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As Diferentes formas de Manutenção Basedo no : Cap 2 François Mounchy

As Diferentes Formas de Manutenção

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Descrição dos tipos classicos de Manutenção seus pontos fortes e Fracos

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As Diferentes formas de Manutenção

Basedo no : Cap 2 François Mounchy

Introdução• O termo manutenção tem sua origem no vocábulo

militar, cujo sentido era "manter, nas unidades de combate, o efetivo e o material num nível constante.” , ou seja as unidades que nos interessam são as unidades de produção, e o combate é antes de tudo econômico.

• Na indústria o termo manutenção ocorreu por volta de 1950 nos EUA e desde então este termo vem se sobrepondo à palavra "conservação”.

• Conservar é consertar e reparar um parque material, a fim de assegurar a continuidade da produção: Conservar é submeter o material.

• Manter é escolher os meios de prevenir, de corrigir ou de renovar segundo a utilização do material e do que é economicamente crítico, a fim de aperfeiçoar o custo global de propriedade.

Introdução

• Podemos definir a missão do serviço de manutenção como: “A gerência otimizada do parque de equipamentos”.

• Esta otimização só pode ser feita em função de objetivos que devem ser claramente definidos a partir do conhecimento de três fatores:

1. Fator econômico: menores custos de falha, menores custos diretos, economia de energia.

2. Fator humano: condições de trabalho,segurança, fatores prejudiciais

3. Fator técnico : disponibilidade e durabilidade das máquinas

ALGUMAS REFLEXÕES PRELIMINARES:1. A manutenção não é um fim em si, mas uma

necessidade à qual o produtor se submete e que o agente financeiro acha custoso.

2. Quanto mais custosa for a não disponibilidade, mais a manutenção é econômica, quanto mais a segurança está em jogo, mais a manutenção torna-se indispensável.

3. A produção tem uma visão de curto prazo da conservação, porém a manutenção deve ter uma visão:

a curto prazo ( curativo) a médio prazo (preventivo) a longo prazo (vida útil e substituição do parque)

• Estes aspectos aparentemente se opõem, mas eles são conciliáveis se as responsabilidades relativas ao binômio manutenção/produção evoluírem para uma imbricação das funções de seus objetivos primários redefinidos pelas empresas de hoje:– gerenciar a produtividade

– gerenciar a qualidade

• Além de uma política da empresa suportando esta iniciativa é necessário que o homem de manutenção e de produção tenham bom conhecimento recíproco dos respectivos contratempos,missões e problemas.

AS DIVERSAS FORMAS DE MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO CORRETIVA

• DEFINIÇÃO: é a operação de manutenção realizada após a falha. Este tipo de manutenção corresponde a uma atitude de defesa enquanto se espera uma próxima falha acidental.

• TIPOS DE MANUTENÇÃO CORRETIVA

A. PALIATIVA: é a ação de tirar um equipamento do estado de pane, isto é, de recolocá-lo em estado de funcionamento in situ, às vezes sem mesmo interromper o funcionamento do conjunto, tem um "caráter provisório”.

B. CURATIVA: são reparos (consertos), feitos in situ ou em uma oficina central, por vezes após a retirada do estado de pane, tem um caráter "definitivo”.

QUANDO UTILIZAR A MANUTENÇÃO CORRETIVA?

• Pode-se utilizá-la como : – um método em si ou – como complementar a um plano de manutenção preventiva

– UTILIZADA COMO UM MÉTODO: Neste caso, comumente é denominada por manutenção "apaga incêndio". É o caso tradicional encontrado nas diversas empresas do Brasil, sendo em alguns casos complementadas por RONDAS (que é um aspecto preventivo).

Características desta hipótese:• a carga de trabalho é muito irregular, pessoal à espera de uma falha• as peças de reposição são procuradas somente quando se fazem

necessárias• a preparação do trabalho é feita após a perícia da falha,quando a

urgência permitir (reação)• quando a pane é imprevisível

QUANDO UTILIZAR A MANUTENÇÃO CORRETIVA?

