Apostila Geografia Humana

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  • APOSTILA DE GEOGRAFIA HUMANA

    SUMRIO:

    Unidade 1 POPULAO.............................................................................................................................03 Captulo 1 Populao Absoluta e Populao Relativa..................................................................................03 Captulo 2 Crescimento Populacional...........................................................................................................04 Captulo 3 Fatores da Distribuio Populacional..........................................................................................04 Captulo 4 Fase do Crescimento da Populao Mundial..............................................................................05 Captulo 5 Teorias Populacionais.................................................................................................................06 Captulo 6 Estrutura da Populao...............................................................................................................07 Captulo 7 A Populao Brasileira................................................................................................................09 Captulo 8 As Principais Correntes Imigratrias para o Brasil......................................................................10 Captulo 9 O Crescimento Vegetativo da Populao Brasileira....................................................................11 Captulo 10 Os Movimentos Internos............................................................................................................11 Sesso Leitura.................................................................................................................................................13 Pintou no ENEM..............................................................................................................................................14 Exerccios de Fixao......................................................................................................................................17 Unidade 2 AGRRIA...................................................................................................................................22 Captulo 1 A Produo Agropecuria...........................................................................................................22 Captulo 2 A Agricultura Brasileira................................................................................................................25 Sesso Leitura.................................................................................................................................................27 Pintou no ENEM..............................................................................................................................................28 Exerccios de Fixao......................................................................................................................................29 Unidade 3 URBANIZAO.........................................................................................................................33 Captulo 1 As Cidades na Histria................................................................................................................33 Captulo 2 As Cidades no Capitalismo.........................................................................................................35 Captulo 3 A Urbanizao Contempornea..................................................................................................36 Captulo 4 A Urbanizao Brasileira.............................................................................................................40 Captulo 5 A Rede Urbana Brasileira............................................................................................................40 Sesso Leitura.................................................................................................................................................42 Pintou no ENEM..............................................................................................................................................43 Exerccios de Fixao......................................................................................................................................44 Unidade 4 INDUSTRIALIZAO................................................................................................................48 Captulo 1 O que indstria? ......................................................................................................................48 Captulo 2 Fases dos Processos de Industrializao...................................................................................48 Captulo 3 Fatores Locacionais....................................................................................................................48 Captulo 4 Tipos de Indstrias......................................................................................................................49 Captulo 5 Fases do Capitalismo..................................................................................................................49 Captulo 6 A Nova Diviso Internacional do Trabalho..................................................................................51 Captulo 7 A Terceira Revoluo Industrial..................................................................................................51 Captulo 8 A Globalizao............................................................................................................................52 Captulo 9 Modelos Produtivos.....................................................................................................................52 Captulo 10 Os Pases Pioneiros no Processo de Industrializao..............................................................53 Captulo 11 A Grande Potncia Emergente no sculo XIX..........................................................................53 Captulo 12 Da Unio Sovitica Rssia.....................................................................................................55 Captulo 13 A Economia Socialista de Mercado...........................................................................................55 Captulo 14 Os Pases Recentemente Industrializados................................................................................56 Captulo 15 A Industrializao Brasileira......................................................................................................57 Sesso Leitura.................................................................................................................................................60 Pintou no ENEM..............................................................................................................................................62 Exerccios de Fixao......................................................................................................................................67

  • Unidade 5 REDE DE TRANSPORTES........................................................................................................73 Captulo 1 O Meio Natural e as Estruturas de Transportes..........................................................................73 Captulo 2 Custos de Transferncias e Decises Locacionais.....................................................................73 Captulo 3 A Economia dos Modos de Transporte.......................................................................................74 Captulo 4 As Redes Intermodais.................................................................................................................74 Captulo 5 Os Transportes e o Territrio Brasileiro......................................................................................74 Sesso Leitura.................................................................................................................................................76 Pintou no ENEM..............................................................................................................................................77 Exerccios de Fixao......................................................................................................................................79 Referncias......................................................................................................................................................81

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    Unidade 1 POPULAO

    O mundo pequeno pr caramba Tem alemo, italiano, italiana

    O mundo, fil milanesa Tem coreano, japons, japonesa...

    O mundo uma salada russa Tem nego da Prsia Tem nego da Prssia

    O mundo uma esfiha de carne Tem nego do Zmbia Tem nego do Zaire...

    (O Mundo; Composio: Lenine)

    Captulo 1 Populao Absoluta e Populao Relativa

    Fazendo uma interface com a Biologia, podemos designar o nome de populao a um determinado grupo de indivduos de uma mesma espcie, distribuidos sobre uma rea geogrfica. No caso dos estudos de Geografia da Populao, se busca estudar as populaes humanas que habitam o mundo. Tais estudos podem ser realizados em escalas pequenas (bairros, distritos e cidades), escalas intermedirias (polos regionais, estados e pases) e escalas grandes (subcontinentes, continentes e at mesmo o planeta como um todo).

    Para o estudar a populao de um pas (ou regio), devem ser considerados 4 conceitos bsicos: Populao absoluta:________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Populao relativa:_________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Pas populoso:______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Pas povoado:____________________________________________________________

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    Seguem abaixo 2 tabelas com dados de 2008, referentes aos pases mais populosos e povoados do mundo:

    Pases mais Populosos do Mundo Pases mais Povoados do Mundo

    Lugar

    Pas

    Populao (em milhes

    da hab.)

    1 China 1.321.852.000

    2 ndia 1.129.866.673

    3 Estados Unidos

    301.139.947

    4 Indonsia 234.693.997

    5 Brasil 190.010.647

    6 Paquisto 164.741.924

    7 Bangladesh 150.448.339

    8 Federao Russa

    141.377.752

    9 Nigria 135.031.164

    10 Japo 127.433.494

    Populao Mundial Ano 2008

    Lugar Pas Densidade

    por km2

    1 Macau 18.428

    2 Mnaco 16.754

    3 Singapura 6.489

    4 Hong Kong 6.407

    5 Gibraltar 4.654

    6 Vaticano 1.866

    7 Bahrain 1.454

    8 Malta 1.272

    9 Bermuda

    (UK) 1.211

    10 Maldives 1.105

    Populao Mundial Ano 2008

    Captulo 2 Crescimento Populacional

    So duas as formas de crescimento da populao de uma regio ou pas:

    Migrao: deslocamento de uma populao de uma rea para outra, podendo ser feita dentro de um mesmo pas ou entre pases.

    Crescimento Natural ou Vegetativo: diferena entre a taxa de natalidade e de mortalidade. Taxas: - Taxa de Natalidade = nmero de nascidos x 1000 = %o Populao total - Taxa de Mortalidade = nmero de bitos x 1000 = %o Populao total - Crescimento Vegetativo = taxa de natalidade taxa de mortalidade. Pode ser positivo (TN > TM), negativo (TN < TM) ou nulo (TN = TM). - Taxa de Fecundidade: (Nascidos) / (Pop.Fem 15-49 anos) x 1000 Captulo 3 Fatores da Distribuio Populacional

    Fatores fsicos: atraem (reas ecmenas: oferecem pouca ou nenhuma resistncia ocupao humana) ou expulsam (reas anecmenas: oferece grande resistncia a ocupao humana) populao. Ex: elevadas altitudes, solos pobres, extremos climticos

    Fatores econmicos: algumas atividades econmicas exigem maior concentrao populacional que outras. Ex: indstrias, agricultura.

    Fatores histrico-culturais: quanto mais antiga a ocupao de uma regio, maior a tendncia de haver adensamento populacional. Ex: Salvador, Rio de Janeiro.

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    Considerando as distribuies populacionais e os indicadores sociais de cada rea estudada (sade, educao, infra-estrutura...), foi elaborado o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado a partir de uma mdia aritmtica entre a soma dos ndices de longevidade (expectativa de vida), escolaridade (taxa de analfabetismo) e renda (PIB per capita). O IDH, juntamente com os dados de mortalidade infantil, serve como base para estimar a qualidade de vida dos habitantes de um determinado pas.

    Captulo 4 Fases do Crescimento da Populao Mundial Fase do Crescimento Lento

    Nesta fase, que ocorre at meados do sculo XVIII, os ndices de mortalidade e de natalidade so muito elevados. Isto faz com que o crescimento populacional seja muito lento. Fase da Expanso Populacional dos Pases em Desenvolvimento

    Comea a ocorrer a partir de meados do sculo XVIII: o acesso contracepo, a incorporao da mulher educao e ao mercado trabalhista, os avanos mdico-sanitrio, o processo de urbanizao, a substituio da agricultura de subsistncia pela agricultura de mercado, junto com outras mudanas sociais.

    A taxa de mortalidade continua a tendncia descendente enquanto a natalidade permanece elevada.

    Fase da Expanso Populacional dos Pases Subdesenvolvidos

    Ocorre a partir de meados do sculo XX, devido a chegada, nestes pases, de melhorias mdico-sanitrias, importadas dos pases desenvolvidos. Isto provoca uma acentuada diminuio nas taxas de mortalidade, mas a natalidade continua elevada. Crescimento Populacional dos Pases Desenvolvidos:

    Os pases desenvolvidos passaram por trs etapas de crescimento: crescimento lento, crescimento rpido e estabilizao.

    A fase de crescimento lento, anterior ao sculo XVIII, se deveu a alta TN e TM (Taxa de Natalidade e Taxa de Mortalidade, respectivamente) j que havia necessidade de famlias numerosas para o trabalho e havia baixa expectativa de vida devido as condies precrias da populao.

    A fase de crescimento rpido corresponde a expanso populacional que ocorre basicamente a partir do sculo XVIII. A partir desse perodo, observa-se que as TN foram mantidas altas, agora porque famlias numerosas significavam mais operrios (inclusive mulheres e crianas) para a indstria nascente (incio da Revoluo Industrial). Observa-se tambm uma reduo nas TM, devido a implantao de melhorias sanitrias (rede de esgoto, tratamento de gua, abastecimento de gua, etc.) e da evoluo mdica (vacina, melhoria dos mtodos adotados, remdios mais eficazes, etc.).

    O avano da natalidade e o recuo da mortalidade resultaram na acelerao do CV (Crescimento Vegetativo) que por sua vez gerou um certo alarmismo em relao ao futuro do planeta. Surgi ai a teoria de Malthus, tambm conhecida como Teoria Malthusiana, da qual falaremos adiante.

