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1. Programa de Pós-graduação Lato Sensu em Planejamento e Conservação Ambiental, Escola Superior São Francisco de Assis - ESFA. Rua Bernardino Monteiro, 700 - Dois Pinheiros - Santa Teresa/ES CEP: 29650-000. *Autor para correspondência: [email protected] Copyright© jan-mar 2013 do(s) autor(es). Publicado pela ESFA [on line] http://www.naturezaonline.com.br Oliveira BR, Rocha JP (2013) Caracterização, zoneamento e planejamento da propriedade Estância da Colina, Santa Teresa, Espírito Santo, Brasil. Natureza on line 11 (1): 47-53. Submetido em: 12/02/2013 Revisado em: 22/03/2013 Aceito em:27/03/2013 Brayan Ricardo de Oliveira 1, *, Julieder Paulo Rocha 1, * Caracterização, zoneamento e planejamento da propriedade Estância da Colina, Santa Teresa, Espírito Santo, Brasil Characterization, zoning and planning of property Estância da Colina, Santa Teresa, Espírito Santo, Brazil ISSN 1806–7409 Resumo As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) além de preservar as belezas cênicas e os ambientes históricos, assumem cada vez mais papel de destaque na proteção de recursos hídricos, no manejo de recursos naturais, no desenvolvimento de pesquisas cientificas e na manutenção de equilíbrios climáticos e ecológicos. Este estudo foi realizado na propriedade Estância da Colina, situada na comunidade de Rio Saltinho, Santa Teresa/ES. A propriedade possui uma área total de 12,8 ha, dos quais 6,5 ha farão parte da RPPN. Para orientar a criação e condução da RPPN torna-se necessária a caracterização, zoneamento e planejamento da propriedade e o procedimento técnico adotado é a realização de um Zoneamento Ambiental com a aplicação de um Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) nas zonas distintas identificadas com plantios, manejos e anelamentos de exóticas. O PRAD possui como etapas: preparo do terreno, escolha das mudas e plantio no método quincôncio, controle de pragas, irrigação e outros tratos culturais. Com a recuperação da área degradada, o proprietário contribui na conservação da fauna, da flora e dos recursos hídricos, além de usufruir dos recursos com a utilização das frutíferas e afins, incentivando assim os demais proprietários que eventualmente se interessam pela conservação local. Palavras-chaves : Unidades de Conservação; Zoneamento Ambiental; Mata Atlântica. Abstract The Private Natural Heritage Reserves (PRNP) in addition to preserving the scenic beauty and historic environments, are increasingly prominent role in the protection of water resources, the management of natural resources, the development of scientific research and in maintaining equilibrium climate and ecological. This study was conducted on the property Estância da Colina, located in the community of Rio Saltinho, Santa Teresa/ES. The property has a total area of 12.8 ha, of which 6.5 ha will be part of PRNP. To guide the design and conduct of the PRNP becomes necessary characterization, zoning and estate planning and technical procedure adopted is conducting an Environmental Zoning with the implementation of a program of Recovery of Degraded Areas (PRAD) in distinct zones identified plantations of exotic managements and annealing. The PRAD has as steps: preparation of the land, choice of seedlings and planting method quincunx, pest control, irrigation and other cultural practices. With the recovery of degraded areas, the owner contributes to the conservation of flora, fauna and water resources, and use of resources with the use of fruit and the like, thus encouraging other owners who eventually interested in local conservation. Keywords: Conservation Units; Environmental Zoning; Atlantic Forest. Introdução A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) representa uma unidade de conservação privada, reconhecida pelo poder público, gravada com perpetuidade a partir de um ato voluntário do proprietário da área. O caráter restritivo visa atender ao interesse coletivo em detrimento do individual e seu objetivo principal é conservar a diversidade biológica. Segundo o artigo 225 da Lei n o 9.985, de 18 de julho de 2000 (Regulamenta o art. 225, § 1 o , incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências), diversidade biológica é definida como: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a

Artigo Publicado 2 OLIVEIRA, B. R. Et Al., 2013

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Caracterização, zoneamento e planejamento da propriedade Estância da Colina, Santa Teresa, Espírito Santo, Brasil

