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ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM HOMENS ADULTOS E IDOSOS ALEX ANTONIO FLORINDO Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo para a obtenção do grau de Mestre. Área de concentração: Epidemiologia Orientadora: Profa. Dra. Maria do Rosario Dias de Oliveira Latorre São Paulo 2000 Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação, por processos foto copiadores.

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ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM

HOMENS ADULTOS E IDOSOS

ALEX ANTONIO FLORINDO

Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo para a obtenção do grau de Mestre. Área de concentração: Epidemiologia Orientadora: Profa. Dra. Maria do Rosario Dias de Oliveira Latorre

São Paulo 2000

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação, por processos foto copiadores.

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"Pensem que todas as maravilhas, objetos de

seus estudos, são a obra de muitas gerações, uma obra

coletiva que exige de todos um esforço entusiasta e um

labor difícil e impreterível"

Albert Einstein

Aos meus pais: Neide Montan Florindo e Julio Augusto Florindo. Meus maiores ídolos

que são exemplos de seres humanos, principalmente por serem pessoas

simples, honestas, alegres, sinceras, por priorizarem respeito e justiça nas suas

ações e por serem fortes o suficiente para sempre colocarem os filhos como

primeira prioridade nos seus ideais de vida.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todas as pessoas que contribuíram nesta importante fase da minha vida: À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela bolsa de estudos concedida e por todo apoio que vem oferecendo às pesquisas no Brasil; À minha querida amiga e orientadora Maria do Rosario Dias de Oliveira Latorre, pela confiança, apoio, dedicação ao trabalho, por contribuir para minha formação de pesquisador e cidadão e por me agüentar durante todo este mestrado; As professoras doutoras Cassia Maria Buchala e Silene Sumire Okuma, pesquisadoras de extrema relevância que contribuíram decisivamente para a melhora da qualidade deste estudo; À minha família maravilhosa que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos; Aos eternos amigos e admiráveis seres humanos Adilson Souza de Araújo e Fernando Roberto de Oliveira, por me ensinarem os caminhos da ciência e por serem muito importantes para a minha carreira profissional e para a minha vida; Aos amigos e colegas do Núcleo de Pesquisas em Cultura Física e da Faculdade de Educação Física da Unicastelo, pelo apoio e incentivo constante; Aos amigos Tomoe Tanaka, doutor Cristiano Augusto de Freitas Zerbini e Patrícia Constanti Jaime, pessoas que muito contribuíram para finalização deste estudo e para minha formação; Ao camarada Vagner Raso e a amiga Mônica Casagrande, pessoas que muito têm contribuído para área de Educação Física; Aos docentes, funcionários, amigos e colegas da pós-graduação da Faculdade de Saúde Pública da USP, pelo agradável convívio, pelas contribuições para a melhora deste trabalho e por me proporcionarem conhecimento eclético neste maravilhoso campo de estudos; Aos homens voluntários participantes desta pesquisa, sem os quais seria impossível este momento final;

A todos vocês o meu sincero e feliz muito obrigado!

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Financiamento de bolsa de mestrado da Fundação de Amparo a Pesquisa

do Estado de São Paulo Processo número 98/02770-6

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RESUMO FLORINDO AA. ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM HOMENS ADULTOS E IDOSOS. SÃO PAULO, 2000 [Dissertação de Mestrado - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo]

OBJETIVO: Verificar a correlação entre a atividade física habitual (AFH) ao longo da

vida e a densidade mineral óssea (DMO) em homens adultos e idosos. MÉTODOS: Foram analisados 326 homens com idade igual ou superior a 50 anos, voluntários,

residentes no município de São Paulo. Os dados de DMO foram coletados através

de densitometria óssea (densitômetro de dupla emissão de raios x da marca Lunar

Corp, Madison, WI) das regiões de corpo total, do colo do fêmur, do triângulo de

ward, do trocanter e da coluna lombar (L2-L4) e expressos em gramas por

centímetro ao quadrado (gr/cm2). Os dados de AFH foram coletados através de

questionários (BAECKE e col. 1982), com questões referentes a prática de

exercícios físicos juntamente com atividades físicas de lazer e atividades físicas

ocupacionais nos períodos de 10 a 20 anos de idade, de 21 a 30 anos de idade, de

31 a 50 anos de idade e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção

dos últimos 12 meses e expressos em escores de escala numeral contínua. A

relação entre as variáveis foi analisada através do coeficiente de correlação de

Spearman e de regressão linear múltipla ajustada por idade e índice de massa

corporal (IMC). RESULTADOS: Existe uma diminuição progressiva da prática de

exercícios físicos/atividades físicas de lazer e das atividades físicas ocupacionais do

período da adolescência para as fases adulta e idosa. Os exercícios

físicos/atividades físicas de lazer foram correlacionados significativamente na análise

univariada nos períodos de 10 a 20 anos de idade, 21 a 30 anos de idade, 31 a 50

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anos de idade e dos últimos 12 meses com a DMO das regiões de corpo total, colo

do fêmur, triângulo de ward e trocanter e no período de 10 a 20 anos de idade com a

DMO da coluna lombar. As atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses

foram correlacionadas significativamente na análise univariada com a DMO de corpo

total, colo do fêmur, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4). As

atividades físicas ocupacionais foram correlacionadas significativamente na análise

univariada dos últimos 12 meses com a DMO do colo do fêmur e do triângulo de

ward. Na análise multivariada, depois do ajuste por idade e IMC, as variáveis

independentes que melhor explicaram a variação da DMO em todos os locais

analisados foram os exercícios físicos/atividades físicas de lazer praticados no

período de 10 a 20 anos e as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses

para as regiões do corpo total, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4)

além das atividades físicas ocupacionais dos últimos 12 meses para o colo do fêmur.

CONCLUSÃO: Este estudo evidencia que a atividade física habitual, principalmente

os exercícios físicos/atividades físicas de lazer praticados na adolescência e as

atividades físicas de locomoção do cotidiano podem contribuir para aumento e

preservação da densidade mineral óssea e prevenção da osteoporose em homens

adultos e idosos brasileiros.

PALAVRAS CHAVE: Densidade Mineral Óssea, Atividade Física Habitual, Homens.

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ABSTRACT

FLORINDO AA. HABITUAL PHYSICAL ACTIVITY AND BONE

MINERAL DENSITY IN MEN 50 YEARS AND OLDER. São Paulo; 2000.

[Master thesis dissertation - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de

São Paulo]

AIM: To verify the relationship between habitual physical activity (HPA) during the life

and bone mineral density (BMD) in men adult and elderly. METHODS: 326 men aged

50 years and above were analysed. They were volunteers living in São Paulo city.

BMD at the whole body, femural neck, Ward's triangle, trochanter and lumbar spine

(L2-L4) were measured using dual energy x-ray absorptiometry (Lunar Corp,

Madison, WI) and expressed in grams by square centimeter (gr/cm2). The data of

HPA were collected through the questionnaires (BAECKE et al. 1982). They are

regarding to physical exercises/leisure and occupational physical activities in the

periods from 10 to 20 years old, 21 to 30 years old, 31 to 50 years old and the last 12

months before the interview and physical activities of locomotion during the last 12

months. All the HPA variables were expressed by scores (continuous variable). The

relationship between BMD and HPA was analyzed using Spearman correlation

coefficient and using multiple linear regression models, adjusting by age and body

mass index (BMI). RESULTS: There was a progressive decrease of the practice of

physical exercise/leisure and occupational physical acitivities during the life. In

univariate analysis the physical exercises/leisure was correlated significantly to BMD

for whole body, for femural neck, for Ward's triangle and for trochanter in all periods,

but for lumbar spine (L2-L4) just in the 10 to 20 years old. In univariate analysis the

physical activities of locomotion were correlated significantly to BMD for all sites. In

univariate analysis the occupational physical activities during the last 12 months were

correlated significantly to BMD for whole body, femural neck, Ward's triangle and

lumbar spine (L2-L4). After adjustment for age and BMI, the independent variables

that best explained the variation of BMD of whole body, Ward's triangle, trochanter

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and lumbar spine (L2-L4) were the physical exercises/leisure practiced during the

period from 10 to 20 years old and the physical activities of locomotion in the last 12

months. For BMD of femural neck the independent variables were occupational

physical activities of the last 12 months as well as the physical exercises/leisure

practiced during the period from 10 to 20 years old and the physical activities of

locomotion in the last 12 months. CONCLUSION: This study showed that the HPA,

specially physical exercises/leisure practiced during the adolescence and the

physical activities of locomotion can contribute to increase and to preserve the BMD

in Brazilian adult and elderly men.

K EY WORDS: Bone Mineral Density, Habitual Physical Activity, Men.

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ÍNDICE

1. Introdução................................................................................................... 01

1.1. Osteoporose e Densidade Mineral Óssea..............................................

02

1.2. Atividades Físicas, Exercícios Físicos e Densidade Mineral Óssea ...... 06 2. Objetivos.....................................................................................................

17

2.1. Objetivo Geral..........................................................................................

18

2.2. Objetivos Específicos.............................................................................. 18 3. Material e Métodos.....................................................................................

19

3.1. Pesquisa Determinantes da Densidade Mineral Óssea em Homens Adultos e Idosos...............................................................................

20

3.2. Delineamento do estudo..........................................................................

20

3.3. População do estudo................................................................................

20

3.4. Metodologia..............................................................................................

21

3.5. Variáveis de Estudo.................................................................................

29

3.6. Análise Estatística....................................................................................

31

3.7. Programas de computador (softwares) utilizados....................................

32

3.8. Questões Éticas.......................................................................................

32

4. Resultados...................................................................................................

33

5. Discussão.................................................................................................... 51 6. Conclusões..................................................................................................

60

7. Referências Bibliográficas......................................................................... 63 8. Anexos..........................................................................................................

76

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Número e porcentagem da população estudada, segundo as características sócio-demográficas. Hospital Heliópolis, São Paulo, 1997......................................................................................

34

Tabela 2. Medidas de tendência central e de dispersão para a idade, peso corporal, estatura corporal, e índice de massa corporal da população estudada, Hospital Heliópolis, 1997.................................................

35

Tabela 3. Escores de prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e escore de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada.Hospital Heliópolis, 1997.....................................

36

Tabela 4. Escores de atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses da população estudada. Hospital Heliópolis, 1997..............................

37

Tabela 5 Valores mínimos e máximos e medidas de tendência central e de dispersão de DMO (gr/cm2) do corpo total, colo do fêmur, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4) da população estudada. Hospital Heliópolis, 1997..................................................................................................................................

38

Tabela 6. Valores de correlação de Spearman entre os valores de DMO (gr/cm2) do corpo total, colo do fêmur, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4) e os escores de AFH dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses para a população estudada...........................................................................................................................................................

39

Tabela 7. Resultado da análise de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) de corpo total e os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer e atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada................................................................................................

41

Tabela 8. Resultado da análise de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) do colo do fêmur e os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer e atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada..............................................................

43

Tabela 9. Resultado da análise de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) do triângulo de ward e os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer e atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada..............................................................

45

Tabela 10. Resultado da análise de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) do trocanter e os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer, atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada................................................................................................

47

Tabela 11. Resultado da análise de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) da coluna lombar (L2-L4) e os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer e de atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada..............................................................

49

Tabela 12. Modelos finais das análises de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) de corpo total e das regiões do colo do fêmur, do triângulo de ward, do trocanter e da coluna lombar da população estudada...........................................................................................................................................................

50

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ÍNDICE DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1. Estudos sobre as relações entre atividade física habitual (AFH)) e densidade mineral óssea (DMO) realizados em populações brasileiras................................................................................

15

Quadro 2. Modalidades de exercícios físicos e suas respectivas classificações em níveis de intensidade da população estudada.......................................................................................................

23

Quadro 3. Atividades físicas ocupacionais e suas respectivas classificações em níveis de intensidade da população estudada.......................................................................................................

24

Quadro 4. Especificação dos cálculos dos valores obtidos nas respostas das questões de atividades físicas ocupacionais ao longo da vida e da fórmula para o cálculo dos escores...................................................................................................................................................

25

Quadro 5. Especificação dos cálculos dos valores obtidos nas respostas das questões de exercícios físicos e atividades físicas de lazer ao longo da vida e da fórmula para o cálculo dos escores...................................................................................................................................................

26

Quadro 6. Especificação dos cálculos dos valores obtidos nas respostas das questões de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses e da fórmula para o cálculo dos escores...................................................................................................................................................

27

Figura 1. Regiões de densidade mineral óssea avaliadas.....................................................................

28

Figura 2. Distribuição da população segundo classificação do IMC. Hospital Heliópolis, 1997........................................................................................................................................................

36

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Osteoporose e densidade mineral óssea

A osteoporose é conceituada como uma doença caracterizada por

massa óssea diminuida e deterioração da micro-arquitetura do osso,

conduzindo a um aumento da fragilidade óssea e conseqüente aumento do

risco de fratura (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1994; KANIS e col. 1994).

