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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
AVALIAÇÃO DE PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL E DESEMPENHO FUNCIONAL: UM ESTUDO EM EMPRESA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA
ELÉTRICA.
por
LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA
EDUCAÇÃO FÍSICA -UFPE
TESE SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
DEZEMBRO, 2003
© 2003 LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA TODOS DIREITOS RESERVADOS.
O autor aqui designado concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao
público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei.
Assinatura do Autor: ______________________________________________
APROVADO POR:
______________________________________________________________Prof. Rubens Eugênio Barreto Ramos, D. Sc. - Orientador, Presidente
______________________________________________________________.Prof. Veder Ralfh Medeiros D. Sc.– Membro Examinador
______________________________________________________________Prof.Mário César Rodriguez Vidal D. Ing. - Membro Examinador Externo
Divisão de Serviços Técnicos.
Catalogação da publicação: UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Pereira, Lígia Souza de Santana.
Avaliação de programa de ginástica laboral: um estudo em empresa distribuidora de energia elétrica/Lígia Souza de Santana Pereira – Natal/RN,
Tese (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.
1.Ergonomia. 2. Ginástica Laboral. 3. Desempenho Funcional - Tese. 4. Engenharia de Produção - Tese. I. Ramos, Rubens Eugênio Barreto II. Título
RN/UF/BCZM
CDU
ii
SOBRE A AUTORA
Lígia Souza de Santana Pereira é professora de educação física (UFPE/1983), especialista em
Educação pelo Movimento Humano dentro de Estruturas Escolares e Não-Escolares
(FICAB/RJ/1992) e em Dança (UFRN/2002). Atua desde o ano de 1987 como professora de
educação física na Escola Agrícola de Jundiaí/UFRN, nos Ensinos Fundamental e Médio.
iii
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
Cora Coralina
iv
A Isadora e Gabriela com amor.
v
AGRADECIMENTOS
Ao Programa de Engenharia de Produção – PEP da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, pela oportunidade de desenvolver este trabalho.
A Direção da Companhia Energética do Estado do Rio Grande do Norte (COSERN) peloespaço concedido, e aos seus funcionários pela valiosa contribuição nas respostas dos questionários, sem os mesmos não seria possível a realização da pesquisa de campo.
Ao Prof. Julio César de Andrade Neto, diretor da Escola Agrícola de Jundiaí, por ter possibilitado a continuidade e qualificação docente da sua equipe de trabalho.
Ao Prof. Dr. Rubens Eugênio Barreto Ramos, orientador e coordenador do Programa de Engenharia de Produção, pelos preciosos ensinamentos durante todo o Mestrado e pelas experiências que me foram oportunizadas.
Ao Prof. Dr. Veder Ralfh Medeiros, co-orientador, pela leitura e crítica da construção deste trabalho.
Aos Professores Sérgio Marques e Marcos Lacerda, pela paciência em nos ouvir, atenção e dicas dadas durante a construção deste trabalho.
Aos Colegas de turma e em especial ao Grupo Todynho, pelo companheirismo e solidariedade vividos durante este Mestrado.
A companheira de luta Ângela Márcia Maronez Chiamenti, pelo apoio e incentivo dado na construção deste trabalho.
Aos companheiros de Jundiaí e em destaque ao casal Rose e Harim, incentivadores pelo ingresso e ajuda na concretização deste mestrado.
Aos companheiros e amigos Márcia e Welson, pelas valiosas discussões, leituras e re-leituras na construção deste trabalho.
Às Secretárias Cleide e Janete do Programa de Engenharia de Produção, pela atenção e pelos serviços de qualidade prestados.
Aos demais Professores do Programa de Engenharia de Produção, pelos importantes ensinamentos e direcionamentos passados durante o curso.
A amiga e comadre Ana, pela constante preocupação, leitura e sugestões na fundamentação teórica deste trabalho.
Aos meus pais e irmã Geny, pelo apoio e incentivo quando muitas vezes precisei que ficasse com minhas filhas para melhor me dedicar aos estudos.
Ao meu esposo e minhas filhas, pelo apoio, dispensando muitas vezes a atenção e carinho.
vi
A Deus, meu maior agradecimento, pelas oportunidades de grandes realizações e por todos os dias de minha vida, dando-me saúde, capacidade e força para lutar.
A todos muito obrigado!
vii
Resumo da Tese apresentada a UFRN/PEP como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção.
AVALIAÇÃO DE PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL E DESEMPENHO FUNCIONAL: UM ESTUDO EM EMPRESA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA ELÉTRICA.
LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA
Dezembro/2003
Orientador: Prof.Dr. Rubens Eugênio Barreto Ramos
Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção
Esta tese trata de uma avaliação de um programa de ginástica laboral de uma empresa de
energia elétrica do estado do Rio Grande do Norte. O objetivo principal deste trabalho é de
analisar o programa de ginástica laboral com ênfase no desempenho funcional e mudanças
pessoais dos funcionários de diferentes categorias. O trabalho apresenta duas divisões: na
primeira, foi realizado o estudo bibliográfico abordando os conceitos e histórico sobre a
ergonomia e o foco principal do estudo, a ginástica laboral, fatores de desempenho e estilo de
vida. No segundo momento realizou-se o estudo de campo onde foi aplicado um questionário
a uma população de 169 funcionários que participam do programa de ginástica laboral;
posteriormente os dados foram analisados através de três análises estatísticas: multivariada -
clusters, qui-quadrado e regressão linear múltipla. Os resultados apontam para a confirmação
de que o programa de ginástica laboral desenvolvido há dois anos na empresa proporciona aos
seus funcionários administrativos e operacionais melhoria no seu desempenho funcional, e
também para mudanças em alguns aspectos do estilo de vida, como a alimentação, lazer e
nível de estresse. Concluindo o trabalho, verifica-se que o investimento em programas de
qualidade de vida oferece benefícios tanto para o funcionário como para a empresa, que
contará com bons serviços prestados e satisfação do cliente.Assim, conclui-se que a ginástica
laboral, enquanto uma ferramenta ergonômica e uma atividade física, é um investimento que
precisa cada vez mais ser fortalecido e implantado por muitos segmentos da sociedade.
viii
Abstract of Master Thesis presented to UFRN/PEP as fulfillment of requirements to the
degree of Master of Science in Production Engineering
December/2003
Thesis Supervisor: Rubens Eugênio Barreto Ramos
Program: Master of Science in Production Engineering
This thesis treats of a avaliation of a laboral gimnastics program of a electrical
energy enterprise from Rio Grande do Norte. The leading aim of this work is to analyse the
laboral gimnastics program with emphasis on functional performing and personal changes
of staff of different categories. The work shows two divisions: at first, it was carried out the
bibliographic study approaching the concepts and historic about the ergonomy and the main
focus of study, the laboral gimnastics , performing factors and lifestyle.The second time , it
was carried out the field study where was used a questionnaire to a 160 staff population
which participate of laboral gymnastics program; then the data were analysed through three
statistics analyses: multivaried__ clusters, qui-quadrado and multiple linear regression. The
results aim to the confirmation that the laboral gymnastics program developed two years ago
on enterprise proposes to the white-collar and operational workers an improving on their
functional performing and also, to the changes in some aspects of lifestyle, like the food,
leisure and stress level. In conclusion, it was checked that the investiment in life quality
programs offer benefits both to the staff and the enterprise which will account with good
services and satisfaction of customer. Therefore, it was concluded that the laboral
gymnastics while a ergonomic tool and a physical activity, it is an investiment which needs
more and more to be strengthened and inserted by many segments of society.
ix
INDICE
RESUMO
ABSTRAT
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE TABELAS
ÏNDICE DE ABREVIATURAS
Capítulo 1 Introdução ..........................................................................................................1
1.1 Contextualização ...........................................................................................................1
1.2 Relevância .....................................................................................................................3
1.3 Objetivo .........................................................................................................................5
1.4 Metodologia...................................................................................................................5
1.5 Estrutura do Trabalho ....................................................................................................5
Capítulo 2 Fundamentação Teórica.....................................................................................7
2.1 Ergonomia .....................................................................................................................7
2.1.1 Histórico e Conceito .......................................................................................7
2.1.2 Postura e Movimento......................................................................................10
2.2 Ginástica Laboral...........................................................................................................11
2.2.1 Histórico .........................................................................................................12
2.2.2 Conceito. .........................................................................................................13
2.2.3 A Ginástica Laboral: importância e classificação
.............................................. 14
2.3 Efeitos da Ginástica laboral: Qualidade e Desempenho................................................16
2.3.1 Qualidade ........................................................................................................17
2.3.2 Desempenho. ...................................................................................................19
2.4 Implantação do Programa de Ginástica Laboral ...........................................................22
x
2.5 Fatores do Desempenho no Trabalho ............................................................................24
2.5.1 Motivação .......................................................................................................25
2.5.2 Fadiga .............................................................................................................25
2.5.3 Estresse ...........................................................................................................26
2.6 Estilo de Vida. ...............................................................................................................27
2.6.1 Alcoolismo......................................................................................................27
2.6.2 Tabagismo.......................................................................................................28
2.6.3 Lazer e Recreação...........................................................................................29
2.6.4 Alimentação....................................................................................................29
2.6.5 Atividade Física ..............................................................................................30
2.6.6 Sedentarismo...................................................................................................32
2.6.7 Saúde...............................................................................................................33
2.6.8 Sono ................................................................................................................34
2.7 Síntese da fundamentação teórica .................................................................................35
Capítulo 3 Metodologia da Pesquisa de Campo..................................................................37
3.1 Tipologia da Pesquisa....................................................................................................37
3.2 População ......................................................................................................................38
3.3 Instrumento de Coleta de Dados....................................................................................38
3.4 Coleta de Dados.............................................................................................................44
3.5 Técnicas de Análise.......................................................................................................44
3.5.1 Análise Descritiva e Exploratória...................................................................44
3.5.2 Análise Multivariada ......................................................................................45
3.5.3 Teste Qui-Quadrado........................................................................................45
3.5.4 Análise de Regressão Linear Múltipla............................................................46
3.6 Idéias Finais...................................................................................................................47
Capítulo 4 Resultados e Discussões da Pesquisa de Campo ...............................................49
xi
4.1 Análise-Crítica da Pesquisa...........................................................................................49
4.1.1 Análise dos Respondentes.............................................................................49
4.1.2 Análise do Instrumento de Pesquisa .............................................................49
4.2 Análise Descritiva .........................................................................................................50
4.2.1 Perfil dos Entrevistados.................................................................................51
4.3 Resultados da Análise de Cluster ..................................................................................57
4.4 Resultados do Teste Qui-Quadrado...............................................................................60
4.5 Resultados da Regressão Linear Múltipla .....................................................................66
4.6 Conclusão das Análises Estatísticas ..............................................................................69
4.7 Percepção dos dirigentes e staff técnico do programa...................................................70
4.71.Perfil dos dirigentes........................................................................................74
Capítulo 5 Análise, Limitações, Direções, Conclusões e Recomendações.........................75
5.1 Pesquisa Bibliográfica ...................................................................................................75
5.2 Resultados da Pesquisa..................................................................................................76
5.3 Análise Crítica do Trabalho...........................................................................................77
5.4 Limitações do Trabalho.................................................................................................78
5.5 Direções de Pesquisa .....................................................................................................79
5.6 Recomendações .............................................................................................................79
5.7 Conclusão ......................................................................................................................79
Referências Bibliográficas...................................................................................................81
ANEXOS
xii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 – Sistema da Qualidade Total ............................................................................19
Figura 2.2 – Esquema de Avaliação da Ginástica Laboral..................................................36
Figura 4.1 – Distribuição da população por categoria funcional ........................................51
Figura 4.2 – Distribuição das horas diárias trabalhadas......................................................52
Figura 4.3 – Distribuição da população por tempo de serviço na função ...........................53
Figura 4.4 – Distribuição da população por tempo de participação no programa...............54
Figura 4.5 - Distribuição da população por faixa etária ......................................................54
Figura 4.6 – Distribuição dos participantes fumantes .........................................................55
Figura 4.7 – Distribuição comparativa por nível de escolaridade.......................................56
Figura 4.8 – Distribuição da população segundo gênero ....................................................57
Figura 4.9- Representação dos clusters 1 e 2 ......................................................................57
Figura 4.10 – Relação entre a variáveis dependente e as independentes ............................67
xiii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 3.1 – Variáveis mensuradas no bloco 1: considerações iniciais ..............................40
Tabela 3.2 – Variáveis mensuradas no bloco 2: implantação do programa ........................40
Tabela 3.3 - Variáveis mensuradas no bloco 3: benefícios da ginástica laboral .................41
Tabela 3.4 - Variáveis mensuradas no bloco 4: desempenho funcional..............................41
Tabela 3.5 - Variáveis mensuradas no bloco 5: perfil do entrevistado ...............................42
Tabela 3.6 – Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 1: considerações iniciais.......42
Tabela 3.7 – Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 2: implantação do programa.42
Tabela 3.8 - Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 3:benefícios da gin. laboral ...43
Tabela 3.9 - Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 4: desempenho funcional ......43
Tabela 3.10 - Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 5: perfil do dirigente............43
Tabela 4.1 – Análise Variância das variáveis significantes na formação dos clusters........59
Tabela 4. 2 – Resultado do teste qui-quadrado....................................................................61
Tabela 4.3a – Freqüência observadas..................................................................................62
Tabela 4.3b – Freqüência esperadas....................................................................................62
Tabela 4.4a - Freqüência observadas (mudança na alimentação) .......................................63
Tabela 4.4b – Freqüência esperadas (mudança na alimentação).........................................63
Tabela 4.5a -Freqüência observadas (mudança no lazer)....................................................64
Tabela 4.5b - Freqüência esperadas (mudança no lazer).....................................................64
Tabela 4.6a – Freqüência observadas (mudança no nível de estresse)................................65
Tabela 4.6b – Freqüência esperadas (mudança no nível de estresse) .................................65
Tabela 4.7 – Análise de variância para regressão ...............................................................66
Tabela 4.8 – Variáveis que se revelaram significantes no modelo R2 = 43,89% ...............66
xiv
Tabela 4.9 – Correlações que são significantes (p 0,0500)................................................68
Tabela 4.10 – Resultados dos dirigentes em relação ao bloco 1: considerações iniciais ....71
Tabela 4.11 – Resultados dos dirigentes em relação ao bloco 2: implantação do prog. .....71
Tabela 4.12 – Resultados dos dirigentes em relação ao bloco.3: benefícios da gin.laboral72
Tabela 4.13 - Resultados dos dirigentes em relação ao bloco. 4: desempenho funcional...72
Tabela 4.14a – Queixa de dor no segmento da coluna vertebral.........................................73
Tabela 4.14b – Queixa de dor no segmento do membro superior.......................................73
Tabela 4.14c – Queixa de dor no segmento do membro inferior ........................................74
xv
ÍNDICE DE ABREVIATURAS
COSERN - Companhia Energética do Rio Grande do Norte
DF - Distrito Federal
DME - Distúrbio Músculo-Esquelético
DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho
LER - Lesão por Esforço Repetitivo
OMS - Organização Mundial da Saúde
PGE - Programa de Ginástica na Empresa
RSM - Departamento de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESI - Serviço Social da Indústria
SESMT - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
xvi
Capítulo 1
Introdução
Este trabalho realiza uma análise de um programa de ginástica laboral com ênfase
no desempenho funcional e mudanças pessoais do trabalhador. Este estudo teve como foco
funcionários administrativos e operacionais de uma empresa de energia elétrica, que tem
implantado o programa de ginástica laboral, o que o caracterizou como um estudo de caso.
Neste capítulo apresentamos uma contextualização acerca do tema desta pesquisa,
os objetivos, a metodologia geral, a relevância e a estrutura organizacional do trabalho.
1.1 Contextualização
As atuais transformações no mundo do trabalho e os impactos da reestruturação
produtiva parecem ter aumentado as proporções das implicações sobre a saúde dos
trabalhadores, ampliando e tornando mais complexa a avaliação dos sintomas de dor,
desconforto físico e psicológico. Segundo Cruz (2001), com a evolução tecnológica, e
segundo recentes estudos, são observadas novas implementações ergonômicas que vêm
acontecendo nos postos de trabalho. Porém, se não existirem as devidas orientações para o
uso adequado desses equipamentos e, conseqüentemente, se os trabalhadores não estiverem
fazendo uso dos mesmos de forma adequada, possivelmente, estas tecnologias não
produzirão o efeito esperado.
Noutro sentido, se a exigência do trabalho, a competitividade e o avanço da
tecnologia, no tempo atual, têm exposto os indivíduos a níveis elevados de tensão e
estresse, por outro lado têm obrigado a sociedade a envolver em suas discussões programas
de qualidade de vida e prevenção de doenças ocupacionais. Tais discussões tornam-se mais
necessárias, à medida que são observados a influência positiva e os diversos benefícios do
1
investimento na saúde e qualidade de vida do profissional. Isto associado aos objetivos de
crescimento da empresa ou indústria, garantindo, em conseqüência disso, qualidade dos
produtos e/ou da prestação de serviços.
Investimentos na aquisição de equipamentos e maquinários adequados ao serviço
podem facilitar o manuseio dos mesmos pelos funcionários. Uma melhor adequação da
estrutura física e do ambiente de trabalho às necessidades da empresa moderna também
seria elemento relevante para assegurar uma maior qualidade no desempenho de seus
trabalhadores, desta forma investimentos em treinamentos, em programas de
conscientização, prevenção de riscos, acidentes e doenças ocupacionais ainda apresentariam
uma preocupação da empresa com o desenvolvimento pessoal do indivíduo, levando-o, por
conseguinte, a uma interação positiva com aquela.
As condições de trabalho podem ser caracterizadas como os meios pelos quais os
trabalhadores desenvolvem suas atividades, não importando quais sejam elas, porém são
elas que irão determinar o sucesso ou insucesso da produtividade, assim como o bem-estar
do trabalhador. Pensando no conforto físico e mental do trabalhador, algumas empresas de
diferentes áreas de serviço, vem adotando Programas de Prevenção a Doenças
Ocupacionais.
Contudo, pesquisas acadêmicas, tais quais a de Cañete (1996) e Longen (2003),
dentre outras, apontam que uma grande incidência dos problemas relacionados aos
desequilíbrios posturais ainda serem muito freqüentes e recomendam, então, que os
profissionais da área de saúde laboral orientem à população trabalhadora para um programa
de educação postural, que tenha por objetivos uma maior conscientização corporal,
prevenindo doenças ocupacionais, evidenciando uma compensação aos desequilíbrios do
corpo e promovendo, ainda, a aquisição do hábito do exercício físico regular como uma
rotina salutar.
Muitas são as atividades realizadas pelo homem - descritas na literatura - que são
propensas a desenvolver Lesão por Esforço Repetitivo (LER), Distúrbios Músculo-
Esqueléticos (DME) e/ou Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT),
dentre elas estão inclusas as diferentes atividades exercidas por eletricistas, por pessoal de
tele-atendimento, bem como por outras atividades de escritório, realizadas pelos
funcionários da empresa distribuidora de energia elétrica à qual se destina esta pesquisa.
2
Existem diversas razões para a ocorrência da LER/DORT, que acontece de forma
diferenciada de indivíduo para indivíduo. Além disto, para cada categoria profissional,
devido às suas especificidades e características, haverá diferenciadas causas para a
ocorrência das mesmas, partindo da intensidade do trabalho, da postura adotada na
realização das atividades como também do ritmo exigido pelo trabalho. Devido a essas
exigências, alguns trabalhadores são mais suscetíveis a doenças ocupacionais que outros.
Dessa maneira, segundo Iida (1990) e Martins (2001), nos setores em que se exige,
por exemplo, uma longa permanência do indivíduo numa mesma postura - seja ela em pé ou
sentada – fará com que ele, naturalmente, passe a adotar atitudes corporais que lhe pareça
mais confortáveis, mas que nem sempre são as ideais ou biomecanicamente adequadas para
o desenvolvimento de determinadas atividades, ocasionando, então, a ocorrência de dores
musculares. Estas, no início, podem até passar desapercebidas, porém, com o tempo,
tendem a aumentar, podendo tornar-se motivos para problemas simples, como um pequeno
mau humor ou uma rápida indisposição ao trabalho; ou extremos como o afastamento do
trabalho e, até mesmo, a incapacidade funcional.
1.2 Relevância
Sabe-se que nas grandes capitais do eixo sul-sudeste do Brasil, empresas como,
Volkswagen de São Carlos/SP, Dana-Albarus/RS, Selenium/RS, etc, vêm cada vez mais
investindo em capacitação (através de cursos de atualização e treinamentos), incentivando a
continuidade dos estudos, oferecendo palestras, cursos sobre cuidados com a saúde, enfim,
investindo no capital humano. Isto irá influenciar diretamente na saúde da empresa, pois o
bem-estar proporcionado ao trabalhador influenciará, de forma direta ou indireta, no bom
atendimento prestado aos usuários dos serviços oferecidos pela companhia. Em suma: todos
saem ganhando.