• Quando utilizar a manutenção corretiva como método ?– quando problemas oriundos da segurança são mínimos– quando os custos indiretos da falha são mínimos– quando parque de equipamentos é muito diversificado e

falhas eventuais não são críticas para a produção.– quando a empresa renova o seu parque de

equipamentos frequentemente

PODE COMPLEMENTAR UMA MANUTENÇÃO PREVENTIVA :

• Qualquer que seja o nível de manutenção preventiva utilizado, sempre existirão falhas imprevisíveis ou residuais que necessitarão de ações corretivas. Se trabalharmos com um nível adequado (econômico) de manutenção preventiva os gastos das ações corretivas serão reduzidos.

• Como obter este nível da manutenção preventiva ?

–através de métodos eficazes de preparação do trabalho de manutenção preventiva tais como : preparações antecipadas, previsão de falhas, pré diagnóstico, etc.

–racionalizando as intervenções: padronização de métodos ferramentas e setups, uso de ferramentas específicas, treinamento eficaz, etc.

A EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO CORRETIVA• Na política tradicional de conservação retira-se o

equipamento do estado de pane ou realiza-se um reparo restabelecendo-lhe a função perdida.

• Observamos que o vocábulo “correção” após uma falha contém a noção de “melhoria”.

• Devemos objetivar a evolução da manutenção corretiva, podemos após uma intervenção realizarmos um melhoramento e não simplesmente retirarmos o estado de pane.

• Podemos agir com um novo estado de espírito de manutenção efetuando:

– análise da causa da falha / pane

– o restabelecimento da função normal do equipamento (retirada do estado de pane/falha)

– documentação padronizada da intervenção,causas da falha, soluções etc.

• Exemplo: Suponha que um rolamento esta falhando

– Na conservação tradicional troca-se o rolamento (troca padrão)

– Na "nova manutenção corretiva” procura-se a causa da falha, sua frequência e criticidade para evitarmos sua recorrência e minimizar seus efeitos.

A EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO CORRETIVA

MANUTENÇÃO PREVENTIVA:

• DEFINIÇÃO: é a manutenção efetuada com a intenção de reduzir a probabilidade de falha de um bem ou degradação de um serviço prestado. É uma intervenção prevista, preparada e programada antes da data provável de aparecimento de uma falha.(conf. F. Mounchy Ref 1 )

MANUTENÇÃO PREVENTIVA:

OBJETIVOS DA MANUTENÇÃO PREVENTIVA• aumentar a confiabilidade dos equipamentos e com isto reduzir os

custos das falhas, aumentando sua disponibilidade

• aumentar a vida útil de um equipamento

• melhorar o planejamento do trabalho (melhor relação com a produção)

• reduzir e regularizar a carga de trabalho

• facilitar o gerenciamento das parte de reposição (consumos previstos)

• aumentar a segurança no trabalho ( diminuir as improvisações)

• diminuir as panes imprevistas, diminuindo assim as tensões (relações humanas)

• eliminar improvisações

COMO O MTBF INFLUE NA POLÍTICA DE PREVENÇÃO

• As visitas preventivas permitem acumular informações relativas ao comportamento do material.

– Se os dados colhidos evidenciam uma lei de degradação,será fácil conhecer o instante em que uma troca sistemática é possível.

–Se os dados colhidos mostram a existência de panes repentinas, repetitivas em um subconjunto considerado "frágil", uma análise estatística orientará qual deveria ser a melhor política de manutenção para determinado caso.

