ATPS - RELATÓRIO AEC

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ATPS - RELATÓRIO AEC

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    CENTRO UNIVERSITRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDR

    Ana Paula Valera RA 2135001778

    Hellen Cruz RA 1053004695

    Roseli Cristina RA 2135006467

    RELAO RESPOSTA-CONSEQUNCIA: POSSVEIS EFEITOS DE EVENTOS

    CONSEQENTES SOBRE A FREQNCIA ACUMULADA DA RESPOSTA DE

    PRESSO BARRA EM RATOS.

    ATPS DE ANLISE DO COMPORTAMENTO II

    Santo Andr

    2012

  • 2

    CENTRO UNIVERSITRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDR

    Ana Paula Valera RA 2135001778

    Hellen Cruz RA 1053004695

    Roseli Cristina RA 2135006467

    RELAO RESPOSTA-CONSEQUNCIA: POSSVEIS EFEITOS DE EVENTOS

    CONSEQENTES SOBRE A FREQNCIA ACUMULADA DA RESPOSTA DE

    PRESSO BARRA EM RATOS.

    ATPS DE ANLISE DO COMPORTAMENTO II

    Relatrio de pesquisa apresentado s professoras

    Ana Paula Alcazar e Tnia Cristina da Rocha

    da disciplina de Anlise Experimental do

    Comportamento II, do curso de psicologia.

    Santo Andr

    2012

  • 3

    SUMRIO

    1. INTRODUO ................................................................................................................. 4

    2. MTODO ........................................................................................................................... 9

    2.1 SUJEITO .................................................................................................................... 9

    2.2 EQUIPAMENTO ....................................................................................................... 9

    2.3 PROCEDIMENTO .................................................................................................... 9

    2.3.1 Mensurao de Nvel Operante ............................................................................ 9

    2.3.2 Treino ao bebedouro ........................................................................................... 10

    2.3.3 Modelagem ......................................................................................................... 11

    2.3.4 Reforo Contnuo de Presso barra (CRF I) .................................................... 11

    2.3.5 Reforo Contnuo de presso barra (CRF II) ................................................... 11

    2.3.6 Extino .............................................................................................................. 11

    2.3.7 Recondicionamento ............................................................................................ 12

    2.3.8 Reforo contnuo de presso barra (CRF III) .................................................. 12

    2.3.9 FR Esquema de reforamento intermitente em Razo Fixa ............................ 12

    3. RESULTADOS ................................................................................................................ 13

    4. DISCUSSO .................................................................................................................... 16

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... 19

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    1. Introduo

    Os homens agem sobre o mundo e o modificam, e por sua vez so modificados pelas

    consequncias de sua ao. Tal afirmao reflete um dos mais antigos pressupostos da

    humanidade: cada ao tem uma reao. No entanto, essa dinmica mais complexa que isso,

    envolve outros fatores para sua compreenso como a definio do que comportamento.

    Comportamento a interao do sujeito com o ambiente, produzindo consequncias que

    podero ou no ser responsveis pela repetio do mesmo comportamento. (SKINNER, 2003,

    p.489).

    Comportamento operante uma ao (ou reao) voluntria do sujeito que opera sobre

    o ambiente, ou seja, aquele que atua (opera) no ambiente, o altera e sofre as atuaes do

    mesmo, estando sujeito a estmulos consequentes. Portanto, comportamento operante

    adquirido e mantido devido suas conseqncias, logo, aprendido (MYERS, 2006).

    Reforo todo e qualquer evento que ocorre subsequente a emisso de uma resposta,

    tornando-a mais freqente, aumentando a possibilidade desta resposta se repetir. Reforo

    primrio natural de ordem filogentica, independente de nossas vontades como a

    dependncia por gua, alimento, sexo e etc. So itens que reforam nosso comportamento

    naturalmente. O reforo secundrio condicionado e de ordem ontogentica, em que algo

    aliado ao reforo primrio e o sujeito aprende a reconhecer esse elemento como reforador, ou

    seja, um estmulo neutro como um barulho aliado com a necessidade de gua (reforo

    primrio), aps um determinado tempo esse estmulo neutro passa a ter um valor maior

    (MOREIRA E MEDEIROS, 2007).

    Uma consequncia reforadora aumenta a chance de a resposta ocorrer novamente.