Dentre os investimentos com pessoal, os Programas de Promoção da Saúde que são
desenvolvidos pelo Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT)
merecem destaque fundamental no desempenho e produtividade de uma empresa. A
Ginástica Laboral, por sua vez, pode gerar uma excelente alternativa a ser inserida nesses
programas com o objetivo de prevenir doenças ocupacionais e elevar a qualidade de vida do
funcionário, conseqüentemente, aumentando a produtividade da empresa e melhorando sua
3
condição de competitividade com outras empresas do ramo. Tudo isso irá refletir no melhor
atendimento ao cliente, ao consumidor.
Outro exemplo ao qual outras empresas podem se espelhar está na iniciativa do
Serviço Social da Indústria/DF, que iniciou desde 1997 o Programa de Ginástica na
Empresa – PGE, que tem por objetivo promover a saúde e a qualidade de vida no local de
trabalho, fundamentado em vários benefícios, dentre eles a prevenção da saúde ocupacional
e do estresse; melhoria do rendimento funcional; redução de acidentes do trabalho;
diminuição dos gastos com despesas médicas; melhoria das relações humanas e de trabalho;
e, o aumento da produtividade.
Considera-se a Ginástica Laboral como uma atividade física que visa principalmente
a saúde do trabalhador e deve ser realizada através de sessões que variam de 10 a 15
minutos, antes, durante ou depois da jornada de trabalho, onde serão realizados movimentos
simples, que priorizem os alongamento de pescoço, braços e musculatura das costas, isto é,
a(s) parte(s), no indivíduo, que está(ão) mais comprometida(s) na ação exercida pelos
trabalhadores que desenvolvem as suas atividades no campo ou no escritório.
São propostos, então, exercícios específicos de acordo com a prescrição sugerida
pelo avaliador, de forma planejada para que haja um desenvolvimento evolutivo orientado e
supervisionado para a obtenção de resultados satisfatórios. Assim, os exercícios
programados devem buscar a contração muscular antagonista àquela ação exigida durante o
trabalho, provocando assim um alongamento e relaxamento da parte comprometida.
Pode-se verificar tal afirmação nas experiências realizadas nas empresas
automobilísticas como é o caso da Empresa Volkswagen de São Carlos-SP que adotou o
Programa de Ginástica na Empresa desde o início de 1998. A Volks, segundo depoimento
do diretor local da regional do Sesi São Carlos/SP, “aderiu ao Programa como forma
preventiva para possíveis casos de LER e também para melhoria da qualidade no ambiente
de trabalho” (Revista CIPA, 1999).
Assim, este estudo pretende, também, apresentar as empresas locais e instituições de
diferentes ramos de serviço, a importância da ginástica laboral, para a melhoria do
desempenho funcional, como também, mecanismos de melhoria à qualidade de atendimento
aos usuários, e melhoria na saúde e estilo de vida que visam o bem estar dos mesmos, uma
maior satisfação em prestar bons serviços e produtividade para a empresa.
4
1.3 Objetivo
Analisar a influência do Programa de Ginástica Laboral no desempenho funcional e
mudanças pessoais dos funcionários de diferentes categorias.
1.4 Metodologia
Inicialmente, realizou-se uma revisão bibliográfica, feita a partir da leitura de
periódicos nacionais e internacionais, livros e artigos publicados em revistas científicas ou
disponíveis na Internet através de bases de dados e sites, onde se procurou focar a
ergonomia, principalmente, a ginástica laboral, os fatores de desempenho no trabalho e os
elementos que formam o estilo de vida do trabalhador.
Realizou-se um estudo de campo, utilizando-se como recurso de coleta de dados
dois questionários estruturados, envolvendo os funcionários e dirigentes, com questões
dicotômicas e perguntas fechadas aos quais os respondentes preenchiam sob a orientação da
pesquisadora.
Para análise de dados, foram utilizados procedimentos de estatística descritiva e
exploratória, a análise multivariada, o teste qui-quadrado e a análise de regressão múltipla.
Realizou se também uma análise da percepção dos dirigentes em relação à visão dos
participantes do programa de ginástica laboral.
1.5 Estrutura do Trabalho
O presente estudo foi dividido em cinco capítulos assim distribuídos:
O Capítulo 1 apresenta aspectos introdutórios sobre a problemática do assunto,
contendo a relevância, objetivo, metodologia, e a estrutura geral do trabalho.
O Capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica de acordo com a pesquisa
bibliográfica sobre a Ergonomia, seus conceitos e histórico, com enfoque na postura e
movimento adotado no trabalho, e sua importância no tocante ao cumprimento da norma
regulamentadora 17 que normatiza tais aspectos pelas empresas, no sentido de prevenção
ou minimização das doenças ocupacionais, citadas comumente na literatura como DORT
(Distúrbio Osteomuscular Relacionada ao Trabalho). Apresenta ainda a Ginástica Laboral,
foco principal desse estudo: conceitos, histórico, objetivos, importância e seus benefícios,
5
verificados em relato de experiência já vivenciado por outras empresas em diferentes
estados federativos. Finaliza este capítulo apresentando os aspectos emocionais e estilo de
vida presentes no cotidiano do trabalhador, bem como o seu desempenho no trabalho.
O Capítulo 3 retrata os procedimentos metodológicos desenvolvidos no trabalho,
são definidos a caracterização da pesquisa, a população alvo, os instrumentos de pesquisa
adotados, a coleta de dados e a análise dos resultados encontrados na pesquisa.
O Capítulo 4 descreve os resultados e promove discussões; é onde se realiza uma
análise crítica quanto ao objetivo e metodologia da pesquisa. Versa ainda sobre a análise
dos resultados encontrados na aplicação do instrumento de pesquisa, através de gráficos, e
tabelas para proporcionar ao leitor uma melhor compreensão sobre a análise dos resultados
obtidos na pesquisa.
O Capítulo 5 apresenta a conclusão do trabalho com um resumo da revisão teórica, a
análise crítica, limitação encontrada, direções de futuras pesquisas e recomendações a partir
dos resultados encontrados.
Ao final são apresentados os anexos, contendo os instrumentos de pesquisa
utilizados, gráficos da análise descritiva, gráfico e tabela da análise de clusters, tabelas do
teste qui-quadrado e a matriz de correlação.
A seguir no capítulo 2 se apresentará o referencial teórico que fundamentou todo o
estudo em questão.
6
Capítulo 2
Fundamentação Teórica
Este capítulo tem como objetivo apresentar o referencial teórico pesquisado,
iniciando com o contexto histórico do surgimento da ergonomia, seus conceitos segundo
diferentes estudiosos até os dias atuais. Aborda sobre a ginástica laboral, seus objetivos,
importância e benefícios para o homem e para a empresa. Desenvolve algumas idéias sobre
os fatores que interferem no desempenho do trabalhador no trabalho e finaliza com um
conjunto de elementos que compõem o estilo de vida do homem.
2.1 Ergonomia
O termo Ergonomia de origem grega - ergo (trabalho) e nomos (regras) - apresenta o
mesmo sentido nos Estados Unidos como humans factors (fatores humanos) é o conjunto
de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de
instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto
e eficácia (Wisner, 1972).
2.1.1 Histórico e Conceito
Inicia-se este capítulo historiando a Ergonomia e sua importância na vida do
homem, apresentando alguns conceitos e definições segundo a visão de alguns estudiosos e
pesquisadores.
O Termo Ergonomia foi utilizado pela primeira vez em 1857 pelo polaco Wojciech
Jastrzebowski, quando publicou o artigo “Ensaios de ergonomia ou ciência do trabalho
baseado nas leis objetivas da ciência sobre a natureza”. Originou-se assim a ergonomia
como a ciência da utilização das forças e das capacidades humanas. Porém, foi quase cem
7
anos depois em 12 de julho de 1949 - data oficial - que um grupo de cientistas e
pesquisadores se reuniram na Inglaterra, pela primeira vez para discutirem e formalizarem a
existência de um novo rumo de aplicação de caráter interdisciplinar da ciência (Iida, 1995).
Com a criação da primeira Sociedade de Ergonomia – a “Ergonomic Reseach
Society” - no início dos anos 50, na Inglaterra, fisiologistas, psicólogos e engenheiros se
reuniram para realizarem estudos e pesquisas sobre a adaptação do homem ao trabalho.
Outros estudos com novos enfoques foram feitos por outros países da Europa (Alemanha,
França e países escandinavos) e pelos Estados Unidos, a partir da revolução industrial, onde
surgiram modernas fábricas que apresentavam intensa jornada de trabalho, um ambiente
sujo, barulho forte, funcionários sem direito a férias e viviam em regime de semi-
escravidão imposto com autoritarismo pelos empresários (Iida, 1995).
Com a preocupação de contribuir nas discussões da problemática da ciência e da
tecnologia e na prática das questões físicas e de percepção aplicáveis a produtos,
equipamentos e postos de trabalho é que a ergonomia se desenvolveu em numerosos países
industrializados e em vias de desenvolvimento.
Hoje, a ergonomia já se difundiu por todos os paises do mundo através das leis e
normas regulamentadoras, como também muitas instituições de ensino e pesquisa vêm
realizando estudos neste campo de atuação especificamente. A Norma Regulamentadora 17
que trata da Ergonomia visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente (Brasil, 2000).
Os resultados e discussões sobre estas normas são apresentados em eventos de
caráter nacionais e internacionais. É notório que tais estudos e pesquisas vêm contribuindo
de maneira significativa na redução do sofrimento dos trabalhadores das industriais,
comércio e empresas, quanto às doenças ocupacionais, estresse, na melhoria da
produtividade e elevação do nível de desempenho e condição geral de vida.
É bom ressaltar que mesmo que se tenha uma data oficialmente documentada para o
surgimento dessa ciência, podemos perceber seus primórdios desde a pré-história, quando o
homem já necessitava de adaptar seus gestos e movimentos para adequar-se a um objeto
e/ou situação, pode-se assim dizer que a ergonomia já fazia parte da vida do trabalho
humano.
8
No XXIV Congresso de Ergonomia realizado em Paris em 1988 a ciência foi
definida pelo Conselho da Sociedade de Ergonomia da França mediante o seguinte enfoque:
“Pelos seus métodos e etapas, a ergonomia permite uma nova percepção do funcionamento de uma empresa, a partir da compensação do trabalho do homem. Esta compreensão é necessária para conceber as situações nas quais o operador tem domínio: - para seu equilíbrio físico, mental e psíquico e para uma melhoria do sistema”.
Entende-se nessa definição uma relação entre o trabalho realizado pelo homem,
envolvendo os aspectos físicos, intelectuais e psicológicos, com a melhoria do sistema.
Laville (1977, 6), afirma que “a ergonomia pode ser considerada como um conjunto
de conhecimentos interdisciplinares”.
Para Wisner (1987,83) por sua vez, a ergonomia é um conjunto de conhecimentos
necessários para conceber os instrumentos, as máquinas e dispositivos de tal forma que
possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e de eficiência, pelo
trabalhador. Este autor (1987,77) afirma que a ergonomia tem pelo menos duas finalidades:
o melhoramento e a conservação da saúde dos trabalhadores, e a concepção e o
funcionamento satisfatórios do sistema técnico do ponto de vista da produção e da
segurança.
Pode também ser entendida como a ciência que procura configurar, planejar, adaptar
o trabalho ao homem, respondendo questões levantadas em condições de trabalho
insatisfatórias (Dul & Weerdmeester, 1995; Iida, 1993; Montmollin, 1995). Percebe-se
assim que a ergonomia tem por objetivo adaptar o trabalho ao homem, bem como melhorar
as condições de trabalho e as relações homem-máquina.
Wisner (1987), Fidelis (1998), apresentam uma classificação da ergonomia como:
de concepção (quando um ou mais ergonomistas fazem parte da equipe que desenvolverá o
produto/serviço/ambiente/máquina na sua fase inicial), de correção (quando utilizada na
correção de problemas já existentes relacionados à saúde segurança do trabalhador e
qualidade de trabalho) e de conscientização (quando tem o objetivo de conscientizar o
trabalhador através de cursos de treinamentos, no sentido de prevenir riscos de acidentes e
de garantir a saúde física ou mental do trabalhador).
9
2.1.2 Postura e movimento
Nas pesquisas sobre a ergonomia, tem sido de fundamental importância o estudo
sobre as posições adotadas pelo trabalhador na execução de suas atividades de rotina, uma
vez que as posturas para a realização do trabalho, as posturas oriundas de fatores externos
ao bom desempenho da atividade, tais como os provocado por inadequação do mobiliário, e
alguns vícios posturais são considerados como responsáveis pelo desgaste físico do
trabalhador (Grandjean, 1998).
Quando o trabalhador, independentemente da função que exerce, realiza uma
postura ou movimento, diversos músculos, ligamentos e articulações do seu corpo são
acionados. Para isto, a sua musculatura, que fornece força para a execução, precisa estar
preparada, bem como os seus ligamentos que desempenham uma função auxiliar no que diz
respeito ao deslocamento das partes do corpo.
Para Dul e Weerdmeester, as “posturas inadequadas produzem tensões mecânicas
nos músculos, ligamentos e articulações, resultando em dores no pescoço, costas, ombros,
punhos e outras partes do sistema músculo –esquelética” (1995,17). Com isto observa-se
que os trabalhadores precisam estar permanentemente atentos a sua postura e aos
movimentos adotados no seu posto de trabalho para evitar o desconforto da dor, bem como
outras doenças ocupacionais.
Segundo Paillard (apud Laville, 1977, 49) a postura dos segmentos corporais no
espaço pode assim ser considerada:
“A atividade postural se expressa na imobilização de partes do esqueleto em
posições determinadas, solidárias emas umas às outras e que conferem ao
corpo uma atitude de conjunto. Essa atitude indica o modo pelo qual o
organismo enfrenta os estímulos do mundo exterior, prepara para reagir. Seja
no início, no decorrer ou no fim de um movimento dirigido no espaço,
atitude constitui um aspecto fundamental da atividade motriz”.
Observa-se com mais freqüência nos postos de trabalho duas posições mais
utilizadas, em pé e sentada, ou ainda a sua alternância. Para Couto (1978), a posição
sentada é a posição adequada para os trabalhos que não envolvam muito movimento ou
atividade física, pois possibilita a boa estabilidade do corpo, com pequena sobrecarga
estática, pouca sobrecarga de circulação e boa coordenação de movimentos, ele chama
10
atenção para esta posição, que somente será confortável se a cadeira tiver um design
adequado, pois do contrário poderá haver problema de fadiga, varizes, etc.
Seguindo este mesmo raciocínio Iida (1990), alerta para os projetos de máquinas,
bancadas ou assentos inadequados que levam o trabalhador a assumir postura inadequada,
que podem acarretar em dores fortes àquele grupo muscular de que se está sendo solicitado
o esforço.
Alguns fatores ergonômicos nos postos de trabalho merecem uma atenção especial
por parte dos empregadores e dos usuários (empregados). Schantz (apud Martins, 2001,32)
considera que “o empregado que utiliza o computador deve dispor de uma cadeira com
braços, que lhe ofereça flexibilidade e apoio, contendo quatro pernas e rodinhas que lhe
permitam fácil movimentação...”. Assim, a empresa deve adotar medidas que minimizem o
desconforto (dor) do funcionário, adequando cada vez mais os postos de trabalho e,
conseqüentemente, melhorando a qualidade de serviço e produtividade do trabalhador.
A posição parada, em pé, é altamente fatigante porque exige muito trabalho estático
da musculatura envolvida para manter esta posição. As pessoas que executam trabalhos
dinâmicos em pé, geralmente apresentam menos fadiga que aquelas que permanecem
estáticas ou com pouca movimentação (Iida, 1990). Deste modo, o trabalhador precisa ter o
conhecimento sobre a importância da alternância entre as posições sentada e em pé e do
movimento estático e dinâmico adotá-la no seu trabalho diário, numa tentativa de evitar ou
minimizar as doenças ocupacionais e, assim, desempenhar melhor as suas atividades.
2.2 Ginástica laboral
A vida do homem moderno, notadamente nos grandes centros urbanos, está cada
vez mais voltada ao enfrentamento de situações críticas para sua subsistência, tais como
alimentação, moradia, transporte, ensino, saúde e a própria manutenção do emprego, todas
elas sabidamente, situações geradoras de stress. O saber lidar com este estresse tem se
tornado uma preocupação constante nas novas técnicas de administração empresarial, já
que, comprovadamente, a melhoria dos níveis de qualidade de vida, baseados nas situações
críticas acima mencionadas, é hoje fator diferencial entre as empresas, na competição por
produtividade, qualidade e desempenho comercial (Polito, 2002).
Nessa ótica, a Ginástica Laboral tem ganhado destaque no Brasil nos últimos dois
anos, sendo utilizada como uma importante ferramenta, dentro do conjunto de medidas que
11
visam prevenir o aparecimento de lesões músculo-ligamentares, ligadas a atividades dentro
do ambiente de trabalho (Martins, 2001.).
Conceitua-se a Ginástica Laboral como a combinação de algumas atividades físicas
que tem como característica comum, melhorar, sob o aspecto fisiológico, a condição física
do indivíduo em seu trabalho. Emprega exercícios de fácil execução que são realizados no
próprio local de trabalho e que contribuirão para um melhor condicionamento e
desempenho físico, maior concentração e um melhor posicionamento frente aos postos de
trabalho. Assim, pode-se dizer que a ginástica laboral tem como principio básico prevenir o
aparecimento de lesões músculo esqueléticas e/ou ligamentos devido a situações de estresse
(Orselli, 2002).
2.2.1 Histórico
A ginástica laboral praticada desde 1925 na Polônia, onde foi chamada de Ginástica
de Pausa, foi criada para atender a especificidade do cargo que cada operário da indústria
exercia (Polito, 2002). Observou-se, entretanto que a partir de 1928, esta atividade física
teve um efetivo desenvolvimento no Japão, principalmente atendendo aos funcionários das
agências dos correios com o objetivo de cultivar a saúde e o fortalecimento da musculatura.
Cañete (1996) descreve que após a Segunda Guerra Mundial, foi se ampliando o
hábito e prazer por esta prática, principalmente por ter sofrido uma forte contribuição de um
programa de rádio japonês, transmitido diariamente, em que consistia na utilização de um
certo de tipo de ginástica rítmica com acompanhamento musical, contribuindo com
excelentes resultados na produtividade da empresa e na diminuição dos acidentes de
trabalho.
Segundo Militão (2001) e Alvarez (2002), a ginástica laboral no Brasil, por volta de
1969, foi introduzida nos estaleiros Ishiksvajima através de executivos nipônicos que, ainda
nos dias de hoje, em conjunto com diretores e operários, realizam exercícios físicos no
sentido de diminuírem os acidentes de trabalho. Assim, ganhando cada vez mais espaço e
resultados satisfatórios, a Ginástica laboral foi se expandindo na região sul do país. Em
1973, partindo da proposta da Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior de Novo
Hamburgo (FEEVALE), onde teve a sua elaboração com base na análise biomecânica do
movimento.
12
Em 1978, esse programa ampliou-se e, firmando parceria com o SESI de Novo
Hamburgo, desenvolveu a “ginástica compensatória”, envolvendo empresas do Vale dos
Sinos com a finalidade, inclusive, de minimizar e/ou combater as doenças provocadas pelo
movimento repetitivo dos digitadores - “Doença dos Digitadores”.
Apesar dos bons resultados alcançados, apenas duas das cinco empresas que
iniciaram o programa permaneceram com a prática da Ginástica Laboral compensatória.
Segundo Schimitz (apud Maciel, 2001) o problema de custos foi a principal questão
enfrentada pelos demais empresários, o que impediu a continuidade do projeto,
principalmente no tocante a contratação de pessoal para a equipe de monitores. Após
algumas experiências isoladas foi na década de 1980 que a Ginástica Laboral teve uma
retomada e firmou a sua aceitação em empresas e indústrias do país.
De acordo com o autor mencionado, nesta mesma época (1987), acontecia o
reconhecimento da tenossinovite como doença profissional através da portaria nº 4.602 do
Ministério da Previdência e Assistência Social. Tal fato exigiu maiores medidas de
enfrentamento social acerca da ameaça das lesões, principalmente por parte do
empresariado. Esta situação fomentou a valorização da qualidade de vida no trabalho.
Assim, o ressurgimento da Ginástica Laboral na segunda metade da década de 1980,
utilizada como medida de promoção à saúde do trabalhador, acompanhou o próprio
desenrolar histórico do fenômeno LER/DORT, iniciado pelo reconhecimento oficial da
então chamada doença dos digitadores (Longen, 2003).
2.2.2 Conceito
Pode–se dizer que o conceito da ginástica laboral está atrelado ao enfoque adotado
por Longen no seu estudo. Apresentaremos a seguir alguns conceitos de acordo com a visão
de alguns autores.
Segundo Realce (2001, 28), "a ginástica laboral é um conjunto de exercícios diários
que visam normalizar capacidades e funções corporais para o desenvolvimento do trabalho,
diminuindo a possibilidade de comprometimento da integridade do corpo”.