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  • 1. Programa de Ps-graduao Lato Sensu em Planejamento e Conservao Ambiental, Escola Superior So Francisco de Assis - ESFA. Rua Bernardino Monteiro, 700 - Dois Pinheiros - Santa Teresa/ES CEP: 29650-000. *Autor para correspondncia: [email protected]

    Copyright jan-mar 2013 do(s) autor(es). Publicado pela ESFA [on line] http://www.naturezaonline.com.brOliveira BR, Rocha JP (2013) Caracterizao, zoneamento e planejamento da propriedade Estncia da Colina, Santa Teresa, Esprito Santo, Brasil. Natureza on line 11 (1): 47-53.

    Submetido em: 12/02/2013 Revisado em: 22/03/2013 Aceito em:27/03/2013

    Brayan Ricardo de Oliveira1,*, Julieder Paulo Rocha1,*

    Caracterizao, zoneamento e planejamento da propriedade Estncia da Colina, Santa Teresa, Esprito Santo, Brasil

    Characterization, zoning and planning of property Estncia da Colina, Santa Teresa, Esprito Santo, Brazil

    ISSN 18067409

    Resumo As Reservas Particulares do Patrimnio Natural (RPPN) alm de preservar as belezas cnicas e os ambientes histricos, assumem cada vez mais papel de destaque na proteo de recursos hdricos, no manejo de recursos naturais, no desenvolvimento de pesquisas cientificas e na manuteno de equilbrios climticos e ecolgicos. Este estudo foi realizado na propriedade Estncia da Colina, situada na comunidade de Rio Saltinho, Santa Teresa/ES. A propriedade possui uma rea total de 12,8 ha, dos quais 6,5 ha faro parte da RPPN. Para orientar a criao e conduo da RPPN torna-se necessria a caracterizao, zoneamento e planejamento da propriedade e o procedimento tcnico adotado a realizao de um Zoneamento Ambiental com a aplicao de um Programa de Recuperao de reas Degradadas (PRAD) nas zonas distintas identificadas com plantios, manejos e anelamentos de exticas. O PRAD possui como etapas: preparo do terreno, escolha das mudas e plantio no mtodo quincncio, controle de pragas, irrigao e outros tratos culturais. Com a recuperao da rea degradada, o proprietrio contribui na conservao da fauna, da flora e dos recursos hdricos, alm de usufruir dos recursos com a utilizao das frutferas e afins, incentivando assim os demais proprietrios que eventualmente se interessam pela conservao local.

    Palavras-chaves: Unidades de Conservao; Zoneamento Ambiental; Mata Atlntica.

    Abstract The Private Natural Heritage Reserves (PRNP) in addition to preserving the scenic beauty and historic environments, are increasingly prominent role in the protection of water resources, the management of natural resources, the development of scientific research and in maintaining equilibrium climate and ecological. This study was conducted on the property Estncia da Colina, located in the community of Rio Saltinho, Santa Teresa/ES. The property has a total area of 12.8 ha,

    of which 6.5 ha will be part of PRNP. To guide the design and conduct of the PRNP becomes necessary characterization, zoning and estate planning and technical procedure adopted is conducting an Environmental Zoning with the implementation of a program of Recovery of Degraded Areas (PRAD) in distinct zones identified plantations of exotic managements and annealing. The PRAD has as steps: preparation of the land, choice of seedlings and planting method quincunx, pest control, irrigation and other cultural practices. With the recovery of degraded areas, the owner contributes to the conservation of flora, fauna and water resources, and use of resources with the use of fruit and the like, thus encouraging other owners who eventually interested in local conservation.

    Keywords: Conservation Units; Environmental Zoning; Atlantic Forest.

    Introduo

    A Reserva Particular do Patrimnio Natural (RPPN) representa uma unidade de conservao privada, reconhecida pelo poder pblico, gravada com perpetuidade a partir de um ato voluntrio do proprietrio da rea. O carter restritivo visa atender ao interesse coletivo em detrimento do individual e seu objetivo principal conservar a diversidade biolgica. Segundo o artigo 225 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000 (Regulamenta o art. 225, 1o, incisos I, II, III e VII da Constituio Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza e d outras providncias), diversidade biolgica definida como:

    a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquticos e os complexos ecolgicos de que fazem parte; compreendendo ainda a

  • 48ISSN 18067409 - http://www.naturezaonline.com.br

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    diversidade dentro de espcies, entre espcies e de ecossistemas.

