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INTERNET LATENT CORPUS JOURNAL vol. X N. X (2012) ISSN 1647-7308

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- 1 – E-PORTEFÓLIOS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA ARTUR RAMÍSIO, ALDINA RODRIGUES

___________________________

Artur Ramísio, aluno do Programa Doutoral em Multimédia em Educação, Universidade de Aveiro, 3770-059 Oiã, Portugal. E-

mail: artur.ramisio @ua.pt

Aldina Rodrigues, aluna do Programa Doutoral de Didática e Formação, Universidade de Aveiro, 3810-193, Aveiro, Portugal.

E-mail: [email protected]

E-PORTEFÓLIOS NO ENSINO E

APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA Artur Ramísio, Aldina Rodrigues

Abstract: This study is an analysis of e-Portfolios for students and teachers of different educational levels, accessible

on the Internet in order to understand how they are used in teaching and learning of mathematics in the areas of

reflection, collaboration / cooperation and updating it over time. The results indicate that there are few online e-Portfolios

in Mathematics, which are reduced to reflect the practices and collaboration, and that in many cases their use is not

systematic and persistent. The study considers that there is more information and training leading to promotion of e-

Portfolios as a resource for teaching and learning in order to get more out of their educational potential. The study also

shows lines of research to be undertaken on the use of e-Portfolios as an educational resource of the future, particularly

in the areas of personalization, collaboration and learning throughout life.

Resumo: O presente estudo consiste numa análise de e-Portefólios de alunos e professores, de diferentes níveis de

ensino, acessíveis na Internet, tendo em vista compreender como estes são utilizados no âmbito do ensino e da

aprendizagem de Matemática, nos domínios da reflexão, da colaboração/cooperação e da sua atualização ao longo do

tempo. Os resultados indiciam que há poucos e-Portefólios online no âmbito da Matemática, que são reduzidas as

práticas de reflexão e de colaboração, e que em muitos casos a sua utilização não é sistemática e persistente. O

estudo considera necessário que haja mais informação e formação conducente à promoção dos e-Portefólios como

recurso de ensino e aprendizagem, de modo a obter mais proveito das suas potencialidades educativas. O estudo

aponta, ainda, linhas de investigação a desenvolver sobre a utilização dos e-Portefólios como recurso educativo do

futuro, nomeadamente nos domínios da personalização, da colaboração e da aprendizagem ao longo da vida.

Keywords: e-Portefólios, portefólios digitais, Webfólio, Matemática, ensino e aprendizagem da Matemática.

—————————— Ж ——————————

artindo da convicção de que a utilização de e-Portefólios é uma estratégia educativa com

grandes potencialidades ao nível do desenvolvimento de práticas reflexivas e

colaborativas, com o presente estudo pretende-se, a partir da averiguação sobre o modo

como os e-Portefólios online estão a ser utilizados por professores e por alunos no

ensino e aprendizagem de Matemática, contribuir para o aumento e melhoria da sua utilização

no âmbito dessas práticas. Simultaneamente, pretende-se ainda averiguar aspetos indiciadores

das motivações subjacentes à utilização dos e-Portefólios online.

Este estudo justifica-se pelo reconhecimento de que as potencialidades educativas dos e-

Portefólios podem ser aumentadas se estes estiverem online, sendo possível, desse modo, nos

processos de aprendizagem (formais, não formais ou informais), tirar melhor partido da

quantidade, sempre crescente, de informação e das suas fontes, disponibilizadas no

ciberespaço.

P

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- 2 – E-PORTEFÓLIOS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA ARTUR RAMÍSIO, ALDINA RODRIGUES

A UTILIZAÇÃO DOS E-PORTEFÓLIOS EM CONTEXTO EDUCACIONAL

O e O e-Portefólio1, tal como o portefólio tradicional que em que se baseia, é constituído

por um conjunto de trabalhos que fazem o registo de um determinado percurso do seu autor,

significando a letra “e” o facto de ser um artefacto eletrónico do âmbito das tecnologias digitais.

Em contexto educativo, como o define Barrete (2006), o e-Portefólio é uma seleção de

materiais que o aluno recolheu, selecionou e que sobre eles tem a possibilidade de refletir e de

transformar numa mostra da evolução dos seus conhecimentos.