    Podemos citar o reforo positivo que fortalece uma resposta ao apresentar um estmulo

    tipicamente agradvel depois de uma resposta, por exemplo, fornecer a gua para o rato que

    est com sede um reforo positivo; e o reforo negativo que fortalece a resposta com a

    retirada de algum estmulo aversivo, por exemplo, tomar remdio para a retirada de alguma

    dor no corpo. (MYERS, 2006, p.102)

    Modelagem consiste em um mtodo que permite com que o indivduo aprenda um

    novo comportamento. A modelagem um procedimento que possibilita ensinar um novo

    comportamento a partir das aproximaes sucessivas e dos reforos diferenciais.

    (LARGURA E BASQUEIRA, 2010, p. 44).

  • 5

    Para modelar um comportamento, utiliza-se o procedimento de aproximaes

    sucessivas, pelo qual refora-se os comportamentos mais prximos ao comportamento final

    desejado, o reforo diferencial cujo reforo diferenciado entre uma e outra classe de

    comportamento e a imediaticidade da disponibilizao do reforo, ou seja, o reforo precisa

    estar presente exatamente no momento em que o comportamento desejado for realizado para

    obter resultados mais efetivos (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).

    A extino tende a diminuir a freqncia do comportamento ao remover o reforo que

    produziu a resposta, ou seja, o comportamento no mais reforado ocasionando a reduo da

    freqncia da resposta. Porm, mesmo com a extino, ainda h a probabilidade de o

    comportamento ser repetido no futuro (MYERS, 2006).

    Portanto, extino consiste na suspenso do reforo de um determinado

    comportamento. A extino no pune o comportamento, ela apenas suspende o reforo,

    ocasionando a diminuio da frequncia da resposta. No incio do processo de extino ocorre

    um aumento da frequncia da resposta, aumento da variabilidade da topografia da resposta e,

    por fim, elicia algumas respostas emocionais (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).

    Nem todo comportamento que passou pelo processo de extino nunca mais ir

    aparecer, ou seja, mesmo com a extino o comportamento depois de um tempo poder se

    repetir, pois um comportamento aprendido, podendo haver o recondicionamento do

    comportamento que pode ser por razo ou por intervalo. Esquemas de reforamento so

    aspectos distintos que sinalizam o momento em que a resposta ser reforada e, pode ser por

    razo (fixo ou varivel), est ligado com a emisso das respostas e por intervalo (fixo ou

    varivel) est ligado com a passagem de tempo e a resposta em seguida (CATANIA, 1999).

    Discriminao operante o processo que acontece quando comportamentos so

    reforados, ou seja, comportamentos que emitidos em determinadas situaes (contextos)

    produziro consequncias reforadoras (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).

    H tambm estmulos discriminativos e estmulos delta, ambos so estmulos que

    antecedem uma resposta, porm possuem a diferena da consequncia dessa resposta. No caso

    do estmulo discriminativo a consequncia do comportamento reforadora e, no caso do

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    estmulo delta, a consequncia punitiva ou uma extino (LARGURA E BASQUEIRA,

    2010).

    Treino discriminativo o processo de discriminar, aps ficar exposto durante um

    tempo estmulos antecedentes e obtendo a resposta em momentos com consequncias

    diferentes, ou seja, o sujeito passa a descobrir qual a funo de um determinado

    comportamento ao identificar o que o antecede que faz a resposta ocorrer e as consequncias

    que mantero, ou no, o comportamento. (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).

    Muitos de nossos comportamentos so reforados naturalmente (no precisando de um

    reforo especfico para que a reposta seja produzida), porm, nem todas as respostas recebem

    esse reforo de forma direta, sendo necessrio que acontea uma sequncia de outras

    respostas para que o reforo seja dado, tal processo denomina-se encadeamento de respostas

    (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).

    O reforo condicionado consiste aps aquele estmulo neutro (sem nenhuma

    propriedade reforadora para o indivduo) ganhar certo significado ao gerar uma consequncia

    reforadora, sendo este estmulo tambm reforador, no havendo a necessidade de privao.

    Portanto, um estmulo antecedente neutro que ganha valor aps o sujeito assimilar que na

    presena deste, haver uma consequncia reforadora (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).

    Ao utilizar um conhecimento que foi adquirido para facilitar a adaptao do meio ou

    para aprender um novo comportamento chamado de generalizao de estmulos, ou seja,

    quando um estmulo compartilha de similaridades (propriedades) com outros e o sujeito

    associa, promovendo uma aprendizagem mais eficaz (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).

