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Anotações Referentes a Disciplina de Epistemologia das Ciências Sociais (Arlys Jerônimo de Oliveira Lima Lino Carneiro) Resumo da aula publicado pelo estudante e publicado na net como ato solidário, para quem venha a pagar disciplina semelhante,onde o tal documento servirá como uma noção previa do que poderá ser abordado em sala de aula. O resumo foi publicado sem que estivesse havido a revisão do texto, então ignore todos os tipos de erros de digitação proveniente do arquivo em anexo. Texto interessante para quem vai pagar a disciplina, principalmente em nível de mestrado e doutorado.
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1
ANOTAÇÕES REFERENTES AO QUE CONSEGUI CAPTAR DA
DISCIPLINA DE EPISTEMOLOGIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Resumido pelo Arluno Arlys Jerônimo de Oliveira Lima Lino Carneiro
professora Verônica Tozzi1
Definição de Epistemologia:
A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do
conhecimento, e também é conhecida como teoria do conhecimento e
relaciona-se com a metafísica, a lógica e a filosofia da ciência.
A ciência busca interpor considerações ou teorias a partir da experimentação,
dedução ou indução,e não meramente do que se acredita ser.
DIA 18/01/2016
Contextológico:
Serve como instrumento para reconstruir a argumentação cientifica. Há 3instância
do argumento lógico na argumentação científica :
1 Os direitos de algumas imagens de slides pertencem totalmente a professora da disciplina, não sendo,
sob hipótese nenhuma, idéia minha, tentar usurpá-los.
2
1- A questão da justificação do conhecimento científico;
A instância pela qual se põe s prova a teoria cientifica, onde se faz as contratações
da teoria comsentido lógico inerente a ela. Confirmando, falseando, justificando e, por
conseguinte, refutando.
2- A explicação científica com racionalidade lógica;
Uma explicação científica é racional quanto possui alguns pré-requisitos:
racionalidade e correção lógica de uma tal explicação. Pois uma explicação cientifica
nada mais é do que um raciocínio lógico explicativode um fato ou contexto. Se esta
estrutura lógica não poder ser construída, não há ciência, todavia mera especulação.
Há só dois tipos ou modelos de explicações cientificas, aceitáveis, corretas cientifico
- logicamente. Que dependem do tipo de lei que apóiem a tal explicação.
Se a explicação, ou explanação2, que visa explicar casos particulares e não teorizar a
cerca de uma receita de explicar todas as coisas.
Explanas = descrever leis gerais3 e condições iniciais (gerais, podendo ser ou não
universais ou admitirem condições especiais (excetos).
Explanando = descrever um acontecimento
Quando há premissas focadas em lei universais, a conclusão terá que se basear
nos pressupostos de tal lei universal, não podendo fugir do contexto da lei universal.
Ou seja, uma explicação cientifica pode ser reconstruída a partir da
fundamentação nas leis gerais que regem o contexto descrito, não podendo a explicação
ser contrastante as leis que rege o sistema especifico.
P� Q (condicional), não podendo ocorrer P � ~Q
Dedutivo
Todavia, no contexto das leis gerais probabilísticas (não se assumem como sem ao
qual não pode ser [premissial]), consiste em uma lei que nos fala que a probabilidade
2 Do inglês “explanation” que quer dizer explicação.
3 Podendo ser verificada probabilisticamente. Ter cuidado com leis gerais acidentais.
[A1] Comentário: Admite a exceção,
todavia não se fundamenta na exceção.
[A2] Comentário: Se a condição for
verdadeira, sendo tal argumento
absolutamente verdadeira para o estudo
lógico.
3
de que um acontecimento C e um contexto E ocorre concomitantemente, tenha uma
proporção especifica
P(C^E) = X (uma probabilidade particular).
(Não há condicional mas sim uma probabilidade e ocorrência de eventos
simultâneos) . Neste contexto a conclusão é probabilística e não sinequa non.
Indutivo
As leis podem ser Universais ou Probabilísticas, sendo sua conclusão baseada no que
foi descrito ou exista como premissa para o contexto da investigação. O concluído tem
que ser abstraído das leis subsunçoras (subsumido). Bem como, que as leis utilizadas
sejam verdadeiras (ou ao menos que as leis não tenham sido refutadas).
A METODOLOGIA CIENTIFICA, SERVE PARA DEMARCAR O
QUE É CIÊNCIA E O QUE NÃO É CIÊNCIA.
Há um objetivo muito importante em se buscar a lógica de uma explicação, visto
que, partindo do pressuposto de que a explicação e subsunção de leis gerais (ou em
alguns casos probabilística), desta maneira, o observado poderá ser previsível. Ou seja,
uma explicação e uma previsão cientifica, possuem a mesma estrutura lógica.
Desta maneira, há uma tese de simetria lógica da predição e explicação do
conhecimento científico, explicando e prevendo o que vai ocorrer, com todas as suas
conseqüências, podendo maximizar ou evitar o evento. (concepção standard).
Livro importante: Filosofia das ciências naturais
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DIA 19/01/2016
Revisão do dia anterior:
Ontem estávamos discutindo sobre as concepções standard da filosofia da
ciência. Onde tal denominação foi idealizada por Frederick Suppe (La estrutura de las
teoria Científicas), sendo a concepção de ciência iniciada no século XX. Onde tal visão
era um intercâmbio entre ciência e filosofia, no circulo de Viena (dentre eles o
positivismo lógico, no entre guerras e mas eficiente no pós-guerra [empirismo lógico]).
Para a concepção standard da filosofia da ciência, temos que nos remontar a
Poper, no contexto da refutabilidade teórica. Sendo Poper um critico ao positivismo
lógico, para ele a lógica dedutiva seria a única valida do ponto de vista lógico –
científica.
SEGUNDO DIA:
O Empirismo lógico e o “falsiacionismo” ou Racionalismo Critico, foram
herdadas de Frederick Suppe, bem evidenciada no livro supracitado. Desta maneira
pode-se concluir que a ciência é uma atividade racional e as discussões podem ser
reconstruídas a partir dos processos metodológicas práticos e formais, racionais.
Tal racionalidade pode ser reconstruído a partir da lógica, sendo a
racionalidade cientifica uma espécie de racionalidade lógica sinequa non. Onde
esta lógica são aplicadas sobre ou nas, ou ainda, para as teorias cientificas,
independentemente da historia do descobrimento ou de quem descobriu. A lógica
foge do contexto de quem fez e se atem única e exclusivamente as conclusões e
método de abstração cientifica.
