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RESUMO: O objetivo do presente artigo é apresentar as atividades desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa 26 da Funadesp, durante o projeto Letramento Acadêmico: da Leitura à Escrita Científica, com base em ideias centrais de Paula Carlino, em sua obra Escribir, leer y aprender en la universidad: una introducción a la alfabetización acadêmica (2009), bem como explicitar algumas etapas de sua metodologia adaptadas e aplicadas a dois alunos bolsistas. Para tanto, inicialmente abordamos os conceitos de letramento e letramento acadêmico e, na sequência, explicamos as estratégias aplicadas aos discentes, suas produções e os resultados de tal trabalho.
ABSTRACT: The aim of this paper is to present the activities of the Research Group of 26 Funadesp during the project Academic Literacy: Reading the Scientific Writing, based on core ideas of Paula Carlino, in her work Escribir, leer y aprender en la universidad: una introducción a la alfabetización acadêmica (2009), as well as explain some steps of her methodology adapted and applied to two scholarship students. Therefore, initially we approach the concepts of literacy and academic literacy and, following, explained the strategies applied to students, their productions and the results of such work.
LETRAMENTO ACADÊMICO
PublicaçãoAnhanguera Educacional Ltda.
CoordenaçãoInstituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE
CorrespondênciaSistema Anhanguera deRevistas Eletrônicas - [email protected]
v.6 • n.15 • 2012 • p. 155-172
Clinio Jorge de Souza – Faculdade Anhanguera de Sorocaba
AnUáRiO dA pROdUçãO ACAdêMiCA dOCEnTE
Palavras-chave: letramento; leitura, interpretação e produção de textos acadêmicos.
Keywords: literacy; reading, interpretation and production of academic texts.
Informe TécnicoRecebido em: 18/12/2012Avaliado em: 06/02/2013Publicado em: 19/05/2014
Da escrita à leitura científica
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Letramento acadêmico: da escrita à leitura científica
1. INTRODuçãO
A ideia de adotar o tema Letramento Acadêmico: da Leitura à Escrita de Textos Científicos como foco de pesquisa surgiu de uma inquietação comum a todos nós, componentes do Grupo 26. Em nossas atividades como docentes, seja lecionando disciplinas diversas em nossas áreas de atuação, seja orientando alunos da graduação ou da pós-graduação, vínhamos notando, com raras exceções, a falta de vontade de nossos alunos em sala de aula em participar de atividades ligadas à leitura e escrita acadêmicas.
Mesmo quando instados a fazê-lo por quaisquer estratégias metodológicas, acabavam por revelar uma absoluta falta de preparo para ler e interpretar textos científicos, bem como, em decorrência, produzir algo aceitável.
Essa inabilidade do aluno não é recente, há tempo vem gerando entraves ao trabalho do professor de qualquer disciplina em qualquer área do conhecimento, daí o motivo das já conhecidas queixas de que os alunos leem pouco ou nada, não compreendem nada ou, por vezes, mal e vagamente um texto acadêmico. E, o pior, quase sempre, não se interessam pela leitura, nem sequer a das obras constantes da bibliografia de sua área.
Temos ciência de que as dificuldades de nossos alunos no trabalho com textos – tanto de interpretação quanto de produção textual – advêm de problemas relacionados à falta de práticas de leitura e escrita e ao desconhecimento de estratégias que poderiam ajudá-los nessas tarefas, já que tais atividades muitas vezes ficam em segundo plano nas escolas de nível fundamental e médio e pouco são incentivadas em casa. Nossos alunos, como os demais que frequentam faculdades particulares populares, na grande maioria, provêm de escolas públicas e são “trabalhadores-estudantes”.
Não podemos esquecer, porém, que, ao ingressar no nível superior, o acadêmico é apresentado “compulsoriamente” a um novo universo de leituras, pois passa a trabalhar com modalidades textuais e concepções teóricas nunca antes estudadas, o que certamente lhe causa estranhamento e dificuldades de compreensão e produção textual. Os textos acadêmicos – assim como todos os demais gêneros textuais – têm suas regras próprias relacionadas aos modos de dizer e de organizar o discurso (como abordagem temática a estrutura composicional) que não pertencem às práticas de letramento dos alunos antes de estes ingressarem na universidade. Tendo isso em conta, como esperar de nossos alunos proficiência de leitura e escrita de gêneros textuais que nem sequer (re)conhecem? Mais do que simplesmente reclamar da inaptidão dos discentes no trato com textos do universo acadêmico, é preciso nos perguntar o que nós, como professores universitários de todas as áreas, temos feito para minimizar tais dificuldades.
É preciso lembrar também que, como defende Carlino, tornar o aluno competente na leitura, interpretação e escrita não é tarefa apenas de professores de linguagens ou de metodologia, mas um desafio que precisa ser assumido por todos os professores de todas as
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áreas, já que cada disciplina tem particularidades (linhas teóricas, especificidades de leitura e produção – como gráficos.
Tendo isso em conta, no ano de 2012, nosso grupo de pesquisa dedicou-se a investigar metodologias de trabalho com leitura e escrita que pudessem ser aplicadas por professores de todas as áreas do conhecimento no intuito de promover o letramento acadêmico, ou seja, de ajudar os alunos a desenvolver habilidades de trabalho com textos acadêmicos.
Nos estudos de Paula Carlino, em especial na obra Escribir, leer y aprender en la universidad: una introducción a la alfabetización acadêmica (2009), encontramos diferentes propostas de trabalho nessa perspectiva e aplicamos algumas delas a alunos bolsistas, no intuito de verificar quais seriam, na prática, os resultados de tais métodos.
O objetivo principal deste artigo, portanto, é apresentar as metodologias propostas pela autora e aplicadas a nossos acadêmicos, bem como os resultados deste trabalho. Para tanto, inicialmente abordamos os conceitos de letramento e letramento acadêmico, na sequência explicamos as metodologias de Carlino (2009) que aplicamos aos alunos bolsistas, as produções destes e os resultados de tal trabalho. Como explica Carlino, em sua obra (2009), por meio de atividades sistemáticas, leitura e escrita, dirigidas e acompanhadas pelo professor de cada área do conhecimento, os alunos podem conhecer melhor o conteúdo de cada assunto, interpretar, assimilar e incorporar problemas específicos de cada disciplina.
Carlino vem desenvolvendo experiências bem-sucedidas visando a integração da produção e análise de textos no ensino de todas as disciplinas na universidade. Para isso, tem aplicado várias estratégias, tais como o desenvolvimento de sínteses de aulas, tutorias de grupo de monografias, resposta escrita a perguntas sobre a literatura, utilização de guias de leitura, reescrita e revisão. Ela defende a ideia de que a tarefa de ensinar a ler e escrever é também dos docentes de ensino superior de todas as áreas, tendo em vista que cada área tem seus conceitos próprios, autores e teorias que embasam as leituras, discussões implícitas que, se não desveladas ao aluno, dificultam-lhe a compreensão. Também coloca que as universidades precisam oferecer as condições necessárias para um trabalho efetivo nesse sentido.