    A RPPN um instrumento extremamente importante para a conservao da biodiversidade no Brasil e contribui para o aumento das reas protegidas em locais estratgicos, como ecossistemas ameaados, zonas de amortecimento de Unidades de Conservao e/ou mosaicos, colaborando para a constituio de corredores ecolgicos e aumento da conectividade da paisagem e, tambm se apresenta com ntegro propsito social (SEAMA et al. 2010).

    Tendo em vista a importncia socioeconmica da preservao dos recursos naturais, que muito embora renovveis demandem um tempo considervel para que o processo ocorra, notrio que atravs da compreenso do papel da RPPN e da participao civil em sua criao e manejo, fundamenta o exerccio de parte importante da cidadania: as relaes socioambientais (SEAMA et al. 2010).

    Alm de preservar belezas cnicas e ambientes histricos, as RPPN assumem, cada vez mais, papel de destaque na proteo de recursos hdricos, no manejo de recursos naturais, no desenvolvimento de pesquisas cientificas e na manuteno de equilbrios climticos ecolgicos entre vrios outros servios ambientais. Somente permitido o uso da RPPN para pesquisa cientfica e visitao com objetivos tursticos, recreativos e educacionais. Os rgos integrantes do SNUC, sempre que possvel e oportuno, prestaro orientao tcnica e cientfica ao proprietrio da RPPN para a elaborao de um Plano de Manejo ou de Proteo e de Gesto da Unidade (SNUC 2000).

    A possibilidade de constrio de bens particulares para satisfao do interesse pblico remonta-se de tempos longnquos. Desde a edio do antigo Cdigo Florestal de 1934, no qual j estava previsto o estabelecimento de reas particulares protegidas no Brasil. Nesta poca, estas reas eram chamadas de florestas protetoras e, tais florestas permaneciam na posse e domnio do proprietrio e eram inalienveis (ICMbio et. al. 2010).

    Em 1965 foi institudo um novo Cdigo Florestal e a categoria florestas protetoras no foi recepcionada por este instrumento legal. Entretanto, permaneceu a possibilidade do proprietrio de floresta no preservada, nos termos desse novo Cdigo, grav-la com perpetuidade. Isso consistia na assinatura de um termo perante a autoridade florestal e na averbao margem da inscrio no Registro Pblico, conhecido como Reserva Legal (ICMbio et. al. 2010).

    Em 1977, expressivo nmero de proprietrios procurou o IBAMA desejando transformar parte de seus imveis em reservas particulares. Para normatizar os procedimentos foi editada a Portaria 327/77, do extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), criando os Refgios Particulares de Animais Nativos (REPAN). Tal instrumento legal mais tarde foi substitudo pela Portaria 217/88 que deu aos refgios o nome de Reservas Particulares de Fauna e Flora (IBAMA 2004).

    Com essa experincia mostrou-se a necessidade de um mecanismo melhor definido com uma regulamentao mais detalhada para as reas protegidas privadas. Assim, em 1990, surgiu o Decreto n 98.914 regulamentando esse tipo de iniciativa, que em 1996 foi substitudo pelo Decreto n 1.922. Finalmente em 2000, com a nova Lei do Sistema Nacional de Unidade de Conservao

    - SNUC, a RPPN passou a ser considerada como unidade de conservao, integrante do grupo de uso sustentvel (IBAMA 2004).

    Instrumentos importantes para a conservao dos remanescentes da mata atlntica, as RPPN agora so unidades de Proteo Integral no estado do Esprito Santo. A mudana de categoria, antes de Uso Sustentvel, consta na Lei Estadual no 9.505 de 11 de Agosto de 2010, que criou o Sistema Estadual de Unidades de Conservao (SISEUC) do Esprito Santo. Para os ambientalistas, um avano, pois com a alterao, passaram a ser permitidas atividades como pesquisa cientfica, educao ambiental e ecoturismo, deciso que depender da vontade dos proprietrios. Alm de garantir o aumento da vegetao de mata atlntica preservada, a rea protegida garante a manuteno dos processos ecolgicos e a conservao das espcies em longo prazo.