Uma tese sustentada pela concepção standard (filosofia da ciência), os temas
relativas a investigação cientifica não tem nada com o que ver com os métodos da
criatividade e racionalidade dos contextos científicos e cientista, todavia,
fundamenta exatamente nos princípios da teoria, no sentido de sua justificação. Ou
[A3] Comentário: Livro.
5
seja, se preocupa na tarefa da reconstrução lógica dos sistemas de conhecimento
(teoria científica). A analise da racionalidade sé é pertinente para a justificação de
um conhecimento (Lógica da Justificação).
A lógica pode comparar teorias rivais ponderando qual poderá ser a
verdadeira, ou se as duas são inaplicáveis cientificamente (as duas erradas). Pois as
teorias podem ser contaminadas pelos acontecimentos históricos da época em que
estejam sendo desenvolvidas, bem como nas crenças de seus idealizadores.
Uma explicação é um argumento, um raciocínio, onde o que se
quer explicar são as conclusões a partir de premissas, e a premissa tem
que se fundamentar em leis, se não as explicações não écorreta e nem
completas.
A reconstrução lógica, ela se vale de uma teoria, organizando-a, separando as
entidades observáveis e inobserváveis, hierarquizando de acordo com os graus de
generalização, conjecturando as hipóteses fundamentais e posteriormente as hipóteses
derivadas, concluída a partir das teorias fundamentais. Isto se pode aplicar a toda e
qualquer teoria científica.
Ernest Naguel (La estrutura de La ciência): Ele desenvolve cada um dos problemas
da filosofia da ciência, discutindo, grande parte as ciências fáticas. Sendo o seu livro um
manual importante para o pesquisador da história da ciência. Os dois últimos capítulos
discutem as ciências.
Em seu capitulo 13 (salvo nos material didáticos) ele expõe ou recorre à cinco
argumentos que consideram que todas as ciências deveriam lograr aos métodos das
ciências fáticas, produções de leis gerais em ciências sociais.
6
Os tipos de leis cientificas gerais são dois:
• Leis gerais universais Estritas: Onde a forma lógica que predica uma
propriedade para todo tempo e em todos os lugares, ou seja é um enunciado
condicional P � Q. Não havendo excetos. Para todo o caso, isto é isto. A
partir disto, pode-se verificar muito bem quando uma lei ou uma teoria é falsa.
• Leis Gerais estatística (probabilística): Não é absolutamente universal, todavia
visa verificar a probabilidade de ocorrência. P(C y E)=X (o x é um valor
probabilístico, não sendo “sem ao qual não pode ser”.Os fenômenos são
relativos e estão relacionados ao seu contexto histórico, tendencial -
probabilístico ou outros.
As diferenças entre os fenômenos naturais em contrapartida as fenômenos
sociais é: as descobertas das ciências naturais, não interfere em nossos
conhecimento contextualizadamente (não se conjectura nosso conhecimento sobre o
objeto côo uma variável experimental), todavia, no contexto das ciências sociais, os
conhecimentos atraídos sociologicamente são variáveis do contexto.
Experimento de laboratório no contexto das ciências sociais (experimento de
Helton Maio, administração da escola das relações humanas.
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Nas ciências sociais, de fato, não há experimento, mas sim investigações
controladas, ou seja, não servem como argumentos importantes para confirmar ou
refutar leis gerais.
Experimento de campo (comunidade natural): Uma fábrica.
8
Explicação = a partir de lei se deriva o fenômeno que se queira explicar.
Experimentação = põe a prova uma teoria a partir de leis ou criando uma lei
..............................................(pode ser por lógica).
Pode-se verificar por lógica uma teoria fracamente ou vagamente válida do ponto de
vista lógica.
No Século XIX houve uma posição entre os filósofos da ciência de queas
ciências sociais não somente deveria descrever os fenômenos sociais todavia, deveria
compreender os contextos dos fenômenos sócias, para que seja viável a possibilidades
de intervenções.
Weber e Dilthey falavam que os objetivos do estudo das ciências sociais são
diversos das ciências naturais, visto que, visa compreender os contextomeramente
descreve as situação ou fenômeno. Ou seja, no contexto logo acima demonstrado, o
que interessa não é a meramente explicação, mas compreender o sentidos (errado ou
verdadeiro [coletivamente]) cujo qual este evento poderá ter com relação a vida de seus
9
protagonistas. Desta forma, de certa maneira, as diferenças entre os fenômenos naturais
e sócias são subjetivos.
DESCARTES:A modernidade surge a partir da busca pelo conhecimento verdadeiro,
com conhecimento correto o mais certeiro possível. Milita no principio do método da
duvida, onde esta dúvida levaria a busca do conhecimento visto que, tudo o que há de
conhecido por ser questionado e não ser verdadeiro. Se tenho duvida, é porque estou
pensando, não se pode duvidar sem pensar, então só não posso duvidar do pensamento,
visto que para se duvidar tem-se que pensar.
Principio do “penso logo existo”; se existo penso, assim não posso duvidar do
pensamento, desta forma não posso duvidar da minha existência, concluindo que
se penso logo existo indiscutivelmente.
Nos contextos verificados, há métodos distintos para as ciências distintas, ou
seja, a experimentação das ciências naturais não são aplicados, viáveis e possíveis
10
noscontextos das ciências sociais. Pois nas ciências sociais, todos são sujeitos e não há
objetos, ao contrário dos fenômenos naturais que são sujeitos de pesquisa.
11
12
As inferências por analogias não podem ser provadas, um exemplo disto poderia
ser tentar descobrir o que se passa na mente de uma pessoa, pois todo o considerado
deverá ser feito através de analogia, pois, ninguém, alem da própria pessoa, poderia
adentrar ao que se passa na mente de alguém (somente esse próprio alguém)..
A CONCEPÇÃO DA CIÊNCIA UNIFICADA (TENDÊNCIA DE PROD UÇÃO
DE LEIS GERAIS)
Discussão entre Schuutz e Nagel;não contexto da sociologia compreensiva ou
sociologia da compreensão. (Debate contido nos materiais didáticos da disciplina).
ATITUDE NATURAL: Consiste no principio de se apoiar nas atividades naturais
não suspende a crença em relação ao mundo e seus objetos (Husserl) o que se põe entre
parênteses e surge a dúvida em que o mundo e seus objetos possam não ser o que
parecem ser.