Esta doença é considerada um dos principais problemas de pessoas idosas

(CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE 1993; McARDLE e col. 1992;

MATSUDO & MATSUDO 1991; SMITH & RAAB 1985), sendo importante causa

de morbi-mortalidade, podendo levar a fraturas que com o avançar da idade

geram diversos gastos com tratamento, reabilitação e incapacitação, afetando a

autonomia e independência das pessoas, sendo por isso, considerada um

importante problema de Saúde Pública (OKUMA 1998; ZERBINI 1998;

MAUTALEN & PUMARINO 1997; CHILIBECK 1995; CONSENSUS

DEVELOPMENT CONFERENCE 1993; MATSUDO & MATSUDO 1991;

CUMMINGS e col. 1990; SMITH & RAAB 1985).

Estudos epidemiológicos de vários países têm estabelecido a

extensão da osteoporose e as conseqüências sócio-econômicas decorrentes da

morbidade e mortalidade associadas às fraturas (ZERBINI 1998). O estudo de

GULLBERG e col. (1997) indica que em 1990 ocorreram cerca de 1,26 milhões

de fraturas de quadril em todo o mundo, sendo 917.000 em mulheres e 338.000

em homens. Os autores estimam que o número aproximado de fraturas de

quadril para o ano de 2025 é de 2,6 milhões e para 2050 é de 4,5 milhões, com

acréscimo de 310% para homens e 240% para mulheres. No Brasil, de acordo

com dados do INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

(1991), estima-se que em 2020 cerca de 20% dos 17,9 milhões de idosos

desenvolverão osteoporose (MATSUDO & MATSUDO 1991).

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A osteoporose tem como um dos maiores fatores determinantes a

massa óssea (KANIS e col. 1994), sendo que, quanto menor a massa óssea

maior risco de fratura (SOUZA & BATTISTELLA 1994).

A redução da massa óssea, principalmente em mulheres idosas é o

fator que mais contribui para a propensão de fraturas (HEMERT e col. 1990).

Estudos retrospectivos e prospectivos em mulheres indicaram que a

prevalência e o risco relativo de fratura aumentaram exponencialmente com a

diminuição da densidade mineral óssea (WASNICH e col. 1987; HUI e col.

1988). A maioria das fraturas ocorre em mulheres idosas e a incidência

aumenta acentuadamente com a idade. As mulheres têm o dobro da incidência

de fraturas em relação aos homens em decorrência de menor quantidade de

massa óssea obtida no pico da mesma, assim como de perda acelerada após a

menopausa.

Apesar da massa óssea ser um dos maiores determinantes da

osteoporose, é interessante ressaltar que as fraturas de quadril (intertrocanter

e colo do fêmur) que ocorrem durante a vida como resultado de quedas,

também são relacionadas com outros fatores como o decréscimo no equilíbrio,

redução de tecido mole na região do quadril e perda de força muscular nos

membros inferiores (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE 1995).

A densidade mineral óssea nas últimas décadas de vida é

dependente do pico de massa óssea obtido nas fases de adolescência e adulto

jovem (NGUYEN e col. 1998; DRINKWATER 1994; THOMAS JR. 1994). O pico

de massa óssea ótimo é a máxima quantidade de osso que um indivíduo é

capaz de atingir (MATSUDO & MATSUDO 1992). Existem controvérsias sobre

a faixa etária onde ocorre este pico. RIGGS e col. (1981) argumentam que este

ocorre entre 20 e 40 anos. Depois dos 40 anos, a massa óssea declina de 0,5 a

1% ao ano, com aceleração desta perda 5 a 10 anos após a menopausa nas

mulheres. Para ROBERGS & ROBERTS (1997) o pico de densidade mineral

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óssea acontece na faixa etária compreendida entre 10 a 20 anos tanto para

homens como para mulheres, tendo um declínio gradual durante vida a partir da

faixa etária compreendida entre 20 a 30 anos.

Apesar de grande parte da literatura existente restringir-se ao estudo

dos fatores determinantes da densidade mineral óssea e a conseqüente

osteoporose e fraturas no sexo feminino, pesquisas do final da década de 80 e

início da década de 90 têm indicado que esta doença é também um problema

de saúde que atinge o sexo masculino (MUSSOLINO e col. 1998; SULINAMI

1998; LOOKER e col. 1997; GULLBERG e col. 1997; MELTON 1997; GRISSO

e col. 1997; GLYNN e col. 1995; HEMENWAY e col. 1994; HANNAN e col.

1992; JACKSON & KLEEREKOPER 1990; DRINKA E BAUWENS 1987).

Estudos em homens adultos e idosos têm indicado que os

determinantes gerais da densidade mineral óssea, os fatores de risco para

osteoporose e para fraturas estão relacionados à força do quadríceps (GLYNN

e col. 1995; NGUYEN e col. 1994), cor do cabelo e uso de diuréticos tiazídicos

(GLYNN e col. 1995), níveis de testosterona (RUDMAN e col. 1990; JACKSON

& KLEEREKOPER 1990), hábitos de tabagismo (GRISSO e col. 1997;

NGUYEN e col. 1994; HOLLENBACH e col. 1993; SUOMINEN e col. 1984),

consumo de álcool (FEHILY e col. 1992; FELSON e col. 1988), utilização de

psicotrópicos (GRISSO e col. 1997), idade acima de 65 anos (HEMENWAY e

col. 1994), ingestão de cálcio (BENDAVID e col. 1996; NGUYEN e col. 1994;

FEHILY e col. 1992; JACKSON & KLEEREKOPER 1990; LAU e col. 1988),

tamanho, peso e estatura corporal (GLYNN e col. 1995; HEMENWAY e col.

1994; EDELSTEIN & BARRETT-CONNOR 1993; FEHILY e col. 1992) e nível

de atividades físicas (MUSSOLINO e col. 1998; KIRCHNER e col. 1996;

GLYNN e col. 1995; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE 1995;

MATSUDO & MATSUDO 1992; LAU e col. 1988; COOPER e col. 1988;

SUOMINEN e col. 1984).

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Por ser uma temática recente, existem poucos estudos na literatura

sobre os possíveis fatores determinantes da densidade mineral óssea em

populações brasileiras do sexo masculino.

Um dos primeiros estudos a discutir esta temática no Brasil foi o de

ZERBINI (1998). O autor estudou a associação da massa magra e da massa

gorda da composição corpórea com a densidade mineral óssea do colo do

fêmur, coluna lombar (L2-L4) e de corpo total em 288 homens saudáveis com

50 anos ou mais residentes no município de São Paulo, concluindo que a

massa magra é o melhor preditor da massa óssea em homens com idade de 50

anos ou mais.

Utilizando o mesmo grupo de homens, JAIME (1999) estudou as

relações entre consumo de cálcio dietético e densidade mineral óssea na

coluna lombar (L2-L4), colo do fêmur e conteúdo de cálcio corporal total,

concluindo que o conteúdo de cálcio corporal total foi correlacionado com o

consumo de cálcio dietético tanto no passado como no presente, porém, não

foram encontradas relações entre o consumo de cálcio dietético atual e

pregresso e a densidade mineral óssea da coluna lombar (L2-L4) e do colo do

fêmur na população estudada.

TANAKA e col. (1999) estudaram os fatores de risco para

osteoporose neste mesmo grupo de voluntários. Foram analisados fatores

como histórico médico-pessoal, nível educacional, origem étnica, história

familiar de fraturas, hábitos de tabagismo, consumo de álcool, ingestão de

cálcio, atividade física habitual e variáveis antropometricas de peso e estatura

corporal. Utilizando o critério de classificação para a osteoporose da

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (WHO 1994), verificou-se que 15% dos

homens estavam com a osteoporose, 44% estavam com osteopenia (estágio

anterior a osteoporose) e 41% estavam no estágio considerado normal. As

variáveis história familiar de fraturas, idade acima de 70 anos e índice de massa

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corporal estiveram associadas positivamente e foram as variáveis

determinantes da osteoporose neste grupo de homens.

Com relação a determinação genética e ambiental da densidade

mineral óssea, estudos indicam que até 80% da massa óssea são

determinados por fatores genéticos e 20% são determinados por fatores

ambientais (KRALL & DAWSON-HUGHES 1993; POCOCK e col. 1987). Dos

fatores ambientais, os relacionados ao estilo de vida como a ingestão de cálcio

e nível de atividades físicas são considerados como os de maior importância

(UUSI-RASI e col. 1998; HO e col. 1997; SULEIMAM e col. 1997; SPECKER

1996; DRINKWATER 1994; LAU e col. 1988; SMITH JR. e col. 1981).

1.2. Atividade física, exercício físico e densidade mineral óssea:

A atividade física é conceituada como todo movimento corporal produzido

por músculo que resulta em gasto de energia, enquanto que o exercício físico é

conceituado como toda atividade planejada, estruturada e repetida que tem como

objetivo melhorar a aptidão física relacionada a saúde. A aptidão física relacionada

a saúde é conceituada como um conjunto de variáveis do condicionamento físico

(força, flexibilidade, aptidão aeróbia e composição corporal) que contribuem para a

execução das tarefas do cotidiano (CASPERSEN e col. 1985). A atividade física

habitual é caracterizada como a soma total de atividades físicas e exercícios

físicos.

Na temática das relações entre atividade física habitual e densidade mineral

óssea, os estudos encontrados na revisão de literatura em homens e mulheres têm

indicado que a perda de densidade mineral óssea que acontece com o decorrer da

idade (HEMENWAY e col. 1994; RIGGS e col. 1981) e o maior risco para fraturas

quando a osteoporose já se encontra estabelecida, podem ser amenizados com a

prática de atividades físicas e exercícios físicos (RUTHERFORD 1997; OURIQUES

& FERNANDES 1997; JOAKIMSEN e col. 1997; AMERICAN COLLEGE OF

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SPORTS MEDICINE 1995; VUORI 1995; PATE e col. 1995; MATSUDO &

MATSUDO 1992; LAW e col. 1991).

O primeiro cientista a reconhecer que as mudanças na massa óssea

acompanham mudanças na carga mecânica através de processos de remodelação

foi um anatomista alemão chamado Julius Wolff. Em 1892 ele notou que esse

processo é dirigido por forças mecânicas e que o tecido ósseo se reorganiza

quando as forças mecânicas mudam. A lei de Wolff, como ficou conhecida,

descreve que a forma geral de um osso é originada de alterações na sua

arquitetura interna e a sua forma externa é conseqüência de mudanças primárias

nos agentes estressores mecânicos, segundo regras matemáticas (ALMEIDA JR.

1997).

Pesquisas do final da década de 40 e década de 50 começaram a analisar

as relações entre mudanças na massa óssea através de mudanças na carga

mecânica (DEITRICK e col. 1948; STEVENSON 1952; GEISER & TRUETA 1958),

porém, os primeiros estudos a retratarem a temática das relações entre atividade

física habitual e densidade mineral óssea são do início da década de 70 (NILSON

& WESTLIN 1971; CHALMERS & HO 1970).

Estudos que investigaram a atividade física habitual durante a vida indicaram

associação com a preservação da densidade mineral óssea, prevenção da

osteoporose e do risco de fraturas (COUPLAND e col. 1999; BRAHM e col. 1998;

GREGG e col. 1998; BIDOLI e col. 1998; SILMAN e col. 1997; GRISSO e col.

1997; GREENDALE e col. 1995; GLYNN e col. 1995; JAGLAL e col. 1993; KRISKA

e col. 1988; SINAKI & OFFORD 1988; LAU e col. 1988; COOPER e col. 1988).

Pesquisas recentes indicam que atividades de impacto e deslocamento do peso

contra-gravidade são mais eficazes para produzir aumento na densidade mineral

óssea (COUPLAND e col. 1999; KARAM e col. 1999; COURTEIX e col. 1998; HO e

col. 1997; NUNES & FERNANDES 1997; CASSEL e col. 1996; DÜPPE e col.

1997; HEINONEN e col. 1996; ETHERINGTON e col. 1996; NORDSTRÖM e col.

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1996; LICHTENBELT e col. 1995; RUIZ e col. 1994; WELTEN e col. 1994;

GRIMSTON e col. 1993; LAU e col. 1988).

Com relação ao período etário ideal para maiores estímulos de aumento

da densidade mineral óssea através das atividades físicas, pesquisas têm

indicado que a prática de atividades físicas e exercícios físicos nas três

primeiras décadas de vida, período onde ocorre o pico de massa óssea, têm se

mostrado como fator primordial para a preservação da densidade mineral óssea

durante a fase adulta e principalmente idosa (COURTEIX e col. 1998; UUSI-

RASI e col. 1998; ALMEIDA JR. & RODRIGUES 1997; NORDSTRÖM e col.

1997; HO e col. 1997; DÜPPE e col. 1997; ARGOTE e col. 1996;

NORDSTRÖM e col. 1996; NORDSTRÖM & LORENTZON 1996; THOMAS JR.

1994; FEHILY e col. 1992; COLLETTI e col. 1989). Estudo realizado com

recém-nascidos prematuros norte-americanos, demonstrou que após 4

semanas de prática de um programa de estimulação passiva com exercícios

para membros superiores e inferiores, houve aumento de 34% na mineralização

óssea da região do rádio distal quando comparado a um grupo controle sem

esta estimulação (MOYER-MILEUR e col. 1995).