    Considerando que restam apenas 11,07% deste bioma no Estado (SOSMA e INPE 2010), muitos remanescentes situam-se em propriedades particulares, sendo de extrema importncia a participao dos proprietrios de terras na conservao da biodiversidade e dos recursos naturais, particularmente por meio da criao, manuteno e gesto da RPPN. Com o aval do poder pblico para a criao da rea, os proprietrios devem promover a averbao, na matrcula do imvel, registrando no Cartrio de Registro de Imveis a rea do imvel como RPPN, em carter perptuo. Os rgos integrantes do SISEUC, sempre que possvel e oportuno, prestaro orientao tcnica e cientfica ao proprietrio para elaborao de um plano de manejo da unidade.

    A RPPN se apresenta como uma das maiores contribuies que os proprietrios rurais podem dar para a conservao da biodiversidade, as quais devem ser fortalecidas como um instrumento de gesto do patrimnio natural e apoiadas pelo poder pblico (WWF 2010).

    Atualmente existem 37 RPPN localizadas no Esprito Santo, totalizando uma rea de 4.286,19 hectares dessa categoria de Unidade de Conservao, sendo que desse total, atualmente quatro pertencem ao municpio de Santa Teresa (IEMA et al. 2012).

    Visando contribuir com as aes de conservao, o objetivo deste estudo foi fornecer diretrizes para a caracterizao, zoneamento e planejamento visando a criao da futura RPPN Estncia da Colina e a motivao para a criao em propriedades vizinhas, ocasionando assim a diminuio da fragmentao local. Criar uma reserva particular significa assumir um compromisso vitalcio com a conservao da natureza, e seus benefcios so muitos: contribuir para a proteo dos biomas brasileiros e ampliao das reas protegidas no pas; prestar servios ambientais como a proviso de gua, equilbrio climtico, conservao de paisagens e proteger espcies endmicas (cuja ocorrncia restrita a determinada regio), importantes ferramentas na formao de Corredores Ecolgicos.

    Mtodos

    rea de estudoA propriedade Estncia da Colina, onde ser criada a RPPN, localiza-

  • 49ISSN 18067409 - http://www.naturezaonline.com.br

    Oliveira e RochaCaracterizao, Zoneamento e Planejamento da propriedade Estncia da Colina

    se na poro sudeste do municpio de Santa Teresa/ES (coordenadas UTM 24 K 0342030 7795000), na localidade de Rio Saltinho. A propriedade possui uma rea total de aproximadamente 12,8 hectares, dos quais 6,5 hectares faro parte da futura RPPN (Figura 1).

    Figura 1. Localizao da propriedade Estncia da Colina, com indicao dos limites do terreno da futura RPPN em verde, em amarelo, restante da propriedade e em azul sua hidrografia prxima (Fonte: Google Earth, adaptada pelo autor).

    O clima da regio classificado como mesotrmico, com estao seca no inverno e forte pluviosidade no vero, sendo mais ameno nas altitudes em torno dos 600 m. A temperatura mdia anual mxima situa-se em torno de 24C e a mnima em torno 16C, sendo que a mnima pode atingir 10C e a mxima 30C. A precipitao mdia anual da ordem de 1.400 mm. O perodo chuvoso vai de outubro a abril e os menores ndices ocorrem no perodo de maio a setembro. A umidade relativa do ar de 85% (IBAMA 2004).

    O terreno onde se localiza a propriedade possui altitude que varia de 500 a 653 m. Trata-se de uma regio montanhosa e ondulada, que em funo da altitude e do relevo acidentado, com declividade acima de 45% em mais da metade da rea, contribui para a existncia de inmeros pontos panormicos. Os solos predominantes so classificados como Latossolo Vermelho Amarelo Distrfico, com fertilidade variando de mdia a baixa e pH em torno de 4,5 (IBAMA 2004). A rea onde est inserida a rea de estudo faz parte do escudo pr-cambriano brasileiro (Tabacow 1992).

