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11º ANO FILOSOFIA PROF. CARLA ROQUE Argumentação e Filosofia Os Sofistas/Sócrates e Platão

Argumentaà à o e Filosofia

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11º ANO FILOSOFIAPROF. CARLA ROQUE

Argumentação e FilosofiaOs Sofistas/Sócrates e Platão

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FILOSOFIA, RETÓRICA E DEMOCRACIA

Os gregos sempre atribuíram grande importância ao poder da palavra, mas é com o aparecimento e o desenvolvimento da democracia, no século V a.C que a retórica ganha fôlego e a persuasão passa a ser um elemento fundamental do jogo político.

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FILOSOFIA, RETÓRICA E DEMOCRACIA

Com o regime democrático, a eloquência transforma-se num poderoso instrumento da ação pública, aplicável nas mais variadas circunstâncias.

O que importa nos tribunais, nas assembleias ou nas reuniões é a eficácia persuasiva.

É crucial dominar a retórica, o instrumento por excelência da democracia.

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FILOSOFIA, RETÓRICA E DEMOCRACIA

A democracia era exercida pelos cidadãos sob a forma direta; a assembleia reunia em plenário para decidir e deliberar sobre as questões mais importantes.

Cidadãos eram somente os homens gregos nascidos livres, excluíam-se as mulheres, os estrangeiros e os escravos.

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FILOSOFIA, RETÓRICA E DEMOCRACIA

Os cidadãos tinham

Isocracia; igualdade de acesso ao poder.

Isonomia; igualdade perante a lei.

Isegoria; igualdade no acesso à palavra

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FILOSOFIA, RETÓRICA E DEMOCRACIA

A Isegoria reside no facto de poder ser tão mais bem utilizada quanto melhor o cidadão domine a retórica.

Os líderes políticos são aqueles que, graças à eloquência, são capazes de persuadir os seus concidadãos e conquistar a sua adesão.

Dominar a linguagem e conseguir fazer uma boa argumentação são condições fundamentais para exercer o poder.

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FILOSOFIA, RETÓRICA E DEMOCRACIA

Aristóteles foi o primeiro pensador a proceder à sistematização da retórica, mas a sua origem enquanto ciência é bem mais antiga.

Os sofistas estão igualmente ligados ao “uso e abuso” da retórica.

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OS SOFISTASQUEM FORAM?

Foram professores itinerantes, que andavam de cidade em cidade por todo o mundo grego a ensinar retórica, a arte de bem falar.

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OS SOFISTASCONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL

Os sofistas estão intimamente ligados ao século V a.C. e ao surgimento da democracia ateniense.

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OS SOFISTASOBJETIVO DO SEU ENSINO

O principal objetivo era preparar os jovens para o jogo político, para a excelência política (aretê), num contexto em que o domínio da palavra era fundamental.

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OS SOFISTAS

A ênfase dada ao papel persuasivo da retórica levou a depreciação da importância do conhecimento e da verdade.

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OS SOFISTAS E A RETÓRICA

Os Sofistas eram professores de retórica, mestres do logos e do discurso.

Todo o seu ensino tinha por base a retórica, a arte de bem falar e a eficácia persuasiva.

Desenvolveram técnicas de retórica e ensinavam a maneira de um homem se tornar superior aos seus concorrentes através do discurso.

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PRINCIPAIS SOFISTAS

Protágoras

Górgias

Pródico

Hípias

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PROTÁGORAS

Este sofista ficou célebre por defender que o “homem é a medida de todas as coisas”, tanto as que são, pela sua existência, como as que não são, pela sua não existência.

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SOFISTASDOUTRINAS DEFENDIDAS

Ao colocarem o Homem no centro da sua reflexão tornaram-se filósofos humanistas.

Tornaram-se filósofos relativistas pois adotaram o subjetivismo e contestaram as verdades absolutas.

Puseram em causa a verdade e a possibilidade de a alcançar, bem como de se estabelecer um conhecimento seguro, tornaram-se com esta atitude filósofos ceticistas.