É preciso ainda ressaltar que, embora a autora use em sua obra (Escribir, leer y aprender en la universidad: una introducción a la alfabetización académica, 2009) o termo alfabetização, ela mesma admite que este costuma significar alfabetização nas séries iniciais restrita ao ler, contar e escrever, e recomenda o uso do termo inglês literacy, muito mais abrangente, pois diz respeito à vida toda da pessoa sempre em aprendizagem, compreendendo a aquisição de todo capital cultural do aprendente.
Felizmente, conforme Soares (2004, p. 16), em nosso idioma, literacy foi traduzido por letramento, havendo uma diferença significativa entre alfabetização, “entendida como processo de aquisição e apropriação do sistema da escrita, alfabético e ortográfico” e letramento, pela
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autora conceituado como exercício contínuo de leitura e de escrita, com o “consequente desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes positivas em relação a essas práticas.”A autora entende que um efetivo letramento teria de começar nas séries iniciais. Mas não é isso que acontece. Assim, em nosso texto, preferimos usar o termo letramento.
2. LETRAMENTO, uMA bREvE INTRODuçãO TEóRICA
Letramento é palavra e conceito até pouco tempo inéditos. Foram introduzidos no vocabulário da educação e dos estudos em linguagem há pouco mais de vinte anos (SOARES, 2004). O surgimento do vocábulo pode ser entendido como configuração necessária para nomear comportamentos sociais no ato de aprendizagem e da prática da leitura e da escrita que extrapolam os procedimentos de decodificação do sistema alfabético e ortográfico, em outras palavras, os procedimentos habituais do processo de alfabetização.
Com a especialização do trabalho, processo inerente ao sistema capitalista, as atividades profissionais foram tornando-se progressivamente dependentes da linguagem escrita. Alfabetizar no sentido tradicional foi tornando-se cada vez mais obsoleto. Já os comportamentos e práticas sociais de leitura e escrita foram tornando-se cada vez mais visíveis e, foi esta visibilidade que promoveu a necessidade de um novo significante no universo educativo e da linguagem. Numa perspectiva histórica, primeiramente surgiu o termo “alfabetização funcional” com o objetivo de diferenciar do termo “alfabetizar”: como algo que ia além do codificar e decodificar o sistema alfabético. Foi neste contexto histórico que o termo “letramento” surgiu - como uma consequência de uma necessidade e não como proposta pró-ativa. Portanto, o termo “letramento” tem sua origem explicada numa tentativa de ampliação do conceito de alfabetização; letramento e alfabetização são conceitos a priori entendidos como distintos, mas nem sempre em nível de processos foram compreendidos em plenitude: muito das vezes confundidos ou até mesmo tornados num único procedimento educativo da língua escrita.
Em termos de conceito geral poderiam até tornar-se semelhantes, no entanto em termos pedagógicos faz-se necessário pontuar suas zonas limítrofes: alfabetização é a aquisição do sistema convencional de escrita enquanto letramento é nomeação que se dá às práticas e comportamentos sociais no uso da leitura e da escrita de maneira eficiente. Segundo Soares (2004) alfabetização e letramento “distinguem-se tanto em relação aos objetos de conhecimento quanto em relação aos processos cognitivos e linguísticos de aprendizagem e, portanto, também de ensino desses diferentes objetos” (SOARES, 2004, p. 2). Para esta autora, alfabetização e letramento, apesar de distintos, são interdependentes e indissociáveis. Apenas faz sentido alfabetizar no contexto de práticas sociais de leitura e de escrita e por meio dessas práticas, as quais nomeamos contemporaneamente de letramento; entretanto, este somente pode
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desenvolver-se por meio do processo ensino-aprendizagem do sistema da escrita – que por sua vez se dá através da leitura, codificação e decodificação do sistema alfabético.
3. LETRAMENTO E LETRAMENTO ACADÊMICO
Antes de tudo, indaga-se: o que é letramento acadêmico? De forma direta podemos afirmar que é um dos tipos de letramento. De acordo com Fischer (2008) o letramento acadêmico é a “fluência em formas particulares de pensar, ser, fazer, ler e escrever, muitas das quais são peculiares a um contexto social” (FISCHER, 2008, p. 180). O letramento acadêmico é também, como no letramento nos níveis escolares de base, um processo de desenvolvimento de práticas e comportamentos sociais que interagem continuamente com a escrita, porém se dá para fins específicos daquele domínio social sem desconsiderar a história de vida do aluno universitário: mesmo quando oriundo de estratos sociais menos privilegiados o estudante não pode ser concebido na esfera universitária como um aluno iletrado. Na Universidade, mesmo nesta que reúne as massas populares, a relação comunitária – professores, alunos e funcionários – é tipificada por letrados. O que se deve saber é que tipo de letramento esse aluno formado nos bancos das escolas públicas brasileiras recebeu ao longo de seu percurso educativo.
Cada indivíduo ou grupo social possui algum tipo de conhecimento sobre a escrita bem como de seu uso em práticas sociais. Assim sendo, os alunos que ingressam na Universidade, acima de tudo são sujeitos e, além disto são sujeitos letrados que trazem consigo concepções de leitura e escrita construídas numa vida submetida a um contexto social. Porém, apesar de letrados não conseguem apresentar bom desempenho na Universidade, ou quando conseguem tal performance inesperada para muitos, esta é justificada pela máxima de que “o professor finge que ensina, o aluno finge que aprende, e todos são felizes”. Em outros dizeres, trabalha-se com conteúdos rasos e avaliações desonestas. Pergunta-se: ora, então qual o real problema desse aluno “letrado”?
A resposta talvez esteja nos modelos básicos de letramento apresentados por Street (1984). São eles o letramento autônomo e o letramento ideológico. No primeiro modelo pressupõe-se que a escrita se desenvolve de forma independente dos fatores sociais que circundam o sujeito, é a capacidade de ler e escrever tecnicamente, de forma fria e imparcial, um modelo endógeno de desenvolvimento, que se desenvolve em si, por si e para si sem vinculação com fatores exteriores. É a capacidade de ler e escrever em que ler significa ser capaz de decodificar as palavras e escrever ser capaz de codificar a língua em representação visual (GEE, 1996). Naturalmente nota-se que os alunos oriundos da escola pública brasileira, e que hoje sentam-se nos bancos das faculdades particulares de massas, receberam estes modelo de letramento, onde o ler resume-se no estou vendo e o escrever no estou copiando.