    A fase de estabilizao do crescimento demogrfico comea a ser visto j nas ltimas dcadas do sculo XIX e iria se completar ao longo do sculo XX devido a queda nas TN que haviam permanecido altas at ento. Tal queda pode ser entendida como resultado principalmente, de mudanas ocorridas na sociedade, como a exigcia de trabalhadores especializados na indstria e a restrio do trabalho infantil. Agora uma famlia numerosa nao mais significaria muitos trabalhadores, mas sim, mais despessas com educao, vesturio e atividades de lazer para toda a famlia.

    Alm do grande custo para formao dos filhos, outro fator que auxiliou a queda nas TN foi a expanso do uso de mtodos anticoncepcionais.

    Hoje, muitos pases desenvolvidos tm crescimento demogrfico prximo de zero. Em alguns lugares como na Alemanha o crescimento chega a ser negativo. Alguns autores dizem que esta seria a quarta fase, se caracterizando pelas baixas taxas de natalidade, que so menores que as taxas de mortalidade. Crescimento Populacional dos Pases Subdesenvolvidos:

    A partir da Segunda Guerra Mundial as Taxas de Mortalidade comeam a cair nos pases hoje, subdesenvolvidos. A principal causa a importao de tecnologia mdico-sanitria. Com isso, a mortalidade teve um recuo acentuado, enqunto a taxa de natalidade teve pequena queda.

    Como exemplo temos o Brasil, entre 1940 e 1980, enquanto a taxa de natalidade passou de 44% para 33%, a taxa de mortalidade desabou de 25,3% para 8,1%. Em conseqncia, a taxa de crescimento populacional que era da ordem de 1,8% em 1940, saltou para quase 2,5% em 1980. Na dcada de 50, a taxa de crescimento atingiu quase 3% ao ano, uma das mais elevadas do mundo, na poca.

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    As teorias demogrficas ento voltam a tona remodelada, a vez dos neomalthusianos ou alarmistas, que ser visto mais tarde.

    Hoje nota-se uma queda na Taxa de Crescimento de todas as regies subdesenvolvidas do planeta, com excesso da frica subsaariana. Essa queda est relacionada principalmente ao xodo rural, sada de pessoas do campo em direo s cidades e suas conseqncias no comportamento demogrfico:

    Maior custo para criar os filhos;

    Acesso a mtodos anticoncepcionais;

    Trabalho feminino extradomiciliar;

    Aborto;

    Acesso a tratamento mdico, saneamento bsico e programas de vacinao. Captulo 5 Teorias Populacionais Teoria de Malthus

    Em 1798, Malthus publicou uma teoria demogrfica que apresenta basicamente dois postulados: a) A populao, se no ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais, etc., tenderia a duplicar a

    cada 25 anos. Ela cresceria, portanto, em progresso geomtrica (2, 4, 8, 16, 32...) e constituiria um fator varivel, ou seja, que cresceria sem parar.

    b) O crescimento da produo de alimentos ocorreria apenas em progresso aritmtica (2, 4, 6, 8, 10...) e possuiria um limite de produo, por depender de um fator fixo: o prprio limite territorial dos continentes. Hoje, sabe-se que suas previses no se concretizaram: a populao do planeta no duplicou a

    cada 25 anos e a produo de alimentos cresceu no mesmo ritmo do desenvolvimento tecnolgico. Mesmo que se considere uma rea fixa de cultivo, a produo (quantidade produzida) aumenta, j que a produtividade (quantidade produzida por rea toneladas de arroz por hectare, por exemplo) tambm vem aumentando sem parar.

    Desde que Malthus apresentou sua teoria, so comuns os discursos que relacionam de forma simplista a ocorrncia da fome no planeta ao crescimento populacional. A fome que castiga mais da metade da populao mundial resultado da m distribuio, e no da carncia na produo de alimentos. A atual produo agropecuria mundial suficiente para alimentar cerca de 9 bilhes de pessoas, enquanto a populao do planeta atingiu a cifra de 7 bilhes. Teoria Neomalthusiana

    Segundo essa teoria, uma populao jovem numerosa, resultante das elevadas taxas de natalidade verificadas em quase todos os pases subdesenvolvidos, necessita de grandes investimentos scias em educao e sade. Com isso, diminuem os investimentos produtivos nos setores agrcola e industrial, o que impede o pleno desenvolvimento das atividades econmicas e, portanto, da melhoria das condies de vida da populao. Ainda segundo os neomalthusianos, quanto maior o nmero de habitantes de um pas, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser distribudo pelos agentes econmicos. Verifica-se que essa teoria, embora com postulados totalmente diferentes daqueles utilizados por Malthus, chega mesma concluso: o crescimento populacional o responsvel pela ocorrncia da misria. Ela passa, ento, a propor programas de controle da natalidade nos pases subdesenvolvidos e a disseminao da utilizao de mtodos anticoncepcionais. uma tentativa de enfrentar problemas socioeconmicos exclusivamente a partir de posies contrrias natalidade, de acobertar os efeitos devastadores dos baixos salrios e das pssimas condies de vida que vigoram nos pases subdesenvolvidos a partir de uma argumentao demogrfica. Teoria Reformista

    Uma populao jovem numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, no a causa, mas conseqncia do subdesenvolvimento. Em pases desenvolvidos, onde o padro de vida da populao elevado, o controle da natalidade ocorreu paralelamente melhoria da qualidade de vida da populao e espontaneamente, de uma gerao para outra. Uma populao jovem numerosa s se tornou empecilho ao desenvolvimento das atividades econmicas nos pases subdesenvolvidos porque no foram realizados investimentos sociais, principalmente em educao e sade. Essa situao gerou um enorme contingente de mo-de-obra desqualificada ingressando anualmente no mercado de trabalho. Essa realidade tende a rebaixar o nvel mdio de produtividade por trabalhador e a continuar a empobrecer enormes parcelas da populao desses pases. necessrio o enfrentamento, em primeiro lugar, das questes sociais e econmicas para que a dinmica demogrfica entre em equilbrio.

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    Captulo 6 Estrutura da Populao

    O estudo da estrutura da populao pode ser dividido em trs categorias:

    Nmero, sexo e idade dos habitantes dados estes que podem ser expressos em um grfico, chamado pirmide etria (referente s idades);

    Distribuio da populao economicamente ativa (PEA) por setores econmicos;

    Distribuio de renda. Pirmide de Idades

    A pirmide de idades um grfico quantitativo que expressa o nmero de habitantes, sua distribuio por sexo e por idades. Pode ser elaborado em vrias escalas, retratando dados da populao do planeta, de um pas, um estado, uma cidade, etc. Sua simples visualizao nos permite tirar algumas concluses referentes taxa de natalidade e expectativa ou esperana de vida da populao. Se a pirmide apresenta um aspecto triangular, o percentual de jovens no conjunto da populao alto. A base larga indica que nasce muita gente, ou seja, que a taxa de natalidade alta. O topo estreito indica uma pequena participao percentual de idosos no conjunto total da populao, j que a expectativa de vida baixa. Alta taxa de natalidade e baixa expectativa de vida so caractersticas do subdesenvolvimento. Ao contrrio, se a pirmide apresentar certa proporcionalidade, da base ao topo, podemos concluir que a populao recenseada apresenta baixa taxa de natalidade e alta expectativa de vida, que so caractersticas de desenvolvimento econmico e social.

    Pirmide Etria da Populao Brasileira 1970/2000

    Atlas Geogrfico do Brasil Editora melhoramentos LTDA.

    Quando observamos uma pirmide etria, necessrio ter em mente a histria da populao

    recenseada, para que se conhea a causa de alguma aparente anomalia no grfico. Por exemplo, os pases europeus que participaram diretamente da segunda Guerra Mundial apresentam forte afunilamento na parte da pirmide correspondente populao na faixa etria dos 55 anos aos 60 anos (classe oca). Durante a guerra (1939-1945), a taxa de natalidade foi muito mais baixa que o normal, j que os casais evitavam ou mesmo achavam-se impedidos, pela distncia, de ter filhos. Com o final da guerra, ao contrrio, as taxas de natalidade cresceram vertiginosamente, fenmeno conhecido como baby boom, e a pirmide se alarga substancialmente na faixa dos 50 aos 55 anos.

    Uma pirmide etria se estrutura da seguinte forma: - Base: corresponde aos jovens. - Meio: corresponde aos adultos. - Topo ou pice: corresponde aos idosos.

    A PEA e os Setores de Atividades Econmicas

    Nos sensos demogrficos, considerada populao economicamente ativa (PEA); os trabalhadores que fazem parte da economia formal, que possuem carteira de trabalho registrada ou exercem profisso liberal (prestao de servios, em geral), participando do sistema de arrecadao de impostos. Os desempregados tambm so considerados ativos, por estarem apenas temporariamente desocupados e, portanto, interferirem no mercado de trabalho.

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    A populao que trabalha empregada ou subempregada, dedica-se a um dos trs setores de atividades que compem a economia: primrio, secundrio e tercirio. No setor primrio, as mercadorias produzidas no sofrem alterao e so comercializadas sem passar por nenhum estgio de transformao (como na agropecuria, pesca artesanal, garimpo e extrativismo vegeta)l. No setor secundrio, as mercadorias so transformadas; industrializadas antes de serem comercializadas. Se uma fazenda produz e vende soja em gros, apresenta uma produo primria; se vende leo de soja, a produo secundria, pois houve transformao. Uma exceo regra o extrativismo mineral: caso a extrao de minrios (petrleo, ferro, bauxita, etc.) seja mecanizada, embora o produto seja primrio, a atividade extrativa alocada no setor secundrio da economia. Ateno: o petrleo, por exemplo, um produto primrio; a atividade extrativa secundria, assim como os derivados de petrleo obtidos a partir do refino. A mesma regra j no se aplica agropecuria: mesmo que a produo agrcola seja irrigada, mecanizada e de altssima produtividade, se a fazenda vende a produo in natura, o setor primrio.

    J no setor tercirio, no se produzem mercadorias, mas prestam-se servios em hospitais, escolas, reparties pblicas, transportes, energia, lazer e no comrcio em geral.

    Os ndices do setor tercirio so os que requerem maiores cuidados de analise, pois contm, alm dos prestadores formais de servios, o subemprego.

    o setor tercirio, salvo raras excees, que detm a maior parte da renda nacional e em que trabalha o maior nmero de pessoas, j que por ele circulam todas as mercadorias produzidas nos setores primrio e secundrio da economia. comum os nmeros do setor estarem acima de 50% da PEA. Nos pases desenvolvidos, isso indica que a populao est muito bem atendida, h uma grande disponibilidade de servios. Nos pases subdesenvolvidos, h que se considerar os indicadores da populao subempregada vivendo margem da economia formal e carente de servios bsicos, como educao e sade.

