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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA APOSTILA AS TIC´S APLICADAS NO ENSINO SUPERIOR MINAS GERAIS

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA

APOSTILA AS TIC´S APLICADAS NO ENSINO

SUPERIOR

MINAS GERAIS

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AS NOVAS TECNOLOGIAS E A REJEIÇÃO DOS

PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

As tecnologias sempre existiram, mesmo que não reconhecidas por essa

nomenclatura. Elas são as ferramentas que usamos para solucionar, da melhor

forma, questões as quais levariam, talvez, muito tempo para resolvê-las, tornando

mais prático e confortável o processo de execução das nossas atividades diárias.

As novas tecnologias estão em todo e qualquer lugar, seja em fábricas ou nas

demais empresas dos mais diversos segmentos, não ficando de fora, é claro, o setor

educacional e, influenciando no processo de ensino-aprendizagem. Sabemos que

essas ferramentas vêm a facilitar a forma do trabalho dentro e fora das escolas, o

que não quer dizer que essa facilidade seja vista por todos com bons olhos, pois, há

uma grande quantidade de profissionais da educação, principalmente professores,

que não aceitam as novas tecnologias como instrumento transformador na sua

prática pedagógica.

Essa rejeição muitas vezes se dá devido à falta de conhecimento, por parte

desses, sobre a forma como utilizá-las para adquirir praticidade no processo de

ensino-aprendizagem. Se as novas tecnologias educacionais não são usadas, torna

cada vez mais difícil o processo de inclusão digital tão discutido e esperado. O que

não quer dizer que o uso desordenado dessas tecnologias será bem aproveitado,

pois o que importa é saber usar-las e não apenas usá-las.

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DESCREVENDO SOBRE O TERMO TECNOLOGIA

Tecnologia é conhecimento, interpretação, aplicação e/ou estudo de técnica e

de suas variáveis, enquanto aplicação e aplicativo, ao longo da história e em

determinada sociedade. É um termo muito abrangente que envolve conhecimentos

técnicos e científicos, este sugere objetos que são suas ferramentas, que usamos

para aplicar em cada contexto. Não só as ferramentas técnicas, como as máquinas,

como também os conhecimentos. Sendo assim, todo processo utilizado para facilitar

ou resolver problemas é uma forma de tecnologia, obviamente sendo aplicada ao

seu contexto especifico, auxiliando-nos na busca de solução dos problemas, de

forma prática, com segurança e em tempo reduzido. Segundo Daniel, “Tecnologia é

a aplicação do conhecimento cientifico, e de outras formas de conhecimento

organizado, a tarefa prática por organizações compostas de pessoal e maquinas”

(DANIEL 2003:26 APUD ZANELA, 2007:1).

O termo “tecnologia” tem ligação forte com um movimento surgido na

Inglaterra em meados do século XVIII: a Revolução Industrial, denominada assim

por ser a responsável pelo avanço das maquinas sobre a manufatura. O que para o

liberalismo econômico teriam muitos benefícios, de forma que aumentaria a

produção, aumentando o lucro de pessoal, podendo também fazer os produtos

caírem de preço.

Uma tecnologia nova é oriunda de tecnologias já existentes, tornando-se

ultrapassada a partir dessa, ou seja, sendo um novo método para resolução de

problemas. Sempre surge para executar tarefas que a existente não tem suporte ou

para executar tarefas em menor tempo que a tecnologia que já existe: o chamado

aperfeiçoamento ou evolução objetivando redução de tempo na execução da

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atividade, redução de custo e aumento de lucros. As tecnologias e seus avanços são

frutos do capitalismo. A evolução da humanidade a partir da descoberta do fogo, da

roda, da energia etc., é um exemplo claríssimo de análise diacrônica da história das

tecnologias. “A invenção da imprensa por Gutemberg em 1442 foi a primeira grande

revolução tecnológica na história da cultura humana [...]”. (PAIVA, 2008. p.2).

Hoje, usamos a tecnologia para nos divertir, fazer amizades, trabalhar, cuidar

da saúde, nos comunicar, etc. As tecnologias são tão presentes em nossas vidas

que chegam a mudar a forma como trabalhamos ou pensamos e, levando-nos

assim, a mudar o nosso modo de vida tornando-o mais fácil e prático.

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

Quando se fala em recursos tecnológicos, pensa-se logo na televisão, no

telefone e, principalmente, no computador. Mas em se tratando de educação

qualquer meio de comunicação que completa a ação do professor é uma ferramenta

tecnológica na busca da qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Exemplos

disso são: o quadro negro e o giz, umas das ferramentas mais antigas e mais

usadas na sala de aula.

A Internet é a nova tecnologia que tem se mostrado eficiente na transmissão

de informações e na comunicação, importantíssima na construção do conhecimento.

Através dela é possível fazer os mais diversos tipos de pesquisas, ter acesso a

conteúdos completos de livros, revistas, bem como comunicar-se com o mundo

adquirindo informações em tempo real bem próximo à comunicação face a face.

Mediada através do computador uma potente ferramenta que nos proporciona

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inúmeras formas de uso na educação, mesmo sem o uso da rede mundial de

computadores, a internet, nos propicia o rompimento da barreira do tempo e do

espaço nos mais variados seguimentos. Mas é essa potente máquina composta por

componentes simples interligados, o computador, que nos permite o acesso a esse

grande potencial na mediação de informações permitindo a interação global através

dos mais variados meios, agrupando, assim, todas as tecnologias de comunicação

já inventadas pelo homem transformando-se no aliado perfeito na busca do

conhecimento.