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No segundo modelo o letramento é concebido como uma prática social e não como uma habilidade neutra ou uma técnica desenvolvida por repetições esvaziadas de sentido social crítico. Neste modelo o letramento do aprendiz está vinculado ao seu contexto social e cultural – ou como quer Norbert Elias (1994), sócio-cultural. A relação ensino-aprendizagem se dá através de significados atribuídos ao contexto sócio-cultural que circuncida os atores sujeitos da relação. Para Terzi (2006), a opção pelo letramento ideológico exige “não apenas ensinar a tecnologia da escrita, ou seja, promover a alfabetização, mas, simultaneamente, oferecer-lhes a oportunidade de entender as situações sociais de interação que têm o texto escrito como parte constitutiva” (TERZI, 2006, p. 5). Em suma, a autora quer dizer que é necessário usar o ensino em situações cotidianas tornando o aluno um cidadão crítico - além desta conquista, a criticidade do sujeito promove os estímulos cognitivos; o educador atua como um facilitador da aprendizagem.
Porém, a realidade dos alunos oriundos das escolas públicas corresponde ao primeiro modelo: apesar de letrados (ou alfabetizados) – reconhecem práticas sociais cotidianas, como função de revistas, jornais, bilhetes, cheques, cartões bancários, e-mails, páginas de redes sociais, internet, jogos, etc. –, não receberam uma concepção de letramento compatível ou suficiente para as práticas letradas do domínio acadêmico. Para Machado, Louzada e Abreu-Tardelli (2004) esses alunos se percebem num novo contexto onde de repente são submetidos a obrigações de leitura e de produção de textos que não lhes foram ensinados nos anos escolares; o letramento que receberam ao longo da vida não considera a escrita como prática social, na verdade apenas foram alfabetizados e, muito das vezes, com falhas funcionais graves como erros ortográficos simples.
Portanto, o que fazer com tal realidade? Trabalhar com o letramento acadêmico é nossa proposta. O letramento acadêmico enquanto uma das modalidades de letramento, encaixa-se no modelo ideológico apresentado por Street (1984), ou no modelo expresso de Soares (2004). No entanto, o contexto é distinto da realidade escolar; o domínio acadêmico é próprio de sua história, logo não é caminho salutar querer inverter a ordem institucional, ou alterar profundamente o ambiente acadêmico colocando-o à mercê dos estudantes em suas realidades vividas. O estudante está adentrando um contexto de domínio próprio, logo, é ele quem deve se adaptar, mas isto não significa que não deva haver facilitadores no processo de aprendizagem de um novo Discurso, o Discurso acadêmico. Quando a tenra criança deixa sua casa e ingressa nos anos iniciais do ensino infantil depara com um contexto de socialização profundamente distinto de sua realidade doméstica; fazer parte daquele novo ambiente é fundamental para o seu desenvolvimento. Carlino (2009) nos diz que estudantes e professores habitam mundos culturalmente distintos. Os códigos que os professores manejam são diferentes dos códigos dos alunos, bem como são os modos de proceder com o conhecimento, de ler e escrever. As palavras e os modos de ser são em si um
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produto de toda uma história de socialização do professor com sua disciplina (CARLINO, 2009, p. 161); isto não pode ser alterado. Mas, algo deve ser feito e nos parece que a solução é a interação e a articulação de várias metodologias de ensino.
4. METODOLOgIA
Buscamos, primeiro, familiarizar os pesquisadores com a nova metodologia de leitura, interpretação e produção de textos acadêmicos em sala de aula, para facilitar aos bolsistas a aquisição da competência de ler, compreender e redigir textos científicos com coesão e coerência. Nossa metodologia consistiu em pesquisa bibliográfica com estudo de caso e aplicação de fichas de leitura, prescritas por Carlino (2009) e adaptadas para um ou dois textos constantes da bibliografia de cada aluno bolsista (IC), respostas, resumo e artigo final.
Figura 1 – Ficha de perguntas elaborada por Carlino (2009, p. 103)
FACULDADE ANHANGUERA DE SÃO JOSÉ -‐ SC PROFESSORA CRISTIANE PIMENTEL NEDER
BOLSISTA: Flávio Francisco da Rosa OBRA: CALAZANS, Flávio Mário de Alcântara. Propaganda Subliminar Multimídia 6 ed. São Paulo: Summus, 1992. 1) Qual o objeto de estudo do livro? 2) Quais foram às primeiras experiências subliminares que o autor nos fala no livro? 3) Em quais campos de pesquisa se insere o livro? 4) Quais as técnicas usadas para transmitir informações subliminares relatadas no livro? 5) Qual foi a primeira experiência de propaganda subliminar relatada na obra? 6) O que você destaca como produto final desta análise?
Figura 2 – Ficha de perguntas adaptada pela Professora Neder
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Figura 2 – Ficha de perguntas adaptada pela Professora Neder
ALUNO: Flávio Francisco da Rosa. OBRA: CALAZANS, Flávio Mário de Alcântara. – Propaganda Subliminar Multimídia 6ª ed. São Paulo: Summus, 1992. 1) Qual o objeto de estudo do livro? O objeto de estudo consiste na análise de mensagens subliminares, entendendo subliminar como transmissão de mensagens não percebidas de modo consciente. Subliminares, segundo Calazans, “são mensagens que entram na nossa mente de contrabando,como um vírus de computador que fica inerte, latente, e só é ativado na hora certa” (1992, p. 25). Isso significa que, embora não possamos identificar a absorção da informação, nosso subconsciente capta-‐a e ela é assimilada sem nenhuma barreira consciente. 2) Quais foram às primeiras experiências subliminares que o autor nos fala no livro? Segundo Calazans (1992), as primeiras referências à percepção subliminar remontam aos escritos de Demócrito (400 a.C.), que afirmava que muito do que é perceptível não é claramente percebido. Platão, no Timeu, teria aprofundado esse conceito e Aristóteles detalhado o mesmo conceito na sua teoria dos umbrais da consciência na obra Persa Naturalia, há cerca de dois mil anos. Entre incontáveis exemplos, Calazans (1992) cita Montaigne em 1580 e Leibniz em 1698, que afirmavam existirem inumeráveis percepções praticamente inadvertidas, mas que se tornam óbvias por meio de suas consequências. 3) Em quais campos de pesquisa se insere o livro? Insere-‐se no campo da comunicação e, em especial, o da propaganda e da publicidade. 4) Quais as técnicas usadas para transmitir informações subliminares relatadas no livro? Segundo estudiosos do assunto, há quatro técnicas audiovisuais por meio das quais a informação subliminar pode ser transmitida, e que aparecem frequentemente na mídia e publicidade. As categorias básicas, que podem sobrepor-‐se umas às outras, são: 1. Inversão de figura/fundo (ilusões sincréticas); 2. Embutir (imagens/textos); 4. Exposição taquiscoscópica; 5. Luz em baixa intensidade e som em baixo volume. 