    Distribuio da populao ativa por setores de atividades em alguns pases (2002)

    Pas Populao ativa

    Setor primrio Setor secundrio Setor tercirio

    Nigria 36,6 7,5 55,8

    Brasil 23,4 20,1 56,5

    EUA 2,5 21,1 76,4

    SENE, Eustquio de. Geografia Geral e do Brasil: espao geogrfico e globalizao. So Paulo: Scipione, 2008.

    Vale lembrar:

    Populao em Idade Ativa (PIA): o conjunto total da populao com idade a partir de 10 anos.

    Populao em Idade No Ativa (PINA): o conjunto total da populao com idade inferior a 10 anos.

    Populao Economicamente Ativa (PEA): so todas as pessoas com idade a partir de 10 anos que se encontram trabalhando ou na condio de desocupados procura de trabalho.

    Populao No Economicamente Ativa (PNEA): o conjunto de pessoas com idade a partir de 10 anos que esto desocupadas e no se encontram procura de trabalho.

    Distribuio de Renda

    Alm dos baixos salrios que vigoram no mundo subdesenvolvido e da dificuldade de acesso a qualquer tipo de propriedade urbana ou rural, h basicamente dois fatores que explicam a concentrao de renda: o sistema tributrio e a inflao, nunca repassada integralmente aos salrios.

    O sistema tributrio corresponde forma como so arrecadados os impostos em um pas e um poderoso mecanismo de distribuio de renda na forma de servios pblicos. H dois tipos de impostos: o direto e o indireto. O imposto direto aquele que recai diretamente sobre a renda ou sobre a propriedade dos cidados. considerado o mais justo, pois pode ser cobrado de forma progressiva, ou seja, quem ganha maiores salrios ou possui mais propriedades paga parcelas maiores, enquanto os despossudos pagam menos ou at ficam isentos.

    J os impostos indiretos so inseridos no preo das mercadorias que a populao consome em seu cotidiano. Podem ser considerados injustos quando assumem propores elevadas, j que cobrado o mesmo valor do consumidor, no importando a sua faixa de renda. Nos pases subdesenvolvidos temos elevada carga de impostos indiretos e servios precrios.

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    Captulo 7 A Populao Brasileira (Imigrao para o Brasil)

    A imigrao para o Brasil iniciou-se em 1530 com a expedio de Martim Afonso de Souza. At e ento, o pas se encontrava na fase pr-colonial. Os portugueses que vinham para c estavam interessados apenas na extrao de recursos naturais em nosso territrio para comercializ-los na Europa. Com a criao das capitanias hereditrias e o incio da lavoura de cana-de-acar, houve uma fixao de portugueses e escravos negros no Brasil.

    Com a abertura dos portos, em 1808, foi permitida a entrada de imigrantes livres europeus de outras nacionalidades, pois at ento apenas os portugueses podiam se fixar no Brasil. O fluxo imigratrio, porm, foi muito pequeno, j que a mo-de-obra utilizada nas atividades econmicas de base agrria era quase totalmente constituda por escravos negros trazidos da frica. Praticamente no havia empregos que pudessem ser oferecidos aos imigrantes livres, pois as ocupaes urbanas estavam amplamente dominadas pelos portugueses e seus descendentes.

    Esse quadro foi alterado a partir de 1850, com a proibio do trfico negreiro (Lei Eusbio de Queirs), maior desenvolvimento das atividades cafeeiras e urbano-industriais e facilidade de acesso posse de terra na regio sul.

    Com a crise mundial de 1929, as regies do pas de economia agrrio-exportadora entraram em colapso. A principal crise foi a do caf, que atingiu principalmente o estado de So Paulo. Nesse contexto, iniciou-se o processo de industrializao brasileira, comandada pelo Sudeste, que passou a receber grandes contingentes de mo-de-obra nordestina.

    Esse deslocamento interno de trabalhadores do Nordeste rumo ao Sudeste significava que as atividades econmicas no estavam atendendo demanda, que o desemprego gerado pela crise levava as pessoas a migrar pelo pas. Em 1934, observando esse excedente interno de mo-de-obra, o governo Getlio Vargas criou a lei de Cotas de Imigrao e passou a controlar a entrada de estrangeiros no pas, para evitar que o ndice de desemprego aumentasse a instabilidade social.

    Do fim da Segunda Guerra Mundial at 1973, o Brasil passou por um perodo de grande crescimento econmico e tornou-se novamente um pas de atrao populacional. Apesar de ser significativa em termos absolutos, a participao percentual da imigrao no crescimento populacional era reduzida, atingindo apenas 2,4% na dcada de 50. De 1980 a 1994, aproximadamente, a emigrao superou numericamente a imigrao em funo da instabilidade poltica, do desemprego e dos baixos salrios; de 1994 a fevereiro de 1999, estima-se que houve equilbrio entre a entrada e sada de pessoas.

    Podemos considerar 3 fases para a Imigrao no Brasil: 1 fase: at 1850 pequeno fluxo migratrio. 2 fase: de 1850 a 1930 perodo ureo.

    Lei Eusbio de Queirs (1850): proibio do trfego negreiro.

    1888: abolio da escravido governo busca fora de trabalho de europeus e japoneses.

    Fazendeiros de caf promovem a vinda de imigrantes como substituto para a mo-de-obra escrava

    3 fase: a partir de 1930 declnio.

    Restrio para a vinda de estrangeiros Lei de Cotas. 1934: o deslocamento de nordestinos substituiu a entrada de imigrantes.

    1980 a 1994: emigrao.

    1994 a 1999: equilbrio.

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    Captulo 8 As Principais Correntes Imigratrias para o Brasil

    A corrente imigratria africana foi a mais importante at 1850, segundo estimativas, calcula-se que ingressaram no pas pelo menos quatro milhes de negros de 1550 a 1850, a maioria proveniente de Angola, ilha de So Tom e Costa do Marfim. Como os dados so muito imprecisos ser dada nfase apenas nos imigrantes livres.

    ( AZEVEDO, Aroldo de. Brasil a terra e o homem. Nacional/Edusp, vol. II, 1970, tabela 4.) Imigrao Portuguesa

    Corresponde a 31% dos imigrantes que aqui vieram.

    1500 a 1808: nicos que podiam entrar livremente no Brasil.

    Formao da cultura e da populao.

    1820 a 1900: segunda maior imigrao, perdendo para os italianos. Isto decorrente de revoltas populares contra portugueses no Brasil.

    Os portugueses procuram mais reas urbanas e no a agricultura.

    Antes de 1950: 90% dos portugueses que migravam vinham para o Brasil.

    Aps 1950: estmulo para imigrao nas outras ex-colnias africanas.

    1986: maior migrao para pases europeus (Unio Europia).

    Portugal sempre foi um pas de emigrao, isto devido s dificuldades econmicas em absorver a fora de trabalho disponvel.

    Imigrao Italiana

    Corresponde a 30% dos imigrantes que aqui vieram.

    Problemas poltico-econmicos (desemprego) na Itlia.

    Escassez de mo-de-obra, principalmente na cafeicultura e nas lavouras brasileiras.

    Reemigrao, apesar de que houve uma facilidade na integrao no Brasil.

    No sul os italianos iro para ocupar terras no-ocupadas. Isto aumenta a fixao definitiva no pas.

    Os italianos dedicaram-se a cultura da vinha (Rio Grande do Sul) e difundiram a policultura (Santa Catarina).

    Posteriormente iro participar da industrializao. Exemplo: famlia Matarazzo.

    Declnio da imigrao: a partir de 1920. Motivos: Lei de Cotas da Imigrao do Brasil e Poltica Demogrfica Natalista de Mussolini.

    Aps 1950: imigrao para os pases europeus, contribudo pelo Mercado Comum Europeu. Imigrao Espanhola

    Corresponde a 13% dos imigrantes que aqui vieram.

    Dedicaram-se a cultura do caf em so Paulo.

    Pequena participao cultural, exeto no Rio Grande do Sul.

    Aps 1950: imigrao para os pases europeus, contribudo pelo Mercado Comum Europeu. Imigrao Japonesa

    Corresponde a 4,2% dos imigrantes que aqui vieram.

    Brasil: imigrao estrangeira (1808-1970)

    Portugueses;

    31%

    Italianos; 30%

    Espanhis;

    13%

    Japoneses;

    4,2%

    Alemes; 4,0%

    Outros; 17,8%

  • 11

    Em 1908 chegaram os primeiros imigrantes.

    75% deles foram para So Paulo.

    Praticaram a cultura do algodo, arroz e ch.

    Dificuldades de adaptao e integrao cultural.

    Conservaram a cultura.

    Imigrao Alem

    Corresponde a 4,0% dos imigrantes que aqui vieram.

    Comunidades fechadas, preservaram a cultura.

    Influncias: arquitetura e agricultura.

    Vida precria no Brasil, ainda mais aps a Primeira e a Segunda Grandes Guerras Mundiais.

    Economia fechada.

    Servido temporria. Captulo 9 O Crescimento Vegetativo da Populao Brasileira

    Logo aps a Segunda Guerra Mundial, em todos os pases, houve uma queda brutal nas taxas de mortalidade, graas aos progressos obtidos na medicina durante o conflito. A taxa de crescimento vegetativo, portanto aumentou significativamente. A partir da dcada de 60, com a urbanizao acelerada no Brasil, a taxa de natalidade passou a cair de forma mais acentuada que a taxa de mortalidade. Conseqentemente, o crescimento vegetativo comeou a diminuir, embora ainda apresentasse valores muito altos, tpicos de pases subdesenvolvidos. Captulo 10 Os Movimentos Internos

    Desde a pr-histria, os movimentos migratrios das sociedades humanas foram constantes, ora por motivos naturais, como fenmenos climticos, esgotamento de recursos de coleta vegetal ou de caa etc., ora por conflitos polticos, como guerras entre tribos ou naes, cujos perdedores se viam ameaados ou obrigados a abandonar seus territrios. Estas ltimas so as migraes impelidas ou foradas.

    A expresso migraes voluntrias significa um movimento em que os indivduos so livres para escolher sua sada do local de origem, em direo a outros que lhes permitam a realizao de uma expectativa de melhoria no seu padro de vida.

