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FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA TRABALHO FINAL DO 6º ANO MÉDICO COM VISTA À ATRIBUIÇÃO DO GRAU DE MESTRE NO ÂMBITO DO CICLO DE ESTUDOS DE MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA ODILA NUNES DA SILVA TERAPÊUTICA MÉDICA NA HIPERPLASIA BENIGNA DA PRÓSTATA ARTIGO DE REVISÃO ÁREA CIENTÍFICA DE UROLOGIA TRABALHO REALIZADO SOB A ORIENTAÇÃO DE: PROF. DR. ALFREDO MOTA DR. BELMIRO PARADA MARÇO/2009

ARTIGO DE REVISÃO ÁREA CIENTÍFICA DE …ªutica... · A terapêutica médica clássica para a HBP compreende os antagonistas adrenérgicos alfa-1, os inibidores da enzima 5-alfa

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FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

TRABALHO FINAL DO 6º ANO MÉDICO COM VISTA À ATRIBUIÇÃO DO GRAU DE MESTRE

NO ÂMBITO DO CICLO DE ESTUDOS DE MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

ODILA NUNES DA SILVA

TERAPÊUTICA MÉDICA NA HIPERPLASIA BENIGNA DA

PRÓSTATA

ARTIGO DE REVISÃO

ÁREA CIENTÍFICA DE UROLOGIA

TRABALHO REALIZADO SOB A ORIENTAÇÃO DE:

PROF. DR. ALFREDO MOTA

DR. BELMIRO PARADA

MARÇO/2009

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Artigo de revisão

Terapêutica Médica na Hipertrofia Benigna da Próstata

Abstract

Benign prostatic hyperplasia (BPH) is the benign enlargement of the prostate gland. The

prevalence of BPH increases with age. BPH commonly results in lower urinary tract

symptoms (LUTS). The approach to the treatment of BPH has changed dramatically over the

past 20 years. Current medical treatments for BPH include alpha 1-adrenergic receptor

antagonists, inhibitors of 5-alpha reductase enzyme, combination therapy with both an alpha-

blocker and a 5-alpha reductase inhibitor and herbal therapy. These agents are generally

effective and safe. However, some patients are not responders or have side effects due to the

treatment. Therefore, many potential new therapies for the treatment of BPH are under

development. The goal of this review article is to examine current medical treatments as well

as to highlight emerging drugs that may improve our treatment of patients with LUTS

secondary to BPH.

Resumo

A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é um tumor benigno da glândula prostática. A

prevalência da HBP aumenta com a idade. A HBP manifesta-se comummente pelos sintomas

do tracto urinário baixo (LUTS). O tratamento da HBP mudou drasticamente nos últimos 20

anos. A terapêutica médica clássica para a HBP compreende os antagonistas adrenérgicos

alfa-1, os inibidores da enzima 5-alfa redutase, a terapêutica de associação com um

antagonista adrenérgico alfa-1 e um inibidor da 5-alfa redutase e a fitoterapia. Estes fármacos

são, na sua generalidade, eficazes e seguros. Contudo alguns doentes são refractários ao

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tratamento ou apresentam efeitos colaterais. Por conseguinte, estão em desenvolvimento

muitas novas potenciais terapêuticas para o tratamento da HBP. Este artigo de revisão tem

como objectivos analisar os tratamentos médicos actuais e destacar os novos fármacos que

poderão melhorar o tratamento dos doentes com HBP.

Palavras-chave

Hiperplasia benigna da próstata, terapêutica médica clássica, antagonistas adrenérgicos

alfa-1, inibidores da 5-alfa redutase, terapêutica de associação, fitoterapia, novos fármacos.

1. Introdução

A Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) é um processo tumoral benigno da glândula

prostática, caracterizado pela proliferação das células epiteliais e das células do estroma.

Trata-se de uma patologia ligada ao envelhecimento: a sua incidência aumenta com a

idade, atingindo o pico de incidência, por volta dos 80-90 anos (14,25,28,46).

Clinicamente, traduz-se, frequentemente, por meio de um conjunto de sintomas do

aparelho urinário inferior, designados por LUTS, que interferem grandemente com a

qualidade de vida dos doentes.

Para determinar a gravidade dos LUTS e o grau de desconforto por eles induzido, foram

desenvolvidos vários questionários, normalizados e validados internacionalmente. O mais

divulgado é o IPSS (International Prostate Symptom Score).

