Arnold Ehret - Jejum Racional

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  • JEJUM RACIONAL

    UM MTODO CIENTFICO DEJEJUM A CAMINHO DA SAUDE

    ARNOLD EHRET

    Traduo de Marcondes Nascimento

  • Publicado originalmente em ingls como RATIONAL FASTINGpor Benedict Lust Publications, Nova Iorque, NY, EUA.

    Traduzido e publicado em dezembro de 2010, para ampla e gratuita divulgao em lngua portuguesa,

    sob a responsabilidade de Marcondes Nascimento.Obra registrada na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

    Conhea outros livros de Arnold Ehret em portugusvisitando http://arnoldehretbrasil.blogspot.com.

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  • CONTEDO

    Introduo........................................... ........................................ 4 Introduo Segunda Edio....................................................... 10 Introduo Terceira Edio....................................................... 11 Prefcio ....................................................................................... 12

    PARTE I

    Captulo 1 A Causa Fundamental Comum da Natureza das Doenas........... 14

    Captulo 2 Remdios para a Remoo da Causa Fundamental Comum da Doena e para a Preveno de seu Retorno ................................. 21

    Captulo 3 A Causa Fundamental do Envelhecimento e da Feira ............... 24

    (Parte 2) A Conservao dos Cabelos. Razes da Calvcie e do Grisalho................. ....................................................................... 26

    Captulo 4 Aumentando a Longevidade......................................................... 29

    PARTE II

    Captulo 5 Instrues Completas para o Jejum............................................... 31

    Captulo 6 O Jejum Racional para o Rejuvenescimento Fsico, Mental e Espiritual ............................... .................................... 32

    Captulo 7 Construindo um Corpo Perfeito atravs do Jejum........................ 34

    Quanto Tempo se deve Jejuar? Como interromper um Jejum?

    Regras a serem seguidas durante o JejumBebidas do Jejum

    O Plano Sem o Caf da Manh. O Jejum de 24 Horas O Jejum feito com o Sistema de Cura da Dieta sem Muco O Jejum no Caso de Doenas Graves Renascimento Espiritual atravs do Jejum Superior

    Captulo 8 Concluso ....................................................................................... 41

    Apndice Sete Ensaios pelo Autor .................................................................. 43

    Minha Dieta sem Muco e a Naturopatia.......................................... 44

    O Sistema de Cura da Dieta sem Muco .......................................... 48

    A Verdade sobre a Alimentao Humana e O Triunfo sobre a Gula ................................................................... 52

    A Cultura Fsica..... ........... ............................................................. 56

    Assim Falou o Estmago ................................................................ 61

    A Cura Definitiva da Constipao Crnica .................................... 67

    O Diagnstico Exato de Sua Doena e o Espelho Mgico ........ 73

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  • INTRODUO

    por Dr. Guy Bogart, N.D.

    Temos ns reservas para uma viagem de ida e volta ao Jardim do den? A Fonte da Juventude ir borbulhar no jardim da casa de cada homem? Iremos desistir da fonte de soda pela gua organizada da uva no fermentada? Iremos extrair do ar nosso suprimento individual de nitrognio? Iro as cabeas calvas perder sua aridez e se cobrir com a eflorescncia da juventude?

    O Professor Ehret, notvel sbio europeu, que passou seus ltimos anos na crescente colnia de celebridades do sul da Califrnia, d uma resposta positiva a todas as perguntas acima.

    Derrubando dos pedestais da superstio tradicional muitas das velhas idias sobre a sade, o Professor Ehret dedicou mais de um quarto de sculo a estudos intensivos e a experimentos. Muitas autoridades mdicas ortodoxas nos tm dito que estamos nos tornando rapidamente uma raa desdentada. O Professor Ehret concordou com esta descoberta e vai um pouco mais adiante a ponto de dizer nenhuma raa ocidental de maneira nenhuma

    A menos que

    Aqui entra o Professor, no com sonhos utpicos, mas com um comprovado esquema de diettica e reforma de sade que alguns dos mais sbios mdicos de dois continentes esto saudando como a palavra mais fundamental j dita no complexo labirinto de panacias da sade. H um aspecto nico no mtodo de trabalho desse especialista seus experimentos foram conduzidos nele mesmo. Nos quinze anos que ele dirigiu seu grande Sanatrio na Sua, durante suas palestras e nas clnicas nas maiores cidades da Europa, e nas inmeras consultas por correio ou telgrafo na Amrica e na Europa, assim como na prtica na sia e frica durante suas viagens de estudo, no faltou ao Professor Ehret experincia para observar os resultados de suas teorias na prtica durante um longo perodo de tempo.

    Foi em sua prpria pessoa, entretanto, que os experimentos foram feitos antes de serem tentados em pacientes. Mdico cure a si prprio. Ele comeou sua pesquisa enquanto lecionava num colgio de Baden, quando foi vtima da incurvel doena de Bright. A completa recuperao da sade para provavelmente o mais perfeito estado de sade que qualquer um possa atingir, na nossa civilizao ocidental atual e a aventura de descobrir as leis fundamentais, que esto na essncia dos problemas da vida, da liberdade e da busca pela sade, tornou-se o trabalho de sua vida.

    O ataque ignorncia da civilizao ocidental se concentrou fundamentalmente no Muco . Uma dieta sem muco, juntamente com o uso sbio de um mtodo de jejum, tudo adaptado ao paciente individualmente, mas respeitando leis bsicas confirmadas por qumicos fisiolgicos e dietticos de algumas das maiores universidades resultou no sistema de cura desenvolvido pelo Professor Ehret que a varinha de condo com a qual se impedir a formao da raa desdentada e ser dado civilizao ocidental um novo prazo de vida.

    A maioria das escolas de cura se uniu em torno da idia de que a doena, independentemente de seus sintomas, consiste de uma obstruo constitucional de material comumente conhecido como matria estranha. A cura natural, consequentemente, consiste de mtodos de tratamento para

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  • eliminar esse material produtor de doena, e secar a sua fonte. Ao menos assim que pensa um grande nmero de membros da profisso de cura; e a mestria desta idia que fez de Ehret um mgico em seu grupo.

    Meu primeiro contato com o Professor Arnold Ehret aconteceu alguns anos atrs quando a traduo de uma de suas importantes monografias veio parar em minha mesa para reviso. Fiquei imediatamente interessado e, quando ele veio a Los Angeles, estava ansioso para conhec-lo. Mais tarde tive o privilgio de assistir suas palestras, de conviver socialmente com ele por um longo perodo, de ter seu aconselhamento de especialista na minha prpria prtica diettica, e de testar, para minha grande satisfao, os princpios de sade que ele havia descoberto. baseado nestas fontes que eu tentarei colocar, parte em sua prpria linguagem e parte parafraseando-o, a histria do homem e de sua atuao na esfera da cura. Apenas um esboo geral, naturalmente, pode ser tentado, pois embora fundamentalmente simples, o Sistema de Cura da Dieta sem Muco assunto para um estudo mais detalhado do que podemos apresentar aqui.

    A concordncia geral por parte, ao menos, dos curadores sem drogas e de uma grande proporo da fraternidade mdica de que a causa fundamental da doena a presena de material estranho no corpo no levou descoberta bsica das razes deste misterioso invasor. Este material (e aqui e a seguir estou falando pelo Professor Ehret) composto dos alimentos deteriorados, no digeridos e no eliminados acumulados pela alimentao errada e excessiva. , consequentemente, claramente perceptvel que o principal fator para resolver o enigma da sade deve ser a diettica, e isto inclui conduzir jejuns inteligentemente, especialmente se o comer em excesso a principal causa da doena do paciente. Este mtodo (jejum) funciona da mesma maneira no corpo humano como na cura instintiva dos animais.

    O sistema todo baseado na famosa teoria do muco de Ehret, agora um fato bem comprovado, que esclarece o mistrio das 57 variedades de doena, inclusive a gripe, pelagra (avitaminose), etc. O material produtor da doena um semi-lquido parcialmente digerido, em decomposio, e nesta condio geralmente conhecido como muco. possvel demonstrar e comprovar facilmente que qualquer um que viva de uma dieta mista (vegetais e carne), ou num regime vegetariano com amido, tem o seu sistema mais ou menos entupido com muco, esteja doente ou no. Esta causa fundamental de toda doena vem se acumulando desde a infncia e at mesmo antes, se carne e outros produtos derivados de animais (gorduras) e alimentos com amido forem ingeridos. H muito foi reconhecido pelos estudantes e cientistas que estes alimentos no so apropriados para o gnero humano, pois grande parte deles no pode ser completamente digerida, mas transformada por sucos gstricos em um muco txico que deteriora, fermenta, produz gases, acidose e muitos tipos de toxinas; e isto tem uma consistncia pegajosa, colante que obstrui a circulao, ento o corpo precisa de um choque, como um resfriado, para comear sua eliminao.

    Podemos apelar para tratamentos fsicos, mas eles eliminam apenas uma poro do muco, se o seu fornecimento no for interrompido por uma mudana na alimentao em excesso e de alimentos formadores de muco. razovel e fica evidente, portanto, que a alimentao produtora de doena precisa ser interrompida se voc quiser obter um completo sucesso com os tratamentos fsicos.

    Jejuar e diminuir a quantidade de alimentos ingeridos a nica coisa que se pode fazer contra a alimentao em excesso, e alimentos no formadores de muco devem substituir aqueles produtores de muco e doena. O Professor Ehret no inventou nem deu incio ao jejum ou ao uso de frutas e vegetais de folhas verdes na dieta, pois estes eram fatores j conhecidos, mas ele trouxe a maior

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  • eficincia possvel ao seu uso pela criao de um sistema inteiramente novo, que combina ambos num mtodo de cura sistemtico, sob o nome de Sistema de Cura da Dieta sem Muco, depois que sua teoria do muco se tornou um fato comprovado como o maior fator da causa fundamental de toda condio doentia.

    Nem o jejum nem a dieta de frutas haviam sido usados rigorosamente de acordo com a condio do paciente; mas combinar ambos para uma Limpeza Sistemtica trouxe resultados tremendamente satisfatrios.

    A maior diferena entre uma dieta de Cura e uma dieta de Nutrio um ponto que precisa ser enfatizado. A fruta a dieta natural ideal do gnero humano, para nutrio, mas a dieta sem muco um regime de cura e consiste de frutas cruas ou cozidas, vegetais folhosos e sem amido e cereais pobres em muco especialmente preparados. O diagnstico comum no necessrio, nem o nome da doena; mas a quantidade de obstrues de muco e a atividade das toxinas so de suma importncia, assim como o grau em que as obstrues afetaram a vitalidade do indivduo. Se o paciente pode ou deseja trabalhar, ou se est mais incapacitado, determina a velocidade da eliminao, e desta depende o grau de fraqueza e de sensaes incmodas. Esta cura a nica que se conhece que pode ser regulada e controlada pela velocidade.