Com relação as crianças e adultos jovens, WELTEN e col. (1994)

estudaram as relações entre atividades físicas de impacto (incluindo exercícios

físicos e atividades físicas de locomoção) e consumo de cálcio durante a

juventude e a importância para o pico de massa óssea. Através de estudo

longitudinal de 15 anos, os autores analisaram 98 mulheres e 84 homens

holandeses na faixa etária de 13 aos 16 anos. Foram investigadas variáveis

antropométricas de peso e estatura corporal, consumo de cálcio e atividades

físicas de impacto (englobando exercícios físicos e atividades físicas de

locomoção) nos períodos de adolescência, de 13 a 21 anos e no período total

(de 13 a 27 anos). Através de análise de regressão linear múltipla, somente as

atividades de impacto e o peso corporal foram variáveis significativas para ao

modelo final. Os melhores preditores para densidade mineral óssea da coluna

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lombar nos homens, nos três períodos analisados, foram as atividades de

impacto e nas mulheres foi o peso corporal. As atividades físicas de impacto

regulares e o peso corporal normal relatado para idade em adolescentes e

adultos jovens são importantes estratégias para maximizar o pico de massa

óssea.

É interessante ressaltar que existem estudos que não encontraram

correlações significativas entre as atividades físicas e exercícios físicos com a

densidade mineral óssea em recém-nascidos (SPECKER e col. 1999) e

crianças (VANDENBERGH e col. 1995).

Pesquisas também têm indicado que atividades físicas e exercícios físicos

praticados na fase idosa podem preservar a densidade mineral óssea e prevenir a

osteoporose (NELSON e col. 1994; MENKES e col. 1993).

Nas modalidades de exercícios físicos, ainda existem muitas controvérsias

sobre quais seriam os tipos de programas de treinamento físico que poderiam

induzir a melhores estímulos osteogênicos e conseqüente preservação e aumento

da densidade mineral óssea (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE

1995).

Na modalidade de treinamento com pesos, os estudos têm indicado

correlações significativas com a preservação e aumento da densidade mineral

óssea (LAYNE & NELSON 1999; GREGG e col. 1998; ETHERINGTON e col.

1996; HAMDY e col. 1994; RYAN e col. 1994; NELSON e col.1994; MENKES e

col. 1993; COLLETTI e col. 1989; CHOW e col. 1987). Porém, o estudo de

ROCKWELL e col. (1990) que analisou os efeitos do treinamento com pesos na

densidade mineral óssea da região da coluna lombar em 10 mulheres saudáveis na

pré-menopausa, comparando com um grupo controle caracterizado por 07

mulheres saudáveis sedentárias, demonstrou que após 9 meses de treinamento

com pesos houve um decréscimo na média da densidade mineral óssea no grupo

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de estudo, sendo que o grupo controle manteve a mesma média de densidade

mineral óssea do início do estudo.

Estudos realizados em modalidades aquáticas como natação e pólo aquático

são controversos. Pesquisas que estudaram crianças praticantes de natação e

compararam com crianças praticantes de modalidades de impacto indicaram que a

natação não proporcionou aumentos significativos na média da densidade mineral

óssea, ao contrário das modalidades de impacto que proporcionaram aumentos

significativos na média da densidade mineral óssea de corpo total, colo do fêmur e

coluna lombar (L2-L4) dos praticantes (COURTEIX e col. 1998; CASSEL e col.

1996; GRIMSTON e col. 1993). Porém, ORWOLL e col. (1989) analisando 58

homens e 36 mulheres com idade igual ou superior a 40 anos que praticaram

somente a modalidade natação durante três anos, indicaram que houve aumento

significativo na média da densidade mineral óssea nos homens, porém, não foram

identificados aumentos significativos na média da densidade mineral óssea das

mulheres. Um outro estudo de BLOCK e col. (1989), que analisou dois grupos de

praticantes, sendo um grupo de 20 praticantes de pólo aquático e 19 praticantes de

treinamento com pesos e um grupo controle formado por 20 não praticantes de

exercícios físicos, demonstrou que os dois grupos de praticantes obtiveram

aumentos significativos nas médias da densidade mineral óssea em relação ao

grupo controle e não houve diferenças significativas na média da densidade

mineral óssea entre os grupos de praticantes.

Pesquisas realizadas com crianças, adultos e idosos têm indicado aumento

e preservação da densidade mineral óssea e do conteúdo mineral ósseo e

diminuição do risco de fraturas através da prática de modalidades como ginástica

aeróbica, dança, ginástica olímpica, ginástica localizada, ballet, ginástica

calistênica e ginástica geral (COURTEIX e col. 1998; GREGG e col. 1998; NUNES

& FERNANDES 1997; CASSEL e col. 1996; HEINONEN e col. 1996; KIRCHNER e

col. 1996; LICHTENBELT e col. 1995; NICHOLS e col. 1994; RUIZ e col. 1994),

tênis e squash (KONTULAINEN e col. 1999; GREGG e col. 1998; ETHERINGTON

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e col. 1996; HUTCHINSON e col. 1995; KANNUS e col. 1995), corridas de

velocidade e saltos (BENNELL e col. 1997; HEINONEN e col. 1996; SUOMINEN &

RAHKILA 1991), corridas de fundo e caminhadas (HUTCHINSON e col. 1995;

KRALL & DAWSON-HUGHES 1994; MATSUDO & MATSUDO 1992;

McaDOUGALL e col. 1992; SUOMINEN & RAHKILA 1991; NELSON e col. 1991;

CHOW e col. 1987; LANE e col. 1986; WILLIAMS e col. 1984), modalidades

coletivas como hockey sobre o gelo, basquetebol, voleibol e futebol (KARAM e col.

1999; NORDSTRÖM e col. 1996; DÜPPE e col. 1997; HUTCHINSON e col. 1995;

RUIZ e col. 1994) e modalidades aeróbias em geral (KELLEY 1998).

Os tipos de atividades físicas ideais para preservação da densidade mineral óssea, prevenção da

osteoporose e diminuição no risco de fraturas que têm sido indicadas nos estudos para adultos e idosos

são as atividades de impacto que envolvem a musculatura do quadríceps como caminhadas rápidas para

locomoção, caminhadas em subidas, subidas de degraus, atividades domésticas, atividades de

jardinagem e tempo permanecido em pé.

COUPLAND e col. (1999) estudaram as relações entre atividade física habitual e densidade

mineral óssea da coluna lombar (L2-L4), da região proximal do fêmur (colo e trocanter), da região total do

rádio (rádio e ulna) e de corpo total, em 580 mulheres inglesas na faixa etária de 45-61 anos. Através de

levantamento transversal os autores investigaram o total de horas por semana de atividades físicas, o total

de horas por semana de exercícios físicos, a freqüência de caminhada (número de vezes em 4 semanas),

total de horas por semana de caminhada e total de degraus subidos por dia. Na análise de regressão

linear múltipla, realizando um modelo para cada região de densidade mineral óssea e para cada tipo de

atividade física investigada, e ajustando por idade, estatura, peso, anos após a menopausa, duração da

reposição hormonal, consumo de cigarros, utilização de corticosteróides, índice de osteoartrite, história

pessoal e familiar de fraturas, os resultados indicaram que houve associação significativa entre

caminhadas e atividades de subidas de degraus com a densidade mineral óssea da região do trocanter e

de corpo total. Os autores concluíram que caminhadas rápidas e subidas de degraus são mudanças

práticas que podem facilmente serem incorporadas nas atividades diárias, sendo grandes estratégias

para promoção em saúde.

GREGG e col. (1998) analisaram as relações entre níveis de atividade física e risco para fraturas

em 9704 mulheres norte-americanas com idade igual ou superior a 65 anos. Através de estudo de coorte

prospectiva os autores analisaram as atividades referentes à prática de exercícios físicos, caminhadas

diárias, subidas de degraus, trabalhos em casa, além de atividades de descanso como tempo dispendido

sentado. Através de análise de regressão logística, ajustando por idade, dieta, quedas e nível de

capacidade funcional, os resultados indicaram que altos níveis de atividades físicas de lazer e exercícios

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físicos, atividades domésticas e poucas horas sentadas no dia são associadas com redução no risco de

fratura do quadril.

LAU e col. (1988) analisaram as relações entre a ingestão de cálcio e níveis de atividades físicas

e a incidência de fraturas do quadril em homens e mulheres chineses. Através de estudo caso-controle,

avaliando 400 pessoas com diagnóstico de fratura do quadril e um grupo controle de 800 pessoas para

comparação, os autores investigaram as atividades físicas de locomoção e atividades físicas de impacto e

ingestão de cálcio. Através de análise de regressão logística controlada pelo hábito de tabagismo e

consumo de álcool, os resultados indicaram que entre mulheres idosas as atividades de impacto diárias e

a alta ingestão de cálcio foram associadas com redução no risco de fraturas. Entre homens idosos o

consumo de cálcio também foi associado com diminuição no risco de fratura, porém as atividades físicas

não foram significativas.

COOPER e col. (1988) estudaram níveis de atividades físicas, força muscular, ingestão de cálcio

e as relações com fraturas do quadril em 300 mulheres e homens ingleses, comparados com grupo

controle de 600 pessoas. Através de estudo caso-controle, foram investigadas variáveis como força do

quadríceps e atividades físicas como ficar em pé, caminhar, subir degraus, atividades domésticas e

jardinagem. Através de análise de regressão linear múltipla e regressão logística, controladas pelo índice

de massa corporal, hábito de tabagismo, consumo de álcool, história de fraturas, uso de corticosteróides,

os resultados indicaram que homens e mulheres com baixo nível de atividades físicas tiveram um

incremento no risco para fraturas. O mesmo resultado foi obtido para força do quadríceps. No consumo de

cálcio, não foram observadas mudanças nos riscos para mulheres e foi observada queda nos riscos para

os homens. Estes resultados ressaltam a importância das atividades físicas do cotidiano para prevenção

de fraturas.

Com relação as atividades físicas ocupacionais e suas relações com a

densidade mineral óssea, osteoporose e risco para fraturas os resultados são

controversos. O estudo de CHALMERS & HO (1970) já indicava que trabalhos com

maiores níveis de atividades físicas ocupacionais proporcionavam efeitos

protetores contra a osteoporose. Através de estudo descritivo analisando a

prevalência de fraturas do quadril, as características demográficas de populações

da Suécia, Inglaterra, China (Hong-Kong e Cingapura) e África do Sul (Bantu) e os

possíveis fatores determinantes das fraturas, os autores indicaram que populações

com trabalhos laborais de maiores níveis de atividades físicas como os chineses e

bantus foram menos susceptíveis para desenvolver a doença em relação a

populações com atividades laborais mais sedentárias como os suecos e ingleses.

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SILMAN e col. (1997) analisando a atividade física habitual durante a vida e

o risco de deformidade vertebral através de radiografia da região tóraco-lombar em

14261 homens e mulheres, com idade igual ou superior a 50 anos, de 30 países

europeus, através de análise de regressão logística ajustada por idade, país, fumo,

índice de massa corporal, indicaram que altos níveis de atividades físicas,

principalmente as atividades ocupacionais dos homens, como trabalhos de

agricultura (lavoura) e construção civil (pedreiros e serventes), estão

correlacionados significativamente com maior risco para deformidade vertebral e

aumento no risco de fraturas.

FEHILY e col. (1992) estudando os fatores determinantes da densidade

mineral óssea em 581 crianças inglesas com acompanhamento de 14 anos,

indicaram através de análise univariada que ocupações de trabalhos manuais que

exigiam maiores níveis de atividades físicas foram correlacionados

significativamente com a densidade mineral óssea das regiões do rádio, ulna e

quadril.

Grande parte das pesquisas na literatura mundial indica que as atividades

físicas e os exercícios físicos podem contribuir para o aumento e preservação da

densidade mineral óssea e prevenção de fraturas provocadas pela osteoporose,

porém a grande maioria se refere a populações norte-americanas ou européias,

não existindo nenhum estudo em populações masculinas brasileiras. Os estudos

que analisaram as relações entre atividade física habitual e densidade mineral

óssea em populações femininas no Brasil são apresentados no quadro 1.