Basso (1989), Schimitz (1981), Sharcow (1996) e Cañete (1996), apud Polito
(2002,28) entendem esta atividade como “a criação de um espaço onde as pessoas possam,
por livre e espontânea vontade, exercer várias atividades e exercícios que estimulam o
13
autoconhecimento e levam à ampliação da auto-estima e, conseqüentemente, proporcionam
um melhor relacionamento consigo, com os outros e com o meio”.
Para Kolling (apud Polito, 2002,28) “a Ginástica Laboral é um repouso ativo, que
aproveita as pausas regulares durante a jornada de trabalho, para exercitar os músculos
correspondentes e relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o trabalho,
tendo como objetivo a prevenção da fadiga”.
Esses vários enfoques conceituais apresentados sobre a ginástica estimulam a
empresa em investir cada vez mais em programa de saúde que visem a prevenção das
doenças ocupacionais e, assim a ginástica laboral é vista como uma importante ferramenta.
2.2.3 A Ginástica laboral: importância e classificação
A Ginástica Laboral é mais uma ferramenta disponível dentro da ergonomia que
pode ser desenvolvida pela empresa, no sentido de prevenir as doenças ocupacionais,
contribuindo para melhoria da qualidade de vida dos funcionários. Hoje, produzir mais e
melhor, sem desenvolver danos à saúde dos trabalhadores, não se trata de uma utopia. Se
tomarmos como exemplo os modelos de empresas estrangeiras e de algumas nacionais, é
cada vez maior o número de adeptos que descobrem, nos Programas de Ginástica Laboral,
um meio eficaz e saudável de reduzir os casos dessas doenças ocupacionais.
O Programa de Ginástica Laboral possibilita a colaboração e orientação das pessoas,
para viverem melhor exercendo seu papel no setor em que estão inseridas, em parceria com
a atividade física orientada, ou seja, cada profissional dentro da empresa, independente de
sua posição hierárquica ou função exercida, pode analisar e reavaliar seu modo de pensar,
agir, organizar seu tempo e espaço, prevenindo uma das grandes causas que motivam males
à saúde, as quais chamamos de estresse.
O estresse enfocado na medicina como a soma das perturbações orgânicas e
psíquicas provocadas por diversos agentes agressores, tais como: trauma, emoções, choque
cirúrgico, intoxicação, fadiga, exposição ao calor ou ao frio etc. Nem sempre é considerado
pela classe empresarial como uma doença séria que afeta a produtividade e o desempenho
do trabalhador.
Como o próprio nome sugere, a Ginástica Laboral se caracteriza por uma atividade
desenvolvida no ambiente de trabalho, atuando de maneira preventiva e terapêutica, através
de exercícios que vão compensar as estruturas utilizadas durante a função e ativar outras
14
que não estejam sendo solicitadas. Durante a sua realização, o objetivo maior tem sido o de
prevenir o L.E.R /D.O.R.T., uma vez que, como sugerem algumas pesquisas, é a grande
campeã de afastamentos dos empregados das empresas, em conseqüência da fadiga
decorrente da tensão e da repetitividade dos movimentos, prejudicando as articulações,
músculos, nervos, etc.
De acordo com Hurley (apud Martins, 2001, 23):
“Nos EUA, mais de dois terços dos empregados (mais de 80 milhões de
pessoas) padecem de dores episódicas ou crônicas, sendo que quinze por
cento destes indivíduos (18 milhões) tem o trabalho relacionado com a
origem da sua dor. De acordo com os trabalhadores das empresas, em 1995
as dores foram às causas de um quarto de todos os dias de trabalho perdidos
(totalizando 50 milhões de dias)”.
Tal realidade, em menores proporções, foi verificada também no Brasil. Marchi
(apud Martins, 2000) descreve que em 1985 houve um gasto anual de 412 dólares com a
saúde, de cada funcionário, dez anos depois este custo foi de 936 dólares e a estimativa para
o ano 2000 foi de um gasto de 1.850 dólares por empregado.
Dentre as atividades propostas por um profissional de Educação Física e/ou de um
Fisioterapia num programa de ginástica laboral pode-se destacar primeiro as atividades de
curta duração (10-15 minutos), depois as atividades de pouca exigência física
(alongamentos, relaxamento, recreação e consciência corporal no ambiente de trabalho); e,
por fim, as atividades desenvolvidas no próprio local de atividades do funcionário.
Para Cañete (apud Polito 2002,28) essas atividades podem ser divididas
basicamente em: 1. Ginástica Preparatória ou de Aquecimento, que são realizadas antes de
iniciar o trabalho com o objetivo de preparar as estruturas que serão solicitadas durante as
tarefas dentro da empresa; 2. Ginástica Compensatória ou de Pausa, que são atividades
realizadas em pequenos intervalos durante o expediente, tendo o objetivo de compensar as
estruturas que estão sendo utilizadas no processo produtivo, diminuindo as tensões do
trabalho repetitivo, posturas erradas, proporcionando ao indivíduo condições de perceber
seu corpo e suas condições físicas e psicológicas; 3. a Ginástica de Relaxamento ou de
Final de Expediente, que como o próprio nome já indica, são atividades realizadas ao
término das atividades do funcionário dentro da própria empresa. Tendo como seu maior
15
objetivo aliviar a sensação de cansaço e tensão muscular e proporcionar uma integração
social no ambiente de trabalho.
A ginástica laboral pode ser preparatória e compensatória, consistindo em exercícios
específicos realizados no próprio local de trabalho, atuando de forma preventiva e
terapêutica. Leve e de curta duração, a ginástica laboral visa diminuir o número de
acidentes de trabalho, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição do funcionário ao
iniciar e retornar ao trabalho, promover maior integração no ambiente de trabalho (Dias,
1994).
A ginástica laboral preparatória é realizada antes da jornada de trabalho, a fim de
preparar a pessoa para exercer as suas atividades diárias do trabalho, preparando os grupos
musculares que serão solicitados na realização das suas tarefas e despertando-os para que se
sintam mais dispostos motivados e integrados. Indica-se geralmente a sua realização com a
reunião de todos os funcionários em um local específico, no início de cada turno de trabalho
(Cañete, 1996).
Para Leite e Mendes (apud Alvarez, 2002) a ginástica laboral compensatória é
realizada durante a jornada de trabalho, através de pausas para executar exercícios
específicos de compensação as exigências físicas do trabalho. Deve se dar atenção especial
às regiões cervicais, torácica e lombar, com ênfase nos exercícios de alongamento,
relaxamento e força muscular, pois os mesmos minimizam ou evitam a adoção de vícios
posturais durante as atividades habituais no trabalho; as sessões podem variar de sete a dez
minutos, em cada três a quatro horas de trabalho (Alvarez, 2002).
2.3 Efeitos da Ginástica Laboral: Qualidade e Desempenho
Os estudos de Longen (2003), Militão (2001) apontam dentre outras experiências já
realizadas pelo Serviço Social da Indústria (SESI), como os maiores benefícios à saúde: a
diminuição na fadiga muscular; melhoria da condição física geral, social (melhoria nos
relacionamentos interpessoais no ambiente de trabalho), na correção dos vícios posturais;
melhoria na disposição do trabalhador ao iniciar e ao retornar ao trabalho; na diminuição de
patologias e casos de L.E.R /D.O.R.T; na redução nos níveis de estresse e tensão geral do
trabalhador.
Para a empresa verificam-se vários benefícios já demonstrados em programas de
ginástica laboral como: a diminuição no número de acidentes de trabalho; a redução nos
16
gastos com serviços médicos; a diminuição de faltas ao trabalho por motivo de doenças; a
diminuição na rotatividade de funções favorecendo a especialização; o aumento na
produção e lucro das empresas; e o aumento de satisfação do empregado no ambiente de
trabalho.
Estas experiências onde se verificam bons resultados, através dos programas de
qualidade, indicam que, a preocupação hoje demonstrada pelo empregador em relação a
qualidade do produto e de serviços, pode ser fruto das idéias sobre o sistema de controle de
qualidade total.
2.3.1.Qualidade
A idéia de qualidade total na administração foi introduzida por Armand
Feigenbaurm em 1957, e tem sido amplamente desenvolvida através de várias abordagens
que são introduzidas pelos “gurus da qualidade”, como Deming, Juran, Ishikawa, Taguchi e
Crosby (Slack, 1990).
Ishikawa (1993,43) mostra que para uma empresa alcançar o controle de qualidade
todos devem participar, do alto executivo ao funcionário. Assim, apresenta a sua própria
definição de qualidade: Praticar um controle de qualidade é desenvolver, projetar, produzir
e comercializar um produto de qualidade que é mais econômico, mais útil e sempre
satisfatório para o consumidor.
Nos seus estudos sobre o modo de vida ativa no local de trabalho, e a gestão da
qualidade total, Cox e Miles (1992) apresentam que o modo de vida ativa no local de
trabalho é um conceito dos canadenses, e, que o básico para o conceito estrutural para este
modo de vida ativa é a atividade física que é a parte dinâmica do sistema de vida. Ou seja, o
que toca o corpo, mente e espírito. Para esses autores o modo de vida ativa no trabalho é
uma extensão e a partes do processo da vida ativa.
No Canadá, a visão em relação ao modo de vida ativa no local de trabalho tem
sido articulada. Esta visão faz parte da grande estrutura da estratégia desenvolvida pelo
Centro Canadense para a Vida Ativa no Local de Trabalho (CCALW). Os autores
recomendam alguns princípios que guiam a dinâmica do sistema de gestão de qualidade no
CCALW.
17
O interesse individual do empregado e a necessidade são considerações
importantes no planejamento de programas e serviços para o modo de vida
ativa.
As oportunidades e iniciativas para o modo de vida ativa podem melhorar o
nível de satisfação do trabalho, aumentar a qualidade de vida do
trabalhador e contribuir tanto para o bem-estar geral do empregado como
na organização.
O apoio no ambiente de local do trabalho aumenta o sucesso das estratégias
organizacionais para o modo de vida ativa.
A liderança comprometida é um componente integral de exemplo das
iniciativas no local de trabalho. Tais como o apoio em andamento,
treinamento e desenvolver oportunidades são essenciais.
A defesa e campanhas educacionais direcionadas para tomadores de
decisão são meios eficazes para promover o desenvolvimento do modo de
vida ativa no local de trabalho.
Observa-se na Figura 2.1 um resumo esquemático do Sistema de Qualidade Total
utilizado por Cox e Miles, para enfocar as sete dinâmicas da Gestão de Qualidade Total que
dá suporte a melhoria contínua do sistema.
18
Figura 2.1 Sistema de Qualidade Total. Fonte Cox e Miles (1990)
2.3.2 Desempenho
De acordo com Fielding e Knight (1992), os patrões citam um número de razões
para implementar os programas de atividades físicas dos empregados, incluindo a melhoria
na saúde do empregado, moderação no aumento de custos com cuidado a saúde, melhoria
na produtividade do empregado, redução do absenteísmo e melhoria na qualidade de
organização para recrutar e manter os empregados.
Gebahrdt e Crump (1990, 262), relatam nos seus estudos que os programas de bem
estar e aptidão física realizados no lugar de trabalho, tem se tornado uma parte integral das
estratégias da corporação para redução dos custos com cuidados com a saúde, melhoria do
humor do trabalhador, diminuição do absenteísmo, e melhoria do comportamento estão
associados com o aumento da produtividade do trabalhador.
Dentro deste cenário, uma das modalidades que vem recebendo atenção
diferenciada é a melhoria da qualidade de vida.
Bispo (2003), revela que em recente pesquisa realizada pela Deloitte Touche
Tohmatsu revelou que mais de 70% das empresas do Brasil possuem algum tipo de
19
programa voltado para a qualidade de vida. No trabalho intitulado "Benchmarking de
Gestão do Capital Humano", a ginástica laboral aparece em segundo lugar na preferência
dos empresários, com 57,97%, perdendo apenas para cursos e palestras que atingiram
82,61%. Em terceiro lugar veio o acompanhamento ergométrico (52,17%), seguido de dias
para visita dos filhos (47,8%), consultas nutricionais (40)%, horário flexível (31,8%) e
academia de ginástica (27,5%).
Outra experiência ainda relatada por Bispo (2003), ocorre na Alcoa Alumínio S. A,
que pautada nesta visão vem concretizando desde 1995, o Programa de qualidade de vida
denominado de Viva Vida – que está servindo de modelo para outros países que têm
unidades da empresa como Estados Unidos, Austrália, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e
Venezuela. Este programa que atua, dentre outras, nas áreas de saúde, esportes e lazer, tem
alcançado resultados expressivos junto aos cinco mil funcionários que atuam no Brasil.
Resultados como redução no número de fumantes, queda no índice de hipertensos e o
aumento de praticantes de atividades físicas de maneira regular. Verifica-se então, nestes
programas as mudanças e hábitos e qualidade de vida desses funcionários, proporcionando
para a empresa melhor qualidade e produtividade nos serviços prestados.
Bispo (2003) revela ainda que outros estudos verificam que a K3 Laboral Fitness -
empresa especializada em promover o bem-estar organizacional, realizou uma pesquisa
junto a 1.200 funcionários que atuavam em cinco empresas de médio/grande portes e que
adotavam aulas de ginástica laboral. O resultado apontou que a produtividade dessas
companhias aumentou, enquanto o número de funcionários afastados por lesões caiu em
40%. Com relação aos colaboradores, os dados revelaram que 95% dos entrevistados
sentem-se mais dispostos, 60% tiveram suas dores reduzidas e 89% perceberam melhoras
na postura.
Assim, os programas de ginástica na empresa têm assumido na atualidade um
papel de grande relevância dentro da estrutura organizacional e de gerenciamento de
recursos humanos. Investir em programas de qualidade significa a preocupação com os
custos e benefícios de um programa de qualidade. Slack (1990), revela que estudos como o
de Philip B. Crosby já sugeria que muitas organizações não sabiam quanto gastam em
qualidade, seja na recuperação do erro ou realização do certo. Crosby procurou destacar os
custos e benefícios da implementação de programas de qualidade através de seu livro
Quality is free, no qual apresentou um programa de zero defeito que acreditava poder
reduzir o custo total da qualidade. Recentes trabalhos acadêmicos demonstram uma
20
preocupação em investigar programas de qualidade em relação a prevenção de doenças
ocupacionais.
Barcelos (2000), acompanhou um programa de ginástica laboral nos funcionários
do SENAI e observou que esses exercícios auxiliaram na percepção corporal, fazendo com
que os funcionários adotassem posturas mais adequadas.
Santos (2000) pesquisou os funcionários de um supermercado de Florianópolis e
concluiu que os benefícios adquiridos com o programa de ginástica laboral foram: uma
melhor disposição para o trabalho, diminuição do cansaço físico no final do dia, aumento
do clima de amizade e espírito de grupo, tornando os funcionários mais unidos e
comprometidos com a empresa.
Para Proteção (apud Maciel, 2001,32) outras empresas como Dana-Albarus em
Gravataí, a eletrônica Selenium em Santa Rita, Iochpe-Maxion em Canoas, todas no estado
do Rio Grande do Sul, implantaram o programa de ginástica laboral pautadas pelo seguinte
motivo – altos índices de acidentes e afastamentos do trabalho, assim como para aumentar o
nível de entusiasmo dos funcionários. A Dana-Albarus após três meses de implantação
detectou uma redução de 72% em seus acidentes. Na Selenium, em seis meses de
implantação do programa, houve uma redução no índice de absenteísmo em 38%, os
acidentes caíram em 86,67% e 64% dos funcionários afirmaram que as dores diminuíram
após a ginástica e, ainda, 57% apontaram a melhoria no relacionamento entre os colegas. O
engenheiro de segurança da Iochpe-Maxion revelou que os funcionários ficaram menos
tensos e mais motivados para o trabalho depois da implantação do programa.
De acordo com recentes pesquisas acadêmicas desenvolvidas por Cañete (1996),
Martins (2000), Maciel (2001) e Longen (2003) os principais benefícios relatados que a
ginástica laboral pode proporcionar para as empresas são:
Aumento da produtividade;
Diminuição da incidência de doenças ocupacionais;
Menores gastos com despesas médicas;
Marketing social;
Redução do índice de absenteísmo e rotatividade dos funcionários;
Redução dos números de erros e falhas, pois os funcionários ficam mais espertos e
motivados.
21
Verificam-se ainda, nos estudos dos autores acima mencionados, os seguintes
efeitos proporcionados aos trabalhadores por um programa de ginástica laboral:
Melhoria da auto-imagem;
Redução das dores;
Redução de estresse e alívio das tensões;
Melhoria do relacionamento interpessoal;
Aumento da resistência da fadiga central e periférica;
Aumento da disposição e motivação para o trabalho;
Melhoria da saúde física, mental e espiritual;
Tais benefícios são vistos por Cañete (1996) como condicionantes de um trabalho
realizado por profissionais responsáveis, competentes, que tenham uma consciência e
postura ética digna. Este pensamento é complementado por Targa apud Maciel (2001,34)
quando diz que a atividade física pode ser uma “arma de dois gumes”, dependendo do
profissional que a conduza, pode ser um instrumento de alto valor educativo promovendo a
saúde ou, se cair em mão incompetentes poderá produzir lesões e qualidades físicas e
morais irreparáveis.
2.4 Implantação do Programa de Ginástica Laboral
Para a implantação de um programa de ginástica laboral na empresa torna-se
fundamental seguir alguns procedimentos. Inicialmente a ginástica laboral deve ser
proposta e não imposta, isto é o trabalhador deve ter plena liberdade de escolha para
participar ou não das aulas. Martins (2001) enfatiza que com o passar do tempo, a adesão
vai aumentando com a propaganda entre os participantes contagiando ao demais pelos
comentários sobre a diminuição das dores no corpo, aumento da disposição diminuição do
estresse dentre outros benefícios observados.
De acordo com Guerra (apud Martins, 2001,51-52), existem cinco etapas para que a
implantação da ginástica laboral tenha sucesso:
A primeira diz respeito à realização de uma avaliação e diagnóstico, analisando a
aptidão física, a qualidade de vida, a biomecânica e a ergonomia, a fim de permitir uma
correta adequação da atividade física;
22
A segunda etapa consiste no planejamento e estruturação do programa, prevendo
inclusive a motivação, a compreensão da validade, o aval e a aceitação do programa por
parte dos funcionários;
A terceira etapa consiste num trabalho de conscientização, envolvendo todos os
funcionários da empresa no tocante aos problemas posturais dentro e fora do trabalho, sua
prevenção e o incentivo à prática regular da atividade física;
Na quarta etapa ocorre a implantação do projeto piloto, possibilitando ajustes antes
da sua expansão a outros setores da empresa;
E, enfim a quinta etapa onde ocorre a avaliação dos resultados, incluindo as áreas da
qualidade empresarial, produtividade e qualidade de vida.
Para se obter sucesso no programa de ginástica laboral na empresa os gestores
devem também estar atentos a alguns fatores que podem interferir diretamente nos
resultados do programa.
Em recente estudo, Militão (2001) constatou que a formação do profissional tem
uma relevância significativa para manter o programa com êxito. Esse profissional precisa
ser qualificado a fim de atender uma clientela que necessita de um atendimento que não
coloque em risco a saúde do trabalhador. Deve apresentar-se sempre disposto no ambiente
de trabalho, preocupar-se em manter um clima de aula agradável e, finalmente, com uma
boa postura corporal, pois as pessoas se espelham neste profissional.
Muitos programas implantados por empresas no sul do país não obtiveram tão bons
resultados em virtude de terem contratados facilitadores, ao invés de professores de
educação física, para ministrarem as aulas de ginástica laboral (Militão, 2001)
Outro aspecto relevante para se obter bom resultado na ginástica laboral é percebido
no relacionamento interpessoal, para Martins (2001, 61): “As sessões de ginástica laboral
por si só tem o poder de fazer com que a relação entre os colegas de trabalho seja estreitada,
tendo em vista que o participante fica mais suscetível a se soltar através de brincadeiras e
risos que este momento acaba propiciando”. Este momento possibilita a reunião de todos os
funcionários do setor de trabalho, independentemente da função hierárquica exercida, e isto
pode favorecer um bom relacionamento entre patrão e empregado.
Com o intuito de quebrar a rotina das aulas o professor deve utilizar diferentes
recursos didáticos, desde a música até o uso de pequenos implementos, bolinhas plásticas,
23
bastões, com a intenção de alcançar resultados favoráveis, a partir de uma aula mais
dinâmica. Para Martins (2001) a adoção da música deve ser visto como fator estimulante às
aulas. Grandjean (1998, 308) reforça este pensamento quando afirma que “a música no
trabalho pode produzir uma atmosfera amistosa, que estimule os funcionários”.
Quanto ao acompanhamento dos resultados do programa, tornam-se necessárias a
realização de avaliações escritas (questionários) de forma sistemática e conversação sobre
as aulas: os exercícios propostos, saúde física, peso e alimentação, dentre outros temas. É
esse o momento de receber sugestões de melhoria para a manutenção do programa. Essa
postura faz com que o trabalhador se sinta sujeito ativo no processo, rendendo um melhor
desempenho nas suas funções e interagindo melhor com a empresa.