    A ao dos sistemas musculares e nervosos quimicamente diminuda pelas toxinas do muco. O diagnstico consiste em ver como essas condies afetam as funes orgnicas e prejudicam a vitalidade.

    uma idia errnea pensar que apenas o sangue afetado, sujo, cheio de muco e toxinas. O corpo todo, em seus tecidos mais profundos, tem esses venenos armazenados. A sua quantidade maior do que supomos; consequentemente, quando dissolvida e solta pela dieta sem muco, precisa se tomar cuidado para no faz-lo muito rapidamente, pois entope o sistema excretor, prejudica a energia vital que j est enfraquecida, e causa uma condio grave. At morte pode ser causada por uma aplicao imprudente do processo eliminatrio. Isto importante e explica porque jejuns longos, ou jejuns sem uma preparao adequada, e curas radicais com frutas fracassam. O diagnstico de Ehret a concluso de seu conhecimento dos pontos previamente mencionados, junto com a aparncia geral do paciente, para saber quo rapidamente ele pode suportar a dissoluo de seu muco armazenado, e ento aconselha uma dieta de transio que propiciar uma mudana gradual dos alimentos formadores de muco para a ao total da dieta sem muco.

    Nesta cura, ateno especial dada aos movimentos dos intestinos, pois estes so os principais rgos eliminadores de resduos. Meios artificiais podem ser usados temporariamente, mas a dieta sem muco a nica limpadora perfeita que dissolve o muco seco que est grudado nas paredes internas dos intestinos e do clon, e tambm supre o sangue com os elementos prprios para dissolver o muco armazenado nas paredes do canal alimentar e que impede sua ao peristltica. Essa a ao que coroa a cura da constipao, algo que nenhum outro mtodo de dieta ou nenhum laxativo conseguiu.

    As frutas da dieta sem muco suprem o sangue com os melhores nutrientes, assim como dissolventes; e os vegetais folhosos e sem amido fornecem no apenas os sais minerais certos, mas so repositrios das indefinveis mas importantes vitaminas, alimentos solveis em gua e

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  • gordura, A.B.C., o que quer que sejam essas matrias infinitesimais, ao passo que as fibras vegetais fornecem a vassoura para varrer o canal intestinal.

    Os valores nutritivos da dieta sem muco so superiores aos de quaisquer outros alimentos. Isto tem sido demonstrado pelos resultados e pelas tabelas padro de anlise dos alimentos, quando corretamente interpretadas. Seus valores curativos e nutritivos foram descobertos neste pas e na Europa quase que ao mesmo tempo.

    O Professor Ehret descobriu, atravs de sua longa experincia, de testes e experimentos que resultaram em sua cura, que a glicose dos carboidratos a fonte da vitalidade e da energia vital, e no as protenas. Esta uma parte fundamental da nova fisiologia, que ele elaborou. Em 1909 ele escreveu um artigo para revistas europias sobre sade denunciando a teoria metablica, e em 1912 soube que Thomas Powell, M.D., de Los Angeles, havia feito a mesma descoberta e estava efetuando curas maravilhosas usando alimentos contendo o que ele chamava de carbono organizado, que o mesmo ingrediente do alimento que se transforma em glicose durante a digesto.

    O homem trabalha contra muita frico na sua mquina humana. Escondidos em toda parte do corpo humano esto milhares de centmetros de pequenos tubos, quase invisveis, atravs dos quais circula o sangue, como a gua num motor a gua. Se a corrente sangunea contiver muco pegajoso da alimentao errada, a mquina corporal ter que trabalhar sob contnua frico, como um carro que diminui sua velocidade pelo acionamento do breque. Isto explica o mistrio da fraqueza e tambm o da presso sangunea, assim como a alta temperatura da febre e da inflamao. Durante o processo de cura pelo sistema da dieta sem muco a mesma frico acontece, porque o muco dissolvido levado para a corrente sangunea. Mas isso acontece periodicamente, porque a corrente sangunea no pode carregar tudo ao mesmo tempo.

    A dieta de frutas e o jejum foram usados diletantemente e sem nenhum sistema at agora e, portanto, fracassaram na maioria dos casos. O sistema de cura da dieta sem muco foi testado exaustivamente nos milhares de curas do Professor Ehret e de seus discpulos (os Ehretistas) da Europa e do Ocidente; especialmente no que diz respeito ao procedimento aconselhado em milhares de casos, a maioria dos quais declarados incurveis, tais como paralisia, epilepsia, cegueira, diabetes, tuberculose, etc.

    A escola na qual adquiri meu conhecimento e me graduei, diz o criador do novo sistema, foi curando meu prprio caso de doena de Bright. Eu no s estou curado completamente fisicamente, mas minha mente est livre de depresso e dos efeitos retardadores dos resduos da alimentao errada, e o resultado uma nova vida. A nica preveno real da doena foi encontrada.

    Anos atrs, Ehret, na tentativa de salvar sua vida, tentou toda forma conhecida de cura mdica e sem drogas, muitas com algum alvio, mas ele ficava desencorajado depois de cada uma, quando descobria que no estava curado. S quando ele combinou jejum com uma dieta de frutas e vegetais, sob sua prpria responsabilidade, que ficou curado. Os milhares de casos que ele curou desde ento o levaram concluso de que o fator educacional muito importante, que a cura feita pelos prprios processos de cura da natureza e a descobrir como eles podem ser melhor ajudados.

    O sistema de cura deve ser variado e adaptado a cada caso individual. O mdico deve ter um conhecimento prtico de cada detalhe e mostrar em sua prpria pessoa os resultados de uma cura

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  • perfeita. Este sistema combina satisfatoriamente com quaisquer tratamentos fsicos ou mentais, propiciando a eles resultados mais rpidos e satisfatrios.

    O professor escreve sobre tuberculose em um dos seus livros:

    Neste momento eu tambm desvendo o ltimo segredo da Tuberculose. Ou algum acredita que a enorme quantidade de muco, despejada por uma vtima de tuberculose, ao longo dos anos, emane do pulmo? E se esse paciente ento forado a se alimentar de muco (mingaus, leite, carnes gordurosas) o muco nunca cessar, at que o prprio pulmo se deteriora e os bacilos aparecem, quando a morte se torna inevitvel. O mistrio dos bacilos solucionado simplesmente assim: O gradual entupimento das veias leva decomposio, fermentao desses produtos de muco e resduos de alimentos fervidos e mortos. Esses deterioram o corpo vivente parcialmente (abscessos purulentos, cncer, tuberculose, sfilis, lupus, etc.). Agora, todos sabem que toda matria orgnica germina novamente e desenvolve bacilos durante o processo de decomposio. por esta razo que esses germes aparecem e so detectados apenas nos casos mais avanados da doena, quando, no entanto, eles no so a causa, mas sim o produto da doena. A progresso da doena segue a decomposio, por exemplo, do pulmo, cuja decomposio acelerada pelos germes, devido excreo dos bacilos e suas toxinas, que agem como venenos. Se correto que os bacilos invadem, infectam vindos de fora, ento o muco que torna possvel sua atividade, e fornece o solo apropriado, a disposio.

    O Professor Ehret viveu, durante um perodo de 14 meses, 126 dias sem comida, 49 dias de uma s vez. Estes jejuns (o recorde mundial observado cientificamente num espao fechado) foram feitos somente aps uma longa preparao do organismo fsico com a dieta sem muco. Eu ainda mantenho, disse o jejuador, que se o homem vivesse de acordo com as leis corretas da diettica de uma dieta sem muco, ele experimentaria sade absoluta, beleza e fora, sem dor ou aflio, exatamente como nos dito na Bblia. Todos os assim chamados milagres dos santos tm sua origem nos ascetas, e so hoje impossveis porque, embora se ore muito, ao jejum ningum adere. Ns no temos mais milagres porque no temos mais santos, i.e. santificados e curados pelo ascetismo e por jejuns. Os santos tinham brilho prprio, na terminologia moderna, radioativo. Eu gostaria de afirmar que eu prprio fui bem sucedido em emanaes eltricas visveis, mas apenas devido energia solar externa e interna (banhos de sol e alimentos da cozinha do sol, frutas).

    mais fcil hoje em dia escrever livros, pregar e orar, e dizer que eu sou uma exceo. Isto verdade, mas apenas no que se refere coragem e empreendimento.

    Ao mesmo tempo em que declara guerra ao lcool e carne, o Professor Ehret reconhece que o uso moderado de qualquer um deles ou de ambos ainda melhor do que a gula vegetariana. Uma pessoa se torna mais eficiente e desenvolve uma melhor sade se comer o mnimo possvel.

    Uma grande proporo de tentativas comuns de jejum fracassa devido ignorncia do fato de que com o incio da dieta sem muco, o muco velho forosamente excretado at que a pessoa esteja absolutamente limpa e saudvel. Assim, a pessoa aparentemente mais saudvel tem que primeiramente passar pela condio de doena (limpeza), ou atravessar um estgio intermedirio de indisposio para um nvel superior de sade.

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  • Ficar velho considerado uma doena latente, um distrbio vagaroso mas crescente no funcionamento do motor da vida. Se, de acordo com as leis paradisacas, for dado aos pulmes e pele nada mais do que ar puro e eletricidade do sol, e ao estmago e intestinos nada mais do que alimentos do sol (frutas), que estaro sendo digeridos quase sem descanso, no haver razo para que o sistema de tubos do corpo humano se torne defeituoso, enfraquecido, velho e finalmente pare de funcionar completamente. O organismo humano no assimila um nico tomo de substncia mineral que no tenha se tornado orgnica na planta. A glicose das frutas e seus sais nutritivos, e os sais dos vegetais sem amido de folhas verdes so as fontes corretas para uma substncia muscular firme com a qual o corpo expulsa as doenas e preserva um padro de sade. O homem em perfeita sade deve exalar bom cheiro. O fedor do suor, mau hlito, etc. indicam a matria podre com a qual quase todos os corpos esto carregados e obstrudos desde a infncia at aquele excesso final de corrupo que silencia para sempre a mquina humana.

    Os pelos so os tubos do odor ou chamins de gs e no de se admirar que a poluio que eles carregam leve ao grisalho e calvcie. O remdio pode ser encontrado na dieta sem muco.

    A prova do Professor Ehret de que o muco o fator principal da doena e da morte difere da teoria do bacilo apenas no fato de que o muco o bero, a pr-condio, a causa primeira. O aparecimento excessivo de corpsculos brancos no sangue, i.e. de muco morto branco, se comparado com o das substancias do ferro e do acar vermelho, est se tornando perigoso para a vida. A cor avermelhada e doce o sinal visvel de vida e amor; branco, plido, sem cor, amargo, o sinal da doena e da dominao do muco, da morte lenta do individuo. A luta contra a morte ou agonia pode ser encarada como a ltima crise, um esforo final do organismo para excretar muco, a ltima luta das clulas ainda vivas contra aquelas mortas e seus venenos mortais.