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Quadro 1.Estudos sobre as relações entre atividade física habitual (AFH) e densidade mineral óssea (DMO) realizados em populações brasileiras: Referências Local Sujeitos e Análise da Resultados tipo de estudo AFH AFH versus DMO

NUNES &

FERNANDES 1997

Florianópolis

28 mulheres

idade entre 35 a 45 anos

Estudo experimental

com 2 grupos de 14

mulheres cada, sendo

um grupo ativo

(estudo) e um grupo

sedentário (controle)

Exercícios físicos

praticados na modalidade

ginástica localizada com

duração de 60 minutos

por sessão de

2 a 3 vezes semanais nos

últimos 2-5 anos

DMO média do grupo

ativo superior ao grupo

controle nas regiões

do colo do fêmur e

triângulo de ward

ALMEIDA Jr. &

RODRIGUES 1997

São Paulo

100 mulheres saudáveis

em processo de

menopausa e pós-

menopausa na faixa

etária de 36 a 86 anos

Estudo do tipo caso-

controle com 2 grupos de

50 mulheres cada sendo

um grupo de portadoras

da osteoporose e um

grupo controle

Exercícios físicos (tipo e

freqüência) e atividades

físicas (domésticas,

ocupacionais) na

infância, adolescência,

fase adulta (20 a 30

anos) e anterior a coleta

Prática de atividades

físicas que produzem

carga sobre o tecido

ósseo e alimentação

suficiente em cálcio

foram fatores

essenciais na

prevenção da

osteoporose

OURIQUES &

FERNANDES 1997

Florianópolis

50 mulheres com

idade média de 62 anos

todas na fase pós-

menopausa

Estudo experimental com

2 grupos sendo um grupo

ativo (estudo) formado

por 20 mulheres e um

grupo sedentário

(controle) formado por 30

mulheres

Exercícios físicos

praticados nos últimos 2

a 4 anos

Exercícios de força,

flexibilidade e equilíbrio

com duração de 60

minutos por sessão (a

75% da freqüência

cardíaca máxima) de 3 a

4 vezes semanais

DMO média do grupo

ativo superior ao grupo

controle nas regiões da

coluna lombar (L2-L4),

colo do fêmur e

triângulo de ward

KARAM e col. 1999

Porto Alegre

42 mulheres na fase pós-menopausa Estudo experimental com 2 grupos sendo um grupo ativo (21 mulheres com média de idade de 58 anos) e um grupo sedentário (controle com média de idade de 56 anos)

Prática de exercícios físicos (modalidade voleibol) na segunda década de vida e nos últimos 12 meses anteriores a coleta

DMO média do grupo ativo superior ao grupo controle na coluna lombar (L1, L2, L3, L4, L2-L4) e em todas as regiões do fêmur proximal (colo, trocanter, intertrocanter, triângulo de ward e total)

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Nestes estudos verifica-se que a prática de exercícios físicos como a

ginástica localizada, voleibol, exercícios de força, flexibilidade e equilíbrio em geral

e atividades domésticas e ocupacionais praticadas tanto na infância como na fase

adulta, foram importantes para a preservação e aumento da densidade mineral

óssea e prevenção da osteoporose em mulheres. Porém, até o presente momento

não existe nenhum estudo no Brasil que tenha analisado as relações entre

atividade física habitual e densidade mineral óssea na população masculina.

Portanto, é necessário que se investigue se o que se observou para homens

de países desenvolvidos, também se aplica a homens brasileiros, que possuem

características sócio-culturais distintas.

Esta pesquisa se faz relevante, tanto para a área de Educação Física como

para o campo da Saúde Pública, visto que a atividade física e exercícios físico

mostram-se, atualmente, como uma das grandes estratégias de intervenção para a

prevenção de doenças crônico-degenerativas como a osteoporose (PATE e col.

1995).

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral:

Descrever a relação entre atividade física habitual e densidade mineral

óssea em homens adultos e idosos brasileiros;

2.2. Objetivos específicos:

✓ Verificar a correlação entre atividade física habitual dos períodos de vida de

10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos, dos últimos 12 meses

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anteriores a coleta de dados na densidade mineral óssea de homens com idade

igual ou superior a 50 anos dos seguintes locais:

• corpo total,

• colo do fêmur,

• triângulo de ward,

• trocanter,

• coluna lombar (L2-L4),

controlando pelas variáveis idade, peso, estatura e índice de massa corporal.

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Pesquisa Determinantes da Densidade Mineral Óssea em Homens Adultos e Idosos:

O presente estudo faz parte de uma ampla pesquisa intitulada

“Determinantes da Densidade Mineral Óssea em Homens Adultos e Idosos”,

realizada no Complexo Hospitalar Heliópolis, situado na região sul do município

de São Paulo. O Hospital Heliópolis é um hospital público estadual, fundado em

1969 que presta assistência à saúde em diversas especialidades. Sua

abrangência de atendimento inclui a própria região sul do município de São

Paulo e os municípios de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema.

3.2. Delineamento do estudo:

Este estudo é do tipo transversal abrangendo indivíduos voluntários do

sexo masculino.

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3.3. População do estudo:

Foram recrutados indivíduos voluntários do sexo masculino com idade

igual ou superior a 50 anos no período de fevereiro a agosto de 1997. O

recrutamento foi realizado através da imprensa (anúncios em jornal), avisos

colocados no posto de atendimento médico do Hospital Heliópolis, pessoas

conhecidas dos membros da equipe, indivíduos submetidos a controle periódico

pelo serviço de cardiologia do hospital, cônjuges de mulheres que

compareceram para realizar a densitometria óssea e funcionários do complexo

hospitalar.

Os critérios de inclusão foram ser do sexo masculino, possuir idade igual

ou superior a 50 anos, estar em bom estado de saúde não possuindo patologias

como câncer, mieloma, hipertiroidismo e doença reumatóide ou ingerindo

medicamentos que pudessem afetar o metabolismo ósseo ou causar

osteoporose e possuir estatura até 190 centímetros devido a limitação de

visualização do corpo no aparelho de densitometria.

3.4. Metodologia:

Foram programadas duas visitas por participante. Na primeira visita

foram coletados dados referentes aos antecedentes mórbidos, nível

educacional, raça, história familiar de fraturas ósseas, hábito de fumar, ingestão

de bebidas alcoólicas, ingestão de cálcio e atividade física habitual ao longo da

vida e dos últimos 12 meses através de questionários (anexos 1 e 2) coletados

por uma técnica especificamente treinada. Os dados de antropometria, através

de medidas de peso e estatura corporal, foram coletados por uma nutricionista

e os dados de densidade mineral óssea, foram coletados através da medida de

densitometria óssea por médicos e por uma técnica em densitometria. Na

segunda visita, os participantes receberam os resultados e foram orientados

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pelos profissionais de saúde sobre os resultados dos exames de densitometria

óssea e fatores de risco identificados para osteoporose.

Atividade Física Habitual:

Para a avaliação da atividade física habitual, utilizou-se questionário

proposto por BAECKE e col. (1982) (anexo 2), o qual foi traduzido para o

português e adaptado pelos pesquisadores deste estudo. A avaliação de

atividade física por questionários é um método influenciado principalmente pela

capacidade de recordação das pessoas, especialmente o recordatório dos

períodos de adolescência quando aplicado a adultos e idosos (MONTOYE &

TAYLOR 1984). Este é considerado como o melhor método para se avaliar

atividade física habitual em estudos epidemiológicos, pelo baixo custo

financeiro, pela facilidade, por poder atingir grandes populações (NAHAS 1996;

PAFFENBARGER JR. e col. 1993; VOORIPS e col. 1991; WASHBURN &

MONTOYE 1986; LAPORTE e col. 1985) e por ser a única forma de se avaliar

as atividades físicas do passado. Com relação ao questionário utilizado no

presente estudo (BAECKE e col. 1982), sua validação foi realizada em

população de país desenvolvido. Porém, é interessante salientar que foi um

questionário de fácil aplicabilidade para população de homens adultos e idosos

brasileiros, além de poder abranger três níveis de atividades físicas

caracterizados por atividades físicas ocupacionais (questões 1 a 8), exercícios

físicos e atividades físicas de lazer (questões 9 a 12) e atividades físicas de

locomoção (questões 13 a 16), as quais compõem a avaliação da atividade

física habitual.

A atividade física habitual foi avaliada ao longo da vida nos períodos de

10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e nos últimos 12 meses,

excluindo-se as atividades físicas de locomoção, que foram avaliadas somente

nos últimos 12 meses.

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Para classificação da atividade física habitual, utilizou-se a fórmula

proposta por BAECKE e col. (1982), resultando em 9 escores finais dos

respectivos períodos avaliados (de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos e de 31 a 50

anos e dos últimos 12 meses). Para a classificação dos níveis de gasto

energético das atividades físicas ocupacionais e das modalidades de exercícios

físicos que não constavam da padronização de BAECKE e col. (1982), utilizou-

se como referência o estudo de AINSWORTH e col. (1993) que versou sobre

compêndio de classificação de gasto energético de atividades físicas humanas

e o estudo de McARDLE e col. (1992) que propôs níveis de classificações em

gasto energético de atividades físicas humanas baseadas no múltiplo da taxa

metabólica em repouso (mets). As respectivas classificações das modalidades

de exercícios físicos e das atividades físicas ocupacionais estão especificadas

nos quadros 2 e 3.

Quadro 2. Modalidades de exercícios físicos e suas respectivas classificações em níveis de intensidade da população estudada:

Modalidades de Exercícios Físicos Níveis de Intensidade

Baixo Moderado Alto Bicicleta (Ciclismo)* X Natação* X Tênis* X Remo* X Futebol* Boxe * X Basquetebol* X Aulas de Educação Física Escolar** X Voleibol** X Caminhada ** X Ginástica Geral** X Artes Marciais** X Capoeira ** X Corrida (Trote)** X

Treinamento com Pesos** X *Classificação em Milijoules por hora (MJ/h)de acordo com BAECKE e col.1982) **Classificação em Mets de acordo com AINSWORTH e col. (1993) e McARDLE e col. (1992)

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Quadro 3. Atividades físicas ocupacionais e suas respectivas classificações em níveis de intensidade da população estudada:

Atividades Físicas Ocupacionais Níveis de Intensidade Baixo Moderado Alto Motoristas em geral (de cargas e passageiros)* X Estudantes em geral* X Vendedores em geral (comerciantes, ambulantes, representantes)*

X

Trabalhadores de escritório em geral (auxiliares, escriturários, telegrafistas, bancários, analistas, técnicos, telefonistas)*

X

Profissões de nível superior em geral*(contadores, dentistas, administradores, professores, engenheiros, químicos, advogados)*

X

Carpinteiros e Encanadores* X Trabalhadores de serviços de manutenção de veículos e máquinas em geral (mecânicos, eletricistas, pintores e funileiros)**#

X

Pedreiros* X Atletas de esportes de rendimento (futebol de campo)* X Trabalhadores de agricultura (lavoura e pecuária)* X Trabalhadores de fabricação e produção industrial em geral•*

X

Trabalhadores de pesca em geral** X Aposentados** X Cabeleireiros, Fotógrafos, Vigias, Porteiros, Relojoeiros, Zeladores**#

X

Garçons e Balconistas de bares** X Inspetores e Supervisores em geral (mestres, contra-mestres, encarregados)**#

X

Policiais em geral (militares, policiais municipais e civis) e Servidores militares **

X

Faxineiros e Auxiliares de limpeza**# X Sapateiros** X Cobradores de ônibus, Instrutores de auto-escola e Ascensoristas**#

X

Padeiros** X Cozinheiros, Auxiliares de cozinha e Açougueiros**# X Auxiliares de Enfermagem e de Laboratório** X Cobradores de rua, Mensageiros e Office-boys**# X Carteiros e Feirantes**# X Almoxarifes, Empacotadores e Engraxates**# X

*Classificação em milijoules por hora (MJ/h) de acordo com BAECKE e col. (1982) **Classificação em mets de acordo com AINSWORTH e col. (1993) e McARDLE e col. (1992); #As profissões em que não foram encontrados códigos de níveis de intensidade especificados, o cálculo foi baseado nas especificidades das atividades realizadas por cada profissão, tendo como base os estudos de AINSWORTH e col. (1993) e McARDLE e col. (1992); •Esta categoria inclui mecânicos de manutenção, montadores, operadores de máquinas, eletricistas, trabalhadores de instalação de processamento químico, fabricação de roupas, metalúrgicos e siderúrgicos, usinagem de metais, fabricação e preparação de alimentos e bebidas, artes gráficas, fabricação de produtos têxteis, fabricação de artefatos de madeiras, fabricação de calçados e artefatos de couro, fabricação de produtos de borracha e plástico.

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• Atividades físicas ocupacionais:

As atividades físicas ocupacionais resultaram em 4 escores finais dos

períodos de vida de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos

últimos 12 meses. As questões aplicadas com os respectivos valores, assim

como a fórmula para o cálculo final dos escores são especificadas no quadro 4.

Quadro 4. Especificação dos cálculos dos valores obtidos nas respostas das questões de atividades físicas ocupacionais ao longo da vida :e da fórmula para o cálculo dos escores:

ÍNDICE DE POSSÍVEIS RESPOSTAS DAS PESSOAS: Nunca/raramente/algumas vezes/freqüentemente/sempre (1/ 2/ 3/ 4/ 5/) Escore obtido de acordo com a resposta muito freqüentemente/ freqüentemente/algumas vezes/raramente/nunca (5/ 4/ 3/ 2/ 1) Escore obtido de acordo com a resposta

ATIVIDADES FÍSICAS OCUPACIONAIS: 1.Tipo de ocupação: (1/3/5) (definição de acordo com gasto energético especificado no quadro 3) 2.Sentar no trabalho: (1/2/3/4/5) 3.Ficar em pé no trabalho: (1/2/3/4/5) 4.Andar no trabalho: (1/2/3/4/5) 5.Carregar carga pesada no trabalho: (1/2/3/4/5) 6.Se sentir cansado após o trabalho: (5/4/3/2/1) 7.Suar durante o trabalho: (5/4/3/2/1) 8.Comparar fisicamente o trabalho com pessoas da mesma idade: (5/4/3/2/1) (muito pesado/mais pesado/tão pesado quanto/mais leve/muito leve)

Fórmula para cálculo dos escores de atividades físicas ocupacionais (vq=valor da

questão):8

vq8vq7vq6vq5vq4vq3vq2)-(6vq1AFO de Escore +++++++=

• Exercícios físicos e atividades físicas de lazer:

Os exercícios físicos e atividades físicas de lazer resultaram em 4

escores finais dos períodos de vida de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a

50 anos e dos últimos 12 meses. As questões aplicadas com os respectivos

valores, assim como a fórmula para o cálculo final dos escores são

especificadas no quadro 5.