5) Qual foi a primeira experiência de propaganda subliminar relatada na obra? Foi chamada de Experimento Vicarista. Nos Estados Unidos, em 1956, Jim Vicary instalou em um cinema de Nova Jersey um segundo projetor especial, chamado taquicógrafo, o qual projetava intermitentemente na tela frases como DRINK COKE (beba Coca-‐Cola) e EAT POP CORN (Coma Pipoca). O taquicógrafo pode ser comparado a um tipo de projetor de slides que projeta um único slide na velocidade de 1/3.000 de segundo. No cinema é colocado ao lado do projetor do filme -‐ cuja projeção é ao ritmo de 24 fotogramas por segundo -‐ e fica repetindo a imagem (sobreposta ao filme). Durante o filme Picnic, com Kim Novac, no Brasil, Férias de Amor, o segundo projetor emitia um slide com a frase Drink Coke numa velocidade de 1/3.000 de segundo. O slide era projetado sobreposto ao filme, rápido demais para ser percebido conscientemente, mas a repetição do sinal subliminar causava efeitos no subconsciente do público, aumentando as vendas da Coca-‐Cola em 57,7%. 6) O que você destaca como produto final desta análise? A mensagem subliminar na propaganda, se utilizada de forma eficiente, pode aumentar a disposição de compra ou afeição pelo produto. O método mais adequado para persuadir e criar intenções de compra ou afeição pelo produto através deste tipo de condicionamento, especificamente, é embutir nos anúncios, subliminarmente, estímulos que eliciem respostas emocionais agradáveis e generalizadas. Isto funciona como um emparelhamento e pode fazer com que o produto se torne um estímulo condicionado de ordem superior para eliciar, em algum grau, respostas emocionais agradáveis, mas não capaz de eliciar, sozinha, o comportamento de compra ou mudança de opinião. Desse modo, estamos sujeitos a estímulos que não podemos descrever e, portanto, não podemos contestar ou analisar de forma racional. Tudo parece apontar para a conclusão de que a forma pela qual se dá a recepção da mensagem e a intencionalidade da propaganda subliminar são atitudes antiéticas, por vincular dissimuladamente, por meio de uma confusão simbólica, atributos emocionais a produtos e marcas. Entretanto, esta seria uma afirmação precipitada e ainda carente de embasamento empírico e teórico. Faz-‐se necessário ainda um estudo sobre as formas pelas quais a propaganda subliminar afeta outros tipos de condicionamentos e aprendizados humanos. Só depois de estabelecido um alicerce científico consistente sobre estas questões é que poderemos discutir se o uso da propaganda subliminar fere, realmente, o consumidor. Figura 3 – Respostas do aluno Flávio Francisco da Rosa
Na prática, cada professor pesquisador elaborou estratégias de leitura/interpretação e escrita adequadas à sua área de atuação e à do orientando, com base nas obras constantes da bibliografia.
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A Professora Cristiane Pimentel Neder orientou o aluno bolsista Flávio Francisco da Rosa, no projeto O Conceito de um Blog Publicitário e a Linguagem de Persuasão para Atingir o Público-Alvo. Depois de acompanhar a leitura do aluno, tirando dúvidas e debatendo a respeito da possível utilização dos conceitos dos autores, escolheu a obra de e Calazans (1992), constante da bibliografia. Em seguida, com base na ficha (guia de leitura) elaborada por Carlino (Figura 1), Neder adaptou-a (ficha de perguntas - Figura 2), respondidas pelo aluno (Figura 3). Na metodologia de Carlino (2009) a leitura acompanhada, guias de leitura, respostas do aluno, correções e resumo da obra fazem parte de uma etapa denominada Elaboração Rotativa de Sínteses de Classe, que consiste basicamente em retirar do texto os conceitos principais do autor, a partir da leitura conjunta do com o aluno, ou seja, o professor aplica estratégias didáticas para a leitura e compreensão do texto acadêmico escolhido. Esta etapa destina-se à elaboração de sínteses de aulas e obras. Nela o professor elabora um pequeno resumo do texto (Figura 4) e, após a leitura, o aluno seleciona os conceitos mais importantes, leva-os ao professor, é orientado com base nas respostas dadas e, depois das correções e sugestões, redige sua própria síntese (Figura 5).
Figura 4 – Ficha de resumo elaborada por Carlino (2009, p. 98)
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ALUNO: Flávio Francisco da Rosa PÁGINA 1 OBRA: CALAZANS, Flávio Mário de Alcântara. Propaganda Subliminar Multimídia. 6 ed. São Paulo: Summus, 1992.
1.1 Objetivo Geral
No livro Propaganda Subliminar, Calazans (1992) apresenta as noções básicas do que é propaganda subliminar e nos fornece um histórico das primeiras experiências nesse tipo de propaganda, que emprega informações dissimuladas e fala diretamente ao inconsciente do público. Seu objetivo é o de analisar os principais recursos e linguagens empregados na época e as diferentes consequências, para o indivíduo e a sociedade, a curto e longo prazo. O livro traz estudos sobre o potencial de manipulação que a propaganda subliminar causa nas massas e seu possível uso político para dominação, que têm relevância, evitando que, historicamente, não sejam repetidas novas experiências de propaganda subliminar na mente das pessoas, para que cada um possa avaliar qualquer propaganda e tirar suas conclusões sobre seus efeitos subliminares ou não. O autor nos mostra como o desenvolvimento de novas tecnologias possibilitou uma vasta gama de novos recursos subliminares, abrangendo áreas da percepção e da comunicação. Nesse sentido, objetivou-‐se analisar quanto as novas tecnologias da comunicação podem ser ‘’armas’’ de dominação e quanto imune estamos às propagandas subliminares e seus efeitos, com base na teoria de Calazans sobre tal tipo de propaganda, que persuade inconscientemente as pessoas. Trabalhando no subconsciente do receptor, dá-‐se o nome de mensagem ou propaganda subliminar a toda aquela transmitida em baixo nível de percepção, tanto auditiva quanto visual. Embora não possamos identificar esta absorção da informação, nosso subconsciente a capta e ela é assimilada sem nenhuma barreira consciente, e a aceitamos como se tivéssemos sido hipnotizados. O autor mostra como estas propagandas interferem, condicionam e influenciam nas nossas decisões de consumo, enfim suas reações.
1.2 Objetivos Secundários
Demonstrar que a propaganda subliminar pode ser usada em todos os meios de comunicação e atingir qualquer pessoa, assim como provam estudos psicológicos referidos pelo autor dentro do livro. Estes estudos mostram que a mensagem subliminar, como qualquer estímulo produzido abaixo do limiar da consciência, produz efeitos na atividade psíquica ou mental. Calazans nos mostra que as mensagens ou propagandas subliminares são veiculadas nos mais diversos canais comunicacionais como TV, cinema, rádio, histórias em quadrinhos, revistas, jogos RPG, fliperamas, videogames, assim como em músicas, programas de informática, teatro, jornais, outdoors, embalagens, bonecas, vitrines e outros. Um dos problemas desta propaganda é que ela fere as normas de livre arbítrio do consumidor, pois não dão opção de escolha no caso de produto ou no caso político, mais grave ainda, pois manipula ideologicamente a população, levando ao poder um político ‘’maquiado’’ pelo subliminar. Entender as razões do uso dessa propaganda e suas consequências é muito importante.