    Meu primeiro ancestral americano, que desembarcou em New Amsterdam em 1616, foi o primeiro mdico da colnia, e por trs sculos uma linha quase nunca interrompida de mdicos manteve a velha tradio. Eu estudei toda minha vida a sade e a diettica, e no voluvelmente que eu fao eco s palavras de Luther Burbank quando este mgico das plantas prestou seu tributo: Eu no tenho dvidas de que o Prof. Ehret descobriu a causa fundamental de toda doena. Ele estudou em quatro continentes, observador apaixonado, conhecedor da ltima palavra da cincia em cada fase de sua pesquisa e, alm disso, trazendo o gnio do descobridor para novos caminhos resplandecentes. Curando e experimentando em si mesmo, justificando suas concluses com milhares de curas no seu sanatrio, na clnica e por correspondncia, ele contribuiu com uma adio impar ao depsito do conhecimento humano. Eu o achei quieto e despretensioso, plenamente ciente do significado de seus novos ensinamentos, mas nunca arrogante.

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  • INTRODUO SEGUNDA EDIO

    Em 1910, uma parte de seu livro foi publicada como um ensaio sobre Gesundheit (Sade), em Zurique, e na edio 17/18 de Lebenskunst (A arte de viver), editor K.Lentze, em Leipzig. Ela despertou tal interesse e procura que me senti obrigado a public-la no formato de um livro com muito mais detalhes e adies importantes ao texto.

    No perodo de um ano foram vendidas as primeiras 5.000 cpias de Jejum Racional , o que prova sua grande popularidade. E espero que esta segunda edio encontre um pblico ainda maior, que escutar a verdade que ele contm. Alm de umas poucas pequenas adies, o contedo do livro no foi alterado.

    Possa este livro servir a todos os leitores que procuram a verdade independentemente de sua fonte; possa ele servir aos doentes e encorajar aqueles preocupados com a perda de sua juventude e com os primeiros sinais da velhice.

    Locarno, Outono 1912.

    ARNOLD EHRET

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  • INTRODUO TERCEIRA EDIO

    Jejum Racional recebeu tantos elogios e a procura por ele foi to grande que uma terceira edio se tornou necessria. Entrementes, mdicos naturalistas tambm editaram publicaes sobre curas com jejum, apesar de sua objeo inicial mais natural de todas as curas. Entretanto, eles ainda no compreenderam que h apenas UMA doena, i.e. todas as doenas esto relacionadas porque elas tm uma causa fundamental comum. Portanto, jejuar e seguir uma dieta natural ajudar em todos os casos de doenas, mas no ajudar todos os pacientes.

    At nos Estados Unidos meu livro se tornou um campeo de vendas, como se pode ver pela carta que recebi do Dr. Benedict Lust, proprietrio e diretor do primeiro spa de sade natural nos Estados Unidos (New Jersey). Dr. Lust, que tambm o editor da revista Caminho da Natureza, escreveu o seguinte:

    O mercado livreiro aqui est absolutamente saturado com publicaes sobre jejum: Dewey, Haskell, Sinclair, etc. para citar apenas alguns autores. Entretanto, nunca o problema foi to profunda e apuradamente abordado como em seu livro, que ns acolhemos com grande prazer. Certamente o melhor, tanto do ponto de vista prtico como cientifico. Eu realmente gostaria de ter os meios financeiros para publicar e distribuir seu livro aos milhes.

    Existe a desconcertante indicao de que jejuar possa se tornar uma moda passageira. Espero que minha cura seja poupada desse destino e que se estabelea num primeiro lugar permanente para o benefcio de todos.

    Locarno, Vero 18914.ARNOLD EHRET

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  • PREFCIO

    O pensamento de hoje tem uma diferena fundamental daquele dos tempos passados, ou seja, cada um tem um conceito diferente da razo de ser. Nem os cientistas, que esto se especializando em Cincias Naturais, esto de acordo entre eles. Eles fazem cada vez mais perguntas, tornam tudo cada vez mais questionvel e finalmente fazem do homem um ponto de interrogao.

    Mauthner em sua crtica lingstica revela um segredo que todos j sabem: hoje em dia todas as perguntas so respondidas com uma quantidade igual de sim e no Tudo que foi provado tem tambm sido refutado. A mais controversa entre as controvrsias cientificas e opinies discordantes aquela do significado da doena.

    Eu acho que no devo esperar mais para tornar minha experincia pblica; entretanto minha mensagem no dirigida a todos, dedicada queles que esto buscando a verdade e que podem reconhecer e aceitar os fatos dos experimentos atuais sem se importar em questionar quem os faz ou se a maioria concorda ou discorda deles.

    Um ano atrs a revista Torre de Vigilncia Vegetariana publicou uma reportagem sobre como eu e meu primeiro discpulo fomos propositalmente para as provncias infestadas de malria da Itlia a fim de provar nossa resistncia a essa febre, com uma pulsao de 45/52. Ns fizemos questo de dormir ao ar livre em reas consideradas altamente contagiosas, e empreendemos caminhadas extenuantes durante o dia. Eu ofereci meus servios a todas as autoridades americanas e europias para usar minha experincia a fim de tornar as pessoas positivamente resistentes febre. Eu ainda afirmo hoje que estou imune clera e estou pronto para prov-lo eu no iria contrair nem que comesse frutas no amadurecidas. Mais do que isso, eu sustento que posso ajudar outras pessoas a ficarem resistentes, se elas viverem de acordo com minha orientao. meu dever e minha obrigao perpetuar a verdade que experimentei em meu prprio corpo e que ajudar o saudvel a permanecer forte e no se tornar vtima de doena.

    Existe, atualmente, duas maneiras das pessoas doentes combaterem seus males. H aquele tipo de doente que quer se livrar disso o mais rapidamente possvel. Eles tomam plulas, drogas, vacinas, etc. e, de fato, essas medicaes ajudaro a restaurar sua sade por certo tempo. Entretanto, a longo prazo, uma cura completa se torna menos possvel e, eventualmente, inevitvel um colapso mais severo do sistema.

    O homem parece acreditar que esta a maneira que deve ser e, portanto, a cincia mdica atende soberbamente s demandas por uma cura imediata. No h como negar as conquistas mdicas.

    O outro tipo de paciente, muitas vezes considerado antiquado, mas que honesto consigo prprio, inteligente e preocupado com a origem do mal-estar que est sentindo, quer ir ao mago das coisas e se curar de uma vez para sempre. Ter que fazer sacrifcios para atingir esse objetivo. O paciente se torna seu prprio mdico e conselheiro. Tudo que posso fazer lhe mostrar o caminho. Este o propsito deste livro.

    A Naturopatia trabalha entre esses dois extremos. Enquanto alerta contra o abuso dos alimentos a causa principal da maioria das doenas dando preveno apenas uma importncia secundria, a Naturopatia contribui grandemente ao aplicar meios naturais de cura e no pode ser negado que,

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  • pelos seus mtodos, incluindo o uso de ar fresco e gua em seus tratamentos, o sucesso da cura pelo jejum poderia ser aumentado ainda mais.

    Este livreto dar um esboo geral de como deve ser um jejum e quais alimentos devem ser evitados, mas preciso lembrar que as necessidades individuais podem variar de caso para caso, e um aconselhamento apropriado deve ser procurado. Estou confiante de que meus leitores, que j ganharam um bom entendimento da minha teoria, iro aproveitar este livro ainda mais.

    Parece que a associao mdica tem tradicionalmente pouco uso para as descobertas de um no-profissional, mas isso no pode ser evitado. A cincia, particularmente a cincia natural e a tecnologia nunca questionaram as qualificaes dos grandes descobridores. O mundo pode ter ridicularizado ocasionalmente os amadores como Franklin e Galvani, Edison e Zeppelin, mas seus gnios foram, todavia, reconhecidos e respeitados. A escola mdica , entretanto, pode ensinar sobre a compressa Priessnitz e nunca mencionar que ele tambm era um no-profissional.

    Eu no compartilho da animosidade da Naturopatia pela profisso mdica e nem a endosso, eu condeno, de fato, as atividades de qualquer curandeiro que desempenhe suas atividades sob o pretexto de curas naturais

    Estes so algumas das minhas idias.

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  • PARTE I

    Captulo 1

    A CAUSA FUNDAMENTAL COMUMNA NATUREZA DAS DOENAS

    Era crena comum, desde os primrdios da civilizao e atravs de todas as fases de desenvolvimento da cincia mdica, que as doenas eram de natureza externa. Ao penetrar no corpo humano elas interrompiam as funes normais, causavam dor e eventualmente o destruam completamente. At a cincia mdica moderna, no importa quo esclarecida ela pretenda ser, ainda no abandonou completamente essa crena bsica. Pelo contrrio, os bacteriologistas se alegram com cada novo bacilo descoberto como mais uma indicao do perigo externo sade do homem.

    Olhando para isso de um ponto de vista filosfico, ns verificamos que uma mudana em seu nome a nica diferena entre a concepo medieval do chamado mau esprito, de um lado, e a comprovada existncia do bacilo s visvel ao microscpio, de outro lado.

    Entretanto, h ainda a questo da variao do grau de suscetibilidade do homem, que at agora ningum explicou para ns. Testes indicam, naturalmente, sintomas e reaes, mas eles realmente no provam nada porque a bactria injetada diretamente na corrente sangunea ao invs de penetrar oralmente e seguir para o canal digestivo. H algo no conceito da invaso do corpo por uma doena mesmo hereditria de que o invasor um esprito mau, hostil vida, ou um microscpico bacilo; no entanto, todas as doenas, sem exceo, inclusive as hereditrias no contando algumas que so devidas falta de higiene so causadas por alimentos biologicamente errados, no naturais e por cada grama de excesso de alimentao.

    Antes de mais nada eu afirmo que durante todas as doenas, sem exceo, o organismo tende a secretar uma espcie de muco e, no caso de um estgio mais avanado, ele toma a forma de pus (sangue decomposto). (Entende-se que todo organismo saudvel contem certa quantidade de substncias gordurosas). Todo profissional concordar com isto quer falemos de doenas catarrais que vo de coriza nasal at resfriado do peito, inflamao dos pulmes e tuberculose. Mesmo quando a secreo do muco no visvel aos olhos como no caso de problemas de ouvido, olhos, pele ou estmago, doenas do corao, reumatismo, gota, etc. e mesmo em todos os graus de insanidade, o muco ainda a principal causa da doena. Quando os rgos secretores naturais se tornam incapazes de eliminar o muco em excesso, este entrar na circulao sangunea e causar calor, inflamao, dor e febre nos locais onde o sistema venoso est contrado, o que pode ser devido a um resfriado.

    Ns precisamos apenas dar ao paciente nada mais do que alimentos sem muco, por exemplo frutas, gua ou limonada; e ns veremos que toda a energia digestiva at ento inativa atacar o muco acumulado desde a infncia e frequentemente endurecido, assim como os chamados beros patolgicos (tecido celular decomposto). E qual o resultado? Com absoluta certeza, esse muco, que eu considero como a principal causa comum de todas as doenas, aparecer na urina e nos excrementos. Se a doena estiver um pouco mais avanada e o paciente tiver desenvolvido depsitos de tecidos celulares decompostos, ento pus tambm ser secretado. Uma vez que a formao de muco, atravs de alimentos artificiais, carnes gordurosas, po, batatas, farinhas,

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  • arroz, leite, etc., cesse, o prprio sangue atacar o muco e o pus no corpo e o secretar atravs da urina, e no caso de corpos muito infectados atravs mesmo de todas s aberturas sob seu comando, como por exemplo atravs das membranas mucosas.