A tecnologia da informática evoluiu rapidamente e o computador e seus

periféricos, além do correio e do telégrafo, passaram a integrar todas as tecnologias

da escrita, de áudio e vídeo já inseridos na sociedade: máquina de escrever,

imprensa, gravador de áudio e vídeo, projetor de slides, projetor de vídeo, radio,

televisão, telefone, e fax. (PAIVA, 2008. p.9).

Com a evolução tecnológica, a comunicação através da Internet, surge como

a forma mais viável de suprir essa necessidade, do homem moderno, de comunicar-

se rapidamente sem a necessidade de estarem no mesmo local ou até no mesmo

momento.

O homem por ser altamente

comunicativo utiliza-se de vários meios

para manter sua comunicação: imagens,

símbolos, sinais, gravuras, sons e muitos

outros, além da escrita e da fala. Com a

evolução da linguagem percebemos que

os signos linguísticos vêm sofrendo

modificações na comunicação oral e

consequentemente na escrita perdendo

elementos da sua composição. Com o

avanço da comunicação através das mensagens instantâneas, isso tem acontecido

constantemente porque o homem moderno, na sociedade capitalista, necessita das

informações no menor tempo possível. Os signos linguísticos são reduzidos

objetivando a diminuição do tempo de transmissão de mensagens e aceleração na

comunicação. As ferramentas tecnológicas, hoje, são instrumentos eletrônicos

indispensáveis no processo de evolução prática da comunicação. Com essa nova

forma de comunicação, o homem passa a obter uma enorme quantidade de

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informações em curto espaço de tempo não sendo possível seu armazenamento,

pois, nosso cérebro não funciona com tamanha rapidez.

Com o domínio da informática, o homem passou a dominar inúmeras novas

tecnologias, sem desprezar as já existentes, reportando-nos, por exemplo, a

tecnologia educacional, denominadas por Zanela de TIC. “Tecnologias da

Informação e da Comunicação (TIC), é o conjunto de tecnologias microeletrônicas,

informáticas e de telecomunicações, que produzem, processam, armazenam e

transmitem dados em forma de imagens, vídeos textos ou áudios.” (ZANELA, 2007.

p.25).

Mas seu uso constante sem planejamento orientado tem se tornado um

grande problema. Fortalece argumentos por parte de alguns profissionais da

educação como suporte ideário de resistência no processo de adesão das novas

tecnologias como ferramenta pedagógica essencial no processo de ensino-

aprendizagem. Este processo é apresentado, por Paiva, numa classificação em

estágios: rejeição, adesão e normalização.

Quando surge uma nova tecnologia, a primeira atitude é de desconfiança e de

rejeição. Aos poucos, a tecnologia começa a fazer parte das atividades sociais da

linguagem e a escola acaba por incorporá-la em suas práticas pedagógicas. Após a

inserção, vem o estágio da normalização, definido por Chambers e Bax (2006,

p.465) como um estado em que a tecnologia se integra de tal forma ás práticas

pedagógicas que deixa de ser vista como cura milagrosa ou como algo a ser temido.

(PAIVA, 2008. p.1).

Educar é colaborar para

que professores e alunos - nas

escolas e organizações -

transformem suas vidas em

processos permanentes de

aprendizagem. É ajudar os

alunos na construção da sua

identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no

desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes

permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornar-se

cidadãos realizados e produtivos.

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Na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a

comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a

integrar o individual, o grupal e o social.

Uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece

quando conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias:

as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais.

Passamos muito rapidamente do livro para a televisão e vídeo e destes para o

computador e a Internet, sem aprender e explorar todas as possibilidades de cada

meio.

AS NOVAS MÍDIAS

O professor tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades

de organizar sua comunicação com os alunos, de introduzir um tema, de trabalhar

com os alunos presencial e virtualmente e assim avaliá-los.

Cada docente pode encontrar a forma mais adequada de integrar as várias

tecnologias e procedimentos metodológicos. Mas também é importante que amplie,

que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal/grupal e as de

comunicação audiovisual/telemática.

Não se trata de dar receitas, porque as situações são muito diversificadas. É

importante que cada docente encontre o que lhe ajuda mais a sentir-se bem, a

comunicar-se bem, ensinar bem, ajudar os alunos a que aprendam melhor. É

importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar.

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Com a Internet podemos modificar mais facilmente a forma de ensinar e

aprender tanto nos cursos presenciais como nos a distância. São muitos os

caminhos, que dependerão da situação concreta em que o professor se encontrar:

número de alunos, tecnologias disponíveis, duração das aulas, quantidade total de

aulas que o professor dá por semana, apoio institucional. Alguns parecem ser,

atualmente, mais viáveis e produtivos.

No começo procurar estabelecer uma relação empática com os alunos,

procurando conhecê-los, fazendo um mapeamento dos seus interesses, formação e

perspectivas futuras. A preocupação com os alunos, a forma de relacionar-nos com

eles é fundamental para o sucesso pedagógico. Os alunos captam se o professor

gosta de ensinar e principalmente se gosta deles e isso facilita a sua prontidão para

aprender.