De entre os vários tipos de portefólios/e-Portefólios, destacam-se os de apresentação,

pelo seu propósito de ilustrar competências através da evidenciação dos melhores trabalhos;

os de desenvolvimento, por permitirem o realce de evoluções, por exemplo, de aprendizagens;

os de avaliação formativa e/ou sumativa, através de artefactos demonstrativos de

competências, habilidades e reflexões. (Johnson e Doyle, 2006; Bernardes e Miranda, 2003).

Em contexto educacional, os e-Portefólios podem ser focados na escola, com o objetivo

de apresentar e divulgar a própria instituição, nos alunos, como estratégia promotora de

aprendizagens e da sua avaliação, e nos professores, como instrumento ou processo de

desenvolvimento profissional e/ou da avaliação do seu desempenho (Lorenzo e Ittelson, 2005).

Podendo ser uma coleção em diferentes formatos (gráfico, vídeo, áudio e hipermédia),

os e-Portefólios educativos possibilitam que “os alunos, à medida que constroem a sua

colecção, tenham a oportunidade em analisarem o seu trabalho e de porem em prática, com a

ajuda do feedback fornecido pelo professor, as suas capacidades (…), tornando-se estudantes

mais autónomos e responsáveis quer pela sua aprendizagem quer pela sua avaliação” (Alves &

Maria João, 2007, p. 2).

Para Scallon (2003, apud Alves, 2007), os portefólios são instrumentos de aprendizagem

e de avaliação que se fundamentam na capacidade metacognitiva e de autorregulação,

expressas no envolvimento do aluno na reflexão e autoavaliação da sua aprendizagem,

produzindo o desenvolvimento de ações visando a sua melhoria.

Além disso, o portefólio/e-Portefólio facilita a regulação das atividades de ensino e de

aprendizagem entre professor e aluno, dado que através do seu exame regular é possível fazer

os ajustes que em cada momento são vistos como necessários (Asturias, 1994, Garrison

(1999). Esta faculdade é acrescida quando os e-Portefólios se apoiam na Web e as condições

de acesso à tecnologia são adequadas, refletindo-se, por exemplo, na “possibilidade de um

muito frequente e célere feedback entre o professor e o aluno”, em “momentos de partilha e

colaboração entre (…) alunos (…) ou entre uma comunidade de aprendizagem mais alargada,

privilegiando a motivação do aluno e o seu envolvimento na construção do seu conhecimento”

(Barca et al., 2007, p. 1036-1037).

A utilização dos e-Portefólios na Internet leva a que possam ser descritos como

documentos digitais “com caraterísticas fluidas e multimodais” (Barbas, 2010, p. 17), por um

lado porque passam a fazer parte dos fluxos de informação “que navegam pelas redes e nós

que compõem a geografia do espaço Internet” (Barbas, 2010, p. 25) e, por outro lado, porque

os diferentes formatos através dos quais é possível interagir (síncrono, assíncrono e híbrido)

1 Passamos a adotar o termo e-Portefólio para todas as situações que o conceito abarque.

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- 3 – E-PORTEFÓLIOS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA ARTUR RAMÍSIO, ALDINA RODRIGUES

facilitam modos de aprendizagem que tanto podem ser formais como não formais (Barbas,

2010, apud Ferrão Tavares, 2005).

Neste contexto em que a aprendizagem “não depende unicamente da perícia

tecnológica”, mas também da capacidade para “aprender a aprender, já que a maior parte da

informação se encontra online, e do que realmente se necessita é de habilidade para decidir o

que queremos procurar” (Castells, 2004, p. 299-300), os e-Portefólios, pelo conjunto de

caraterísticas que lhe são intrínsecas, entre as quais a de reflexão, é um instrumento

privilegiado para desenvolver uma “nova aprendizagem (…) orientada para o desenvolvimento

da capacidade educativa que permite transformar a informação em conhecimento e o

conhecimento em acção” (Dutton, 1999, apud Castells, 2004, p. 300).

Os e-Portefólios podem, assim, influenciar positivamente as formas como se ensina, se

aprende e se avalia, dando origem a uma outra visão dos processos de aprendizagem, na qual

os conhecimentos se vão construindo individualmente ao ritmo de cada um e ao mesmo tempo

em conjunto, valorizando experiências, intuições e saberes de cada aluno e superando

dificuldades através de uma maior motivação. Deste modo, os e-Portefólios, além de

instrumentos de aprendizagem que potenciam a construção de conhecimento, são também

uma estratégia de avaliação de caráter formativo, dada a possibilidade de, através deles, cada

indivíduo se poder apropriar de modo próprio da informação e dessa forma reconstruir os seus

conhecimentos prévios (Sá-Chaves, 2005).