    Se batatas, farinha, arroz ou carne so bem fervidos, ns obtemos uma espcie de lodo (muco) ou pasta similar quela que usada pelos encadernadores ou carpinteiros. Essa substncia lodosa logo se torna azeda, fermenta, e forma o bero para fungos, mofo e bacilos. Durante a digesto, que nada mais do que uma fervura, uma combusto, essa pasta criada da mesma maneira, pois o sangue pode usar apenas o acar do amido convertido em dextrose. A matria residual, este produto suprfluo, i.e. esta pasta, essa matria lodosa no incio completamente excretada. Entretanto, fcil entender que, no curso de uma vida, os intestinos e o estmago fiquem gradualmente forrados com ela, a tal ponto que essa pasta ou flora e essa matria lodosa de origem animal fermenta, entupindo os vasos sanguneos e finalmente decompondo o sangue estagnado.

    Se figos, tmaras ou uvas forem fervidos numa papa ns obtemos uma espcie de xarope grosso, o qual, no entanto, no fermenta e no forma lodo. verdade que o acar da fruta, a coisa mais importante do sangue, um tanto pegajoso, mas completamente absorvido pelo corpo, uma vez que ele representa a mais alta forma de substncia combustvel e deixa para ser secretado apenas traos de celulose, que no sendo pegajosos so prontamente eliminados e no fermentam. Devido sua resistncia fermentao, o acar fervido at usado para a preservao de vrios alimentos.

    Cada pessoa saudvel ou doente desenvolve um muco pegajoso na lngua assim que diminui sua alimentao ou inicia um jejum. Isso ocorre tambm na membrana mucosa do estmago, da qual a lngua uma cpia exata. Na primeira evacuao depois de um jejum, este muco aparece. Eu recomendo a voc e aos mdicos e pesquisadores submeter minhas alegaes a experimentos, pois apenas eles so passiveis de um reconhecimento cientfico real. O experimento, a pergunta feita natureza, a base de toda cincia natural e revela a verdade infalvel, no importa se afirmada por mim ou outra pessoa qualquer. Alm disso, eu recomendo os seguintes experimentos para aqueles corajosos o suficiente para testar em seus prprios corpos o que eu fiz no meu. Eles iro receber a mesma resposta da natureza, i.e. de seu organismo, desde que este seja saudvel de acordo com minha interpretao da palavra. Apenas os organismos limpos, saudveis, sem muco reagem com certa exatido previsvel. Aps uma dieta rigorosa de dois anos, de fruta apenas, entremeada com jejuns de cura, eu consegui um grau de sade que simplesmente no imaginvel hoje em dia, o qual me permitiu fazer os seguintes experimentos:

    Eu fiz uma inciso em meu antebrao com uma faca: no sangrou porque o sangue coagulou instantaneamente, nenhuma inflamao, nenhuma dor, nenhum muco ou pus, sarou em trs dias, quando caiu a crosta de sangue. Mais tarde, com comida vegetariana, incluindo alimentos formadores de muco, mas sem ovos e leite, a ferida sangrou um pouco, causou alguma dor e formou um pouco de pus, uma pequena inflamao, e cura s foi completa depois de algum tempo. Aps uma dieta de carne e um pouco de lcool, o mesmo tipo de ferimento sangrou mais tempo, o sangue de uma cor clara, fino, inflamao, dor, com pus por vrios dias, e a cura apenas aps um jejum de dois dias.

    Eu me ofereci em vo ao Ministro da Guerra Prussiano para repetir este experimento. Por que os ferimentos dos japoneses saravam muito mais rapidamente e melhor na guerra Rssia-Japo do que dos russos, comedores de carne e bebedores de vodka? Ningum nunca, nesses 2.000 anos, se admirou do fato de uma artria aberta e uma caneca de veneno no terem matado Sneca, que havia

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  • desprezado a carne e jejuara na priso? Era comentado que at mesmo antes de ser preso ele s se alimentava de frutas e gua.

    Em ltima anlise, toda doena nada mais do que entupimento dos menores vasos sanguneos, os capilares, com muco. Ningum desejaria limpar o sistema de fornecimento de gua de uma cidade, cujas bombas o tenham alimentado com gua suja que por sua vez entupiu os filtros, sem fechar o suprimento de gua durante o processo de limpeza. Se os canais suprem a cidade toda ou uma poro dela com gua suja ou se at apenas os tubos menores forem entupidos, ningum no mundo pensaria em reparar apenas o local defeituoso; todos pensariam imediatamente em ir ao principal alimentador e aos filtros, e estes juntamente com as bombas s podem ser limpos se o fornecimento de gua for fechado.

    Se eu pudesse parafrasear o Primeiro Mandamento, assim que deveria ser: Eu sou o Senhor, seu mdico. A natureza apenas cura, limpa e elimina o muco, mas somente se a entrada de alimentos produtores de muco for interrompida. Cada sistema fisiolgico do homem assim como do animal se limpa automaticamente e num esforo incansvel dissolve o muco nos vasos entupidos assim que o suprimento de alimentos slidos tenha sido interrompido. At no caso do homem supostamente saudvel, o muco, como j mencionado, aparecer na urina onde poder ser visto, depois da urina ser resfriada em um tubo de vidro apropriado! Quem quer que negue, ignore ou rejeite este fato fundamental, talvez porque v contra sua natureza ou no cientifico o suficiente para ele, se junta queles que so culpados de obstruir o caminho para a descoberta das causas principais de todas as doenas. Isto , naturalmente, em primeiro lugar para seu prprio detrimento.

    Isto tambm desvendar o ltimo segredo da tuberculose. Ou algum credita que a enorme quantidade de muco expelida na tosse por um paciente tuberculoso, ano aps ano, emana apenas dos seus pulmes? Uma vez que esses pacientes so muitas vezes alimentados com comida altamente produtora de muco, tais como mingaus, leite e carnes gordurosas, os pulmes permanecem sob constante tenso e finalmente se desintegram e nisso fornecem o solo perfeito para a gerao de bacilos, que lanaro o ataque final mortal. O mistrio dos bacilos assim simplesmente resolvido: a gradual obstruo dos vasos sanguneos com muco leva decomposio e fermentao desse muco de resduos alimentares. Ele se decompe parcialmente no corpo vivente (abscessos purulentos, cncer, tuberculose, sfilis, lupus, etc.). Agora todos sabem que carne, queijo e toda matria orgnica ir germinar novamente, desenvolver bacilos durante o processo de decomposio. por esta razo que esses novos germes aparecem e so detectveis apenas no estgio mais avanado da doena. Eles no so a causa mas o produto final da doena e aceleram o processo de decomposio do pulmo atravs das excrees de toxinas venenosas. Se fosse verdade que os bacilos invadem de fora, ento o muco que permite a eles sua atividade e fornece a predisposio apropriada.

    Conforme mencionado antes, eu vivi repetidamente (uma vez por at dois anos) de uma dieta sem muco, i.e. exclusivamente de frutas. Como resultado, eu pude viver sem um leno, esse produto da civilizao que eu dificilmente preciso at hoje. Algum j viu um animal selvagem saudvel cuspir ou assoar o nariz?

    Eu estava sofrendo de uma inflamao crnica dos rins considerada incurvel. Mas, no s me curei, como estou gozando um grau de sade e eficincia que ultrapassa at aquele da minha juventude mais saudvel. Mostre-me o homem que estando perto da morte aos 31, possa 8 anos

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  • depois correr continuamente por 2 horas e um quarto ou fazer uma caminhada de resistncia de 56 horas!!

    Certamente, teoricamente correto que o homem era um comedor de fruta em tempos passados, e biologicamente correto, que ele ainda pode ser hoje. No necessria prova, alm do bom senso, de que o homem vivia apenas de frutas antes de se tornar um caador. Eu afirmo ainda mais, que ele vivia em sade perfeita, beleza e fora, sem dor e tristeza exatamente do modo como a Bblia afirma. Apenas a fruta, o nico alimento sem muco, natural. Tudo que preparado pelo homem, ou supostamente melhorado por ele, mau. A evidncia no que diz respeito s frutas cientificamente provada; a ma ou banana, por exemplo, contm tudo que o homem precisa. O homem to perfeito que ele pode viver de uma nica espcie de fruta por um bom tempo. Mas a verdade auto-evidente da natureza no deve ser ignorada s porque ningum foi capaz de aplicar na prtica devido s inibies impostas pela civilizao. Ao comer apenas fruta ns conseguimos nos purificar, limpar. Ningum teria acreditado em mim que fosse possvel viver sem comida por 126 dias durante 14 meses, dos quais 49 dias seguidos. Agora que eu fiz isso, essa verdade ainda no compreendida. At agora eu tenho afirmado e ensinado que a fruta o remdio mais natural. Entretanto, o evidente nem sempre facilmente aceito. Quando no sculo anterior algum falou em telefonar de Londres a Paris, todo mundo riu porque nunca havia acontecido tal coisa. Os alimentos naturais no so muito populares porque quase ningum os come e, sendo o homem um produto da civilizao, no os aceita facilmente. Deve ser tambm lembrado que h grupos que temem que os preos dos alimentos artificiais possa cair, e outros ainda que temem que os mdicos se tornem desnecessrios. Os ltimos no devem se preocupar, pois qualquer jejum ou cura com frutas necessita de um acompanhamento rigoroso. Portanto, mais mdicos so necessrios para menos pacientes que, naturalmente, pagaro mais se forem curados. Da ser infundada a preocupao com a existncia dos mdicos.

    Quase todas as tentativas de jejum fracassam pela ignorncia do jejuador em tudo que um jejum envolve. Um fato deve se ter em mente: no comeo de uma dieta sem muco se descobrir que muito do velho muco estar sendo excretado, quase que violentamente, at que a pessoa esteja absolutamente limpa e saudvel. POR ISSO A PESSOA APARENTEMENTE SAUDAVEL DEVE PRIMEIRAMENTE PASSAR POR UMA CONDIO DE DOENA (LIMPEZA), ou passar por um estgio intermedirio de doena a fim de conseguir um nvel superior de sade. Esta a grande barreira que at muitos vegetarianos fracassam em atravessar e, consequentemente, rejeitam a credibilidade desta grande verdade, assim como faz a maioria das pessoas. Eu contribu com minha experincia para a Torre de Vigilncia Vegetariana e demonstrei meu mtodo dissertando sobre meus experimentos e sobre os fatos que colecionei durante meus 49 dias de jejum e durante a dieta de frutas que o precedeu. Isto serve para refutar a maior objeo, o medo da desnutrio. Minha sade s melhorou com a radical excreo do muco, sem contar umas poucas circunstncias no higinicas durante o teste. Eu recebi muitas cartas de reconhecimento, especialmente das classes cultas, mas para muito vegetariano isso passou despercebido. Os alimentos que eles marcam como venenosos: carne, lcool, caf e tabaco so, em comparao, quase inofensivos a longo prazo DESDE QUE CONSUMIDOS COM MODERAO.