A HBP pode complicar-se de retenção urinária aguda, de infecções recorrentes do tracto

urinário, de hematúria, de cálculos vesicais, de divertículos vesicais ou de insuficiência renal.

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O aparecimento de terapêuticas médicas eficazes, nos últimos vinte anos, revolucionou o

tratamento da HBP, levou a que se relegasse para segundo plano a cirurgia e permitiu que os

médicos de Medicina Geral e Familiar e os de Medicina Interna pudessem, eles também,

tratar a HBP.

2. Terapêutica médica clássica

♦ Antagonistas adrenérgicos alfa-1

Este é o grupo de fármacos mais prescrito no tratamento da HBP.

Os que se encontram aprovados pela FDA, com essa finalidade, são: a doxazosina, a

terazosina, a alfuzosina e a tamsulosina.

Antagonizam os receptores adrenérgicos alfa-1.

Por esse mecanismo de acção provocam relaxamento do músculo liso do estroma

prostático, da cápsula prostática, da uretra e do colo vesical e, dessa maneira, aumentam o

fluxo urinário. Actuam, assim, no componente dinâmico do ciclo miccional.

Apresentam as seguintes características comuns:

- rápido início de acção (ao fim de 48 horas);

- melhoria sintomática em 70%(42) dos casos;

- melhoria do fluxo urinário máximo em cerca de 15 a 30%(29,38,42);

- melhoria do IPSS em cerca de 4 a 6 pontos (35);

- não modificam o volume prostático;

- não alteram os valores de PSA;

- não modificam a história natural da doença, nem o risco de retenção urinária

aguda ou a necessidade de cirurgia;

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Vários ensaios clínicos, randomizados, controlados e em larga escala, demonstraram

que este grupo de fármacos é eficaz no tratamento da HBP e que a eficácia, de cada um dos

fármacos, que compõem o grupo, é similar.

A doxazosina e a terazosina são consideradas fármacos não uroselectivos.

A alfuzosina e a tamsulosina são consideradas fármacos uroselectivos.

A uroselectividade é a capacidade de um fármaco actuar no tracto urinário inferior,

melhorando os LUTS, com o mínimo de efeitos adversos, nomeadamente cardiovasculares.

Existem, por isso, diferenças, no que diz respeito aos efeitos adversos destes quatro

agentes.

Assim, os efeitos adversos, de natureza vasodilatadora, observam-se, sobretudo, com a

doxazosina e a terazosina.

A alfuzosina (especialmente a alfuzosina de libertação prolongada, administrada uma

vez por dia, na dose de 10 mg) e a tamsulosina (especialmente a tamsulosina de 0,4 mg, dada

uma vez por dia) são melhores toleradas.

Porque, no caso da tamsulosina, ela é um antagonista adrenérgico alfa-1 selectivo, pois

apresenta uma elevada afinidade para os receptores adrenérgicos alfa 1A (localizados

sobretudo na próstata) e receptores adrenérgicos alfa 1D (localizados sobretudo na bexiga) e

uma baixa afinidade para os receptores adrenérgicos alfa 1B (localizados sobretudo no

sistema vascular).

Os outros três agentes – a doxazosina, a terazosina e a alfuzosina – são antagonistas

adrenérgicos alfa-1 não selectivos: antagonizam os três subtipos dos receptores adrenérgicos

alfa-1 – 1A, 1B e 1D.

A alfuzosina, apesar de ser um antagonista adrenérgico alfa-1 não selectivo, é

considerada um fármaco uroselectivo, porque se distribui de modo preferencial na próstata.

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Assim, a prescrição, de doxazosina e de terazosina, deve começar com doses baixas e ir

subindo, paulatinamente, ao longo das 2 a 3 primeiras semanas de tratamento, até se alcançar

a dose máxima eficaz, ou, até o doente não conseguir tolerar os efeitos adversos.

Isto, para evitar a hipotensão ortostática.

E, quando, se pretende interromper a terapêutica, com esses dois agentes, há que se

proceder ao desmame, para evitar a hipertensão de rebound.

Tais cuidados não são necessários com a alfuzosina nem com a tamsulosina.

