soai an<|iiicut»

de jIITV<>.

9 de Maio de 1914 gg

Molíte si (C^iir.ui^ü)

Para o MOTTE 11. 3 da 3" serieDebaixo de tuna mangueiraElla disse que m'amava

recebemos as seguintes glosas:Por uma noite fagueiraEu c a Rosa BaptistaTivemos uma entrevistaDebaixo dc uma mangueira...Mostréi-lhc uma itiainmiidcira,Perguntei-lhe si gostavaDo bico que lhe mostrava...Ao vel-o tào rosadinho,Dando-lhe um longo beijinho,Ella disse que m'amava...

MAR SAL.

Co'a Josepha quitandeira,Fui p'ro campo passear,Fiquei com ella a brincarDebaixo de uma mangueira ;A principio a brincadeiraJulgo que não lhe agradava,Porém, quando eu lhe mostravaUm bonequinho que tinha,Bcijando-o na cabecinliaElla disse que m 'amava!

ELMANO II.

Uma entrevista ligeiraTive com Rosa PitúFoi o nosso rendez-vousDebaixo duma mangueira.Gosei pela vez primeiraO que já ha muito aspirava !A Rosinha contemplavaMeu modo de proceder...Depois de-inuitQ... fumar—Ella disse que tniatnava.

Já leram O MENINO DO GOUVEIA o n. Gdos Contos Rápidos ! ! E' um suecesso semigual a sua leitura.

II. RAMON.

Fugia-me bem ligeira,Eu atraz delia corria,Alcancei o que queriaDebaixo duma mangueira;Começou por brincadeira,O que eu tanto desejava,E já quando eu lhe apontavaA... chave p' ra... fechadura.Retirou-a, e, com brandura,Ella disse que tn'amava.

LASALLE.

Foi na casa do Moreira,Um meu amigo d'infância,Que eu encontrei a Constância,Debaixo duma mangueira.Ahi, pela vez primeira,

. Seu rosto lindo beijava;Mas a custo me deixava'Fazer-lhe certa caricia. ..Depois, em tom de malicia,Ella disse que m'amava...

CAXANGÁ.

3a SerieMOTTE N. 5

Disse o Cometia ti mulher :Que cheiro a chifre queimado !...

Glosas até 10 do corrente.Aviso

Sendo grande a quantidade de glosas querecebemos para cada motte e não podendo,por falta de espaço, publicar mais de quatroou cinco, somos obrigados a escolher asmelhores, sacrificando as outras; por isso,pedimos aos nossos collaboradores que nãonós reclamem quando as suas glosas nãoforem publicadas.

'I

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9 de Maio de 1914 K3rgg )-( O RIO NU )-( 3 ¦ -

_©_.

17^ "SIP-^

wZZJKY^â!

Sempre fiteira, a Dores do S. Pedro fezas pazes com o Candinho... para ver si lheapanha o anel promeltido.

E o Candinho é capaz de ir no embrulho,sem ver que Dciís protege muito a rapariga.

ae Avaccalliaraui-se o tenor Albuquerquee a Albertiua.

Que fiasco!.ts: Que diabo de historia será a da

corista Julia Martins e de um grande cadáverque lhe appareceu na rua do Senado ?

|á qtiizemos descortinar a coisa, mas nãonos foi possível !

ar Com que então o typo ideal de mulherdo Tavares, do S. Pedro, é a Albertina, doRio Branco ?

E é por isso que o actor se dá ao traba-lho de ir a este ultimo Iheatro beijar-lhe asmãos ás escondidas do Ângelo ?

Qual, pequeno, você vai mal! E' melhorchorar pela Itália e deixar em paz quem temeditor responsável.

ar A' donzellinha Judith dc Oliveira par-ticipamos, a pedido de uma commissão, queo Sr. H. M. Moura, apaixonado por ella esem coragem para lhe declarar o seu amor,está ficando tisico á força de tanto olharncra o teclo.

E' preciso que a Judith lhe dè acceitaçaoaos-galanteios, aliás o homemzinho, que époeta nas horas vagas, vai fazer versos parao Cajii.

a' Gostaria o João Carvalho da descom-postura que a outra lhe passou por lhe terelle chamado célbre1?

E' o que acontece a quem gosta de des-fazer nos mais 1

ar Um gabirü, grelando o dinheiro quea Luiza Cnidas trazia ha dias na sua bolsade prata, exclamou :

Meu Deus 1 quanto arame !...E a Luiza respondeu :

E' para que veja quanto vale, nesteinundo, ser mulher!

O gabirá azulou!ar O Ulysses zangou-se com a consta

Pepa e fez as pazes com a Belmira; daqui adias zanga-se com esta e faz as pazes comaquelia „ .

ar Afinal, quando se resolvera o PedroDias a dar attenção á de S. Paulo ?

Olha que já são três telegrammas !....ar Disse-nos o Novellino que a Luiza

Lopes está com vontade de que o V.ianninhachegue depressa.

E o Novellino, que também esta doidopor isso... para se ver livre delia!

ar o Domingos Braga esta damnadocom os «má-lingua» e com razão !

Então ninguém pôde ser autor ou tradti-ctor nesta terra ?

CORRESPONDÊNCIA

Fabiana c Mano — Estão servidos.Commissão composta de companheiros de

serviço do Sr. H. M. M. — Vamos falar pes-soalmenteá menina Judith.

joãoratão

MAncv BEaiaTRADA

F.' de todo ponto indiscutível que não hano Rio de Janeiro casa de roupas feitas e sobmedida que possa rivalizar com o celebre 3*da rua da Carioca, a popularissima Alfaia-taria Guanabara, única onde se encon-tra do bom e do melhor por um preço tentador.

Quem fôr aquelle conceituado estabeleci-mento ficará atrapalhado ua escolha, tal a varie-dade do sortimento de casemiras francezas einglezas de brlns de .todas as qualidades e deaviamentos finos. Quer se agrade de um costu:me feito, quer o mande fazer sob medida, teiaa certeza de que não leva espiga, porque a se-riedade é a divisa da casa.

Enviam-se instrucções c acceitam-se pedidosdo interior, dando-se agencia.

(10 ;v\i 10.CÁ MA "TENDA'

Au Bijou de Ia Mode

E' sempre um grande dia nesta casa .Ha bebidas, que o sangue põem em braza,E ha doces e sandwiches a fartar!O pessoal tira o dia p'ra folgarE, bem a contra-gosto do chefão,Vem mais cedinho para a redacçãoP'ra avançar desde logo no mastigo;E come e bebe, que é mesmo um perigo 1.Neste anno a coisa então vai ser de estalo!.Como sempre o Velloso, sem abalo,Arame gastará, muito, a fartar!E ma! a' boia a redacção entrarO Indiscreto, que é um rapaz sem luxos,Um grande naco inetterá p'r'os buxos...Garoto, assobiando, entra na dansaE vai comendo até encher a pansa...L. Repórter diz que vai beberAté quando de todo não puder...Malluisaléin de velho darisará,Diz que nos chopps somente entrara...Lingua de Prata em associaçãoCo'o Zéimtone e co'o João RatãoPromette liquidar o inastigançoE a beberriee no primeiro avanço...O Vê Tudo, o Petronio, o Dom Felicio _E o Potin querem mostrar que no officioDe avançar 'stão também exercitados;Esses contam ficar avaccalhados...Vai ser de estrondo a festa, é de praver,E o pessoal, após a pansa encher,Alegre, dando um viva ao O Rio Nu,O inundo mandará levar... sopaposl

ANTONEZE'

Ossvdte e ¦y.Ti.eira.i

E' esse o titulo do novo folhetim que oRio Nu começa a publicar hoje. A inferes-sante novella

Casada e virgemé da lavra de um apreciado escriptor que seocculta sob o pseudonymo de FLAVIO DU-VAL e inspira-se em factos da vida real pas-sados na alta roda da sociedade carioca.