    Este experimento foi realizado com o objetivo de mostrar que respostas podem ser

    instaladas, mantidas, enfraquecidas e novamente fortalecidas atravs da manipulao de

    apresentao de gua como consequncia destas respostas, utilizando ratos privados de gua

    como sujeitos experimentais.

    Boa parte do trabalho de pesquisa experimental se baseia na suposio de que os

    experimentadores observaro mudanas no comportamento de seus sujeitos experimentais

    como resultado de mudanas no ambiente experimental planejadas e sob controle dos

    experimentadores. Entretanto, para poder afirmar a existncia ou no de relao entre a

  • 7

    varivel manipulada (neste caso, gua como conseqncia de determinadas respostas) e as

    possveis alteraes no comportamento dos sujeitos experimentais (neste caso, a instalao,

    fortalecimento, enfraquecimento), alm de intervir na situao e observar o que acontece, um

    conjunto de cuidados deve ser tomado.

    Em primeiro lugar, preciso obter informaes sobre o fenmeno estudado (neste

    caso, determinadas respostas do sujeito experimental) em situaes nas quais a varivel

    manipulada no esteja presente. Esta uma condio necessria para se atribuir as eventuais

    alteraes observadas no repertrio do sujeito experimental varivel manipulada. Uma

    maneira de fazer isto observar o fenmeno estudado antes da introduo da varivel

    manipulada na situao experimental. Chamamos esta observao de linha de base. Em

    algumas ocasies, a linha de base representada pelo nvel operante de uma dada resposta.

    O termo nvel operante de uma resposta diz respeito s caractersticas (como por

    exemplo, sua ocorrncia ou freqncia) de uma determinada resposta emitida por um

    organismo, como parte de sua atividade geral, antes de qualquer manipulao experimental. O

    nvel operante de uma resposta varia com a espcie, o sexo, a idade e o grau de privao do

    organismo observado, o tipo de resposta, o equipamento utilizado e fatores tais como o

    horrio em que feita a observao, a temperatura do ambiente, etc. Alm disso, ainda que se

    mantenham constantes todas estas variveis, sujeitos individuais podem mostrar grandes

    variaes no nvel operante de qualquer resposta observada. Quando se mede o nvel operante

    de uma dada resposta, portanto, o que se tenta fazer estabelecer uma base (linha de base)

    sobre a qual se comparam eventuais mudanas no desempenho do sujeito experimental, aps

    uma determinada manipulao experimental.

    Em segundo lugar, h um conjunto de aspectos envolvidos na situao experimental,

    alm da varivel manipulada, que podem produzir alteraes no comportamento dos sujeitos

    experimentais. Estes aspectos, ou variveis, podem englobar desde caractersticas e condies

    do sujeito experimental (espcie, sexo, idade e grau de privao, por exemplo) at

    caractersticas da situao experimental (equipamento utilizado, horrio da sesso

    experimental, condies da situao, por exemplo). Se algumas destas variveis variarem

    junto com a varivel manipulada, no se poder atribuir as possveis alteraes no

    comportamento do sujeito experimental varivel manipulada.

  • 8

    O delineamento experimental seguido procurou respeitar estes dois cuidados: obtendo-

    se uma medida de nvel operante das respostas estudadas e manipulando-se uma varivel de

    cada vez, enquanto se mantinham constantes variveis como privao, caixa experimental,

    horrio da sesso e condies ambientais.

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    2. MTODO

    2.1 SUJEITO

    Rato albino, sexo masculino, da linhagem Wistar, espcie Rattus Novergicus, com idade

    aproximada de 3 meses, ingnuo experimentalmente, com peso aproximado de 250g, com

    esquema de privao de em mdia 36 horas antes do experimento, sendo alimento disponvel

    ad Lib, sujeito nmero 4B.

    2.2 EQUIPAMENTO

    Caixa de comportamento operante, fabricada pela Insight Equipamentos Cientficos,

    modelo CS200, de Ribeiro Preto SP. A caixa estava com uma barra que poderia ser

    acionada mecanicamente pelo rato.