A alfuzosina, apesar de ser melhor tolerada do que a doxazosina e a terazosina, está,

também, ela, associada a efeitos colaterais de natureza cardiovascular, particularmente em

doentes idosos e em doentes com patologia cardiovascular e/ou co-medicação.

Os principais efeitos secundários do grupo são: as tonturas, as vertigens, a síncope, o

mal-estar indefinido, a hipotensão postural, as cefaleias, a astenia, a congestão nasal, as

palpitações, as náuseas e outros efeitos gastrointestinais.

À tamsulosina está associada uma maior incidência de ejaculação retrógrada, a qual é

reversível, com a interrupção da terapêutica.

Um efeito adverso, recentemente, atribuído aos antagonistas adrenérgicos alfa-1 (mais

frequentemente à tamsulosina) é o intraoperative floppy íris syndrome (IFIS) (42), observado

durante a cirurgia das cataratas.

Estes fármacos, apesar de tudo, são seguros e bem tolerados.

Este grupo de fármacos está particularmente indicado em doentes com próstatas

pequenas (< 30-40 cc), com LUTS moderados a severos (IPSS 8 a 35) e com baixo risco ou

com risco intermédio de progressão da doença.

As guidelines, da Associação Europeia de Urologia, indicam que os doentes, que fazem

tratamento com um antagonista adrenérgico alfa-1, devem fazer avaliações do fluxo urinário

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máximo, do resíduo pós-miccional e do IPSS às 6 semanas e aos 6 meses de tratamento e

anualmente.

♦ Inibidores da 5-alfa redutase

Os fármacos deste grupo inibem a enzima 5-alfa redutase, a qual catalisa a

conversão de testosterona numa forma mais potente: a dihidrotestosterona (DHT), o principal

androgénio a nível prostático.

Os fármacos deste grupo, ao inibirem esta enzima, promovem uma diminuição da

DHT, com o consequente bloqueio do principal estímulo trófico desta glândula.

Assiste-se, assim, a uma diminuição progressiva do tamanho da próstata, que atinge

o seu máximo por volta dos seis meses, que pode atingir os 20-30% (22,25,29,42).

Consequentemente, estes fármacos reduzem a obstrução infravesical, diminuindo o

obstáculo que o volume prostático constitui – actuam no componente mecânico da doença.

Daí, que os melhores resultados sejam obtidos em glândulas com mais de 40 cc.

Incluem-se neste grupo o finasteride e o dutasteride.

Existem duas isoformas da enzima 5-alfa redutase, o tipo I e o tipo II, com uma

distribuição desigual na próstata: o tipo I predomina no epitélio e o tipo II no estroma.

O finasteride inibe apenas uma das isoformas (o tipo II), enquanto o dutasteride

inibe ambas.

Assim, o finasteride diminui os níveis circulantes de DHT em cerca de 70 % (7,22,25,

29,44) enquanto o dutasteride o faz em mais de 90 % (7,22,25,29,44).

Em termos de rapidez de acção, está descrita uma maior rapidez na baixa bioquímica

de DHT e no alívio dos sintomas quando usado o dutasteride, em comparação com o

finasteride (4 versus 6 meses) (43).

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Estes fármacos provocam uma diminuição de cerca de 50% (7,22,25,29, 42,44) do nível

sérico de PSA, pelo que, ao utilizar a monitorização do PSA no diagnóstico precoce do

carcinoma da próstata, o seu valor deve ser duplicado.

Ao contrário dos alfa-bloqueantes, têm um início de acção lento: o seu efeito

manifesta-se, após cerca de 3-6 meses de terapêutica e os doentes devem ser avisados disso,

para não se correr o risco de abandonarem a terapêutica.

Estes fármacos estão indicados, em doentes com LUTS moderados a severos (IPSS

8 a 35) e com próstatas grandes (> 40 cc) (42) e/ou com níveis elevados de PSA (> 1,4 ng/ml

(42) – há que excluir sempre o carcinoma da próstata).

O finasteride está, também, indicado no tratamento da hematúria devida a HBP.

Os estudos efectuados demonstram que este tipo de fármacos diminui a progressão

da doença, o risco de retenção urinária aguda e a necessidade de cirurgia.

Os efeitos secundários são pouco frequentes, reversíveis com a suspensão do

fármaco e relacionados com a esfera sexual: diminuição da libido, disfunção eréctil,

diminuição do volume do ejaculado e ginecomastia.