    A fim de evitar ser mal interpretado pelos abstmios e vegetarianos, preciso incluir algumas explicaes aqui. Carne no um alimento, apenas um estimulante que fermenta e se deteriora no estmago. O processo de decomposio, no entanto, no comea no estmago, ele inicia logo aps o animal ser abatido. Essa foi a descoberta do Prof. Dr. S. Graham depois de vrios experimentos e eu a endosso e vou mais longe: as carnes, atravs dos vrios venenos devidos sua decomposio,

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  • agem como estimulantes, o que leva noo errada de que um alimento fortalecedor. Ou h algum que acredite que a molcula de albumina, depois de passar pelo processo de decomposio, se regenerar no estmago e, subsequentemente, celebrar sua ressurreio em algum msculo do corpo humano? Claro que no! A carne, como o lcool, estimula primeiramente uma sensao de fora e energia at que o organismo todo seja obstrudo por ela e o colapso se torne inevitvel. Todos os outros estimulantes agem dessa mesma forma.

    O mal bsico de todas as dietas no-vegetarianas comer carne em excesso, o que por sua vez traz outros males, notavelmente o desejo por lcool. O homem que se alimenta de frutas perder logo seu desejo por bebidas alcolicas, enquanto que o comedor de carne constantemente tentado por elas, uma vez que a carne produz sede. O lcool age como uma espcie de antdoto da carne e o gourmet da cidade grande , que come muita carne precisa portanto se permitir vinhos, caf e fumar a fim de, ao menos de algum modo, contra-atacar o envenenamento da carne. um fato bem conhecido que a gente se sente decididamente mais disposta, fsica e mentalmente, aps um jantar moderado, mesmo que composto de alimentos considerados estimulantes, do que quando se estufa com os chamados alimentos bons da cozinha vegetariana.

    EU ABSOLUTAMENTE DECLARO GUERRA CARNE E AO ALCOOL. Mas quem quer que seja que ache impossvel desistir da carne e do lcool ainda estar muito frente do vegetariano gluto, desde que coma moderadamente. O americano Fletcher provou com tremendo sucesso que uma pessoa se torna mais eficiente e saudvel se comer o mnimo possvel. Esse o segredo que eu tambm descobri atravs de meus prprios experimentos. No so os pobres, que por necessidade comem mais moderadamente atravs dos anos, que vivem mais? No surgiram os grandes descobridores e inventores das classes menos privilegiadas? E no foram ascetas os grandes da raa humana, os profetas, os fundadores de religies, etc.? Que cultura esta de beber e comer trs vezes ao dia; ou entendemos por progresso social que cada trabalhador deva comer cinco vezes ao dia e beber uma poro de cervejas noite? Uma vez que o corpo humano pode se regenerar sem se alimentar, ento um organismo saudvel precisa de pouca comida para manter sua sade, fora e perseverana.

    Todos os milagres feitos pelos santos nos chamados lugares sagrados se tornaram raros pela simples razo que, embora rezar ajude, nenhum jejum feito. Ns no temos mais milagres porque no temos mais santos, ningum mais abenoado e curado pelo asceticismo e pelo jejum. Os santos brilhavam no por uma graa especial, mas pelo saudvel ascetismo divino. Eu quero apenas mencionar que eu consegui emanaes eltricas visveis, mas apenas graas s energias externas e internas do sol (banhos de sol e alimentos da cozinha solar: frutas).

    O mundo inteiro mistificado pelos milagres da antiguidade. E, no entanto, as respostas podem ser encontradas em experimentos simples que todos podem repetir se tiverem coragem suficiente. Mas aparentemente mais fcil escrever livros e pregar, ou dizer que eu sou uma exceo. Isto verdadeiro mas apenas no que se refere coragem e ao conhecimento. Fisiologicamente todos os homens so iguais. Se o homem comer moderadamente e for saudvel, ele poder se permitir de vez em quando comer carnes e amidos sem nenhum problema de digesto ou de eliminao dos resduos de muco produzidos. Naturalmente, ele iria melhorar ainda mais sua sade se comesse apenas frutas, pois a mais perfeita nutrio que existe. difcil para o homem aceitar essa alimentao natural porque ele cresceu com alimentos muito cozidos e suas clulas esto condenadas morte. Toda vez que ele se expe ao sol ou come as clulas vivas das frutas, ou faz

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  • um jejum, toda a matria morta eliminada de seu corpo. Entretanto, a cura pelo jejum deve ser feita com o maior cuidado.

    Os medicamentos atuais so designados para proteger o homem do colapso de suas clulas mas, na maioria dos casos, um mdico consultado apenas quando a doena iminente, enquanto que nada feito para sua preveno.

    Os vegetarianos no podem negar que a poro da populao consumidora de carne e lcool tem produzido um grande numero de pessoas saudveis, capazes de grandes conquistas e de longevidade. Ao olhar mais de perto, no entanto, se descobre que tais indivduos geralmente pertencem ao grupo de comedores moderados. Comer em excesso menos prejudicial no caso de comedores de carne, porque a carne contem proporcionalmente menos muco do que amidos, que entram na dieta vegetariana, isso sem mencionar os celebrados jantares vegetarianos com pratos demais. H anos que eu no me preocupo com as refeies; eu como apenas quando tenho apetite e to pouco que no causa nenhum efeito danoso se de vez em quando eu comer algo que no esteja livre de objees.

    Se as mais graves doenas podem ser curadas pelo jejum, o que foi provado milhares de vezes, e se a gente se fortalece durante o jejum desde que feito corretamente ento razovel que uma dieta de frutas tenha um efeito mais positivo. Este ponto foi provado cientificamente pelo altamente considerado Dr. Bircher. verdade que a cincia da cura natural reconheceu o fato de que o organismo doente tem que se livrar de algo para melhorar. Portanto, foi considerado da maior importncia eliminar a carne e o lcool da dieta dos pacientes, mas pouca ateno foi dada ao elemento mais efetivo do processo de cura: abstinncia, restrio e a dieta de frutas. Isso no significa muito face minha teoria do muco. inacreditvel quanto mal tem sido atribudo ao lcool sem muco. Logo ele se tornar o bode expiatrio de todas as doenas, simplesmente porque alguns infelizes alcolatras acabaram em delrio. Eu afirmo que se um alcolatra fosse submetido a um jejum por uns poucos dias ou no comesse nada mais do que frutas, ele logo perderia seu gosto por cerveja ou vinho. Isto prova que toda a massa de alimentos civilizados, do bife aparentemente inofensiva aveia, cria um desejo por estes antdotos detestveis: lcool, caf, ch, tabaco. Por qu? Porque comer em excesso torna o homem preguioso e, consequentemente, ele procura se animar com estimulantes. A verdadeira razo, ento, para o aumento do consumo de lcool a alimentao excessiva, especialmente com carne. Dr. Graham diz em seu livro Fisiologia da Nutrio: um beberro pode atingir uma idade avanada, um gluto nunca. Isto correto porque o lcool age como um estimulante, especialmente a cerveja, mas menos prejudicial a longo prazo do que o canal digestivo entupido com muco.

    Agora me deixe perguntar o que soa mais razovel para voc: submeter o corpo a todos os tipos de medicamentos, injees, vacinas e possivelmente at operaes, ou tentar livrar o corpo do muco venenoso acumulado desde a infncia nos tecidos celulares reduzindo a ingesto de comida? Nem mesmo o melhor cozinheiro conseguiria produzir algo mais perfeito e sem muco do que a ma, a uva ou a banana. Se a comida em excesso e o consumo de alimentos altamente produtores de muco a causa verdadeira fundamental de todas as doenas, sem exceo e eu afirmo que todos podem obter prova disso em seu prprio corpo ento h apenas um remdio natural: jejum e dieta de frutas.

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  • fato bem conhecido que os animais param de comer ao menor sinal de mal estar. At os animais domsticos, cujos instintos aguados para o tipo certo de nutrio tm sido grandemente reduzidos pelo ambiente e pelo alimento que o homem lhes d, quando doentes s aceitaro a alimentao mais essencial e jejuaro at se sentir melhor. Ao homem, pelo contrrio, tais meios naturais de autocura no so permitidos. Sob nenhuma circunstncia ele deve viver com raes pequenas mais do que um ou dois dias por medo de que possa se enfraquecer.

    Muitos mdicos reconheceram os mritos do jejum, alguns falam de curas miraculosas, outros de cura para o incurvel, cura de todas as curas, etc. Infelizmente, h sempre alguns charlates que no tm nada melhor a fazer do que deturpar e consequentemente desacreditar uma coisa boa. Isto particularmente deplorvel no caso de minha cura pelo jejum que exige cuidado extremo em sua execuo. Eu consegui os mais significativos resultados atravs da quebra do recorde mundial com um jejum de 49 dias (veja A Torre de Vigilncia do Vegetariano de 1909 e1920). Alm disso, eu sou o nico a combinar esta cura com uma dieta de frutas sistemtica e adaptada individualmente, o que torna o jejum surpreendentemente mais fcil e absolutamente inofensivo. Ns estamos, portanto, na posio de poder curar doenas que a escola de medicina considera incurveis. Tendo em vista minhas concluses de que os resduos de muco so a causa fundamental e o fator principal na natureza de todas as doenas, sintomas de idade avanada, obesidade, calvcie, rugas, desordens nervosas e perda de memria, etc. h uma esperana justificada em uma nova fase no desenvolvimento de mtodos de cura mais evoludos e na medicina biolgica.

    Hipcrates reconheceu a uniformidade na formao das doenas. Prof. Jaeger definiu essa causa comum como uma espcie de fedor, mas ele no descobriu a fonte do mau cheiro. Dr. Lahmann e alguns de seus colegas, especialmente Kuhne, dirigiram sua pesquisa causa comum de matria estranha. Mas nenhum deles reconheceu o fato de que o muco, produzido pelos alimentos no naturais, que entope nosso organismo desde a infncia, que tende a fermentar, a formar beros patolgicos, e que no fim decompe os tecidos celulares do corpo. Nos resfriados ou altas temperaturas, o muco ocasionalmente se solta, e no seu empenho para deixar o corpo, ele cria todo tipo de distrbios. Estes tm sido muito frequentemente confundidos com a doena em si. , portanto, possvel pela primeira vez definir os diversos graus de suscetibilidade doena. Quanto mais muco tiver sido administrado ao corpo desde a infncia, e quanto menos tiver sido excretado - algumas vezes isso devido fraqueza hereditria dos rgos que devem cumprir a tarefa maior a suscetibilidade para pegar um resfriado, febre, baixa temperatura, para convidar bacilos, para ficar doente e envelhecer. Muito provavelmente esta descoberta contribuir para levantar o vu que at hoje cobre a natureza dos corpsculos brancos do sangue. Eu acredito que estamos tratando aqui de um dos erros da cincia mdica. Contrariamente crena comum, eu acredito que as bactrias, quando penetram no corpo, atacam os corpsculos brancos do sangue e no o contrrio, pois os corpsculos brancos consistem em grande parte do famoso muco descrito detalhadamente nas pginas anteriores. As bactrias esto sendo criadas fora do organismo em batatas ricas em muco, na sopa, na gelatina, etc. O muco um nitrognio, uma substncia animal ou vegetal que consiste de um fluido reagente alcalino contendo clulas granuladas com a mesma aparncia dos corpsculos brancos do sangue. A chamada membrana mucosa, num corpo inteiramente so, talvez no devesse ser toda branca e pastosa, mas clara e vermelha como a dos animais. O muco pode ser ainda o principal contribuinte para espalhar a palidez.