2 Hipótese
Flávio Calazans, no livro Propaganda Subliminar Multimídia, demonstra que, embora estejamos vivendo um novo momento da comunicação, cada vez mais cibernética, mesmo sendo um momento de releitura dos meios, globalizados e informatizados, não se divorciaram das práticas antigas de manipulação e dominação, inovando no formato, na estrutura e na abrangência do envio da sua mensagem, mas preservando suas características como elemento de poder psicológico ou político. Esse momento, agora bem mais atualizado, implica a necessidade de conhecer as novas mídias e suas peculiaridades. Sua na ideia é a de que todos veem, mas ainda não enxergam a real intenção da comunicação de uma forma mais aprofundada. Assim, o autor se propõe a levar informações, indispensáveis hoje, para entender os processos comunicativos em todas as áreas. Objetiva, pois, instrumentalizar o leitor para que tenha condições de entender os processos comunicativos se assim desejar. Segundo a sua hipótese, toda mensagem subliminar tem um determinado grau de persuasão, e pode vir a influenciar tanto as vontades de uma forma imediata (fazendo, por exemplo, uma pessoa sentir vontade de beber ou comer algo), como até mesmo a personalidade ou gostos pessoais de um receptor a longo prazo (mudando o seu comportamento, transformando uma pessoa tímida em extrovertida). Esse grau de persuasão deve variar de acordo com o tempo de exposição à mensagem e a personalidade do receptor.
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ALUNO: Flávio Francisco da Rosa PÁGINA 2 3 Ideias-‐Chave do Autor
Ele expõe artigos antigos, ideias de que a publicidade subliminar já acontecia em diversas formas e plataformas. Aproveita o embasamento desses casos e apresenta possibilidades de criação e até interpretação por parte do público que é entendedor das novas mídias sociais e que elas podem os efeitos sofrer da mágica subliminar da propaganda. Traça um panorama das tecnologias audiovisuais midiáticas que podem ter por objetivo a transmissão de mensagens contendo estimulação subliminar, cuja signagem, devido ao tempo de exposição, ritmo, sobreposição ou distribuição cromática espacial em escala, encontra-‐se dissimulada, impossibilitando uma leitura consciente por parte do receptor. Relata na obra pesquisas das universidades para afetar a nós, cidadãos-‐eleitores-‐consumidores, em 1959, quando o publicitário Jim Vicary coloca um taquicoscópio (projetor de slides, nome cuja origem vem de táquios, velozes, como o estroboscópio anteriormente criado) no filme Picnic, estrelado por Kim Novak, projetando frases (como ''drink Coke'') em uma velocidade de 1/3000 de segundo, imperceptíveis pela consciência, aumentando assim as vendas do refrigerante. Tal experimento foi denominado Experimento Vicarista.
4 Síntese das Partes e Capítulos
O livro está organizado em quatro partes. A primeira apresenta a proposta nova de ler a comunicação, mas com o devido entendimento teórico. O autor fornece um panorama da comunicação mais antiga e sua funcionalidade quanto à aplicação da propaganda subliminar para a determinada época. Na segunda parte, é aplicada a teoria primária da comunicação e suas artimanhas. Diversos trabalhos e “cases” são apresentados a fim de embasar o leitor para contextualizar. Ainda informar que já se pensava em comunicação massiva com interesses diversos, mesmo naquela época. Na terceira parte é aplicada a teoria do autor através dos diversos estudos de caso que ele apresenta durante sua jornada no livro. A quarta parte apresenta as considerações finais do autor. O ponto chave do livro é a abordagem das tecnologias de manipulação subliminar. Calazans ensina a identificar essas tecnologias para que o consumidor e o cidadão possam ter uma autodefesa eficiente contra elas.
5 Conclusões) do Autor Flávio Calazans, por meio da apresentação das teorias e trabalhos expostos em seu livro, nos dá o panorama de poucos estudos quanto ao uso do subliminar nos trabalhos de comunicação. Também apresenta outras formas de verificar o subliminar de forma psicológica através de alguns estudos de Freud (psicologia analítica), ou até mesmo dentro de uma avalanche de informações, que segundo Key, quanto maior for a quantidade de informação enviada no menor intervalo de tempo por um mecanismo de defesa psíquico, o excedente ficará subliminar, ou o fenômeno chamado “efeito McLuhan”. Apresenta ainda um otimismo em relação a futuros estudos contemplando a subliminaridade na comunicação. Deixa claro que a propaganda subliminar, transmitida repetidas vezes, fala diretamente ao inconsciente do público, influenciando as escolhas, atitudes e motiva a tomada de decisões, assim manipulando comportamentos e ferindo a ética e a cidadania.
6 Impressão Pessoal do Aluno
O livro é permeado de trabalhos científicos, estudos psicológicos, constatações do mercado publicitário antigo e possibilidades de interação entre fontes de estudo. O autor vai sempre direto ao ponto, discutindo possibilidades, apresentando casos e expondo suas ideias. Os capítulos são autoexplicativos, de fácil entendimento quanto aos artigos apresentados no começo da obra. A leitura instiga a pensar sobre toda a forma de produzir propaganda, suas intenções e artimanhas. Também deixa claro ser preciso continuar a pensar no estudo do subliminar, uma vez que as teorias são ultrapassadas e pouco discutidas hoje em dia. O livro começa com a seguinte citação: “Para aqueles que ignoram a existência dos subliminares e que vivem felizes e inocentes”. É difícil falar de publicidade subliminar, porque, de início, achamo-‐la algo surreal, ou alienação de pessoas fissuradas em ficção. No entanto, ao ler Propaganda subliminar e multimídia, deparamos com pesquisas científicas comprovadas que provam que uma propaganda em um cinema ou até mesmo as palavras bem centradas de um político pode conter bem mais do que os nossos olhos podem ver. Refazendo o começo o meio e o fim, Flávio Callazans mostra o perigo das mensagens subliminares por quadrinhos, filmes e propagandas e propõe como entendê-‐las e como reagir face a esse domínio inconsciente que acaba decidindo nossos atos mais instintivos. Propaganda subliminar na multimídia é um livro muito esclarecedor, que não cai no erro de mostrar só uma análise da propaganda subliminar para quem está familiarizado com a área de publicidade, mas de maneira em geral, explicando o quanto estamos à mercê do nosso inconsciente e da fúria do excesso de informações que recebemos todos os dias. Assim, este livro é uma ótima referência para profissionais e estudantes de comunicação, psicologia, sociologia e, curiosos, pois sana a curiosidade sobre a propaganda subliminar e traz novos conhecimentos sobre a questão. Figura 5 –Resumo elaborado pelo aluno Flávio Francisco Rosa
O Professor Jaeder orientou o aluno Kelvin Roger Martello Rodrigues no projeto Estratégia e Vantagem Competitiva: Um Estudo de Michael Porter. Jaeder elaborou sua guia de leitura (Figura 7), solicitando respostas sobre duas obras da bibliografia do aluno (Figura 8), conforme o modelo de Carlino (Figura 6). Com base na leitura e respostas, o aluno elaborou o resumo (Figura 9).