Contudo, alguns homens abandonam a terapêutica por não conseguirem tolerar

esses efeitos colaterais.

O Prostate Cancer Prevention Trial (44), um estudo randomizado, que envolveu 18

882 homens, com pelo menos 55 anos de idade, seguidos durante 7 anos, comparou o uso do

finasteride com o uso de um placebo.

Esse estudo revelou que o finasteride reduz de forma estatisticamente significativa

o risco de desenvolvimento de cancro da próstata (24,8 %) (44) quando comparado com o

placebo.

Esse estudo revelou, contudo e ainda que, ao uso do finasteride estão associados

cancros da próstata de mais alto grau de malignidade (Gleason graus 7 a 10).

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Os resultados do Prostate Cancer Prevention Trial levaram a que se desenvolvesse

o estudo REDUCE (44) (Reduction by Dutasteride of Prostate Cancer Events), o qual se

encontra actualmente em curso.

Trata-se de um estudo randomizado e controlado, com uma duração prevista de 4

anos e que envolve 8 200 homens, com um risco elevado de desenvolver cancro da próstata.

Destina-se a saber se o dutasteride reduz o risco de desenvolvimento de cancro da

próstata tal como o finasteride.

♦ Terapêutica de associação

Como, os dois grupos de fármacos, atrás descritos, apresentam mecanismos e

tempos de acção diferentes, parece lógico que a associação dos dois seja benéfica.

O estudo MTOPS (36,46) (Medical Therapy of Prostatic Symptoms) consistiu

num estudo prospectivo, randomizado, multicêntrico, duplamente cego, que durou 4,5 anos e

que envolveu 3 047 homens, com próstatas grandes.

Estudou o uso do finasteride, da doxazosina e da terapêutica de associação –

finasteride e doxazosina – no tratamento da HBP versus um placebo.

Este estudo foi desenvolvido para determinar o efeito da terapêutica médica

sobre a progressão da doença.

O estudo revelou que a eficácia da terapêutica de associação é superior à dos

fármacos em monoterapia e que o finasteride e a terapêutica de associação alteram o curso da

doença, reduzem o risco de retenção urinária aguda e a necessidade de cirurgia, mas que a

doxazosina não o faz.

Contudo os efeitos adversos da terapêutica de associação são superiores aos

observados com os fármacos em monoterapia.

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O estudo SMART (36) (Symptom Management After Reducing Therapy)

envolveu 327 homens, os quais foram tratados, durante 24 semanas, com terapêutica de

associação com tamsulosina e dutasteride. Depois desse período de tempo e durante mais 12

semanas, os doentes foram randomizados em dois grupos: um deles continuou com a

terapêutica de associação; o outro deixou de receber a tamsulosina e manteve-se apenas com o

dutasteride.

O estudo revelou que em 77% dos doentes pode ser retirado o antagonista

adrenérgico alfa-1 ao fim de 6 meses de tratamento com a terapêutica de associação, sem que

se verifique deterioração da sintomatologia.

Está em curso o estudo CombAT (36) (Combination of Avodart® and

Tamsulosin)

Foi concebido para estudar a terapêutica de associação dutasteride e

tamsulosina.

Envolve homens com um alto risco de progressão da doença (homens com

próstatas grandes, > 30 cc, e com níveis séricos de PSA elevados, > 1,5 ng/ml).

Foram recentemente publicados os resultados de dois anos de estudo: foi

observado que a terapêutica de associação promove uma melhoria da sintomatologia e do

fluxo urinário máximo maior do que o dutasteride e do que a tamsulosina em monoterapia;

também foi observado que o dutasteride promove uma melhoria do fluxo urinário máximo e

do IPSS maior do que a tamsulosina.

Madersbacher et al. (36) sugerem que a terapêutica de associação deve ser

reservada para doentes sintomáticos com alto risco de progressão da doença (mais de 70 anos,

próstatas grandes: > 30 ml, IPSS > 7, PSA > 1,4 ng/ml, fluxo urinário máximo < 12 ml/s e

resíduo pós-miccional > 100 ml)

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♦ Fitoterapia

A utilização de agentes fitoterapêuticos na HBP é muito popular na Europa e

nos EUA.

Estes produtos são extractos de raízes, sementes, frutos ou outras partes de

plantas.