    Devido ao tipo de relevo, os rios do municpio no possuem grandes extenses, por outro lado so encachoeirados com inmeras quedas dgua, o que atrai muitos turistas. Prximo propriedade situam-se o Rio Saltinho, cuja nascente localiza-se na Reserva Biolgica Augusto Ruschi e um crrego de pequena escala, porm no temporrio e afluente do Rio Saltinho (Figura 1).

    A cobertura vegetal classificada como sendo do tipo Floresta Ombrfila Densa Montana (Veloso et al. 1991). As espcies arbreas da regio no atingem grande porte quando comparadas com aquelas presentes em mata de tabuleiro (Floresta Ombrfila Densa de Terras Baixas), em decorrncia das condies de solo de cada tipo de rea

    florestal (IBAMA 2004). Na avaliao da vegetao da propriedade, foram realizados levantamentos floristicos e fitossociolgicos para anlise da composio florestal. Foram coletados materiais botnicos para identificao das espcies e medio do caule de cada indivduo, sendo esses utilizados para averiguao e comprovao do nvel estrutural da floresta, no caso, floresta secundria, pois possui certo nvel de interferncia do homem, no sendo original (Oliveira et al. 2009).

    No entorno do fragmento florestal existe principalmente cultivo de caf, banana e eucalipto. Segundo relatos locais e do proprietrio, a rea nunca sofreu ao de desmatamento, e a eventual degradao devido s intempries (ventos fortes e chuvas constantes) resultando na queda de rvores de grande porte, ocasionando a abertura de clareiras e bordas, oferecendo assim condies favorveis presena de lianas e pioneiras (Cavalcante et al. 2000).

    At o presente momento no foram realizadas pesquisas relacionadas fauna na propriedade, entretanto h relatos de espcies j vistas envolvendo aves raras (Tucano) e animais ameaados de extino (Preguia de Coleira).

    Caracterizao da rea do entornoA propriedade possui grande importncia no contexto regional, por

    situar-se em rea prioritria para conservao, compreendida pelo mini-corredor prioritrio Centro-Norte-Serrano e na Zona de amortecimento da Reserva Biolgica (ReBio) Augusto Ruschi, alm de encontrar-ser prxima da Estao Ecolgica de Santa Lcia e da rea de Proteo Ambiental (APA) do Goipaba-a e existirem outras RPPN nas proximidades.

    Possibilidades de conectividadeExiste a possibilidade de criao de um corredor ecolgico

    que ligar a RPPN Estncia da Colina aos fragmentos florestais da propriedade vizinha que, por sua vez, faz conexo com a Reserva Biolgica Augusto Ruschi (Figura 2).

    Figura 2. Ilustrao da rea recomendada para criao de um corredor ecolgico. Em Branco, a rea destinada criao da RPPN, em Azul, o fragmento florestal da propriedade vizinha e em Verde, a rea recomendada para o corredor ecolgico (Fonte: Google Earth, adaptada pelo autor).

  • 50ISSN 18067409 - http://www.naturezaonline.com.br

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    Resultados e discusso

    Planejamento Tcnico: ZoneamentoSaliente-se que Zoneamento a definio de setores ou

    zonas em uma unidade de conservao com objetivos de manejo e normas especficas, com o propsito de proporcionar os meios e as condies para que todos os objetivos da unidade possam ser alcanados de forma harmnica e eficaz (SNUC 2000).

    A rea destinada RPPN Estncia da Colina permite a delimitao de 3 zonas distintas: Zona de recuperao (1, 2 e 3), Zona de transio e Zona de proteo (Figura 3).

    Figura 3. Representao grfica da diviso das zonas: Zona de Proteo (verde), Zona de transio (rosa), Zona de recuperao 1 (amarelo), Zona de Recuperao 2 (azul) e Zona de Recuperao 3 (vermelho) (Fonte: Google Earth, adaptada pelo autor).

    A zona de proteo contem reas inalteradas, ou seja, possui maior grau de integridade e destinam-se essencialmente conservao da biodiversidade. Ela possui aproximadamente 2,30 hectares, localizando-se numa encosta com alto ndice de declividade, sendo limtrofe de um curso dgua e de um fragmento florestal de outra propriedade.

