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Assis Horta: A Democratização do Retrato Fotográfico através da CLT Pesquisa e curadoria: Guilherme Horta The democratization of photographic portrait through the Brazilian Labor Law (CLT) Research and Curatorship:

Assis Horta: A Democratização do Retrato Fotográfico

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Projeto vencedor do XII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da FUNARTE

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Assis Horta: A Democratização do Retrato Fotográfico através da CLT

Pesquisa e curadoria:

Guilherme Horta

The democratization of photographic portrait through the Brazilian Labor Law (CLT)

Research and Curatorship:

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Assis Horta: The democratization of photographic portrait through the Brazilian Labor Law (CLT)

Photographs: Assis HortaResearch and Curatorship: Guilherme Horta

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Assis Horta: A Democratização do Retrato Fotográfico através da C L T

Fotografia: Assis HortaPesquisa e Curadoria: Guilherme Horta

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In memory of Maria da Conceição Monteiro HortaAssis Horta’s eternal wife

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em memória de Maria da Conceição Monteiro Hortaeterna esposa de Assis Horta

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After the Brazilian Labor Law (CLT) of May 1st, 1943, millions of workers sat in front of a camera, probably for the first time, to regulate their professional registration (Art. 13) and use their 3x4 photographs on their Brazilian work identification document (CTPS) (Art. 16).

With the widespread use of 3x4 photos, photographers started to be known by workers.

Photographic portrait becomes part of worker’s lives. It fulfills dreams, dignifies people, help minimize homesickness, shows its face.

Assis Horta, a photographer, who is 95 years-old nowadays, had a photography studio in Diamantina, Minas Gerais, between the 40s and the 70s. He developed an important work in preserving the local culture and memory through IPHAN, the Brazilian Institute of Historical and Artistic Heritage. He registered in glass plates almost all the members of the society of Diamantina at that time. Assis Horta’s photograph collection with pictures of Diamantina’s working class, is a proof that there was a CUT in this new possibility in Brazilian photography and is the subject of research by photographer Guilherme Horta, Award winning Marc Ferrez of Photograph 2012.

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Após a Consolidação das Leis do Trabalho (C.L.T.) em 1° de maio de 1943, milhares de trabalhadores sentaram diante de uma câmera fotográfica, provavelmente pela primeira vez, para regularizar o seu registro profissional (art 13.) e aplicar o seu retrato 3x4 na C.T.P.S.-carteira de trabalho e previdência social (art. 16).

A fotografia,que até então se destinava a retratar a sociedade burguesa, começa a ser descoberta pela classe operária.

O retrato entra na vida do trabalhador: realiza sonhos, dignifica, atenua a saudade, eterniza esse ser humano, mostra a sua face.

Assis Horta, fotógrafo, hoje com 95 anos, manteve estúdio fotográfico em Diamantina, Minas Gerais, entre as décadas de 40 e 70, registrando, em chapas de vidro, praticamente toda a sociedade diamantinense da época. Este acervo fotográfico da classe operária de Diamantina, representa um CORTE nessa nova possibilidade da fotografia no Brasil e é objeto de pesquisa realizada pelo fotógrafo Guilherme Horta, vencedor do Prêmio Marc Ferrez de Fotografia 2012.

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Brazilian Labor Law

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A Consolidação das Leis do Trabalho

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THE PRESIDENT OF THE REPUBLIC OF BRAZIL, by the powers vested in him on Art. 180 of the Brazilian Constitution DECREES:

Art. 1 – The Brazilian Labor Law (CLT) is approved, which follows this decree, with the modifications introduced by them in the current legislation.

Single Paragraph. The legal transitory or urgent dispositions, as well as the ones which are not applied in all national territory, are still effective.

Rio de Janeiro, May 1st 1943, 122th year of Independence and 55th of the Republic.

Getúlio Vargas

Art. 13 – The Brazilian work identification document (CTPS) is mandatory to work on any job, including those of rural nature, even if temporary and for self-employment in paid professional activities.

Art. 16 – The Brazilian work identification document, besides it’s number, series, and date of issue, will also included about its holder:1) Photograph with mention to the date it was taken.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição, DECRETA:        Art. 1º – Fica aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho, que a este decreto-lei acompanha, com as alterações por ela introduzidas na legislação vigente.