A sua composição é complexa, contendo uma grande variedade de compostos,

que se pensa serem as substâncias activas: fitosteróis, ácidos gordos, terpenóides,

fitoestrogénios, lecitinas, flavanóides, polissacarídeos e óleos de plantas.

São vários os mecanismos propostos para a sua acção, sendo os principais: a

inibição da 5-alfa redutase, uma acção anti-inflamatória por interferência na síntese das

prostaglandinas e a alteração da proliferação e crescimento induzidos pelos factores de

crescimento.

O extracto de Serenoa repens é o mais utilizado e estudado no tratamento da

HBP.

Tem efeitos antiandrogénico, anti-inflamatório e antiproliferativo.

Usa-se na dose de 160 mg duas vezes por dia.

Existem outras substâncias de origem vegetal que também têm sido usadas no

tratamento da HBP (extractos de Pygeum africanum, de Hypoxis rooperi, de Urtica dioica, de

Curcubita pepo, de Opuntia, de Echinicea purpúrea, de Secale cereale), mas que necessitam

de estudos mais completos e alargados para provar a sua eficácia terapêutica.

Alguns ensaios clínicos (37) sugerem que estes produtos são tão eficazes

quanto os antagonistas adrenérgicos alfa-1. Contudo esses ensaios clínicos apresentam

defeitos (são pequenos, de curta duração e não são estandardizados) e os produtos

fitoterapêuticos não sofreram a mesma investigação dos fármacos convencionais quanto à

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eficácia, segurança e pureza porque, como não podem ser patenteados, a indústria

farmacêutica não está disposta a investir grandes recursos nessa investigação.

As guidelines Americanas e Europeias não recomendam o seu uso.

3. Novas linhas de investigação:

♦ Novos antagonistas adrenérgicos alfa-1

O naftopidil é um novo antagonista adrenérgico alfa-1, estudado extensivamente no

Japão e na China, para o tratamento da hipertensão arterial, da HBP e da disúria.

O naftopidil é um antagonista selectivo dos receptores alfa-adrenérgicos 1 D.

Também é um antagonista dos canais de cálcio e um agonista serotoninérgico.

Provoca, assim, relaxamento do músculo liso na próstata, na uretra proximal e no

trígono vesical.

Um ensaio clínico (5) em fase II, envolvendo 32 doentes com HBP sintomática, mostrou

que o naftopidil, dado na dose de 25-75 mg/dia, durante 4 a 6 semanas, melhorava o IPSS,

aumentava o fluxo urinário máximo e reduzia o resíduo pós-miccional.

Destes 32 doentes, só um apresentou efeitos adversos (tonturas), que resolveram com a

descida da dose.

A eficácia foi óptima ou excelente em 70 % dos doentes (5).

Dois outros estudos (5), que compararam o naftopidil (25-50 mg) com a tamsulosina

(0,2 mg), revelaram que os dois fármacos eram igualmente eficazes e seguros, com um perfil

de efeitos adversos semelhante.

A silodosina é um antagonista selectivo dos receptores alfa-adrenérgicos 1A.

Este fármaco foi estudado, no Japão, no tratamento da disúria e mais recentemente

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no tratamento da HBP.

A silodosina (4 mg/dia) foi comparada com a tamsulosina (0,2 mg/dia) e com um

placebo, num estudo (5) que envolveu 457 doentes e que durou 12 semanas.

A silodosina mostrou melhorias importantes do IPSS e da QOL (Quality of Life)

quando comparada com a tamsulosina e com o placebo.

Os doentes que receberam silodosina apresentaram relativamente aos que receberam

tamsulosina, mais ejaculação retrógrada (22,3 versus 1,6 %), mas o abandono da terapêutica

com silodosina foi relativamente raro (2,9 %) (5).

♦ Fitoterapia

O PPRT-321 é um extracto do saw palmetto, desenvolvido e estudado pela Universidade

do Sul da Califórnia, para o tratamento da HBP.

Em 1999, foi dado a conhecer um estudo piloto (5), em fase II, duplamente cego e

controlado, envolvendo 50 homens.

A investigação revelou que os homens tratados com o PPRT-321 experimentaram

grandes melhorias da sintomatologia quando comparados com os homens tratados com o

placebo.

A apigenina é um flavanóide presente em muitos frutos e vegetais.