    Com aproximadamente 1,55 hectares e correspondendo a uma faixa de vegetao cuja funo bsica fazer o amortecimento encontra-se a zona de transio. Constitui-se numa faixa de proteo que pode absorver os impactos provenientes da rea externa e que poderiam resultar em prejuzo aos recursos da RPPN, neste caso devido proximidade com a rodovia.

    A zona de recuperao se enquadra nessa classificao devido ao elevado grau de alterao, nesse caso, o plano de manejo definir aes de recuperao. A recuperao ser induzida com a

    elaborao e execuo de um PRAD (Programa de Recuperao de reas Degradadas), a partir da indicao de pesquisas e estudos na zona de recuperao 1 com aproximadamente 1,35 hectares e na zona de recuperao 3 com aproximadamente 0,30 hectares.

    Atualmente nessas zonas existem plantios de caf e banana abandonados, sendo restabelecida de forma natural uma capoeira. Nelas ser permitida a visitao, desde que as atividades no comprometam a sua recuperao. Ela temporria, pois, uma vez recuperada, deve ser reclassificada.

    Na zona de recuperao 2 que possui aproximadamente 1 hectare, ser utilizada a tcnica de anelamento em eucalipto, que aps a secagem serviro de poleiros naturais.

    PRAD: Programa de Recuperao de reas DegradadasA tcnica que ser utilizada nas zonas de recuperao 1 e 3

    (Figura 3), compreende o plantio de mudas de espcies nativas regionais, frutferas e no frutferas de preenchimento e de diversidade sob a forma de quincncio, no qual uma muda de espcie no pioneira fica no centro de um quadrado formado por quatro mudas de espcies pioneiras em cada ngulo de 90.

    Portanto, a metodologia guarda consonncia com Rodrigues Brancalion e Isernhagen (2009, p. 71):

    Dois grupos funcionais foram ento definidos: o grupo das espcies de preenchimento, que a pleno sol apresentem simultaneamente rpido crescimento e produzem grande cobertura do solo, e o grupo das espcies de diversidade, que no apresentam espontaneamente as duas caractersticas do grupo anterior, mas renem muitas espcies que tm comportamentos sucessionais distintos (pioneiras, secundrias iniciais e clmax) garantindo o processo de sucesso florestal.

    Tambm sero empregadas espcies nativas frutferas para atrair a fauna do entorno com o intuito de dispersar sementes. O PRAD detalhado encontra-se em seqncia.

    Preparo do TerrenoA limpeza da rea ser realizada com uma roada seletiva nas

    entrelinhas com o intuito de rebaixar a vegetao e no deixar o terreno totalmente exposto.

    As covas sero feitas com o auxlio de enxado, em nvel e em quincncio, nas dimenses de 0,40x 0,40 x 0,40 m, com o espaamento de 2,0 x 3,0 m. A adubao no momento do plantio de suma importncia para que a muda enraze mais facilmente no novo local, assim sero usados os seguintes produtos por cova: 100 g de NPK (04-14-08), 300 g de calcrio e 300 g de Super Fosfato Simples.

    O controle de formigas cortadeiras ser realizado aproximadamente 15 dias aps a roada manual com o uso de iscas granuladas, a razo de 10 g/m de formigueiro, em dias no chuvosos e com baixa umidade relativa do ar. O trabalhador dever utilizar um

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    Oliveira e RochaCaracterizao, Zoneamento e Planejamento da propriedade Estncia da Colina

    dosador padro, de modo a aplicar de forma correta a referida isca. A rea de controle deve, obrigatoriamente, exceder prximo de 20% do total, a fim de se criar um sistema de defesa.

    PlantioO plantio ser feito em quincncio, obedecendo a um

    espaamento de 2,0 x 3,0m, demandando de 2750 plantas para os 1,65 hectares. Ser realizado nos meses de julho a setembro por possurem os maiores ndices de precipitao pluviomtrica na regio. Saliente-se que 1375 indivduos sero espcies de preenchimento e 1375 sero espcies de diversidade, envolvendo no mnimo 30 espcies/ha.