Suspenderam a crença relativa aos deuses, abrindo espaço ao agnosticismo.

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OS SOFISTASATIVIDADES PEDAGÓGICAS

Os Sofistas ensinavam: Tradição homérica e jónica Matemática Astronomia História Geografia Música Gramática Direito Literatura Dialética (argumentar) Erística (debater) Retórica (bem falar)

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REAÇÕES AOS SOFISTAS NA SUA ÉPOCA

Positivas e Negativas

Eram transmissores de competências importantes ao sucesso na carreira política, esta função respondeu positivamente às necessidades da época.

Eram uma espécie de vendedores do conhecimento, relativizaram-no e desvalorizaram-no, facto que chocou e marcou negativamente a sociedade grega, principalmente os mais conservadores.

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SÓCRTAES E PLATÃO

Para Sócrates e Platão a retórica defendida pelos Sofistas consistia na manipulação do conhecimento e não passava de mera opinião.

Sócrates, contemporâneo dos Sofistas, insurgiu-se contra a conceção de verdade e de conhecimento destes.

Platão retratou em várias das suas obras a sua opinião, profundamente negativa acerca da retórica e dos Sofistas.

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SÓCRATES E PLATÃO

Sócrates não aceita que a retórica seja uma arte. Ela é mera opinião, é enganadora e manipula o auditório, é uma adulação da alma.

A retórica é uma ilusão e não contribui em nada para o conhecimento verdadeiro.

Sócrates defende que a educação dos jovens deveria ser promovida pela Filosofia e não pela retórica.

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DIALÉTICA

Arte do diálogo e da persuasão muito utilizada na obra platónica.

Para Sócrates é um técnica discursiva que permite por meio de perguntas e respostas, opor-se ao interlocutor através de argumentos racionais, expondo-o a contradições que o levam a aceitar a sua posição.

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DIALÉTICA

Para Sócrates e Platão a retórica sofística é mera opinião, não serve os fins da Filosofia.

Para Platão a verdade é mais importante do que a persuasão e o verosímil.

Platão critica frequentemente os Sofistas, pois estes, apesar de não estarem na posse do conhecimento, usam os artifícios da retórica para persuadirem o cidadão grego.

Só a dialética nos permite caminhar para a verdade e eliminar o falso saber, segundo a perspetiva de Sócrates e Platão.

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ARISTÓTELES

Contrariamente a Platão/ Sócrates, Aristóteles tem uma relação mais próxima e menos negativa com a retórica.

Para ele a retórica é uma arte, uma técnica destinada a persuadir e a fundamentar as áreas que não são passíveis de demonstração.

Este filósofo faz depender do orador o bom e o mau uso da retórica

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ARISTÓTELES

Defende Aristóteles que a retórica é útil para a ajudar a discernir a verdade e a justiça, o orador que sabe, que é honesto e competente é aquele que convence o auditório.

Para Aristóteles a dialética e a retórica são meios persuasivos aptos a defenderem a justiça e a verdade.

A retórica só se torna manipuladora se o orador não respeitar o auditório, se este aceitar o discurso sem o questionar, sem pensar nele.

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A RETÓRICA NEGRA OU A RETÓRICA BRANCAO MAU OU O BOM USO DA RETÓRICA

MAU USO O auditório não questiona as

teses apresentadas pelo orador.

O auditório é controlado pelo orador.

Persuasão intelectualmente desonesta por parte do orador.

Manipulação e controlo das ideias do auditório.

O orador não se apresenta como uma autoridade honesta, competente e imparcial.

Dimensão praticada pelos sofistas.

BOM USO O auditório é levado a refletir

acerca das teses apresentadas pelo orador.

O orador respeita o auditório. Procura-se chegar a consenso ou

à verdade. O orador tem uma relação de

igualdade para com o auditório. Procura-se a persuasão racional. O orador apresenta-se com uma

autoridade competente, honesta e imparcial que ajuda o auditório a conhecer e a pensar.

Perspetiva defendida por Aristóteles.