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Quadro 5. Especificação dos cálculos dos valores obtidos nas respostas das questões de exercícios físicos e atividades físicas de lazer ao longo da vida e da fórmula para o cálculo dos escores:

ÍNDICE DE POSSÍVEIS RESPOSTAS DAS PESSOAS: Nunca/raramente/algumas vezes/freqüentemente/sempre (1/ 2/ 3/ 4/ 5/) Escore obtido de acordo com a resposta muito freqüentemente/ freqüentemente/algumas vezes/raramente/nunca (5/ 4/ 3/ 2/ 1) Escore obtido de acordo com a resposta

EXERCÍCIOS FÍSICOS E ATIVIDADES FÍSICAS DE LAZER: 9.Primeira questão referente aos exercícios físicos/esportes regulares (dividida em 6 partes):

Tipo: (1/3/5) (definição de acordo com gasto energético especificado no quadro 2) Horas por semana: (<1/1-2/2-3/3-4/>4) Meses por ano: (<1/1-3/4-6/7-9/>9)

Se pratica uma segunda modalidade: Tipo:(1/3/5) (definição de acordo com gasto energético especificado no quadro 2) Horas por Semana: (<1/1-2/2-3/3-4/>4) Meses por ano: (<1/1-3/4-6/7-9 />9)

10.Comparação das atividades de lazer com pessoas da mesma idade:(1/2/3/4/5) (muito maior/maior/ a mesma/ menor/ muito menor) 11.Suar nas horas de lazer: (1/2/3/4/5) 12.Praticar exercícios físicos/esportes (não regulares) nas horas de lazer:(1/2/3/4/5) Cálculo do vq9=Σ(Intensidade X Tempo X Proporção)² Intensidade (tipo de exercício)=0,76 ou 1,26 ou 1,76 (determinado pela resposta da escala (1/3/5) proposta de acordo com o gasto energético da modalidade) Tempo (horas por semana)=0,5 ou 1,5 ou 2,5 ou 3,5 ou 4,5 (determinado pela resposta da escala (<1/1-2/2-3/3-4/>4) proposta de acordo com as horas semanais de prática) Proporção (meses por ano)=0.04 ou 0.17 ou 0.42 ou 0.67 ou 0.92 (determinado pela resposta da escala (<1/1-3/4-6/7-9/>9) proposta de acordo com os meses por ano de prática) Valor final de vq9= (1/2/3/4/5) ✓ Fórmula para o cálculo dos escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer (vq=valor da questão):

4vq12vq11vq10vq9EF/L de Escore +++

=

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• Atividades físicas de locomoção:

As atividades físicas de locomoção resultaram em 1 escore final dos

últimos 12 meses. As questões aplicadas com os respectivos valores, assim

como a fórmula para o cálculo final dos escores são especificadas no quadro

6.Quadro 6. Especificação dos cálculos dos valores obtidos nas respostas das

questões de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses e da

fórmula para o cálculo dos escores:

ÍNDICE DE POSSÍVEIS RESPOSTAS DAS PESSOAS: Nunca/raramente/algumas vezes/freqüentemente/sempre (1/ 2/ 3/ 4/ 5/) Escore obtido de acordo com a resposta muito freqüentemente/ freqüentemente/algumas vezes/raramente/nunca (5/ 4/ 3/ 2/ 1) Escore obtido de acordo com a resposta

ATIVIDADES FÍSICAS DE LOCOMOÇÃO:

13.Ver televisão nas horas de lazer: (1/2/3/4/5) 14.Andar a pé nas horas de lazer: (1/2/3/4/5) 15.Andar de bicicleta nas horas de lazer: (1/2/3/4/5) 16.Duração total em minutos de andar a pé ou de bicicleta por dia indo e voltando do trabalho, ou escola ou compras: (1/2/3/4/5) (<5/5-15/16-30/31-45/>45)

Fórmula para o cálculo do escore de atividades físicas de locomoção (vq=valor da questão):

4vq16vq15vq14vq13)-[(6AFLOC de Escore +++

=

Densidade Mineral Óssea:

Para a coleta de dados de densidade mineral óssea foi utilizado

densitometria óssea através de aparelho densitômetro de dupla emissão de

raios x , da marca Lunar Corp, Madison, WI e analisados com o programa de

computador Lunar versão 3.1. (anexo 3). É interessante ressaltar que este é

considerado atualmente o melhor método para avaliação da densidade mineral

óssea (ROBERGS & ROBERT 1997; MILLER e col. 1996; SOUZA &

BATTISTELLA 1994). A densidade mineral óssea foi expressa em gramas por

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centímetro ao quadrado (gr/cm2) e analisou-se as regiões do corpo total, colo

do fêmur, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4) (figura 1).

Figura 1. Regiões dedensidade mineral óssea avaliadas:

Colo do fêmur,triângulo de warde trocanter

Coluna lombar (L2-L4)

Corpo total

Peso e Estatura:

Para a coleta de dados de peso utilizou-se uma balança de consultório

da marca Filizola e para a coleta de dados de estatura corporal utilizou-se um

estadiômetro. O peso foi medido em quilos (Kg) com aproximação de 100

gramas. A estatura foi medida em centímetros (cm) com aproximação de 1 cm.

O índice de massa corporal foi calculado como a razão entre a medida do peso

em Kg e o quadrado da estatura em metros.

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3.5. Variáveis de Estudo:

Variáveis Dependentes:

Densidade Mineral Óssea (DMO) em (gr/cm2):

• Corpo total;

• Colo do fêmur;

• Triângulo de ward;

• Trocanter;

• Coluna lombar (L2-L4).

Variáveis Independentes:

Atividade física habitual (AFH) em escores de escala numeral contínua:

• Escore de prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer do período de 10 a 20 anos (EF/L10-20A);

• Escore de prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer do período de 21 a 30 anos (EF/L21-30A);

• Escore de prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer do período de 31 a 50 anos (EF/L31-50A);

• Escore de prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer dos últimos 12 meses (EF/L12M);

• Escore de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses (AFLOC12M);

• Escore de atividades físicas ocupacionais do período de 10 a 20 anos (AFO10-20A);

• Escore de atividades físicas ocupacionais do período de 21 a 30 anos (AFO21-30A);

• Escore de atividades físicas ocupacionais do período de 31 a 50 anos (AFO31-50A);

• Escore de atividades físicas ocupacionais dos últimos 12 meses (AFO12M).

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Variáveis de Controle:

Medidas antropométricas:

• Peso (Kg) e Estatura (cm);

• Índice de massa corporal (IMC) (Kg/m2). Esta variável foi analisada como qualitativa com as seguintes classificações de acordo com a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (WHO 1995): desnutrição (IMC < 18,5); normal (18,5 ≤ IMC ≤ 25,0); sobrepeso (25,1 ≤ IMC ≤ 30,0); obesidade (IMC > 30,0 = obesidade) e também como quantitativa contínua nos modelos de regressão linear.

3.6. Análise Estatística:

Primeiramente as variáveis foram analisadas de forma descritiva por

meio de médias, desvios-padrão, valores mínimos e máximos.

As correlações entre a AFH ao longo da vida e DMO foram calculadas

por meio do coeficiente de correlação de Spearman(r).

Foi realizada a análise de variância um fator 9faixa etária de 10 a 20

anos de idade, de 21 a 30 anos de idade, de 31 a 50 anos de idade e dos

últimos 12 meses) testando as diferenças entre as médias dos escores de

exercícios físicos e atividades físicas de lazer e dos escores de atividades

físicas ocupacionais. A faixa etária foi considerada medida repetida, pois se

referia ao mesmo indivíduo medido sobre o mesmo tema em momentos

diferentes. As múltiplas comparações foram feitas utilizando o teste de HSD-

Tukey (Tukey honest significant difference test).

Posteriormente foram estimados cinco modelos de regressão linear

múltipla assumindo respectivamente a DMO de corpo total, colo do fêmur,

triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4) como variáveis

dependentes; os escores de atividades físicas ocupacionais e exercícios físicos

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e atividades físicas de lazer ao longo da vida e dos últimos 12 meses e

atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses foram as variáveis

independentes; as variáveis de idade, peso corporal, estatura corporal e IMC

foram analisadas como variáveis de controle.Foi realizada a análise dos

resíduos para se verificar a presença de viés no modelo e a presença de

valores aberrantes.

Foi utilizada a estratégia de modelagem stepwise forward.

Foi feita a análise dos resíduos para se verificar a presença de valores aberrantes.

Em todas as análises utilizou-se o nível de significância de α=5%.

3.7. Programas de computador (softwares) utilizados:

Foram utilizados os seguintes programas de computador:

_Fox-Pro para Windows: digitação do banco de dados;

_Excel versão 7.0 para Windows: consistência do banco de dados;

_Epi-Info versão 6.04: análise descritiva;

_SPSS para Windows versão 5.02: análise de correlação e modelos de

regressão linear múltipla.

3.8. Questões Éticas:

Todos os participantes assinaram um termo de consentimento informado

do estudo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Hospital Heliópolis

pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo (anexo 4).

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É importante salientar que quando foi diagnosticado algum problema de

saúde com os participantes, imediatamente foi agendado tratamento no

ambulatório do Hospital Heliópolis.

4. RESULTADOS A população de estudo foi composta por 326 homens com idade média

de 62,5 anos (DP=7,9 anos), sendo a maioria da raça branca (80,1%), casada (86,8%) e com níveis de escolaridade até o 1° grau incompleto (73,6%), com o predomínio de indivíduos nas faixas etárias de 50 a 59 anos (42%) e 60 a 69 anos (37,4%).

Tabela 1. Número e porcentagem da população estudada, segundo as características sócio-demográficas. Hospital Heliópolis, São Paulo, 1997:

Variáveis N° % idade: 50-59 anos 60-69 anos 70-79 anos 80 e + Raça: Branca Negra Parda Amarela Estado Civil: Solteiro Casado Separado Viúvo Escolaridade: Analfabeto Sabe Ler/Escrever 1° Grau incompleto 1° Grau completo 2° Grau incompleto 2° Grau completo Nível Superior

137 42 122 37,4 61 18,7 6 1,8 261 80,1 32 9,8 31 9,5 2 0,6 10 3,1 283 86,8 15 4,6 18 5,5 7 2,1 115 35,3 118 36,2 43 13,2 2 0,6 26 8,0 15 4,6

Total 326 100,0

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Medidas de tendência central e de dispersão para as variáveis

antropométricas são apresentadas na tabela 2. A média de peso foi de 73,1 Kg

(DP=12,8 Kg), a média de estatura corporal foi de 165,3 cm (DP=6,6 cm) e a

média do IMC foi de 26,7 Kg/m2 (DP=4,1 Kg/m2).

Tabela 2. Medidas de tendência central e de dispersão para a idade, peso corporal, estatura corporal, e índice de massa corporal da população estudada. Hospital Heliópolis, 1997:

Variáveis mínimo-máximo média (dp) mediana

Idade (anos) 50,0-86,0 62,5 (7,9) 61,0

Peso (Kg) 42,1-116,5 73,1 (12,8) 71,5

Estatura (cm) 145,0-184,0 165,3 (6,6) 165,0

IMC (Kg/m2) 15,5-41,8 26,7 (4,1) 26,2

Verifica-se pela figura 2, que a maioria dos homens foram classificados

com sobrepeso (42%) ou com algum grau de obesidade (22%).

1%

35%

42%

22%Baixo pesoNormalSobrepesoObesidade

Figura 2. Distribuição da população segundo classificação do IMC. Hospital

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Heliópolis, 1997:

Os escores de AFH e os valores de DMO com os respectivos valores mínimos e

máximos, medidas de tendência central e de dispersão são descritos nas

tabelas 3, 4 e 5.

Tabela 3. Escores de prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e escore de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada. Hospital Heliópolis, 1997:

Períodos Analisados: mínimo-máximo média (dp) mediana EF/L10-20A 1,000-4,750 2,349(0,936) 2,500

EF/L21-30A 1,000-4,250 1,998(0,880) 1,750

EF/L31-50A 1,000-4,250 1,754(0,695) 1,750

EF/L12M 0,750-4,500 1,637(0,566) 1,500

AFLOC12M 1,250-4,500 2,616(0,653) 2,500

Os escores de prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer

(tabela 3) indicam que a maior média foi encontrada na faixa etária

compreendida entre 10 a 20 anos, com uma diminuição gradual das médias nas

outras faixas etárias compreendidas entre 21 a 30 anos e 31 a 50 anos e dos

últimos 12 meses respectivamente, sugerindo uma diminuição na prática de

exercícios físicos e atividades físicas de lazer com o decorrer da vida.