Ou seja, deve ser suspensa todas as dúvidas, crenças e militância do pesquisador,
para que o mesmo possa receber as informações tais quais estejam sendo disponíveis,
para posterior reflexão acerca do contexto social estudado e investigado.
13
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Aculturação= neste contexto significa colocar uma cultua em alguém, sem
“desaculturar” (diverso do Português).
Todo conhecimento do mundo, pressupõe construções mentais, não somente os
conhecimentos do senso comum.
Livro (Berguer & Luckmer. La Construcion de La Realidad Social)
Dia 20/01/2016
EXPERIMENTAÇÕES DO SENTIDO COMUM
A compreensão segue três sentidos:
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1- Particular forma de “experimentação” em que o pensamento do sentido
comum torna-se conhecimento do mundo sociocultural:
a- Resultado de aprendizagem e Aculturação;
b- Sem introspecção nem métodos científicos;
c- É controlável;
d- É subjetiva.
2- Como problema epistemológico ou filosófico.
3- Métodos específico das Ciências sociais.
= O modelo não visará solucionar o problema epistemológico, todavia interpões
considerações acerca do primeiro e terceiro sentido, contribuindo a sua solução.
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O cientistas social quando vai estudar uma realidade social deverá perceber as
crenças do contexto investigado, considerando-as, sem preconceito, como uma
variável interessantes.
KnowHow = conhecimento prático, aprendido por repedição.
KnowThat = saber teórico, aprendido pela investigação ou repasse (revisão)
teorico.
O conhecimento no sentido comum [embora seja individual a cada um])
(conhecimento de todos e para todos é intersubjetivo, visto que o cientista social, antes
de ser um cientista social ele também é um ente social e esta imbricado a contextos
sociais.
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Ler Regras do método Sociológicos (E. Durkhein) : Ele analisa os fenômenos
sociais considerando que as sociedades são sistemas estruturais, com semelhança a um
organismo. Onde o motor desta sociedade se constitui para a preservação de tal
18
sociedade.
Os indivíduos sãopartes integrais deste sistema, incluindo as crenças e práticas
de vida social, embora tudo isto seja condicionado a partir do contexto sistêmico social.
Tudo isto versa a preservação do dito sistema fisiológico social em busca da homeostase
existencial.
Todos contribuem involuntariamente para a conjectura fisiológica do sistema,
para a preservação do sistema e para a continuidade social em um contexto conservador
ou de conservação de dinâmica.
A origem do estrutural funcionalismo é conjecturado pelos indivíduos e a
reprodução das instituições e praticas institucionais que constituem esta sociedade. Ou
seja, a sociedade não esta influenciando dinâmicas, todavia, as dinâmicas são
conjecturadas pelos indivíduos, voluntaria ou involuntariamente, a partir dos
conhecimentos e dinâmicas do senso comum.
A origem de todo e qualquer fenômeno social é originário de uma criação social(
“ condições ‘standard’ ” ).
Para a concepção standard da ciência as ambigüidades e terminologias com conjecturas
valorativa são uma problemática mitigatória para a investigação científica.
Devendo tais terminologias devem ser destrinchada em outros termos com significado
mais restrito. Todavia, a partir disto se perde grande parte da significância do termo ou
do contexto para a realidade social.
Não é contextualizada a antinomia.
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PETER WINCH = Foi um dos primeiros leitores do filosofo “Witgestain”.
==============================================================
O título desta seção antecipa a proposta de Peter Winch (1970) apresentada no
seu livro A ideia de uma ciência social e sua relação com a filosofia, quando dá
destaque às palavras filosofia e linguagem3. Nas próprias palavras de Winch: "ter uma
noção clara da natureza da filosofia e uma noção clara da natureza dos estudos sociais é
uma só e mesma coisa. Pois qualquer estudo de algum valor sobre a sociedade tem que
ter caráter filosófico, e qualquer filosofia de algum valor tem que ter relação com a
natureza da sociedade" (1970: p.15)
Nesta afirmativa está implícita a crítica ao Empirismo de John Locke, no qual a
filosofia é concebida como um "ajudante de obra" uma vez que, esta não pode
contribuir para nenhuma compreensão positiva do mundo. Seu papel, essencialmente
negativo, é o de remover os obstáculos para o avanço do nosso entendimento.
Para Winch (1970), ao contrário, como é possível perceber a filosofia é
concebida como o estudo da natureza da compreensão da realidade pelo homem e, vista
dessa forma, pode esclarecer a natureza das inter-relações humanas na sociedade. Essa
interconexão entre filosofia e sociologia apresentada por Winch é explicitada a partir da
concepção de linguagem herdada da abordagem de Wittgenstein4, principalmente
quanto à sua formulação dos jogos de linguagem, apresentada emInvestigações
Filosóficas5.
Wittgenstein apresenta como questão central que a percepção do mundo só é
acessível via linguagem, ou seja, os limites do mundo são dados pelos limites da
linguagem. À teoria da realidade corresponde a teoria da linguagem. Essa ideia de
linguagem como uma representação projetória da realidade, apresentada
no Tractatus (PINTO, 1998), ou como alguns autores preferem nomear como sendo o
"primeiro Wittgenstein", pode ser identificada na abordagem de Winch (1970). Este
afirma que
[...] indagar-se se a realidade é inteligível é inquirir sobre a relação entre pensamento e realidade. Para se considerar a natureza do pensamento, temos também de considerar a natureza da linguagem. (1970: p.22)
21
Portanto, compreender a realidade ou torná-la inteligível é uma proposta
inseparável da questão de como a linguagem se articula com a realidade. A ideia do que
pertence ao domínio da realidade é apresentada pela linguagem que é usada. São os
conceitos que estabelecem a forma da experiência que o indivíduo tem com o mundo.
Continuando nessa linha de argumentação, para Peter Winch, as relações sociais
são expressões de ideias sobre a realidade que os indivíduos exteriorizam. Dessa forma,
explicitamente Winch afirma ser necessário assumir o conceito de seguir uma regra,
presente na análise de Wittgenstein em Investigações Filosóficas, para então ser
possível configurar melhor a natureza das relações sociais.
É importante explicitar o significado de regra apresentado por Winch (1970).
Seguir uma regra é análogo a obedecer a uma ordem; somos adestrados para obedecer à
ordem. O uso das palavras está diretamente ligado a uma determinada regra, logo o
significado da palavra reside no uso que fazemos dela.