COMO O MTBF INFLUE NA POLÍTICA DE PREVENÇÃO

• a média (MTBF) são iguais porém com desvio padrão diferentes.• Se fixarmos um patamar de 10% de "corretiva residual" ou em outras palavras 10% de panes

ocorridas antes da intervenção preventiva, temos:• para a curva C1 interviremos no instante T1, período de ação sistemática• para a curva C2 interviremos em T2 ,período muito curto, que conduzirá a um desperdício de

recursos

GRAFICOS DA COMPLEMENTARIDADE PREVENTIVA- CORRETIVA

• CARGA DE TRABALHO: - A carga do total de trabalho decresce quando aumentamos o número de horas dedicadas à manutenção preventiva.

GRAFICOS DA COMPLEMENTARIDADE PREVENTIVA- CORRETIVA• CUSTO ÓTIMO: Existe um custo mínimo de manutenção que corresponde a

uma relação entre o volume de manutenção preventiva e manutenção corretiva. Cabe ao gerente fixá-lo e otimizá-lo continuamente. "FAZER MANUTENÇÃO NÃO SIGNIFICA EXECUTAR PREVENTIVAS A TODO CUSTO".

FORMAS DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA• MANUTENÇÃO SISTEMÁTICA: é a manutenção preventiva

efetuada conforme o quadro de programações estabelecido em função do tempo ou do número de unidades de uso

CONDIÇÕES PARA EXECUÇÃO DA MANUTENÇÃO SISTEMÁTICA:

• É pré-requisito para a execução da manutenção preventiva sistemática o conhecimento do comportamento dos equipamentos/instalações dentro de um determinado período de tempo T.

• Observação: O intervalo T pode ser definido em tempo absoluto, por exemplo: ano, mês, dias, horas. Assim poderíamos encontrar um plano de manutenção sistemática definido da seguinte maneira:

• inspeção da caixa de redução a cada 365 dias

• troca do filamento incandescente a cada 8 horas

• O intervalo T pode também ser definido como tempo relativo, por exemplo:• Troca do tubo capilar a cada 10000 peças confeccionadas.• Lubrificar a cada 100 horas de uso.

AS DIFERENTES FORMAS DE MANUTENÇÃO SISTEMÁTICA

Ela pode ser• Absoluta : é quando nenhuma inspeção é feita

entre duas intervenções programadas.• Supervisionada é quando são programadas

"inspeções periódicas" que tem como objetivo o controle e comparação entre o MTBF do estado constatado e o MTBF do estado estimado.

A manutenção sistemática pode ter gerência coletiva ou individual:•Gerencia coletiva ou em bloco corresponde a noção de sistemas não reparáveis. Em caso de falha de um subconjunto ou componente onde foi afetado o período K x MTBF, nenhuma intervenção acontece antes da programação predeterminada.

• Gerencia individual corresponde a noção de sistemas reparáveis. Em caso de falha de um componente realiza-se uma intervenção corretiva a partir da qual um novo período preventivo começa a ser computado

CASOS DE APLICAÇÃO DA MANUTENÇÃO SISTEMÁTICA

• A manutenção sistemática pode ser colocada em prática em :– partes sensíveis (rolamentos,filtros)– subconjuntos (por módulos de desmontagem)– conjuntos (revisões de máquinas)– unidades de produção (paradas gerais)

• A manutenção sistemática trata sobretudo de:– equipamentos com custo de falhas elevados– equipamento , mesmo os menos importantes, cuja falha tem

caráter grave ,por exemplo correia de transmissão (perda de função)

– equipamentos para os quais a parada será de longa duração– equipamentos cujas falhas colocam em risco a segurança do

pessoal ou usuários– equipamentos sujeitos a legislação específica ( raios x,microndas,

alta tensão)

DETERMINAÇÃO DO PERÍODO DE INTERVENÇÃO T

• O período de intervenção T é determinado a partir:a) De recomendações do fabricante (inicio da implantação)b) Do "sentimento do homem de manutenção”c) Da experiência adquirida durante o período inicial de política de

manutenção corretivad) De estudos de confiabilidade realizados com base nos : históricos

de ensaios, visitas preventivas iniciais, histórico do startup, etc. . Com o uso das leis de Weibull e Exponencial poderemos encontrar o MTBF de um determinado conjunto, módulo,equipamento etc., associado a um determinado intervalo de confiança

e) Do "nível de preventiva” determinado por critérios técnicos, econômicos e pela política de manutenção que definirão o valor de K em T = K * MTBF