2.5 Fatores do Desempenho no Trabalho
O desempenho humano depende de uma complexidade de fatores que atuam
interagindo entre si de maneira extremamente dinâmica. Numa situação na qual os
objetivos e metas foram devidamente explicitados, a tarefa foi desenhada e redesenhada sob
medida para a pessoa. Se ela está motivada para executá-la e atingir os objetivos e metas
propostos, certamente desenvolverá um determinado esforço individual proporcional à sua
motivação.
Esse esforço pessoal é eficaz na medida em que a pessoa possua as habilidades
adequadas para a execução da tarefa, aliado ao fato de as condições ambientais não lhe
provocarem restrições ou limitações. Assim, o desempenho é conseqüência do estado
motivacional e do esforço individual para realizar uma tarefa e atingir os objetivos.
Tavares (2000) revela que os resultados percebidos pela pessoa - seja em termos de
alcançar os objetivos organizacionais ou individuais ou em termos de recompensas
recebidas pela empresa - provocam um determinado grau de satisfação pessoal. Atualmente
acredita-se que esse grau de satisfação - grande ou pequeno ou nulo - realimentará positiva
ou negativamente a motivação do funcionário para um novo desempenho. Ou simplesmente
não mais o motivará.
2.5.1 Motivação
A motivação no comportamento humano é compreendida como algo que faz uma
pessoa perseguir um determinado objetivo, durante um certo tempo, que pode ser curto ou
24
longo, e que pode ser explicado somente pelos seus conhecimentos, experiências e
habilidades.
Desse modo, a motivação não pode ser medida indiretamente, por exemplo, pelas
quantidades adicionais de peças produzidas por um trabalhador motivado (Iida, 1990). Uma
maneira de “medir” a motivação do trabalhador está na sua produção. Concorda-se com
Iida (1990, 291) quando afirma que: “Um trabalhador motivado produz mais e melhor.
Sofre menos os efeitos da monotonia e da fadiga. Não precisa de supervisão, pois procura,
por si mesmo, resolver os problemas para alcançar os objetivos”. Portanto, percebe-se
porque a motivação é considerada por muitos estudiosos da área de recursos humanos,
como sendo um dos grandes segredos de qualquer organização que busca a melhoria e o
aumento de produtividade.
Segundo Silva (1994, 111), “numa visão sintética e abrangente, pode-se dizer que
existem duas forças extremas que mobilizam o homem para a ação: a eliminação do
desconforto e a busca do conforto, ou, superação de crises e a criação do futuro do seu
sonho”. Surge então a ginástica laboral como uma das possibilidades de alcançar o conforto
nas suas atividades no trabalho.
2.5.2. Fadiga
A fadiga, motivação e monotonia são três aspectos muito importantes que devem
interessar a todos aqueles que realizam análise e projeto de trabalho humano. A monotonia
e a fadiga estão presentes em todos os trabalhos e, se não podem ser totalmente eliminados,
podem ser controlados e substituídas por ambientes mais interessantes e motivadores.”(Iida,
1990, 273). Assim, a ginástica laboral tende a cumprir um papel fundamental para que
sejam alcançados tais aspectos num ambiente de trabalho.
A fadiga é um estado que todos conhecemos na rotina diária: a capacidade de
produção diminuída e uma perda de motivação para qualquer atividade. Grandjean (1998,
135) reconhece basicamente a fadiga muscular e generalizada: “A primeira é um
acontecimento agudo, doloroso, que o trabalhador sente em sua musculatura sobrecarregada
de forma localizada e a segunda é uma reação difusa. Que é acompanhada de uma
indolência e falta de motivação para qualquer atividade”.
25
Para Iida (1990), existem muitas diferenças individuais que influem no
aparecimento da fadiga, desde diferenças de biótipo e o treinamento, até fatores
psicológicos como a personalidade e a autoconfiança.
A fadiga muscular torna-se mais fácil de ser medida, pois ocorre uma diminuição do
rendimento do músculo após uma determinada exigência (força). Portanto, quando o
consumo de energia supera a capacidades de reposição da energia, acontece uma
perturbação do desequilíbrio dos processos metabólicos, que se manifesta por uma
diminuição da capacidade de produção do músculo.(Grandjean, 1998) Com isso, esclarece
que o cansaço da musculatura pode levar a diminuição na coordenação dos movimentos , e
o risco mais elevados de falhas e acidentes no trabalho e domésticos.
2.5.3 Estresse
As dificuldades de lidar com as pressões do dia-a-dia como problemas financeiros,
problemas familiares, violência urbana, problemas no trânsito, mau relacionamento com
colegas de trabalho ou chefes possibilitam o aparecimento do estresse.
Segundo Michal (apud Martins, 2000, 9) “o estresse é a resposta fisiológica,
psicológica e comportamental de um indivíduo que procura adaptar-se e ajustar-se às
pressões internas e externas”.
Percebe-se na atualidade que o estresse está sendo um aspecto natural da própria
vida em decorrência das atribuições que cada trabalhador tem para realizar no seu dia a dia,
diante de uma sociedade com tanta competitividade. As pessoas estão constantemente
expostas a estímulos do ambiente tanto externos como internos. Vivenciando sentimentos
relativos ao medo, dor, alegria, excitação e frustração.
As reações são desencadeadas de acordo com o estímulo ou agentes estressores, que
segundo Johnson (apud Martins, 2000,32) podem ser físicos (como temperaturas extremas,
infecções, lesões ou cirurgias), emocionais (como o medo, raiva, ansiedade ou frustração)
ou a combinação de ambos (dor, exercício físico, etc). Assim, verifica-se que tanto o
trabalhador que tem muita ou pouca atribuição no seu trabalho está sujeito ao estresse.
Como prevenção ao estresse é fundamental que o trabalhador repense sobre o seu
estilo de vida, com uma alimentação mais saudável e em períodos regulares, evitando o
exagero dos doces, frituras e bebidas alcoólicas, diminuindo ou evitando o fumo e
26
mantendo principalmente atividades físicas regulares, permitindo na sua vida, também,
atividades de descontração e lazer.
2.6 Estilo de Vida
No âmbito da rotina diária de trabalho do homem moderno, oferecer segurança e
saúde ao trabalhador como uma das principais metas de uma empresa torna-se uma
prioridade. Isso significa, atualmente, um reconhecimento por parte dos empresários, dos
direitos conquistados pela classe trabalhadora para um estilo de vida saudável, levando para
toda instituição um ambiente acolhedor favorável a uma melhor produtividade no trabalho.
2.6.1 Alcoolismo
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoólico é um bebedor excessivo,
cuja dependência em relação ao álcool é acompanhada de perturbações mentais, de
problemas com a saúde física, na relação com os outros e no seu comportamento social e
econômico.
A ingestão contínua do álcool desgasta o organismo ao mesmo tempo em que altera
a saúde da mente. Surgem, então, sintomas que comprometem a disposição para o trabalho
e o viver com bem-estar. Dentre os efeitos e sobre o comportamento provocado pela
ingestão do álcool destacam-se: 1.O fato de o alcoolismo levar uma pessoa a fazer coisas
que não faria se não estivesse sob efeito do álcool, como dirigir em velocidade perigosa ou
realizar atos atrevidos; 2.causar perda de memória, dificuldade de concentração e
problemas em outras funções intelectuais; e, 3. Resultar geralmente em uma atenção
especial à saúde do indivíduo e numa diminuição da produtividade no trabalho, além de ser
responsável pela dificuldade de relacionamento com empregados e colegas de trabalho;
As empresas sofrem grande prejuízo com trabalhadores que ingerem grande
quantidade de álcool, uma vez que estes costumam faltar ao trabalho, principalmente na
segunda feira, para curar a intoxicação do final de semana. São mais lentos na execução das
tarefas e, também, mais introvertidos, prejudicando assim a produção diária de trabalho.
Partindo dessa realidade, algumas empresas vêm investindo em programas de
reabilitação, pois em cada um dólar investido no programa, há um retorno de sete dólares
sob a forma de aumento da produtividade com a redução do absenteísmo, redução de
despesas médicas e o marketing com a imagem da empresa Militão (2001).
27
Portanto, as repercussões do consumo de álcool e suas conseqüências na vida
familiar e no trabalho merecem atenção especial, devido aos graves prejuízos que acarretam
para a empresa e para o empregado.
2.6.2 Tabagismo
Estima-se que, no Brasil, a cada ano, oitenta mil pessoas morram precocemente
devido ao tabagismo, número que vem aumentado ano a ano. Noutras palavras, cerca de
dez brasileiros morrem a cada hora por causa do cigarro (Ministério da Saúde, 2002).
As doenças associadas ao uso do cigarro (câncer, doenças coronarianas, doenças
cérebro-vasculares, etc), revelam a abrangência dos efeitos nocivos do uso do fumo
(Ministério da Saúde, 2001).
Em seus estudos Pereira (2003), revela que aproximadamente 30% dos adultos são
fumantes e consomem mais de 7 trilhões de cigarros/ano. O mesmo alega que, a alta
porcentagem de fumantes se deve em parte:
Ao poder de viciar da nicotina,
A pouca orientação dos jovens quanto aos riscos do tabaco;
A falta de aplicação das leis anti-fumo
As mentiras divulgadas pela mídia e,
A grande facilidade para comprar cigarros;
Assim, verifica-se que o Brasil é 6º mercado e um dos maiores exportadores de
tabaco do mundo. Realidade esta que o Ministério da Saúde em parceria com outras
organizações não - governamentais tenta combater através de campanhas educativas.
2.6.3.Lazer e recreação
Longen (2003), em recente estudo, verificou que a relação entre a necessidade do
homem em buscar prazer no ambiente de trabalho e a tentativa de amenizar a sobrecarga
fisiológica sofrida, criou tendência e influenciou à prática da ginástica laboral.
A recreação e o lazer como uma proposta alternativa para os setores produtivos de
maior desgaste físico e mental de uma empresa buscam suporte no combate à monotonia
das tarefas repetidas e rotineiras. Segundo Grando (apud Longen, 2003,68) “a finalidade
28
básica das atividades recreativas no trabalho é satisfazer as necessidades e desejos no tempo
livre, considerando a individualidade de todos os participantes”. Assim se observa que
muitas empresas lançaram esforços no sentido de determinar as necessidades e desejos dos
trabalhadores.
Segundo Cutrera (apud Longen, 2003, 67) o “desenvolvimento espontâneo e
agradável do ser humano em seu tempo disponível, tendendo à satisfação de necessidades
psíco-espirituais, incidentes no descanso, no entretenimento, na expressão, na interação e na
produção criativa definem o sentido de recreação”. Portanto, a recreação e o lazer podem
estar presentes no programa de ginástica laboral, não só quebrando a monotonia e o estresse
no trabalho, como também facilitando o relacionamento interpessoal dos trabalhadores.
2.6.4 Alimentação
Uma alimentação balanceada, equilibrada, deve ser, segundo Nahas (2001), variada
para garantir a ingestão dos principais nutrientes tais como as vitaminas, proteínas,
carboidratos, gorduras, riboflavina, niacina, tiamina, cálcio e ferro. Cada um desses
componentes tem um papel fundamental que leva ao organismo reagir de forma eficiente
para cada atividades realizada na sua vida cotidiana.
Sabe-se na literatura que, para cada tipo de atividade laboral realizada, o trabalhador
deve ter uma alimentação condizente com o seu desgaste energético. Ou seja, cada
categoria funcional tem necessidade para uma distribuição calórica na suas refeições.
Segundo Grandjean (1998,178) reforça que:
“Para a composição qualitativa da categoria, trabalhadores em
atividade sentada e para a grande maioria das profissões femininas
vale o seguinte desafio; limitação de quantidade em função de mais
alta qualidade. Em outras palavras, redução de calorias com a
simultânea elevação de vitaminas, sais minerais e elementos traço”.
O homem, independentemente da sua ocupação, geralmente ingere tanto alimento
quanto precisa de energia. Tal fato é regulado pela sensação de fome, o que traduz um
equilíbrio entre a necessidade de alimentar-se e o gasto de energia. Porém, percebe-se no
trabalhador que exerce suas atividades no trabalho sentado uma certa perturbação neste
processo, ou seja, a ingestão de alimento passa a ser maior do que o seu desgaste
energético, o que pode ocasionar o excesso de peso (Grandjean, 1998).
29
Na categoria dos trabalhadores que exercem uma maior atividade física, existe a
necessidade de uma alimentação mais rica em energia, porém pouco volumoso. Por esta
razão, os trabalhadores desta categoria preferem uma alimentação rica em proteína e em
gordura (Grandjean, 1998). Portanto para esta categoria funcional é recomendável uma
alimentação mais rica em energia onde haja o consumo de forma balanceada de carne, ovos,
leite, manteiga, queijo e pão escuro (centeio).
Chagas (2003) afirma que: a alimentação adequada contribui para a melhora do
desempenho funcional, para o aumento da produtividade e a conseqüente redução de
absenteísmo. Tal afirmação se verifica nos resultados preliminares do estudo que o Seconci
– SP vem desenvolvendo nas empresas, que tem como objetivo traçar um diagnóstico do
estado nutricional dos trabalhadores do setor da construção para então propor cardápios
balanceados.
A ingestão de uma alimentação inadequada pode ocasionar a obesidade, hipertensão,
anemia e níveis altos de colesterol e triglicérides, gerando despesas com saúde para o
empregador e levando ao baixo rendimento do trabalhador. Daí o crescente investimento
em programas de saúde e higiene ocupacional nestas últimas décadas.por empresas de
diferentes ramos de atuação de mercado.
2.6.5. Atividade Física
De acordo com Barlow (1992, 26) et al, não é surpresa que uma espécie da nossa
evolução histórica necessitasse de uma certa quantidade de atividades físicas para manter
uma boa saúde e alto nível de funcionalidade. Filósofos e físicos da antigüidade
reconheciam a importância da atividade física para a saúde, mas somente recentemente os
médicos cientistas conduziram estudos controlados para documentar e descrever essa
relação.
A atividade física moderada regular é considerada por especialistas da área médica
como umas das maneiras mais simples de melhorar e manter a saúde. Barlow (1992,26)et al
a define como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que
resulte em gasto energético maior que os níveis de repouso. Uma simples caminhada, uma
limpeza de casa, ou uma dança, todos produzem movimentos onde há gasto de energia,
porém existe um aspecto importante na atividade física, é a sua sistematização ou seja, para
manter uma saúde ideal torna-se necessário que esta atividade seja diária.
30
De acordo com estudos realizados por pesquisadores da Organização Mundial da
Saúde (2002), sobre os fatores de risco sugerem que a inatividade, ou estilo de vida
sedentário é uma das dez principais causas mundiais de morte e incapacidade. Revelam
ainda que mais de dois milhões de mortes por ano são atribuíveis à inatividade física.
Mundialmente as estatísticas mostram que entre 60% e 85% de adultos simplesmente não
são ativos o bastante para beneficiar a própria saúde.
Apesar de inúmeras campanhas sobre a importância da atividade física como
promoção de saúde, por parte do governo e da iniciativa privada, percebe-se ainda que os
estilos de vida sedentários aumentam todas as causas de mortalidade, dobram o risco de
doenças cardiovasculares, diabetes, e obesidade, e substancialmente aumentam o risco de
câncer de cólon, pressão alta (hipertensão), osteoporose (principalmente nas mulheres),
depressão e ansiedade (OMS, 2002).
Para aproveitar as vantagens da atividade física, torna-se suficiente aumentar o grau
de integração de vida diária à atividade física, combatendo o sedentarismo e seus riscos
para a vida humana. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2002), e Martins
(2000), relatam que a atividade física oferece benefícios na aparência, no trabalho, na
saúde, e, no dia-a-dia, nos aspectos psicológicos do ser humano, como descrito a seguir:
Na aparência pode-se:
- Melhorar o visual e a postura;
- Os músculos ficam mais eficientes e com melhor tônus;
- Combate o excesso de peso e o acúmulo de gordura corpórea.
No trabalho, observa-se:
- Aumento da produtividade;
- Menor propensão às doenças;
- Melhor índice de freqüência no trabalho;
Na saúde, verifica-se:
- Aumento da qualidade e a expectativa de vida;
- Melhoria do sistema imunológico;
- Prevenção e redução dos efeitos de doenças;
31
No dia-a-dia, percebe-se:
- Maior disposição para as tarefas cotidianas;
- O coração trabalha de forma mais segura e eficiente;
Nos aspectos psicológicos:
- Ameniza o estresse;
- Diminui a ansiedade;
- Diminui a depressão;
- Desenvolve a consciência corporal;
- Combate às tensões emocionais;
- Reforça a auto-estima;
- Melhora a capacidade de concentração no trabalho;
Assim, concorda-se com Porto (2003) quando este recomenda que todo ser humano
deve manter a preocupação de promover e manter a saúde, sendo ressaltada para a
população mundial que, cada vez mais, é necessária à rotina diária a prática de exercícios
físicos regulares para combater os efeitos nocivos da vida sedentária.
2.6.6. Sedentarismo
Na maior parte do mundo, as doenças não transmissíveis se tornaram as principais
causas de morbi-mortalidade. Isto se deve em parte, à rápida transformação dos estilos de
vida, com diminuição da atividade física, mudança no padrão alimentar e aumento do
consumo do tabaco (Especial Veja, 2001).
De acordo com os dados da Secretaria de Saúde de Minas como resultado do
“Programa Agita Minas” (2001), “o estilo de vida é responsável por mais de 50% do risco
total para que o indivíduo desenvolva doenças crônicas”. Para o coordenador do programa o
sedentarismo está presente em cerca de 70% da população brasileira – mais do que o
tabagismo com 37,9%, hipertensão com 22,3%, obesidade com 18% e alcoolismo com
7,7%. Desta forma o estilo de vida é responsável por 54% do risco de morte por infarto e
por 50% do risco de morte pó derrame cerebral, que constituem, hoje, as principais causas
de morte no país. (Revista Saúde Pública, 1990).
32
Conforme o depoimento do médico do “Programa Agita Minas”, se verifica que:
“A atividade física para a saúde incluem a redução por doenças
cardiovasculares; redução de risco de desenvolver a diabetes, hipertensão e
câncer de cólon e mama; melhoria do nível de saúde mental; ossos e
articulações mais saudáveis; melhoria do funcionamento corporal, controle
de peso corporal e correlações favoráveis com a redução do tabagismo e
abuso de álcool e drogas” (Pereira, 1990).
Portanto, vale ressaltar que a ginástica laboral que oferece níveis leve e moderado
de exercício físico pode contribuir para a melhoria do estado geral da saúde do trabalhador,
principalmente se praticada de maneira habitual no seu dia-a-dia.
2.6.7. Saúde
Para a Organização Mundial da Saúde, o estado de completo bem estar físico,
mental, social e espiritual é o que define a saúde. A promoção da saúde e prevenção de
doenças são metas que na atualidade as empresas de diferentes ramos de atuação vêm
buscando desenvolvendo os seus programas de qualidade de vida.
Segundo Barrier (apud Martins, 2000, 26) as pequenas empresas podem influenciar
seus empregados a realizarem mais atividade física com baixo custo e alta eficácia
atentando para alguns fatos:
- proporcionar aos funcionários descontos em academias de ginástica; estimular a
criação de grupos para realizarem caminhadas ou passeios ciclísticos, ou, ainda,
outras atividades físicas domésticas que possam influenciar na saúde;
- oferecer prêmios para os funcionários que aumentarem seu nível de atividade
física através de dinheiro, de materiais esportivos, etc;
Os estudos de Fielding e Knight (1992,187) apontam, no que se refere às pequenas
empresas, que a relação custo-benefício de programas de promoção da saúde de
trabalhadores também compensam.
Considera-se então que a saúde também é uma qualidade de vida, condição ou
estado de bem estar que apresenta um componente biológico e um comportamental, que são
alterados de acordo com o relacionamento indivíduo X meio. Portanto, proporcionar um
ambiente saudável que esteja favorável ao bom desempenho do trabalhador passa a ser uma
33
constante nos programas de promoção da saúde que atualmente as empresas promovem em
sua estrutura organizacional.
2.6.8 Sono
A falta de sono ou a insônia pode ser considerada como uma alteração da qualidade
e da quantidade de sono que faz com que a pessoa durma menos, prejudicando assim, as sua
atividades diurnas. Existe uma estimativa de que 25% dos adultos sofrem algum período de
insônia ao longo de um ano e, dessas pessoas 5% vivem estes problemas de forma crônicos.