Vale a pena descobrir as competências dos alunos que temos em cada

classe, que contribuições podem dar ao nosso curso. Não vamos impor um projeto

fechado de curso, mas um programa com as grandes diretrizes delineadas e onde

vamos construindo caminhos de aprendizagem em cada etapa, estando atentos -

professor e alunos - para avançar da forma mais rica possível em cada momento

É importante mostrar aos alunos o que vamos ganhar ao longo do semestre,

por que vale a pena estarmos juntos. Procurar motivá-los para aprender, para

avançar, para a importância da sua participação, para o processo de aula-pesquisa

e para as tecnologias que iremos

utilizar, entre elas a Internet.

O professor pode criar uma

página pessoal na Internet, como

espaço virtual de encontro e

divulgação, um lugar de referência

para cada matéria e para cada aluno.

Essa página pode ampliar o alcance

do trabalho do professor, de

divulgação de suas ideias e

propostas, de contato com pessoas fora da universidade ou escola. Num primeiro

momento a página pessoal é importante como referência virtual, como ponto de

encontro permanente entre ele e os alunos. A página pode ser aberta a qualquer

pessoa ou só para os alunos, dependerá de cada situação. O importante é que

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professor e alunos tenham um espaço, além do presencial, de encontro e

visibilização virtual.

Hoje começamos a ter acesso a programas que facilitam a criação de

ambientes virtuais, que colocam alunos e professores juntos na Internet. Programas

como o Eureka da PUC de Curitiba, o LearningSpace da Lotus-IBM, o WEBCT, o

Aulanet da PUC do Rio de Janeiro, o FirstClass, o Blackboard e outros semelhantes

permitem que o Professor disponibilize o seu curso, oriente as atividades dos

alunos, e que estes criem suas páginas, participem de pesquisa em grupos,

discutam assuntos em fóruns ou chats. O curso pode ser construído aos poucos, as

interações ficam registradas, as entradas e saídas dos alunos monitoradas. O papel

do professor se amplia significativamente. Do informador, que dita conteúdo, se

transforma em orientador de aprendizagem, em gerenciador de pesquisa e

comunicação, dentro e fora da sala de aula, de um processo que caminha para ser

semipresencial, aproveitando o melhor do que podemos fazer na sala de aula e no

ambiente virtual.

O professor, tendo uma visão pedagógica inovadora, aberta, que pressupõe a

participação dos alunos, pode utilizar algumas ferramentas simples da Internet para

melhorar a interação presencial-virtual entre todos.

LISTA ELETRÔNICA/FÓRUM

Em relação à Internet, procurar que os alunos dominem as ferramentas da

WEB, que aprendam a navegar e que todos tenham seu endereço eletrônico (e-

mail). Com os e-mails de todos, criar uma lista interna de cada turma ou um fórum.

A lista eletrônica interna ajuda a criar uma conexão virtual permanente entre o

professor e os alunos, a levar informações importantes para o grupo, orientação

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bibliográfica, de pesquisa, a dirigir dúvidas, a trocarmos sugestões, envio de textos,

de trabalhos.

A lista eletrônica é um novo campo de interação que se acrescenta ao que

começa na sala de aula, no contato físico e que depende dele. Se houver interação

real na sala, a lista acrescenta uma nova dimensão, mais rica. Se no presencial

houver pouca interação, provavelmente também não a haverá no virtual.

Aulas-pesquisa

Podemos transformar uma parte das aulas em processos contínuos de

informação, comunicação e de pesquisa, onde

vamos construindo o conhecimento equilibrando o

individual e o grupal, entre o professor-

coordenador-facilitador e os alunos-participantes

ativos. Aulas-informação, onde o professor mostra

alguns cenários, algumas sínteses, o estado da

arte, as coordenadas de uma questão ou tema.

Aulas-pesquisa, onde professores e alunos

procuram novas informações, cercar um problema, desenvolver uma experiência,

avançar em um campo que não conhecemos. O professor motiva, incentiva, dá os

primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor do que vamos fazer, para a

importância da participação do aluno neste processo. Aluno motivado e com

participação ativa avança mais, facilita todo o nosso trabalho. O papel do professor

agora é o de gerenciador do processo de aprendizagem, é o coordenador de todo o

andamento, do ritmo adequado, o gestor das diferenças e das convergências.

Uma proposta viável é escolher os temas fundamentais do curso e trabalhá-

los mais coletivamente e os secundários ou pontuais pesquisá-los mais

individualmente ou em pequenos grupos. Os grandes temas da matéria são

coordenados pelo professor, iniciados pelo professor, motivados pelo professor, mas

pesquisados pelos alunos, às vezes todos simultaneamente; às vezes, em grupos;

às vezes, individualmente.

A pesquisa grupal na Internet pode começar de forma aberta, dando somente

o tema sem referências a sites específicos, para que os alunos procurem de acordo

com a sua experiência e conhecimento prévio. Isso permite ampliar o leque de

opções de busca, a variedade de resultados, a descoberta de lugares

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desconhecidos pelo professor. Eles vão gravando os endereços, artigos e imagens

mais interessantes em disquete e também fazem anotações escritas, com rápidos

comentários sobre o que estão salvando O professor incentiva a troca constante de

informações, a comunicação, mesmo parcial, dos resultados que vão sendo obtidos,

para que todos possam se beneficiar dos achados dos colegas. É mais importante

aprender através da colaboração, da cooperação do que da competição. O professor

estará atento aos vários ritmos, às descobertas, servirá de elo entre todos, será o

divulgador de achados, o problematizador e principalmente o incentivador. Depois

de um tempo, ele coordena a síntese das buscas feitas, organiza os resultados, os

caminhos que parecem mais promissores.