Estudos revelaram que a apigenina provoca a apoptose das células epiteliais

prostáticas.

Embora, ainda que seja preliminar, pensa-se que a apigenina possua possíveis efeitos

benéficos na prevenção e no tratamento da HBP (5).

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♦ Anticolinérgicos

Os anticolinérgicos são a principal forma de tratamento médico da síndroma da bexiga

hiperactiva.

Estes fármacos antagonizam os receptores muscarínicos, localizados no detrussor, e

assim reduzem as contracções da bexiga.

Uma crença antiga era a de que esta classe de fármacos não podia ser utilizada nos

doentes com LUTS por causa do elevado risco de retenção urinária aguda a eles inerente.

A mudança que se verificou na compreensão dos LUTS levou a que se investigasse o

papel dos anticolinérgicos no seu tratamento.

Kaplan et al. (42) randomizaram 879 doentes com LUTS. Um grupo recebeu um placebo,

outro grupo recebeu tamsulosina, outro grupo ainda recebeu tolterodina e finalmente um outro

grupo recebeu tamsulosina e tolterodina.

Após 12 semanas de seguimento, 80% dos doentes a receber a terapêutica de associação

referiu benefício quando comparados com os que se encontravam a receber o placebo.

As monoterapias não foram significativamente mais eficazes que o placebo.

Também se observou melhoria do IPSS e do IPPSS QOL score nos doentes a tomar a

terapêutica de associação.

Um estudo randomizado levado a cabo por Yang et al. (42), envolvendo 69 doentes a

receber terazosina ou terazosina e tolterodina, mostrou que, após 6 semanas de tratamento, o

IPSS melhorou de forma significativa do ponto de vista estatístico em ambos os grupos, mas a

redução no score do IPSS foi muito maior no grupo a receber a terapêutica de associação. O

fluxo urinário máximo e o resíduo pós-miccional não diferiram entre o grupo sujeito a

terapêutica de associação e o grupo sujeito a monoterapia. Os efeitos adversos foram mais

frequentes no grupo sujeito a terapêutica de associação, sendo o efeito adverso mais comum a

boca seca.

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Os anticolinérgicos devem ser usados com precaução nos doentes com sintomas de

esvaziamento severos e nos doentes com elevados volumes urinários residuais (mais que 150

ml) porque esta classe de fármacos tem um risco teórico de agravar esses sintomas e de

precipitar retenção urinária aguda.

Os melhores candidatos para o tratamento com um anticolinérgico são os doentes com

sintomas de armazenamento e sem sintomas de esvaziamento.

Deve-se proceder à determinação do resíduo pós-miccional antes e durante o

tratamento.

Mais estudos são necessários para determinar a utilidade e a segurança dos

anticolinérgicos em terapêutica a longo prazo e ainda para identificar os doentes que mais

poderão beneficiar da prescrição desta classe de fármacos e para definir o regime ou regimes

terapêuticos mais adequados.

♦ Inibidores da 5-fosfodiesterase

Os inibidores da 5-fosfodiesterase (IPDE-5) são utilizados no tratamento da disfunção

eréctil (DE).

A DE e a HBP são altamente prevalentes no homem idoso e os estudos epidemiológicos

evidenciam uma estreita ligação entre essas duas patologias, constituindo a HBP um factor de

risco para o desenvolvimento de DE.

Para investigar a eficácia dos IPDE-5 no tratamento da HBP, foram desenvolvidos dois

ensaios clínicos (26) randomizados, multicêntricos e controlados.

Um dos ensaios clínicos consistiu em administrar tadalafil a 129 doentes com DE e

HBP, enquanto outros 133 receberam um placebo.

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O outro ensaio clínico consistiu em administrar sildenafil a 168 doentes com DE e

HBP, enquanto outros 155 receberam um placebo.

Os resultados de ambos os ensaios clínicos foram similares: verificou-se uma melhoria

dos LUTS devidos a HBP, evidenciada através da melhoria do IPSS, do IPSS QOL Index e do

BPH Impact Index.

Mas não houve modificação do fluxo urinário máximo (porque o fluxo urinário de base dos homens que entraram nos ensaios clínicos era normal). Os ensaios clínicos demonstraram que os IPDE-5 são bem tolerados.