Os e-Portefólios propiciam ainda a aplicação de práticas de avaliação baseadas em

fontes mais diversificadas, ou seja, podem servir como instrumentos de aprendizagem e

simultaneamente de avaliação, evitando que esta se cinja apenas aos testes que

tradicionalmente se efetuam no final de cada matéria lecionada (Barca, 2007). Estas

potencialidades fazem com que sejam cada vez mais utilizados em diversos níveis de ensino

como estratégia de aprendizagem e instrumento de avaliação, bem como “no desenvolvimento

profissional dos professores, especialmente como actividade reflexiva da prática pedagógica”

(Barca et al., 2007, p. 1036).

O conceito de reflexão associado ao e-Portefólio é uma das suas mais importantes

componentes, devendo “acompanhar os trabalhos ou realizações produzidas pelo seu autor”

na medida em que é através dela que efetua a seleção dos seus conteúdos e, no caso de ser

aluno, que “toma consciência dos seus progressos” (Monteiro, 2008, p. 67). Ou seja, para que

o e-Portefólio seja uma seleção criteriosa de conteúdos, é necessário que haja um processo

de permanente autorreflexão e tomada de decisão relativamente aos critérios e à

seleção a proceder.

OBJETIVOS DO ESTUDO E QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO

Como contributo para a melhoria da qualificação tecnológica escolar e profissional de

alunos e de professores, este estudo está em correspondência com as orientações

preconizadas pela “Agenda Digital 2015” que, entre outros aspetos, tem por objetivos promover

o acesso e desenvolvimento de competências para o uso das tecnologias digitais. Tal como se

enquadra, igualmente, numa perspetiva de desenvolvimento de processos de aprendizagem,

de modo a que respondam de forma adequada às alterações que ocorrem no mundo e às

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- 4 – E-PORTEFÓLIOS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA ARTUR RAMÍSIO, ALDINA RODRIGUES

exigências do futuro, as quais se preveem pautadas pela omnipresença das tecnologias digitais

e pela visão da aprendizagem como um processo a ser desenvolvido ao longo da vida de

forma personalizada, colaborativa e informalizada (Redecker et al., 2011). Para esta

aprendizagem do futuro, o e-Portefólio é considerado como uma das ferramentas tecnológicas

que reúne as caraterísticas mais adequadas.

Neste contexto, o estudo tem como objetivo explorar e descrever o modo como os e-

Portefólios online estão a ser utilizados relativamente às suas caraterísticas reflexivas e

colaborativas, por professores e por alunos no ensino e na aprendizagem de Matemática, e

procura ainda identificar aspetos relacionados com o interesse e a motivação subjacentes à

criação e utilização dos e-Portefólios estudados.

Pretende-se, com este conhecimento, contribuir para o incremento de medidas que

possam estimular a utilização de e-Portefólios nos processos de ensino e aprendizagem, bem

como apontar linhas de investigação futura.

A escolha, para tema de estudo, dos e-Portefólios online no âmbito do ensino e

aprendizagem de Matemática, corresponde, por um lado, a interesses e motivações

relacionados com as áreas de ensino dos autores (Informática e Matemática) e, por outro lado,

à convicção de que os e-Portefólios possuem potencialidades pedagógicas que justificam a

promoção da sua utilização em processos educativos e formativos.

Definido o problema de investigação, “primeiro e vital passo” para tornar “explícita a área

de investigação” (Souza & Souza, 2011, p. 2), bem como a metodologia a seguir, tivemos em

consideração que, em investigações qualitativas, parte do seu planeamento deve ser destinado

a tentar perceber quais as questões mais importantes a que a investigação deve responder,

sem presumir que à partida já se sabe o suficiente para identificar as que são mais importantes

(Bogdan, 1994).

Assim, no sentido de definirmos “a abrangência do corpus de dados” para dar resposta

ao problema sem que a investigação se perca “com «acessórios»” (Souza & Souza, 2011, p.