Nesse sentido é que Winch aponta como ideia capital ao conceito de regra que
ela nos torna capazes de avaliar o que está sendo feito em termos do que é certo ou
errado. Logo, nenhum uso isolado da linguagem se sustenta por si; somente é inteligível
dentro do contexto geral em que a linguagem é usada; e parte importante desse contexto
consiste em levar a sua compreensão à correção dos erros, quando ocorrem, e a permitir
conferir um erro quando se suspeita que exista (WINCH, 1970).
Dessa maneira, quando Winch recupera o conceito de seguir uma regra de
Wittgenstein está automaticamente considerando a realidade como sendo constituída
por inúmeros jogos de linguagem, o que significa dizer que, falar uma linguagem faz
parte de uma atividade ou de uma forma de vida. A linguagem é um conjunto de jogos
de linguagem e dado o seu caráter representacional da realidade, quanto mais rica for a
primeira, mais extensa será a compreensão da segunda.
A consideração de Winch à análise de Wittgenstein sobre o conceito de
seguir uma regra, assim como da linguagem como jogos de linguagem6, contribui para a
explicitação das relações existentes entre filosofia e sociologia, assim como para
destacar o caráter significativo dos fenômenos sociais.
Segundo Winch, o problema do que é a linguagem é de vital importância para a
sociologia, uma vez que é “[...] nele e por ele é que nos colocamos face a face à questão,
em toda sua inteireza, de como, por quais formas características, os seres humanos
22
interagem uns com os outros em sociedade” (1970, p.22). Ou seja, é na linguagem que
se encontra o caráter significativo dos fenômenos sociais.
A ideia de comportamento significativo tratado por Winch é estabelecida como
contraponto à abordagem weberiana de ação social. A distinção weberiana entre ação
significativa e ação de pura reação, em que apenas a primeira deveria ser considerada
social, é uma falsa distinção em Winch.
O caráter social atribuído às ações em Weber (1987) é devedor do conceito
significativo. Uma ação só é considerada social quando é significativa e esta se torna
significativa apenas quando a ação subjetiva refere-se à conduta dos outros, ou seja,
quando o sujeito reage orientando-se para os outros. Em Winch observamos uma
elaboração diferente em relação ao caráter significativo e social das ações humanas. Nas
palavras do autor "[...] todo comportamento significativo deve ser governado por regras,
e as regras pressupõem um contexto social" (1970, p.110)
A questão que fica evidente aqui é que todo o comportamento significativo é
social por ser sempre governado pelas regras. Desse modo, não é apenas quando os
indivíduos apresentam razões que seu comportamento pode ser considerado
significativo, como concebido por Weber. As relações, assim como as ideias, ganham
seus significados a partir do papel que desempenham dentro de um contexto, uma vez
que elas estão sendo guiadas pelas regras existentes.
A consideração de um contexto constituído por regras e, dessa forma, do papel
que as ideias exercem nele, nada mais é do que a consideração do caráter de uso dessas
ideias e, para Winch, é esse aspecto que atribui significado às ações humanas. Como a
relação entre pensamento e linguagem é simbiótica, falar das ideias é falar das palavras
e, parafraseando Winch (1970), a descrição do significado das ações sociais é a
descrição das palavras e de como elas são usadas. E a descrição dos seus usos é a
descrição do intercurso social.
Esse caráter significativo das ações sociais – ou relações sociais como o próprio
Winch preferia usar - conduz à concepção de sociedade como um conjunto de relações
internas, da mesma forma que a linguagem. Em outras palavras, a linguagem e as
relações sociais constituem as duas faces de uma mesma moeda. É a consideração desse
aspecto que permite falar no caráter interno das relações sociais.
Segundo Winch (1970), a sociedade sendo caracterizada desta forma, requer do
pesquisador social o uso de um esquema conceitual logicamente incompatível com as
23
explanações oferecidas, até então, pelas ciências naturais. Aqui Winch explicita a sua
oposição ao naturalismo.
Para Winch (1970) existe um hiato entre o mundo social e o natural implicando
tanto métodos quanto objetos de estudo diferenciados. Colocada a inadequação do
positivismo ao estudo dos fenômenos sociais, uma vez que esses são diferentes
ontologicamente dos fenômenos naturais, o único método capaz e válido para captar a
ação humana, segundo Winch (1970), requisita do pesquisador a participação do grupo
investigado, assim como a incorporação da linguagem desse grupo. A consideração
desses aspectos garantiria uma interpretação mais profunda dos fenômenos sociais.
Interpretar e compreender nessa perspectiva significa mais que meramente uma
questão de observação e experimentação. O problema fundamental está em que
compreender a sociedade é a compreensão de um modo de discurso. Compreender
é:"(...) perceber o ponto ou o significado do que está sendo feito ou dito. Essa é uma
noção muito afastada do mundo da estatística ou das leis causais; está muito mais
próxima do reino do discurso e das relações internas que ligam as partes do reino do
discurso". (WINCH, 1970: p.110).
A defesa aqui é a de que a compreensão da sociedade é logicamente diferente da
compreensão dos fenômenos da natureza. Os conceitos por cujos termos
compreendemos nossos próprios processos mentais e nosso comportamento são
aprendidos e socialmente estabelecidos, tanto quanto os conceitos utilizados para a
compreensão do comportamento dos outros. Ou como o próprio Winch afirma: " aquilo
que o sociólogo está estudando, assim como o estudo que ele faz, são certas atividades
humanas e, em consequência, conduzidas de acordo com regras. E são tais regras, e não
as que governam a investigação do sociólogo, que especificam o que se deve considerar
(...) em relação com a espécie de atividade que está sendo estudada (1970: p.86)
Ou seja, mesmo a compreensão científica - os termos técnicos usados pelo
pesquisador – implicam uma compreensão prévia daqueles outros conceitos
pertencentes à atividade investigada.
Na crítica ao tipo de método até então utilizado nas ciências sociais, Winch identifica
como problemática a busca de predições nos fenômenos sociais. Nesse aspecto ele
aponta que:
[...] um conjunto específico de condições iniciais, não é capaz de predizer qualquer resultado determinado de uma tendência histórica, porque a continuação ou interrupção dessa tendência
24
envolve decisões humanas, as quais não são determinadas pelas suas condições antecedentes, no contexto das quais faz sentido chamá-las decisões. (WINCH, 1970: p.90).
Ou seja, falar de predições nos fenômenos sociais requer considerar que as
possíveis tendências identificadas são, em parte, o resultado das intenções e decisões
dos participantes no seu processo. Mais uma vez o empreendimento de Winch é
evidenciar que os conceitos inerentes à nossa compreensão da vida social são
incompatíveis com os conceitos relativos à atividade científica.