Parágrafo único. Continuam em vigor as disposições legais transitórias ou de emergência, bem como as que não tenham aplicação em todo o território nacional.

Rio de Janeiro, 1 de maio de 1943, 122º da Independência e 55º da República.

Getúlio Vargas

Art. 13° – A Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada

Art. 16° – A carteira profissional, alem do número, série e, data de emissão, conterá mais, a respeito do portador:       1) fotografia com menção da data em que houver sido tirada

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Identity versus Portrait

“. . .Pietro d’Abano’s recommendation that a portrait should express the appearance and the psyche, or the soul, of its object dates back to 1310.”

Teixeira Coelho

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Identidade versus Retrato

“. . . É de 1310 a recomendação de Pietro d`Abano de que o retrato deveria expressar aaparência e a psicologia, ou a alma, do retratado.”

Teixeira Coelho

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“Portrait is probably the most powerful art form, dating at least to 270 B.C. Its fascination over human imagination is unique: it is still a privileged link between reason and the magical spirit which doesn’t leave humankind. This is due to the fact that portrait not only gives itself to the eye of the observer, but also observes him attentively, which can be comforting or threatening. The “primitives” may have been right when they denied being exposed to the eye of the camera, which would capture not only their appearance, but also their essence. Portrait are in fact a constant exercise of social and individual psychology.. . .and it is in them that the central issue of arts presents: representation versus expression.” 1

Since its debut in 1839, photography was focused on Portraits, and painting provided them with models to be followed. Throughout history, Portraits found new codes by approximating the camera, zooming in on the frame, experimenting with new cuts and focusing more on the look.

In 1988, in France, a photographic protocol of judicial identity with the famous front and profile view was established. This model soon spread to the rest of the world. In Brazil, this kind of classification started to be used in the beginning of the 20th century.

The photographic identification in its beginning, for being a technique dominated only by photographers, shows us aspects that advance towards the Portrait. Lighting, face tilting, use of props like hats and even the gestures are found here. It is an artistic classification of a society.

(1) Teixeira Coelho - Extracted from the exhibit “To look and be seen”MASP – Museu de Arte de São Paulo 2009/2010

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“O Retrato é talvez o mais poderoso gênero da arte, presente desde pelo menos o século 270 a.C. Seu fascínio sobre a imaginação humana é único: continua a ser o elo privilegiado entre a razão e o espírito mágico, que não abandona a humanidade.Isso porque o retrato tanto se entrega ao olhar do observador como o observa atentamente, o que pode ser reconfortante como ameaçador. Os “primitivos” não deixam de ter razão quando se negam ao olho da câmera, que captaria não apenas sua aparência como também sua essência. O retrato é, de fato, um constante exercício de psicologia social e individual. . . .E é nele que se apresenta mais uma vez uma questão central da arte: representação versus expressão.” 1

Desde seu aparecimento em 1839, a fotografia se concentrou na questão do Retrato e foi a pintura que lhe forneceu modelos a serem aplicados. No decorrer da história, o Retrato fotográfico foi encontrando novos códigos, aproximando a câmera, fechando o enquadramento, experimentando novos recortes e se concentrando cada vez mais no olhar.

Em 1888, na França, é instituído um protocolo fotográfico de identidade judiciária com a famosa vista de frente e de perfil. Esse modelo é logo difundido para o resto do mundo. No Brasil, esse tipo de classificação começou a ser usado no início do século XX.

A fotografia de identidade civil em seus primórdios, por se tratar de uma técnica que era dominada somente por fotógrafos, nos mostra aspectos que avançam sobre o Retrato. Iluminação, inclinação do rosto, uso de vestes como chapéu e até mesmo o gestual são encontrados aqui. É uma classificação artística de uma sociedade.

(1) Teixeira Coelho - texto extraído da exposição “Olhar e Ser Visto” (To Look and Be Seen) MASP- Museu de Arte de São Paulo 2009/2010

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Worker in the Photographic Studio

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O Trabalhador no Estúdio Fotográfico

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The Portrait is a long exercise of relationship between the model and the photographer. A brief look away, a frown, or a thought may change the face of a story.