Estamos certos de que os leitores do RioNu apreciarão como merece a delicada no-vella

CASADA E VIRGEM

© @Já está á venda

-A l-TIXSVN. 7 dos Contos Rápidos — 300 réis

GALERIA ARTÍSTICA

Com o n. 52, que acompanha a edição dehoje, completa a «Galeria Artística» do RioNu a sua 1» serie (um anno completo).

A partir do próximo numero, será ini-ciada a 2J serie, começando de novo a nu-meração das estampas pelo n. 1.

Para os leitores que quizerem adquirir acoílecção completada 1" serie ou completal-acom os números que lhes faltam, temos aindavários exemplares que vendemos sem au-

gmento de preço.

Pomada Seccativa de São LázaroA única que cura toda e qualquer ferida

sem prejudicar o sangue ; allivia qualquerdor, como a erysipela e o rheumatismo. Co-nhecida em todo o universo. Ruas dos An-dradas, 43 a 47 e Hospício, 164 e 166.

Grande deposito de calçados, poi

atacado e a varejo. Calçado nacional e estran-eteiro para homens, senhoras e crianças. TO-ços baratissimos, rua da Carioca n. 80- le-leplwnc 3.660.

r.T.^-^.-er^^r.:-,,-;ej.^-r/^r^:~:: - .__ - -Ta^r. - .f~^_a_^________^_ã^____ã__SS______SSM__S__aaB__Í__l

Annuncio

Preciso cá p'ra casa um «enfermeiro»,Que seja um rapazinho mui lampeiro,Bello de cara e de «cachorro» bello.

Bonito, emfim... e no trajar decente!Pois tenho o tio «velho» tão «doente»...Por passar num «cachorro» o seu cutello

Suspira ha muito já...ha mais dum anno.Vivendo endurecido o seu «tutano» 1

Encontra-se no Pindo a quem falarDe calça abaixo e de consolo ao ar!...

AVIEN.

Licor TibainaO melhor purifica-— dor do sangue —

GRANADO & C. - Rua 1" de Março, 14

A CRIADA (com acanliainento) — Meu pa-trão! Esta noite, em vez de entrar no quartoda patroa, entrou o patrão no meu .

O patrão - Sim ? Pois juro-te que es-tava tão escuro, que me pareceu que entravapelo mesmo sitio de sempre...

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4 = )-( O RIO NU )-( 9 de Maio de 1914 E_

tbum de um velho _

FANNY

Emquanto a proa esguia do bole cortavao mar dc esmeralda e prata, impedida pelosbraços miisculosos dos dois marujos, eu anona com os olhos semi-cerrados seguia empensamento, cheio de inveja, esse bom cama-rada, o Azevedo, qtte parda para o velhomundo, para essa encantadora Paris, cidadedo chie e do amor.

Paris! Oh! quantas saudades me vinhamenleuebrecer a alma ao recordar os deliciososseis mezes que eu ahi passara nos braçosesculpturaes dessa ideal Fauny, cujos lábioscarnudos, rubros e quentes sabiam beijarcom beijos que jamais igttaes achei 1

Fanny! Como esquecer o tepido contadode teus seios de jaspe puríssimo, de arlisti-cos contornos, macios como a pennugem dasroias amorosas, erectos e provocantes, debiquinhos tentadores como a supplicar ascaricias de meus lábios em febre !

Eu reconhecera Fanny na roda irrequietade artistas de um theatro de terceira ordem.Dera-nos a mania de fazer idylio c umabella noite raptei-a do meio dos seus cama-radas de arte e fomos viver seis ideaesmezes, num romântico e quente ninho queeu havia preparado num dos arrabaldes dacidade. Após esse breve periodo de um vivertodo dc amor e goso, regressei á Pátria,emquanto Fanny, aproveitando as minhasprodigalidades, partia para a província avisitar os pais.

Poucos dias depois de eu aqui estar, omeu amigo Azevedo seguia para Paris. Eis,pois a ra"zão por que no pequeno barco queme reconduzia á terra eu seguia, cheio deinveja, em pensamento, aquelle que partia.

O tempo foi seguindo a sua marcha natu-ral e nem me lembrava eu mais dc invejaro Azevedo quando recebi o seguinte tele--gramma:«Mathusalem. —Sigo fugido bordo Ar-lanza. — Azevedo.

Fugido ! Elle ?! O mais pacifico doshomens 1 Não era possivel, havia erro tele-graphico.

No dia marcado para a chegada do grandetransatlântico lá estava eu á espera, mordidode curiosidade.

Fui um dos primeiros a entrar a bordo elogo após o abraço que troquei com o meuamigo, interpellei-o:

— Que diabo de historia é esta ? Tuvens fugido?

— Sim, meti amigo. Um caso dc amor.Apaixonei-me por uma linda donzella numadas províncias da França e roubei-a aospais! Vem vel-a 1 E' a mullier mais formosadcsla vida !

li o Azevedo arrastou-me por um braçoaté á porta do camarote, a qual elle abriu,pondo defronte de mim a bella... Fanny.

MATHUSALEM.

O par encontra-se na rua :De maneira — diz elle, finda a conver-

sa —que V. Ex. mora com sua prima no 71da rua...

Sim, não nos procure o senhor ahi.Temos uma familia amiga ao lado e passamosos dias no 09...

PERFIS SUBURBANOS

C. P. A.

Habita, ha longo tempo, as plagas ele-gantes da capital dos subúrbios.

E' morena, dei se moreno ajambado quefascina e arrebata, olhos negros, despedindochispas que vão ferir fundo os corações.

Formosa entre as mais formosas, tem oorgulho sobranceiro das mulheres cWcs.

Veste com requintada elegância, o queainda mais faz realçar o seu lindo corpo delinhas harmoniosas e perfeitas 1

Viveu longo tempo num idylio, todo pia-tônico, com um acondtictorado rapaz da Cen-trai, mas depois resolveu unir-se pelos sa-grados laços, e devido ao seu temperamentoardoroso,-amou verdadeiramente, _m_se_ama uma só vez na vida !

Amou, não um vai de vinos nem um vaidc terra, mas antes pelo contrario !

E' amadora dramática bem aproveitávele pena é que pertença a um modestíssimoclub suburbano, onde a graciosa pequena nãopôde mostrar a sua arte.

E' páo pTa toda a obra, mas franca-mente, apezar de toda a sua graça sallitante,não gostamos de ouvil-a cantar.

Outrora teve os louros de primeira da-ma suburbana e os gloriosos Pingas Cama-valescos, que tinham a ventura de ver a en-galanar-lhes os floridos salões aquella flor derara formosura, elegeram-na a rainha dosseus salões!

Razão bastante tinha o pessoal do «Cas-tello», porque ella nos subúrbios foi, é eserá, quando não seja uma rainha, pelo me-nos... uma princeza na valsa! I

MAS D'AZ1L.

PEITORAL DE ANGICO PELOTENSE

Não ha em todo o mundo medica-mento mais efiicaz contra tosses, resinados,influenza, coqueluches, bronchites, etc, do

que o Peitoral de Angico Pelolcnse, verda-deiro especifico contra a tuberculose nos

primeiros gráos. E' o melhor peitoral domundo. O Peitoral de Angico Pelotemenão exige resguardo. Vende-se em todas as

pharmacias e drogarias.Depósitos: Pelotas, Ed. C. Sequeira;

Rio, Drog. Pacheco; S. Paulo, Baruel tkC; Santos, Drog. Colombo.

COMO ESTAVA COMO ESTOU

Bibliotheca d'0 RIO NU

A CABEÇA DO CARVALHO — Pyrami-dal trabalho do liesttmto do incoinparavel Va-gabllildo, 2jO0U; pelo Correio, 2Í500.

SCENAS DE ALCOVA — Inleressantis-simos episódios da vida de um pobre copei-ro que acaba como patrão da patroa, IJ500;pelo Correio, 2J000.