Segundo Rizzo, 40% da população brasileira tem algum tipo de distúrbio ligado ao
sono. O autor enfatiza que “a qualidade do sono está ligada diretamente à qualidade de vida
no trabalho” (1998, 8). Entretanto, estudos indicam que se o individuo alterar algumas
atitudes diárias, a qualidade e quantidade do sono pode melhorar. Esses estudos
recomendam:
Não consumir substâncias estimulantes como café, coca-cola, chá-mate, chá preto, após
as 18h, nem consumir bebidas alcoólicas;
Procurar fazer refeições leves no jantar;
Procurar não praticar exercícios físicos à noite, pois eles têm um efeito excitante. No
entanto, exercitar-se regularmente durante o dia geralmente ajuda a dormir melhor à
noite;
Procurar manter um mesmo horário de dormir e acordar;
. Deitar-se apenas quando sentir sono;
Cada pessoa tem uma necessidade de sono, ou seja, a quantidade do sono pode ser
determinada pelo ritmo biológico de cada indivíduo. O ser humano necessita de períodos
adequados de repouso para realizar suas atividades físicas e mentais do dia-a-dia, com
disposição e bem-estar. Concorda –se com Alvarez (2002), que mostrou em seus estudos
que dormir bem ajuda a melhorar a concentração, o humor e a motivação. Aspectos da vida
relevantes ao bom desempenho do trabalhador.
34
2.7 Síntese da fundamentação teórica
Inicialmente partiu-se do contexto histórico e conceitos da Ergonomia, numa
tentativa de reconhecer a sua importância desde antes da revolução industrial até os dias
atuais. Valorizar o início de um trabalho onde envolveu vários estudiosos de diferentes
áreas de formação - psicólogos, fisiologistas, médicos, engenheiros, etc, sobre esta ciência
que tem caráter multidisciplinar e que ainda é pouco conhecida, mas que oferece ao homem
melhoria na saúde, conforto e segurança no trabalho (Dul e Weerdmeester, 1995).
Após esta primeira abordagem, procurou-se apresentar a ginástica laboral, seus
conceitos e aspectos históricos mundialmente e no Brasil. Discorrendo sobre a sua
importância e benefícios já verificados em experiências fora e dentro do país.
Foram apresentadas as diferentes maneiras que a ginástica laboral pode ser
considerada, ou seja, alguns autores adotaram a ginástica laboral como medida preventiva e
eficaz para LER/DORT, outros verificaram que a sua implantação não alcança êxito de
forma isolada, devendo esta ser associada a várias outras medidas. Estudos apontam
também que os melhores benefícios que a ginástica laboral oferece é quando ministradas
por profissionais preparados, habilitados para tal, como educadores físicos e fisioterapeutas.
A ginástica laboral ministrada por outras pessoais não capacitadas não alcançaram tão bons
resultados (Militão, 2001).
Temas como fatores de desempenho no trabalho e hábitos que compõem o estilo de
vida, trouxeram um significado especial à pesquisa, oferecendo uma forte contribuição para
o entendimento e objetivo geral desta pesquisa.
A Figura 2.2 apresenta um esquema (modelo de avaliação), que propõe uma
sintetiza das idéias acima discutidas.
35
Fatores do Trabalho
Custo/benefíciocom a saúde
GinásticaLaboral
ErgonomiaProdutividade
DesempenhoFuncional
Qualidade
Estilo de Vida
Figura 2.2 Modelo de avaliação da ginástica laboral
Enfim, o referencial teórico desenvolvido permitirá um diálogo do estudo de campo
a luz do conhecimento cientificamente estudado.
36
Capítulo 3
Metodologia da Pesquisa de Campo
Este capítulo apresenta a metodologia utilizada no estudo de campo, descrevendo a
tipologia da pesquisa, a população alvo, a elaboração do instrumento de pesquisa, descrição
do processo de coleta de dados bem como as técnicas utilizadas para analisá-los.
3.1 Tipologia da Pesquisa
Este estudo caracterizou-se como exploratório. Do ponto de vista de seus objetivos
(Gil, 1991) visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vista a torná-lo
explícito ou a construir hipóteses. Quanto aos procedimentos técnicos envolveram
inicialmente um levantamento bibliográfico em livros, artigos em periódicos e em material
disponibilizado na Internet, e, posteriormente a aplicação de um questionário.
Sendo um estudo de caso numa empresa de energia elétrica, considera-se também
como um estudo descritivo, pois, conforme Gil (1989), este tipo de pesquisa busca,
primordialmente, descrever as características de uma determinada população e estabelecer
possíveis relações entre variáveis, incluindo-se também neste grupo as que têm por objetivo
levantar opiniões, atitudes e crenças de uma população a respeito de uma determinada
situação. Assim, o Estudo de Caso pode ser caracterizado por ter grande flexibilidade, pois
é impossível estabelecer um roteiro rígido que determina o desenvolvimento da pesquisa.
Por esta razão o Estudo de Caso exige do pesquisador uma certa dose de intuição para
melhor perceber quais dados são mais interessantes e suficientes para se chegar a uma
conclusão final (GIL, 1993).
Segundo Yin (2001), pode-se definir Estudo de Caso como: “estratégia de pesquisa
que compreende um método que abrange tudo – com a lógica de planejamento
37
incorporando abordagens específicas à coleta e análise de dados. Nesse sentido, o estudo de
caso não indica ser tática para a coleta de dados nem meramente uma característica do
planejamento em si, mas uma estratégia de pesquisa abrangente”. Portanto, neste trabalho
torna-se pertinente a utilização do Estudo de Caso, para se alcançar o objetivo da pesquisa,
possibilitando a investigação de forma abrangente sobre o programa de ginástica laboral e o
desempenho funcional na empresa de energia elétrica.
Primeiro foi realizado uma pesquisa descritiva e exploratória para identificação de
possíveis relações entre as variáveis. E de acordo com o tema e objetivo, foi feita uma
análise estatística multivariada, objetivando fazer um estudo simultâneo das relações entre
as variáveis estudadas e, assim, encontrar grupos homogêneos em relação às respostas do
questionário aplicado. Também foi feito o teste qui-quadrado considerando os resultados da
análise multivariada e em seguida a análise de regressão linear múltipla para verificar as
variáveis que mais influenciam o desempenho do funcionário.
Por fim, realizou – se uma análise sobre a percepção apresentada pelos dirigentes do
Programa de Ginástica Laboral relacionando-a com as respostas emitidas pelos
participantes desta pesquisa.
3.2 População
Mediante as necessidades desta pesquisa, foi constituída intencionalmente como
população alvo todos os funcionários dos setores administrativos e operacionais de uma
empresa distribuidora de energia elétrica, localizada no município de Natal/RN que
participam do programa de Ginástica Laboral, totalizando 169 funcionários.
Foram também envolvidos na pesquisa os (03) três dirigentes responsáveis pela
implantação e manutenção do Programa de Ginástica Laboral; ou seja, a Médica do
Trabalho, a Educadora Física e Fisioterapeuta e o Gerente do Departamento de Segurança,
Higiene e Medicina do Trabalho (RSM).
3.3 Instrumento de Coleta de Dados
A pesquisa utilizou, como instrumento de coleta de dados, um questionário
estruturado (Anexo I). O questionário foi pré-testado através de uma pesquisa piloto
realizada com 20 indivíduos na sub-estação Neópolis, da empresa distribuidora de energia
elétrica. A intenção foi a de verificar possíveis ambigüidades de resposta, respostas que
38
eventualmente não tivessem sido previstas, uma possível ocorrência de não variabilidade de
resposta em alguma pergunta realizada e o tempo de aplicação do questionário.
Depois de analisadas as respostas com as sugestões ocorridas pelos respondentes,
foram efetuadas as modificações necessárias com o intuito de tornar as questões mais claras
e objetivas.
Este instrumento foi composto em cinco blocos ou grupos. O primeiro levantou-se
informações gerais sobre o funcionamento do trabalho (Escala de serviço e Posto de
trabalho).
O segundo bloco referiu-se a implantação do programa (ingresso, resistência,
duração da aula, dificuldade para realização diária do trabalho e a postura adotada para o
trabalho) apresentada pelos participantes.
O terceiro bloco constituiu-se dos benefícios proporcionados pela Ginástica Laboral
aos participantes. Neste bloco foi perguntada aos participantes sobre a melhoria do seu
estado de humor, concentração no trabalho, preservação da saúde, relacionamento no
trabalho, melhoria na flexibilidade, execução de todos os exercícios propostos na aula,
motivação para as aulas, cuidados com a alimentação, dificuldade para dormir e número de
afastamento médico ocorridos nos últimos 12 meses.
O quarto bloco referiu-se a relação da ginástica com o desempenho funcional dos
participantes (melhoria do desempenho com a ginástica laboral, disposição para realização
de atividades extra - empresa, dores no corpo após a participação no programa, participação
em atividades físicas promovidas pela empresa, participação em atividades sócio -
recreativas com os colegas de trabalho, mudança no estilo de vida e vinculação entre o
rendimento no trabalho com a ginástica laboral.).
O último bloco ficou constituindo o perfil do respondente, onde se levantou
perguntas pessoais quanto ao nível de escolaridade, setor e horas de trabalho, tempo de
participação no programa, hábito de fumar, etc.
O questionário foi elaborado com perguntas fechadas sendo que algumas delas
foram medidas em escalas de diferencial semântico e natureza intervalar de 10 pontos de
acordo o objetivo a ser atingido.
No caso dos dirigentes foi aplicado um instrumento com perguntas semelhantes ao
dos demais funcionários, porém, com menor número de questões e seguiu a mesma
39
estrutura do instrumento anterior.Teve como objetivo verificar a visão dos dirigentes em
relação à participação dos funcionários no programa e seus resultados para a empresa.
As tabelas 3.1, 3.2, 3.3, 3.4 3.5, e 3.6 apresentam as variáveis utilizadas no
questionário para verificar a percepção dos funcionários administrativos e operacionais da
empresa, suas respectivas justificativas e fonte de pesquisa.
Tabela 3.1 – Variáveis mensuradas no bloco1: considerações iniciais da empresa
Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa
Q1.Regime de escala
Q2.Posto de trabalho
Verifica a possibilidade de viabilização do programa e sua a adequação no ambiente de trabalho
IIDA, 1990; GRANDJEAN, 1991.
CRUMP. e GEBHARDT, 1990
Tabela 3.2 – Variáveis mensuradas no bloco 2: implantação do programa
Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa
Q3.Forma de Ingresso
Q4.Resistência ao programa
Q5.Duração da aula
Q6.Dificuldade nas atividades de trabalho
Q7.Postura corporal adotada no trabalho
Observa-se a aceitação inicial do programa, se a duração das aulas atende a necessidade do participante, bem como investigar se os exercícios propostos em aula são de fácil execução, e verificar se o funcionário tem consciência que a posição adotada na realização do trabalho é adequada.
IIDA, 1990; GRANDJEAN, 1991.
POLITO, 2002;
SANTOS, 2002.
40
Tabela 3.3. – Variáveis mensuradas no bloco 3: benefícios da ginástica laboral
Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa
Q8.Estado de humor
Q9. Concentração no trabalho
Q10. Preservação da saúde.
Q11.Relacionamentono trabalho
Q12. Flexibilidade
Q13 Realização dos exercícios da aula.
Q14.Motivação
Q15. Saúde
Q16. Alimentação
Q17. Sono
Q18 Afastamento médico
Através destas variáveis verificam-se os benefícios da G.L. para a empresa e para o funcionário, principalmente em relação ao seu desempenho.
COX e MILES, 1992.
CAÑETE, 1996.
REVISTA CIPA, 1999.
MARTINS, 2000; 2001.
MILITÃO, 2002.
ALVAREZ, 2002;
GEBHARDT e CRUMP., 1990
Tabela 3.4 – Variáveis mensuradas no bloco 4: desempenho funcional
Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa
Q19.Desempenhofuncional
Q20.Suspensão das aulas.
Q21.Disposição extra trabalho
Q22.Cansaço físico
Q.23 Dor no corpo
Q24.Atividade física
Q25.Atividade sócio-recreativa
Q26.Outras atividades físicas
Q27. Mudança no estilo de vida.
As variáveis justificam-se pela necessidade de verificar-se a influência da ginástica laboral no desempenho funcional dos participantes
NAHAS, 2001.
ALVAREZ, 2002.
AIS, 2002.
LONGEN, 2003.
PORTO, 2003.
BLAIR,BRILL,BARLOW, 1992
GEBHARDT e CRUMP, 1990
41
Tabela 3.5 – Variáveis mensuradas no bloco 5: perfil do entrevistado
Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa
Q29.Setor de trabalho
Q30. Horas de trabalho
Q31. Tempo de serviço
Q32.Tempo de participação no programa.
Q33. Idade
Q34. Tabagismo
Q35. Escolaridade
Q36.Gênero
Caracteriza o perfil dos respondentes. GRANDJEAN, 1998.
IBGE, 2000.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001.
As tabelas 3.6, 3.7, 3.8, 3.9 3.10, e 3.11 apresentam as variáveis utilizadas no
questionário, para verificar a percepção dos dirigentes da empresa responsáveis pela
implantação e acompanhamento do programa, em relação ao desempenho funcional dos
funcionários que participam do programa de ginástica laboral. Como também as respectivas
justificativas das variáveis e fonte de pesquisa.
Tabela 3.6 – Variáveis mensuradas no bloco1: considerações iniciais da empresa
Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa
Q1. Escala de serviço
Q2. Posto de trabalho
Verifica se o regime de escala de serviço e o posto de trabalho dos funcionários operacionais e administrativos estão compatíveis com a operacionalização do Programa.
IIDA, 1990; GRANDJEAN, 1991.
CRUMP. e GEBHARDT, 1990.
Tabela 3.7 – Variáveis mensuradas no bloco 2: implantação do programa
Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa
Q3. Ingresso dos funcionários
Q4. Resistência p/ o programa
Q5. Motivos p/ promoção
Q6. Disposição /funcionários
Analisa o comportamento dos
funcionários em relação a
aceitação ou não do programa,
apresenta os motivos que
levaram a empresa a promover
o programa e verificar se os
funcionários apresentam mais
disposição após o programa.
IIDA, 1990; GRANDJEAN, 1991.
POLITO, 2002;
SANTOS, 2002.
42
Tabela 3.8. – Variáveis mensuradas no bloco 3: benefícios da ginástica laboral
Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa
Q7. Estado de humor
Q8. Concentração
Q9. Cuidados c/ a saúde
Q10.Relacionamento
Q11. Saúde
Q12.Duração das aulas
Q13. Afastamento médico
Verifica as melhorias em alguns
hábitos de vida, após a
implantação do Programa de
Ginástica Laboral. Bem como
no relacionamento no ambiente
de trabalho.
Analisa o número de
afastamento médico após a
implantação do programa (
custo/benefício).
CAÑETE, 1996.
REVISTA CIPA, 1999.
MARTINS, 2000; 2001.
MILITÃO, 2002.
ALVAREZ, 2002;
COX e MILES ,1992.
CRUMP. e GEBHARDT, 1990
Tabela 3.9 – Variáveis mensuradas no bloco 4: desempenho funcional
Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa
Q14. Desempenho funcional
Q15.SuspensãoXDisposição
Q16.Dor nas partes do corpo
Q17 Outras Atividades físicas
Q18.Rendimento
Analisa as variáveis vinculadas
ao trabalho, quanto a melhoria
no desempenho funcional dos
empregados.
NAHAS, 2001.
ALVAREZ, 2002.
AIS, 2002.
LONGEN, 2003.
PORTO, 2003.
Tabela 3.10 – Variáveis mensuradas no bloco 5: perfil do dirigente
Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa
Q19. Horas de trabalho
Q20. Tempo de serviço
Q21. Tempo de programa
Q22. Faixa etária
Q23. Escolaridade
Q24. Gênero
Caracteriza o perfil dos
dirigentes.
43
3.4 Coleta de Dados
A pesquisa foi realizada utilizando o questionário como método de coleta de dados
onde cada funcionário respondia sob a orientação do entrevistador. A coleta de dados foi
realizada no período de duas semanas durante o mês de outubro de 2003 no próprio local de
trabalho.
Com a autorização oficial da diretoria da empresa para a realização da pesquisa, a
pesquisadora visitou todos os setores de trabalho a fim de aplicar os questionários com os
funcionários participantes do programa de ginástica laboral. Todos os setores foram
informados, através de comunicação interna (e-mail), sobre a realização da pesquisa, como
também se contou com a colaboração da Educadora Física e Fisioterapeuta que ministra as
aulas de Ginástica Laboral nesta empresa quanto apresentação da pesquisadora nos setores
da empresa.
De acordo com a atividade desenvolvida por cada setor de trabalho foi adotado
diferente procedimento na aplicação do instrumento. Assim a pesquisadora tratou
individualmente ou em pequenos grupos para orientar quanto o preenchimento do
questionário. Também na impossibilidade do contato direto da pesquisadora com os
funcionários a orientação foi dada pela mesma ao chefe e repassada aos demais
funcionários do setor, os poucos casos de dúvidas foram solucionados no momento da
devolução junto à pesquisadora.
3.5 Técnicas de Análises
As técnicas estatísticas utilizadas para análise dos dados foram à análise descritiva e
exploratória, a análise multivariada, o teste qui-quadrado e a análise de regressão linear
múltipla. Foi analisada ainda, as opiniões dos dirigentes do programa em relação a
participação dos funcionários de diferentes categorias, formando desta forma, a visão
desses dirigentes.
3.5.1 Análise Descritiva e Exploratória
O objetivo principal de se utilizar a Análise Descritiva e Exploratória dos valores
absolutos e dos percentuais obtidos é o de apresentar a percepção dos entrevistados sobre a
ginástica laboral em relação ao seu desempenho funcional e mudanças pessoais abordando
44
na forma de tabelas e gráficos baseados em dados da amostra coletada, considerando os
vários atributos e suas dimensões.
3.5.2 Análise Multivariada
A partir dos dados tabelados, partiu-se para a análise através de técnicas estatísticas
multivariada, objetivando a determinação de grupos homogêneos em relação às respostas
obtidas com exceção das variáveis INGRESSO, as das PARTES do corpo (NUCA,
COTOVELO, ANTEBRAÇO, PULSO, COXA, BATATA DA PERNA OMBRO, COSTA,
REGIÃO LOMBAR, QUADRIL, JOELHO E TORNOZELO) e as de mudanças que
formam o estilo de vida obtido após a ginástica laboral (ALIMENTAÇÃO, LAZER,
HÁBITO DO EXERCÍCIO FÍSICO, CONSUMO DE ÁLCOOL E NÍVEL DE
ESTRESSE) pelo fato das mesmas serem variáveis categóricas ou qualitativas.
A técnica estatística utilizada foi a Análise de Agrupamentos (Clusters). Esta técnica
permite uma forma consistente de classificar os indivíduos presentes no estudo
(funcionários), possibilitando sintetizar as informações colhidas, fazendo com que a
informação sobre os indivíduos seja reduzida de forma conveniente à informação sobre
apenas k grupos.
HAIR et al (1998) definem a Análise de Agrupamentos como um conjunto de
técnicas que possuem o objetivo de agrupar indivíduos ou objetos baseado nas
características que eles possuem. Os grupos de objetos resultantes devem então exibir alta
homogeneidade interna e alta heterogeneidade externa.
Como método para a formação dos clusters utilizamos o “K-Médias”. Este método
procura diretamente uma partição de grupos de funcionários segundo as questões utilizadas,
de modo que satisfaçam às duas premissas básicas: coesão interna e isolamento dos grupos.
3.5.3 Teste Qui-quadrado
Segundo Barbetta (2001), uma importante aplicação do teste estatístico qui-
quadrado ocorre quando se quer estudar a associação ou dependência, entre duas variáveis.
Neste estudo, procura-se investigar a associação entre os clusters encontrados e as variáveis
que avaliam o desempenho funcional dos funcionários (partes do corpo que sente dor: nuca,
cotovelo, antebraço, pulso, coxa, batata da perna, ombro, costa, região lombar, quadril,
45
joelho, tornozelo e a mudança nos hábitos alimentares, lazer, hábito de exercitar-se e nível
de stress).
O teste qui-quadrado permite testar a significância entre a associação de duas
variáveis formulando, de um modo geral, as seguintes hipóteses:
H0: não existe associação entre as duas variáveis
H1: existe associação entre as duas variáveis
O nível de significância do teste é a probabilidade de rejeitar H0 (hipótese de
nulidade), quando H0 é verdadeira. Para este trabalho será utilizado = 5% (valor de p).
Depois, para cada par de variáveis é preciso comparar as freqüências observadas com as
freqüências esperadas sob a hipótese de nulidade.
3.5.4 Análise de Regressão Linear Múltipla
Surgiu a necessidade da utilização desta análise para verificar o nível de
relacionamento da variável dependente Desempenho Funcional com as independentes.
Segundo HAIR (1998), a análise de regressão múltipla é uma técnica estatística
que pode ser usada para analisar a associação entre uma variável dependente e várias
independentes. Cada variável independente tem seu peso e esses pesos denotam a relativa
contribuição dessas variáveis para predizer a variável dependente.
Uma equação de regressão múltipla expressa o relacionamento linear entre uma
variável dependente “y” e duas ou mais variáveis independentes (x1, x2, ..., xn). Forma geral
do modelo de regressão múltipla: y = 0 + 1X1 + 2X2 + ... + iXi.+ i . (Monttgomery &
Peck, 1992), pressupondo i N(0, ).2
Algumas medidas importantes para o entendimento da análise se fazem necessária:
. ANOVA – determina se as variáveis independentes explicam uma variação
significante na variável dependente.