It is a moment in photography that challenges time and reveals magical aspects. Assis Horta conducted these sessions like a maestro, using only one click to reveal that human being that presented himself. The chair, the carpet of arraiolos, the painted background and a side window light make up the set for this magic.

Alone, with friends, wife or with his sons, the Brazilian blue collar worker, who had already reached his identity as a citizen, reaches his dream, dignity, and eternity through the portrait.

From this moment on, he has a face and his story is printed.

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O Retrato é um extenso exercício de relacionamento entre o retratado e o retratando. Um leve desvio do olhar, uma testa que franze, um pensamento, podem mudar o rosto de uma história.

É um momento na fotografia que desafia o tempo e revela aspectos mágicos. Assis Horta conduzia essas sessões como um verdadeiro maestro, utilizando apenas 01 click para revelar aquele ser que se apresentava. A cadeira, o tapete arraiolo, o fundo pintado e uma luz de janela lateral compõe o cenário dessa magia.

Sozinho, com os amigos, com a esposa ou com os filhos, o trabalhador brasileiro, que já havia ganhado a identidade de um cidadão, alcança o sonho, a dignidade, a eternidade através do retrato.

A partir desse momento ele passa a ter face e imprime sua história.

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os autoresthe authors

Guilherme Horta e Assis Horta

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Graphic design: Guilherme Horta e Flávio VignoliDisplay design: Flávio VignoliTranslation: Caroline de Azevedo MachadoGlass plates digitizing: Studio AntaPrinting and exhibition: Studio Anta Frames and finishings: VivarteMontage: SESI Ouro PretoPublic Relations: Personal Press / Polliane EliziárioCommunication Coordination: Sérgio Rodrigo Reis

Centro Cultural e Turístico do Sistema FIEMG em Ouro Pretomanager: Bernadete Cunha

Special thanks:

Eustáquio Neves, Lilian Oliveira, Isnard Horta, Aglaé Horta, Bernadete Cunha, Sérgio Rodrigo Reis , Jarbas Avellar, Luciana Leite, Carlos Nascimento, Evelin Wanke, Maxwell Telles, Eduardo Trópia, Eugênio Sávio, Bruno Magalhães, Élcio Ferreira, Celso Luiz Alves, Jomar Bragança, Mário Zavagli, João Castilho, Dayse Turrer and Cláudia Vieira

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design gráfico: Guilherme Horta e Flávio Vignolidesign de exposição: Flávio Vignoli

tradução: Caroline Azevedodigitalização das chapas de vidro: Studio Anta

impressão da exposição: Studio Anta molduras e acabamento: Vivarte

montagem: SESI Ouro Preto assessoria de imprensa: Personal Press / Polliane Eliziário

coordenação de comunicação: Sérgio Rodrigo Reis

Centro Cultural e Turístico do Sistema FIEMG em Ouro Pretogerência: Bernadete Cunha

agradecimentos especiais:

Eustáquio Neves, Lilian Oliveira, Isnard Horta, Aglaè Horta, Bernadete Cunha, Sérgio Rodrigo Reis , Jarbas Avellar, Luciana Leite,

Carlos Nascimento, Evelin Wanke, Maxwell Telles, Eduardo Trópia, Eugênio Sávio, Bruno Magalhães, Élcio Ferreira, Celso Luiz Alves, Jomar

Bragança, Mário Zavagli, João Castilho, Dayse Turrer e Cláudia Vieira.

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Glass negatives scanned on Epson V700printed on Hahnemühle PhotoRag® UltraSmooth 305 gsm paper

and Hahnemühle William Turner 315 gsm paper.printers Epson Stylus Pro 11880 and Epson Stylus Pro 9900

by Studio Anta Impressão e Comércio de Arte Ltda.

www.studioanta.com.br

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Negativos de vidro digitalizados em scanner Epson V700Impressões em papel Hahnemühle PhotoRag® UltraSmooth 305 gsm

e papel Hahnemühle William Turner 315 gsm.Impressoras Epson Stylus Pro 11880 e Epson Stylus Pro 9900

por Studio Anta Impressão e Comércio de Arte Ltda.

www.studioanta.com.br

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