Passa-se, num segundo momento, à pesquisa mais focada, mais específica,

a partir dos resultados anteriores. O mesmo tema vai ser pesquisado no mesmo

endereço, de forma semelhante por todos. É uma forma de aprofundar os dados

conseguidos anteriormente e evitar o alto grau de entropia e dispersão que pode

acontecer na etapa anterior da pesquisa aberta. Como na etapa anterior é

importante a troca de informações, a divulgação dos principais achados. Há vários

caminhos para aprofundar as pesquisas: Do simples ao complexo, do geral ao

específico, do aberto ao dirigido, focado. Os temas podem ser aprofundados como

em ondas, cada vez mais ricas, abertas, aprofundadas. Os alunos comunicam os

resultados da pesquisa. O professor os ajuda a fazer a

síntese do que encontraram.

O professor atua como coordenador, motivador, elo

de união do grupo. Os textos e materiais que parecem

mais promissores são salvos, impressos ou enviados por

email para cada aluno. Faz-se uma síntese dos materiais

coletados, das ideias percebidas, das questões levantadas

e se pede que todos leiam esses materiais que parecem

mais importantes para a próxima aula, numa leitura mais

aprofundada e que sirva como elo com a próxima etapa de

uma discussão mais rica, com conhecimento de causa. Os

melhores textos e materiais podem ser incorporados à

bibliografia do curso. O professor utilizou uma parte do material preparado de

antemão (planejamento) e o enriqueceu com as novas contribuições da pesquisa

grupal (construção cooperativa). Assim o papel do aluno não é o de "tarefeiro", o de

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executar atividades, mas o de co-pesquisador, responsável pela riqueza, qualidade

e tratamento das informações coletadas. O professor está atento às descobertas, às

dúvidas, ao intercâmbio das informações (os alunos pesquisam, escolhem,

imprimem), ao tratamento das informações. O professor ajuda, problematiza,

incentiva, relaciona.

Ao mesmo tempo, o professor coordena a escolha de temas ou questões

mais específicos, que são selecionados ou propostos pelos alunos, dentro dos

parâmetros propostos pelo professor e que serão desenvolvidos individualmente ou

em pequenos grupos. É interessante que os alunos escolham algum assunto dentro

do programa que esteja mais próximo do que eles valorizam mais. Quanto mais

jovens são os alunos, mais curto deve ser o tempo entre o planejamento e a

execução das pesquisas. Nas datas combinadas, as pesquisas são apresentadas

verbalmente para a classe, trazem um resumo escrito para a aula ou o enviam pela

lista interna para todos os participantes. Alunos e professor perguntam,

complementam, participam.

O professor procura ajudar a contextualizar, a ampliar o universo alcançado

pelos alunos, a problematizar, a descobrir novos significados no conjunto das

informações trazidas. Esse caminho de ida e volta, onde todos se envolvem,

participam - na sala de aula, na lista eletrônica e na home page - é fascinante,

criativo, cheio de novidades e de avanços. O conhecimento que é elaborado a partir

da própria experiência se torna muito mais forte e definitivo em nós.

Construção colaborativa

A Internet favorece a

construção cooperativa e colaborativa,

o trabalho conjunto entre professores

e alunos, próximos física ou

virtualmente. Podemos participar de

uma pesquisa em tempo real, de um

projeto entre vários grupos, de uma

investigação sobre um problema de

atualidade.

Uma das formas mais interessantes de trabalhar hoje colaborativamente é

criar uma página dos alunos, como um espaço virtual de referência, onde vamos

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construindo e colocando o que acontece de mais importante no curso, os textos, os

endereços, as análises, as pesquisas. Pode ser um site provisório, interno, sem

divulgação, que eventualmente poderá ser colocado a disposição do público externo.

Pode ser também um conjunto de sites individuais ou de pequenos grupos que se

visibilizam quando os alunos acharem conveniente. Não deve ser obrigatória a

criação da página, mas incentivar a que todos participem e a construam. O formato,

colocação e atualização podem ficar a cargo de um pequeno grupo de alunos.

O importante é combinar o que podemos fazer melhor em sala de aula:

conhecer-nos, motivar-nos, reencontrar-nos, com o que podemos fazer a distância

pela lista - comunicar-nos quando for necessário e também acessar aos materiais

construídos em conjunto no Home-Page, na hora em que cada um achar

conveniente.

É importante neste processo dinâmico de aprender pesquisando, utilizar todos

os recursos, todas as técnicas possíveis por cada professor, por cada instituição, por

cada classe: integrar as dinâmicas tradicionais com as inovadoras, a escrita com o

audiovisual, o texto seqüencial com o

hipertexto, o encontro presencial com o

virtual.

O que muda no papel do

professor? Muda a relação de espaço,

tempo e comunicação com os alunos. O

espaço de trocas aumenta da sala de

aula para o virtual. O tempo de enviar

ou receber informações se amplia para

qualquer dia da semana. O processo de

comunicação se dá na sala de aula, na

internet, no e-mail, no chat. É um papel

que combina alguns momentos do professor convencional - às vezes é importante

dar uma bela aula expositiva - com mais momentos de gerente de pesquisa, de

estimulador de busca, de coordenador dos resultados. É um papel de animação e

coordenação muito mais flexível e constante, que exige muita atenção,

sensibilidade, intuição (radar ligado) e domínio tecnológico.