    2.3 PROCEDIMENTO

    O sujeito foi submetido s seguintes fases experimentais: (1) mensurao de nvel

    operante da resposta de presso barra (NO), (2) treino ao bebedouro, (3) modelagem a

    resposta de presso barra, (4) reforo contnuo de resposta de presso barra (CRF), (5)

    Reforo contnuo de presso barra (CRF II), (6) extino de resposta de presso barra

    (extino simples e reforo condicionado/secundrio), (7) recondicionamento da resposta de

    presso barra, (8) Reforo contnuo de presso barra (CRF III) e (9) Esquema de

    reforamento intermitente em Razo Fixa (FR).

    2.3.1 Mensurao de Nvel Operante

    Data da sesso: 19/10/2011 Incio da sesso: 20:39 Trmino da sesso: 20:58

    Nesta fase, foram observados os comportamentos que o sujeito operou sobre o ambiente

    antes de qualquer manipulao ou experimento. Foram registradas cinco respostas em relao

    barra: Pressionar, Tocar, Farejar, Levantar e Limpar-se.

    Pressionar a barra (PB) O Sujeito tocou a barra com uma ou duas patas dianteiras,

    produzindo uma depresso na barra de tal forma que se ouviu o clique do mecanismo da

    barra de funcionamento.

  • 10

    Tocar a barra (TB) O Sujeito tocou a barra com uma ou duas patas dianteiras, porm

    sem produzir depresso da mesma.

    Farejar (FA) O Sujeito aproximou seu focinho, enrugando-o e movimentando as

    vibrissas, do piso ou das paredes da caixa experimental, sem, contudo, levantar-se nas

    patas traseiras. A cada dois segundos de durao foi considerada uma nova ocorrncia.

    Levantar-se (LE) O Sujeito levantou-se nas patas traseiras aproximando o focinho do

    teto e/ou do topo das paredes da caixa experimental.

    Limpar-se (LI) O Sujeito esfregou as patas dianteiras na cabea e/ou focinho e/ou

    corpo, duas ou trs vezes. O comportamento foi considerado a cada duas ou trs

    esfregadas.

    Julgamos relevante citar que enquanto o reservatrio de gua estava prximo caixa o

    sujeito farejava e se localizava perto da mesma, aps tirarmos o reservatrio ele se posicionou

    no centro do equipamento e emitiu as demais respostas.

    A sesso encerrou-se depois de 20 minutos, tendo essa fase apenas 1 (uma) sesso.

    2.3.2 Treino ao bebedouro

    Data da sesso: 19/10/2011 Incio da sesso: 20:59 Trmino da sesso: 21:08

    Nesta fase, o sujeito foi submetido pela primeira vez a beber gua atravs do bebedouro

    no experimento. Acionamos o equipamento e deixamos 1 (uma) gota de gua disponvel no

    bebedouro, imediatamente o sujeito lambeu o bebedouro, aps isso acionamos o bebedouro,

    equipamento novamente a fim de que o mesmo associasse o rudo a gota de gua fornecida

    (reforo).

    De incio, nas primeiras 3 (trs) vezes, no deixamos que o sujeito se afastasse do

    bebedouro. Aps isso, foi permitido que o sujeito se afastasse do bebedouro para que

    pudssemos disponibilizar o reforo novamente e o mesmo ter a percepo de ouvir o barulho

    e se dirigir ao bebedouro para obter a gota de gua.

    O nmero de gotas de gua consumidas pelo sujeito foi 23 (vinte e trs).

  • 11

    2.3.3 Modelagem

    Data da sesso: 19/10/2011 Incio da sesso: 21:09 Trmino da sesso: 21:17

    Nesta fase, foram destacados os comportamentos em que mais se aproximavam da

    resposta desejada, que a presso barra com as 2 (duas) patas dianteiras, utilizando, assim,

    o mtodo das aproximaes sucessivas e o reforo diferencial.

    A resposta inicial escolhida a ser reforada primeiro foi de farejar barra. Neste

    comportamento, o sujeito recebeu 1 (um) reforo imediatamente depois de sua ao. A

    segunda resposta escolhida a ser reforada foi tocar a barra, neste comportamento, o sujeito

    recebeu 4 (quatro) reforos imediatos ao. Ao final dessa resposta, o sujeito j pressionou

    barra com as duas patas dianteiras por 10 (vezes), sendo reforado a cada vez em que ele

    pressionava.

    2.3.4 Reforo Contnuo de Presso barra (CRF I)

    Data da sesso: 19/10/2011 Incio da sesso: 21:22 Trmino da sesso: 21:42

    Nesta fase, o objetivo era reforar o comportamento de pressionar a barra sempre com a

    gota de gua. O sujeito pressionou barra por 142 (cento e quarenta e duas) vezes.