Comparando-se as médias 2 a 2, verifica-se que a maior média está na

faixa etária de 10 a 20 anos (p<0,0001 quando comparada com cada uma das

médias das outras faixas etárias) e a menor média está nos últimos 12 meses

(p<0,0001 quando comparada com as médias das faixas etárias de 10 a 20

anos e a de 21 a 30 anos de idade e p<0,0276 quando comparada com a média

da faixa etária de 31 a 50 anos).

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Tabela 4. Escores de atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses da população estudada. Hospital Heliópolis, 1997:

Períodos Analisados: mínimo-máximo média (dp) mediana

AFO10-20A 1,125-4,500 3,224(0,483) 3,250

AFO21-30A 1,250-4,500 3,113(0,543) 3,125

AFO31-50A 1,250-4,250 3,042(0,562) 3,125

AFO12M 1,000-4,125 2,737(0,546) 2,688

O mesmo acontece com os escores de atividades físicas ocupacionais

(tabela 4) indicam que a maior média foi encontrada nos escores da faixa etária

de 10 a 20 anos, seguidas respectivamente pelas médias dos escores das

faixas etárias de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses,

sugerindo que as atividades ocupacionais com maior desgaste físico situaram-

se na segunda década de vida, com uma diminuição gradual a partir da terceira

década de vida em diante.

Comparando-se as médias 2 a 2, verifica-se que a maior média está na

faixa etária de 10 a 20 anos (p<0,0001 quando comparada com cada uma das

médias das outras faixas etárias) e a menor média está nos últimos 12 meses

(p<0,0001 quando comparada com cada uma das médias das outras faixas

etárias).

A tabela 5 indica a estatística descritiva da DMO. Observa-se que as

maiores médias estão no corpo total e na coluna lombar, seguidas

respectivamente pelo colo do fêmur, trocanter e triângulo de ward.

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Tabela 5. Valores mínimos e máximos e medidas de tendência central e de dispersão de DMO (gr/cm2) do corpo total, colo do fêmur, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4) da população estudada. Hospital Heliópolis, 1997:

Locais analisados (DMO) mínimo-máximo média (dp) mediana

Corpo total (gr/cm2) 0,819-1,394 1,145(0,104) 1,148

Colo do fêmur (gr/cm2) 0,538-1,393 0,917(0,144) 0,918

Triângulo de ward (gr/cm2) 0,334-1,664 0,739(0,167) 0,725

Trocanter (gr/cm2) 0,407-1,346 0,817(0,132) 0,821

Coluna lombar (L2-L4) (gr/cm2) 0,713-1,988 1,167(0,192) 1,160

Os coeficientes de correlação (Spearman r) entre os escores de AFH e

os valores de DMO são indicados na tabela 6

A DMO de corpo total esteve correlacionada significativamente com a prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer durante a vida nos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e com as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses. Não foi encontrada correlação significativa entre a DMO e as atividades físicas ocupacionais em todos os períodos analisados.

A DMO do colo do fêmur esteve correlacionada significativamente com a prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer durante a vida nos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses, com as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses e com as atividades físicas ocupacionais dos últimos 12 meses.

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Tabela 6. Valores de correlação de Spearman entre os valores de DMO (gr/cm2) do corpo total, colo do fêmur, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4) e os escores de AFH dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses para a população estudada:

DENSIDADE MINERAL ÓSSEA Escores de

Atividade Física

Corpo Total

r(p)

Colo do Fêmur r(p)

Triângulo de ward

r(p)

Trocanter

r(p)

Coluna (L2-L4) r(p)

10a 20 anos EF/L

AFO

21a 30 anos EF/L

AFO

31a 50 anos EF/L

AFO

12 meses EF/L

AFO AFLOC

0,21(<0,001)* 0,01(0,825)

0,14(0,010)* -0,05(0,390)

0,14(0,010)* -0,05(0,354)

0,16(0,003)* 0,09(0,116)

0,16(0,003)*

0,19(<0,001)* 0,05(0,326)

0,17(0,002)* -0,021(0,702)

0,16(0,003)* -0,05(0,371)

0,16(0,004)* 0,13(0,020)* 0,21(<0,001)*

0,18(0,001)* -0,03(0,574)

0,12(0,024)* -0,07(0,208)

0,12(0,025)* -0,07(0,201)

0,14(0,014)* 0,14(0,010)* 0,22(<0,001)*

0,16(0,003)* -0,04(0,437)

0,13(0,020)* -0,09(0,094)

0,12(0,027)* -0,12(0,026)

0,12(0,024)* 0,08(0,131)

0,22(<0,001)*

0,15(0,006)*-0,03(0,574)

0,10(0,062)

-0,10(0,063)

0,09(0,095)

-0,08(0,164)

0,10(0,072)

-0,04(0,468)

0,11(0,043)*

*Correlação estatisticamente significativa para p<0,05

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A DMO da região do triângulo de ward esteve correlacionada significativamente com a prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer durante a vida nos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses, com as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses e com as atividades físicas ocupacionais dos últimos 12 meses.

A DMO da região do trocanter esteve correlacionada significativamente com a prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer durante a vida nos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e com as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses. Foi encontrada correlação negativa com as atividades físicas ocupacionais no período de 31 a 50 anos.

A DMO da região da coluna lombar (L2-L4) esteve correlacionada significativamente com a prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer durante a vida nos períodos de 10 a 20 anos e com as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses.

Modelos de Regressão Linear Múltipla:

DMO de corpo total:

A tabela 7 apresenta os detalhes da modelagem estatística da DMO de

corpo total. O melhor modelo de predição envolveu o escore de exercícios físicos e atividades físicas de lazer do período de 10 a 20 anos, o escore de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses, o IMC e a idade (tabela 12). O escore de exercícios físicos e atividades físicas de lazer do período de 10 a 20 anos e o escore de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses explicaram a maior proporção de variância da DMO. Quando os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer dos últimos 12 meses, de 31 a 50 anos, de 21 a 30 anos e os escores de atividades físicas ocupacionais dos últimos 12 meses, de 31 a 50 anos, de 10 a 20 anos e de 21 a 30 anos foram introduzidos um a um no modelo, eles não foram significativos. Quando a idade e o IMC foram introduzidos como variáveis de controle, houve um aumento na significância do modelo e a equação final ficou assim constituída:

DMO de corpo total= 0,83723+0,01499(escore de EF/L10-20A)+0,02327(escore de

AFLOC12M)+0,01202(IMC)-0,00174(Idade).

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Tabela 7. Resultado da análise de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) de corpo total e os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer e atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada:

Modelos Variáveis Independentes

β p r2 ajustado

DMO de corpo total EF/L10-20A 0,02078 0,0007 0,03

DMO de corpo total* EF/L10-20A 0,02082 0,0006 AFLOC12M 0,02764 0,0014 0,08

DMO de corpo total EF/L10-20A 0,01941 0,0021 AFLOC12M 0,02563 0,0045 EF/L12M 0,00855 0,4265 0,06

DMO de corpo total

EF/L10-20A

0,01941

0,0083

AFLOC12M 0,02758 0,0015 EF/L31-50A 0,00331 0,7372 0,06

DMO de corpo total EF/L10-20A 0,02245 0,0066 AFLOC12M 0,02783 0,0014 EF/L21-30A -0,00255 0,7709 0,06

DMO de corpo total EF/L10-20A 0,02076 0,0006 AFLOC12M 0,02344 0,0093 AFO12M 0,01732 0,1071 0,06

DMO de corpo total EF/L10-20A 0,02087 0,0006 AFLOC12M 0,02783 0,0013 AFO31-50A -0,00938 0,3481 0,06

DMO de corpo total EF/L10-20A 0,02103 0,0005 AFLOC12M 0,02771 0,0014 AFO21-30A -0,01036 0,3174 0,06

DMO de corpo total EF/L10-20A 0,02078 0,0006 AFLOC12M 0,02761 0,0015 AFO10-20A 0,00132 0,9098 0,06

*Modelo final sem as variáveis de controle

Verifica-se que quanto maior os escores de exercícios físicos e

atividades físicas de lazer da faixa etária de 10 a 20 anos e de atividades físicas

de locomoção dos últimos 12 meses, maior é a DMO de corpo total.

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Foi feita a análise de resíduos e constatou-se que o modelo não

apresentava viés, embora houvesse presença de valores aberrantes (anexo

5).

DMO do colo do fêmur:

A tabela 8 apresenta os detalhes da modelagem estatística para o colo

do fêmur. O melhor modelo de predição envolveu o escore de exercícios físicos

e atividades físicas de lazer do período de 10 a 20 anos, o escore de atividades

físicas de locomoção dos últimos 12 meses, o escore de atividades físicas

ocupacionais dos últimos 12 meses, o IMC e a idade (tabela 12). Os escores de

exercícios físicos e atividades físicas de lazer do período de 10 a 20 anos, os

escores tanto de atividades físicas de locomoção e de atividades físicas

ocupacionais dos últimos 12 meses explicaram a maior proporção de variância

da DMO do colo do fêmur. Quando os escores de exercícios físicos e atividades

físicas de lazer de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos, dos últimos 12 meses, os

escores de atividades físicas ocupacionais de 31 a 50 anos, de 10 a 20 anos e

de 21 a 30 anos foram introduzidos um a um no modelo, eles não foram

significativos. Quando a idade e o IMC foram introduzidos como variáveis de

controle, houve um aumento na significância do modelo e a equação ficou

assim constituída: DMO colo do fêmur= 0,43055+0,01957(escore de EF/L10-20A)+0,04051(escore de AFLOC12M)+0,02528(escore de AFO12M)+0,01451(IMC)-0,00196(Idade).

Verifica-se que quanto maior os escores de exercícios físicos e

atividades físicas de lazer da faixa etária de 10 a 20 anos, de atividades físicas

de locomoção dos últimos 12 meses e de atividades físicas ocupacionais dos

últimos 12 meses, maior é a DMO do colo do fêmur.

Foi feita a análise de resíduos e constatou-se que o modelo não

apresentava viés, embora houvesse presença de valores aberrantes (anexo

5).

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Tabela 8. Resultado da análise de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) do colo do fêmur e os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer e atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada:

Modelos Variáveis Independentes

β p r2 ajustado

DMO colo do fêmur EF/L10-20A 0,02651 0,0018 0,03

DMO colo do fêmur EF/L10-20A 0,02659 0,0013 AFLOC12M 0,05169 <0,0001 0,08

DMO colo do fêmur EF/L10-20A 0,01911 0,0895 AFLOC12M 0,05082 <0,0001 EF/L21-30A 0,01166 0,3295 0,08

DMO colo do fêmur EF/L10-20A 0,02288 0,0228 AFLOC12M 0,05152 <0,0001 EF/L31-50A 0,00876 0,5156 0,08

DMO colo do fêmur EF/L10-20A 0,02366 0,0060 AFLOC12M 0,04750 0,0001 EF/L12M 0,01780 0,2258 0,08

DMO colo do fêmur* EF/L10-20A 0,02649 0,0013 AFLOC12M 0,04434 0,0003 AFO12M 0,03030 0,0391 0,09

DMO colo do fêmur EF/L10-20A 0,02644 0,0014 AFLOC12M 0,04438 0,0003 AFO12M 0,02995 0,0473 AFO10-20A -0,00164 0,9199 0,08

DMO colo do fêmur EF/L10-20A 0,02651 0,0013 AFLOC12M 0,04265 0,0006 AFO12M 0,03909 0,0130 AFO21-30A -0,02257 0,1216 0,09

DMO colo do fêmur EF/L10-20A 0,02684 0,0011 AFLOC12M 0,04319 0,0005 AFO12M 0,03550 0,0205 AFO10-20A -0,01754 0,2330 0,09

*Modelo final sem as variáveis de controle DMO do triângulo de ward:

A tabela 9 apresenta os detalhes da modelagem estatística para a DMO

do triângulo de ward. O melhor modelo de predição envolveu o escore de

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exercícios físicos e atividades físicas de lazer do período de 10 a 20 anos, o

escore de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses, o IMC e a

idade (tabela 12). O escore de exercícios físicos e atividades físicas de lazer do

período de 10 a 20 anos e o escore de atividades físicas de locomoção dos

últimos 12 meses explicaram a maior proporção de variância da DMO. Quando

o escore de atividades físicas ocupacionais do últimos 12 meses, os escores de

exercícios físicos e atividades físicas de lazer dos últimos 12 meses, de 21 a 30

anos, de 31 a 50 anos, os escores de atividades físicas ocupacionais de 31 a

50 anos, de 21 a 30 anos e de 10 a 20 anos foram introduzidos um a um no

modelo, eles não foram significativos. Quando a idade e o IMC foram

introduzidos como variáveis de controle, houve um aumento na significância do

modelo e a equação final ficou assim constituída:

DMO do triângulo de ward= 0,26163+0,02415(escore de EF/L10-20A)+0,05468(escore de AFLOC12M)+ 0,01541(IMC)-0,00215(Idade).

Verifica-se que quanto maior os escores de exercícios físicos e

atividades físicas de lazer da faixa etária de 10 a 20 anos e de atividades físicas

de locomoção dos últimos 12 meses, maior é a DMO do triângulo de ward.