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Mudanças na educação presencial com tecnologias

Caminhamos para formas de gestão menos centralizadas, mais flexíveis,

integradas. Para estruturas mais enxutas. Menos pessoas, trabalhando mais

sinergicamente. Haverá maior participação dos professores, alunos, pais, da

comunidade na organização, gerenciamento, atividades, rumos de cada instituição

escolar.

Está em curso uma reorganização física dos prédios. Menos quantidade de

salas de aula e mais funcionais. Todas elas com acesso à Internet. Os alunos

começam a utilizar o notebook para pesquisa, busca de novos materiais, para

solução de problemas. O professor também está mais conectado em casa e na sala

de aula e com recursos tecnológicos para exibição de materiais de apoio para

motivar os alunos e ilustrar as suas idéias. Teremos mais ambientes de pesquisa

grupal e individual em cada escola; as bibliotecas se convertem em espaços de

integração de mídias, software e bancos de dados.

Os processos de comunicação tendem a ser mais participativos. A relação

professor-aluno mais aberta, interativa. Haverá uma integração profunda entre a

sociedade e a escola, entre a aprendizagem e a vida. A aula não é um espaço

de inanimado; e sim um espaço contínuo de aprendizagem. Os cursos serão

híbridos no estilo, presença, tecnologias, requisitos. Haverá muito mais flexibilidade

em todos os sentidos. Uma parte das matérias será predominantemente presencial e

outra predominantemente virtual. O importante é aprender e não impor um padrão

único de ensinar.

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Com o aumento da velocidade e de largura de banda, ver-se e ouvir-se a

distância será corriqueiro. O professor poderá dar uma parte das aulas da sua sala e

será visto pelos alunos onde eles estiverem. Em uma parte da tela do aluno

aparecerá a imagem do professor, ao lado um resumo do que está falando. O aluno

poderá fazer perguntas no modo chat ou sendo visto, com autorização do professor,

por este e pelos colegas. Essas aulas ficarão gravadas e os alunos poderão acessá-

las off-line, quando acharem conveniente.

Haverá uma integração maior das tecnologias e das metodologias de

trabalhar com o oral, a escrita e o audiovisual. Não precisaremos abandonar as

formas já conhecidas pelas tecnologias telemáticas, só porque estão na moda.

Integraremos as tecnologias novas e as já conhecidas. As utilizaremos como

mediação facilitadora do processo de ensinar e aprender participativamente.

Haverá uma mobilidade constante de grupos de pesquisa, de professores

participantes em determinados momentos, professores da mesma instituição e de

outras.

Quando vale a pena encontrar-nos na sala de aula?

Podemos ensinar e aprender com programas que incluam o melhor da

educação presencial com as novas formas de comunicação virtual. Há momentos

em que vale a pena encontrar-nos fisicamente, no começo e no final de um assunto

ou de um curso. Há outros em que aprendemos mais estando cada um no seu

espaço habitual, mas conectados com os demais colegas e professores, para

intercâmbio constante, tornando real o conceito de educação permanente.

Como regra geral, podemos encontrar-nos fisicamente no começo e no final

de um novo tema, de um assunto importante. No início, para colocar esse tema

dentro de um contexto maior, para motivar os alunos, para que percebam o que

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vamos pesquisar e para organizar como vamos pesquisá-lo. Os alunos, iniciados ao

novo tema e motivados, o pesquisam, sob a supervisão do professor e voltam a aula

depois de um tempo para trazer os resultados da pesquisa, para colocá-los em

comum.

É o momento final do processo, de trabalhar em cima do que os alunos

apresentaram, de complementar, questionar, relacionar o tema com os demais.

Vale a pena encontrar-nos no início de um processo específico de

aprendizagem e no final, na hora da troca, da contextualização. Iniciar o processo

presencialmente. O professor estimula, motiva. Coloca uma questão, um problema,

uma situação real. Os alunos pesquisam com a supervisão dele. Uma parte das

aulas pode ser substituída por acompanhamento, monitoramento de pesquisa, onde

o professor dá subsídios para os alunos irem além das primeiras descobertas, para

ajudá-los nas suas dúvidas. Isso pode ser feito pela Internet, por telefone ou pelo

contato pessoal com o professor.

Equilibrar o presencial e o virtual

Se tivermos dificuldades no ensino presencial, não as resolveremos com o

virtual. Se olhando-nos, estando juntos temos problemas sérios não resolvidos no

processo de ensino-aprendizagem, não será "espalhando-nos" e "conectando-nos"

que vamos solucioná-los automaticamente.

Podemos tentar a síntese dos dois modos de comunicação: o presencial e o

virtual, valorizando o melhor de cada um deles. Aproveitar o melhor dos dois modos

de estar.

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Estar juntos fisicamente é importante em determinados momentos fortes:

conhecer-nos, criar elos, confiança, afeto. Conectados, para realizar trocas mais

rápidas, cômodas e práticas.

Realizar atividades que fazemos melhor no presencial: comunidades, criar

grupos afins (por algum critério específico); Definir objetivos, conteúdos, formas de

pesquisa de temas novos, de cursos novos. Traçar cenários, passar as informações

iniciais necessárias para situar-nos diante de um novo assunto ou questão a ser

pesquisada.

A comunicação virtual permite interações espaço-temporais mais livres; a

adaptação a ritmos diferentes dos alunos; novos contatos com pessoas

semelhantes, fisicamente distantes; maior liberdade de expressão a distancia.