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Letramento acadêmico: da escrita à leitura científica
Figura 6 – Guia de Leitura de duas obras elaborada por Carlino (2009, p. 103)
FACULDADE ANHANGUERA DE RIBEIRÃO PRETO – SP
PROFESSOR JAEDER FERNANDES CUNHA ALUNO: Kelvin Roger Martello Rodrigues SÉRIE: 4º Semestre BIBLIOGRAFIA PARA ANÁLISE Porter, Michael E. Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior. 11 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989. Porter, Michael E. A Vantagem Competitiva das Nações. 11 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1993. 1 -‐ Qual o objeto de estudo de cada livro do nosso autor acima elencado (Michael E. Porter)? 2 -‐ De onde o autor “fala” (“país, centro ou periferia?”; “ideologia, campo de pesquisa” etc.)? 3 -‐ Quais os campos de pesquisa que se insere cada livro? 4 -‐ Em que consiste os conceitos-‐chaves de cada livro? 5 -‐ Quais são as conclusões do autor em cada livro?
Figura 7– Guia de Leitura de duas obras adaptada pelo Professor Jaeder
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ALUNO: Kelvin Roger Martello Rodrigues PÁGINA 1 SÉRIE: 4º Semestre BIBLIOGRAFIA PARA ANÁLISE Porter, Michael E. Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior. 11ª edição. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1989. Porter, Michael E. A Vantagem Competitiva Das Nações. 11ª edição. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1993. 1 -‐ Qual o objeto de estudo de cada livro do nosso autor acima elencados (Michael E. Porter)? Em seu primeiro livro a “Vantagem Competitiva Criando e Sustentando um Desempenho Superior” seu objeto de estudo consiste na Cadeia de Valores, essa ajuda a analisar as atividades particulares através das quais as empresas podem criar e sustentar a vantagem competitiva, a empresa é representada como uma cadeia de atividades, criadoras de valor. O modelo resultante é conhecido como a cadeia de valor onde Porter identificou atividades primárias e de apoio. Além disso, Michael E. Porter aborda a Estratégia Competitiva Genérica, sendo o custo, a diferenciação e enfoque que podem ser usadas individualmente ou em conjunto para criar uma posição sustentável em longo prazo e por fim o autor aborda o modelo de Cinco Forças que se destina à análise da competição entre empresas. Considera cinco "forças" competitivas, que devem ser estudados para que se possa desenvolver uma estratégia empresarial eficiente, sendo elas: rivalidades entre concorrentes, poder de negociação dos fornecedores, poder de negociação dos compradores, ameças de novos entrantes, ameaça de substitutos. Em seu segundo livro “A Vantagem Competitiva das Nações” seu objeto de estudo consiste nos determinantes da vantagem competitiva nacional, onde Porter desenvolveu o modelo de Diamante para expandir a análise estratégica da competitividade de países ou de regiões. O Modelo de Diamante de Porter enfatiza os determinantes da vantagem competitiva nacional. Eles são agrupados em quatro categorias ou atributos, a saber: (1) condições de fatores, (2) condições de demanda, (3) indústrias correlatas e de apoio, (4) estratégia, estrutura e rivalidade das empresas. Porter também descreve o papel de aspectos complementares aos quatro determinantes da vantagem competitiva, os quais são categorizados pelo autor em dois grupos. O primeiro deles é o papel do acaso, muitas das oportunidades de ampliação da competitividade de empresas em países ou regiões é fruto do impulso gerado por fenômeno não controláveis pelos gestores das empresas. O segundo corresponde ao Governo considerado como um agente de geração de fenômenos que influenciam os quatro determinantes de competitividade do Diamante. De fato, o papel do governo envolve diversas decisões, que têm objetivo direto em impulsionas os negócios de setores da economia. 2 -‐ De onde o autor “fala” (“país, centro ou periferia?”; “ideologia, campo de pesquisa”, etc)? Michael E. Porter é nascido em 1947 em Ann Harbour no estado de Michigan (Estados Unidos), considerado um dos maiores especialistas mundiais em estratégia competitiva. Doutorou-‐se em Economia, em Harvard, após uma licenciatura em Engenharia Aeronáutica, em Princeton. Professor da Harvard Business, entre as suas contribuições para a gestão salienta-‐se o modelo de análise estrutural de indústrias, a noção de cadeia de valor e a teoria da vantagem competitiva. Sendo um país Imperalista e de uma grande força economica o autor “fala” de um lugar social, onde escreveu suas obras em um eixo capitalista e bipolarizado. 3 -‐ Quais os campos de pesquisa que se insere cada livro? Em seu primeiro livro a “Vantagem Competitiva Criando e Sustentando um Desempenho Superior” o campo de pesquisa se insere na economia empresarial, um campo de economia aplicada fazendo uso da teoria econômica e de métodos quantitativos para analisar as empresas de negócios e os fatores que contribuem para a diversidade das estruturas organizacionais e as relações das empresas com os mercados de trabalho, o capital e os mercados de produtos, estando ligada a assuntos e problemas economicos relacionados com a organização empresarial, gestão e estratégias. Em seu segundo livro “A Vantagem Competitiva das Nações” o campo de pesquisa se insere na economia empresarial dialogando a um campo administração publica e ciência politica (é o estudo da política, dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo — ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis), esse livro são para gestores públicos, autoridades econômicas, para governos.
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Letramento acadêmico: da escrita à leitura científica
ALUNO: Kelvin Roger Martello Rodrigues PÁGINA 2 4 -‐ Em que consiste os conceitos-‐chave de cada livro? No primeiro livro a “Vantagem Competitiva Criando e Sustentando um Desempenho Superior” o conceito chave esta idealizado no escopo das atividades implementando a cadeia de valores, as estratégias genéricas e o modelo de cinco forças para se criar a vantagem competitiva em uma indústria. No segundo livro “A Vantagem Competitiva das Nações” o conceito chave esta idealizado no desenvolvimento competitivo nacional através do modelo de diamante introduzindo os determinantes da vantagem competitiva nacional, o papel do acaso e o papel do governo relacionando suas agendas nacionais. 5 -‐ Como os conceitos do primeiro livro são aplicados no segundo? Nos últimos anos grande parte dos trabalhos de Michael E. Porter tinha preocupação central em natureza da competição nas indústrias e os princípios da estratégia competitiva, em seu primeiro livro “Vantagem Competitiva Criando e Sustentando um Desempenho Superior” o autor aborda a estrutura das indústrias e a escolha de posição dentro delas, além de apresentar uma moldura para o entendimento das fontes da vantagem competitiva de uma empresa e como essa vantagem podia ser melhorada. Sua linha de pensamento não muda completamente em seu segundo livro “A Vantagem Competitiva das Nações”, abordando como as indústrias prosperam e competem em um mercado internacional, além de ressaltar que os determinantes da vantagem competitiva nacional junto com o papel do acaso e o papel do governo são fatores de suma importancia para tal vantagem. Desse modo, o autor volta a entrar em sua primeira obra identificando que independente do tipo, perfil, tamanho, segmentação da empresa ou indústria seja nacional ou internacional, sua estrutura de competição está materializada em cinco forças competitivas (rivalidades entre concorrentes, poder de negociação dos fornecedores, poder de negociação dos compradores, ameças de novos entrantes, ameaça de substitutos) e no centro do posicionamento está à vantagem competitiva abordando as estrategias competitivas genéricas (liderança de custo, diferenciação, enfoque) e seu âmbito competitivo. Por fim o autor demostra que independente das indústrais nacionais ou internacionais todas as empresas se organizam e realizam suas atividades de forma separadas, criando o valor para seus compradores pelo desempenho dessas atividades, isso foi denominado pelo autor como cadeia de valores. As atividades desempenhadas na competição dentro dessas indústrias podem ser agrupadas em categorias de atividades primárias e atividades de apoio.