2), partimos para a realização de um primeiro levantamento de e-Portefólios alojados na

Internet, com a finalidade de, através do contato com os e-Portefólios encontrados nessa

navegação, recolhermos a informação necessária para a definição das questões pertinentes

para a investigação.

Nesse sentido, atendendo a que os dados disponíveis no corpus latente na Internet

constituem por natureza uma potencial fonte de informação para a formulação das questões de

investigação, realizámos “leituras flutuantes” (Souza & Souza, 2011, p. 3) por um alargado

número de locais da Web, na procura de maior massa crítica de e-Portefólios relacionados com

a Matemática.

No passo seguinte, com o objetivo de obtermos respostas esclarecedoras e importantes

para o estudo, a partir da informação recolhida elencámos um conjunto alargado de perguntas

possíveis de serem formuladas no âmbito da investigação. Deste conjunto alargado de

hipóteses, selecionámos as seguintes questões respeitantes aos e-Portefólios online de

professores e de alunos, no âmbito do ensino e da aprendizagem de Matemática:

1. Os e-Portefólios online dos alunos e dos professores são reflexivos?

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- 5 – E-PORTEFÓLIOS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA ARTUR RAMÍSIO, ALDINA RODRIGUES

2. Os e-Portefólios online dos alunos e dos professores são colaborativos ou

manifestam essa intenção?

3. Os e-Portefólios online dos alunos e dos professores revelam interesse e

motivação na sua utilização?

METODOLOGIA

Nos estudos de natureza qualitativa, as preocupações da investigação são orientadas

para a procura de significados pessoais, para o estudo das interações entre indivíduos e entre

estes e os contextos, assim como para a compreensão de formas de pensar, atitudes e

perceções. Implica, por isso, que o investigador tenha uma visão holística que favoreça a

obtenção dos dados necessários para fundamentar a narrativa relacionada com o fenómeno

em estudo (Denzin e Lincoln, 2000, Bogdan & Bilken, 1994).

Neste sentido, o paradigma escolhido para o presente estudo é qualitativo ou

interpretativo, na medida em que, como define Coutinho (2011), procura obter a compreensão

e o significado do fenómeno que é estudado, para, de forma indutiva, construir uma teoria que

o explique, num processo que conduz “à produção de um ‘outro’ tipo de conhecimento” (Shaw,

1999, apud Coutinho, 2011, p. 17).

A utilização, a nível conceptual, do método indutivo para responder às questões de

investigação em torno da utilização de e-Portefólios online de professores e alunos, insere-se

na perspetiva de tentar “compreender a situação sem impor expectativas prévias ao fenómeno

estudado” (Mertens, 1997, apud Coutinho, 2011, p. 26).

No início do estudo optámos por efetuar uma revisão de literatura, com o objetivo de

munir a investigação com uma teoria prévia para “fornecer a direcção ao estudo” (Meirinhos &

Osório, 2010, p 7), ao mesmo tempo que realizávamos uma pesquisa alargada de dados com

vista a fornecer a informação necessária à construção das questões de investigação.

Elaboradas as questões de investigação, demos início a uma nova fase de pesquisa

direcionada para a recolha de dados, orientada pelas questões de investigação entretanto

definidas.

Durante o processo de recolha de dados a par das nossas interpretações dos e-

Portefólios analisados, procurámos registar diversos pormenores observáveis, como, por

exemplo, indícios que pudessem revelar o interesses e motivações subjacentes a cada e-

Portefólio, com a finalidade de tornar mais rigorosa e rica a análise dos dados e “ilustrar e

substanciar” (Rausch, 2007) a sua posterior apresentação.

O procedimento de recolha de dados adotado na investigação foi o da análise, na

medida em que, mais do que notações e descrições dos objetos alvo da investigação, os

investigadores procuraram “…inferir traços, significados e relações” (Charles, 1998, apud

Coutinho, 2011, p. 100), orientados pelos objetivos específicos traçados para o estudo. Estes

dados foram primeiramente registados numa grelha criada para o efeito numa folha de cálculo

e, posteriormente, foram transpostos para o programa WebQDA, software de apoio à análise

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de dados qualitativos, "desde a fase da recolha de dados, até à fase da escrita das conclusões”

(Souza, Costa, & Moreira, 2011, p. 2).