    Atravs da teoria do muco ns conseguimos desvendar muito do mistrio da doena. Aquele que acredita nas concluses derivadas de meus experimentos se beneficia de trs modos importantes: ele

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  • pode curar a si mesmo, no apenas onde os outros falharam, mas ele pode aprender a se tornar mais forte e se condicionar a ser menos suscetvel doena.

    O organismo humano , mecanicamente falando, um sistema complicado de tubos e vasos sanguneos que so impulsionados pelo ar dos pulmes. O sangue assim mantido em constante movimento e regulado pelo corao como a vlvula principal. O ar que inspiramos separado nos pulmes em oxignio e nitrognio, assim o sangue mantido sempre em movimento bem como as funes do corpo humano sem que este se canse. Portanto, o assunto simples: Se o mecanismo no for sobrecarregado com muita comida, ele desempenhar melhor e no se tornar mais lento. Eu no posso aceitar o argumento usual de que a natureza absolutamente exige que o homem deva ingerir bastante comida boa para estar apto a executar suas tarefas dirias. Tais pessoas deveriam primeiramente descobrir por elas mesmas por quanto tempo possvel trabalhar ou caminhar sem se cansar depois de um jejum ou de uma dieta de frutas.

    Em primeiro lugar, a fatiga significa uma reduo na fora por atividade digestiva excessiva; em segundo lugar um entupimento dos vasos sanguneos e, em terceiro lugar, certo envenenamento interno devido excreo do excesso de muco. Todas as substncias orgnicas de origem animal excretam grupos de venenos azuis em sua decomposio, que o qumico Hensel definiu como prprios dos bacilos. O ar no s o mais importante e mais perfeito manipulador do corpo humano mas tambm essencial para construir sua fora e suas reservas. Muito provavelmente, o organismo animal obtm o nitrognio tambm do ar. Foi dito que certas lagartas aumentam seu peso apenas com a ingesto de ar.

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  • Captulo 2

    OS REMDIOS PARA A REMOODA CAUSA FUNDAMENTAL COMUM DAS DOENAS

    E PARA A PREVENO DE SEU RETORNO

    Aps discorrer, aos meus leitores, sobre os horrores de estar doente ou cair doente, conveniente resumir agora da melhor forma que puder em termos gerais como combater com sucesso o envenenamento pelo muco, este grande inimigo da sade, atravs do jejum e a dieta apropriada.

    Pessoas saudveis podem se submeter a uma cura pelo jejum sem maiores problemas. No preciso dizer que eles devem jejuar moderadamente, ou seja, evitar esforos demasiados, perigosos durante o jejum, no exigindo de si mesmos desempenhos fsicos ou mentais que eles no poderiam ter at mesmo com a alimentao completa. Uma medida de precauo tambm deve ser tomada ao iniciar o jejum: o completo esvaziamento dos intestinos. Um purgativo inofensivo (tal como um laxativo base de ervas), uma seringa, ou ambos podem ser usados. A razo para isso que aquele que vai jejuar no deve ser incomodado desnecessariamente com gases ou com a matria em decomposio que se forma dos excrementos dos intestinos. J chega o transtorno que ir causar o muco durante a excreo.

    Se o leitor, embora saudvel, no se atrever a um jejum mais prolongado, ele deve tentar um jejum curto. Um jejum de 36 horas, uma ou duas vezes por semana, produzir, com o tempo, resultados bem favorveis. melhor comear esse jejum pulando o jantar, fazendo uma lavagem intestinal em seu lugar. Ento, se abster de alimentos at a manh seguinte do dia completo de jejum. O desjejum naquela manh deve consistir apenas de frutas. necessrio comer frutas aps cada jejum, pois os sucos das frutas fazem com que o muco, agora solto, se mova. Deixe-me alert-los: no caso de pessoas doentes ou idosas, este tratamento deve ser cuidadosamente individualizado.

    Um jejum mais prolongado, digamos de 3 dias, feito da mesma maneira descrita acima e seguido pelo que eu chamo de cura depois do jejum, naturalmente trar resultados mais rapidamente. Isto , no coma nada por 3 dias, beba apenas limonada fresca, sem acar, em goles isolados, na medida em que sentir necessidade. No quarto dia coma alguma fruta e noite faa uma lavagem intestinal completa. Ento, adicione mais frutas a cada dia, de tal modo que no stimo dia a quantidade normal da dieta de frutas, na sua composio e seleo, tenha sido atingida.

    Pessoas saudveis, especialmente aquelas cuja ocupao permite que passem algum tempo na cama no caso de excrees difceis de muco, podem prolongar a cura pelo jejum por semanas. Ningum deve objetar seriamente chamada m aparncia ou perda de peso durante este perodo; o corpo jejua a si mesmo para atingir a sade, apesar da aparncia miservel. Notavelmente, dentro de pouco tempo, as mas do rosto sero adornadas com um vermelho natural, saudvel e o peso ser restaurado ao seu padro normal, pois aps um jejum o corpo reage a cada grama de alimento. Comedores moderados e frequentemente os jejuadores apresentam uma expresso facial espiritual muito fina; por exemplo, o Papa Leo XIII, esse grande jejuador, tinha uma aparncia quase transparente.

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  • O sucesso de qualquer cura pelo jejum depende em grande parte da atitude da pessoa que se submete a ele. Ele no deve, de maneira nenhuma, se permitir ficar deprimido ou mal-humorado. Nos momentos desagradveis, alguns preferem descansar, outros podem decidir fazer algum trabalho mecnico leve.

    Quando o corpo tiver se livrado do muco, dessa pasta, ento dever sagrado da pessoa que recuperou a sade manter essa maior felicidade terrena e preserv-la atravs do alimento natural, correto. Nos prximos pargrafos seguem algumas observaes sobre este assunto.

    Pessoas com problemas agudos de sade, problemas nos pulmes ou no corao, por exemplo, podem no estar aptas a jejuar. Entretanto, elas podem interromper o acmulo do muco aderindo a uma dieta apropriada. Todos os formadores de muco, especialmente as farinhas (massas), arroz, batatas, leite fervido, queijo, carne, etc. devem ser evitados. Quem no puder passar sem po, coma po integral ou branco, mas torrado. Ao tostar o po, ele perde muito de sua nocividade, pois o muco parcialmente destrudo. A torrada ainda tem a vantagem de no poder ser engolida de uma vez, e a necessria mastigao cansar, fazendo com que se coma menos. Se, devido a maus dentes, comer po torrado seja um problema, chupe-o at que se dissolva. Quanto s batatas, se no puder passar sem elas, coma-as apenas assadas e com a casca.

    A esta altura, muitos leitores perguntaro sobre o que resta de alimentos nutritivos. Infelizmente, no possvel para mim abordar exaustivamente a questo dos alimentos e seus efeitos neste livro, ento uns poucos esclarecimentos devem ser suficientes. Quanto ao valor da carne, fato conhecido que o corpo precisa apenas de uma pequena quantidade de albumina, contida na carne. Frutas doces atendero esta necessidade. Bananas e nozes combinadas com alguns figos ou tmaras, por exemplo, so formadores de msculos de primeira classe e fornecem energia ao corpo. De fato, saladas verdes, preparadas com leo e bastante limo, e todas as deliciosas frutas, so alimentos nutritivos excelentes. E quando chega a primavera, e temos menos frutas, especialmente mas, e os novos vegetais ainda no esto prontos, a Me Natureza no nos fornece laranjas do sul abundantemente? O aroma e a riqueza desses esplendidos produtos da natureza no induziro o homem a se tornar totalmente um comedor de frutas? Mais detalhes sobre jejum e uma dieta balanceada de frutas podem ser encontrados em meu livro O Sistema de Cura da Dieta sem Muco.

    preciso mencionar tambm que no-jejuadores e pessoas que sofrem de pequenas indisposies devem, pelo menos, seguir o plano de jejum matinal sem caf da manh. Seria melhor para todos no comer nada at 10 horas da manh e, ento, nada alm de frutas. A recompensa por este pequeno sacrifcio aparecer, se ele for mantido fielmente.

    Agora, s mais uma palavra para aqueles que pensam ser impossvel desistir da alimentao usual com muco (carne, etc.). A esses infelizes eu dou este conselho: Mastigue bem sua comida, cada pedao, como recomendado pelo americano Fletcher, em uma palavra fletcherize. No que os comedores de frutas no devam fazer isso, mas os comedores de muco carregado de veneno devem faz-lo especialmente, se no quiserem afundar em seus tmulos muito cedo. A mastigao lenta aumenta a secreo da saliva que diminui a formao de muco e previne o comer em excesso. Naturalmente, esta classe de pessoas no conseguir atingir o mesmo padro de sade e fora, preservao da juventude e perseverana, capacidade fsica e mental do jejuador e do comedor de frutas.

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  • Uma vez que o homem se torne saudvel, na minha concepo da palavra, atravs do jejum e seguindo uma dieta de frutas, ou seja, livre de muco e germes, se ele continuar com a dieta de frutas no precisar mais jejuar. E s ento ele sentir um prazer em comer como nunca antes. Apenas desta maneira o homem encontrar o caminho para a felicidade, harmonia e a soluo para todas as questes, pois apenas assim ele se torna livre de desejos e chega o mais perto da natureza divina possvel.

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  • Captulo 3

    A CAUSA FUNDAMENTAL DO ENVELHECIMENTO E DA FEIURA

    Os meios da Natureza para Manter a Juventude e a Beleza

    Eu darei seguimento agora s observaes anteriores de que o muco a principal causa da doena e do processo de envelhecimento, me referindo particularmente sua influncia no desenvolvimento de todos os rgos vitais. Eu mostrarei como ele diminui a beleza , produzindo sintomas de feira e idade.

    Se pudssemos ter a situao paradisaca perfeita onde os pulmes e a pele no recebessem nada mais do que ar puro e sol, e o estmago e intestinos recebessem apenas alimentos naturais, i.e. frutas, que so digeridas sem deixar quase nenhum resduo, ento o corpo excretaria apenas celulose sem muco, sem pasta e sem germes e no haveria razo para o sistema venoso se tornar defeituoso, enfraquecido, envelhecido e finalmente entrar em colapso completamente. As clulas energticas vivas da fruta, que deveriam constituir a maior parte de nossa dieta, so frequentemente desprezadas em favor de produtos da carne, etc., os quais quando crus eram destinados a animais de rapina, mas que chegam para nosso consumo, quimicamente transformados pela oxidao do ar (decomposio), cozidos em excesso e assim roubados de sua energia. O muco acumulado especialmente no estmago e nos intestinos entope vagarosamente todo o organismo, inclusive as glndulas. Em ltima anlise, isto causa defeitos crnicos, ajuda o processo de envelhecimento e o principal fator na natureza de toda doena. Envelhecer, portanto, uma doena latente, ou seja, uma diminuio vagarosa mas constante da marcha do motor da vida.