6 -‐ Quais são as conclusões do autor em cada livro? Em seu primeiro livro a “Vantagem Competitiva Criando e Sustentando um Desempenho Superior” o autor consegue diagnosticar e promover a vantagem competitiva através da cadeia de valores, essa permite separar as atividades subjacentes executadas por uma empresa no projeto, na produção, marketing e na distribuição de seu serviço e produto, além de detalhar com clareza que as Estratégias Competitivas Genéricas são responsáveis pela posição relativa de uma empresa dentro da sua indústria, tendo em vista o modelo de cinco forças servindo para fazer uma análise da atratividade (valor) de uma estrutura de indústria. Em seu segundo livro “A Vantagem Competitiva das Nações” o autor consegue identificar os determinantes fundamentais da vantagem competitiva nacional interligando como um sistema, relatando a importante questão do “agrupamento” e os grupos correlatos de empresas e indústrias bem-‐sucedidos surgindo em um país para ganhar posições de liderança no mercado mundial. 7 -‐ O que você apreende como produto final desta análise (entre as obras)? Como produto final foi possível de compreender como uma indústria consegue criar e sustentar um desempenho superior, seja qual for à indústria, seja ela doméstica ou internacional, produza um produto ou um serviço, as regras da concorrência estão englobadas em cinco forças competitivas: a entrada de novos concorrentes, a ameaça de substitutos, o poder de negociação dos compradores, o poder de negociação dos fornecedores e a rivalidade entre os concorrentes existentes. Só é possível criar uma Vantagem Competitiva, utilizando-‐se das estratégias genéricas; enfoque, custo e diferenciação, abordando suas cadeias de valores. Porém é de suma importância ressaltar o escopo competitivo e suas dimensões (segmento, vertical, geográfico e indústria), pois traça a configuração e a economia de valores, além de ressaltar a relação da tecnologia espalhando-‐se pela cadeia de valores e desempenhando um papel importante na determinação da vantagem competitiva, tanto na diferenciação quanto no custo, quanto ressaltar a segmentação, substituição e inter-‐relações empresariais e os métodos ofensivos e defensivos de como agir-‐se contra concorrentes. Contudo foi possível de apreender que para o desenvolvimento da vantagem nacional e expandir a análise estratégica da competitividade de países ou de regiões o elemento mais importante é o Sistema Nacional de Valor, e com isto lançou outro grande conceito -‐ o modelo do diamante enfatizando os determinantes da vantagem nacional (condições de fatores, condições de demanda, indústrias correlatas e de apoio e estratégia, estrutura e rivalidade das empresas) junto com a importância do papel do acaso e o papel do governo como agente na criação e manutenção da vantagem nacional e influenciadores da vantagem competitiva nacional, com o objetivo de criar um ambiente no qual as empresas possam melhorar as vantagens competitivas nas indústrias existentes e apoiar a capacidade de as empresas do país entrarem em novas indústrias.
Figura 8 – Respostas do aluno Kelvin Roger Martello Rodrigues
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ALUNO: Kelvin Martello Rodrigues OBRA: PORTER, M. E. A Vantagem Competitiva das Nações. 11. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1993
1 Aspectos Particulares
1.1 Objetivo Geral
Identificar as etapas do desenvolvimento competitivo nacionais, demonstrando os papéis das políticas governamentais na criação e manutenção da vantagem nacional, através dos determinantes da vantagem competitiva nacional: condições de fatores, condições de demanda, indústrias correlatas e de apoio, estratégias, estrutura e rivalidade das empresas, o papel do acaso e o papel do governo, isso utilizado de sua pesquisa em dez destacados países (Grã – Bretanha, Dinamarca, Alemanha, Itália, Japão, Coréia, Cingapura, Suécia, Suíça e Estados Unidos).
1.2 Objetivos Secundários
São examinados sob o padrão do que é comumente chamado de “competitividade”, tendo preocupação central a natureza da competição nas indústrias e os princípios da estratégia competitiva.
2 Hipótese Geral
Desenvolvendo a sua hipótese da vantagem nacional em indústria e grupos, Porter identifica as etapas do desenvolvimento competitivo através das quais as economias nacionais avançam e decaem. Sua hipótese é rica de implicações tanto para empresas como para governos, descrevendo como uma empresa pode explorar e ampliar suas vantagens nacionais na competição internacional. Oferecendo sugestões de política governamental para fortalecer a vantagem competitiva nacional também delineia as agendas dos anos futuros para os países estudados. O autor idealiza em sua hipótese as unidades básicas da vantagem competitiva, sendo a primeira a estrutura da indústria e a segunda a posição dentro da indústria, baseada no escopo das atividades e suas cadeias de valores introduzindo suas relações com a liderança de custo, diferenciação e enfoque (estratégias genéricas).
3 Ideias-‐Chave do Autor
O autor idealiza desenvolvimentos competitivos nacionais colocando ideias-‐chaves como a vantagem competitiva de empresas em indústrias globais, o papel das circunstâncias nacionais no êxito competitivo, determinantes da vantagem nacional (condições de fatores, condições de demanda, indústrias correlatas de apoio, estratégias, estrutura e rivalidade das empresas, o papel do acaso e o papel do governo), as relações entre os determinantes, os determinantes como um sistema, agrupamento de indústria competitivas, o papel da concentração geográfica, vantagem competitiva nacional em serviços, os estudos históricos sobre os países pesquisados, as oscilações dos países pesquisados pós-‐guerra , estratégias empresariais, localidade da base nacional, o papel da liderança, vantagens seletivas, políticas governamentais e agendas nacionais.
4 Síntese Partes/Capítulos
O livro está organizado em quatro partes. A primeira apresenta a teoria em si, fornecendo uma visão geral dos princípios da estratégia competitiva. Na segunda parte é aplicada a teoria para explicar as histórias de quatro indústrias representativas e a teoria ao setor de serviços, onde a competição nacional tem sido pouco estudada. Na terceira parte é aplicada a teoria ás nações, para oito as dez nações investigadas é oferecido um perfil detalhado das indústrias internacionalmente bem-‐sucedidas na economia e como o padrão vem se modificando, usando a teoria do autor para explicar os êxitos e fracassos como a evolução da economia do país no período pós-‐guerra. A quarta parte desenvolve algumas das implicações da teoria para a estratégia empresarial e a política de governo, ilustrando como a teoria pode ser usada para identificar algumas das questões que governarão o desenvolvimento futuro da economia de cada país.