Foi feita a análise de resíduos e constatou-se que o modelo não

apresentava viés, embora houvesse presença de valores aberrantes (anexo

5).

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Tabela 9. Resultado da análise de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) do triângulo de ward e os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer e atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada:

Modelos Variáveis Independentes

β p r2 ajustado

DMO do triângulo de ward EF/L10-20A 0,03147 0,0014 0,03

DMO do triângulo de ward* EF/L10-20A 0,03156 0,0010 AFLOC12M 0,06015 <0,0001 0,08

DMO do triângulo de ward EF/L10-20A 0,03146 0,0010 AFLOC12M 0,05251 0,0002 EF/L21-30A 0,03147 0,0642 0,09

DMO do triângulo de ward EF/L10-20A 0,03078 0,0021 AFLOC12M 0,05903 <0,0001 EF/L12M 0,00473 0,7811 0,08

DMO do triângulo de ward EF/L10-20A 0,03740 0,0043 AFLOC12M 0,06083 <0,0001 EF/L21-30A -0,00910 0,5110 0,08

DMO do triângulo de ward EF/L10-20A 0,03372 0,0038 AFLOC12M 0,06025 <0,0001 AFO12M -0,00509 0,7443 0,08

DMO do triângulo de ward EF/L10-20A 0,03157 0,0010 AFLOC12M 0,06025 <0,0001 AFO10-20A -0,00519 0,7431 0,08

DMO do triângulo de ward EF/L10-20A 0,03195 0,0009 AFLOC12M 0,06028 <0,0001 AFO12M -0,01840 0,2617 0,08

DMO do triângulo de ward EF/L10-20A 0,03193 0,0009 AFLOC12M 0,06045 <0,0001 AFO10-20A -0,01193 0,5180 0,08

*Modelo final sem as variáveis de controle

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a DMO do trocanter:

A tabela 10 apresenta os detalhes da modelagem estatística para a DMO do

trocanter. O melhor modelo de predição envolveu os escores de exercícios

físicos e atividades físicas de lazer do período de 10 a 20 anos, o escore de

atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses, o IMC e a idade (tabela

12). O escore de exercícios físicos e atividades físicas de lazer do período de

10 a 20 anos e o escore de atividades físicas de locomoção dos últimos 12

meses explicaram a maior proporção de variância da DMO. Quando o escore

de atividades físicas ocupacionais do últimos 12 meses, os escores de

exercícios físicos e atividades físicas de lazer dos últimos 12 meses, de 21 a 30

anos, de 31 a 50 anos, os escores de atividades físicas ocupacionais de 31 a

50 anos, de 21 a 30 anos e de 10 a 20 anos foram introduzidos um a um no

modelo, eles não foram significativos. Quando a idade e o IMC foram

introduzidos como variáveis de controle, houve um aumento na significância do

modelo e a equação final ficou assim constituída:

DMO do trocanter= 0,33944+0,01335(escore de EF/L10-20A)+0,04680(escore de AFLOC12M)+ 0,01488(IMC)-0,00117(Idade).

Verifica-se que quanto maior os escores de exercícios físicos e

atividades físicas de lazer da faixa etária de 10 a 20 anos e de atividades físicas

de locomoção dos últimos 12 meses, maior é a DMO do trocanter.

Foi feita a análise de resíduos e constatou-se que o modelo não

apresentava viés, embora houvesse presença de valores aberrantes (anexo

5).

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Tabela 10. Resultado da análise de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) do trocanter e os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer, atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada:

Modelos Variáveis Independentes

β p r2 ajustado

DMO do trocanter EF/L10-20A 0,01984 0,0112 0,02

DMO do trocanter* EF/L10-20A 0,01992 0,0087 AFLOC12M 0,05068 <0,0001 0,08

DMO do trocanter EF/L10-20A 0,01995 0,0543 AFLOC12M 0,05067 <0,0001 EF/L21-30A -0,00005 0,9961 0,07

DMO do trocanter EF/L10-20A 0,01877 0,0177 AFLOC12M 0,04904 <0,0001 EF/L21-30A 0,00695 0,6071 0,07

DMO do trocanter EF/L10-20A 0,01981 0,0320 AFLOC12M 0,05068 <0,0001 EF/L31-50A 0,0002 0,9837 0,07

DMO do trocanter EF/L10-20A 0,01996 0,0084 AFLOC12M 0,05107 <0,0001 AFO12M -0,01992 0,1127 0,08

DMO do trocanter EF/L10-20A 0,02030 0,0074 AFLOC12M 0,05081 <0,0001 AFO10-20A -0,01836 0,1583 0,08

DMO do trocanter EF/L10-20A 0,01985 0,0088 AFLOC12M 0,04588 0,0001 AFO12M 0,01977 0,1435 0,08

DMO do trocanter EF/L10-20A 0,02022 0,0079 AFLOC12M 0,05093 <0,0001 AFO10-20A -0,00989 0,4997 0,07

*Modelo final sem as variáveis de controle

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DMO da coluna lombar

A tabela 11 apresenta os detalhes da modelagem estatística para a DMO da

coluna lombar (L2-L4). O melhor modelo de predição envolveu os escores de

exercícios físicos e atividades físicas de lazer do período de 10 a 20 anos, os

escores de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses, a idade e o

IMC (tabela 12). O escore de exercícios físicos e atividades físicas de lazer do

período de 10 a 20 anos e o escore de atividades físicas de locomoção dos

últimos 12 meses explicaram a maior proporção de variância da DMO. Quando

o escore de exercícios físicos e atividades físicas de lazer de 21 a 30 anos, o

escore de atividades físicas ocupacionais de 21 a 30 anos, os escores de

exercícios físicos e atividades físicas de lazer dos últimos 12 meses, de 31 a 50

anos, os escores de atividades físicas ocupacionais de 31 a 50 anos, dos

últimos 12 meses foram introduzidos um a um no modelo, eles não foram

significativos. Quando a idade e o IMC foram introduzidos como variáveis de

controle, houve um aumento na significância do modelo e a equação final ficou

assim constituída:

DMO coluna lombar (L2-L4)= 0,442697+0,02602(escore de EF/L10-20A)+0,03230(escore de AFLOC12M)+0,01748(IMC)+0,00180(Idade).

Verifica-se que quanto maior os escores de exercícios físicos e

atividades físicas de lazer do período de 10 a 20 anos e de atividades físicas de

locomoção dos últimos 12 meses, maior é a DMO da coluna lombar (L2-L4).

Foi feita a análise de resíduos e constatou-se que o modelo não

apresentava viés, embora houvesse presença de valores aberrantes (anexo 5).

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Tabela 11. Resultado da análise de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) da coluna lombar (L2-L4) e os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer e de atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses da população estudada:

Modelos Variáveis Independentes

β p r2 ajustado

DMO coluna lombar EF/L10-20A 0,03159 0,0054 0,02

DMO coluna lombar* EF/L10-20A 0,03163 0,0051 AFLOC12M 0,03190 0,0481 0,03

DMO coluna lombar EF/L10-20A 0,02783 0,0711 AFLOC12M 0,03146 0,0523 EF/L21-30A 0,0059 0,7172 0,03

DMO coluna lombar EF/L10-20A 0,03269 0,0036 AFLOC12M 0,03225 0,0439 AFO21-30A -0,04979 0,0099 0,05

DMO coluna lombar EF/L10-20A 0,02976 0,0115 AFLOC12M 0,02923 0,0825 EF/L12M 0,01135 0,5727 0,03

DMO coluna lombar EF/L10-20A 0,03324 0,0157 AFLOC12M 0,03198 0,0480 EF/L31-50A -0,00378 0,8375 0,03

DMO coluna lombar EF/L10-20A 0,03170 0,0049 AFLOC12M 0,03259 0,0428 AFO31-50A -0,03512 0,0600 0,04

DMO coluna lombar EF/L10-20A 0,03168 0,0051 AFLOC12M 0,03569 0,0346 AFO12M -0,01559 0,4390 0,03

DMO coluna lombar EF/L10-20A 0,03236 0,0043 AFLOC12M 0,03249 0,0442 AFO10-20A -0,02354 0,2804 0,03

*Modelo final sem as variáveis de controle

A tabela 12 resume os resultados das análises de regressão linear

múltipla para todas as localizações de DMO.

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Tabela 12. Modelos finais das análises de regressão linear múltipla da DMO (gr/cm2) de corpo total e das regiões do colo do fêmur, do triângulo de ward, do trocanter e da coluna lombar da população estudada:

Variável Dependente Variáveis Independentes

β p r2 ajustado

DMO de corpo total

EF/L10-20A

0,01499

0,0043

AFLOC12M 0,02327 0,0020 IMC 0,01202 <0,0001 Idade 0,00174 0,0055 0,30 DMO do colo do fêmur EF/L10-20A 0,01957 0,0082 AFLOC12M 0,04051 0,0003 AFO12M 0,02528 0,0609 IMC 0,01451 <0,0001 Idade 0,0196 0,0311 0,27 DMO do triângulo de ward EF/L10-20A 0,02415 0,0060 AFLOC12M 0,05468 <0,0001 IMC 0,01541 <0,0001 Idade -0,00215 0,0409 0,23 DMO do trocanter EF/L10-20A 0,01335 0,0457 AFLOC12M 0,04680 <0,0001 IMC 0,01488 <0,0001 Idade -0,00117 0,1414 0,29 DMO da coluna lombar(L2-L4) EF/L10-20A 0,02602 0,0137 AFLOC12M 0,03230 0,0329 IMC 0,01748 <0,0001 Idade 0,00180 0,1531 0,16

Verifica-se que tanto os exercícios físicos e atividades físicas de lazer do

período de 10 a 20 anos quanto as atividades físicas de locomoção dos últimos 12

meses foram fatores preditores independentes para o aumento da DMO de todas

as localizações estudadas em homens adultos e idosos. Este efeito foi

independente do IMC e da idade. Já as atividades físicas ocupacionais dos últimos

12 meses foram significativas apenas para a DMO do colo do fêmur.

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5. DISCUSSÃO

As atividades físicas e os exercícios físicos estão, atualmente, entre as

melhores estratégias de intervenção em Saúde Pública, principalmente por

atuarem diretamente na prevenção de várias doenças crônico-degenerativas

como hipertensão arterial, diabetes mellitus, cardiopatias, câncer e

osteoporose. A osteoporose é um dos grandes problemas de saúde de pessoas

idosas em diversos países. Esta doença tem como um dos maiores fatores

determinantes a massa óssea.

O objetivo do presente estudo foi descrever a relação entre atividade

física habitual e densidade mineral óssea em homens adultos e idosos, sendo

este o primeiro estudo epidemiológico a analisar esta temática em população

brasileira masculina de adultos e idosos.

Neste estudo, a população não é uma amostra representativa do

município de São Paulo, pois foi composta por homens voluntários.

Comparando-se esta população com o levantamento de dados populacionais

da pesquisa de padrão de vida (PPV), realizada pelo INSTITUTO BRASILEIRO

DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE 1999), no período de março de 1996 a

março de 1997 em 5.000 domicílios das regiões metropolitanas de Fortaleza,

Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, além de outras

áreas urbanas e rurais do nordeste e sudeste, representando um território onde

residem mais de 70% da população brasileira, em relação aos níveis de

normalidade de peso corporal, segundo o índice de massa corporal, observa-se

que 57% da população das grandes metrópoles do Brasil foi considerada como

estando dentro do peso normal, contra 35% das pessoas do presente estudo.

Em relação ao sobrepeso, na PPV 29% da população foi classificada com

índice de sobrepeso contra 42% da população do presente estudo. Na

classificação para obesidade, 10% da população da PPV foi classificada como

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obesa contra 22% da população do presente estudo. Finalizando com a

desnutrição, na PPV 5% da população foi considerada como desnutrida contra

1% da população do presente estudo. Analisando-se a Pesquisa Nacional sobre

Saúde e Nutrição (PNSN) realizada pelo IBGE (1989), na comparação com os

dados da PPV, em oito anos houve uma redução da população com

desnutrição de acordo com o índice de massa corporal, porém diminuiu a

proporção de pessoas com índice normal e aumentou a proporção de obesos,

sendo que, entre os homens, a proporção de obesos subiu de 4,5% na PNSN

para 7,0% na PPV. Portanto, salienta-se que os dados da população do

presente estudo seguem a tendência da população brasileira, com aumento nos

níveis de sobrepeso e obesidade e diminuição nos níveis de desnutrição.

Na análise dos níveis de escolaridade, de acordo com dados da

FUNDAÇÃO SEADE (1999), em relação a taxa de analfabetismo, o índice para

o município de São Paulo no ano de 1995 foi de 7,69% de analfabetos,

enquanto que para esta população de estudo o total de analfabetos foi de 2,1%.

Pode-se dizer que a população deste estudo, embora não representativa

da população do município de São Paulo, não apresenta características muito

diferenciadas em relação ao homem médio brasileiro.

Com relação aos resultados das análises dos modelos de regressão

linear multivariada, das cinco regiões analisadas (corpo total, colo do fêmur,

triângulo de ward, trocanter e coluna lombar L2-L4), resultaram cinco modelos

finais onde as variáveis independentes de maior significância para todos eles

foram os exercícios físicos e atividades físicas de lazer praticados no período

de 10 a 20 anos, as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses e as

variáveis de controle de índice de massa corporal e idade.