    O estudo da composio qumica de nossos produtos alimentares indica que h uma evidente falta de minerais no alimento cozido.

    A questo levantada se a beleza desvanecida, a feira humana e os sintomas do envelhecimento podem estar ligados alimentao. Se esse for o caso, ento tratamentos de beleza e rejuvenescimento deveriam necessitar de uma terapia diettica e de uma melhoria nos hbitos alimentares. Mas, visto que a beleza, especialmente a beleza humana, no pode ser definida em termos absolutos porque cada um tem um gosto diferente, eu me limitarei aos requisitos da beleza esttica. A palidez doentia do homem moderno dificilmente pode ser chamada de bela. o resultado dos alimentos errados que comemos. Que cor saudvel maravilhosa poderamos ter se nossa dieta consistisse de uvas, cerejas e laranjas, etc. e nossos passatempos fossem atividades ao ar livre! A presena de muco indica a ausncia de substncias minerais suficientes , o que por sua vez responsvel pela falta de cor. Compare as tabelas de alimentos do Dr. Konig e voc ver que os alimentos sem muco, frutas e vegetais, ocupam a posio mais elevada no que se refere ao seu contedo de sais minerais, especialmente xido de clcio. O tamanho de uma pessoa, i.e. seu esqueleto e sua estrutura ssea dependem, por exemplo, principalmente da quantidade de xido de clcio contida em sua alimentao. Os japoneses querem aumentar o tamanho de sua raa comendo mais carne. Eles foram certamente mal aconselhados. Reduo em tamanho, deformidades, e

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  • especialmente deteriorao dos dentes so devidos falta de xido de clcio. A cozinha moderna elimina, atravs da fervura, o xido de clcio do leite e dos vegetais. A tremenda falta de minerais nos alimentos hoje, especialmente na carne se comparada com frutas, ser responsvel pelo aparecimento de uma raa humana desdentada. Isso pode parecer como um exagero da imaginao, mas uma preocupao bem sria, qual muitos mdicos aderiram. Onde a fruta deveria ser a resposta para a deficincia existente, substncias inorgnicas foram escolhidas. O organismo humano no assimila um nico tomo de substncia mineral que no tenha se tornado orgnica. Ns temos vivido com um dos males da civilizao obesidade por tanto tempo que o nosso sentimento asctico se tornou algo perturbado e no sabemos mais o que normal. Eu particularmente no considero o homem com msculos muito desenvolvidos bonito e um padro ideal. O peso, o formato e especialmente a carcaa do corpo grande demais. Qualquer acmulo de gordura patolgico e, nesse sentido, no esttico. Nenhum animal vivendo em liberdade apresenta tanta gordura como o homem moderno. A razo simplesmente comida em excesso e muita bebida, o que resulta em lentido e entupimento do organismo humano. O acar dextrose e todos os outros atributos nutritivos da fruta so verdadeiros construtores de msculos e regeneradores do corpo desmoralizado.

    Flacidez facial e corporal de tornaram comuns. feio e certamente patolgico. Curiosamente, essa flacidez considerada bonita, e mais do que isso, admirada como uma indicao de sade abundante, enquanto nossa experincia nos ensina bem o contrrio, que a pessoa esbelta, jovem tem mais fora e persistncia e geralmente chega a maior longevidade.

    Raramente, talvez nunca, voc ver um obeso de 80 ou 90 anos. A derradeira ironia que existe uma tendncia a acreditar que a tuberculose pode ser combatida com a gordura. Se uma pessoa gorda no morrer nos seus melhores anos de um derrame ou ataque do corao, seus corpos se tornaro lentos e seu desejo por comida diminuir, a despeito de todos os estmulos artificiais do apetite. A pele, especialmente a da face, tendo estado sob extrema tenso por anos, murcha e enruga. Ela perdeu sua elasticidade da juventude por conta da circulao sangunea insuficiente e no saudvel, assim como pela falta de luz e do sol. Nenhuma massagem facial ou tratamento de beleza conseguir alguma coisa neste estgio tardio. A distino e a beleza das feies, a pureza e cor saudvel da aparncia, a claridade e o tamanho natural dos olhos, a expresso charmosa e cor dos lbios, todos eles envelhecem e se tornam feios como uma indicao externa do que se passa dentro do organismo obstrudo. Ns conclumos antes, que o estmago e os intestinos so os principais depsitos do nosso famoso muco, do qual emana a maior parte dos sintomas de doenas, inclusive o processo de envelhecimento.

    O que chamamos s vezes do lindo arredondado das mas do rosto totalmente decepcionante. Ele quase sempre acompanhado de um inchao do nariz, uma boa indicao da presena do muco.

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  • Captulo 3(Parte 2)

    A CONSERVAO DOS CABELOS

    As razes da calvcie e do grisalho

    Eu discutirei agora o mais importante e mais impressionante sintoma do envelhecimento: ficar grisalho e calvo. Uma seo inteira deve ser dedicada a este problema, pois sua ocorrncia geralmente causa grande preocupao e considerada uma das primeiras indicaes da velhice para a qual at a cincia ainda no encontrou uma resposta confortante.

    A moda para os homens e mulheres tem sido, desde alguns anos, o uso dos cabelos extremamente curtos, de modo que estamos acostumados a essa aparncia assim como proporo crescente de cabeas calvas entre ns. A voluntria ou involuntria ausncia de cabelos nos fez perder o senso artstico para o prazer esttico que a criao harmnica do homem certa vez nos fez sentir. O homem que no apenas intelectualmente mas tambm esteticamente falando a glria coroada da criao foi roubado dessa esplndida coroa em sua cabea, seu cabelo. Eles poderiam ser chamados de crnios ambulantes essas cabeas sem barba, sem cor e sem expresso de hoje. Imagine a mulher mais bonita sem cabelo! Que homem no daria as costas horrorizado?

    Por outro lado, eu no posso culpar ningum por preferir uma aparncia asseada, barbeada, quela positivamente no esttica de algumas pessoas que usam cabelos compridos e barbas. No nosso tempo de conformismo prefervel, e com razo, cortar fora o cabelo fedorento, feio, desgrenhado, desigual, e hereditariamente mrbido, que seria de outra maneira um boa indicao da condio do organismo do homem. com razo que supomos que qualquer manifestao externa de degenerao fsica reflete distrbios internos do organismo. A natureza revela tais distrbios muitas vezes atravs da desarmonia de forma e de cor. Aqueles que duvidam de meu ponto de vista devem ser lembrados do fato que ns nos tornamos, quer higienicamente ou esteticamente, incapazes de experimentar ou observar a sade e a beleza ideal do homem vivendo em condies perfeitamente naturais. Se h prazer na observao da beleza, ento desgosto deve ser sentido por um olho esttico ao ver a desarmonia da forma e da cor, que por sua vez leva a certo grau de reconhecimento de uma condio patolgica.

    Vamos voltar ao nosso assunto. Ns sabemos que a cincia mdica no tem resposta para a calvcie, e que os cosmticos e tratamentos tnicos capilares ainda esto por produzir um nico fio de cabelo.

    Eu concordo com o Prof. Dr. Jaeger que chamou o plo humano como o regulador do odor no corpo, os condutores da transpirao. Todos sabem que transpiramos primeiramente na cabea e nas axilas e que se nota, especialmente nos doentes, um odor desagradvel. Dr. Jaeger em algum lugar chamou doena de mau cheiro. Isto, com excees naturalmente, me parece correto, pois cheguei concluso, baseada em muitos anos de observao e experimentos, que todas as doenas tm fundamentalmente a mesma causa uniforme: Doena o resultado de um processo de fermentao e decomposio de substncias corpreas ou do excesso dos alimentos que se acumularam com o tempo especialmente nos rgos digestivos e que se transformaram em muco.

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  • Em outras palavras, estamos aqui preocupados com a decomposio qumica, a deteriorao da albumina celular. Como bem conhecido, este processo acompanhado por mau cheiro, enquanto a natureza se certifica de que toda a criao de uma nova vida seja acompanhada por uma abundncia de fragrncias (poca de florao das rvores e flores). O homem em perfeita sade deveria exalar um cheiro agradvel, principalmente de seus cabelos. Poetas comparam o homem a uma flor e elogiam a fragrncia do cabelo de uma linda mulher. Eu, portanto, considero que o cabelo humano tem funes extremamente importantes e teis.

    O cabelo no s serve para nos proteger e nos manter aquecidos, mas tem a tarefa altamente interessante e til de regular os odores do corpo, tanto do homem saudvel como do doente. Uma observao mais prxima das pessoas tornar os mais conhecedores, e os amadores com um bom nariz, aptos a perceber as qualidades das pessoas, e possibilitar a eles tirar concluses sobre o estado de sade ou de doena de um indivduo. Antes que um mdico tenha reconhecido problemas digestivos com a ajuda de microscpios e tubos de ensaio, um curandeiro pode perceber o processo interno de decomposio, i.e. a doena, com a simples ajuda de um diagnstico do cabelo. Por que h muitas pessoas aparentemente jovens e radiantes com boa sade que, no entanto, tm mau hlito e se perguntam por que seus cabelos esto caindo? Com esta observao cheguei a um ponto vital de meus experimentos e da minha pesquisa.

    Antes uma palavra sobre o cabelo grisalho. Verificou-se que, no cabelo que ficou grisalho, o contedo de ar aumentou; sou da opinio de que este ar consiste provavelmente de vrios tipos de gases, ou pelo menos est misturado com eles. Eu gostaria que um sagaz qumico descobrisse a presena de cido sulfrico no cabelo grisalho, pois assim o desaparecimento da cor do cabelo tambm ser explicado. Afinal, sabido que o dixido sulfrico descora substncias orgnicas. Parece certo para mim, no apenas teoricamente, mas baseado em experimentos conclusivos em meu prprio corpo, que a principal causa da calvcie de natureza interna. Se, ento, o plo age como um regulador do odor do corpo, quase como uma chamin atravs da qual os odores so filtrados, e tudo que est sendo descarregado so gases malcheirosos, muito provavelmente misturados com dixido sulfrico, ao invs de odores naturais, agradveis, no podemos nos surpreender se o cabelo e suas razes se sufocarem, ficarem plidos, morrerem e carem. Estou confiante de ter identificado a causa da calvcie e de ter mostrado o verdadeiro caminho para sua cura. Dez anos atrs, quando sofria de uma inflamao crnica dos rins e de tenso nervosa, meu cabelo ficou muito grisalho e comeou a cair. Entretanto, assim que eu me curei dessa grave doena com um tratamento diettico, as riscas de cinza desapareceram e meu cabelo cresceu notavelmente grosso e saudvel.