CASO 1 : Conhecimento prévio da lei de degradação de um equipamento e do "limite do bom funcionamento“:

Caso 2: Conhecemos a "distribuição normal” das falhas no tempo de determinado equipamento

• Conhecemos a "distribuição normal” das falhas no tempo de determinado equipamento, logo conhecemos também sua MÉDIA m e seu DESVIO PADRÃO. Com a curva Normal podemos avaliar a probabilidade de aparecimento de falhas antes da data de intervenção

• Exemplo : Se a MTBF = 2500 horas e DESVIO PADRÃO = 400 horas, tomando T = 2100 horas de período de intervenção.

• Teremos ( m – desv padrão ) T = 0,84 MTBF Assim: – 16 vezes em 100,uma falha aparece antes de T, tornando obrigatória uma

intervenção corretiva; – 84 vezes em 100, nenhuma falha acontece, então a intervenção será

preventiva e ocorrerá na data T;

• Incidência econômica na escolha de “K” • Normalmente 0,5 < K < 1. Quanto menor for o valor de K

escolhido menor será o número de corretivas residuais e os custos de falha (paradas emergência),por outro lado, intervimos mais seguidamente aumentando, assim, os custos diretos (com mão de obra, peças,etc) e perdas de tempo produtivo e desperdício de potencial

• Fácil de ser gerida, a manutenção sistemática esconde um defeito. Ela segue a hipótese de "MTBF" constante e logicamente taxa de falha constante. Mais a frente neste curso veremos que com o desgaste (envelhecimento) de um equipamento o valor de seu MTBF se modifica.

A MANUTENÇÃO DE RONDA:

• DEFINIÇÃO: É aquela na qual são feitas supervisões regulares nos equipamentos/ instalações sob a forma de "rondas" de curta frequência, realizando pequenos trabalhos quando necessário.

• Objetivo Com ela assegura-se a supervisão cotidiana das instalações e evita-se o aparecimento de pequenas falhas cujo acúmulo causariam uma parada não planejada.

A MANUTENÇÃO DE RONDA:

• Conteúdo:• - lubrificação ,complementações, esvaziamentos e limpezas;• - controles de pressão,temperatura, vibrações • - exames sensoriais (visuais ,odores, ruídos anormais)• - testes (comparações de um estímulo com uma referencia)• - pequenas atividades (regulagens simples,trocas padronizadas,

etc.)• - vistoria as instalações de suporte ao equipamento

TENDÊNCIA DA MANUTENÇÃO DE RONDA

• A tendência atual da manutenção de ronda é a chamada

TELEMANUTENÇÃO:

• Definição : Manutenção de ronda com uso de sensores remotos que são ligados a uma central de supervisão de onde se pode tomar medidas, gravar situações de alarme, e visualizar (em um computador) o estado de determinada instalação. Pode-se atuar sobre as instalações para corrigir falhas ou reconfigurar o sistema de produção como por exemplo: utilização de instalação reserva, by pass, alarme para equipe de suporte.

A MANUTENÇÃO DE CONDIÇÃO• DEFINIÇÃO: É a manutenção subordinada/condicionada a um

parâmetro ou evento pré-determinado, como a informação de um sensor, uma medida, auto-diagnóstico, etc.

• Objetivo:

– Esta forma moderna de manutenção permite assegurar a operação continua do equipamento com o objetivo de prevenir as falhas esperadas.

– Ela não implica o conhecimento da lei de degradação.

– A decisão de intervenção preventiva é tomada no momento em que ha evidencias experimentais de defeito iminente, ou quando ha a aproximação de um patamar de degradação predeterminado.

A MANUTENÇÃO DE CONDIÇÃO