AMORES DE UM FRADE - (2- edição,n. 1 da "Collecção Amorosa») — Escândalo-sas peripécias de amor prohibido, acompa-nhado de interessantes gravuras. Verdadei-ras scenas dignas da antiga Roma. Preço,500 réis. Pelo Correio, 800 réis.

NOITE DE NOIVADO — (u. 2 da «Col-lecção Amorosa») — Episódios picantes entreum casal recem-unido pelos laços do matri-monio, contados por Mathusalem, 500 réis;pelo Correio, 800 réis.

MADAME MINET — (n. 3 da «CollecçãoAmorosa») —Historia de uma linda viuvinhapatusca, que para comer exige appcritivos es-peciaes... Custa 500 rs.; pelo Correio, 800 réis'

CASTA SUZANNA — (n. 4 da «Collec-ção Amorosa»)— Empolgante descripção descenas amorosas passadas entre uma don-zella e Lúcio d'Amour, que afinal consegueentrar cm Barcelona depois de varias invés-tidas pelas redondezas. Preço, 500 rs.; peloCorreio, 800 rs.

ÁLBUNS DE VISTAS - Collecçãode Fogo, contendo cada um oito gravurastiradas do natural, impressas em papel cou-chè de 1» qualidade e acompanhadas de bel-los versos explicativos de cada scena repre-sentada. Estão publicados os ns. 1, 2, 3, 4 e5. Preço de cada um, 1$000; pelo Correio1Í500.

CONTOS RÁPIDOS —Estão pu-- bücados-os seguintes : N. 1, Tio Empa-

ta — N. 2, A Mulher de Fogo -

N. 3, D. Engracia — N. 4, Faz tudo...N. 5, A Viuva Alegre —N. 6, O

Menino do Gouveia — N. 7, APulga — N. 8, O Correio do Amor

N. 9, Dolores e N. 10, FamiliaModerna.

Todos esses contos, que são escriptosem linguagem ultra livre, contendo uma gra-vttra cada um, narram as mais pittorescasscenas de amor para todos os paladares.

Cada um custa unicamente 300 rs., peloCorreio : 500 rs.

Todos os livros acima citados saoillustrados com gravuras tiradas donatural.

O DONZEL — Aventuras de um moçoacanhado e que as circumstancias fizeram omaior conquistador do Rio. Preço 1#000;pelo Correio, 1J500.

UMA CEIA ALEGRE — Engraçadissimaparodia á «Ceia dos Cardeaes», em versosbrejeiros. Tres respeitáveis padres contamsuas aventuras amorosas, numa linguagemde alcova, sem peias... Preço, 500 réis. PeloCorreio, 800 réis.

CDOs pedidos dirigidos ao nosso escripto-

rio devem vir acompanhados da respe-ctiva importância, em vales postaes, ordenscommerciaes ou dinheiro e endereçados a

A. VELLOSO, Rua do Hospicio n. 218.

_g-tia .BuponczaNão ha outra que torne a pelle mais

macia. Dá ao cabello a côr que se deseja.E' tônico, faz crescer o cabello e extirpea caspa. — Ruas: Andradas, 4.3 a 47 aHospicio, 164 e 166.

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-____.____! 9 de Maio de 1914 )-( O RIO NU )-(

O «Rio Nu» e © Correio Geral

Para solemnizar a entrada do Rio Nu noseu décimo sétimo anno de existência, publi-camos abaixo, na integra, as sentenças emque a Justiça da nossa terra, dignamenterepresentada pelo Meritissimo Juiz da 1" VaraFederal, Dr. Raul de Souza Martins, e pelamaioria dos digníssimos Ministros do Sn-premo Tribunal Federal, deu ganho de causanas acções que este jornal propoz á UmaoFederal: uma summaria, para annullação dacircular em que o Dr. Joaquim Ignacio Tosta,presidente do Circulo Catholico e eventual-mente director geral dos Correios, prohibmo transito do Rio Nu pelas repartições pos-taes- outra ordinária, para pagamento dosprejuízos, perdas e damnos causados pelamesma circular.

SENTENÇA«Alfredo Velloso, proprietário e director

do periódico O Rio Wií.propõe contra a UmaoFederal a presente acção summaria especialnara o fim de ser declarada nulla e sem eflei-

o nor illegal, a parte da circular do DirectorGeral dos Correios, de 21 de Março do cor-rente anuo, que prohibiu, sob o fundamentode obscena, a distribuição e expedição da re-ferida publicação nas repartições postaes.

-A ré contestou por negação, sustentandonas suas allegações finaes a legitimidade do-cto impugnado, em face do Regulamentodos Correios e do art. 282 do Código Penal.

E vistas e devidamente examinadas asrazões e provas produzidas por ambas as

Pal Considerando que o art. 5 n 5 do

decreto n. 7.653, de 11 de Novembro de 1909,mie approvou o regulamento vigente dosCorreios da Republica, determinando queessa repartição não expede nem distribua dese-nhos e publicações obscenas, so se pode referirás correspondências que tenham obscemda-des exteriormente visíveis e não as resguar-dadas por envoltórios e cintas, ou apenasdobradas e amarradas de modo a nao paten-tearem semelhante conteúdo, sinao depoisrip abertas e examinadas;

Considerando que o contrario seria naosó infringir os arts. 72, paragrapho. 8 daConstitü.fão, que assegura .a Inviabilidadedo sieillo da correspondência, e 194 do Coü.Penal que pune a autoridade transgressoradessa garantia, qualquer que seja o seu in-t_te embora o da descoberta ou prova de umcrime como contrapor a outros dispositivoste n inantes do próprio regulamento postalcomo o do art. 15-«A obrigação de guardare Se fazer guardar o sigillo das correspon-______ éo primeiro e o mais sagrado deverdos empregados do Correio, sem d.stincçaoh- . l=,«eou de categorias, e, no desempe-nho de suas funeções, são «'brigados, dentrorios limites da competência de cada um, a

toma rodas as providencias para que sejaeffectiva aquella garantia ccinst. uc.ot.al.; ¦

Considerando que o periódico _ Kio mi,nuando de gênero realmente condemnave o

e não cabge na espécie apreciar ja conta 12

annos de existência nesta Capita onde tem

_. »,nre circulado 1 vremente, segundo a cer-tida. de H 27,passada pela Chefia de Policia,fand1,no%on'-nte exercício pagou os con-netentes impostos de typographia a KeceneSoria do Thesouro Nacional, (certidão de fls.

28) e de redacção e taboleta á PrefeituraMunicipal (lis. 12 a 13); .

Considerando que assim a circular de _ide Março do corrente anno,do Director Oeraldos Correios, por certidão á fls. 26, prohi-bindo o transito da alludida publicação, aindamais insustentável se torna, desde que naose limita sequer aos exemplares que revistamno seu conceito o caracter de obscenidade,mas condemna de antemão e indeterminada-mente toda e qualquer edição, independente-mente do que pussa de futuro conter, arro-gando-se, pois, funeções judiciarias e paraarbitraria applicação do art. 282 do CódigoPenal, como pretende a ré na sua defesa,com a substituição que faz da respectivapenalidade pela de menagem na Capital daRepublica, quando é de igual modo catego-rica a Constituição no paragrapho 15 do jacitado art. 72, não permittindo que ninguémseja sentenciado sinão pela autoridade com-petente, em virtude de lei anterior c na formapor ella regulada:

julgo procedente a acção proposta para,aniuillando a alludida circular do Directordos Correios, ua parte que prohibe a distii-buição e expedição do periódico O Rio 1M1,assegurar a essa publicação o direito tlelivre circulação nas repartições postaes, des-de que, preenchendo as demais disposiçõesregulamentares, não offereça exteriormentepatentes obscenidades, e condemno a re nascustas. ,

Ma fôrma da lei, appello desta sentençapara o Supremo Tribunal Federal.

Rio de Janeiro, 5 de Agosto de 1910. —i?i/!i/ de Souza Marlins'.