Certas formas de comunicação, as conseguirmos fazer melhor a distancia,

por dificuldades culturais e educacionais de abrir-nos no presencial. Na medida em

que avançam as tecnologias de comunicação virtual, o conceito de presencialidade

também se altera. Podemos ter professores externos compartilhando determinadas

aulas, um professor de fora "entrando" por videoconferência na minha aula. Haverá

um intercâmbio muito maior de professores, onde cada um colabora em algum ponto

específico, muitas vezes a distância.

O conceito de curso, de aula também muda. Hoje entendemos por aula um

espaço e tempo determinados. Esse tempo e espaço cada vez serão mais flexíveis.

O professor continua "dando aula" quando está disponível para receber e responder

mensagens dos alunos, quando cria uma lista de discussão e alimenta

continuamente os alunos com textos, páginas da Internet, fora do horário específico

da sua aula. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos

presentes em muitos tempos e espaços diferentes, quando tanto professores quanto

os alunos estão motivados e entendem a aula como pesquisa e intercâmbio,

supervisionados, animados, incentivados pelo professor.

As crianças terão muito mais contato físico, pela necessidade de socialização,

de interação. Mas nos cursos médios e superiores, o virtual superará o presencial.

Haverá uma grande reorganização das escolas. Edifícios menores. Menos salas de

aula e mais salas ambiente, salas de pesquisa, de encontro, interconectadas. A

casa, o escritório será o lugar de aprendizagem.

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Poderemos também oferecer cursos predominantemente presenciais e outros

predominantemente virtuais. Isso dependerá do tipo de matéria, das necessidades

concretas de cobrir falta de profissionais em áreas específicas ou de aproveitar

melhor especialistas de outras instituições, que seria difícil contratar.

Caminhamos rapidamente para processos de ensino-aprendizagem

totalmente audiovisuais e interativos. Veremos-nos, ouviremos, escreveremos

simultaneamente, com facilidade, a um custo baixo, às vezes em grupos grandes,

em outros em grupos pequenos ou de dois em dois.

TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Estamos numa fase de transição na educação à distância. Muitas

organizações estão limitando-se a transpor para as virtuais adaptações do ensino

presencial (aula multiplicada ou disponibilizada). Há um predomínio de interação

virtual fria (formulários, rotinas, provas, e-mail) e alguma interação on-line.

Começamos a passar dos modelos predominantemente individuais para os grupais.

A educação a distância mudará radicalmente de concepção, de individualista para

mais grupal, de utilização predominantemente isolada para utilização participativa,

em grupos. Das mídias unidirecionais, como o jornal, a televisão e o rádio,

caminhamos para mídias mais interativas. Da comunicação off-line evoluímos para

um mix de comunicação off e on-line (em tempo real).

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Educação a distância não é só um "fast-food" aonde o aluno vai lá e se serve

de algo pronto. Educação a distância é ajudar os participantes a que equilibrem as

necessidades e habilidades pessoais com a participação em grupos -presenciais e

virtuais - onde avançamos rapidamente, trocamos experiências, dúvidas e

resultados. Iremos combinando daqui em diante cursos presenciais com virtuais,

uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente. Uma parte dos cursos a

distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial, vendo-nos e ouvindo-

nos. Períodos de pesquisa mais individual com outros de pesquisa e comunicação

conjunta. Alguns cursos poderão fazê-los sozinhos com a orientação virtual de um

tutor e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, idéias.

A internet está caminhando para ser audiovisual, para transmissão em tempo

real de som e imagem (tecnologias streaming). Cada vez será mais fácil fazer

integrações mais profundas entre TV e WEB.

As possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas. Com o

alargamento da banca de transmissão como acontece na TV a cabo torna-se mais

fácil poder ver-nos e ouvir-nos a distância. Muitos cursos poderão ser realizados a

distância com som e imagem, principalmente cursos de atualização, extensão. As

possibilidades de interação serão diretamente proporcionais ao número de pessoas

envolvidas.

Teremos aulas a distância com possibilidade de interação on-line e aulas

presenciais com interação a distância. Algumas organizações e cursos oferecerão

tecnologias avançadas dentro de uma visão conservadora (lucro, multiplicação)

O ensino será um mix de tecnologias com momentos presenciais, outros de

ensino on-line, adaptação ao ritmo pessoal, mais interação grupal, avaliação mais

personalizada (com níveis diferenciados de visão pedagógica)

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Outras organizações oferecerão tecnologias de ponta com visão pedagógica

avançada (cursos de elite, subsidiados). O processo mais lento do que se espera.

Iremos mudando aos poucos, tanto no presencial como na educação à distância. Há

uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das

pessoas. Alguns estão prontos para a mudança, outros muitos não. É difícil mudar

padrões adquiridos (gerenciais, atitudinais) das organizações, governos, dos

profissionais e da sociedade.

Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos

simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes

professores e alunos. Caso contrário conseguirá dar um verniz de modernidade,

sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação, ainda

incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das

formas atuais de ensinar e de aprender.

O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO

EDUCATIVO

As políticas sociais vêm transformando as relações de trabalho, através da

inserção das tecnologias digitais, de forma significativa no cotidiano dos profissionais

de todas as áreas. Impulsionado pelos avanços tecnológicos, o professor modifica

sua prática pedagógica, utilizando-se de ferramentas que não tem conhecimento,

em nome do valor dado ao acesso rápido e estratégico de informações.