    2.3.5 Reforo Contnuo de presso barra (CRF II)

    Data da sesso: 09/11/2011 Incio da sesso: 20:42 Trmino da sesso: 20:52

    Nesta fase, de incio foi liberado 1 (uma) gota de gua no bebedouro, da qual o sujeito

    dirigiu-se de imediato. Aps recordar e associar o som do bebedouro com a gota de gua, o

    sujeito pressionou barra e recebeu reforo por 70 (setenta) vezes.

    2.3.6 Extino

    Data da sesso: 09/11/2011 Incio da sesso: 20:52 Trmino da sesso: 21:03

    Nesta fase, o sujeito continuou emitindo a resposta de presso barra. No entanto, ele

    no foi reforado com a gota de gua, pois o objetivo foi retirar o reforo para ocasionar a

    diminuio da frequncia da resposta de pressionar a barra.

  • 12

    2.3.7 Recondicionamento

    Data da sesso: 09/11/2011 Incio da sesso: 21:05 Trmino da sesso: 21:13

    Nesta fase, o sujeito foi recondicionado a emitir a resposta de presso barra novamente,

    acionamos manualmente o boto em intervalos de 5 (cinco) segundos para que o mesmo

    voltasse a realizar o comportamento pretendido (pressionar a barra com as duas patas).

    2.3.8 Reforo contnuo de presso barra (CRF III)

    Data da sesso: 09/11/2011 Incio da sesso: 21:18 Trmino da sesso: 21:28

    Nesta fase, o objetivo foi observar, durante dez minutos, se o comportamento que havia

    sido aprendido tinha voltado aps o processo de recondicionamento e refor-lo.

    2.3.9 FR Esquema de reforamento intermitente em Razo Fixa

    Data da sesso: 29/03/2012 Incio da sesso: 20:09 Trmino da sesso: 20:55

    Nesta fase, o objetivo foi reforar o sujeito a intervalos especficos de tempo, ou seja, de

    forma intermitente. No terceiro minuto comeamos o FR2 reforando o sujeito com uma gota

    de gua, vez sim e vez no que ele pressionava a barra; repetimos este procedimento seis

    vezes.

    O sujeito concluiu FR2 em cinco minutos e logo aps iniciamos o procedimento de FR4.

    No FR4 o sujeito foi reforado com uma gota de gua na quarta vez em que ele pressionava a

    barra, durante seis vezes. O FR4 foi concludo em vinte e quatro minutos e imediatamente

    comeamos o FR6, onde o sujeito respondeu treze vezes, sendo reforado duas vezes.

  • 13

    3. RESULTADOS

    A figura 1 apresenta a comparao das fases 1 (mensurao do nvel operante NO) e

    4 (reforo contnuo de presso barra CRF) do experimento.

    Em mensurao do nvel operante, observa-se que o sujeito farejou a barra 35 (trinta e

    cinco) vezes, tocou 4 (quatro) vezes, levantou-se 32 (trinta e duas) vezes, limpou-se 4 (quatro)

    vezes e pressionou a barra 3 (trs) vezes.

    Em reforo contnuo de presso barra, o grfico ilustra que o sujeito pressionou a

    barra 142 (cento e quarenta e duas), muito mais do que em mensurao do nvel operante,

    pois o rato j havia passado pelo processo de modelagem, logo, tinha aprendido que ao

    pressionar a barra obteria o seu reforo (a gota de gua).

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    Limpar-se Tocar a Barra Pressionar a Barra

    Farejar Levantar

    TAX

    A D

    E R

    ESP

    OST

    AS

    RESPOSTAS

    NO

    CRF I

    Figura 1: Taxa de respostas do sujeito 4B emitidas em Nvel Operante (NO) e Reforo Contnuo (CRF)

    4 0 0 0 0

    4 3

    140

    35 32

  • 14

    A figura 2 apresenta a frequncia acumulada de respostas de presso barra nas etapas

    de CRF II, extino, recondicionamento e CRF III.

    At o 8 minuto o sujeito emitiu, em CRF II, 70 (setenta) respostas. Do 8 minuto at o

    19 minuto, a etapa foi de extino, cuja frequncia das respostas diminuiu; o sujeito

    respondeu 20 (vinte) vezes reforadas. Do 19 minuto at o 34 minuto, foi o procedimento de

    recondicionamento, o animal emitiu 54 (cinquenta e quatro) respostas que foram reforadas.