Como é possível observar, a partir das principais ideias apresentadas aqui, a
abordagem de Peter Winch pode sinteticamente ser definida como uma análise dos
fenômenos sociais com o seu eixo central localizado na ideia de linguagem constituída
num meio de interação e de significados próprios que lhes são definidos por uma
determinada forma de vida.
Toda a argumentação é que a realidade se constitui a partir da representação das
ideias e que se expressam pela linguagem. Assim, é necessária a utilização de uma
metodologia antinaturalista – com a exclusão da explicação causal – para dar conta da
interpretação dos fenômenos sociais. Em síntese, percebe-se que a proposta de Peter
Winch para as Ciências Sociais é que sejam abandonadas, pelo pesquisador, a busca de
leis, as mensurações ou as descrições dos fenômenos sociais, pois tais tarefas tornam-se
impossíveis devido ao caráter representacional da realidade.
Lançando um olhar para as Ciências Sociais na atualidade, podemos nos
perguntar: qual o impacto dessas ideias na teoria social contemporânea? Quais as
contribuições que Winch oferece para a questão do método na pesquisa social?
O legado de Peter Winch para a Ciência Social
A importância da abordagem de Winch pode ser apontada em duas direções
significativas. A primeira refere-se ao domínio da Filosofia da Ciência e a segunda à
própria Sociologia.
Quando Winch (1970) apresenta uma concepção de filosofia como o estudo da
natureza da compreensão da realidade pelo homem a partir da Filosofia é possível a
compreensão da natureza das inter-relações humanas na sociedade. Ao recuperar o valor
dos estudos filosóficos para a Ciência, dissolve a dicotomia estabelecida pelos
25
empiristas. Os estudos filosóficos eram identificados como obstáculos às explicações
científicas por estarem no domínio da metafísica e, portanto, não científicos.
Quanto à segunda contribuição, que de certa forma deriva dessa primeira, situa-
se na inserção da abordagem de Wittgenstein no campo da Ciência Social e, de forma
mais específica, da Sociologia. Com a concepção de linguagem wittgensteiniana é
considerada a dimensão linguística da realidade social. Filosofia e Sociologia se
conectam a partir da ideia de uma realidade que só é inteligível na linguagem usada
numa determinada sociedade. A concepção de que o mundo é constituído pela
linguagem é uma das suas principais contribuições à teoria social.
Mas, a consideração da dimensão linguística da realidade social tem sido objeto
de muitas críticas. O problema situa-se em conceber a dimensão linguística como sendo
a própria realidade. Como anteriormente já apresentado, para Winch a percepção do
mundo acessível ocorre apenas via linguagem: além dela não existe realidade. Muitos
autores têm denominado tal abordagem de idealismo linguístico e mesmo
como relativismo (GELLNER, 1978).
Afirmar que a realidade resume-se em palavras e estas refletem os significados -
as ideias de um determinado modo de vida - coloca a cognição identificada com ela
própria como sendo uma rede na qual são internalizadas as relações sociais. Nessa
perspectiva, toda a objetividade tradicional é substituída por um relativismo que nega a
possibilidade das ciências sociais estabelecerem leis universais. Tudo o que a
investigação social pode fazer, nessa perspectiva, é traduzir e servir de mediadora entre
mundos separados, porém iguais. Isso porque em Winch, a consideração de vários
modos de vida e, portanto, a concepção de que os significados são constituídos dentro
de contextos diferenciados implica que o pesquisador necessite, para compreender uma
sociedade, antes apreender a forma como ela é conceptualizada por seus membros7.
Parece existir uma contradição interna na abordagem de Winch, apontada por
Gellner (1978) e outros autores (APEL,1985; GARDUÑO, 2005). Falar de um modo de
vida, com seus próprios significados, sua própria linguagem e, portanto, sua própria
realidade, parece ser contraditório; como também falar das diversas culturas como se
fossem homogêneas. Em outras palavras, se as relações sociais entre os homens só
ocorrem a partir de suas ideias, constituindo-se assim em relações internas, não existiria
nenhuma dimensão externa? Se os significados estão associados diretamente ao
contexto no qual as palavras estão sendo usadas ou, dito de outra forma, as regras estão
sendo seguidas, como é possível então as relações humanas entre outras culturas?
26
Winch resolve esse problema com uma solução simétrica ao dizer que é
importante tratar cada forma de vida de maneira igual sem estabelecer critérios de
diferenciação. Mas o que é problemático nessa proposta é ignorar as assimetrias
constitutivas de cada cultura.
A questão é que, dada a concepção de realidade de Peter Winch, não existe uma
dada realidade independente da linguagem e das ideias que são expressas através dessa
linguagem. Assim, a referência é sempre interna e, dessa forma, qualquer comparação
entre modos de vida diferentes torna-se impossível.
É importante considerar que a elaboração realizada por Winch, como já
mencionado, estava dirigida ao problema do fenomenalismo e da unidade de um método
científico. Podemos então nos perguntar em que medida Winch responde
suficientemente à questão colocada, qual seja a consideração da diferenciação
ontológica dos fenômenos sociais em comparação com os fenômenos naturais.
A resposta apresentada por ele, segundo Gellner (1978) é confusa. A confusão
está em que uma teoria não pode ser constituída por vários métodos e ser
metodologicamente neutra. Tal ideia baseia-se na posição de Winch de uma filosofia a
priori que poderia clarificar o conhecimento social de uma maneira geral, sem interferir
nos campos específicos do conhecimento.
No livro ThereIs No SuchThing As a Social Science: In Defenceof Peter
Winch de autoria de Phil Hutchinson, Rupert Read e Wes Sharrock, os
autores, argumentam que as críticas de Ernest Gellner resultam de incompreensões das
ideias wichinianas, aspecto recorrente em muitos dos leitores de Winch.
Um dos principais pontos abordado no livro é uma compreensão equivocada do
que foi efetivamente central para Winch, qual seja, a inclusão da Filosofia nas ciências
sociais. Afirmava que existia uma diferença entre problemas conceituais e problemas
empíricos e que tal distinção não estava clara nas ciências sociais: separar questões
conceituais de problemas empíricos não era só uma questão de divisão entre Filosofia
Social da Ciência e Sociologia. Muitas vezes, o esforço em resolver um problema
conceitual a partir de uma questão empírica poderia ser enganoso para Winch. Em
síntese, a defesa dele era por uma ciência social articulada com a Filosofia e não a
negação da dimensão dos estudos empíricos nas ciências sociais.