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Com relação à prática pedagógica, por mais que a educação se transforme

com um emprego de novas metodologias e tecnologias, o professor, através da sua

postura e do seu conhecimento, é quem efetiva a utilização desse aparato

tecnológico e científico. Dessa forma, redimensiona o seu papel, deixando de ser o

transmissor de conhecimento para ser o estimulador. “O professor se transforma

agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar,

por buscar a informação mais relevante” (MORAN, 1995).

Ao estruturar sua proposta pedagógica, utilizando tecnologia digital, o

professor precisa estabelecer vínculos com os alunos, conhecer seus interesses,

saber o que o aluno já sabe, o que o aluno não sabe e o que ele gostaria de saber.

Motivar o aluno a fazer parte da proposta pedagógica, colocando-o a par sobre o

que será abordado e convidando-o a contribuir. "Os alunos captam se o professor

gosta de ensinar e principalmente se gosta deles e isso facilita a sua prontidão para

aprender” (MORAN, 2000).

O professor detém um lugar de destaque na aprendizagem porque possui

uma formação específica, sendo legitimado por sua formação acadêmica para

trabalhar nessa área. Para que a atuação do professor seja satisfatória, ele

necessita estar constantemente se atualizando e estudando sempre. A formação

continuada do profissional é processo constante, permitindo a análise da teoria na

prática, além de desenvolver o senso reflexivo sobre a sua atuação. Porém, a

realidade, nem sempre, proporciona isso devido à pequena disponibilidade de tempo

ou à distância, o que vem sendo resolvido com os cursos a distância.

Segundo Pedro Demo, 1998, o professor moderno apresenta, ou deveria

apresentar, algumas características a comentar. O professor deve ser um

pesquisador, assumindo um compromisso com o questionamento reconstrutivo a fim

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de ultrapassar a simples socialização do conhecimento. Para tanto, é fundamental a

consciência crítica, o questionamento para a construção ou para a realização de

intervenção alternativa. O professor ao estruturar o planejamento da sua aula e ao

utilizar novas técnicas estará experimentando outras propostas pedagógicas,

qualificando o processo de ensino aprendizagem.

A realidade mostra um quadro um pouco diferente. Para pesquisar é

necessário tempo, e o professor, que se encontra em sala de aula, por vezes com

uma sobrecarga de trabalho, não encontra este tempo para a pesquisa, para criar

novas propostas de aula.

Outro fator importante da prática pedagógica é a faculdade do professor

elaborar por si próprio seu material como marca de teor emancipatório e de

autonomia, fundamentado teoricamente. A experiência pela experiência leva a um

caminho perigoso, o do “achismo”. O professor acha que o seu aluno está

aprendendo sem fazer uma avaliação teórica da situação.

O acesso a Internet é uma ferramenta

que pode facilitar na inovação de propostas

pedagógicas alternativas, bem como no

contato com o conhecimento de ponta para

poder comparar e avaliar as propostas. Isso

se faz possível, uma vez que as escolas se

encontram equipadas tecnologicamente.

A teorização da prática faz parte da

atuação pedagógica. Com o confronto entre

teoria e prática, surge uma relação dialética

que garante um processo construtivo da

aprendizagem. “A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação

Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo”

(FREIRE, P., 1998, P.24).

O professor também necessita de atualização permanente, buscar sempre

informações, saber o que está acontecendo, estar consciente da relação entre os

diferentes saberes. Saber somente sobre a sua área de atuação não é mais

suficiente para atender as necessidades dos alunos. Isto não quer dizer que o

professor precise saber tudo, mas sim, saber o que o aluno quer conhecer. O

processo educativo precisa estar vinculado ao contexto social, em que o sujeito -

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aluno - está inserido. Isso irá implicar em conhecer e usar instrumentação eletrônica,

bem como outros recursos pedagógicos.

Uma questão que envolve a prática educativa relaciona-se com a avaliação,

sendo necessário que o professor reveja sua teoria e prática dessa etapa. A

avaliação permite acompanhar o aluno e verificar o seu processo de aprendizagem,

para dar continuidade na construção do conhecimento através de propostas

específicas. Portanto, ela exige do professor dedicação e sensibilidade.

Antes de falar sobre o professor frente ao uso da tecnologia digital na

educação, faz-se necessário uma pequena explanação sobre estas tecnologias,

como propostas metodológicas e como ferramentas de aprendizagem.

O USO DA TECNOLOGIA DIGITAL

Dentro desse novo panorama, importante, sem sombra de dúvidas, é a

questão da possibilidade de uso do computador, da informática, pelo professor na

educação, sendo o computador uma forma de mídia educacional em que a

abordagem pedagógica é auxiliada por esta ferramenta.

Através do computador, é possível repassar a informação para ser

processada em conhecimento com a criação de ambientes de aprendizagem e a

facilitação do processo do desenvolvimento intelectual do aluno.

O professor tem a sua disposição uma série de ferramentas, que podem ser

utilizadas através do computador, como as listadas abaixo, que possibilitam a

incrementação de sua prática pedagógica:

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- Teleconferência: a teleconferência permite que um especialista esteja em contato

com telespectadores das mais diversas e distantes regiões do mundo, esta atividade

permite que informações e experiências sejam transmitidas, reforçando-se o aspecto

do ensino. Para que haja um processo de aprendizagem, essa técnica deve ser

precedida de estudos sobre o tema, com um preparo prévio da conferência para a

realização de um debate e não um monólogo. Outro ponto é a necessidade da

continuidade da atividade que se integra a uma teleconferência, esta não pode ser

um acontecimento isolado.

