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ENADE 2018
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Oficina ’Interpretação de Texto e Letramento Digital’
Professora Dra. Daniela Jakubaszko
Professora Ms. Marialda Almeida
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Objetivos Objetivos Gerais
• Exercitar a interpretação de texto e produção textual de forma dirigida para a realização das Provas do ENADE 2018 por meio da leitura de provas anteriores e da reflexão sobre o letramento digital na contemporaneidade.
Objetivos Específicos
• Oferecer ferramentas para leitura e interpretação de enunciados das questões objetivas e dissertativas da Prova de Formação Geral do ENADE
• Oferecer ferramentas para produção do texto dissertativo da Prova de Formação Geral do ENADE
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Letramento Digital – Universo Conceitual Letramento e Letramento Digital
• ”A leitura de mundo precede a leitura da palavra” Paulo Freire.
• Letramento e alfabetização: saberes socioculturais e saberes linguísticos
• Leitura e escrita: práticas discursivas
• Universo sociocultural de referência: heterogeneidade discursiva
• Códigos semióticos e Gêneros discursivos: processos de decodificação e codificação de textos em contextos sociais específicos
• Letramento visual: sintaxe da linguagem visual (Dondis)
Comunicação, Informação e Educação
• Sociedade da informação e do o Conhecimento; Sociedade em Rede (Castells); TIC’s
• Cibercultura (Pierre Levy; Marcos Palácios; André Lemos; Alan Angelucci)
• A “tecnocracia” como “nova ordem mundial” exige que os discursos se hipertextualizem.
• Hibridação de discursos e linguagens
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Como as novas mídias impactam os processos de letramento?
Hipertexto – Hipermídias
Termo criado por Theodore Nelson (1991-92).
Hipertexto pode ser definido como “forma híbrida, dinâmica e flexível de linguagem que dialoga com outras interfaces semióticas, adiciona e acondiciona à sua superfície outras formas de textualidade.” (XAVIER, 2005: 171)
O hipertexto no contexto das mídias digitais: o hiperleitor e a interatividade. A amplificação da pluritextualidade torna cada vez mais complexo o processo de produção de sentido.
Coerência Intersemiótica
• “O hipertexto é um conjunto de nós de significações interligados por conexões entre palavras, páginas, fotografias, imagens, gráficos, sequências sonoras, etc. Dessa forma, as narrativas digitais superam as limitações da tradição da oralidade e da escrita, pois não buscam sentido em isolar ou fragmentar o sentido do texto ou do discurso, mas, ao contrário, em ampliar a rede de significações.” (NOJOSA, 2012: 74)
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Como as novas mídias impactam os processos de letramento?
Kleiman, 2014
• ”Segundo relata Santos (2005), o processo de alfabetização foi desenvolvido enquanto as senhoras acessavam a Internet, buscavam páginas virtuais, acessavam o correio eletrônico, abriam e fechavam programas, apesar de ambas terem declarado, antes do início do processo, que nem imaginavam o que 'essa Internet', que queriam usar para estar em contato com filhos distantes, poderia ser.”
• “O segundo exemplo, também de uma situação de aprendizagem, porém não realizada na escola7, mostra que agências não escolares conseguem realizar a inserção na cultura digital daqueles que, embora foco das políticas de inserção, continuam à margem dela. No caso, relatado por Santos (2005), duas senhoras não alfabetizadas, de 57 e 62 anos respectivamente, entram diretamente na cultura digital, sem passar pela cultura impressa8 ao serem alfabetizadas utilizando a Internet. Nesse caso, o letramento das mulheres permite sua entrada no mundo impresso e no mundo digital, simultaneamente. As duas mulheres, antes utilizando práticas tradicionais para acessar e registrar informação, nas margens da cultura impressa e da digital, passam de súbito a usar tecnologias de informação do mundo contemporâneo”.