5 Conclusões) do Autor
Michael E. Porter, por meio de pesquisas em dez destacados países (Grã-‐Bretanha, Dinamarca, Alemanha, Itália, Japão, Coréia, Cingapura, Suécia, Suíça e Estados Unidos), identifica os determinantes fundamentais da vantagem competitiva nacional numa indústria e como funcionam juntos em um sistema, explicando o importante fenômeno do “agrupamento” no qual os grupos correlatos de empresas e indústrias bem-‐sucedidos surgem num país para ganhar posições de liderança no mercado mundial.
6 Impressão Pessoal do Aluno
O livro é muito longo, resultado da constatação, apresentação e verificação da teoria do autor. É impossível evitar sua extensão, visto que autor quis testar sua teoria contra dados suficientes e desenvolver suas implicações para os empresários e formuladores de políticas. Os leitores podem, porém, seguir atalhos dentro do livro, dependendo de seus interesses particulares, cada parte do livro é destinada a um assunto em foco. A leitura é fascinante, instrumento grandioso para avaliar os méritos e deméritos de políticas que visam a estimular a produção, o crescimento e a competitividade.
Figura 9–Resumo elaborado pelo aluno Kelvin Roger Martello Rodrigues
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Letramento acadêmico: da escrita à leitura científica
Como vimos, até aqui, cada aluno com base em determinada(s) obra(s), específicas à sua área de atuação, redige fichas de leitura contendo respostas e um resumo contendo as ideias principais do autor.
Resumindo, nossa metodologia contemplou pesquisa bibliográfica com estudo de caso e aplicação de guias e fichas de leitura, preconizadas por Carlino (2009) e adaptadas para cada aluno bolsista (IC) para aplicação em um ou dois dos textos utilizados na bibliografia de seu projeto (artigo final).
O objetivo era verificar a evolução de cada aluno durante as várias etapas de elaboração do seu projeto, este aproveitado na redação do artigo final, ou seja, em termos de Letramento Acadêmico, buscamos aferir se a aplicação da metodologia foi capaz de otimizar a leitura, interpretação e produção de textos científicos.
Com a leitura acompanhada e a aplicação das fichas/guias de leitura, houve sensível melhora na interpretação de textos, gráficos, tabelas, diagramas e fluxogramas, e na produção textual dos bolsistas, podendo-se estender esta metodologia a quaisquer disciplinas e áreas do conhecimento.
5. CONsIDERAçõEs fINAIs
Apesar de a leitura e a escrita serem fundamentais no ensino superior, delas dependendo, em grande parte, o sucesso ou fracasso dos alunos, não fazem parte de programas acadêmicos sistemáticos nem são devidamente consideradas pelos professores. Já partilhamos das mesmas queixas dos professores sobre a inabilidade dos alunos em ler, interpretar e escrever textos acadêmicos. Já supusemos, como muitos ainda supõem (e daí a razão de uma certa perplexidade), que os ingressantes no ensino superior, depois de passar pelo ensino fundamental e médio, estivessem, ao menos minimamente, preparados para compreender textos mais simples, básicos, relativos à literatura especializada de seu curso e área do conhecimento, bem como redigir um relatório ou um resumo.
Talvez por isso, ao culpar os alunos e/ou o sistema educacional pela frustração de nossas expectivas, tenhamos esquecido que eles, alunos, também se sentiam perplexos e despreparados para adentrar este novo mundo, pleno de textos herméticos, difíceis, repletos de citações e termos estranhos, enigmáticos.
Carlino e os demais autores que consultamos nos surpreenderam: simplesmente nos disseram para ler com os alunos, acompanhá-los nos momentos difíceis, nas crises e dúvidas. Simples e óbvio.
Disseram-nos que eles precisam saber os códigos, as linhas, os conceitos relativos à sua área do saber, as especificidades de cada campo, pois o texto acadêmico é único, específico, por vezes de difícil decifração, exigindo “chaves”. Ms não fazíamos assim, não líamos com eles, não explicávamos as obras da bibliografia, nem recorríamos a fichas de leitura, nem
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dispensávamos um tempo para saber de cada um o que pensava dessa ou daquela obra, o que são argumentos, tese, problema, hipótese, ideias centrais, onde estão, como achá-los em um texto.
Os autores que lemos não têm receitas prontas. Explicam-nos como fazer o básico para obtermos sucesso: justamente aquilo que achávamos que todo universitário já vinha sabendo.
Aplicamos a “nova” metodologia, descobrindo, a cada passo, que ela não é assim tão nova, sempre existiu. Seus fazeres são justamente aqueles que deixamos de fazer. Foi só relembrá-los, colocá-los na prática, que, nesse pouco tempo em que experimentamos aplicar suas estratégias em dois alunos bolsistas, notamos como é bom não só transmitir dados e informações, mas aprender a aprender com o aluno, vê-lo avançar, progredir, vencer o medo e o desânimo, ler melhor obras e mundo.
Em plena época da escalada das novas tecnologias e velozes mudanças em todos os campos do conhecimento, voltamos ao escreve-reescreve, textos, livros, resumos, fichas, guias, conversas, que também são tecnologias, mas não tão novas assim. Muito dessa falta de interesse dos alunos universitários pelas atividades de leitura, interpretação e produção de textos acadêmicos é gerada pela nossa inércia, falta de iniciativa, criatividade, ação.
Não importa se houve problemas, metodologias equivocadas, preconceitos etc. nas séries anteriores. Se adiarmos a solução, a cada dia mais urgente, nossa omissão pode redundar, como já acontece, no fracasso de muitos talentos, com potencial em sua área de conhecimento, mas despreparados para a leitura, compreensão e produção de textos acadêmicos. Nossa ação conjunta e coesa deu excelentes resultados. A metodologia aplicada pelos componentes do Grupo 26, apesar do pouco tempo, melhorou a leitura, a compreensão e a produção textual dos nossos bolsistas. Não há dúvida sobre a importância do letramento – entendido como a participação em eventos variados de leitura e de escrita e o consequente desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita e de atitudes positivas em relação a essas práticas.
Nesse sentido, cremos que nosso projeto alcançou os objetivos desejados, provendo um acompanhamento sistemático nas várias etapas por que passaram os alunos bolsistas durante a preparação e redação do seu artigo, visando a que aprendessem a ler as obras constantes de sua bibliografia, sintetizando ideias, assinalando contradições, problemas implícitos, adquirindo, enfim, um maior domínio da competência de ler, compreender e redigir textos científicos, que lhes será útil por toda a vida como forma de educação permanente.
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Letramento acadêmico: da escrita à leitura científica
REfERÊNCIAs
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