Com relação a idade, esta demonstrou correlação negativa com a

densidade mineral óssea em todos os modelos de regressão. Isto pode ser

explicado pela relação idade versus densidade mineral óssea, já que após o

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pico de massa óssea a densidade mineral óssea tende a decrescer com o

decorrer da vida (RIGGS e col. 1981).

Os resultados do presente estudo em relação à prática de exercícios

físicos nos períodos de adolescência e adulto jovem são semelhantes as

pesquisas que estudaram especificamente estas faixas etárias e indicaram

aumentos significativos na densidade mineral óssea através da prática de

exercícios físicos em adolescentes do sexo masculino (NORDSTRÖM e col.

1996; NORDSTRÖM & LORENTZON 1996), adultos jovens do sexo masculino

(NORDSTRÖM e col. 1997; COLLETTI 1989), em crianças do sexo feminino

(CASSEL e col. 1996), em adolescentes do sexo feminino (COURTEIX e col.

1998), em adultas jovens do sexo feminino (LICHTENBELT e col. 1995) e em

crianças e adolescentes de ambos os sexos (ARGOTE e col. 1996; RUIZ e col.

1994), evidenciando que a prática de exercícios físicos e atividades físicas de

lazer na fase de adolescência e adulto jovem caracteriza-se como o principal

período de estímulos para aumento da densidade mineral óssea, principalmente

através da maximização do pico de massa óssea, contribuindo para prevenção

da osteoporose em homens.

É relevante ressaltar que apesar do principal período de benefícios

advindos da prática de exercícios físicos para densidade mineral óssea na

população masculina ser na fase de criança, adolescência e adulta jovem, os

resultados do presente estudo indicaram que estes benefícios podem ser

mantidos até a fase adulta e idosa.

Pesquisas têm demonstrado que mesmo que a prática de exercícios

físicos seja realizada na fase idosa, pode gerar benefícios para a preservação

da densidade mineral óssea em homens idosos (MENKES e col. 1993) e de

mulheres idosas (NELSON e col. 1994).

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Neste estudo a prática de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses

também foi fator independente correlacionado com a densidade mineral óssea de todas as

regiões estudadas, o que reforça este achado em homens brasileiros.

Os resultados encontrados para prática de atividades físicas de locomoção não têm

parâmetro de comparação em virtude da ausência de estudos em homens adultos e idosos.

Porém, estudo recente realizado em mulheres inglesas adultas e idosas indicou que houve

associação significativa entre caminhadas e atividades de subidas de degraus com a densidade

mineral óssea da região do trocanter e de corpo total, evidenciando que caminhadas rápidas e

subidas de degraus são mudanças práticas que podem facilmente serem incorporadas nas

atividades diárias, sendo grandes estratégias para promoção em saúde. Outros estudos que

analisaram as relações entre atividades físicas de locomoção e risco para fraturas em mulheres

idosas (GREGG e col. 1998) e em homens e mulheres (COOPER e col. 1988) indicaram que

atividades domésticas e poucas horas sentadas no dia, caminhadas, subidas de degraus e

jardinagem são associadas com redução no risco de fratura do quadril.

Estes resultados evidenciam que as atividades físicas de locomoção são

atividades que podem preservar a densidade mineral óssea, prevenir a

osteoporose e diminuir o risco de fraturas. Ressalta-se que estes tipos de

atividades físicas têm sido consideradas as mais importantes estratégias de

intervenção no campo da Saúde Pública para a prevenção de doenças crônico-

degenerativas como a osteoporose (PATE e col. 1995), principalmente por

serem variáveis ambientais de estilo de vida que estão envolvidas diretamente

no cotidiano das pessoas.

Discutindo-se os efeitos da prática de exercícios físicos e atividades

físicas de lazer em localizações específicas, observa-se que na região da

coluna lombar (L2-L4) foi encontrada correlação significativa na análise

univariada somente no período de prática de exercícios físicos e atividades

físicas de lazer de 10 a 20 anos. Estudos realizados com homens adultos

jovens (DÜPPE e col. 1997; NORDSTRÖM e col. 1997) e com mulheres adultas

(NUNES & FERNANDES 1997) têm encontrado correlações significativas entre

a prática de exercícios físicos com a densidade mineral óssea do colo do fêmur,

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porém não com a região da coluna lombar (L2-L4). Porém, outros estudos têm

encontrado aumentos significativos na densidade mineral óssea da coluna

lombar (L2-L4) através da prática de exercícios físicos em homens adultos

(NEED e col. 1995; COLLETTI e col. 1989), em mulheres adolescentes

(VALDIMARSSON e col. 1999), em mulheres adultas (PUNTILA 1997;

HEINONEN e col. 1996; KIRCHNER e col. 1996) e em mulheres adultas e

idosas (BERARD e col. 1997; HATORI e col. 1993).

Acredita-se que os tipos de exercícios físicos, juntamente com a

intensidade e duração, possam estar influenciando diretamente os estímulos

para aumento de densidade mineral óssea em regiões específicas. Este

constitui-se como um dos principais problemas de pesquisa atuais desta

temática (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE 1995), porém é

muito difícil estudar corretamente esta questão em situações ocorridas no

passado. Os estudos de intervenção seriam os mais adequados para responder

tal pergunta, visto que estes podem proporcionar análises mais específicas e

melhor controle dos dados. No caso do presente estudo, a diminuição

progressiva nos escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer a

partir dos períodos de 21 a 30 anos e 31 a 50 anos, indica que o período em

que ocorre o pico de massa óssea é também aquele onde foi encontrado o

maior valor de escores de prática de exercícios físicos e atividades físicas de

lazer, podendo ser determinante para preservação da massa óssea da coluna

lombar (L2-L4).

Nas atividades físicas ocupacionais, através da análise univariada, foi

encontrada correlação significativa para o período dos últimos 12 meses com a

densidade mineral óssea do colo do fêmur e do triângulo de ward. Porém, não

foi encontrada correlação significativa em nenhum outro período analisado.

Nesta análise específica, a maior questão foi relacionada à correlação negativa

obtida nas análises de atividades físicas ocupacionais no período de 10 a 20

anos com a densidade mineral óssea do triângulo de ward, do trocanter e da

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coluna lombar (L2-L4), na análise de atividades físicas ocupacionais nos

períodos de 21 a 30 anos e de 31 a 50 anos com a densidade mineral óssea de

todas as regiões estudadas e na análise de atividades físicas ocupacionais dos

últimos 12 meses com a densidade mineral óssea da coluna lombar (L2-L4).

Estes resultados suscitam indícios que altos níveis de atividades físicas

ocupacionais podem ocasionar efeitos deletérios na densidade mineral óssea,

beneficiando a osteoporose. Porém é interessante ressaltar que os resultados

de pesquisas retratando especificamente os efeitos das atividades físicas

ocupacionais na densidade mineral óssea ainda são controversos. Existem

poucos estudos na literatura que analisaram especificamente as atividades

físicas ocupacionais em homens. Discordando dos resultados do presente

estudo, a pesquisa de CHALMERS & HO (1970) indicou que trabalhos com

maiores níveis de atividades físicas ocupacionais em homens e mulheres,

proporcionavam efeitos protetores contra a osteoporose e fraturas do quadril.

Outro estudo de FEHILY e col. (1992) indicou que ocupações de trabalhos

manuais que exigiam maiores níveis de atividades físicas em homens e

mulheres adultos jovens foram correlacionados significativamente com aumento

na densidade mineral óssea das regiões do rádio, ulna e quadril.

Já o estudo de SILMAN e col. (1997) indicou que altos níveis de

atividades físicas, principalmente as atividades ocupacionais em homens como

trabalhos de agricultura (lavoura) e construção civil (pedreiros e serventes)

estão correlacionados significativamente com maior risco para deformidade

vertebral e aumento no risco de fraturas, concordando em linhas gerais com o

presente estudo de que as atividades físicas ocupacionais muito intensas

poderiam estar favorecendo a osteoporose.

Comparando-se os resultados do presente estudo com as pesquisas

realizadas em populações brasileiras, observa-se que este primeiro estudo em

homens adultos e idosos concorda com os resultados das outras pesquisas

realizadas em mulheres adultas e idosas que indicaram preservação da

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densidade mineral óssea através da prática de exercícios físicos ao longo da

vida (KARAM e col. 1999; NUNES & FERNANDES 1997; OURIQUES &

FERNANDES 1997) e preservação da densidade mineral óssea através da

prática de atividades físicas gerais (incluindo exercícios físicos) (ALMEIDA JR.

& RODRIGUES 1997).

Este estudo evidencia que a atividade física habitual, principalmente os

exercícios físicos e atividades físicas de lazer praticados na adolescência e as

atividades físicas de locomoção do cotidiano podem contribuir para aumento e

preservação da densidade mineral óssea e prevenção da osteoporose também

em homens adultos e idosos brasileiros, concordando com resultados obtidos

em populações americanas e européias com características socioculturais e de

estilo de vida diferenciados.

No contexto geral da sociedade, este estudo poderá contribuir na

questão das políticas públicas de atividades físicas para países em

desenvolvimento como o Brasil. Parte-se do pressuposto de que esta pesquisa

reforça a idéia do binômio atividades físicas versus saúde em populações

brasileiras, podendo contribuir para argumentação de pesquisadores,

profissionais de saúde e usuários dos serviços de saúde na defesa da

implantação de programas de atividades físicas e exercícios físicos nos

serviços básicos de saúde para a população em geral (FLORINDO 1998),

contribuindo também para manutenção dos programas de atividades físicas e

exercícios físicos já implantados.

Finalizando, salienta-se que os resultados deste estudo juntamente com

a literatura desta temática, suscitam outras questões importantes como as

relacionadas aos tipos de exercícios físicos ideais para o aumento e

preservação da massa óssea e a análise específica das atividades físicas

ocupacionais, buscando resposta para incógnita dos altos níveis de atividades

físicas ocupacionais. Estudos de intervenção longitudinais devem ser

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conduzidos em variadas populações de adultos e idosos, buscando respostas

para estas questões, além de estudos transversais em crianças e adultos

jovens para criação de parâmetros de comparação com populações adultas e

idosas. Ressalta-se que novos estudos transversais e de intervenção nesta

temática deveriam incluir a análise de variáveis da aptidão física relacionada a

saúde como flexibilidade, força (OSEI-HYIAMAN e col. 1999; NORDSTRÖM e

col. 1996; SINAKI & OFFORD 1988) e aptidão aeróbia (HATORI e col. 1993)

juntamente com a análise da atividade física habitual.

6. CONCLUSÕES

Existe uma diminuição progressiva da prática de exercícios físicos e

atividades físicas de lazer e das atividades físicas ocupacionais do período

da adolescência para as fases adulta e idosa em homens adultos e idosos

brasileiros;

Na análise multivariada, as variáveis independentes que melhor explicaram

a variação da densidade mineral óssea em todos os locais analisados foram

os exercícios físicos e atividades físicas de lazer praticados dos 10 aos 20

anos e as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses para as

regiões de corpo total, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4)

e exercícios físicos e atividades físicas de lazer praticados dos 10 aos 20

anos, as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses e atividades

físicas ocupacionais dos últimos 12 meses para o colo do fêmur;

Os exercícios físicos e atividades físicas de lazer foram correlacionados

significativamente na análise univariada nos períodos de 10 a 20 anos, 21 a

30 anos, 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses com a densidade mineral

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óssea das regiões de corpo total, colo do fêmur, triângulo de ward e

trocanter e os exercícios físicos e atividades físicas de lazer do período de

10 a 20 anos com a densidade mineral óssea da coluna lombar (L2-L4);

As atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses foram

correlacionadas significativamente na análise univariada com a densidade

mineral óssea de corpo total, colo do fêmur, triângulo de ward, trocanter e

coluna lombar (L2-L4);

As atividades físicas ocupacionais dos últimos 12 meses foram

correlacionadas significativamente na análise univariada com a densidade

mineral óssea do colo do fêmur e do triângulo de ward. Houve correlação

negativa entre as atividades físicas ocupacionais dos períodos de 10 a 20

anos com a densidade mineral óssea do triângulo de ward, trocanter e

coluna lombar (L2-L4), entre as atividades físicas ocupacionais de 21 a 30

anos com a densidade mineral óssea de corpo total, do colo do fêmur,

triângulo de Ward, Trocanter e coluna lombar (L2-L4), entre as atividades

físicas ocupacionais de 31 a 50 anos com a densIdade mineral óssea de

corpo total, do colo do fêmur, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar

(L2-L4) e atividades físicas ocupacionais dos últimos 12 meses com a

densidade mineral óssea da coluna lombar (L2-L4);

Os exercícios físicos e atividades físicas de lazer praticados durante a vida

nos períodos de 10 a 20 anos de idade, de 21 a 30 anos de idade, de 31 a

50 anos de idade e nos últimos 12 meses, juntamente com as atividades

físicas de locomoção dos últimos 12 meses contribuíram para preservação

da densidade mineral óssea em homens adultos e idosos brasileiros.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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