Kleiman, 2014
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A utilização de analogias teria facilitado a compreensão das funções de alguns ícones (voltar, avançar, página inicial, correio, pesquisar, etc.) e, nas páginas visitadas (Danone, Unicamp, Cadê, Museu Histórico Nacional), a observação das gravuras, a disposição dos textos e a forma de observar gravuras e páginas (maximizando e minimizando) constituiu a base do letramento digital e da alfabetização das duas senhoras. A decodificação propriamente dita, de letras em palavras, ou de palavras nas legendas, tornou-se uma maneira estratégica de compreender a função dos ícones. Por exemplo, ao reconhecer o desenho da carta na barra de ferramentas, uma das senhoras, apesar de nunca ter escrito nenhum endereço ou posto uma carta no correio, porém conhecendo a função de ambos, associa o ícone ao uso do correio, um tipo de correio que não precisa ser visitado presencialmente para poder enviar a carta. Para a outra senhora, a 'caixinha' de correio para recebimento de mensagens, na qual procurava seu nome, tinha o sentido análogo ao recebimento da carta comum. As duas estudantes precisavam da mediação de Santos (no seu duplo papel de agente de letramento e pesquisadora) para realizar procedimentos necessários à escrita, ao envio, à busca e à leitura das mensagens. Depois de recorrerem a pistas dos hipertextos que encontravam no caminho, as funções relacionadas a algumas ferramentas do correio de uso mais frequente ou mais conhecidas iconicamente passaram a fazer sentido para elas. As aprendizes usavam estratégias de decodificação da imagem, assim como estratégias de associação com o mundo letrado (decodificação de palavras como o nome próprio ou nome de um site muito visitado) na produção de inferências. Segundo explicita Santos, (2005, p.111) "palavra e imagem desempenhavam a função de fornecer o sentido da ação a ser executada". Ou seja, era o hipertexto, texto multimodal e multissemiótico da Internet, o que fornecia o sentido para as buscas e seleções individuais, próprias da cultura digital, propiciadas pelas novas tecnologias de informação.” (Kleiman, 2014) http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-45732014000200006
Como as novas mídias impactam os processos de letramento?
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Esquema: Texto DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
1º
1º PARÁGRAFO: INTRODUÇÃO
2º PARÁGRAFO: DESENVOLVIMENTO – ARGUMENTO 1
3º PARÁGRAFO: DESENVOLVIMENTO – ARGUMENTO 2, 3...
5º PARÁGRAFO: CONCLUSÃO
Esquema: relações
de causa-
consequência
Título - TESE + contextualização
Causa (com
explicações
adicionais)
Desenvolvimento
Conclusão
Consequência (com
explicações
adicionais)
Reafirmação da tese
+ proposta de
intervenção
Esquema favorável -
desfavorável TESE +
contextualização Análise dos
aspectos favoráveis
Desenvolvimento
Análise dos
aspectos contrários
Desenvolvimento
Reafirmação da tese
+ proposta de
intervenção
Planejamento -> tradução de ideias em palavras -> revisão (reescrita)
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OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Introdução Argumento – causa->consequência Argumento – contradição Conclusão
É realmente possível que... Mas Pois Logo
É certo que... Porém Porque Portanto
Por causa... Todavia Que Então
É inegável... Contudo Já que Consequentemente
A questão do... vem provocando... Entretanto Visto que A fim de
Pode-se aceitar que... No Entanto Portanto Para que
Atualmente... Embora De maneira que Por isso
Quando... Posto que Consequentemente Com o intuito de
Segundo... , Apesar de Por isso, em vista disso, diante disso, de modo que
Para
Exemplos: É certo que os nossos participantes irão se dedicar às redações e terão muito sucesso! Atualmente, as crianças comem vendo televisão.
Exemplos: Moram em área de risco, contudo continuam ali. O ouro é mais raro, entretanto o ferro é mais útil. Os funcionários querem aumento, embora o município esteja sem dinheiro.
Exemplos: A proposta não foi aceita, pois faltavam itens importantes. Foi mandado embora porque era ruim. Já que o carro não vende, vou baixar o preço.
Exemplos: Esperamos que a presidenta tenha tranquilidade necessária para permitir que o país funcione. Penso, logo existo. Vou me esforçar para que me promovam.
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A partir dos anos 1990, o Rio de Janeiro, outrora reconhecido como reduto do samba, passa a ser adjetivo para o neófito funk carioca. Embora nessa nomeação já esteja embutida certa apropriação cultural, o caminho para o reconhecimento desse ritmo que carrega em si a manifestação cultural das comunidades ainda está sendo percorrido, pois o preconceito que ronda seus protagonistas, os funkeiros, e o espaço ao qual se passa essa história, a favela, tem velado o que de fato esse grupo tem a dizer.