A terapêutica de associação com um antagonista adrenérgico alfa-1 (alfuzosina) e com

um IPDE-5 (sildenafil) foi igualmente investigada (42). A terapêutica de associação foi

comparada com ambos os fármacos em monoterapia num ensaio clínico piloto, randomizado

e controlado, envolvendo 62 homens com DE e LUTS.

Após 12 semanas de tratamento, as melhorias foram significativas em todos os grupos

de estudo, mas foram maiores no grupo sujeito à terapêutica de associação.

Contudo, essa associação tem de ser utilizada com cautela, por causa dos efeitos

vasodilatadores de ambos os fármacos.

Assim, quando se usam doses de sildenafil superiores a 25 mg e o doente também está

a tomar um antagonista adrenérgico alfa-1, este só deve tomar o sildenafil, quatro horas

depois de tomar o antagonista adrenérgico alfa-1.

Além disso, trata-se de uma associação dispendiosa.

Os principais efeitos adversos dos IPDE-5 são as cefaleias, o rubor e sobretudo a

dispepsia. Apesar disso, são fármacos bem tolerados.

Supõe-se que esses fármacos (IPDE-5) actuem nos LUTS pela via do NO (óxido

nítrico).

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Os IPDE-5 provocam relaxamento do colo da bexiga, uretra e próstata, inibem a

proliferação celular no estroma prostático e reduzem os sintomas irritativos.

Continua a investigação sobre o uso dos IPDE-5 no tratamento dos LUTS devidos a

HBP.

♦ Desmopressina

Trata-se de uma hormona usada para reduzir a nictúria.

É um tratamento sintomático, destinado a doentes com menos de 65 anos de idade.

Deve iniciar-se o tratamento com 0.1 mg e ir subindo progressivamente a dose até se

alcançar a dose máxima eficaz (0.4 mg) ou até o doente não tolerar os efeitos adversos.

Durante o tratamento com a desmopressina o doente deve reduzir a ingestão de

líquidos depois das 17.00h e não pode ingeri-los durante a noite (2).

Se surgirem efeitos adversos tais como náuseas, vómitos ou convulsões deverá

determinar-se a natrémia do doente.

A desmopressina deve ser usada com cautela nalguns doentes nomeadamente os

doentes com insuficiência cardíaca congestiva.

♦ Anti-inflamatórios

Vários estudos sugerem que a inflamação desenrola um papel importante na

patogenia e na progressão da HBP e no desenvolvimento dos sintomas.

O loxoprofeno é um anti-inflamatório largamente utilizado no Japão.

A sua eficácia foi testada durante um estudo (5): a uma população composta por 95

homens, com idades compreendidas entre os 49 e os 84, com LUTS resistentes a antagonistas

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adrenérgicos alfa-1, anticolinérgicos, hipnóticos, antidepressivos tricíclicos e/ou hormona

antidiurética, foi administrado loxoprofeno, na dose de 60 mg, durante 14 dias.

Os resultados mostraram uma melhoria da nictúria em 74% dos casos.

♦ Análogos da vitamina D3

As células prostáticas expressam o receptor da vitamina D (VDR).

Os agonistas VDR têm um efeito antiproliferativo.

Assim, os ligandos específicos dos receptores VDR poderão tornar-se num potencial

tratamento para a HBP.

O BXL-628 funciona como um análogo da vitamina D e estimula os receptores VDR

sem causar hipercalcémia sistémica.

Para além da HBP, o fármaco também tem sido estudado no tratamento do

hiperparatiroidismo secundário, da rejeição de transplantes, da diabetes tipo I, da cistite

intersticial e da prostatite.

Um ensaio clínico (5) duplamente cego e controlado, levado a cabo em 2004, mostrou

que o BXL-628 reduz o tamanho da próstata em cerca de 7,2 % quando comparado com o

placebo.

♦ Agentes hormonais

O cetrorelix é um antagonista da GnRH usada na Reprodução Medicamente

Assistida.

Estudos (5), em fase I, efectuados em 1994, revelaram que o cetrorelix poderia ter um

papel no tratamento da HBP e do carcinoma da próstata.

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A onze doentes com HBP foram dados 500 µg de cetrorelix, administrados uma vez

por dia, por via subcutânea, durante 4 semanas (5)

Os doentes notaram, na primeira semana de tratamento, uma melhoria da

sintomatologia que se continuou a observar durante o resto do tratamento.