Accordão pelo qual o Supremo Tribunal

Federal confirmou a sentença supra :

APPELLAÇÃO CÍVEL

«/! acção summaria do art. 13 da lei n. 221, de1894 tem cabimento para anniillar actos oudecisões administrativas que deixam deapplicar oa fazem indevida applicação dodireito vigente. Na espécie, ti nullo o actodo director dos Correios que vedou a ex-pedição e distribuição pela repartição pos-tal do periódico «RIO NU», por fazer m-devida applicação da disposição do Rcgu-lamento dos Correios que rege o caso.

lei n 221 de 20 de setembro de 1894, levan-adano parecer de fls. 47, porquanto dispõe

a lei no referido artigo, § 9, letra a, e repeteo narecer,-«consideram-se íllegaes os actosou decisões administrativas em razão da naoapplicação ou indevida applicação do dneitovigente,,. Precisamente, a acção fo, propostapara annullar o acto do director dos Correioslia referida circular que, fazendo_ indevidaamilicacão do direito vigente-o § D" do Keg.n 7 674 de 19 de novembro de 1909, prohibiua'expedição e distribuição pela repartiçãopostal do periódico de que é o autor propne-tario. E assim, nos expressos termos da lei,a acção intentada é competente.

A cilada disposição do Reg. preceitua-«arepartição não expedirá - artefactos, dese-nhos o'u publicações obscenas»-repetiçãoliteral da disposição do § 5° do art 5" doRet» n 9230, de 10 de fevereiro de 1890.Sob o regime- deste Reg. em 1905, foi orga-nizada a tabeliã postal e nella mencionou-seexpressamente o periódico O Rio Nu comdeterminação da taxa a pagar, — ut fls. lo; tassim, a Administração dos Correios enten-deu que não incidia elle na prohibiçao regai-lamentar, não contendo desenhos ou publica-ções obscenas, que vedassem a sua expediçãonor aquella repartição. ¦

lustificar-se-hia, sem duvida, a prohibiçãoda circular de 21 de março de 1910, si depoisda tabeliã postal o periódico tivesse sofludoalterações no desenho ou no texto que. o tor-nassem obsceno; isso, porém, "ao-foT-dadocomo motivo da circular e nem allegado naciccão.

Sem necessidade de examinar si a circu-lar offende o preceito constitucional consi-gnadn no art. 72, § 18, da Constituição, Fede-ral e os dispositivos dos arts. 189 a 195 doCódigo Penal, é facto que fez ella indev daapplicação do direito vigente, segundo intel-figencia da própria Direciona dos Correiosanterior á sua expedição, lesando duetosdo autor. E, assim, não pode subsistir, comobem decidiu a sentença appellada.

E assim julgam, condemnando a re nascustas.

Supremo Tribunal Federal, 17 de agosto1912 - Manoel Murtinlio, P. l. — Canuto ba-raiva, relator.-M. Espinola, vencido.-André Cavalcanti. - Oliveira Ribeiro.-AmaroCavalcanti. - Leonl Ramos, vencido - Godo-fredo Cunha, vencido.-Fm presente.-Mum.Barreto.»

N 1 925 —Vistos, relatados e discutidosestes'actos de appeilação eivei, ex-officw,interposta pelo juiz federal da 1» vara desteDistricto, da sentença de fls. 40, que julgouprocedente a acção summaria especial ínteii-tada por Alfredo Velloso, proprietário e di-rector do periódico O Rio Nit, e annullou acircular do director dos Correios, de 21 demarço de 1910, na parte que prohibiu aexpedição e distribuição do mencionado pe-riodico, asseguraiido-lhe o direito de livrecirculação nas repartições postaes desde que,preenchendo as demais disposições regula-mentares, não offereça exteriormente pa-tentes obscenidades: .

Accordam negar provimento a appeilaçãoe confirmar, como confirmam, a sentençaappellada, que é conforme o direito e provados autos. -.

Não procede a arguiçao de incompetênciada acção, proposta nos termos do art. 13 da

ACÇÃO ORDINÁRIA

Autor Alfredo Velloso, proprietário do«Rio Nu»; ré, a União Federal.

« Sentença-Alfredo Velloso pede pejapresente acção ordinária que seja a UmaoFederal condemnada a lhe indemnizair os

prejuízos, perdas e damnos que tem soff do.ora a indébita prohibição, feita pe! laMdo director geral dos Correios de 21 de marçode 1910, da distribuição.e expedição nasrepartições postaes do periódico «O Rio Nu»,de que é proprietário e director. Na sua contestação, sustenta a ré a leg.tin dade do ac oimpugnado por entender de se ti atar de uma

^Vlst-s3 eavidamente examinada |provas e razões produzidas por ambas as

partes:

q-,-*-*_*__

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:6=SÜS MO RIO NUM 9 de Maio de 1914

w

Considerando que por sentença de 5de agosto de 1910, na acção proposta peloautor para nulUdade da referida circular,este juizo já decidiu que o art. 5 u. 5 dodecreto n. 7.653, de 11 de novembro de 1909,que regulava os Correios da Republica, deter-minando não expedir nem distribuir essarepartição desenhos c publicações obscenas,só se podia referir ás correspondências comobscenidades exteriormente visíveis e não asresguardadas por envoltórios e cintas ouapenas dobradas e amarradas de modo a nãopatentearem semelhante contendo sinâo depoisde abertas e examinadas, além de que a ci.-cular em questão nem se limitava siquer aosexemplares do periódico do autor que revés-tissem no conceito do director o caracter deobscenidade, mas condeninava de antemão cindeterminadamente toda e qualquer ediçãoindependentemente do que pudesse de futuroconter ;

Considerando que o Supremo TribunalFederal, confirmando a alludlda sentença poraccordão de 17 de agosto de 1912 na appel-lação eivei n. 1.925, accentuou ter a circularfeito indevida applicação do direito vigentesegundo intelligencia da própria Directoriados Correios, que até então expressamenteincluía nas tabellas postaes O Rio Nú;

Considerando que o acto administrativoem questão, impedindo a circulação do jor-nal do autor fora desta Capital, aonde licouapenas circumscripta, causou-lhe considera-vel reducção de tiragem e venda, como affir-mam unanimemente os peritos, inclusive oapresentado pela ré, no laudo de fls. 53 a 56,prejuízo aliás que o Supremo Tribunal impli-citamente também reconheceu no seu citadoaccordão : «...é facto que fez ella (a circular)indevida applicação do direito vigente, se-guiido intelligencia da própria Directoria dosCorreios anterior á sua expedição, lesandodireitos do autor»-, e

Considerando que é principio assentadopela doutrina e jurisprudência, e consagradoaté de modo expresso entre nós em diversasdisposições de leis e decretos, que o Estadoresponde civilmente pelos actos dos funecio-narios públicos que no exercício e por forçade suas funeções lesam direitos de terceiro,cabendo-lhe, de accordo com o art. 82 daConstituição, a acção regressiva contra ellespara haver o que tenha pago pelos seus abu-sos e omissões:

Julgo procedente a acção proposta parao fim de condemnar a ré a indemnizar o autordos prejuízos, perdas e damnos que se liqui-darem na execução.

Na fôrma da lei, appello para o SupremoTribunal Federal,

Rio de Janeiro, 6 de abril de 1914.—Raul de Souza Martins.»

msmi S©?

Diz Tobias — Vês aquella ?E indicou-me a linda Annette.Pois, meu filho, eu já fiz nellaUm excellente... miminlio.

PONTO.

/¦"Kmi/V CONTOS RÁPIDOSLinda collecção de contos rápidos a

300 réis cada exemplar com uma bellae suggestiva gravura impressa em papelcouclic.

Os dez primeiros desses contos inti-tulani-se : O tio empata, A mulher defogo, D. Engracia, Faz tudo..., A ViuvaAlegre, O menino do Gouveia, A Pulga,O Correio do Amor, Dolores c FamiliaModerna, constituindo uma preciosabibliotheea de leitura rápida e... esti-mulante.