Ainda, outro aspecto abordado no livro e que alimenta o debate é a defesa de que
haveria um equívoco no rótulo de idealista a Peter Winch. O principal argumento dos
autores é de que ao propor a articulação entre Filosofia e Sociologia, Peter
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Winchancora-se naFilosofia da Ciência Social do segundo Wittgenstein, que rompe
com a perspectiva idealista do Tractatus ao estabelecer o conceito de jogos de
linguagem que releva a dimensão praxiológica da linguagem.
Por fim, apesar das críticas apontadas e das divergências nas avaliações das
ideias de Winch, é importante ressaltar que vários autores na teoria social foram
influenciados por suas ideias, como Anthony Giddens, Jurgen Habermas seja para
apontar limites, seja para incorporar conceitos. Concordamos com Phil
Hutchinson, Rupert Read e Wes Sharrock que Peter Winch é pouco lido e que uma
leitura mais intensa das suas ideias contribuirá para o debate metodológico das Ciências
Sociais.
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Visão critica
Visão social
Visão focada no giro
lingüístico.
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Não há um conjunto mínino ou Maximo de propriedades comuns que estejam
contextualizados a aprendizagem prática por teoria. Ex.: Só se aprende a jogar um
determinado jogo jogando-o.
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Hay una nocion no psicologista de significado e y comprension:
� Quais os contextos entre os emissores lingüísticos e seu uso ou contexto
subseqüente;
� Quer dize do mesmo modo que indica a definição?
A definição se conjectura a partir de uma emissão qualquer com a definição de “do
mesmo modo” envolve indicar o contexto.
Dar ao contexto que se pode expressar mediante a noção de seguir uma regra qualquer.
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O significado da palavra nada mais é do que o contexto da significação
de quem esta falando ou usando a palavra. Evitando desta maneira
circularidades.
(Principio do Jogo de Linguagem)
Whinchapud Wittgenstein = uma sociedade deve ser compreendida como compreende
- se.
Anarquistas = Elege viver se, regras, tendo uma razão para istoque é: seguir a regra de
não se regrar por normativas “rígidas”. Refuta as regras vigentes, todavia com o intuito
de se desenvolver outras regras (principio da revolução).
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DEFINIÇÃO COMPREENDIDA A PARTIR DA EXPLICAÇÃO
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Principio das Relações Humanas no Contexto dasInvestigações Ciências Sociais:
Toda forma de relações humanas não pode caracterizada através de um conjunto
de regras ou preceitos explícitos. Dado que a atividade humana, na da mais é do que a
atividade e a aplicação prática de regras.
Qualquer aplicação ou formulação teórica das regras, não é mais do que uma
atividade que pode por sua vez ser descrita por outra formulação de regras.
As regularidades sociais são regras normativas e não leis similares as leis das
ciências sociais. Ou seja, não são lei que explicam como se comportam as pessoas mas
sim, uma norma de como deveria ser o comportamento das pessoas em uma
determinada sociedade. São regras e não leis naturais.
Desta maneira, a sociedade não se comportam como disciplina a regra à ser
seguida, não invalida a regra. Exatamente diverso do que ocorre com as lei que quando
não se aplicam, são refutadas.
A investigação cientifica das ciências sócias, deverá considerar este principio
como sinequa non.
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Exegese: consiste na interpretação, literária (se comparada a hermenêutica) de um texto
literário ou contextos.
Hermenêutica: contextualização de um texto literário ou contexto mais geral em uma
realidade.
Uma tese epistemológica deverá se fundamentar, dentre outros em analises exegéticas e
hermenêutica do fato investigado.
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21 de Janeiro de 2016
GADAMER (101 anos):
Autor do livro VERDADE E MÉTODO.
Foi um dos últimos filósofos da a discutir a compreensão fenomenológica.
Vai um apouco mais além de Shurtz e Winch, se preocupando com a relação de
que todos somos atores históricos, pois estamos na história, todavia, como podemos
discutir o que seria um ser histórico. Significa que o indivíduo pertence a um momento
histórico que nos determina o comportamento e as foras de interações sociais, pois a
história ou contexto histórico disciplina as atitudes dos indivíduos.
O comportamento se desenvolve por conjecturas históricos e sociais.
Ele não questionava ou fazia perguntas sobre os métodos, indagando, todavia
que somos seres históricos. Então, neste contexto logo anteriormente explicado, realiza
o que se denomina um giro antológico, uma radicalização das hermenêuticas
(interpretativa contextualizadas), como uma estrutura fundamental da existência
humana.
Sendo a forma de convivência entre aquilo que se entende, sendo uma dimensão
que constitui a prática da vida humana. Sendo todas as práticas e relações são
hermeneuticamente estruturadas.
Ele também assinala a questão do mérito, ademais do giro
ontológico(hermenêutica como existência humana), que considera que há uma
conjectura existencial também nos termos da linguagem e da tradição. Significa saber
que a tradição consiste em um fator articulador diretamente proporcionalmente a
linguagem. A linguagem nos precede e nos determina pois, apartir dela
podemos nos integrar como os outros atores sociais, forjando caráter, identidade e estilo
de vida, são determinados a partir de uma comunidade que fala, que se comunica por
linguagem. A tradição é apropria linguagem e por ela transmitida, determinando cada
ser social, permitindo-nos fazer a historia, evolução histórica e o desenvolvimento da
história de um modo novo.
Todavia a tradição não é apenas transmitida mais evoluída. Não sendo um ciclo
vicioso todavia um ciclo virtuoso.
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Situação hermenêutica, é determinada pela sociedade, ou pela interpretação da
mesma (GADAMER).
A investigação histórica é parte da história, pois a investigação histórica também
modifica a história.
Circulo Hermenêutico (GADAMER): Se compreende um todo no sentido de
parte de um texto e a parte de um todo em relação ao texto. Ou seja quando se avança na
leitura, se consegue mais unidades de sentido e compreensão. Da parte ao todo e do
todo para a parte.
Não há unidade de refutação dos sentidos anteriores, por isso não é
verdadeiramente um método de investigação científica, todavia uma evolução
conceptual do mesmo.
Este circulo (circulo hermenêutico) não é arbitrário, embora seja objetivo e
subjetivo. Subjetivo pois, a idéia de um pode ser contrastada a de outro para que se
forme o conhecimento. Elejo “A” e compreendo “A” a partir de “A” e de “B” . A
compreensão é uma junção do texto (nas diversas formas de interpretação) em
“contrastacion” com o que me desprendo o contexto social contemporâneo.