    As migraes pelo territrio brasileiro, assim como qualquer movimento populacional, ocorrem por motivos que impelem a populao a se deslocar pelo espao de forma permanente ou temporria. Ao longo da histria, verificamos que esses movimentos migratrios esto associados a fatores econmicos, desde o tempo da colonizao. Quando terminou o ciclo da cana-de-acar no Nordeste e teve incio o ciclo do ouro, em Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de pessoas e um intenso processo de urbanizao no novo centro econmico do pas,. Graas ao ciclo do caf e, posteriormente, com o processo de industrializao, a regio Sudeste pde se tornar efetivamente o grande plo de atrao de migrantes, que saam de sua regio de origem em busca de emprego ou melhores salrios. Somente a partir da dcada de 70, juntamente com o processo de descentralizao da atividade industrial, a migrao em direo ao Sudeste apresentou significativa queda.

    Qualquer regio do pas que receba investimentos produtivos, pblicos ou privados, que aumentem a oferta de emprego, receber tambm pessoas dispostas a preencher os novos postos de trabalho.

    Atualmente, So Paulo e Rio de Janeiro so as capitais que menos crescem no Brasil. Em primeiro lugar, aparecem algumas capitais de estados da regio Norte, localizadas em reas de grande expanso das atuais fronteiras agrcolas do pas. Em seguida, vm as capitais nordestinas e, finalmente, as do Sul do Brasil. O xodo Rural:

    De meados da dcada de 50 at o final dos anos 70, perodo em que foram muito acelerados o processo de industrializao nas grandes cidades e a concentrao de terras no campo, o Brasil sofreu um intenso xodo rural, ou seja, a sada de pessoas do campo em direo s cidades. Como essas cidades no receberam investimentos pblicos em obras de infra-estrutura urbana (habitao, saneamento bsico, sade, educao) passaram a crescer em direo periferia, onde eram construdas enormes favelas e loteamentos clandestinos, sobretudo ao redor dos bairros industriais. Esse processo levou ao surgimento das metrpoles.

  • 12

    Transumncia: A transumncia um movimento populacional sazonal, ou seja, que ocorre em certos perodos do

    ano e que sempre se repete. No Brasil, j considerada histrica a transumncia da populao que mora no polgono das secas, na regio Nordeste.

    Tambm comum a transumncia praticada pelos bias-frias volantes, que no possuem residncia fixa. O trabalho volante temporrio, s ocorre durante o perodo do plantio, da colheita, ou do corte da cana-de-acar, por exemplo. Tal situao obriga os trabalhadores a migrar de cidade em cidade atrs de servio. A partir da dcada de 80 o movimento peridico passou a ser programado, de forma a manter os bias-frias com ocupao ao longo do ano.

    Quando essa migrao feita diariamente (em busca de trabalho, estudos ou prestao de servios), trata-se de uma migrao pendular, na qual o migrante retorna sua cidade de origem ao final do dia. Inmeros exemplos dessa migrao pendular podem ser citados, em relao s grandes metrpoles que apresentam conurbao (como por exemplo, nas cidades do Rio de Janeiro / Nova Iguau / Belford Roxo / Duque de Caxias / So Joo de Meriti) ou at mesmo em polos regionais, como Juiz de Fora, com as cidades vizinhas Ewbank da Cmara / Santos Dumont / Chcara / Matias Barbosa / Simo Pereira, entre outras.

    Atualmente, nos estados de So Paulo e do Rio de Janeiro, significativa a sada de populao das metrpoles em direo s cidades mdias do interior. A causa desse movimento que as metrpoles esto completamente inchadas, com precariedade no atendimento de praticamente todos os servios pblicos, altos ndices de desemprego e criminalidade. J as cidades do interior desse estados, alm de estar passando por um perodo de crescimento econmico, oferecem melhor qualidade de vida populao.

    Considerar esses movimentos migratrios de suma importncia, pois eles envolvem um contingente de populao flutuante, que so as pessoas que utilizam de toda a estrutura de um determinado local, porm no registro civil se enquadra residente em outras cidades. Geralmente, cidades de polo regional ou nacional, e tambm cidades com grandes universidades (cidades-estudante, ou cidades universitrias) acabam abrangindo uma grande populao flutuante, devido sua maior oferta de servios. Esse contingente, ainda que no reistrado oficialmente, deve ser levado em conta para os elementos de planejamento urbano.

    Anotaes

  • 13

    Sesso Leitura:

    TTULO: A Bomba Suja

    AUTOR: Ferreira Gullar Este poema trata de forma incisiva um dos maiores problemas brasileiros:

    a fome; fenmeno ainda presente com fora nos dias atuais, especialmente no Nordeste brasileiro. O autor associa a fome a uma bomba silenciosa colocada dentro do homem, que mata e fere como qualquer outra bomba usada nas guerras declaradas. Com agudez e

    perplexidade esse poema nos leva reflexo, anlise e sem dvida indignao.

    A Bomba Suja Introduzo na poesia a palavra diarria No pela palavra fria Mas pelo que ela semeia. Quem fala em flor no diz tudo. Quem fala em dor diz demais. o poeta se torna mudo Sem as palavras reais. No dicionrio a palavra mera idia abstrata. Mais que palavra, diarria arma que fere e mata. Que mata mais do que faca, Mais que bala de fuzil, Homem, mulher e criana no interior do Brasil. Por exemplo, a diarria, N o Rio Grande do Norte, de cem crianas que nascem, Setenta e trs leva a morte. como uma bomba B que explode dentro do homem a espoleta da fome. uma bomba relgio (o relgio o corao) que enquanto o homem trabalha vai preparando a exploso. Bomba colocada nele muito antes dele nascer, que quando a vida desperta nele comea a bater. Bomba colocada nele pelos sculos de fome e que explode em diarria no corpo de quem no come. No uma bomba limpa: uma bomba suja e mansa que elimina sem barulho vrios milhes de crianas. Sobretudo no Nordeste mas no apenas ali,

    que a fome do Piau se espalha de leste a oeste. Cabe agora perguntar quem que faz essa fome, quem foi que ligou a bomba ao corao desse homem. Quem que rouba a esse homem o cereal que ele planta, quem come o arroz que ele colhe se ele colhe e no janta. Quem faz caf virar dlar e faz o arroz virar fome o mesmo que pe a bomba suja no corpo do homem. Mas precisamos agora desarmar com nossas mos a espoleta da fome que mata nossos irmos. Mas precisamos agora deter o sabotador que instala a bomba da fome dentro do trabalhador. E sobretudo preciso trabalhar com segurana por dentro de cada homem trocar a arma da fome pela arma da esperana.

  • 14

    Pintou no ENEM: 01) Ao longo do sculo XX, as caractersticas da populao brasileira mudaram muito. Os grficos mostram as alteraes na distribuio da populao da cidade e do campo e na taxa de fecundidade (nmero de filhos por mulher) no perodo entre 1940 e 2000.

    Comparando-se os dados dos grficos, pode-se concluir que

    a) o aumento relativo da populao rural acompanhado pela reduo da taxa de fecundidade. b) quando predominava a populao rural, as mulheres tinham em mdia trs vezes menos filhos do

    que hoje. c) a diminuio relativa da populao rural coincide com o aumento do nmero de filhos por mulher. d) quanto mais aumenta o nmero de pessoas morando em cidades, maior passa a ser a taxa de

    fecundidade. e) com a intensificao do processo de urbanizao, o nmero de filhos por mulher tende a ser menos.

    02) A distribuio da Populao Economicamente Ativa (PEA) no Brasil variou muito ao longo do sculo XX. O grfico representa a distribuio por setores de atividades (em %) da PEA brasileira em diferentes dcadas. As transformaes socioeconmicas ocorridas ao longo do sculo XX, no Brasil, mudaram a distribuio dos postos de trabalho do setor:

    a) agropecurio para o industrial, em virtude da queda acentuada na produo agrcola. b) industrial para o agropecurio, como conseqncia do aumento do subemprego nos centros

    urbanos. c) comercial e de servios para o industrial, como conseqncia do desemprego estrutural. d) agropecurio para o industrial e para o de comrcio e servios, por conta da urbanizao e do

    avano tecnolgico. e) comercial e de servios para o agropecurio, em virtude do crescimento da produo destinada

    exportao. 03) Qual dos slogans a seguir poderia ser utilizado para defender o ponto de vista dos reformistas?

    a) controle populacional j, ou pas no resistir. b) com sade e educao, o planejamento familiar vir por opo! c) populao controlada, pas rico! d) basta mais gente, que o pas vai pra frente! e) populao menor, educao melhor!

    04) Qual dos slogans a seguir poderia ser utilizado para defender o ponto de vista dos neomalthusianos?

    a) controle populacional nosso passaporte para o desenvolvimento. b) sem reformas sociais o pas se reproduz e no produz. c) populao abundante, pas forte! d) o crescimento gera fraternidade e riqueza para todos. e) justia social, sinnimo de desenvolvimento.

  • 15

    05) De acordo com reportagem sobre resultados recentes de estudos populacionais, ... a populao mundial dever ser de 9,3 bilhes de pessoas em 2050. Ou seja, ser 50% maior que os 6,1 bilhes de meados do ano 2000. [...] Essas so as principais concluses do relatrio Perspectivas da Populao Mundial Reviso 2000, preparado pela Organizao das Naes Unidas (ONU). [...] Apenas seis pases respondem por quase metade desse aumento: ndia (21%), China (12%), Paquisto (5%), Nigria (4%), Bangladesh (4%) e Indonsia (3%). Esses elevados ndices de expanso contrastam com os dos pases mais desenvolvidos. Em 2000, por exemplo, a populao da Unio Europia teve um aumento de 343 mil pessoas, enquanto a ndia alcanou esse mesmo crescimento na primeira semana de 2001. [...] Os Estados Unidos sero uma exceo no grupo dos pases desenvolvidos. O pas se tornar o nico desenvolvido entre os 20 mais populosos do mundo. (O ESTADO de S. Paulo, 3 mar. De 2001) Considerando as causas determinantes de crescimento populacional, pode-se afirmar que,

    a) na Europa, altas taxas de crescimento vegetativo explicam o seu crescimento populacional em 2000.

    b) nos pases citados, baixas taxas de mortalidade infantil e aumento da expectativa de vida so as responsveis pela tendncia de crescimento populacional.

    c) nos Estados Unidos, a atrao migratria representa um importante fator que poder coloc-lo entre os pases mais populosos do mundo.

    d) nos pases citados, altos ndices de desenvolvimento humano explicam suas altas taxas de natalidade.

    e) nos pases asiticos e africanos, as condies de vida favorecem a reproduo humana.