. R2 (coeficiente de determinação) – determina quanto da variação na variável
dependente pode ser explicado pelas variáveis independentes (intensidade da associação).
. bi (coeficiente de regressão) – valor numérico do parâmetro estimado diretamente
associado com uma variável independente. Representa a quantidade da mudança na variável
dependente para uma unidade de mudança na variável independente.
46
Na regressão múltipla, os coeficientes de regressão são coeficientes parciais
porque cada um leva em consideração não somente o relacionamento da variável
dependente com as independentes, mas também entre as variáveis independentes.
A significância de uma variável no modelo é determinada através do seguinte teste
de hipótese:
H0: i = 0
H1: i 0
Este teste é usado para determinar se uma específica variável pode ou não entrar no
modelo. Neste caso, rejeita-se a hipótese H0 quando a significância estatística (p-valor) for
menor ou igual a 0,05, ou seja, a variável é significante para compor o modelo ajustado.
Devido ao grande número de variáveis independentes candidatas a entrarem no
modelo, foi feita uma análise matriz de correlação das variáveis independentes para
verificar se existem pares dessas variáveis apresentando correlação ( Anexo V). Para evitar
possíveis problemas de multicolinearidade entre as variáveis independentes, aplicou-se o
método stepwise backward Porém, para o resultado final, levou-se em consideração àquelas
variáveis que não foram selecionadas para entrarem no modelo, mas possuem alta
correlação com as que entraram e com a variável dependente.
A regressão múltipla foi utilizada para determinar a natureza das relações entre o
desempenho funcional e demais variáveis co-responsáveis. A variável dependente
(desempenho) foi definida por ser elemento chave neste estudo, pela diferença das médias
nos clusters (ver tabela descritiva dos clusters) e as independentes (escala de serviço, posto
de trabalho, resistência para participar das aulas, duração das aulas, dificuldades nas
atividades diárias, postura corporal, estado de humor, preservação da saúde,
relacionamento com os colegas, flexibilidade, realização de todos os exercícios,
motivação para as aulas, saúde melhor, cuidados com a alimentação, sono, disposição
extra-expediente, cansaço, atividade física e atividade sócio-recreativa.) foram
consideradas as variáveis co-responsáveis pelo desempenho.
3.8 Idéias finais
Os métodos utilizados para realização dos objetivos desta pesquisa atenderam as
necessidades, levando em consideração os cuidados na obtenção, organização, resumo,
47
análise e interpretação dos dados para deles extrair as devidas conclusões. As condições de
trabalho para a aplicação dos questionários possibilitaram à pesquisadora uma rapidez e a
confiabilidade na coleta dos dados. O instrumento de coleta de dados (questionário
estruturado), possibilitou que cada funcionário preenchesse seu próprio questionário.
No capítulo seguinte serão apresentados os resultados encontrados no estudo de
campo com as devidas discussões, a análise crítica dos respondentes, instrumentos de
pesquisa e as análises estatísticas.
48
Capítulo 4
Resultados da Pesquisa de Campo
O propósito deste capítulo é apresentar os resultados encontrados na pesquisa de
campo, através da análise descritiva e exploratória apresentada pelas tabelas e figuras, da
Análise de Clusters, do Teste Qui-quadrado e da Análise de Regressão Múltipla, bem como
a apresentação da percepção dos dirigentes do programa.
4.1Análise crítica da Pesquisa
Esta análise-crítica consta da validação da pesquisa, a população alvo envolvida,
isto é, funcionários administrativos e operacionais da empresa que participam do programa
de ginástica laboral, bem como o instrumento de coleta de dados adotado neste estudo.
4.1.1. Análise dos Respondentes
Durante o período de coleta foram contatados 169 funcionários que participam do
Programa de Ginástica Laboral da sede da empresa distribuidora de energia elétrica do
estado do Rio Grande do Norte por tratar-se de uma pesquisa censitária. De acordo com a
atividade desenvolvida por cada setor de trabalho, foi adotado diferente procedimento na
aplicação do instrumento. Deste modo, a pesquisadora tratou individualmente e em
pequenos grupos para orientar quanto o preenchimento do questionário. Na impossibilidade
do contato direto com os funcionários a orientação foi dada ao chefe imediato do setor e
repassada aos demais funcionários, alguns casos de dúvidas foram solucionadas pela
pesquisadora, no momento da devolução do questionário.
Em virtude de quatro participantes do programa terem entregues os questionários
após o prazo de entrega a pesquisadora, os mesmos foram inutilizados.
49
4.1.2 Análise do Instrumento de Pesquisa
Foi adotado um instrumento de pesquisa – questionário, com trinta e seis questões, o
qual constava de perguntas dicotômicas e perguntas fechadas de múltiplas escolhas onde se
adotou alternativas de Escalas Likert, as quais as respostas podem apresentar “direção
favorável ou positiva e desfavorável ou negativa” (Martins, 2001, p. 47), que foi aplicado
para os funcionários administrativos e operacionais A forma de aplicação foi auto-
administrada, ou seja, o respondente assinalou a opção que melhor descreveu sua reação ou
resposta.
Quanto às questões do questionário, verificou-se que não houve respostas em
branco, isto significa que todas as questões foram respondidas e aproveitadas, indicando
uma boa compreensão dos assuntos tratados. Outro aspecto relevante no questionário é que
as respostas foram respondidas dentro de uma variedade, isto é, não teve nenhum
questionário o qual o mesmo valor foi atribuído para todas as questões. Porém, surgiu a
necessidade de cancelamento da questão 28, pela mesma apresentar o mesmo sentido da
questão 19, que tratam respectivamente do rendimento e desempenho funcional após a
implantação das aulas de ginástica laboral na empresa.
A tabulação e análise dos dados foram realizadas através do software Statística
versão 6.0.
A última parte do questionário refere-se ao perfil do entrevistado que são analisadas
utilizando a técnica da estatística descritiva.
Quanto ao questionário aplicado aos dirigentes, foi composto por vinte e quatro
questões que seguem a mesma estrutura do instrumento aplicado aos funcionários
participantes do programa, porém, com as questões voltadas para verificar a opinião dos
dirigentes em relação ao desempenho funcional dos funcionários.
4.2. Análise Descritiva
Esta análise composta com alguns dados pessoais e profissionais dos respondentes
representa o perfil dos funcionários administrativos e operacionais integrantes da pesquisa.
50
4.2.1 Perfil dos Entrevistados
Este item apresenta-se as oito variáveis que formaram o perfil do participante da
pesquisa. O setor de trabalho, horas diárias trabalhadas, tempo de, tempo de participação no
programa, faixa etária, hábito de fumar, escolaridade e o gênero.
Setor de trabalho
Dos funcionários participantes da pesquisa 57% atuam em setores administrativos e
43%em setores operacionais, como mostra a figura 4.1.
Para o Ministério da Saúde (2001), o trabalho operacional de uma organização do
trabalho se expressa em movimentos repetitivos, posições incômodas e o esforço, o que
também, contribuem para o aparecimento de doenças, entre elas as Lesões por Esforço
Repetitivo ou os Distúrbios Relacionados ao Trabalho. Na empresa estudada não foi
evidenciado grande índice de LER/DORT, a ginástica laboral foi implantada com o
objetivo de prevenir tais doenças. A empresa consta no seu quadro geral de 352 sendo 116
funcionários administrativos e 236 funcionários operacionais. A população pesquisada pode
ser considerada referência para esta empresa no que diz respeito a existência da
LER/DORT.
57%
43%
Administrativo Operacional
Figura 4.1 - Distribuição da população alvo segundo a categoria funcional
51
Horas diárias de trabalho
Em relação à quantidade de horas trabalhadas diariamente, se verifica que a maior
parte dos funcionários envolvidos na pesquisa, isto é, 67% apresenta um regime de oito
horas diárias com intervalo de almoço. Grandjean (1998), revela que esta jornada de
trabalho (oito horas diárias) torna-se favorável para uma distribuição adequada das
atividades laborais e conseqüentemente no relativo aumento de produtividade.
Nesta pesquisa apresentou também que os funcionários que têm uma jornada de
trabalho de apenas quatro horas semanais, são os estagiários, de menor idade que a empresa
contrata para serviço de apoio e, que pela lei trabalhista não podem exceder tal jornada de
trabalho. Este resultado representa para a empresa uma situação satisfatória para o
desempenho dos funcionários, pois não foi observado excesso de horas trabalhadas, o que
sugere dizer que os funcionários desenvolvem as suas atividades em um ritmo adequado de
trabalho, possibilitando assim em melhor desempenho.
4%
18%
2%
67%
6% 4%
Quatro Seis Sete Oito Nove Dez
Figura 4.2. Distribuição das horas diárias trabalhadas
Tempo de serviço
Em relação ao tempo de serviço no mesmo setor de trabalho, se observa uma
variedade numa escala de tempo entre um a mais de vinte anos de trabalho. O que se
verifica uma maior concentração de funcionários acima de dez anos de empresa na mesma
função, totalizando 45% dos participantes da pesquisa. Isto demonstra que a empresa conta
com um quadro de pessoal estável.
52
16% 17% 17%
6%
21% 23%
Menos de 1 De 1 a 2 De 2 a 5 De 5 a 10 De 10 a 20 Mais de 20
Figura 4.3. Distribuição dos funcionários por tempo de serviço na função
Tempo de participação no programa
Em relação ao tempo de participação no programa de ginástica laboral, se verifica
que 48% dos participantes da pesquisa que responderam o questionário ingressaram no
programa desde o seu início, o que demonstra que o programa está mantendo uma boa
participação dos funcionários atingindo os objetivos propostos. Portanto, considera-se que
as aulas de ginástica laboral vêm atendendo as expectativas dos funcionários como mostra a
figura 4.4. E, sendo assim, possível analisar mais profundamente os resultados alcançados
pelo programa de ginástica laboral, isto é observar-se se existe uma relação custo/beneficio
uma vez que a maioria dos funcionários (80%) participam a mais de 6 meses do programa.
53
21%
31%
48%
Menos de 6 meses De 6 meses a 1 ano Mais de 1 ano
Figura 4.4 Distribuição do funcionários por tempo de participação no programa
Faixa etária
Dos participantes da pesquisa, observa uma maior concentração na faixa entre 40 a
45 anos de idade isto é 33% dos respondentes encontra-se numa faixa de idade onde
naturalmente o corpo já necessita de cuidados especiais, considerando a quantidade de
hormônio produzido pelo corpo, em especial o da mulher. A literatura revela que nesta
faixa de idade o trabalhador fica mais propenso a adquirirem doenças ocupacionais por
diferentes fatores, desde o estresse provocado pelo agito do dia-a-dia.
18%
12%
6%
15%
33%
12%
5%
De 20 a24
De 25 a29
De 30 a34
De 35 a39
De 40 a45
De 45 a49
Mais de50
Figura 4.5. Distribuição dos funcionários por faixa etária
54
Freqüência quanto ao tabagismo
No Brasil 40% da população acima de 15 anos são fumantes; o fumo causa entre 80
e 100 mil mortes por ano e incapacita outras 100 mil pessoas para o trabalho (Ministério da
Saúde, 1998). Com relação ao tabagismo (figura 4.6), pôde-se observar no presente estudo
que a maioria (83%) dos funcionários nunca fumou, 15% já pararam de fumar e 6% são
fumantes. O que pode ser considerado um número baixo se comparado com a referência de
fumantes no país. Este é um resultado satisfatório uma vez que pessoas fumantes estão mais
propensas as doenças cardiovasculares respiratória (Blair et al, 1992)
83%
15%
3% 2% 1%
Nunca Fumava, mas parou 1 carteira/semana 2 a 3 carteiras/semana
1 carteira/dia
Figura 4. 6. Distribuição dos participantes fumantes
Escolaridade
Quanto à escolaridade os participantes da pesquisa apresentaram um resultado
considerado satisfatório, se comparada com o padrão educacional do estado do Rio Grande
do Norte. Portanto, se verifica que 54,5% da população dos entrevistados tem o 2º grau,
29,3% tem o terceiro grau e 7,2% são pós-graduados, dados que não corroboram com os
dados do IBGE (2002), onde a maioria (66%) da população do Rio Grande do Norte possui
o ensino fundamental, 12,4% o ensino médio (2º grau) e, 2,7% apresentam a pós-
graduação. E, 4% apenas concluíram o primeiro grau (ensino fundamental), estes últimos,
porém, tem idade compatível com a série cursada, são os estagiários.
55
9,0%
54,5%
29,3%
7,2%
66,0%
12,4%
2,7% 0,4%
Fundamental 2º grau Superior Pós-graduação
Pesquisa
IBGE
Figura 4.7. Distribuição comparativo por nível de escolaridade
Gênero
Participaram deste estudo 169 funcionários de ambos os sexos de uma empresa de
energia elétrica, sendo 61% homens e 39% mulheres, como mostra a figura 4.8.
Este resultado apresentado na empresa não é diferente de outras empresas,
principalmente se considerar a inserção da mulher no mercado de trabalho.
Na literatura nacional, fatores como aumento do nível de escolaridade, os métodos
anticoncepcionais e o aumento da renda familiar são apontados como favoráveis para a
inserção da mulher no trabalho (Lira, 2000). Como se verifica nesta pesquisa ainda
apresenta em número inferior em relação aos homens. Porém, este fato pode ser atribuído
ao tipo de atividade exercida pelos funcionários operacionais – eletricistas, que ainda não
foi ocupado pelo sexo feminino.
56
61%
39%
M as c u lino F em in ino
Figura 4.8. Distribuição da população segundo gênero
4.3. Resultados da Análise de Clusters
A partir da divisão em grupos, foi realizada uma Análise de Variância (Anexo III)
para descobrir quais variáveis mais contribuíram na discriminação entre os conglomerados.
As variáveis foram escolhidas baseadas num nível descritivo de 0,05 (5%). A tabela 4.1
apresenta o resultado da Análise de Variância indicando quais variáveis são importantes na
separação dos grupos (ou seja, p 0,0500).
ClusterNo. 1
ClusterNo. 2
Plot of Means for Each Cluster
Variables
2
3
4
5
6
7
8
9
10
POSTOCONCENTR
RELACION MOTIVA
ALIMENTA SUSPENS
AT_FISIC
Figura 4.9- Representação dos clusters 1 e 2
57
Como mostra a Tabela 4.1, nenhuma variável de perfil foi aceita na determinação
dos grupos, porém, as variáveis do bloco 1 - escala e posto contribuem na determinação dos
grupos.
Observa-se que a escala de serviço adotada pela empresa é considerada pelos
respondentes um fator importante para a implantação e operacionalização do Programa de
Ginástica Laboral, como também, o horário de trabalho, em dois turnos ou expedientes, o
qual os funcionários administrativos cumprem. Nos seus estudos Grandjean (1998),
comenta que as modificações na jornada de trabalho (e conseqüentemente a adoção de
escala de serviço) podem proporcionar elevação ou diminuição do grau de rendimento de
um trabalhador. Neste caso tanto as alterações no rodízio do trabalhador de operação quanto
os dois turnos de trabalho que os administrativos cumprem, possibilitam a execução na
ginástica laboral.
Verifica-se assim, nas respostas dos respondentes que formam o cluster 2 uma
melhor indicação no tocante a escala de serviço, ou seja, uma média apresentada pelo
cluster 1, indica que a escala está provavelmente adequada a prática da ginástica laboral,
enquanto que o grupo 2 apresentou uma média superior o que demonstra uma maior
convicção para a adequação desta variável na operacionalização das aulas.
58
Tabela 4.1 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Significado p-valor
ESCALAOpinião dos funcionários sobre o regime de escala quanto à
possibilidade da participação dele nas aulas de Ginástica Laboral 0,0004
POSTO Opinião dos funcionários sobre a adequação do posto de trabalho à
prática da Ginástica Laboral 0,0039
HUMOROpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral na
melhoria do humor 0,0000
CONCENTROpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral da
concentração no trabalho 0,0000
PRESERVAOpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral na
preservação da saúde 0,0000
RELACIONOpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral no
relacionamento com os colegas de trabalho 0,0000
FLEXIB Opinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral na
flexibilidade do corpo 0,0000
MOTIVA Opinião sobre a motivação para realizar os exercícios da Ginástica
Laboral0,0000
SAUDE_MEOpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral na
melhoria da saúde 0,0000
ALIMENTA Opinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral nos
cuidados com a alimentação 0,0000
DESEMPENOpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral nos
cuidados com a alimentação 0,0000
SUSPENSOpinião sobre as conseqüências no caso de suspensão da prática da
Ginástica Laboral 0,0000
DISPOSIÇ Opinião sobre a disposição para realizar atividades extra-expediente 0,0000
AT_FISIC Participação de outras atividades físicas oferecidas pela empresa 0,0018
GOST_ATF Opinião quanto a gostar de realizar outro tipo de atividade física 0,0000
Em relação a variável posto de trabalho, também se verifica que os respondentes
que formam o cluster 2 (MAIOR PERFORMANCE) atribuíram um valor superior com uma
diferença significativa em relação ao atribuído pelos respondentes do cluster 1 (MENOR
PERFORMANCE). Portanto, entende-se que o posto de trabalho também está compatível
para a prática da ginástica laboral nesta empresa. Explica-se assim a razão para que estas
duas variáveis serem mais fortes determinantes na formação dos clusters.
Também na Tabela 4.1, vemos que, das variáveis do segundo, terceiro e quarto
blocos do questionário, relacionadas com HUMOR, CONCENTRAÇÃO,
PRESERVAÇÃO DA SAÚDE, RELACIONAMENTO, FLEXIBILIDADE,
MOTIVAÇÃO, SAÚDE MELHOR, CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO,
DESEMPENHO FUNCIONAL, SUSPENSÃO DAS AULAS, DISPOSIÇÃO PARA O
59
TRABALHO, ATIVIDADE FÍSICA, ATIVIDADE SÓCIO-RECREATIVA
respectivamente, se mostraram importantes na separação dos clusters.
Identificadas as variáveis, partiu-se para o particionamento em grupos. O objetivo
de separar os participantes da pesquisa em grupos visou identificar características similares
que nos permitiram diferenciar estes participantes daqueles que ainda não possuem hábitos
e atitudes bem definidas e regulares.
Os Anexos III e IV apresentam tabelas e gráficos resultantes das técnicas utilizadas,
respectivamente, sendo de relevância na hora da interpretação dos resultados.
Aceitando esta divisão de dois grupos, o primeiro grupo foi chamado de MENOR
PERFORMANCE e o segundo de MAIOR PERFOMANCE por possuírem médias mais
baixas e mais altas respectivamente para as variáveis mencionadas. As Tabelas 3 e 4, no
Anexo III, apresentam dados da estatística descritiva para os dois agrupamentos formados.
O grupo 2, formado pelas pessoas que demonstram mais clareza quanto aos
benefícios proporcionados pela ginástica laboral é composto por 79 pessoas e se caracteriza
por ter, de maneira geral, maior grau de concordância com relação às questões relativas à
melhoria do desempenho funcional. Neste grupo as médias atingidas para as variáveis
escala de serviço e posto de trabalho foram, respectivamente, 8,8 que se caracteriza numa
quase certeza e 8,1, que também reforça a intensidade da adequação dessas variáveis para a
realização das aulas de ginástica laboral na empresa.
O grupo 1, formado pelas pessoas que demonstram uma menor clareza sobre a
importância e benefícios proporcionados pela ginástica laboral em relação ao seu
desempenho funcional e mudanças nos hábitos de vida, é composto por 42 pessoas e se
caracteriza por serem as que possuem menor disposição para as aulas de ginástica laboral.
Neste grupo a média apresentada para as variáveis escala de serviço (7,5) e posto de
trabalho (6,7), também foram significativas, porém em menor intensidade (p = 0,0039) que
as do cluster 2. As médias apresentadas para estas variáveis também foram determinantes
para a formação dos clusters.
4.4. Resultados do Teste Qui-quadrado
Utilizando as variáveis categóricas (INGRESSO, DOR NAS PARTES DO CORPO
e MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA) e as de perfil para realização do teste qui-
quadrado, foram encontrados os seguintes resultados apresentados na tabela 4.2.