Além disso o volume das próstatas diminuiu cerca de 44 % (5).

Em 1998, foi levado a cabo um estudo prospectivo, fase I/II (5).

A 13 doentes, foram administrados, uma vez por dia e durante 2 dias, 5 mg de

cetrorelix, por via subcutânea.

Depois, esses doentes passaram a receber, durante 2 meses, 1 mg de cetrorelix,

administrados uma vez por dia e por via subcutânea.

Às 4 semanas de tratamento houve uma descida de 8,5 pontos no IPSS (5).

Esta melhoria continuou a observar-se após a descontinuação do tratamento com

melhorias de cerca de 67 e 72 % no IPSS às 20ª e 85ª semanas respectivamente (5).

No final do tratamento, o volume das próstatas tinha reduzido cerca de 27 % e o

fluxo urinário máximo tinha aumentado cerca de 2,86 ml/s (5).

Os efeitos adversos observados foram a perda da libido, afrontamentos e alergias.

Outras hormonas investigadas são o teverelix (um antagonista da GnRH) e o

toremifeno (um modulador dos receptores estrogénicos).

♦ Citostáticos/Drogas antimetabólicas

A próstata humana concentra elevadas taxas de zinco e de citrato para nutrir o líquido

seminal.

Esta elevada taxa de zinco produz um bloqueio enzimático no ciclo de Krebs,

fazendo com que a próstata dependa da glicólise para a obtenção de energia.

20

A lonidamina (LND) inibe a hexocinase, impedindo dessa forma a glicólise.

O fármaco foi originalmente desenvolvido como um anticoncepcional masculino,

mas mais tarde mostrou-se eficaz no tratamento de tumores sólidos de vários órgãos.

Assim, a LND é utilizada, na Europa, no tratamento de neoplasias malignas da

cabeça e do pescoço, da mama, do cérebro e das metástases hepáticas.

A investigação actual está voltada para o uso da LND na HBP.

Um ensaio clínico (5), de fase II, consistiu em administrar, diária e oralmente, 150

mg de LND, a 30 doentes com HBP, durante 28 dias.

Os investigadores descobriram que a LND reduziu o tamanho da próstata em média

11,2 %, que o IPSS desceu em média 7,3 pontos, que o fluxo urinário máximo subiu 3,1 ml/s

e que o resíduo pós-miccional desceu 62 % (de 83 para 32 ml) (5).

No estudo atrás referido a LND, na dose de 150 mg, foi bem tolerada, não se tendo

observado efeitos colaterais.

♦ Outros fármacos

O NX-1207 foi desenvolvido para tratar a doença de Alzheimer.

Contudo, a atenção dos investigadores está agora voltada para o seu potencial uso no

tratamento da HBP.

Um estudo (5), em fase I, revelou uma redução de 6,9 pontos no IPSS e uma redução

de 10 g no tamanho da próstata, após 30 dias de tratamento.

Estudos com a duração de 18-23 meses confirmaram estes achados.

Não foram observados efeitos adversos significativos nos doentes submetidos a

tratamento com este fármaco.

21

4. Conclusão

A terapêutica de primeira linha da HBP continua a ser os antagonistas adrenérgicos alfa-1

e os inibidores da 5-alfa redutase e nalguns doentes seleccionados a fitoterapia. Os estudos

comprovam que esses fármacos mostram melhorias dos parâmetros urodinâmicos.

Apesar da terapêutica médica clássica ser eficaz e bem tolerada, há doentes que lhe são

refractários ou que não suportam os seus efeitos adversos, abandonando-a.

Na última década, surgiram novas estratégias para tratar a HBP, mercê de avanços nos

conhecimentos da patogénese da doença e do metabolismo da glândula.

Os resultados dos estudos preliminares com estes novos medicamentos são muito

animadores.

Estes novos fármacos ainda não foram aprovados: são necessários mais estudos que

provem a sua eficácia e que assegurem a sua segurança.

Alguns destes fármacos permitem tratar mais do que uma patologia simultaneamente, o

que causa muito entusiasmo nos investigadores. É o caso dos IPDE-5 que podem ser

utilizados simultaneamente no tratamento da DE e da HBP e dos citostáticos/drogas

antimetabólicas que permitem o tratamento simultâneo da HBP e de tumores malignos.

22

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