    Se, portanto, a calvcie tem sua origem em problemas digestivos e mal funcionamento do metabolismo, ela s pode ser remediada atravs do alvio dessas mesmas causas. Baseado em minha descoberta, eu ouso dizer que ainda h esperana para as cabeas calvas nas quais todos os tnicos fracassaram, e tinham que fracassar. A razo para o fracasso , naturalmente, o reconhecimento que a causa no externa e, portanto no pode ser tratada externamente. Quem quer que esteja perdendo cabelo em quantidade alarmante ou quem quer que j seja calvo e deseja se regenerar, pode seguir meu conselho. sabido que no existe um remdio geral para todos, mas de acordo com toda a minha teoria do muco, uma avaliao individual e um tratamento especial ser necessrio em cada caso. Isto no entanto certo: eu posso garantir que a perda de cabelo cessar, mesmo nos casos srios, desde que meus ensinamentos de uma dieta adequada sejam seguidos.

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  • Todos os sintomas de envelhecimento so doena latente, acmulo de muco e entupimento do sistema com muco. Qualquer um que faa uma dieta com alimentos sem muco no caso de qualquer doena, possivelmente seguida por um jejum, livrar seu corpo das clulas mortas que se acumularam no curso de muitos anos e no s melhorar sua condio, mas ao mesmo tempo rejuvenescer. E quem quer que rejuvenesa ir simultaneamente construir sua resistncia doena num grau admirvel. Ningum parece acreditar nesta possibilidade. No entanto, todo dicionrio cientifico lhe dir que sob circunstncias normais, a causa natural da morte deveria ser a arteriosclerose devido ao metabolismo mais lento, i.e. parada de todo o organismo, e consequentemente a vida deveria terminar sem nenhuma doena. Essa deveria ser a situao normal, mas a exceo, a doena, se tornou a regra hoje em dia.

    Se todos comessem apenas alimentos sem muco desde cedo e no comessem nada alm de frutas, plausvel afirmar que ele no envelhecer nem ficar doente. Eu vi pessoas que rejuvenesceram e se tornaram lindas depois de uma cura da dieta sem muco que mal as reconheci. Por milhares de anos a humanidade se entregou aos sonhos e desejos de uma fonte da juventude e tem procurado por ela nas estrelas.

    Pense na quantia de dinheiro gasta em remdios para a impotncia e esterilidade, naturalmente tudo em vo. E, no entanto, seria to fcil ajudar ao menos algumas pessoas colocando-as numa dieta melhor e mais saudvel.

    Ns dificilmente podemos imaginar a beleza e a fora com a qual o homem semelhante a Deus, paradisaco, foi dotado, que tipo de voz maravilhosa, forte e clara ele deveria ter! Um dos resultados mais surpreendentes de minha cura uma notvel melhoria da voz, um fortalecimento das cordas vocais. At uma voz perdida pode ser reativada, o que uma prova eloqente do alcance dos efeitos de meu sistema em todo o organismo humano. Eu gostaria de mencionar aqui especialmente o tremendo sucesso que o Cantor da Cmara Real da Bavria, Heinrich Knote, conseguiu depois de uma cura sob minha superviso. Sua voz melhorou em clareza e beleza a tal ponto que todo o mundo musical ficou impressionado e o cobriu de elogios.

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  • Captulo 4

    AUMENTANDO A LONGEVIDADE

    Nos captulos anteriores eu afirmei que a razo da doena e do envelhecimento o acmulo de muco no corpo. Eu tambm provei a possibilidade de regenerao da clula atravs de jejum e dieta de frutas. Portanto, se o homem se alimentar s de frutas toda sua vida, a morte pode ser adiada por um longo, longo tempo. Aqueles que se alimentam de frutas, de qualquer forma, tm uma expectativa de vida maior do que as pessoas que se deliciam com os alimentos errados. O metabolismo deles trabalha melhor e, devido sua dieta correta, menos presso colocada nos rgos, especialmente corao e estmago. Vale a pena notar que as batidas do corao de um comedor de frutas, mesmo quando ele se esfora fisicamente, no so nem de longe to altas como a do comedor de muco. A energia economizada diariamente pode ser calculada matematicamente e prova o aumento de longevidade mencionado acima.

    Quando um homem morre de um ferimento ou doena, porque seu corao e seu crebro pararam de funcionar. Entretanto, o que causa a parada de atividade desses rgos? Na maioria dos casos, a doena que assola o corpo enfraquecer o corao causando, eventualmente, a sua parada. Quanto s causas desse colapso, a cincia ainda no deu sua ltima palavra. Ns podemos, entretanto, dizer com segurana que o entupimento dos vasos sanguneos, consequentemente paralisando o msculo do corao e causando a destruio dos seus delicados nervos atravs do constante re-envenenamento do sangue, a causa final da morte de todas as doenas crnicas. Da mesma maneira, o entupimento dos delicados vasos sanguneos do crebro e sua eventual exploso (apoplexia), assim como qualquer outro completo entupimento de vasos resulta numa parada de todas as funes vitais, ou seja, em morte. Outras causas secundrias podem aparecer, tal como insuficiente suprimento de oxignio no caso de uma doena pulmonar, etc. A cincia tambm menciona que uma abundncia de corpsculos brancos tambm resulta em morte. Como sabemos essa uma doena chamada leucemia, que dizem ser do sangue, mas que em minha opinio mais muco do que sangue. Naturalmente, muito mais razes so dadas como causa da morte.

    Eu agora pergunto, o que realmente o veneno mortal? A cincia mdica moderna alega que os bacilos causam a maioria das doenas, mostrando assim que tambm apia a idia de uma causa fundamental comum de todas as doenas, do envelhecimento e da morte. Sem dvida, as doenas e sua conseqncia (morte) so em grande parte devida aos bacilos. Meus experimentos que provam que o muco a causa principal e fundamental difere da teoria dos bacilos apenas no fato de que o muco o nutriente de todos os bacilos.

    Como vimos, uma abundncia de clulas brancas no sangue, i.,e. de muco morto, branco, uma ameaa vida. Vermelho a cor e doce o sabor da vida e do amor; enquanto que branco ou plido o sinal de doena e de muco grudado em todo o corpo, um sinal de uma desintegrao gradual.

    A luta mortal o ltimo esforo que o organismo faz para excretar muco, uma ltima luta das clulas ainda vivas contra as mortas e seus venenos mortais. Se as clulas brancas mortas, i.e. o muco no sangue, vencerem, ento ocorre o entupimento dos vasos sanguneos do corao. Ao mesmo tempo, acontece uma transformao qumica, um envenenamento repentino de todo sistema de suprimento de sangue e a morte cobra seu preo.

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  • Parte II

    Captulo 5

    INSTRUES COMPLETAS PARA O JEJUM

    A maioria das doenas se deve aos hbitos errados de alimentao, combinaes erradas de alimentos, alimentos cidos e a nutrio no natural da civilizao atual. Como superar os resultados desses erros, que a maioria de ns infringe em si prprio, ser ensinado nas prximas pginas.

    O jejum tem sido reconhecido, por milhares de anos, como a suprema medida curativa da natureza. Mas a arte de quando, porque e como jejuar foi perdida, com algumas excees, por aqueles de vivem na presente civilizao. O corpo precisa receber alimento bem nutritivo para a batalha de hoje em dia. Mas o que alimento bem nutritivo?

    Os sofredores infelizes fazem a ronda de vrias escolas teraputicas. Eles so, frequentemente, ignorantes, procuram no escuro e em vo pela verdade. E a parte mais infeliz de todas que eles morrem antes de aprender a verdade. Os evangelistas e os curadores divinos tm a vantagem de dar uma chance Natureza.

    Uma dose excessiva de medicao, cirurgia, injees e vacinas podem facilmente se tornar os ofensores de uma Natureza ultrajada. E tudo se resume no caso do cego que guia o cego. E no entanto, to simples receber instrues da Natureza. Observe como os animais se curam sem o uso da assim chamada medicina cientifica. Este ento o supremo segredo da auto-cura da Me Natureza.

    Nos prximos captulos darei uma indicao dos tipos de alimentos, cozidos ou crus, que so necessrios para garantir uma dieta balanceada. Eu explicarei tambm as causas da fermentao e de produo de gases dos alimentos.

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  • Captulo 6

    O JEJUM RACIONAL PARA O REJUVENESCIMENTO FSICO, MENTAL E ESPIRITUAL

    significativo para o nosso tempo de degenerao que o jejum, ou seja o homem vivendo sem alimento slido ou lquido, ainda no tem o seu valor completamente reconhecido pelo homem comum, nem pelo mdico ortodoxo. At a Naturopatia precisou de algumas dcadas de desenvolvimento para se voltar apenas para a Natureza, remdio universal e onipotente. significativo que o jejum seja ainda considerado um tipo de cura especial, e devido a alguns resultados expressivos aqui e ali, ele se tornou recentemente uma moda mundial. At alguns especialistas na cura natural se deixaram levar e redigiram algumas regras gerais e prescries para o jejum e para como interromper o jejum, sem levar em conta a condio ou a doena do sofredor.

    Por outro lado, o jejum tem sido muito mal representado fazendo com que o homem comum realmente considere perigoso passar sem algumas refeies durante a doena por medo de morrer de fome, quando na realidade estar sendo curado. Ele equipara jejum com inanio. O mdico, em geral, no deixa de ter culpa por ter perpetuado tal crena tola, que contradiz as leis da Natureza de auto-cura e cura.

    Quaisquer tratamentos naturais para a eliminao de matria doentia que no exijam, pelo menos, alguma medida de restrio ou mudana na dieta, ou jejum, esto basicamente desrespeitando a verdade referente causa da doena.

    Voc j pensou o que significa no ter apetite quando se est doente? E que os animais selvagens no tm mdicos, drogarias, sanatrios e nenhum equipamento para ajud-los? A natureza nos ensina atravs desse exemplo que h basicamente apenas uma doena, aquela causada pelo excesso de comida e por alimentos errados. Portanto, esta nica doena, quaisquer que sejam os muitos nomes diferentes dados pelo homem, pode ser curada por apenas um remdio, ou seja retirando do corpo aquelas mesmas substncias que causam a doena. Em outras palavras, faa exatamente o oposto da superalimentao: reduza sua ingesto de alimentos, melhore sua dieta e se prepare para alguns jejuns. A razo porque tantas curas com jejum, especialmente aquelas de longa durao, fracassaram e continuam a fracassar a ignorncia na sua aplicao adequada e a desconhecimento do que acontece no corpo durante o jejum. Os naturopatas e especialistas em jejum nem sempre esto to cientes desta delicada rea como deveriam estar. Eu ouso dizer que possivelmente no h outro homem na histria que tenha estudado, investigado, testado e experimentado o jejum como eu. Que eu saiba, no h outro especialista na rea que possa reivindicar ter conduzido tantas curas com jejum, at em casos muito graves de doena, como eu. Eu fundei o primeiro sanatrio no mundo especializado em jejum combinado com uma dieta