ANÁLISE DOS DADOS

Foram analisados 30 e-Portefólios, 19 de alunos e 11 de professores, tendo os dados

recolhidos sido registados numa tabela onde constavam as referências definidas para guiar a

investigação, tais como, os sujeitos da investigação (alunos e professores), evidências de

atividades reflexivas e de colaboração/cooperação e, ainda, aspetos indiciadores do interesse

e da motivação colocados na utilização dos e-Portefólios estudados, como, por exemplo, se

são ou não utilizados de forma sistemática e persistente.

A população alvo do estudo é constituída pelos alunos e professores que, em Portugal,

utilizam e-Portefólios online no ensino e aprendizagem de Matemática.

O corpus de dados é probabilístico, sendo constituído pelo conjunto de indivíduos/e-

Portefólios que, de uma forma aleatória, foram localizados na navegação efetuada na Internet.

Esta navegação foi realizada através do motor de pesquisa Google e orientada pelas palavras-

chave: “e-Portefólio”, “portefólio”, “portefólios digital” e “Webfólio”, conjugadas com a palavra

“Matemática”. Na dimensão do corpus de dados procurou-se atingir o número e-Portefólios

considerado necessário para credibilizar os resultados da investigação2.

Com a “leitura flutuante”3 dos dados recolhidos e da sua codificação no programa

informático WebQDA, sobressaiu informação que considerámos relevante para descrever o

fenómeno em estudo, da qual, em conformidade com as questões de investigação, resultou a

definição das seguintes categorias de análise:

Os e-Portefólios dos alunos são utilizados de forma reflexiva ou somente como

repositórios de conteúdos?

Os e-Portefólios dos professores são utilizados de forma reflexiva ou somente

como repositórios de conteúdos?

Os e-Portefólios dos alunos são utilizados de forma colaborativa ou manifestam

esse propósito?

Os e-Portefólios dos professores são utilizados de forma colaborativa ou

manifestam esse propósito?

Os e-Portefólios dos alunos são utilizados de forma sistemática e persistente

revelando interesse e motivação dos seus autores?

2 Coutinho (2011, p. 93) refere que “amostras inferiores a 30” podem “comprometer os

resultados da investigação.”

3 Nome dado às primeiras leituras dos materiais recolhidos durante o processo de recolha de

dados com a finalidade de fazer emergir as primeiras explicações do fenómeno observado

(Bardin, 1997, apud Coutinho, 2011).

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Os e-Portefólios dos professores são utilizados de forma sistemática e

persistente revelando interesse e motivação dos seus autores?

Na definição das categorias procurámos assegurar que estas possuem as qualidades de

exclusão mútua, homogeneidade, pertinência e objetividade/fidelidade.

Assim, cada um dos três elementos associados aos sujeitos da investigação (alunos e

professores) só existe numa categoria; cada categoria só contém uma das caraterísticas:

reflexividade, colaboração e utilização sistemática e persistente dos e-Portefólios; as categorias

são pertinentes dado que correspondem aos objetivos da pesquisa de conhecer o modo como

os e-Portefólios são utilizados por professores e por alunos no ensino e aprendizagem de

Matemática no que concerne à reflexão, à colaboração e à sua utilização regular e sistemática;

a objetividade e fidelidade na definição das categorias é de modo a que outros pesquisadores

possam chegar aos mesmos resultados.

RESULTADOS

Como é salientado por Amado (2009), na investigação interpretativa, mais do que

“generalizar”, o principal interesse é o de “particularizar” (p. 73), sendo nesse sentido que

procuramos interpretar os dados, procurando encontrar a sua relação com os sujeitos da

investigação e com cada uma das dimensões de análise.

Deste modo, a interpretação dos dados referentes à questão: “Os e-Portefólios online

dos alunos e dos professores são reflexivos?”, permite chegar aos seguintes resultados nas

respetivas categorias de análise:

Na resposta à pergunta: “Os e-Portefólios dos alunos são utilizados de forma reflexiva ou

somente como repositórios de conteúdos?”, verificamos que só menos de metade dos alunos

(42%) efetua algum tipo de reflexão e que a maioria apenas utiliza os e-Portefólios como

repositórios de conteúdos. Alguns exemplos: “O plano de trabalho proposto para esta sessão

consistia na aplicação de um programa, que bem explorado, tem potencialidades para tornar

mais agradável a interiorização de alguns temas da Matemática” (formando em curso de

formação); “Este primeiro período correu bem (…). Penso que a maneira como são lecionadas

as aulas facilitam a aprendizagem dos conteúdos (…), uma vez que não há nada melhor do

que a resolução de exercícios para pôr os conhecimentos adquiridos em prática” (aluna do

Ensino Secundário); “A minha disciplina preferida é Matemática. O meu jogo favorito agora é a

macaca" (aluna do 1º Ciclo).