    06) Os dados da tabela mostram uma tendncia de diminuio, no Brasil, do nmero de filhos por mulher.

    Evoluo das taxas de fecundidade

    poca Nmeros de filhos por mulher

    Sculo XIX 7

    1960 6,2

    1980 4,01

    1991 2,9

    1996 2,32

    (Fonte: IBGE, Contagem da Populao de 1996) Dentre as alternativas, a que melhor explica essa tendncia :

    a) eficincia da poltica demogrfica oficial por meio de campanhas publicitrias. b) introduo de legislaes especficas que desestimulam casamentos precoces. c) mudana na legislao que normatiza as relaes de trabalho, suspendendo incentivos para

    trabalhadores com mais de dois filhos. d) aumento significativo de esterilidade decorrente de fatores ambientais. e) maior esclarecimento da populao e maior participao feminina no mercado de trabalho.

    07) O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) permite avaliar as condies de qualidade de vida e de desenvolvimento de um pas, de uma regio ou de uma cidade, a partir de seus indicadores de renda, longevidade e educao. Cada indicador varia de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvolvimento mximo). A tabela apresenta os valores de IDH de trs municpios brasileiros, X, Y e Z, medidos nos anos de 1991 e 2000.

    Mudanas desses indicadores de IDH podem ser obtidas com a implantao de polticas pblicas tais como: I. Expanso dos empregos com melhoria de renda mdia. II. Aes de promoo de sade e de preveno de doenas.

  • 16

    III. Ampliao de escolas de ensino bsico e de educao de jovens e adultos. Os resultados apresentados em 2000 so compatveis com a implementao bem sucedida em todos esses trs municpios, ao longo da dcada de noventa, das polticas:

    a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) II, apenas.

    08) As migraes transnacionais, intensificadas e generalizadas nas ltimas dcadas do sculo XX, expressam aspectos particularmente importantes da problemtica racial, visto como dilema tambm mundial. Deslocam-se indivdu- os, famlias e coletividades para lugares prximos e distantes, envolvendo mudanas mais ou menos drsticas nas condies de vida e trabalho, em padres e valores socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou radicalmente distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou mesmo civilizaes totalmente diversas.

    (IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1996.)

    A mobilidade populacional da segunda metade do sculo XX teve um papel importante na formao social e econmica de diversos estados nacionais. Uma razo para os movimentos migratrios nas ltimas dcadas e uma poltica migratria atual dos pases desenvolvidos so

    a) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras contra a imigrao. b) a necessidade de qualificao profissional e a abertura das fronteiras para os imigrantes. c) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento dos bens dos imigrantes. d) a expanso da fronteira agrcola e a expulso dos imigrantes qualificados. e) a fuga decorrente de conflitos polticos e o fortalecimento de polticas sociais.

    09)

    SOBRADINHO

    O homem chega, j desfaz a natureza Tira gente, pe represa, diz que tudo vai mudar O So Francisco l pra cima da Bahia Diz que dia menos dia vai subir bem devagar E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o Serto ia alagar. (S E GUARABYRA. Disco Piro de peixe com pimenta. Som Livre, 1977 -adaptado).

    O trecho da msica faz referncia a uma importante obra na regio do rio So Francisco. Uma consequncia socioespacial dessa construo foi:

    a) a migrao forada da populao ribeirinha. b) o rebaixamento do nvel do lenol fretico local. c) a preservao da memria histrica da regio. d) a ampliao das reas de clima rido. e) a reduo das reas de agricultura irrigada.

    GABARITO: 01-E ; 02-D ; 03-B ; 04-A ; 05-C ; 06-E ; 07-D ; 08-A ; 09-A .

  • 17

    Exerccios: 01) (UFJF/2005)Leia, com ateno, o texto abaixo:

    Lanado pela UNESCO em maro de 2004, o Relatrio de Desenvolvimento Juvenil 2003 revela a situao social e econmica dos jovens brasileiros na faixa de 15 a 24 anos. Os indicadores - taxa de analfabetismo de jovens, escolarizao adequada, qualidade de ensino, taxa de mortalidade por causas internas e renda familiar per capita dos jovens - combinam-se para estruturar o ndice de Desenvolvimento Juvenil (IDJ).

    Levando-se em considerao esses indicadores e a dinmica populacional brasileira, pode-se AFIRMAR que:

    a) ao contrrio do que ocorre com a populao em geral, a mortalidade juvenil vem crescendo historicamente, sendo a sua principal causa os fatos violentos.

    b) as ilimitadas condies de acesso a uma educao de qualidade proporcionam aos jovens brasileiros, em sua maioria, uma atividade definida.

    c) a melhor distribuio da renda no pas tem gerado formas homogneas de acesso dos jovens, especialmente os nordestinos, aos servios sociais bsicos.

    d) apesar da mdia de anos de estudo permanecer inalterada, no houve reduo significativa nas taxas de analfabetismo entre os mais jovens.

    e) o percentual de populao jovem, principalmente de afro descendentes, pequeno, o que torna a demanda pelo ensino mdio menor que a do superior.

    02) (FGV-SP) Para indicar o estgio de desenvolvimento de um pas, usam-se diversos ndices ou indicadores, como, por exemplo, a situao da renda per capita. Acerca do uso da renda per capita como indicador de desenvolvimento, pode-se fazer a seguinte observao:

    a) um critrio que permite conhecer a real situao da renda num pas. b) o melhor indicador para configurar economicamente um pas subdesenvolvido. c) o resultado que oferece distorcido, pois oculta a m distribuio de renda. d) como indicador, sua aplicao deve restringir aos pases desenvolvidos. e) o valor desse ndice no abrangente, pois deixa de indicar a qualidade do trabalho.

    03) (UFJF/PISM II - 2005) Leia os trechos de uma notcia, veiculada pelo jornal The New York Times.

    (...) Os inspetores do governo federal aumentaram as batidas policiais em fazendas, operaes de extrao de madeira e minas que atraem, situao de servido, camponeses brasileiros pobres e freqentemente analfabetos. (...) Entretanto, o governo tem feito pouco para impedir os severos abusos de trabalho em So Paulo, o centro industrial do Brasil, onde milhares de imigrantes ilegais da Bolvia e de outros pases vizinhos vivem e trabalham em confeces de pequena escala, em condies que os grupos de direitos humanos e um nmero crescente de autoridades dizem ser comparveis escravido moderna. (...) Em casos extremos, os trabalhadores ficam presos em um ciclo vicioso de dvida-servido, trabalhando por perodos longos, sem pagamento, para cobrir o custo da viagem para o Brasil. (...) Em um recente caso, em agosto, um casal coreano foi preso por empregar 11 imigrantes - a maioria bolivianos, mas tambm paraguaios e peruanos - em um poro, em So Paulo, com ventilao mnima. Os trabalhadores foram libertados, mas, como no tinham visto de trabalho, eles foram multados em R$ 300 cada e ordenados a deixar o pas. Fonte: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes Com base nas afirmaes presentes na notcia e em seus conhecimentos, marque a alternativa CORRETA:

    a) os imigrantes, que no tm visto de trabalho, devem ser explorados. b) os fatos relatados caracterizam uma nova forma de diviso do trabalho. c) as pequenas confeces empregam imigrantes porque eles so analfabetos. d) muitos empresrios so responsveis pela escravido no campo e na cidade. e) no haver mais escravido moderna, se o Brasil fechar suas fronteiras.

    04) (PUCCAMP) Um pas que tenha grande proporo de adultos possui um contingente maior de populao ativa, isto , pessoas que participam do processo de produo e das demais atividades sociais. Os pases de populao formada predominantemente por jovens e crianas possuem menos pessoas envolvidas no processo produtivo.

  • 18

    Assinale a alternativa que sintetiza o contedo do texto. a) cada pas apresenta uma estrutura etria caracterstica, no havendo comparao possvel entre

    pases diferentes. b) a estrutura etria de uma determinada populao oferece elementos significativos para indicar o

    grau de desenvolvimento econmico e a qualidade de vida do pas. c) em geral, as variaes entre as estruturas etrias dos pases so reduzidas e as possibilidades de

    comparao so grandes. d) nos pases que esto se industrializando recentemente, a estrutura etria se caracteriza pelo

    reduzido nmero de jovens. e) a elevao do padro de vida da populao depende, principalmente, da ampliao do nmero de

    jovens na estrutura etria.

    05) (UFJF/PISM III - 2007) Sobre a mobilidade populacional do mundo contemporneo CORRETO afirmar que: a) as migraes econmicas so causadas pelas semelhanas existentes entre o crescimento econmico

    e o crescimento populacional de um pas ou de uma regio. b) o desenvolvimento do capitalismo europeu, do incio do sculo XIX at os dias atuais, fez com que as

    ondas migratrias, freqentes no velho continente, fossem suspensas. c) a globalizao aumentou a fuga de crebros: a transferncia de profissionais altamente qualificados,

    dos pases subdesenvolvidos para os desenvolvidos. d) os pases que convivem com grandes exploses demogrficas estimulam polticas para a atrao de

    imigrantes; a ocorrncia do fenmeno conhecido como imigrao. e) os migrantes, ao remeterem dinheiro aos seus pases de origem, no afetam a economia nacional, que

    perde a arrecadao de impostos e investimentos nas cidades natais.

    06) (FGV-SP) Indique a alternativa que melhor se aplica evoluo da tabela:

    PERCENTUAL DA POPULAO URBANA NO TOTAL DA POPULAO BRASILEIRA

    Ano 1940 1950 1960 1970 1980 1991

    % 31,2 36,1 45,0 55,9 67,5 75,0

    a) o aumento da populao proveniente das altas taxas de natalidade. b) o crescimento da populao urbana acompanhou o crescimento da populao rural. c) o aumento da populao urbana deu-se em funo da transformao das grandes cidades em

    metrpoles. d) as migraes internas provocaram, em grande parte, o crescimento das populaes urbanas. e) o aumento decorre muito mais da elevao do crescimento natural do que dos efeitos do xodo

    rural. 07) (UFJF/PISM I)

    No Brasil, a taxa de esterilizao feminina atingiu 40% no incio do sculo XXI, com destaque para o estado do Maranho, onde a taxa de 79%, enquanto que no RS, a taxa de 22,6%. No Japo, a taxa de esterilizao feminina de 2%, na Itlia, 1% na Blgica, 5% e no Reino Unido, 8%.