Estructura circular
� se comprende el todo - el sentido del texto- desde la parte y la parte desde el todo, pero el círculo amplía la unidad de sentido en círculos concéntricos. Si una vez se comprendió el sentido, éste no se refuta si encontramos uno mejor
� Subjetivo : comprendí la perspectiva del otro y justifiqué sus argumentos y aniquilé mis prejuicios ilegítimos
� CIRCULO� Objetivo : acuerdo entre dos tradiciones en la
cosa misma⇓
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Os Filósofos sociais funcionalistas (Weber) se ocupam de investigar as condições que
dão conta da preservação ou reprodução dos sistemas sociais ou das estruturas sociais.
Só dando interesse enquanto tais conjecturas são relevantes ao sistema. As redes de
crenças e significados, na vida dos entes sociais investigados, são relevantes para a
pesquisa sociológica.
Enquanto os sociais estruturalistas, se conjectura a partir dos indivíduos como
marionetes do sistema.
Winchi (e também Golfman): Etnologia, método etnológico. Fundamentando no
contexto de interação cara a cara com a etnia, com o contexto endêmico social.
Os atores sociais não são interlocutores potenciais (Shurts e Winch),
Os estudo sociológico, fundamentam-se nos contextos subjetivos e não apenas
na objetividade.Não havendo visão critica no contexto das interações sociais, não
fazendo juízo de valor. O objetivo do cientista social é aprender aquilo que o ser
social já sabe.
As diversas correntes norteadoras das ciências sociais estão ligadas a partir da
visão macro de que os indivíduos estão ou são determinados pelas estruturas sociais
e/ou lingüística, bem como de todas as conjecturas. Sendo o ser social um “drogado”
social. Pois a cultura faz com o que o individuo faça o que a cultura ou sociedade
quer que ele realize. Sendo os fatores transversais e inesperados uma variável a ser
considerada nas ciências sociais.
Situação hermenêutica, é determinada pela sociedade, ou pela interpretação da
mesma (GADAMER)
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Comprensión no es reproducción ni revivencia ni reactualización
� COMPRENSIÓN HISTÓRICA: No sólo ponerse en lugar del otro para captar su verdadero punto de vista sino búsqueda de un acuerdo.
� COMPRENSIÓN DE UNA TRADICIÓN : ir a la situación del otro como un ascenso a una generalidad superior: fusión de diferentes horizontes.
� HORIZONTE DEL PRESENTE: en constante formación, constantemente pone a prueba nuestros prejuicios. Parte de esta prueba es el encuentro con el pasado y la comprensión de la tradición de la que nosotros mismos procedemos.
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A tradição contemporânea é fator gerador das perguntas de pesquisas,
principalmente nas pesquisas sociais. Produzindo uma nova unidade de sentido.
O conhecimento esta sempre e=inserido numa questão histórica.
A hermenêutica capta o significado que já esta no texto, a partir da contextualização.
Uma nova Teoria Social sem ignorar o saber cotidiano, pode se dar conta dos
processos que os seres humanos ignoram (Antony Guides).
Os homens fazem sua própria história, porém não (ou praticamente não) as
condições por eles eleitas (Marx).
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A nova teoria social pode contribuir para a emancipação do povo ou para a
conservação de uma conjectura de opressão social. Sendo a transformação um motor
intrínseco da indagação social. Pois se a critica não for consciente, pode-se sem querer
promover a conservação da conjectura de opressão social.
Teoria da ação comunicativa.
Teoria da constituição (teoria da estruturação) da sociedade.
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O propósito de Guides não era meramente especulativo, mas cientifico – teórico
– aplicativo, ele pretende/pretendeu desenvolver uma teoria que guie ou promova uma
estruturação dos métodos de pesquisas sociais empírica com mais validez (ou
cientificismo) do ponto de vista cientifica a partir de seus métodos e de seus resultados.
(Teoria de uma modernidade Reflexiva,[Lash, Beeck e Gidens])
A rotina (habitus [Boudieu]) tanto traz fidelidade como também provoca
mudanças.
Instituição = Praticas sociais estruturadas, a partir de um conjunto de regras a ser seguida pela sociedade. Assim, uma estrutura social consiste em um conjunto de todas as regras e recursos, aplicados a situações concretas no contexto de uma sociedade. As estrutura não são estruturas fixas, cujo as quais os indivíduos não tenham saída, pois são flexíveis.
Todas as atividades humanas são realizadas de acordo com regras, inclusive o ato de alimentar-se e etc... Onde as regelações e regras sociais, exercem de alguma maneira um poder coercitivo, que inclusive pode ser usada para a dominação ou opressão de parte da sociedade (dialética do Controle). Não havendo interação social em que não haja uma relação de poder e de algum tipo de opressão. Todavia não é uma relação fisiológica se determinar quem exercerá o poder e quem será dominado por quem exerce o poder..
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Dialética do Controle: Capacidade dos débeis em relações sociais regulares de autonomia e dependência, que constitui os sistemas sociais, no sentido de se voltar em sua debilidade contra os poderosos.
Sistemas Sociais: Consiste, na verdade, em praticas regularizadas e reproduzidas no espaço e no tempo, de maneira involuntária.
PAUL WILLIS : Realizou um experimento onde comparou os alunos aplicados e os
alunos dispersos e descobriu que os dispersos estavam mais aculturados. Visto que,
ambosjá tinham um futuro definido, que era serem operários. As condutas dos dispersos
estavam aplicando as mesmas brincadeiras e posturas que comumente ocorriam nas
fábricas, pois não tinham ambições e em possibilidade de ter, de modificar o seu
contexto. Onde, sua postura dispersa na sala de aula, na da mais era do que uma forma
de dar mais alegria a sua vida no momento, visto que seu futuro já estava definido.
(Interessante)
Filosofia americana ou filosofia pragmática:
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Todos os filósofos pragmatistas americanos (filosofia pragmatista ou filosofia americana), de acordo com a professora Tozzi, estavam imbricados em questões políticas, principalmente nas questões de revolução educativa, condições de trabalho e etc. A vida acadêmica se aparta das questões sociais a partir da época da guerra fria (pós. Guerra).