Na resposta à pergunta: “Os e-Portefólios dos professores são utilizados de forma

reflexiva ou somente como repositórios de conteúdos?”, constatamos que um pouco mais de

metade (54,5%) contêm registos de reflexão sobre conteúdos relacionados não só com a

Matemática mas também sobre outros assuntos, como, por exemplo, a lecionação de aulas e o

próprio meio onde estão a exercer a docência. Alguns exemplos: “…penso ser importante a

abordagem de aspetos relacionados com a História da Matemática, de modo a evidenciar a

construção da Matemática ao longo dos tempos”; “…um dos meus maiores receios na prática

do ensino, centrava-se no controlo da turma, quanto à disciplina a ser mantida na sala de aula.

Julgo ser importante a existência de normas e regras, como o respeito pelo próximo, sendo a

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base para que exista um bom funcionamento numa aula”; “a minha personalidade não se

adapta à rigidez, à máscara de um general que tem de comandar com pulso firme as suas

tropas. Prefiro dar valor às relações humanas que se estabelecem no dia-a-dia (…) e que

podem conduzir à resolução pacífica de pequenos problemas que vão surgindo”; “Fiz pesquiza

na internet de sites sobre temas específicos dos programas de matemática do secundário,

nomeadamente, probabilidades, poliedros, funções logarítmicas e números complexos”.

TABELA 1 REFLEXIBILIDADE DOS E-PORTEFÓLIOS

A interpretação dos dados referentes à questão: “Os e-Portefólios online dos alunos e

dos professores são colaborativos ou manifestam essa intenção?”, permite chegar nas

respetivas categorias de análise:

Na resposta à pergunta: “Os e-Portefólios dos alunos são utilizados de forma

colaborativa ou manifestam esse propósito?”, constatamos que somente dois alunos os

utilizam desse modo ou que manifestam esse propósito, como é exemplo a seguinte

mensagem de um aluno aos visitantes do seu e-Portefólio: "Aqui poderá conhecer um pouco do

meu trabalho (…). Se necessitar de alguma informação (…) basta (…) seguir o link (…), assim

todos poderão dar a sua opinião".

Na resposta à pergunta: “Os e-Portefólios dos professores são utilizados de forma

colaborativa ou manifestam esse propósito?”, verificamos que menos de metade (45,5%)

evidencia atividades ou propósitos nessa perspetiva. Num destes casos o professor descreve a

página online como sendo para “apoio aos meus alunos de Matemática (principalmente) ”, e

interagecom estes: “Cá estão duas fichas de avaliação de 12º ano. A primeira só foca o tema

Probabilidades (…). Bom trabalho!”

TABELA 2 A COLABORAÇÃO NOS E-PORTEFÓLIOS

A interpretação dos dados referentes à questão: “Os e-Portefólios online dos alunos e

dos professores revelam interesse e motivação na sua utilização?”, permite chegar aos

seguintes resultados em cada uma das categorias de análise:

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Na resposta pergunta: “Os e-Portefólios dos alunos são utilizados de forma sistemática e

persistente revelando interesse e motivação dos seus autores?”, verificamos, através das datas

dos registos online, que somente 47% os utilizam regularmente e até data recente4, e que a

maior parte destes são de alunos do ensino superior. Este resultado pode indiciar falta de

interesse e de motivação em relação aos e-Portefólios.

Na resposta à pergunta: “Os e-Portefólios dos professores são utilizados de forma

sistemática e persistente revelando interesse e motivação dos seus autores?, constatamos que

em nenhum caso e-Portefólio dos professores é utilizado regularmente. Em vários e-Portefólios

identificam-se -se coincidências entre a sua criação e utilização e a frequência de

cursos/formações, expressando a ideia de que os e-Portefólios terão sido criados nesse

contexto e deixados de serem utilizados quando as ações formativas terminaram.