Posto que todo sistema cultural está em contínua mutação, é urgente a compreensão acerca da necessidade da cultura, como um todo, e de suas ramificações para um país – o que representam para nós como cidadãos ativos na sociedade – o que gerará respeito e, consequentemente, a aceitação, para que as diversas manifestações aconteçam de maneira natural e não gerem resistência em seu reconhecimento.
Perceber-se como participante da cena cultural da atualidade possivelmente colaborará para que o funk seja reconhecido como legítimo na manifestação artística do país, já que é a partir dessa cena que a história da cultura brasileira vem sendo escrita, ainda que a passos lentos.
Página 3: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2015/05_cs_jornalismo.pdf
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“Um bom texto argumentativo tem algumas características:
• apresenta uma tese bastante clara;
• apresenta argumentos diversos para sustentá-la: ‘objetivos’ (quantitativos, ‘científicos’, ideológicos, ‘universais’);
• mostra efeitos benéficos da adoção da tese;
• mostra que a tese tem opositores; e
• tenta diminuir o valor dos argumentos contrários.” (INEP, 2017, p. 116)
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Princípios da textualidade
COESÃO
Exemplo: Aquela empresa não oferece as condições mínimas de trabalho. A organização esta literalmente caindo aos pedaços.
Fiz todas as tarefas, com exceção desta: arquivar a correspondência.
COERÊNCIA
Exemplo: Não fiz nenhuma tarefa, com exceção desta: tudo.
INFORMATIVIDADE
ACEITABILIDADE
SITUACIONALIDADE
INTERTEXTUALIDADE
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Como argumentar?
Fonte: Inep (2017, p. 121)
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Prática – múltipla escolha
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Prática – questão discursiva
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Prática – questão discursiva
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O nome e o gênero são os primeiros constructos de nossa subjetividade, por meio deles nos reconhecemos e nos apresentamos ao mundo. Via de regra se correspondem. Entretanto, nem todas as pessoas se identificam com a designação do sexo de nascimento e sentem que sua expressão de gênero está em desacordo com ele. São as pessoas trans: nasceram mulheres, mas se percebem homens, ou vice-versa.
Assim, no processo de transição de gênero, o nome civil pode causar diversas situações de constrangimento quando é preciso apresentar documentos. Na escola, no emprego, nos planos de viagem, nas eleições, as pessoas trans precisam atender por um nome com o qual não se identificam e recebem olhares de julgamento e incompreensão.
É possível modificar o registro, porém, atualmente, o processo é demorado e burocratizado. Portanto, é imprescindível que o poder público formule políticas e leis para amparar as pessoas trans em seu processo de transição a fim de desburocratizar a troca de nomes nos documentos, bem como empreender junto a ONGs, mídia e escolas, ações de conscientização para combater o preconceito, discriminação e violência contra as pessoas trans. Respeitar seus nomes sociais é o primeiro passo a ser dado.
EXEMPLO DE RESPOSTA
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ALVES, Adriano. Língua Portuguesa: compreensão e interpretação de textos / Adriano Alves. – Rio de Janeiro : Forense : São Paulo : MÉTODO, 2014. Disponível Biblioteca Digital USCS. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 53. ed. revista e ampliada [novo acordo]. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2017. GARCEZ, Lucília Helena do Carmo; CORRÊA, Vilma Reche Corrêa (orgs.). Textos dissertativo-argumentativos : subsídios para qualificação de avaliadores. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2017. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/documents/186968/484421/TEXTOS+DISSERTATIVO+ARGUMENTATIVOS/7809ef0d-5a4a-4c24-9a03-9db15e0bdacf?version=1.0>. Acesso em: 20 set. 2018. KLEIMAN , Angela B. Letramento na contemporaneidade. Bakhtiniana, Rev. Estud. Discurso, v.9, n.2, São Paulo July/Dec. 2014 NOJOSA, Urbano Nobre. Da rigidez do texto à fluidez do hipertexto. In: FERRARI, Pollyana (org.). Hipertexto, hipermídia: as novas ferramentas da comunicação digital. São Paulo: Contexto, 2012. SOARES, M. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educação e Sociedade, Campinas, v. 23, n. 81, p. 143-160, 2002. XAVIER, Antônio Carlos. Leitura, texto e hipertexto. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio e XAVIER, Antônio Carlos (org.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
REFERÊNCIAS