    Adaptado de www.fundaj.gov.br

    Com base nas informaes presentes no texto e em relao dinmica demogrfica mundial, pode-se AFIRMAR que:

    a) a alta taxa de esterilizao feminina resultado do alto padro de vida atingido pela ocupao. b) o Japo tem uma pequena taxa de esterilizao feminina porque seu territrio tambm pequeno. c) a menor taxa de esterilizao feminina do RS igual a de pases desenvolvidos. d) a taxa de esterilizao feminina da Blgica decorre do acesso da populao a outros meios

    contraceptivos. e) altas taxas de esterilizao refletem o desenvolvimento econmico alcanado por uma nao.

  • 19

    08) (CESGRANRIO-RJ) A partir dos dados a seguir, correto afirmar que:

    Estrutura Etria da Populao dos Pases da Europa Ocidental

    Grupos de idade 1775 1901 1970

    De 0 a 19 anos 43% 34% 34%

    De 20 a 59 anos 50% 53% 48%

    Mais de 60 anos 7% 13% 18%

    (DOTTORI, RUA e RIBEIRO. Geografia 2 grau.)

    a) no houve modificaes na estrutura etria ao longo dos duzentos anos referidos. b) a pirmide etria desses pases vem, gradativamente, ampliando a base e estreitando o pice. c) tais pases tm passado por um ntido processo de rejuvenescimento da populao. d) o percentual de populao em idade ativa, aps um crescimento at 1901, entrou em declnio no

    sculo atual. e) a expectativa de vida tem sofrido uma forte reduo, provavelmente graas ao processo geral de

    envelhecimento da populao. 09) (FEI-SP) Em relao imigrao italiana para o Brasil, em sua fase mais importante (fim do sculo XIX e incio do XX), pode-se afirmar que:

    a) concentrou-se, em sua maioria, desde o incio, em reas industriais urbanas. b) foi orientada para reas coloniais novas, organizadas em grandes propriedades no vale do So

    Francisco. c) teve fcil acesso propriedade da terra nos estados de So Paulo e Rio de Janeiro. d) foi atrada pela escassez de mo-de-obra na cafeicultura, no estado de So Paulo. e) foi orientada, em sua maior parte, para reas coloniais organizadas em grandes propriedades nos

    estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 10) (UEL-PR) O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro vem se alterando nas ltimas dcadas, como se pode observar na tabela abaixo:

    Ano IDH

    1975 0,639

    1980 0,674

    1985 0,687

    1990 0,706

    1997 0,739

    1998 0,747

    A respeito desse ndice e dos dados da tabela, correto afirmar:

    a) o IDH brasileiro poderia ter se elevado mais rapidamente nas ltimas dcadas, no fosse o declnio da esperana de vida nos anos 80 e 90, em funo da crise econmica.

    b) os indicadores usados para o clculo do IDH so: condies de moradia, sade, educao e renda per capita.

    c) o IDH elaborado por um grupo de tcnicos e cientistas sociais contratados pelo FMI e Bird, e visa servir de critrio para orientar esses organismos na concesso de emprstimos a pases em desenvolvimento.

    d) o IDH brasileiro ainda considerado baixo, igualando-se ao dos pases africanos. Isso se deve ao crescente nmero de analfabetos no pas.

    e) um dos problemas que o IDH no revela o nvel de concentrao de renda no pas.

  • 20

    11) (UFL-PR) Com Base na tabela, podemos afirmar que:

    Pas A Pas B Pas C Pas D

    Primrio 6% 33% 44% 75%

    Secundrio 43% 31% 18% 10%

    Tercirio 51% 36% 38% 15%

    a) o pas A apresenta baixa populao agrcola e elevada mo-de-obra empregada no setor industrial. b) o pas B apresenta uma perfeita distribuio de mo-de-obra, destacando-se dos demais pelo seu

    grande desenvolvimento. c) o pas C indica predomnio da populao rural sobre a populao urbana. d) dentre todos os pases da tabela, o pas D o mais desenvolvido no setor primrio. e) os pases B e C possuem estgios econmicos equivalentes, mas a posio de C indica maior

    desenvolvimento industrial. 12) (Fuvest-Sp) No Brasil, os temas crescimento populacional e excluso social aparecem, muitas vezes, vinculados s discusses sobre crescimento urbano. Considerando as associaes mencionadas, assinale a alternativa correta.

    a) as altas taxas de crescimento populacional, decorrentes da industrializao, produzem a excluso social nas grandes cidades.

    b) as altas taxas decrescimento vegetativo nas grandes cidades produzem crise da habitao, sendo responsveis pela existncia dos sem-teto.

    c) o alto ndice de crescimento demogrfico e os baixos investimentos privados em infra-estrutura urbana geram uma populao socialmente excluda.

    d) a macrocefalia urbana, decorrente da superpopulao e da ampliao da megalpole, gera uma populao socialmente excluda.

    e) as altas taxas de crescimento populacional nas grandes cidades e a m distribuio de renda conduzem excluso social.

    13) Observe a seguinte figura:

    A anlise do grfico acima nos permite afirmar que:

    a) A teoria Malthusiana estava correta ao afirmar que a populao crescia geometricamente, enquanto a produo tenderia a crescer aritimeticamente.

    b) Confirma as teses demogrficas que justificam a drstica reduo das taxas de crescimento populacional como soluo para a crise alimentar que acontece no planeta.

    c) Comprova que mais do que o crescimento demogrfico, a m distribuio de recursos produzidos o principal fator responsvel pela fome no mundo.

    d) Demonstra que as novas tecnologias aplicadas agropecuria no conseguiram xito em aumentar a produo de alimentos suficientes para o sustento de todos os seres humanos.

    e) Confirma a tese demogrfica reformista que defende o controle de natalidade somente das naes mais pobres.

  • 21

    14) Analise a imagem a seguir:

    O processo registrado no grfico gerou a seguinte consequncia demogrfica:

    a) Decrscimo da populao absoluta. b) Reduo do crescimento vegetativo. c) Diminuio da proporo de adultos. d) Expanso de polticas de controle da natalidade. e) Aumento da renovao da populao economicamente ativa.

    15) Nos anos 1990, as maiores taxas de crescimento demogrfico ocorriam na frica e na Amrica Latina. De acordo com a tendncia apresentada por diversas naes desses continentes, pode se afirmar que:

    a) No h relao entre o crescimento natural da populao e o nvel de desenvolvimento econmico de um pas.

    b) As taxas de crescimento natural da populao de um pas no interferem no seu desenvolvimento econmico e social.

    c) Quanto maior o desenvolvimento econmico de um pas, maior ser a taxa de crescimento natural da populao em funo do melhor poder aquisitivo das famlias

    d) Quanto menor o desenvolvimento econmico de um pas, menor ser o crescimento natural de sua populao em funo da maior taxa de mortalidade decorrente das precrias condies de vida.

    e) O maior nvel de desenvolvimento econmico far a taxa de crescimento natural da populao diminuir, fruto de melhores condies de sade e educao.

    GABARITO:

    01-A ; 02-C ; 03-D ; 04-B ; 05-C ; 06-D ; 07-D ; 08-D ; 09-E ; 10-E ; 11-A ; 12-E ; 13-C ; 14-A ; 15-E .

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    Unidade 2 AGRRIA

    Promessas eternas por cumprir E mortos demais a esperar,

    Sobre uma terra frtil espera, de mos pra plantar.

    Mas os punhos fechados e amargos dos proprietrios do terceiro mundo,

    perdero sangue demais pra perdoar

    (Proprietrios do 3 Mundo. Composio: Rodrigo Lima Dead Fish)

    Captulo 1 A Produo Agropecuria Os Sistemas Agrcolas

    Os sistemas agrcolas e a produo pecuria podem ser classificados como intensivos ou extensivos. Essa noo est ligada ao grau de capitalizao e ao ndice de produtividade, independentemente do tamanho da rea cultivada ou de criao. Vejamos as diferenas dos sistemas:

    Agricultura intensiva: propriedades que utilizam de modernas tcnicas de preparo do solo, cultivo e colheita, apresentam elevados ndices de produtividade e conseguem explorar a terra por um longo perodo de tempo.

    Agricultura Extensiva: propriedades que utilizam da agricultura tradicional aplicao de tcnicas rudimentares, apresentando baixo ndice de explorao da terra e obtendo, assim, baixos ndices de produtividade.

    A Agricultura Itinerante de Subsistncia e a Roa

    Por falta de assistncia tcnica e de recursos, no h preocupao com a conservao do solo, as sementes utilizadas so de qualidade inferior, no se investe em fertilizantes e, portanto, a rentabilidade, a produo e a produtividade so baixas. Aps alguns anos de cultivo, h uma diminuio da fertilidade natural do solo, geralmente exposto eroso. Ao perceber que o rendimento da terra est diminuindo, a famlia desmata uma rea prxima e pratica a queimada (fixando alguns nutrientes no solo) para acelerar o plantio, dando incio degradao acelerada de uma nova rea, que tambm ser brevemente abandonada.

    A produo destina-se subsistncia da famlia do agricultor, que se alimenta praticamente apenas daquilo que planta. Hoje em dia, muito comum, a agricultura de subsistncia voltada para o comrcio urbano, mas o dinheiro que recebem suficiente para garantir apenas a subsistncia deles. No h excedente de capital que lhes permita buscar uma melhoria nas tcnicas de cultivo e aumento de produtividade.

    A Agricultura de Jardinagem

    Essa expresso se originou no Sul e Sudeste da sia, onde h uma enorme produo de arroz em plancies inundveis, com utilizao intensiva de mo-de-obra.

    Tal como a agricultura de subsistncia, esse sistema praticado em pequenas e mdias propriedades cultivadas pelo dono da terra e sua famlia ou em parcelas de grandes propriedades. A diferena que nelas se obtm alta produtividade, atravs do selecionamento de sementes, da utilizao de fertilizantes, da aplicao de avanos biotecnolgicos e de tcnicas de preservao do solo que permitem a fixao da famlia na propriedade por tempo indeterminado. As Empresas Agrcolas

    So as responsveis pelo desenvolvimento do sistema agrcola dos pases desenvolvidos. Nesse sistema, a produo obtida em mdias e grandes propriedades altamente capitalizadas, onde se atingiu o mximo do desenvolvimento tecnolgico. A produtividade muito alta em decorrncia do selecionamento de sementes, uso intensivo de fertilizantes, elevado grau de mecanizao no preparo do solo, no plantio e na colheita, utilizao de silos de armazenagem, sistemtico acompanhamento de todas as etapas da produo e comercializao por tcnicos, engenheiros e administradores.