TABELA 3 REGULARIDADE DA UTILIZAÇÃO DOS E-PORTEFÓLIOS

CONCLUSÕES

Movidos pela nossa convicção de que a utilização de e-Portefólios é vantajosa tanto para

alunos como para professores nas suas atividades educativas/formativas, com este estudo

procurámos conhecer melhor o modo como se perceciona a sua adoção no âmbito da

Matemática, tomando como alvo do estudo os e-Portefólios colocados online. Apesar de não

pretendermos generalizar os resultados a que chegámos, entendemos, contudo, que estes

contribuem para se ter uma perceção mais próxima da realidade acerca dos domínios

estudados, permitindo-nos chegar às seguintes conclusões:

Que a dificuldade em pesquisar e-Portefólios na Internet com conteúdos relacionados

com a Matemática indicia que a sua utilização online é diminuta, tanto por alunos como por

professores. Atendendo a que são cada vez mais os alunos e os professores que recorrem às

tecnologias para os mais diversos fins do dia a dia, incluindo para as atividades educativas, a

reduzida utilização pode também significar o desaproveitamento de competências tecnológicas

de que estes já são possuidores.

Que o exercício de atividades reflexivas nos e-Portefólios é igualmente diminuta,

funcionando estes, na maior parte dos caos, apenas como repositórios de conteúdos. Apesar

disso, alguns dos e-Portefólios analisados contêm exemplos significativos de autoavaliação e

de reflexão sobre experiências.

4 Adotámos como critério de data recente os que fizeram atualizações em 2012.

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- 10 – E-PORTEFÓLIOS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA ARTUR RAMÍSIO, ALDINA RODRIGUES

Que é reduzida a colaboração verificada nos e-Portefólios, sobretudo nos dos alunos.

Dadas as potencialidades de comunicação/feedback e entreajuda que os e-Portefólios

proporcionam, bem como o facto de a sua utilização na Internet permitir “recorrer à inteligência

coletiva e beneficiar com ela” (Barbas, 2010, p. 26), é importante que alunos e professores

sejam incentivados a usarem este artefacto, bem como a sua partilha na Web.

Que uma grande parte dos e-Portefólios que deixaram de ser utilizados terão sido

gerados em contextos de cursos e formações, e que apesar das causas para a sua não

utilização poderem ser diversas (domínio das tecnologias, falta de tempo, etc.), uma das

principais razões poderá ser a insuficiente informação, ou mesmo desconhecimento, sobre os

benefícios que os e-Portefólios podem proporcionar aos seus utilizadores. Mais informação e

formação poderão ser medidas importantes a tomar para que as vantagens que os e-

Portefólios têm para oferecer sejam melhor percecionadas.

Acreditamos que os resultados deste estudo contribuem não só para uma visão mais

real sobre o modo como os e-Portefólios estão a ser utilizados no nosso país, como também

para perspetivar medidas adequadas para superar atrasos e dificuldades, bem como para

promover a adoção e o bom uso dos e-Portefólios no ensino e na aprendizagem de

Matemática, bem como na educação/formação em geral.

Os resultados realçam, também, a necessidade de serem prosseguidas linhas futuras de

investigação, nomeadamente em torno de domínios como a personalização, a colaboração e a

aprendizagem ao longo da vida, de forma a contribuir para o conhecimento e a implementação

de ferramentas digitais que serão fundamentais nos processos de aprendizagem do futuro,

entre as quais se situa o e-Portefólo.

LIMITAÇÕES

Como limitações ao desenvolvimento deste estudo destacamos, em primeiro lugar, a

grande dificuldade em localizar e-Potefólios na Internet, devido à sua notória escassez

revelada durante a pesquisa.

Com o decorrer da investigação constatámos a necessidade de um maior detalhe

relativamente aos diferentes tipos de reflexividade e de colaboração que podem ser apreciados

nos e-Portefólios. Os resultados, nesses domínios, refletem, por isso, uma interpretação

genérica dos dados recolhidos. Ainda assim, consideramos que respondem aos objetivos

fundamentais da investigação: conhecer melhor o modo como os e-Portefólios online estão a

ser utilizados para, em função desse conhecimento, contribuir para estimular e melhorar a

utilização de e-Portefólios online nos processos de ensino e aprendizagem. As medidas que

propomos e as ideias para investigação futura, vão nesse sentido.

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