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Pedidos, acompanhados das respe-ctivas importâncias a

A. VELI.OSO gri'Jjn 21S, Rua do Hospício - Rio de Janeiro nm

mmm-- m

Úà^ÊãillÊMÚLNa zona chie

Contou-nos a Laura da zona João Cae-tano certas coisas da Julieta B. Quadrada dazona Cattete 106 com um soldado, o quemuito breve publicaremos.

Não seria melhor que você, sua func-cionaiia, arranjasse os 160 fachos e fossepagar o que licou devendo á Laura ?

•ts" A Paulina da zona Avenida Passos12, depois que abandonou o tenor do «SãoPedro» por saber que elle tinha dona, agar-rou-se ao chauffeur Fitinha, não lhe dandouma folga.

Agora é gazolina na frente e recebedoratrás !

¦w A Sarah da zona Luiz de Camões 39anda indignaria com o Dunga, «croupier» dos«Zuavos» por ter o agaloado descoberto asua correspondência com o menino Aryquando elle se achava em Minas.

Em represália, o «croupier» arranjouuma mulata cotuba na zona estragada, aqual é assidua freqüentadora daquelle Club.

Será por isso que a Sarah, apezar dospedidos, não vai á zona Maranguape ?

'«-• Queixa-se a Caraboo da zona Memde Sá de que a Maria Pellanca empenhouuma saia delia no alfaiate.

Será possível, sua Pellanca, que vocênão tenha cinco fachos para ir buscar a dita?

ifír Anda fazendo concurrencia ás func-cionarias da zona Mem de Sá 54 a vovóRomana, principalmente nos trabalhos doblbelot e línguas vivas.

Livra!ns" Então, dona Laura, a Julieta B. Qua-

drada lambem se chama Dagmar e tem oappellido de Dondon familiarmente ?

Você sabe coisas do arco da velha, masnão sabe que essa funccionaria anda a todo opauno a desencaiiiinhar a Alzira Portuguezapara cila ir morar na espelunca da zona Cat-tete 106?

•tar O Accacio, desde que deixou a velha,agarrou-se a uma portugueza de cabelloscortados da zona Mem de Sá.

Então, seu agaloado, a velha queriaarame e você foi sahindo de barriga ?...

*9 Certa portugueza muito conhecida nazona Lapa está tomando lições de clarinettacom o Eduardo no Passeio Publico.

Queira Deus que isso não de numa sériaencrenca 1

ns- A Jeiniy da «Pensão Lapa» passoupor dois mezes a sua freguezia á Lazarette,a qual pronielteu á sua camarada que nesseespaço de tempo, apezar de ser velha, tem féem arranjar o arame.

Mas, apezar disso, o Arthur da zonaCarioca disse que não vai p'ra fita, que nãopôde mais ser marchante !

.Ts- No domingo ultimo a Beatriz Camões,acompanhada da Adelaide,Maioral da casa dercndez-voiis da zona S. Pedro 112, de tunanegrinha e dois zinhos, foi ao «Ideal» edurante a exhibição das fitas aproveitavapara conversar com dois zinhos que a boli-navam.

Que nos diz a isto a Adelaide ?iw A Odette Bruzundanga da zona Ria-

chtielense deve estar a estas horas com umnariz de palmo e meio por ter alguém dequem ella fez intrigas conseguido fazer aspazes com o agaloado tenente.

Toma vergonha, Bruzundanga, e trata deimpingir o teu blbelot aos viciados de máogosto !

LINGUA DE PRATA.

Licor TibainaO melhor purifica-— dor do sangue —

GRANADO & C. - Rua Io de Março, 14

(gOlA-TORZE VERSOS DE PÉS QUEBRADOS)

Dosdé-o.mtjrnento em que te vi, «Senhora»,Qpiiieii pótiijjí coração doido d'amor ficouE apaixonado, louco, eu já sou agora,AmarTdtrté', como jamais, alguém te amou !

Já preso aos teus encantos mil, estou,Como aos férreos grilhões, o prisioneiro está.E como o pobre caminheiro, eu vou,Buscando a terra promettida, já.

E' que o amor, que te dedico é loucoE vai meu coração tornando pouco a poucoA's tristíssimas condições dum feio mico I

E' que tornei-me teu escravo, quandoCom graça infinita, te vi, lavandoAs bordas carcomidas dum... penico 1

MAS D'AZIL

MM W-•?-liou úm Ia Mod Grande deposito de calçados, poratacado e a varejo. Calçado na-

cional e estrangeiro para homens, senhoras

e crianças. Preços baratissimos. Rua da Carioca n. 80 - Telephone N...3660

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9 de Maio de 1914 )-( O RIO NU )-(

Mi MM" ? ~1

iM 1 |(f abaria,

Existe na zona Cachambv um «amou-drongado» Manoel Vendeiro que julga quetodas as mulheres são avaccalliadas como as«titias» ou como a noiva do «sócio da ta-berna»!

Qualquer dia este «mondrongo» meye-rense, entrará numa sova mestra, que lhedará alguém que ii «trunfo» naquella zona eque so anda á espera de pegar esse esbróguea dizer graçolas á sua «querida».

Ahi é que o «mondrongo» perderá detodo a tal celebre «esperança» e tomará ver-gonlia, indo cuidar da familia.

Marreta não é graça !ts?' Porque será que uma «noiva» que

vive cíí, tão socegada, deixa que o sócio dofuturo lhe dê beijos e lhe aperte os seios ?

Vá, seu «mondrongo de Cachamby», res-ponda.i*3' Já teve o desfecho que era de espe-rar-se a tragédia da rua Aurelia,passada em¦casa duma casadinha fiteira.

O mano comeu a isca de uma pequena,deu-lhe serviço e agora apparece de menage<i trois '.

Depois quem comeu nào fui eu !,rs' o seu Álvaro Cunha, pirata rei do

Engenho de Dentro, arranjou com a Luzia do¦83, um produeto do quem de dois tira umficam... tres !

**" O Lydio «estragou» o lindo bisaiitè,da Maria Cuspideira,

Quem a mandou cultivar o supremo gôso¦de cavar p'ra dentro, D. Maria ?Agora, fo.. .mente-se I*& O «Saia-grande» da arrecadação não

matou no castello do Flores a galante viuvi-nha A. A. por causa da irmã menor I

Mal sabe o pirata que a cavada era pretasi elle conduz a pequena ao matadouro '¦*|9 o Armênio não passou pelas armas

o José Moleque.O Flores teve medo que o pequenodesovasse I.'' O Sayão ainé e o Alberto Arantes

deixaram de carregar crioulas para o Campodo Cachambv Foot-Bal Club.

Eram bolas negras, mais fáceis de sbootare assim eram goals na cerla, não, seuszinhos ?

Sabem o que seria melhor?Irem ns dois fazer... meias !¦*: A ccvacca-brava>. Alzira bebe só ares

pelo acarteiradn Paulo !O «abaixadinho chapeleiro» da rua Lu-

cidio Lago desfolhou ha ..dias» na ruaTenente França, entre «silvas», uma rosarosea!

Que bella fita 1•ti" Anda com vontade de soltar a casadi-

nha do 20 da zona... o celebre carteiro desapatos brancos.

Diz elle que o editor responsável é umafreira !

.*"¦' O Isidoro já não brinca mais comtetéas, pois a única que tinha o Fausto dasLoterias tomou-lh'a.

•*-*' Ha já algum tempo que não vemosjuntos o «chapeleiro» e sua rosea «rosa».

Já teria o mulatinho dado o suite"i Res-ponda ó loita creatura.

*'~ Quem será actualmente o arclicr daErcia?

O Filardi ou o Annibal?

CORRESPONDÊNCIA

Collecção amorosa

Álvaro Cunha — Pode mandar, desde queseja verdadeiro o assumpto. Cá estamos áespera.

Falcato — Então, onde está o que nospromettéu ? Mande com urgência.

Annibal—A Ercia ? Pergunte ao RaphaelFilardi. Elle, com certeza, sabe.

. M; """A

PIRATA MOR.