60
Tabela 4.2 – Resultado do teste qui-quadrado para verificação da associação entre clusters e as variáveis categóricas e de perfil
CLUSTERSVariáveis
p N
IMPLANTAÇÃO
INGRESSO 0,5678 106
DESEMP FUNCIONAL - PARTES DO CORPO
NUCA 0,2823 58
COTOVELO 0,5686 13
ANTEBRAÇO 0,1859 21
PULSO 0,7787 31
COXA 0,4249 11
PERNA 0,1521 21
OMBRO 0,6754 47
COSTA 0,5305 56
R LOMBAR 0,5201 54
QUADRIL 0,3885 17
JOELHO 0,1020 28
TORNOZELO 0,8301 21
DESEMP FUNCIONAL – MUDANÇAS
ALIMENTAÇÃO 0,0102 120
LAZER 0,0032 120
EXERCÍCIOS 0,2671 120
ALCOOL 0,1980 120
ESTRESSE 0,0405 120
PERFIL DO ENTREVISTADO
SETOR 0,7407 120
GÊNERO 0,3561 120
De acordo com os resultados mostrados na Tabela 4.2, observa-se que não existe
associação entre os clusters formados e a maneira como ocorreu o ingresso dos funcionários
nas aulas de Ginástica Laboral na empresa. Nesta mesma Tabela observa-se que também
não existe associação entre clusters e o fato de sentir dor (ocasionalmente e
freqüentemente) em qualquer parte do corpo citadas neste trabalho, porém, realizou-se o
teste qui-quadrado novamente considerando o fato de ter sentido dor (ocasionalmente ou
freqüentemente) e apenas a dor da região lombar mostra uma associação com os clusters,
61
ou seja, há uma proporção maior de funcionários do cluster 1 que sente dor (ocasionalmente
ou freqüentemente) na região lombar (ver Tabelas 4.3a e 4.3b).
Tabela 4.3a - Freqüências observadas
Dor na Região Lombar
Clusters Sim Não Total
1 25 17 42
2 29 49 78
Total 54 66 120
Tabela 4.3b - Freqüências esperadas (p=0,0189)
Dor na Região Lombar
Clusters Sim Não Total
1 19 23 42
2 35 43 78
Total 54 66 120
Segundo Iida (1990), várias pesquisas correlacionaram dores lombares com
características do posto de trabalho. Recomenda-se uma observância nos equipamentos e
mobiliário utilizado a fim de verificar-se a adequação dos mesmos em relação ao usuário,
como também observar a postura corporal adotada na realização das tarefas. Sabe-se que
em decorrência dos vícios posturais, muitos dos funcionários que lidam com a digitação
acabam forçando determinadas regiões da coluna sendo as mais afetadas as regiões cervical
e lombar, o que então explica o aparecimento da dor.
A grande maioria das pessoas se queixa de dor nas costas. Esta afirmação se explica
por Amorim (1991) et. al, quando reforça que a postura corporal incorreta pode provocar o
desconforto da musculatura e a compensação de outros grupos musculares talvez não seja
efetiva, o que compromete a segurança do movimento. Desta forma, pode ocorrer o
desequilíbrio do alinhamento corporal, podendo gerar lesão e dor muscular, a curto, médio
ou longo prazo. E, assim observar-se a grande importância do papel do professor da
ginástica laboral em propor exercícios de acordo com o posto de trabalho ocupado.
62
Ainda considerando os resultados na Tabela 4.2, observa-se que existe associação
entre os clusters formados e algumas mudanças percebidas pelos funcionários após fazer
ginástica laboral. Essas mudanças estão relacionadas com a Alimentação, Lazer e Estresse.
A variável alimentação apontada por 15% dos respondentes (ver Tabelas 4.4a e
Tabela 4.4b) que formam o cluster 2, é tida como um aspecto relevante na literatura.
Segundo Grandjean, para os funcionários que trabalham sentados, com pouco
esforço é recomendável uma dieta pobre em calorias, enquanto aqueles que exercem suas
atividades com maior esforço físico recomendam-se uma dieta rica em calorias. Verifica-se
que ainda é pouco reconhecida a relevância da alimentação para um grande número de
funcionários envolvidos nesta pesquisa.
Tabela 4.4a - Freqüências observadas
Mudança na Alimentação
Clusters Sim Não Total
1 2 40 42
2 18 60 78
Total 20 100 120
Tabela 4.12b - Freqüências esperadas
Mudança na Alimentação
Clusters Sim Não Total
1 7 35 42
2 13 65 78
Total 20 100 120
Nos dias atuais observar-se que o lazer está se tornando um aspecto muito
importante na vida das pessoas. Percebe-se que o fato de passear numa praça, brincar com
bola, conversar livremente não é direito apenas das crianças nem dos idosos ou
aposentados. O trabalhador, o jovem estudante vem demonstrando a necessidade do seu
tempo livre como uma maneira de livrar-se das tensões do dia-a-dia e buscando atividades
físicas como alternativas de liberar suas emoções e sentimentos. Para Barros (1999), a
definição de lazer é dependente das diferentes formas de caracteriza-lo (como um conceito
holístico, como tempo, como atividade, como símbolo de status social ou como um estado
63
mental). Neste estudo conceitua-se lazer como uma atividade que pode ser realizada dentro
ou fora do expediente do trabalho.
Verifica-se neste estudo (Tabelas 4.5a e 4.5b), que 16% dos respondentes
consideram relevantes este aspecto para mudar no seu estilo de vida. Isto revela que tal
aspecto apesar de importante para estes respondentes, precisa ser ainda mais valorizado
pelos funcionários, pois, esta variável foi determinante para a formação de um grupo de
pessoas da empresa.
Tabela 4.5a - Freqüências observadas
Mudança no Lazer
Clusters Sim Não Total
1 0 42 42
2 20 58 78
Total 20 100 120
Tabela 4.5b - Freqüências esperadas
Mudança no Lazer
Clusters Sim Não Total
1 7 35 42
2 13 65 78
Total 20 100 120
Percebe-se que a variável estresse também foi associada com os clusters por ser um
aspecto que usualmente vem se tornando uma forte queixa da classe trabalhadora em geral.
E, dentro das condições que cada pessoa dispõe é algo que tem sido fortemente combatido
no ambiente de trabalho. A medicina avalia os exercícios, promovidos pela ginástica
laboral, além da compensação física, também como ajudantes para reavaliar o modo de
pensar, organizar seu tempo, espaço e atuação, compreensão, alimentação saudável,
descontração, fatores preventivos dos sinais de estresse. (Revista CIPA, 1999).
Verifica-se nos resultados desta pesquisa que 51% dos respondentes consideram que
houve uma mudança no estresse após a implantação da ginástica laboral o que indica um
dado significativo para um novo estilo de vida. Acredita-se que pessoas que ocupam um
cargo o qual tenham muitas atribuições ou poucas atribuições estão mais susceptíveis ao
64
estresse. Manter o ponto de equilíbrio nas atividades de trabalho pode ser uma das soluções
para se combater o estresse. Capra (apud Alvarez 2002) sugere que as fontes de sobrecarga
de estresse são múltiplas. Podendo se originar individualmente, pode ser coletivamente
gerado pela sociedade e cultura, ou pode estar presente no meio físico. Para cada situação o
combate ao estresse depende a principio de quem o sente, porém, o meio externo tem uma
forte contribuição que precisa da tomada de decisão dos dirigentes e gerentes.
Tabela 4.6a - Freqüências observadas
Mudança no Nível de Estresse
Clusters Sim Não Total
1 16 26 42
2 45 33 78
Total 61 59 120
Tabela 4.6b - Freqüências esperadas
Mudança no Nível de Estresse
Clusters Sim Não Total
1 21 21 42
2 40 38 78
Total 61 59 120
As Tabelas 4.4a, 4.4b, 4.5a, 4.5b, 4.6a e 4.7b mostram as freqüências observadas e
esperadas respectivamente para cada mudança. Sugere-se que há uma proporção maior de
funcionários no cluster 2 que mudaram a alimentação, o lazer e o nível de estresse, ou seja,
apresentaram mudança no estilo de vida.
Tanto na análise de clusters como no teste Qui-quadrado as variáveis de perfil não
foram significantes na divisão dos grupos.
Para análise do relacionamento entre as principais variáveis (as que apresentaram
respostas favoráveis nas questões em cada bloco) e o desempenho dos funcionários
utilizou-se a análise de regressão linear múltipla.
65
4.5 Resultados da Regressão Múltipla
Para a análise de Regressão Linear Múltipla foi escolhida a variável dependente
Desempenho, considerada elemento chave deste estudo e pela diferença das médias nos
clusters e as independentes, escala, posto, resistência, duração das aulas, dificuldade nas
atividades diárias, postura, humor, preservação da saúde, relacionamento, flexibilidade,
realização de todos os exercícios, motivação, saúde melhor, alimentação, sono, disposição,
cansaço, atividade física, atividades sócio recreativa.
Tabela 4.7 – Análise de variância para regressão
Soma de Quadrados
Graus de liberdade
QuadradoMédio
F p-valor
Regressão 221 2 110 46 0,0000
Residual 282 119 2
Total 503
As variáveis independentes selecionadas para entrarem no modelo explicam 43,89%
da variação no desempenho. Dentre as 19 variáveis independentes, 2 foram significantes
para compor o modelo:humor e saúde melhor, conforme apresenta na Tabela 4.8.
Tabela 4.8 – Variáveis que se revelaram significantes no modelo. R2 = 43,89%
Variáveis Descrição das variáveis bn p-valor
HUMOR Melhoria no estado de humor 0,3751 0,0000
SAUDE_ME Melhoria da saúde com a prática da ginástica laboral 0,5002 0,0000
A Figura 4.10 apresenta o resumo do resultado encontrado no estudo do
relacionamento entre a variável dependente desempenho e as independentes humor e saúde
melhor. As demais variáveis independentes localizadas dentro dos quadrados pontilhados
indicam presença de multicolinearidade (ver matriz de correlação no anexo V).
A Figura 4.10 mostra apenas as possuem coeficiente de correlação igual ou superior
a 0,50.
66
Figura 4.10 – Relação entre as variáveis dependentes e independentes
Observa-se que a variáveis: preservação da saúde, flexibilidade e motivação,
demonstram ter uma forte correlação com as variáveis significantes, humor e saúde melhor
respectivamente, conforme apresenta o modelo (Figura 4.10).Verifica-se a variável
independente preservação da saúde está fortemente relacionada com ambas variáveis humor
e saúde melhor as quais explicam o desempenho, com um coeficiente de correlação de 0,56
em relação a variável humor e 0,52 para a variável saúde melhor.
A Tabela 4.9 apresenta as correlações que são significantes (p 0,0500) em relação
às variáveis humor e saúde melhor que podem ser fortes candidatas para entrarem no
modelo explicando a variável desempenho.
67
Tabela 4. 9 - Correlações que são significantes (p 0,0500)
Humor Saúde melhor
Variáveis r (Pearson) Variáveis r (Pearson)
ESCALA 0,24 ESCALA 0,27
POSTO 0,21 POSTURA 0,18
PRESERVA 0,56 HUMOR 0,41
RELACION 0,40 DURAÇ 0,18
FLEXIB 0,34 PRESERVA 0,52
MOTIVA 0,44 RELACION 0,36
SAUDE_ME 0,43 FLEXIB 0,60
AT.FISIC 0,20 MOTIVA 0,54
- - ALIMENTA 0,41
- - DISPOSIÇ 0,24
- - AT_FISIC 0,19
Encontra-se na literatura algumas razões para justificar a correlação entre essas
variáveis. O desempenho de cada pessoa está fortemente relacionado com suas aptidões e
habilidades.
Pode-se esperar que a prática da ginástica laboral possibilite um despertar para
uma melhor saúde, as pessoas que realizam alguma atividade física, e isto leva a favorecer
também num clima de descontração, com mais motivação e menos erros.no trabalho. Iida
(1990, p. 333) revela que “Naturalmente, um trabalhador com saúde e ajustado socialmente
sujeita-se menos aos erros”.
Portanto, observa-se que a variável preservação da saúde está fortemente associada
as variáveis significantes – humor e saúde melhor, o que permite refletir que os
funcionários demonstram mais descontração no ambiente de trabalho, maior cuidado com a
saúde e preocupação com seu bem estar geral (físico, mental e social).
Este resultado fica reforçado por Gebahrdt e Crump (1990), quando apontam nos
seus resultados dos estudos sobre os programas de bem estar e aptidão física no lugar de
trabalho dos trabalhadores de negócio e industriais, que ocorre uma melhoria humor do
68
trabalhador, diminuição do absenteísmo, redução dos custos com os cuidados com a saúde
e melhoria do comportamento estão associados com o aumento da produtividade do
trabalhador.
Quanto as variáveis flexibilidade e motivação que apresentam coeficientes de
correlação 0,60 e 0,54, respectivamente, com a variável saúde melhor, pode ser explicada
pelo fato de que quanto maior a participação do funcionário nas aulas de ginástica laboral,
maior possibilidade de se obter uma melhoria na flexibilidade do seu corpo. Concorda-se
com Martins (2001:55), quando afirma que: “O objetivo da sessão da ginástica laboral no
escritório é executar exercícios de alongamento para compensar os exercícios de força
estáticos e dinâmicos, conscientes e/ou inconscientes, realizados durante a jornada de
trabalho”. Sabe-se ainda que a flexibilidade deve ser um dos pontos de maior ênfase na
ginástica, pois uma pessoa com maior elasticidade terá uma harmonia melhor no corpo
(REVISTA, CIPA, 1999). Assim, verifica-se que para o funcionário apresentar uma
melhoria na saúde, este fato pode está relacionado a sua motivação para participar das aulas
de ginástica laboral.
4.6 Conclusão das Análises Estatísticas
Para se analisar e obter resultados que possibilitasse melhor explicação para os
dados coletados no estudo de campo, foram empregados três tipos de análise estatística.
Através da análise de clusters verifica-se que das variáveis que formaram os clusters
1(MENOR PERFORMANCE) e 2 (MAIOR PERFORMANCE), as variáveis, escala de
serviço e posto de trabalho, foram importantes na formação dos clusters.
Em relação a análise do teste Qui-quadrado, onde participaram da associação as
variáveis categóricas ingresso, partes do corpo e mudança de vida, com os clusters,
verificou-se que a região lombar foi a parte do corpo mais indicada com queixas de dor, a
alimentação, o lazer e o estresse, foi os aspectos mais indicados que sofreram mudança após
o programa de ginástica laboral nesta empresa. Para Dul e Weerdmeester a inadequação da
postura e do movimento adotado nos postos de trabalho pode gerar desconforto ou dor nas
costas, principalmente na região lombar. Assim, recomenda-se atenção aos aspectos fatores
ergonômicos, correção postural e atenção na alternância dos movimentos no ambiente de
trabalho.
69
Os três aspectos mais modificados no estilo de vida dos funcionários deste estudo,
alimentação, estresse, e lazer, este último, também observado em experiências bem
sucedidas, realizadas pelo Serviço Social da Indústria (SESI), através dos seus
Departamentos Regionais , o qual buscou atualizar as bases conceituais e operacionais do
Programa de Ginástica nas Empresas (PGE)
Partindo da necessidade de transcender as atividades já desenvolvidas no Programa
de Ginástica na Empresa, foi proposto a introdução nas sessões de ginástica, ações de cunho
sócio-recreativo e lúdicas que além de educar os trabalhadores para a importância da
atividade física para a melhoria da qualidade de vida (Bispo, 2003).
Nesta análise não se observou uma relação significativa entre clusters com a forma
de ingresso no programa.
Através da análise de regressão múltipla, foi possível verificar-se a significância da
correlação entre a variável dependente desempenho com as variáveis independente humor e
saúde melhor.
Finalmente, concluísse que as análises realizadas permitiram a possibilidade de
responder-se à questão principal deste estudo: verificar se o programa de ginástica laboral
desenvolvido na Empresa Distribuidora de Energia Elétrica do Estado do Rio Grande do
Norte influencia no desempenho funcional dos funcionários bem como nas mudanças
pessoais de vida.
4.7 Percepção dos Dirigentes do Programa
No caso do presente estudo foi escolhida a Companhia Energética do Rio Grande do
Norte (COSERN) do Grupo IBERDROLA, situada na cidade de Natal/RN, por oferecer aos
seus funcionários desde o início do ano de 2001, o Programa de Ginástica Laboral que tem
como objetivo a prevenção de doenças ocupacionais ocasionadas pelo esforço repetitivo,
disfunção postural, dentre outros. Esta realidade não é fácil de ser encontrada na região
Nordeste e em especial no estado do Rio Grande do Norte poucas empresas local
proporcionam este tipo de programa aos seus funcionários.
Como resultado do questionário aplicado com os dirigentes responsáveis pela
implantação e acompanhamento do Programa de Ginástica Laboral, apresenta-se a seguir
uma tabela de notas e médias, que sintetizam as respostas emitidas, em cada bloco do
questionário, em relação ao desempenho dos funcionários.
70
Uma primeira constatação é que os dirigentes e staff técnico do programa têm em
praticamente todas as questões uma avaliação com notas superiores ao dos empregados,
havendo uma percepção diferente em todas as variáveis quando se considera o grupo de
menor avaliação.
Tabela 4. 10 – Notas e médias dos dirigentes em relação ao Bloco1/ Considerações da Empresa
Variável Nota 1 Nota 2 Nota 3 Média
Q.1 -Escala 09 09 07 8,3
Q.2 - Posto 10 10 06 8,6
Como se pode verificar na Tabela 4.10, as variáveis escala de serviço e posto de
trabalho, foram avaliadas de forma muito positiva pelos dirigentes indicando adequação
das mesmas para a operacionalização do programa. Como já mencionado na análise
multivariada como fortes variáveis que determinaram a formação dos clusters.
Tabela 4.11 – Notas e médias dos dirigentes em relação ao bloco 2/ Implantação do Programa
Variável Nota 1 Nota 2 Nota 3 Média
Q.3 –Ingresso Convite Convite Convite -
Q.4 –Resistência 08 09 08 8,3
Q.5 -Promoção 09 06 10 8,3
Q.6 -Disposição 10 10 10 10
Em relação ao grupo de variáveis que formaram o bloco implantação do programa,
Tabela 4.11, observa-se que a forma de ingresso no programa foi feita através do convite da
empresa aos funcionários, apresentando o programa e os seus objetivos, sem haver,
portanto obrigatoriedade na participação dos empregados. Esta realidade é respaldada na
literatura quando Martins (2001,67) afirma: a participação do empregado no programa de
promoção de saúde não deve ser obrigatória, preferencialmente, ocorrendo durante a
jornada de trabalho. Verificou-se ainda pouca resistência dos funcionários a participarem do
programa, o que demonstra uma motivação e disposição para as aulas de ginástica laboral.
Percebe-se, portanto, que para os dirigentes os objetivos do programa foram atingidos, pois
motivar os funcionários e prevenir doenças foram as principais causas apontadas por eles,
para a implantação do programa de ginástica laboral nesta empresa.
71
Tabela 4.12 – Notas e médias dos dirigentes em relação ao Bloco 3/Benefícios da Ginástica Laboral
Variável Nota 1 Nota 2 Nota 3 Média
Q.7 – Humor 10 10 10 10
Q.8 - Concentração 08 09 09 8,6
Q.9 – Cuidados c/ Saúde 10 10 10 10
Q.10 - Relacionamento 09 08 09 8,6
Q.11 –Saúde melhor 09 10 09 9,3
Q.12 - Duração das aulas 10 09 09 9,3
Q.13 – Afastamento médico Não Não S/ resposta -
Verifica-se na Tabela 4.12 as variáveis que apresentam os benefícios alcançados
pelos funcionários no programa de ginástica laboral, os quais os dirigentes foram unânimes
em responderem que houve uma grande melhoria das variáveis humor e cuidados com a
saúde. Estas variáveis foram encontradas também no resultado da análise de regressão
linear múltipla com forte relação com a variável dependente desempenho. Este fato está
referenciado também, nos estudos de Gebhardt e Crump (1990,262), quando relatam que os
programas de promoção da saúde e bem estar no local de trabalho, apresenta redução no
custo com cuidados com a saúde, melhoria no humor do trabalhador, diminuição do
absenteísmo e melhoria no comportamento associado com o aumento da produtividade do
trabalho.
Tabela 4.13 – Notas e médias dos dirigentes em relação ao Bloco 4/Desempenho Funcional
Variável Nota 1 Nota 2 Nota 3 Média
Q 14 - Desempenho 9 10 10 9,6
Q.15 - Suspensão 9 10 9 9,6
Q.17 - Outras Atividades Físicas 10 5 10 8,3
A Tabela 4.13 mostra a percepção dos dirigentes quanto as variáveis do
desempenho funcional. Verifica-se uma certa variação de notas nas respostas, que apesar de
não serem igualmente superior demonstrou que os funcionários apresentaram melhoria no
seu desempenho. Como também demonstra que outras atividades físicas são praticadas
pelos funcionários como caminhada e jogos esportivos promovidos pela empresa.
72
As tabelas 4.14a, 4.14b e 4.14c sintetizam as respostas das em relação a Questão
16 do questionário, ou seja, a variável que mostra as partes do corpo que apresentaram dor
após o programa de ginástica laboral.
Tabela 4.14a Queixa de dor no segmento da coluna vertebral
Nuca Costa R.Lombar Quadril
Ocasionalmente - - 1 1
Frequentemente 2 2 2 _
Verifica-se nas respostas dos dirigentes três regiões que os funcionários
apresentaram dor freqüentemente. Nas respostas dos funcionários pode-se observar que a
nuca, as costas e a região lombar foram as partes do corpo que mais apresentaram mais
queixa de dor.Em pesquisas realizadas sobre as Lesões por esforço Repetitivo ou Doenças
Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho por Longen (2003,63), verificou-se que estas
partes afetadas costa, região lombar e quadril pode está associada a posição sentada
assumida para realização das atividades laborais. Como também a dor na nuca pode ser
proveniente da posição da cabeça em direção ao olhar para monitor. O autor revela que uma
das principais queixas dos trabalhadores é a dor nas costas. Sete em cada dez brasileiros
sofren com esse distúrbio, na maioria das vezes, sua principal causa é a postura inadequada.