    As mudas devero ser misturadas j nas prprias caixas de plantio. Ser usado o Hidrogel para o plantio com a finalidade de aumentar a capacidade de reter e disponibilizar gua para os cultivos agrcolas, ajudando no armazenamento de gua do solo onde os hidrogis so adicionados. Para mudas de espcies nativas sero usados 2,5 g/cova de hidrogel hidratado em 500 ml de gua.

    Para as Zonas de Recuperao 1 e 3 que totalizam 1,65 hectares, escolheu-se 30 espcies nativas para a recuperao, sendo 9 espcies de preenchimento e 21 de diversidade. Sero 2750 mudas mais 20% que sero usadas para o replantio chegando-se a um total aproximado de 3300 mudas. Das espcies usadas para a recuperao, algumas sero para sombreamento e outras para atrair a fauna local (Tabelas 1 e 2).

    IrrigaoDevido ao plantio ser feito no perodo chuvoso e com hidrogel,

    a freqncia de irrigao usada ser de 3 meses. Se for necessrio irrigar, ser utilizada a captao de gua por gravidade no Rio Saltinho.

    ManutenoNessa fase sero realizados tratos culturais que se iniciam no

    ms seguinte ao plantio por se tratar de um perodo chuvoso, o que favorece o crescimento acelerado de plantas daninhas. Ser feito o

    Nome popular Nome cientifico Quantidade

    Aroeira-pimenteira Schinus terebinthifolius Raddi 183

    Candiva Trema micrantha (L.) Blum. 183

    Fruto-de-sabi Acnistus arborescens (L.) Sendtn. 183

    Ing Inga vera Willd. 183

    Ing-feijo Inga marginata Willd. 183

    Pau-cigarra Senna multijuga (Rich.) Irwin et Barn. 183

    Tapi Alchornea triplinervia (Sprengel). Mll. Arg. 183

    Tapi 2 Alchornea glandulosa Endl. & Poeppig 183

    Tribuquina Solanum pseudoquina A.St.-Hil 186

    Total de mudas: 1650 mudas

    Tabela 1 Espcies de mudas nativas usadas para o preenchimento das Zonas de Recuperao 1 e 3 (PMA 2011).

    coroamento (1 m de dimetro) e, se necessrio, uma roada, alm do combate s formigas. No segundo ms aps o plantio repete-se a mesma seqncia de tratos culturais da primeira manuteno, incluindo a adubao de cobertura de 50 g/cova com o fertilizante NPK 20-00-20. No terceiro ms aps o plantio repete-se a mesma seqncia de tratos culturais da primeira manuteno, incluindo o replantio, que dever ser feito at 90 dias aps o plantio e se resguardando para esse fim 20% do total utilizado no plantio. As embalagens plsticas das mudas utilizadas durante as atividades de plantio / replantio tero que ser recolhidas.

    As prximas manutenes a partir da terceira devero observar o intervalo de 3 em 3 meses at completar o primeiro ano. Para o segundo ano deve ser seguido o intervalo de 4 em 4 meses. J para o terceiro e quarto ano deve ser seguido o intervalo de 6 em 6 meses. Sendo estabelecido como tratos culturais padro, os da primeira manuteno.

    Anel de Malpighi ou AnelamentoNa zona de recuperao 2 ser utilizada a tcnica do Anel de

    Malpighi ou Anelamento, que possibilita a eliminao de rvores para restaurao natural. Para tanto, deve ser retirada uma poro externa da seo transversal onde se encontra o floema (casca), impedindo assim a conduo de seiva elaborada para as razes da planta. Aps algum tempo esse indivduo morre e cai, desencadeando o processo de regenerao natural da rea. A tcnica tem sido usada especialmente na remoo de eucalipto em reas que se deseja recuperar com espcies nativas.

    Dever ser induzida a morte da espcie, mas sem a sua derrubada, para que a mesma possa servir de poleiro seco e assim criar locais para facilitar o pouso de aves e morcegos, no sentido de intensificar a chuva de sementes nas reas em restaurao. Por meio da chuva tambm ser formado o banco de sementes da rea (Reis 2003).