Até a presente data, consta esta collec-ção de romanceies editados pelo Rio Nude 4 volumes: n. 1, Amores de um Frade,picaresca historia de frei Ignacio.um san-turrão que soube gosar o que de melhorexiste neste inundo— o amor; n. 2, Noitedc Noivado, em que são narradas as peri-pecias de um noivado em que a noiva étão escovada como o noivo ; n. 3, Mada-me Minet, deliciosa narrativa da vidaamorosa de uma mulher viciada, em queella, afinal não leva a melhor parte...e n.4, Casta Suzanna, extravagante historiade uma donzella, que só deixou de o serdepois de haver provado o amor por va-rios modos que não compromettiam asua virgindade. ¦. —Qualquer desses volumes, que se ven-dem juntos ou separados, á razão deSOO réis cada um, constitue uma lei-tura amena, muito recommendada aosenfraquecidos de todas as idades, não sópela linguagem altamente excitante emque elles são escriptos, como tambémpelas lindas esuggestivas gravuras queos ornam e que são mesmo de fazer re-suscitar um defunto. —Os pedidos do Correio, aos quaes de-vem acompanhar mais 300 réis para oporte de cada livro,devemserdirigidos aZe\. Valioso - m D0 H0™ "¦2,BRio de Janeiro

A collecção completa será enviadaa quem a pedir envian-do a quantia de 3$OO0.

Ella —Cavalheiro, eu tenho necessidadede um homem que possua uma grande fortuna.

Elle — Pois venha commigo e verá comolhe agrada a grande fortuna que tenho...

Folhetim do "Rio Nu"

FLAVIO DUVAL

CASADA E VIRGEM}\__ Historia realista de um homem ^^

como ha muitos

iConheces aquella mulher que ali vai?

E' encantadora!Chama-se Regina, tem 23 annos e é

¦casada com um velhote de 60.Pobre marido 1Menos essa! Feliz marido.Como 1Apezar dos pezares, Regina é mais

honesta que a Suzana da Escriptura. Pôderuminar o seu desejo, pôde maldizer a horaem que casou com o estafermo do Barbalho,pode ter os seus vicios solitários para mode-rar o seu temperamento de fogo, mas nãoescorrega nem a páo. Eu que o diga.

Ah ! já lhe andaste nas águas ?Um mez inteiro.E o resultado ?Metteu-me o guarda chuva na cara.

Não soubeste fazer o negocio...Ora...

Ora, não ! Para alguém conquistarcima mulher precisa ter lábia...

E mudando de tom :

Dize-me\eá.: Regina é intelligente?Intelligentissima'. Gosta de versos, lê

romances e creio que escreve para jornaes.Juro-te, Maurício, que hei de chamal-aao papo.Talvez... Toda a mulher é honestaaté a hora em que deixa de o ser. Si foresuma hábil sereia e si ella deixar-se embahirpelos teus cantos...

Emfim, Leoncio, faze pela vida. Adeus.Parto amanhã com o meu navio para os por-tos do norte e tenho compras a fazer.

Maurício chamou o garçon, pagou a gar-rafa de cerveja e abandonou a terrasse da«Castellões». Leoncio continuou sentado, acontemplar as mulheres que passavam.

Effectivamente aquella tarde de sabbadoestava deslumbrante. Parecia que, num pré-vio ajuste, todas as lindas mulheres do Riode Janeiro haviam sahido para a Avenida,afim de melhor exhibirem os seus encantos.

Mas entre aquella multidão encantadoraalguma coisa faltava. Leoncio sentia algo devasio, não encontrara ainda o seu ideal, amulher que esboçara na sua imaginação ar-dente de artista. Não havia duvida que mu-Píeres arrebatadoras havia naquella multidãoque cruzava as ruas, mas faltava-lhes a do-cura no olhar, a harmonia na voz, o lie deagradar. Umas eram vaidosas de sua própriabelleza, caminhavam de fronte erguida, cren-tes de que pisavam corações ; outras eramsimplesmente ridículas, medíocres, futeis.Leoncio não amava a «estampa» ; desejavao ouro sobre o azul, buscava a perfeição.

Levantou-se. Começavam a cahir unspingos grossos de chuva.

Uma nuvem prenhe d'-agua, impellidapelo vento que soprava da barra, fazia aquel-le contraste, empanando por minutos o brilhodoirado do sol, salpicando as toilettes daslindas promeneuses.

E,para livrar-se daquella chuva inoppor-tuna, penetrou na «Castellões», sentou-se auma das mesas e pediu ao Moreno que oservisse. Para matar o tempo, emquanto aospequenos goles saboreava um vermouth, abriuum volume de versos que acabava de serposto á venda no Garnier.

De repente Leoncio estremeceu. Reginaacabava de entrar em companhia do maridoe postara-se diante delle, na mesa fronteira.

Era realmente linda, de uma cor mate,fôrmas bem moldadas, lábios de coral, den-tes de pérolas. Lembrava uma estatua grega.Pouco depois, uma outra senhora chegou,clara como os mármores, loira como umtrigal. Vinha só, trajando de preto.

E, ao lado daquella mocidade em flor,como um verme, destacava-se a figura ras-teira do Barbalho, do marido de Regina, todode claro, com um chapéo de palha á cabeça,flor ao peito, como um boneco de cheiro '.

Que supplicio o daquella mulher ! Casa-da com um idiota, com um pax vobis e ho-nesta !

Decididamente aquillo não podia ser as-sim. Elle, o poeta, o jornalista, iria empre-gar toda a sua astucia para apertar nos seusbraços aquella carne que jamais palpitara deamor nos braços de um amante. Regina seriasua, inteiramente sua, muito embora hou-vesse de arrostar os maiores perigos!

(Continua)

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)-( O RIO NU )-( 9 de Maio de 1914

CARTA DA ROCA

Meu cumpadre H. Ramon, — Riacho, 30d'Abri.— Meu prasê é qui vá bom pru essasbanda da hi.

Cá tá tudo, com penara da usença divolsinicê, sua tia, o Mane cura, minha fia e amulhe.

Pró que não tem iscrivido pio nois lododa famia? Será prõ stá biirrecido ou prô móda carestia ?

A qui tameii tá ruimsinho ; dinheiro foitudo apique. De pape, uem um tiquinho, sóa cobre, e nique, nique.

Si meu cumpadre vinhece outra veis cápro Riacho, tarveis já iiuni cunhecesse o ga-do do Zé Camacho.

Tem cá, gado di pagode, e bicho di todaraça ; Vaca, galo, cabra, bode, égua, burro ecaos di raça.

O cachorrinho é da lia, e a vacca é damulhe, a égua, de sua tia, o burro di seuMane.

Tem cada um da famia um bicho prasin tertê, mais o cachorro da fia é qui faisgosto si vê.

E tá tudo ao seu dispo pra vois mecê siservi, seije lá quilo qui fò que quisc é sópedi.

Si alembra do roçadinho, que Quinota ea Sirvana íiséro inscundidinho junto ao pédos pés di canna?

A pois hoje, nem cunhuce a fremosagricurtura, cada veis mais coisa crece, frutiçae muita veldura.

Jaca mole, cajá manga, laranja, lima,goiaba, saputi, cajii, pitanga, araçá e jaboti-caba.

Tem coisa como diabo qui tá paressen-do agora, até já grellou os nabo e os tomateia di fora.

Nóis temo pra si muda pra riba mais doRiacho, de serra acima pra lá, mais pra cáde serra abaixo.

Fica logo ao pé da qui, pra cá, da pin-guela instreita, a esquerda quem vem da hiquem vai da qui a direita.

Si o cumpadre a resorvê a vortá pró péda gente, é só mi manda disê pra mó deufica sicinte.

Cu isto vou termina estas linha abone-cida, é favo nii á discurpá deistas coisa temcumprida.

Aceite um bandom di beijo de tudo cádo Riacho, efricidadc deseijo.

Seu cumpadreZE' CAMACHO.