SOBRE O CONCEITO HABERMASIANO DE ESFERA PÚBLICA
O conceito de esfera pública não se presta a uma assimilação definidora e
definitiva. Isso não só porque se encontra em constelação com várias noções correlatas,
como público (versus privado), público leitor, opinião pública, publicidade etc., ou
porque, claro, essa constelação se altera segundo o tempo histórico e o espaço social.
O conceito assume também, ao mesmo tempo, uma função sociológica de
descrição das práticas sociais e das instituições efetivas e um papel crítico-normativo
fornecendo critérios para julgar e, se possível, transformar essas práticas e instituições.
Tamanha complexidade obriga aqui a enfatizar somente alguns traços do conceito,
extraídos da obra do filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas, que em 1962
publicou o livroMudança estrutural da esfera pública, tornando-se talvez a principal
referência do assunto.
"Esfera pública" busca traduzir Öffentlichkeit, substantivação do adjetivo
öffentlich (público). "Publicidade", por sua vez, traduz Publizität, termo empregado no
sentido do caráter público dos debates judiciais e, de modo geral, no sentido de um
procedimento que garanta acessibilidade para um público em princípio irrestrito e
crítico.
Mas a opção por esfera pública pode induzir a erro se sugere somente uma
representação espacial, isto é, um "espaço público" no sentido de ruas, praças, prédios
públicos, embora as discussões públicas precisem geralmente de espaços análogos. Ou
se sugere o âmbito do poder público, com todos os seus órgãos e aparelhos
administrativos.
A esfera pública não se confunde com a esfera do Estado. Como uma categoria
histórica da sociedade burguesa, ela se formou antes em contraposição ao poder, no
interesse de estabelecer um Estado de direito que assegurasse, por lei e sanções, a
circulação de mercadorias e o trabalho formalmente livre, sem interferências estatais na
dinâmica do mercado.
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Mas não é possível reduzir a esfera pública à realização de interesses de classe.
Certamente ela se constituiu como um público formado de pessoas privadas, de
burgueses, portanto socialmente restrito. É no âmbito privado que ela se desenvolve,
diferenciando-se aí do setor social definido estruturalmente pelo mercado bem como da
pequena família burguesa, esfera íntima em que se enraíza a “privacidade”. Porém esse
público de pessoas privadas é um público que lê e discute, por livros e imprensa escrita,
em cafés e salões, inicialmente arte e literatura, depois a própria ordem da dominação
política.
Os pressupostos da discussão – igualdade, liberdade, publicidade e inclusão
universais – sobre arte e crítica de arte, ciência e filosofia, moral, direito e política
servem de critérios para a crítica e a transformação da ordem da dominação. Da própria
organização interna da comunicação pública, pressuposta por seus participantes, se
tiram os parâmetros da racionalização política e social. Com isso, a ideologia burguesa
da “opinião pública” traz consigo a medida de sua própria crítica, tão logo se percebe o
descompasso entre as idéias universalistas advogadas e a realidade da sociedade de
classes na seqüência das revoluções burguesas.
De certo modo, os movimentos operários, socialistas e democrático-radicais
buscaram efetivar a racionalidade pressuposta na esfera pública liberal. Só que as lutas
por direitos de participação democrática e por direitos sociais, condensados no Estado
de direito democrático e social, desembocaram também em uma mudança estrutural da
esfera pública, iniciada nas últimas décadas do século XIX.
A esfera pública liberal perde sua base social, a separação entre Estado e
sociedade, entre público e privado, pois o Estado é socializado sob a influência dos
grupos econômicos, enquanto a sociedade é estatizada sob um intervencionismo que
pretende garantir o crescimento econômico e conquistar a lealdade das massas através
de compensações sociais.
Se a esfera pública se ampliou fortemente nas democracias de massa, ela perdeu
drasticamente em sua função crítica. De um público burguês restrito que pensa a cultura
se passou a um público de massa amplo que consome cultura, isto é, os produtos da
indústria cultural.
O princípio da publicidade crítica é subvertido pela publicidade/propaganda, a
opinião pública passa a ser objeto de manipulação tanto dos meios de comunicação de
massa como de políticas partidárias e administrativas, orientados por pesquisas de
opinião, quer dizer, de manifestações de interesses já privatizados.
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Posteriormente Habermas relativizou esse diagnóstico, dadas as experiências
políticas e sociais que desmentiram uma total despolitização da esfera pública.
A par dos fenômenos de integração relativa do proletariado ao sistema
capitalista, constatou-se uma série de movimentos sociais diversos que escaparam até
certo ponto à capacidade de controle dos meios de comunicação de massa: o movimento
negro por direitos civis nos EUA, o feminista, que inclusive questiona formas
patriarcais da esfera pública, o dos estudantes, que buscou democratizar tanto o sistema
educacional ampliado como as estruturas institucionais gerais da cultura e da política, o
ecológico que lembra insistentemente os limites naturais da industrialização, o de
grupos sexualmente discriminados que reclama novas formas de identidade etc. Diante
dessas experiências, sempre ambivalentes, Habermas teve de repensar a esfera pública
com novas categorias (dadas por sua teoria da ação comunicativa).
Ganha relevo aqui a idéia de sociedade civil, contraposta ao âmbito do mercado
e ao do Estado e constituída por movimentos, organizações e associações mais ou
menos autônomos.
Na sociedade civil se originam esferas públicas diversas, que, conforme o caso,
se generalizam, através dos meios de comunicação. Nesse processo, as discussões
passam a sofrer geralmente um processo seletivo de informações e argumentos, que se
coaduna com tentativas de despolitização exigidas pelo sistema político e econômico.
Seja como for, para um projeto de democracia radical, coloca-se a perspectiva de
uma esfera pública cujo tema seja a própria possibilidade de uma esfera pública não-
atravessada por relações de poder.
<http://www.forumpermanente.org/rede/numero/rev-numero6/seisluizrepa>, acessado em: 21-01-
2016.
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Preocupação de Habermas: Habermas preocupava-se com a sociedade contemporânea,
em relação à questão da manipulação social estratégica (Teoria da Ação comunicativa).
Preocupando-se essencialmente com uma espécie de “manipulação midiática”.
Dia: 22/01/2016.
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Hacking(canadense) = Origem pragmática do conhecimento, a partir da relação teoria e
prática (século XX).
Questionar o homossexualismo como um fenômeno social (argumentar as questões de animais irracionais).
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Nominalismo Dinâmico: Interação causal entre as palavras e os contextos da realidade, tendo aplicabilidade real. Também é denominado de Ontologia Histórica (Ian Hacking).