    Do 34 minuto em diante observamos e reforamos o comportamento de presso barra, aps

    ser recondicionado; o sujeito respondeu 106 (cento e seis) vezes.

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49

    FREQ

    UN

    CIA

    AC

    UM

    ULA

    DA

    DE

    RES

    PO

    STA

    S

    TEMPO EM MINUTOS

    Figura 2: Frequncia acumulada de respostas de presso barra do sujeito 4B. A primeira linha pontilhada indica o trmino da 2 fase de CRF e o incio da extino. A segunda linha pontilhada indica o incio do recondicionamento da resposta de presso barra. A terceira linha pontilhada indica o incio da 3 fase de CRF

    CRF II EXTINO RECONDICIONAMENTO CRF III

  • 15

    A figura 3 apresenta a frequncia acumulada de respostas de presso barra na etapa

    de esquema de reforamento intermitente de razo fixa.

    At o 3 minuto o sujeito em CRF no respondeu. A partir do 3 minuto, iniciamos a

    prtica de FR2, o sujeito respondeu 12 (doze) vezes, sendo reforado 6 (seis) vezes,

    terminando a prtica no 10 minuto. Ento iniciamos o FR4, tambm no dcimo minuto, o

    sujeito respondeu 24 (vinte e quatro) vezes e foi reforado 6 (seis) vezes at 34 minuto. Do

    21 at o 33 minuto o sujeito no emitiu resposta de presso barra.

    Comeamos o FR6 no 34 minuto, o sujeito pressionou a barra 13 (treze) vezes e foi

    reforado 2 (duas) vezes. A partir do 47 minuto o sujeito no respondeu mais, ficando assim

    a prtica incompleta.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45

    Freq

    un

    cia

    acu

    mu

    lad

    a d

    e re

    spo

    stas

    Tempo em minutos

    Figura 3: Frequncia acumulada de respostas de presso barra do sujeito 4B em esquemas de reforamento intermitente de razo fixa

    FR2

    FR4

    FR6

    CR

    F

  • 16

    4. DISCUSSO

    Segundo MYERS (2006), o comportamento operante um comportamento que foi

    aprendido atravs de uma interao do sujeito com o ambiente; um comportamento

    adquirido e mantido devido as suas consequncias. Portanto, podemos afirmar que, atravs

    dos procedimentos realizados em laboratrio com o sujeito experimental 4B, ele exerceu

    comportamento operante ao aprender a pressionar a barra para receber a gota de gua.

    De acordo com MOREIRA E MEDEIROS (2007), reforo todo e qualquer estmulo

    consequente a uma resposta que a torna mais frequente, aumentando a probabilidade dela se

    repetir. O estmulo reforador utilizado foi gua. Na primeira etapa (NO) observamos que o

    sujeito pressionou a barra somente trs vezes, e na quarta etapa (CRF) sempre que ele

    pressionava a barra fornecamos uma gota de gua, ocasionando o aumento da frequncia

    deste comportamento de presso barra ao responder por cento e quarenta vezes. Assim,

    depois do experimento, podemos concluir que a gua foi um estmulo reforador para o

    sujeito.

    Ainda segundo MOREIRA E MEDEIROS (2007), existe reforo primrio e

    secundrio. O reforo primrio que ocorre naturalmente em cada uma das espcies e o

    secundrio que condicionado (aprendido). A gua consiste em um reforo primrio, pois

    independente da vontade do sujeito h a necessidade dele beber a gua para sua

    sobrevivncia, sendo este reforo essencial para sua vida.

    MYERS (2006) afirma, tambm sobre reforo, que h reforo positivo e negativo

    (ambos os reforos aumentam a possibilidade do aumento de frequncia da resposta). O

    reforo positivo consiste em uma consequncia reforadora que acrescenta ao organismo um

    estmulo agradvel e o reforo negativo, retira algum estmulo aversivo. A gua, no

    experimento, foi um reforo positivo para o sujeito, pois ele estava com sede (privado de

    gua) e ao pressionar a barra, recebia a gua o que lhe reforava positivamente para manter o

    comportamento.