- Videoconferência: a videoconferência possibilita o encontro de várias pessoas,

localizadas em espaços diferentes. Através da videoconferência as pessoas podem

trocar áudio, vídeo, trabalhar juntas através dos recursos de compartilhamento e

construir esquemas ou gráficos no quadro de comunicação.

- Chat ou bate-papo: funciona como uma técnica de brainstorm, momento em que

todos os participantes interagem sincronicamente, expressando suas idéias de

forma livre. Permite conhecer as manifestações espontâneas dos participantes sobre

determinado tema, possibilita uma discussão mais profunda e motiva o grupo para

um assunto. Esta técnica acontece numa velocidade surpreendente, podendo haver

a manifestação simultânea de todos, o que requer um acompanhamento do

professor orientando a atividade e também tomando cuidado para não entrar a todo

o momento nas manifestações.

-Listas de discussão: cria online grupos de pessoas que debatem sobre um assunto

que tenham interesse. O objetivo da lista é avançar os conhecimentos, as

informações e experiências, para trabalhar as idéias iniciais. As listas de discussão

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exigem um tempo maior para o preparo dos textos a serem colocados na lista. Trata-

se de uma reflexão contínua, de um debate fundamentado de idéias. Não se fecha o

assunto, e como funciona não necessariamente online simultaneamente, exige

tempo para ser realizada. As listas são criadas utilizando-se o correio eletrônico.

- Correio eletrônico – e-mail: este recurso permite a interação aluno/professor -

aluno/aluno, sustentando a continuidade do processo de aprendizagem através do

atendimento a um pedido de orientação, ou o professor pode se comunicar com

todos os seus alunos (ou com algum em particular) durante o espaço entre uma aula

e outra. Coloca os alunos em contato direto, favorecendo a troca de materiais, a

produção de textos em conjunto, agilizando a comunicação.

- Internet: é um recurso dinâmico, atraente, atualizado, de fácil acesso, que permite

a transmissão de som e imagem em tempo real. Além das facilidades interativas,

através da Internet, tem-se acesso ao conhecimento de ponta, bem como o acesso

a bibliotecas do mundo todo. Com a Internet, aprende-se a ler, buscar informações,

pesquisar, comparar dados...

- Softwares educacionais: estes recursos disponibilizam informações e orientações

de trabalho para os usuários mais facilmente, pois se apresentam de forma

integrada. Devem funcionar como incentivadores e interativos das atividades de

aprendizagem.

A utilização da ferramenta e da metodologia, sem uma proposta coerente, não

garante a eficácia na construção do conhecimento. O professor estará apenas

reproduzindo os modelos tradicionais. O avanço tecnológico consiste na relação

estabelecida entre o professor e o uso da ferramenta.

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Para a construção do conhecimento do aluno atual, o professor assume o

papel do mediador e orientador, que pode ser designado não somente ao professor,

como também a outro sujeito com maior conhecimento sobre o assunto

desenvolvido.

O professor, com o uso das novas tecnologias em sala de aula, pode se

tornar um orientador do processo de aprendizagem, trabalhando de maneira

equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial. (Moran, J., 2000).

Os professores, muitas vezes, procuram acompanhar as mudanças

pedagógicas que vêm ocorrendo. Porém, não conseguem exercer o seu papel no

processo educativo. É imprescindível a reconstrução desse papel de reprodutor para

transformador.

O professor tem a finalidade de equilibrar a participação dos alunos nos

aspectos qualitativos (nível de colocações e concepções trazidas à cerca do tema

proposto) e quantitativo (não controlador, mas de observador sobre as causas da

não participação). O professor então assume um papel de mediador da interação

entre os sujeitos, tencionando o processo de construção do conhecimento desses

sujeitos. Neste processo os alunos se conscientizam dos diferentes tempos e

espaços da construção do seu conhecimento, através da autonomia.

Mesmo que o processo educativo esteja atrelado ao professor, este precisa

ter claro que a sua proposta deve estar voltada à aprendizagem do aluno e ao seu

desenvolvimento. Através de ações conjuntas direcionadas para a aprendizagem

levando em conta incertezas, dúvidas, erros, numa relação de respeito e confiança.

As intervenções do mediador precisam estar coerentes com as necessidades e /ou

dificuldades dos alunos.

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O professor que trabalha na educação com a informática há que desenvolver na relação aluno-computador uma mediação pedagógica que se explicite em atitudes que intervenham para promover o pensamento do aluno, implementar seus projetos, compartilhar problemas sem apresentar soluções, ajudando assim o aprendiz a entender, analisar, testar e corrigir erros”.(MASETTO, M., P. 171, 2000).

Os alunos provenientes de uma Prática Pedagógica Tradicional não

vivenciaram situações de autonomia na construção do seu conhecimento,

importante na proposta de ensino. Desta forma há o fortalecimento do papel do

mediador no sentido de estar atento e envolvido com a construção.

O professor é a autoridade do espaço designado para a construção do

conhecimento, é a pessoa que possui maior conhecimento, estruturou os objetivos e

estabeleceu uma metodologia para atingi-los. Porém, não é apropriado ao professor

exercer sua autoridade com autoritarismo.

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