  • 23

    Nas regies onde se implantou esse sistema agrcola, verifica-se uma tendncia concentrao de terras em grande extenso (latifndios), na medida em que os produtores que no conseguem acompanhar a elevao dos nveis de produtividade perdem condies de concorrer no mercado e acabam por vender suas propriedades. A Plantation

    a grande propriedade monocultora, com produo de gneros tropicais, voltada para a exportao. Forma de explorao tpica dos pases subdesenvolvidos, a plantation foi um sistema agrcola amplamente utilizado durante a colonizao europia na Amrica. Nesse perodo de expanso do capitalismo mercantilista, utilizava-se, em larga escala, a mo-de-obra escrava. Cinturo Verde e Bacias Leiteiras

    Ao redor dos grandes centros urbanos, onde a terra valorizada, pratica-se agricultura e pecuria intensivas para atender s necessidades de consumo da populao local. Nessas reas, produzem-se hortifrutigranjeiros e cria-se gado para a produo de leite e laticnios em pequenas e mdias propriedades, com predomnio da utilizao de mo-de-obra familiar. Aps a comercializao da produo, o excedente obtido aplicado na modernizao das tcnicas. A Agropecuria em Pases Desenvolvidos

    De maneira geral, a agricultura e a pecuria so praticadas de forma intensiva, com grande utilizao de agrotxicos, fertilizantes, tcnicas aprimoradas de correo e conservao dos solos, desenvolvimento e aplicao da biotecnologia e elevados ndices de mecanizao agrcola. Em razo disso, pequena a utilizao de mo-de-obra no setor primrio da economia. A Agropecuria em Pases Subdesenvolvidos

    Nos pases subdesenvolvidos convivem, lado a lado, modernas agroindstrias e pequenas propriedades nas quais se pratica a agricultura de subsistncia.

    Tanto nos pases subdesenvolvidos cuja base de economia rural, como nas regies pobres dos pases subdesenvolvidos que se industrializaram, h um amplo predomnio da agricultura de subsistncia, que ocupa os piores solos, e do sistema de plantation, em reas de solos melhores.

    comum vigorar uma poltica agrcola que priorize a produo voltada ao abastecimento do mercado externo, mais lucrativo, em detrimento das necessidades internas de consumo, j que o poder aquisitivo da populao baixo. A Revoluo Verde

    O que revoluo verde? um amplo programa idealizado para aumentar a produo agrcola no mundo por meio de

    melhorias genticas em sementes, uso intensivo de insumos industriais, mecanizao e reduo do custo de manejo

    O programa teve incio em meados do sculo XX, quando o governo mexicano convidou a Fundao Rockefeller, dos EUA, a fazer estudos sobre a fragilidade de sua agricultura. A partir da, cientistas criaram novas variedades de milho e trigo de alta produtividade, que fizeram o Mxico aumentar de forma vertiginosa sua produo. Essas sementes foram, em seguida, introduzidas e cultivadas em outros pases, como o Brasil e a ndia, tambm com timos resultados.

    No Brasil, passaram a desenvolver tecnologia prpria, tanto em instituies privadas quanto em agncias governamentais e universidades. A partir da dcada de 90, a disseminao dessa tecnologia em todo territrio nacional permitiu que o Brasil vivesse um surto de desenvolvimento agrcola, com o aumento da fronteira agrcola, a disseminao de culturas em que o pas recordista de produtividade (soja, milho, algodo, etc.), atingindo recordes de exportao.

    Mais tarde, o programa passou a sofrer crticas, que persistem at hoje. Muitos questionam a sustentabilidade de um projeto baseado em monoculturas e que faz uso em grande escala de fertilizantes, agrotxicos e insumos de alto custo. O aumento das despesas com o cultivo e o endividamento dos agricultores, o crescimento da dependncia dos pases, do mercado e da lucratividade das grandes empresas de insumos agrcolas, o agravamento da uniformidade e da eroso gentica das espcies agrcolas e a expulso dos agricultores do campo, que no puderam mais competir com empresas agrcolas de grande porte, que so mais aptas a gerenciar o empreendimento considervel envolvido na explorao efetiva das tcnicas da revoluo verde, so alguns pontos atacados por crticos.

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    A Populao Rural e o Trabalhador Agrcola Atualmente, em pases e regies em que predominam modernas tcnicas de produo, os

    agricultores so a minoria dos trabalhadores e at mesmo dos moradores encontrados no espao rural. Isso acontece porque os empregados, os empregadores e os habitantes da zona rural, em sua maioria, trabalham em atividades no-agrcolas ou em cidades prximas. Ecoturismo e turismo rural, hotis-fazenda, campings, pousadas, casas de campo, etc., so atividades rurais que ocupam um contingente de trabalhadores maior que as atividades agropecurias.

    Em contrapartida, onde a agropecuria descapitalizada e utiliza tcnicas rudimentares de produo, a maioria dos trabalhadores rurais se dedica a atividades ligadas agricultura e pecuria.

    Em regies e pases de economia moderna, embora tenha havido reduo no nmero de trabalhadores agrcolas, vm aumentando a densidade de atividades encontradas no espao rural e a de trabalhadores urbanos que ai querem residir, provocando alterao na distribuio da populao nas cidades e no campo. Alm disso, muitos cidados urbanos trabalham no campo e se deslocam diariamente da cidade onde moram para trabalhar em agroindstrias ou em comrcio e prestao de servios localizados fora do permetro urbano. No senso comum, somos levados a pensar que a maioria dos pases desenvolvidos tem percentuais elevados e crescentes de populao urbana, mas, na verdade, o percentual de populao rural mostra-se bastante significativo em muitos desses pases e, em alguns casos, maiores que o percentual de populao rural encontrado em pases emergentes e em alguns subdesenvolvidos.

    Populao rural e trabalhadores agrcolas em pases selecionados 2001 (%)

    Pas Populao Rural Trabalhadores Agrcolas

    Finlndia 41,0 8,0

    Itlia 32,9 5,5

    Estados Unidos 22,6 2,5

    Mxico 25,4 20,0

    Brasil 18,3 23,4

    Etipia 84,1 71,0

    SENE, Eustquio de. Geografia Geral e do Brasil: espao geogrfico e globalizao. So Paulo: Scipione, 2008. Biotecnologia, transgnicos e agricultura orgnica

    A biotecnologia compreende o desenvolvimento de tcnicas voltadas adaptao ou aprimoramento de caractersticas dos organismos animais e vegetais, visando ao aumento da produo. H vrias dcadas, seu desenvolvimento vem proporcionando benefcios socioeconmicos e ambientais nas regies agrcolas. A seleo de sementes, os enxertos realizados em plantas, o cruzamento induzido de diferentes animais de criao so algumas das tcnicas agrcolas que fazem parte da biotecnologia.

    Em meados da dcada de 1990, porm, um ramo da biotecnologia, a pesquisa genmica, passou a lidar com um novo campo que gerou e continua gerando muita controvrsia: a produo de organismos geneticamente modificados (OGMs), os chamados transgnicos. No caso das plantas, estas se tornam resistentes ao de pragas ou de herbicidas fabricados por grandes empresas multinacionais, o que leva o agricultor a utilizar somente uma marca de produto e a ficar totalmente dependente de uma nica empresa.

    Essa nova tecnologia possui vrios aspectos positivos e negativos, o que tm gerado grandes polmicas. Entre os positivos, podemos destacar a elevao nos ndices de produtividade, a reduo do uso de agrotxicos e a consequente reduo dos custos de produo e das agresses ambientais, alm da criao de plantas resistentes a vrus, fungos e insetos, bem como variedades resistentes a secas e solos cidos. Quanto aos aspectos negativos, aponta-se sobretudo a falta de concluses confiveis nos estudos dos possveis impactos ambientais do seu cultivo em grande escala, alm dos potenciais efeitos danosos sade humana. Outro aspecto duramente criticado o monoplio no controle das sementes.

    Em contrapartida, vem crescendo bastante o nmero de agricultores e consumidores adeptos da agricultura orgnica, sistema de produo que no utiliza nenhum produto agroqumico fertilizantes, inseticidas, herbicidas, etc. nem geneticamente modificados. A adubao e o controle de pragas so realizados com matria orgnica e controle biolgico uso de predadores naturais para controle de pragas.

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    Esse tipo de agricultura valoriza a manuteno de faixas de vegetao nativa, alm da rotao e associao de culturas, e por isso envolve somente propriedades policultoras com suas vantagens inerentes: na grande maioria, a produo obtida em pequenas propriedades familiares, aumentando a oferta de ocupao produtiva populao e tornando desnecessria a migrao para as cidades. Captulo 2 A Agricultura Brasileira Mdulo Rural

    Propriedade que deve proporcionar condies dignas de vida a uma famlia de quatro pessoas adultas. A dimenso varia em relao a:

    Localizao da propriedade;

    Fertilidade do solo e clima da regio;

    Tipo de produto cultivado. Relaes de Trabalho

    Em nossa zona rural predominam as seguintes relaes de trabalho:

    Trabalho familiar na agricultura brasileira, predominam a utilizao de mo-de-obra familiar em pequenas e mdias propriedades de agricultura de subsistncia ou jardinagem, espalhadas pelo pas.

    Trabalho temporrio os bias-frias (Centro-Sul), corumbs (Nordeste e Centro-Oeste) ou pees (Norte) so trabalhadores diaristas, temporrios e sem vnculo empregatcio. Em outras palavras, recebem por dia segundo a sua produtividade. Eles tm servio somente em determinadas pocas do ano e no possuem carteira de trabalho registrada.

    Trabalho assalariado representa apenas cerca de 10% da mo-de-obra agrcola.

    Parceria e arrendamento parceiros e arrendatrios alugam a terra de algum para cultivar alimentos ou criar gado. Se o aluguel for pago em dinheiro, a situao de arrendamento. Se o aluguel for pago com parte da produo, combinada entre as partes, a situao de parceria.

    Escravido por dvida ou Colonato trata-se do aliciamento de mo-de-obra atravs de promessas mentirosas. Ao entrar na fazenda, o trabalhador informado de que est endividado e, como seu salrio nunca suficiente para quitar a dvida, fica aprisionado sob a vigilncia de jagunos fortemente armados.