    Utilizamos um reforador primrio e positivo, a gua, para que o sujeito aprendesse

    um comportamento (pressionar a barra), porm, houve a necessidade da privao deste

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    elemento para que ele sentisse a necessidade de beber gua e saciar sua sede. Caso no

    houvesse a privao, no haveria motivao para aprender o comportamento e, assim, no

    haveria necessidade de obter a gota de gua sempre que pressionasse a barra.

    Sempre que o sujeito pressionava a barra era reforado com a gota de gua,

    aumentando a frequncia da resposta de presso barra em CRF, na medida em que iniciamos

    a etapa de extino e no fornecemos mais a gua (o estmulo reforador), percebemos que o

    seu comportamento de presso barra foi diminuindo at que o sujeito parou de responder.

    Segundo MYERS (2006), a extino o procedimento de retirar o reforo ocasionando a

    diminuio da frequncia da resposta, podendo, assim, ser observado atravs do experimento

    que enquanto, em CRF, todas as vezes que ele pressionava a barra recebia o reforo, o

    comportamento era mais frequente, diferente na etapa de extino.

    De acordo com CATANIA (1999), nem todo comportamento que passou pelo

    processo de extino nunca mais ir aparecer, ou seja, um comportamento que foi aprendido,

    mas que depois passou pela extino pode ser recondicionado, logo, o indivduo pode se

    comportar novamente daquela forma se voltar a ser reforado. Esse recondicionamento pode

    ser por razo (nmero de respostas necessrias emitidas pelo sujeito para ser reforado) ou

    intervalo (a quantidade de tempo que passa para que o sujeito seja reforado).

    Na etapa de reforamento intermitente por razo fixa, utilizamos o recondicionamento

    por nmero de respostas que determinamos no decorrer da etapa, para que ele fosse reforado.

    Observamos que o sujeito continuava a responder mesmo sendo exigido que ele pressionasse

    a barra mais vezes para receber o reforo do que nas etapas de CRF (todo o comportamento

    de presso barra era reforado), sendo assim, o esquema de reforamento por razo fixa

    um conceito que pode ser colocado na prtica, porm, aps exigirmos que o sujeito

    pressionasse a barra seis vezes para obter o reforo, a frequncia do comportamento de

    presso barra diminuiu e em FR6, o sujeito parou de responder.

    Em relao ao reforamento intermitente, podemos afirmar que nosso sujeito

    respondeu de forma no esperada. Mesmo de forma intermitente, ele respondeu, porm parou

    de responder na metade do experimento, no se interessando pela gua e nem manifestando

    sede.

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    Atravs das etapas realizadas no laboratrio, conclumos que podemos aplicar alguns

    dos conceitos tericos de Skinner na prtica, pois medida que amos transcorrendo as etapas,

    observamos que os preceitos tericos ao serem colocados na prtica, resultariam na

    modelagem, extino, recondicionamento, reforo contnuo de presso barra.

    Ao observar nosso sujeito, constatamos que ele se inseriu no conceito de

    discriminao operante, uma vez que ele respondeu de modo efetivo: pressionou a barra com

    as duas patas dianteiras e, assim, obteve gua. Todavia no tivemos a oportunidade de

    verificar a generalizao, j que nosso rato parou de responder na prtica de esquema de

    reforamento intermitente por razo fixa (prtica n 9).

    Entretanto, no foi possvel concluir todas as etapas e observar os conceitos de

    discriminao e generalizao na prtica, pois as atividades no laboratrio foram

    interrompidas devido a alguns fatores tcnicos que interferiram no desenvolvimento da

    experincia e no comportamento dos sujeitos experimentais como a inadequao na retirada

    destes da gaiola, resultando em feridas. Outro fator o ambiente fsico pequeno para os

    animais e a climatizao do laboratrio que parecia interferir no comportamento do animal,

    alm da falta de isolamento de luz e som externos.

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    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    CATANIA, C. Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognio. 1 ed. Porto Alegre:

    Artmed, 1999.

    LARGURA, Walmor Almeida Nogueira; BASQUEIRA, Ana Paula. Anlise Experimental do

    Comportamento. So Paulo: Pearson Education do Brasil. 2010.

    MOREIRA, Mrcio Borges; MEDEIROS, Carlos Augusto. Princpios Bsicos de Anlise do

    Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.

    MYERS, David G. Processos Psicolgicos Bsicos. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

    SKINNER, Burrhus Frederic. Cincia e comportamento humano. 11.ed. So Paulo: Martins

    Fontes, 2003.