    Resultados Esperados com o PRADDevido presena de arbustos cafeeiros e algumas bananeiras

  • 52ISSN 18067409 - http://www.naturezaonline.com.br

    Oliveira e RochaCaracterizao, Zoneamento e Planejamento da propriedade Estncia da Colina

    Nome popular Nome cientfico Quantidade

    Pau magro Cupania oblongifolia Mart. 79

    Ip amarelo Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A. DC.) Standl. 79

    Quaresmeira Tibouchina granulosa Aubl. 79

    Embaba Cecropia pachystachya Trec. 79

    Pau dalho Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms. 79

    Angico Anadenanthera peregrina (L.) Speng. 79

    Farinha seca Pterygota brasiliensis (Fr. All.) K. Schum 79

    Brana Melanoxylon brauna Schott. 79

    Peroba Paratecoma peroba (Record & Mell - Kuhlm.) 79

    Pau viola Cytharexyllum myranthum Cham. 79

    Jatob Hymenaea courbaril L. var. stilbocarpa (Hayne) Lee et Lang. 79

    Virola Virola gardneri (A.DC.) Warb. 79

    Pau ferro Caesalpinia ferrea Mart ex Tul. 79

    Urucum do mato Bixa arborea L. 79

    Jenipapo Genipa americana L. 79

    Acerola Malpighia emarginata M. glabra 79

    Pitanga Eugenia uniflora L. 79

    Abiu Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. 79

    Sapucaia Lecythis pisonis CAMBESS 79

    Ara Psidium cattleianum L. 79

    Jabuticaba Myrciaria trunciflora (Berg). 70

    Total de mudas: 1650 mudas

    Tabela 2. Espcies de mudas nativas usadas para diversidade das Zonas de Recuperao 1 e 3 (PMA 2011).

    nas Zonas de recuperao 1 e 3, que ajuda na proteo superficial do solo, espera-se que aps quatro anos de implantao, as rvores estejam todas formadas. Como a RPPN Estncia da Colina situa-se prxima a um centro de ensino (ESFA), poder ser usada como fonte de pesquisas e educao ambiental, alm da possibilidade de conectividade com o fragmento de mata prximo propriedade, que possui ligao direta com a Reserva Biolgica Augusto Ruschi, tornando possvel o fluxo da fauna na propriedade local.

    Quem cria uma RPPN tem iseno do ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) para a rea declarada, pode encaminhar projetos, com o apoio de ONGs, para o Fundo Nacional do Meio Ambiente, para financiar a manuteno da reserva e tem prioridade na concesso de crditos agrcolas. Tudo isso vem ajudando nas perspectivas de conservao e na adequao de proprietrios na criao dessa categoria de Unidade de Conservao. Para fortalecer a futura RPPN Estncia da Colina, a mesma ser inserida na Associao

    Capixaba do Patrimnio Natural (ACPN).A iniciativa na criao de reas particulares protegidas para

    a conservao da natureza e da diversidade biolgica demonstra o crescimento da conscientizao de responsabilidade socioambiental que todos precisam ter pelo bem do planeta e das futuras geraes.

    Criar uma RPPN de suma importncia para proprietrios de terra que visam conservao da natureza, no s a do terreno que dono, mas a que encontra-se a sua volta. Todo proprietrio consciente quanto conservao sabe que a proteo e at mesmo a recuperao de reas degradadas so obras que no somente estaro em prol da sua propriedade, mas de toda a sociedade que a cerca. A propriedade Estncia da Colina possui mata que j foi tocada pelo homem, mas que pode ser recuperada e expandida para conexo com as propriedades vizinhas, ajudando assim a fauna e a flora, alm da proteo dos rios e crregos que passam por ali, resguardando assim a prpria gua que poder ser til ao dono da terra.

  • 53ISSN 18067409 - http://www.naturezaonline.com.br

    Oliveira e RochaCaracterizao, Zoneamento e Planejamento da propriedade Estncia da Colina

    Com a recuperao da rea degradada pelo PRAD, o dono da propriedade no somente contribuir para a conservao da fauna, flora e recursos hdricos, mas tambm poder usufruir de tais recursos, com a utilizao das frutferas e afins, dessa maneira gerando tambm um incentivo aos demais proprietrios que se interessam na conservao local.

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