    Os Posseiros e os Grileiros

    Os posseiros so invasores de terras. Atualmente, em funo do descaso do poder pblico em administrar os problemas do campo e de realizar uma reestruturao da poltica, da produo, das relaes de trabalho agrrio e da estrutura fundiria, os posseiros esto altamente organizados no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

    Os grileiros so os invasores de terras que trabalham a mando de grandes fazendeiros e sempre conseguem, atravs da corrupo, escrituras falsas de propriedade de terra. Geralmente, agem em reas de expanso das fronteiras agrcolas ocupadas inicialmente por posseiros, o que causa grandes conflitos e inmeros assassinatos. Desempenho da agricultura familiar e patronal

    Atualmente, ningum discorda do fato de que uma poltica de desenvolvimento do espao rural deve conter como partes integrantes a reforma agrria, o fortalecimento da agricultura familiar, o aumento nas exportaes e o incentivo a todas as demais atividades que possam gerar emprego e aumento de renda, como, por exemplo, as ligadas ao turismo.

    O campo brasileiro foi dominado pela grande propriedade ao longo da histria, e a agricultura familiar sempre esteve relegada a segundo plano na formulao das polticas agrcolas. Entre as dcadas de 1950 e 1980, a monocultura e a mecanizao foram estimuladas por sucessivos governos como modelo de desenvolvimento e crescimento econmico. O resultado dessa poltica foi a expulso acelerada de pequenos proprietrios e trabalhadores rurais do campo para as cidades.

    Nas cidades, as famlias de migrantes rurais formaram um enorme contingente de trabalhadores mal remunerados que ocuparam submoradias nos bairros mais distantes. No entanto, mesmo com esse abandono histrico, as propriedades familiares so elementos marcantes em nosso espao rural. Vale destacar que as propriedades familiares so mais eficientes, ou seja, nelas o aproveitamento econmico da rea maior que nas propriedades patronais.

  • 26

    O Estatuto da Terra e a Reforma Agrria

    Em novembro de 1964 foi criado o Estatuto da Terra, um conjunto de leis que possibilitou a realizao de um censo agropecurio que fornecesse os dados estatsticos necessrios elaborao de uma poltica de reforma agrria.

    Para a realizao desse censo, tornou-se necessrio classificar os imveis rurais por categorias da mesma forma que, para realizar um censo demogrfico. Como as caractersticas fsicas so diversas no imenso territrio brasileiro, houve a necessidade de se criar o mdulo rural (como j vimos).

    A partir da constituio de 1988 o Estado dispunha de recursos legais para a realizao da reforma agrria, mas na prtica os assentamentos ocorriam em ritmo muito lento. A maioria dos proprietrios contestava na justia a desapropriao de suas terras, dizendo que estas no eram improdutivas ou que o preo da indenizao no correspondia ao valor do mercado.

    A concentrao da propriedade da terra um dos grandes problemas para o desenvolvimento social, poltico e econmico do nosso pas. Outro grande problema a inexistncia de uma poltica agrcola voltada para os interesses da agricultura familiar. No adianta ter a terra se no h recursos e estrutura para trabalh-la.

    Alm de uma poltica agrcola necessria a efetivao dos direitos bsicos da cidadania, tais como educao e sade.

    No Brasil, a realizao da reforma agrria urgente para solucionar os problemas de milhes de famlias de trabalhadores rurais.

    Anotaes

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    Sesso Leitura:

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    Pintou no ENEM: 01) O acar e suas tcnicas de produo foram levados Europa pelos rabes no sculo VIII, durante a Idade Mdia, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (sculos XI e XIII) que a sua procura foi aumentando.Nessa poca passou a ser importado do Oriente Mdio e produzido em pequena escala no sul da Itlia, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras. (CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil 1681-1716. So Paulo: Atual, 1996.)

    Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o acar foi o produto escolhido por Portugal para dar incio colonizao brasileira, em virtude de no Estado de So Paulo, a mecanizao da colheita da cana-de-acar tem sido induzida tambm pela legislao ambiental, que probe a realizao de queimadas em reas prximas aos centros urbanos. Na regio de Ribeiro Preto, principal polo sucroalcooleiro do pas, a mecanizao da colheita j realizada em 516 mil dos 1,3 milho de hectares cultivados com cana-de-acar. (BALSADI, O. et al. Transformaes Tecnolgicas e a fora de trabalho na agricultura brasileira no perodo de 1990-2000. Revista de economia agrcola. V. 49 - 1, 2002.)

    O texto aborda duas questes, uma ambiental e outra socioeconmica, que integram o processo de modernizao da produo canavieira. Em torno da associao entre elas, uma mudana decorrente desse processo a

    a) perda de nutrientes do solo devido utilizao constante de mquinas.

    b) eficincia e racionalidade no plantio com maior produtividade na colheita.

    c) ampliao da oferta de empregos nesse tipo de ambiente produtivo.

    d) menor compactao do solo pelo uso de maquinrio agrcola de porte.

    e) poluio do ar pelo consumo de combustveis fsseis pelas mquinas.) o lucro obtido com o seu comrcio ser muito

    vantajoso.

    02) At o sculo XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da Revoluo Industrial, porm, sobretudo com o advento da revoluo tecnolgica, houve um desenvolvimento no contnuo do setor agropecurio. So, portanto, observadas consequncias econmicas sociais e ambientais interrelacionadas no perodo posterior Revoluo Industrial, as quais incluem:

    a) A erradicao da fome no mundo. b) O aumento das reas rurais e a diminuio das reas urbanas. c) A maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energticos. d) A menor necessidade de utilizao de adubos e corretivos na agricultura. e) O contnuo aumento da oferta de emprego no setor primrio da economia, em face da

    mercantilizao

    03) Ningum desconhece a necessidade que todos os fazendeiros tm de aumentar o nmero de seus

    trabalhadores. E como at h pouco supriam-se os fazendeiros dos braos necessrios? As fazendas eram alimentadas pela aquisio de escravos, sem o menor auxlio pecunirio do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braos sua custa, e se possvel obt-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo no ho de procurar alcan-los pela mesma maneira, isto , sua custa? (Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Pblicas, ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). Histria da vida privada no Brasil. So Paulo: Cia. das Letras, 1988 - adaptado)

    O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Imprio refere-se s mudanas ento em curso no campo brasileiro, que confrontam o Estado e a elite agrria em torno do objetivo de:

    a) fomentar aes pblicas para ocupao das terras do interior. b) adotar o regime assalariado para proteo da mo de obra estrangeira. c) definir uma poltica de subsdio governamental para o fomento da imigrao. d) regulamentar o trfico interprovincial de cativos para a sobrevivncia das fazendas. e) financiar afixao de famlias camponesas para estmulo da agricultura de subsistncia.

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    04) Na dcada de 1990, os movimentos sociais camponeses e as ONGs tiveram destaque, ao lado de

    outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a ao dos movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de prticas democrticas no interior das escolas, das comunidades, dos grupos organizados e na interface da sociedade civil com o Estado. O dilogo, o confronto e o conflito tem sido os motores no processo de construo democrtica. (SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contemporneo: participao e possibilidades das prticas democrticas. Disponvel em: http//www.ces.uc.pt. Acesso em: 30 abr. 2010 - adaptado).

    Segundo o texto, os movimentos sociais contribuem para o processo de construo democrtica, porque:

    a) Determinam o papel do Estado no transformaes socioeconmicas. b) Aumentam o clima de tenso social na sociedade civil. c) Pressionam o Estado para o atendimento das demandas da sociedade. d) Privilegiam determinadas parcelas da sociedade em detrimento das demais. e) propiciam a adoo de valores ticos pelos rgos do Estado.

    05) A maioria das pessoas daqui era do campo. Vila Maria hoje exportadora de trabalhadores. Empresrios de Primavera do Leste, Estado de Mato Grosso, procuram o bairro de Vila Maria para conseguir mo de obra. gente indo distante daqui 300, 400 quilmetros para ir trabalhar, para ganhar sete conto por dia. (Carlito, 43 anos, maranhense, entrevistado em 22/03/98). (Ribeiro, H. S. O migrante e a cidade: dilemas e conflitos. Araraquara: Wunderlich, 2001 -adaptado). O texto retrata um fenmeno vivenciado pela agricultura brasileira nas ltimas dcadas do sculo XX, consequncia:

    a) Dos impactos sociais da modernizao da agricultura. b) Da recomposio dos salrios do trabalhador rural. c) Da exigncia de qualificao do trabalhador rural. d) Da diminuio da importncia da agricultura. e) Dos processos de desvalorizao de reas rurais.

    06) O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenmenos da urbanizao, j que era praticamente virgem, no possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a servio de uma economia moderna. (SANTOS, M. A Urbanizao Brasileira. So Paulo: EdUSP, 2005 - adaptado). O texto trata da ocupao de uma parcela do territrio brasileiro. O processo econmico diretamente associado a essa ocupao foi o avano da:

    a) Industrializao voltada para o setor de base. b) Economia da borracha no sul da Amaznia. c) Fronteira agropecuria que degradou parte do cerrado. d) Explorao mineral na Chapada dos Guimares. e) Extrativismo na regio pantaneira.

    GABARITO: 01-B ; 02-C ; 03-C ; 04-C ; 05-A ; 06-C. Exerccios: 01) (UFF-RJ) Ao contrrio do que se afirmava, a modernizao da agricultura no Brasil no superou o atraso do campo; podemos at dizer que o reinventou, no tocante s relaes de trabalho. Assinale a opo que apresenta corretamente o processo de reinveno desse atraso nas relaes de trabalho, no interior das modernas empresas agrcolas:

    a) a ampliao do trabalho assalariado e a reduo dos gatos como contratadores de mo-de-obra. b) a utilizao crescente do trabalho temporrio e a imposio de formas anlogas ao trabalho

    escravo. c) a introduo de grileiros e parceiros nas tarefas produtivas e a excluso dos bias-frias. d) a reduo do trabalho temporrio e a imposio da terceirizao da produo. e) a expanso do uso de posseiros nas tarefas produtivas e a imposio do trabalho assalariado de

    forma generalizada.

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    02) (PUC-RJ) Choveu no Nordeste em fevereiro e maro. Mas a chuva parou, as plantaes no vingaram, a gua secou. H mais de um sculo que as secas temporrias agravam os problemas sociais nordestinos, dentre os quais podemos destacar :

    2) Uma estrutura fundiria marcada pela elevada concentrao de terras, de um lado, e pela fragmen