CJ-$12_;ERI__1F_. iuiE tíSTSilLOS

Curioso —De facto, foi como diz. Osdois estavam para desembarcar quando en-trou o tal frade mettido numa capa de bor-racha. Quando este sahiu elles entraram adiscutir porque nenhum queria ser o primei-ro a vir para fora. Como um delles era você,pergunte á sua mamai que sabe a historiamelhor que nós. Ella com certeza conheciao tal frade.

Diva —Ora, minha senhora, deixe-se defitas comnosco 1 Então não sabe mesmo osignificado das taes palavras ?!

O máximo que pôde ser é a senhora«não ligar o nome á pessoa», mas lá conhe-cel-o, conhece. Em todo o caso, si quizersaber praticamente,cá ficamos ás ordens.

IGNORANTE — Depois que o «Rio Nu»iniciou a sua bibliotheca, magistralmente es-colhida entre os mais abalisados escriptores,especialistas na matéria, somente faz papelde burro, de lorpa, diante de uma mulherquem fór brocha até o dedo grande do péou tenha nascido para... para tomar outra

posição no mundo. Compre os livros citadose inslriía-se.

Caraboo—Muita hygiene.lavagens cons-tantes com algum desinfectante, applicnçõesde uni cauterio e suspenda a Irouxa ao talmaridinho. Quanto á historia do resfriamentoapanhado por ter posto os pés no chão de-pois d'aquillo, é lorota que não gruda. Elleque conte isso a outro. Os taes resfriamentossó se apanham nos logares próprios quandoa zona não eslá perfeita.

JOÃO DURO.

O ÉmmpÉio

»»_J -a"!?

Quero saber quem é essa mulher queestá ahi !Não tenhas ciúmes; é uma rapariga

que, sabendo que estou fraco do peito, veiutrazer-me um frasco de Peitoral dv AngicoPelotense. . .

Leiam A VIUVA ALEGRE — contorápido N. ). Preço $300 pelo Correio $500

@ -§>írJES©iI^,?lÇA. 3

Ao Eugênio...

Loira, formosa, adorada,Mão de setim, pequenina,A fôrma rara e franzina.A' noite ao muro trepada...Toda tremula e exultada,Fala co'o seu namorado !E este também exultado,Quando está já muito duro,Mais ligeiro escalão muroE por ella é consolado !

Noutro dia a vi — mortaes —A' clara luz do luar,O «felizardo» a beijarOs lábios seus divinaes !E ella sorriu, pediu mais,Depois de ser acalmadaCo'uma daquellas —coitada —Já deve estar muito velha,já deve eslar muito amargaEsta fructa desejada!

Oh ! graciosa Neréa !Oh ! minha nymplia gentil 1Propalam por esta terra,Que já te beijaram mil !

AV1EN.

Aa. Flores.

Era uni delírio louco, aquelle 11 mor dnAllaír pela linda (iraziella .'

A principio, apezar do rapaz cercal-a deamorosos carinhos, de procurar estar a seulado, a galante pequena parecia não dar pelaloucura daquelle amor, mas decorrido algumtempo começou a notar que o AltaTr era umformoso rapagáo e acabou aiiianilo-o com ti,-das as veras da sua alma ardente e moça.

Graziella era uma garrida criança dequinze annos, loura como uma filha da verdeErix, de olhos azúes e sclsinado.es, bocasensual e amorosa !

Era linda e quando andava parecia pi-sar corações, com aquelle bombolear adora-vel dos quadris roliços !

Tinha meneios gracís de gatinha amo-rosa !

AltaTr era 11111 rapagão moreno, pescoçode louro, músculos fortes e eslava ua pu-jança dos dezoito annos, época em que oamor não conhece obstáculos, nem respeitabarreiras 1

Os beijos e as ternas caricias amorosas,que de instante a instante trocava com a sualoura amada, punliain-lhe lavas ardentes desensualismo na alma, e quantas vezes o po-bre AltaTr não teve que sacrificar aos arrou-bos de seu temperamento csquentadiço e aosÍmpetos do seu ardoroso amor... um defen-sor da Pátria !!

Agora, vivia o Allaír obsedado pela idéade colher, entre beijos e caricias, as primi-cias daquelle lindo amor!

Alas... o diabo era que o negocio chei-rava a pretoria e o AltaTr nào desejava sacri-ficar a sua liberdade tão cedo assim.

Passaram-se alguns dias, até que o rapazachou solução para o caso.

O mais difficil era a rapariga ceder,moiiologava elle, mas quem ama não conhecesacrifícios !

E, enchendo-se de coragem, propoz ásua loura amada a sua nova arte de amar.

Ella a principio recalcitroti, mas acaboucedendo, porque muito amava o Altair.

A' noite, sósinhos no jardim, entre beijosloucos, dirigiram-se para o qiiartcr-dTr-jarüi-"dineiro, (o Manoel Riveira, que pedira aoConimendador Barradas, pai da loura Gra-ziella, uma licença, e que por esta razão seachava ausente).

Chegados que foram, depois de trocaremmil e uma caricias 110 meio dum turbilhão debeijos, e quando, louca de amor, Graziellaachava-se poderosamente excitada, AltaTrcollocou a sua bem-amada na posição maisapropriada, sacou o formidável tampão comque tão bem o dotara a natureza e entre gri-tinhosde dor e gemidos ternos e sensuaes, ofoi empurrando, pouco a pouco, com requin-tado carinho 110 rosco e perfumado bisattté dasua amada 1

A principio a pequena pareceu soffrerum pouco a iutroducção daquelle formidável«corpo estranho» por mures nunca dantesnavegados, mas depois, já poderosamenteexcitada, louca de prazer, entregou-se todaaquelle delirio de amor 1

Quando emfim, já exhautos por aquellabatalha amorosa, o AltaTr ia retirando-opouco a pouco, foi com uma poderosa salvade bombas que aquelle roseo e perfumadoliisautc prestou homenagem ao formidável«tampão». ..

MAS D'AZIL.

Leiam

N. 7 dos Contos Rápidos — 300 réisLeiam o N. 10 dos Contos Rápidos— Fa-

milia Moderna e verá o resultado !...

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9 de Maio dc 1914 a )-( O RIO NU )-(

\ «L» Regras de civilidade

JÈCDComo

o presente numero deste periódicoé de aniiiversario, aqui damos as principaesregras que devem ser observadas nesses dias.

CDNunca se deve, por exemplo, perguntar a

uma senhora quantos annos lem e sim iuter-rogal-a por algum destes modos :' _ O' Aquella, você ha quantos annosbebe água de bruços?

'Meu bem, abre a cancella que euquero ver em que muda estás I

CDEstas duas phrases somente se applicam

a senhoritás; para senhoras usam-se estasoutras , !-l ¦

Dona. Candocas, quando chegou oultimo paquete ?

Ou então .Dona Miquelina. seu marido ainda

chupa canna deitado de bruços?CD

Em se tratando de algum cavalheiro, apergunta é está :"—

Seit Coisa, você quantos annos estadevendo ás minhocas ?

Ou então esta outra, que c o nec-pltts-ultra da moda :

Seu Zebedeu, ha quantos annos seupai entrou para a confraria?

CDAs pessoas cujos annos se festejam tam-

bem devem ter palavras estudadas.Por exemplo: quando recebem uma mani-

festação e assim que o orador comece odiscurso devem interrompel-o desta maneira:

Bom ; o bestialogico fica para depois.Agora ponha de fora o troço que traz.

CDNo final de um brinde é sempre gentil o

amiiversariantedizeraoconviva que o saudou:--- —TWtmTTfjêm, seu Guedes, você espre-

meti-se bem e obrou melhor!Tambem se pôde, com toda a elegância,

dizer: . , ,,Bravos ! Que bestunto tem você I Empoucas phrases vomitou asneira p'ra burro I

CDA actual e popularissima phrase para

iniciar brindes em grande voga no inundoverdadeiramente smart europeu é esta :

Ergo, neste momento, esta taça cheiada mais reles zurrapa para saudar o typo (outypa) que se chama...

PETRONIO.

CAMISARIA AMAZONA

COLLECÇÃO DE FOGO

Consla esta primorosa collecção de cin-co álbuns de vistas, contendophotographias tiradas do natural e porisso mesmo expressivas, instruetivase... aperitivas. — A collecção completa representa 40posições diversas, com as respectivasexplicações e constitue o mais prodi-gioso tônico para levantar organismosdepauperados. — — — —Os álbuns são numerados de 1 a 5e vendem-se em nosso escriptorio a Is*»cada um; os pedidos feitos pelo Correiodevem vir acompanhados de mais SOOréis para cada álbum, quando encom-mendados isoladamente ; para recebera collecção completa (os cinco álbuns)basta mandar a importância dc seismil réis. — — —Os pedidos de fora, que serão prompta-mente attendidos, devem ser endereça-dos, com as respectivas importâncias, a—A Vrill**,-. RUA DO HOSPIDIO K. 213____ ve-Utfau - Rio __ janeiro

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J

«Precisa-se de uma cozi-nheira, que lave algumas peçasmiúdas; na rua etc.»

(Do Correio da Manhã).

E tudo torto no mundo,Nunca vi coisa com geito,Eu assim mesmo o acceito,Porém fico furibundo;Sempre da pancila o fundoAs cozinheiras lavavam,Nunca mesmo se prestavamA fazer outras limpezas;Si acaso lavavam mesas,líisso mesmo não gostavam.

Tu, progresso, tudo mudas!lá querem que a cozinheiraSeja tambem lavadeiraDe algumas peças miúdas;Passa a lavar as graiídasE. da patroa o corpinho,E assim por esse caminhoVai indo a pobre coitada,Até que diga, ennojada: —— «Mais não lavo s'ett cozinho'.»

...a Manuela Gallinha fazendo fitas como Jayme...

.. .a Didi contando que deu uma facadano Aiy...

...a Helena Olho Grande, procurandofazer as pazes com o seu filhinho Felix...

...a Rozinha Pata Galada presenteandoa Aurora do «Chopp» com a fazenda que-bifou da Maria Boca de Arraia...

.. .a Julieta B. Quadrada da zona Cattete106, agarrada com um charuto na Avenidf.Rio Branco..,

...a Paulina da zona Avenida Passos,agarrada aocto/fei/rFitinha, na zona Carioca...'

...a Sarah da zona Luiz de Camões,satisfeita com o regresso de Minas, do meninoArv...

.. .a Marietta da zona Marrecas, promet-tendo dar o seu bibelot a um caixeirinho...

VÊ TUDO.

Tônico JaponezPara perfumar o cabello e destruir as

parasitas, evitando com seu uso diário to-das as enfermidades da cabeça, não hacomo o Tônico Japonez—Ruas: Andra-

-das^-a-^-e -Hospid.Q^_i6.4_e_^6^

BOLSA DE OURO

CHAPA SEMANAL

A casa que maisbarato vende

Artigos para corpocama e mesa

Camisas, -ollarintios, punhes, ceroulas. meias

camiselas, lençâes, fronhas, toalhas pararesto, guardanapes, saias, fie.

— Preços baratissimos —

77 - RUA DA CARIOCA - 77

Está á venda-A PULGA—Grande suecesso da nossa esplendida collecção.

Terça-feira, 12 do corrente, ás 2 \\1 da tarde

324 — 2*

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___ « ^^ j!417-20-319 553-55-856 790-89-291 ||

160-59-S57 184-81-382 701-04-802 |DEZENAS

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07—77—41—12—69—38—23—52—67— 29-21 I fCENTENAS j |

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300 — Ul

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Bilhetes a vencia sem toda as casas loterleas ___

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:10 = )-(0 RIO NU )-( =^]JD 9 de Maio de 1914

Acabam de aparecer as novas edições dos livros:

Hypnotismo Áfortunante e MedicinaDo Dr. J. LAWRENCE

ModernaPrincipaes capítulos do livro Hypnotismo:

Como reconhecer o estado de receptividade ousensibilidade, ou as pessoas que podem ser hypnoti-zadas. Sugestão sobre si mesmo. Sugestão sobre ou-trem. Sugestão da muzica. Como lazer falar o in-dividuo hypnótizad.o; Como hypnotizar várias pessoasao mesmo tempo. Como produzir e cessar a catale-psia. Como hypnotizar em somno natural. Comohypnotizar crianças. Como fazer com que um ra-pazinho seja obediente e se aplique ao estudo. Comohypnotizar por telefono, telégrafo, correio c fonó-grafo. Como hypnotizar os animaes. Como hypno-tizar em distancia. Como despertar da hypnoze.Meios de descobrir os líypnotizadores criminozos eneutralizar sua acção. Observações sobre a hypnoza.

.Como adivinhar pensamentos. Como, pelo desen-volvimento da vontade, se pode ficar rico. ComoaumentaT a memória. Meios contra a cãlvicie, caíTt-cie, rugas, verrugas, manchas, gordura, magreza,surdez, fraqueza de vista, deformidades, etc. Comocultivar a felicidade. Maneiras de ter accéssq numemprego. Maneiras de exercer poderoza incitação su-gestiva no trato social, facilitar a acção da vontade edo esforço, ser bem suecedido num discurso ou en-ti ..vista difícil, aprezentar-se .a pre.spectiva duma pozi-ção conforme vossas aspirações, atrahir o dinheiro,conseguir boa venda de. mercadorias, fazer crer nasvossas idéas, fazer com que vos paguem, tornar-vosamado, e conseguintementé facilitar vosso consórcio.Condições moraes de que carece a mulher para seramada. Hypnotização de alienados. Seducção por meiodo hypnotismo. Por sugestão um indivíduo julga-seoutro e pratica actos como só os saberia praticar esseoutro. Por sugestão, um indivíduo acuza-se falsamentede ter assassinado sua mulher. Execução de váriosactos sugestionados. Tomando, por sugestão, umapessoa por outra. Julgando, por sugestão, ser impera-dor. Julgando, por sugestão, ter comido e bebido far-tamente, chegou a ter indigestão. Um rapaz sem dotes,captivantes fez, por sugestão, com que aquela que o

«t ¦

desdenhava, o achasse o mais belo c virtuozo dos ho-mens, e, assim induzindo-a, fez dar-lhe preferenciapara cazamento. Uma senhora consegue, pelo hy-pnotismo, desviar de outra o amor do seu espôzo.Um rapaz reconquista, por influencia do seu pensa-mento, as atenções da sua namorada. Exemplo detriunfo na vida pela sugestão da própria condueta.Orientação filozoíiea.

Principaes capítulos do livro Medicina Moderna:O tacto medicai é como fazer o diagnostico sem

nada perguntar. Aparelhos e modo de aplicação daelectricidade medica: correntes galvanica, faradica,sinuzoidal, e alta freqi.eneiaj-endoseopia^-inotberapia,-electrolize, cataforeze, gal.vano cáustica, electro-iman-lherapia, banhos de luz e de calor, êlectro statica,correntes de Morton, ozonotherapia, raios X. Doen-ças em que a electricidade é aplicável. Como montargabinete electrico, Hygiene, Hydrotherapia, Massagemmanual e Vibratória. Tratado completo das moléstiascom a sua descri pçãò e suas.fôrmas de tratamento,não só por electricidade è massagem, mas ainda, eprincipalmente, pelo magnetismo e o hypnotismo, aoalcance de todos, porque, sem necessidade de reme-dios farmacêuticos, cada um poderá simplesmentecom as instrucções deste livro, fazer os tratamentosem si mesmo e na sua famiiia, servindo-se apenas dassuas mãos, isto é, do magnetismo animal.

Cada livro tem 400 paginas emgrande formato e numerozas gra-vuras.

Brochura 10$000 - Encadernado 125000Os pedidos pelo correio devem ser dirigidos com vale postal a

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N. 6 — O Menino do Gouveia

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