De acordo com Nunes e Silva, (apud Maciel, 2001,14), a coluna vertebral tem curvaturas
fisiológicas que absorvem os choques e diminuem a pressão exercida sobre o esqueleto, As
más posturas aprecem quando as curvaturas aumentam ou diminuem em relação aos limites
de normalidades fazendo com que haja uma sobrecarga na coluna.
Tabela 4.14b Segmento do membro superior
Ombro Cotovelo Antebraço Pulso
Ocasionalmente 1 1 1 2
Frequentemente 1 - 1 1
Nesta tabela, verifica-se no segmento do membro superior, que o pulso ou punho,
foi a parte do corpo com mais indicação de dor ocasional pelos funcionários, o que se pode
associar a atividade escritório exercida principalmente pelos funcionários administrativos
que utilizam os movimento repetitivos das mãos e punhos.
73
Tabela 4.14c Segmento do membro inferior
Coxa Batata da Perna Joelho Tornozelo
Ocasionalmente 1 1 1 1
Frequentemente - - - -
Na Tabela 4.14c as respostas dadas pelos dirigentes não expressaram em grande
aumento de queixas de dor neste segmento corpóreo. Sendo citada dores neste segmento
corpóreo de forma ocasional.
4.7.1 Perfil dos dirigentes
Os três dirigentes que são responsáveis desde a implantação e seu acompanhamento
do programa de ginástica laboral apresentaram o seguinte perfil:
Escolaridade superior inclusive, um com pós-graduação;
Trabalham em média de oito horas por dia;
Ocupam a mesma função a mais de dois anos;
Estão numa faixa etária entre 35 a 45 anos;
Verifica-se que a equipe de dirigentes responsáveis pela implantação e
operacionalização do Programa de Ginástica Laboral nessa empresa reúne qualidades
condizentes para conduzirem com eficiência o presente programa.
Diante aos resultados observados nas respostas dos funcionários, observa-se que a
percepção dos dirigentes concorda na maioria das questões discutidas. Principalmente em
relação as variáveis de mudanças pessoais como o humor, cuidados com a saúde,
disposição, relacionamento e as de trabalho como concentração e o desempenho foram
consideradas pelos dirigentes como melhorias após a implantação do programa de ginástica
laboral. As variáveis que foram melhor avaliadas pelos dirigentes também foram as mesmas
que apresentaram melhores resultados através das análises estatísticas adotadas neste
estudo.
74
Capítulo 5
Análise Crítica, Limitações, Direções, Conclusões e
Recomendações
Este capítulo apresenta uma síntese geral da Dissertação, os resultados, a análise
crítica do trabalho, as limitações encontradas durante a pesquisa, apontam alguns
direcionamentos para futuras pesquisas, bem como, as conclusões e recomendações.
5.1 Pesquisa Bibliográfica
A fundamentação teórica que norteou esta pesquisa apontou para a ginástica laboral
como ferramenta ergonômica, a qual pode ser considerada como um meio de prevenção de
doenças relacionadas ao trabalho como também medida de promoção de saúde.
Inicialmente partiu-se do contexto histórico e conceitos da Ergonomia, numa
tentativa de reconhecer a sua importância desde antes da revolução industrial até os dias
atuais.
Foram apresentadas as diferentes maneiras que a ginástica laboral pode ser
considerada, ou seja, alguns autores adotaram a ginástica laboral como medida preventiva e
eficaz para LER/DORT, outros verificaram que a sua implantação não alcança êxito de
forma isolada, devendo esta ser associada a várias outras medidas. Outros estudos apontam
também que os melhores benefícios que a ginástica laboral oferece é quando ministradas
por profissionais preparados, habilitados para tal, como professores de educação física e
fisioterapeutas. A ginástica laboral ministrada por outras pessoas não capacitadas não
alcançaram tão bons resultados (Militão, 2001).
75
Temas como fatores de desempenho no trabalho e hábitos que compõem o estilo
de vida, trouxeram um significado especial a pesquisa, oferecendo uma forte contribuição
para o entendimento e objetivo geral desta pesquisa.
5.2 Resultados da Pesquisa
Apresenta-se inicialmente uma síntese da análise descritiva do perfil do
entrevistado. Em seguida apresenta-se os resultados das técnicas estatísticas utilizadas neste
estudo.
Após a realização da análise descritiva de cada variável que formou o perfil do
entrevistado, pode-se constatar que:
A maioria dos funcionários envolvida na pesquisa pertence aos setores
administrativos (57%) e os demais funcionários (43%) são os que desenvolvem suas
atividades no campo – operacionais; Assim, verifica-se que a maioria dos desses
funcionários (67%) tem uma jornada de trabalho de 8 horas distribuídos em dois turnos
(manhã e tarde), e seguindo uma escala de serviço o que indica a adequação para a
participação no programa de ginástica laboral. Uma vez que as aulas são realizadas nos
horários da manhã e tarde, duas vezes na semana, e, de acordo com a disponibilidade dos
funcionários. Não foi exigida por parte da empresa uma obrigatoriedade de participação dos
funcionários neste programa, isto é, o ingresso no programa se deu na grande maioria dos
respondentes por iniciativa própria ou por convite da empresa.
Em relação ao tempo de serviço na função, verifica-se que 45% dos funcionários
desenvolvem suas atividades a mais de dez anos, e, 23% a mais de dois anos na função o
que indica que a empresa conta com um quadro de pessoal estável, apresentando por (50%)
dos funcionários uma idade acima de 40 anos. Esta faixa etária talvez seja um indicativo de
um grupo de funcionários maduros e com responsabilidade para desempenhar melhor as
suas funções nesta empresa.
Quanto ao tempo de participação no programa de ginástica laboral, 48% dos
respondentes estão integrados desde a sua implantação e, 31% participam a mais de seis
meses e 21% menos de seis meses, o que permite avaliar que o programa vem atendendo as
expectativas dos funcionários e da empresa, pois como demonstra uma adesão ao programa
está sendo gradual e livre;
76
Observa-se no tocante ao tabagismo um reduzido número de fumantes que
participam do programa (6%), se comparado com o número de não-fumantes (83%) mais
15% que deixaram de fumar. Esses resultados podem ser considerados satisfatórios se
comparados com os já mencionados pelo Ministério da Saúde (Tabela 4.6);
O nível de escolaridade apresentado pelos respondentes está concentrada nos que
concluíram o 2º grau (54,5%), em seguida naqueles que tem concluído o 3º Grau (29,3%) e
nos que apresentam a pós-graduação (7,2%), dados que demonstra um resultado
satisfatório, se comparado ao nível de escolaridade do ensino médio (2º grau) no estado do
Rio Grande do Norte.
Participaram desse estudo 61% dos respondentes do sexo masculino e 39% do sexo
feminino. Não se pode afirmar, porém, estes dados podem ser atribuídos a dificuldade da
inserção da mulher no mercado de trabalho, principalmente, quando a atividade exercida
ainda exista uma predominância masculina.
Apesar dessas variáveis que formaram o perfil do entrevistado terem apresentado
uma grande significância para este estudo, as mesmas não foram determinantes para a
formação dos clusters e na análise do teste qui-quadrado, mesmo sendo variáveis
categóricas.
Os resultados alcançados nesta pesquisa foram satisfatórios, conforme esperado
inicialmente pela pesquisadora. As análises estatísticas adotadas para alcançar tais
resultados foram adequadas respondendo as hipóteses inicialmente levantadas.
5.3 Análise Crítica do Trabalho
Considera-se que o objetivo geral deste estudo foi alcançado. Para isto foram
empregadas três análises estatísticas (Multivariada - Clusters, Teste Qui-quadrado e a
Regressão Linear Múltipla), que possibilitou analisar a influência do Programa de Ginástica
Laboral aplicado na empresa distribuidora de energia elétrica com ênfase no desempenho
funcional e mudanças pessoais dos funcionários de diferentes categorias.
Verificou-se nesta pesquisa que o Programa de Ginástica Laboral implantado há
dois anos pela COSERN, de acordo com a percepção dos dirigentes e funcionários,
apresenta resultados satisfatórios quanto aos seguintes aspectos analisados:
77
A escala de serviço e o posto de trabalho foram as duas variáveis que
influenciaram mais fortemente a formação dos clusters.
Partindo da análise do Teste Qui-Quadrado, quando houve o cruzamento das
variáveis categóricas (ingresso, dor nas partes do corpo, mudança no estilo
de vida) e os clusters, se verificou que a forma de ingresso no programa não
apresentou um resultado significativo para o presente estudo. Em relação as
variáveis alimentação, lazer e nível de estresse que compõem alguns hábitos
de vida pessoais, foram apresentadas mudanças após a implantação da
ginástica laboral.
Melhoria no desempenho funcional dos funcionários, com forte relação com
as variáveis independentes humor e saúde melhor, como verificados na
análise de Regressão Linear Múltipla (Figura 4.2);
5.4 Limitações do Trabalho
Foram constatadas algumas limitações no decorrer do estudo, tais como:
Por ser um estudo recente no Brasil, poucos livros sobre a ginástica laboral
foram encontrados, tanto no acervo da biblioteca central do campus universitário
da UFRN, como nas livrarias locais;
Encontrar uma empresa para desenvolver a pesquisa de campo, pois, poucas
empresas desenvolvem o Programa de Ginástica Laboral no Estado do Rio
Grande do Norte;
Falta de tempo de alguns funcionários para responder o questionário no local de
trabalho e na presença do pesquisador;
Dificuldade de alguns funcionários de interpretar algumas perguntas e relembrar
situações ocorridas no início do Programa.
Alguns funcionários deixaram de responder o questionário por motivo de
viagem a serviço no período da aplicação do instrumento;
78
5.5 Direções de Pesquisa
A partir do estudo realizado e de alguns reflexões sobre a realidade observada,
pode-se sugerir para outras pesquisas acadêmicas:
- Investigar se existe diferença nos efeitos da ginástica laboral nos funcionários que
trabalham no escritório e em funcionários que desenvolvem suas atividades no
campo.
- Implantar e avaliar um Programa de Ginástica Laboral em outras empresas e
instituições de ensino (UFRN), como forma preventiva às doenças ocupacionais
como LER/DORT;
5.6 Recomendações
Com base nos resultados desta pesquisa, faz-se as seguintes recomendações:
Aos dirigentes da COSERN, que os aspectos escala de serviço e posto de trabalho,
avaliado pelos respondentes na pesquisa, como adequados para a operacionalização do
Programa de Ginástica Laboral, continuem sendo, cada vez mais adequados, para a
continuidade dos resultados alcançados pelo Programa.
Aos dirigentes que coordenam o Programa de Ginástica Laboral, nesta empresa,
dar continuidade à realização de avaliação de forma sistemática deste programa, pelos seus
participantes, e, sempre que necessário, reestrutura-lo no sentido de não diminuir a
motivação dos mesmos, garantindo a continuidade e participação ativa de todos. Inclusive,
realizar uma avaliação dos fatores ergonômicos, nos postos de trabalho, a fim de verificar
cada vez mais a adequação dos equipamentos aos usuários.
5.7 Conclusão
A Companhia Energética do Estado do Rio Grande do Norte (COSERN), alvo da
presente pesquisa, implantou o Programa de ginástica laboral no ano de 2001 com a
finalidade de prevenção das Lesões por Esforço Repetitivo e outras doenças ocupacionais,
pois, a empresa contava com um pequeno número de afastamentos médicos ou absenteísmo
ao trabalho por estas queixas. Como resultado imediato da implantação da ginástica laboral
nesta empresa verifica-se uma redução de queixas osteartulares como lombalgias que ficou
79
em 25,4% no ano de 2002 (ano da implantação) contra 32,4% em 2001.(Dados fornecidos
pelo Departamento de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho - RSM, 2003)
As análises estatísticas realizadas permitiram responder positivamente à questão
principal deste estudo, isto é, analisar se o programa de ginástica laboral desenvolvido
durante o período de dois anos, na Empresa Distribuidora de Energia Elétrica do Estado do
Rio Grande do Norte (COSERN), influencia no desempenho funcional dos funcionários
bem como nas mudanças pessoais dos hábitos de vida.
Enfim pose-se concluir que, desenvolver um programa de Ginástica Laboral na
empresa é perceber que um todo é feito de partes, as quais se interagem para uma
construção do sucesso. É tomar parte na construção de uma sociedade mais justa e
igualitária onde a preocupação maior seja à busca de uma vida melhor para todos que fazem
a empresa e os que dela utiliza.
80
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85
Anexo I
Questionários
1.1 Questionário dos funcionários Universidade Federal do Rio Grande do Norte Programa de Engenharia de Produção Esta Pesquisa tem como objetivo obter dados sobre a percepção dos funcionários administrativos e operacionais de uma empresa de energia elétrica que desenvolve um Programa de Ginástica Laboral em relação ao seu desempenho funcional. Seus resultados serão utilizados para uma Dissertação de Mestrado no PEP/UFRN (Programa de Engenharia e Produção) e não haverá qualquer referência não autorizada à empresapesquisada. Um relatório executivo dos resultados totais será encaminhado a empresa pesquisada que assim o deseje. 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Conceitua-se a GINÁSTICA LABORAL, como a combinação de algumas atividades físicas que tem como característica comum, melhorar, sob o aspecto fisiológico, a condição física do indivíduo em seu trabalho, emprega exercícios de fácil execução que são realizados no próprio local de trabalho que contribuirão para um melhor condicionamento e desempenho físico, concentração e um melhor posicionamento frente aos postos de trabalho. Em cada questão, marque com um X o valor numérico que melhor corresponde a sua situação. 1. O regime de escala de serviço adotada pela empresa possibilita a sua participação nas aulas de Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
2. O posto de trabalho está adequado à prática da Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
2 SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA Assinale com um X a resposta que melhor corresponde a sua realidade: 3. De que maneira ocorreu o seu ingresso nas aulas de Ginástica Laboral nesta empresa?
[ ] Por iniciativa própria [ ] Por motivo de saúde [ ] Por insistência dos dirigentes [ ] Por convite da empresa [ ] Pela Influência dos colegas [ ] Outro motivo
4. Você teve resistência para participar dasaulas de Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
5. Você considera que a duração da aula de Ginástica Laboral atende suas necessidades?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
6. Você sente dificuldade na realização dassuas atividades diárias do seu trabalho?
Nunca Raramente Às vezes Com freqüência Sempre SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
7. Como você classifica a sua postura corporal adotada na execução das suas atividades diárias no trabalho?
MuitoInadequada
Poucoadequada
Razoavelmenteadequada
Adequada Excelente SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
3. SOBRE OS BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA LABORAL
8. Você acredita que a prática da Ginástica Laboral contribui para a melhoria do seu estado de humor?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
9. Sua concentração no trabalho aumentou com a Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
10. Você considera que a Ginástica Laboral contribui para a preservação da sua saúde?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
11. Após a implantação da Ginástica Laboral, o seu relacionamento com os colegas de trabalho melhorou?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
12. Você sente melhora na flexibilidade do seu corpo a partir das aulas de Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
13.Você consegue realizar todos os exercícios das aulas de Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
14. Você se sente motivado (a) para os exercícios da Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
15. A sua saúde melhorou com a prática da Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
16. A Ginástica Laboral despertou em você maiores cuidados para uma alimentaçãomais balanceada?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
17. Você sente dificuldade para dormir a noite?
Nunca Raramente De vez em quando
Quase sempre Sempre SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
18. Quantos afastamentos médicos você teve nos últimos 12 meses?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Mais de 9
4. SOBRE O DESEMPENHO FUNCIONAL
19. Na sua opinião as aulas de ginástica laboral melhoram no seu desempenhofuncional?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
20. Se a empresa decidisse suspender as aulas de Ginástica Laboral você acredita que tal medida poderia piorar a sua disposição no trabalho?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
21. Você tem atualmente disposição para realizar alguma atividade extra - expediente?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
22. Você sente atualmente cansaço com facilidade ao realizar as atividades no trabalho?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
23. Se você sente dores atualmente no corpo marque com um X na figura abaixo na (s) parte (s) correspondentes: NUCA[ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
COTOVELO [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
ANTEBRAÇO [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
PULSO [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
COXA [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
BATATA DA PERNA [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
OMBRO[ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
COSTA [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
REGIÃO LOMBAR [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
QUADRIL[ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
JOELHO[ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
TORNOZELO[ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente
24. Você participa de outras atividades físicas oferecidas pela empresa?
Nunca Raramente Às vezes Com freqüência Sempre SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
25. Você participa das atividades sócio - recreativas extra-empresa em companhia dos colegas de trabalho?
Nunca Raramente Às vezes Com freqüência Sempre SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
26. Você gostaria de realizar outro tipo de atividade física promovida pela empresa?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
27. Das coisas relacionadas ao lado, o que mudou após você fazer ginástica laboral?
SuaAlimentação
Seu Lazer Hábito de exercitar-se
Consumo de álcool
Nível de estresse
SemOpinião
Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não
28. Você acredita que seu rendimento no trabalho está vinculado às aulas de ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
5. PERFIL DO ENTREVISTADO
29.Qual o seu setor de trabalho? [ ] Administrativo [ ] Operacional
30.Quantas horas diárias você trabalha?
31. Quanto tempo de serviço está nesta função?
Menos de 1 ano
1 a 2 anos 2 a 5 anos 5 a 10 anos 10 a 20 anos Mais de 20 anos
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 32. Há quanto tempo você participa do programa de ginástica laboral?
Menos de 6 meses 6 meses a 1 ano Mais de 1 ano
[ ] [ ] [ ]
33.Qual sua faixa etária? 20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 45 anos
45 a 49 anos
Mais de 50 anos
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
34.Você fuma? Nunca Fumava, mas parei
1 carteira por semana
2 a 3 carteira por semana
1 carteira por dia
Mais de 1 carteira por dia
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
35.Qual sua escolaridade? PrimeiroGrau
SegundoGrauincompleto
Segundograu
Superiorincompleto
Superior Pós-Graduação
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
36.Gênero? Masculino Feminino[ ] [ ]
1.2 Questionário dos dirigentes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Programa de Engenharia de Produção
Este Questionário tem como objetivo obter dados sobre a percepção dos dirigentes responsáveis pela implantação do programa de Ginástica Laboral desenvolvido nesta empresa de energia elétrica em relação ao desempenho funcional dos seus funcionários. Seus resultados serão utilizados para uma Dissertação de Mestrado no PEP/UFRN (Programa de Engenharia e Produção) e não haverá qualquer referência não autorizada à empresa pesquisada. Um relatório executivo dos resultados totais será encaminhado a esta empresa que assim o deseje.
2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Conceitua-se a GINÁSTICA LABORAL, como a combinação de algumas atividades físicas que tem como característica comum, melhorar, sob o aspecto fisiológico, a condição física do indivíduo em seu trabalho, emprega exercícios de fácil execução que são realizados no próprio local de trabalho que contribuirão para um melhor condicionamento e desempenho físico, concentração e um melhor posicionamento frente aos postos de trabalho.
Em cada questão, marque com um X o valor numérico que melhor corresponde a situação da Empresa.
1. O regime de escala de serviço adotada pela empresa possibilita a participação de todos os funcionários da Empresa nas aulas de Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
2. O posto de trabalho está adequado à prática da Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
2 SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA Assinale com um X a resposta que melhor corresponde a realidade da Empresa:
3. De que maneira ocorreu o ingresso dos funcionários nas aulas de Ginástica Laboral nesta empresa?
[ ] Por iniciativa própria
[ ] Por motivo de saúde
[ ] Por insistência dos dirigentes
[ ] Por convite da empresa
[ ] Pela Influência dos colegas
[ ] Outro motivo
4 .Os funcionários apresentaram resistênciapara participarem das aulas de Ginástica L b l?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
Laboral?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
5. O que levou a Empresa a promover um Programa de Ginástica Laboral?
Muitas faltas no trabalho
Muitosafastamentos
médicos
Motivar o funcionário
s
Melhorar o desempenho
funcional
Prevençãode doenças
ocupacionais
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
6 .Os funcionários estão mais dispostos após o programa de Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim, Talvez não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
3. SOBRE OS BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA LABORAL
7. Você acredita que a prática da Ginástica Laboral contribui para a melhoria do seu estado de humor?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
8. A concentração do funcionário no trabalho aumentou com a Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
9. Você considera que a Ginástica Laboral contribuiu para com um melhor cuidadocom a saúde?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
10. Após a implantação da Ginástica Laboral, houve melhoria no relacionamentodos funcionários no trabalho?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
11. A saúde dos funcionários melhoroucom a prática da Ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
12. Você considera que a duração da aulade Ginástica Laboral atende as necessidades dos funcionários?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
13.Teve aumento no número de afastamentos médicos nos últimos 12 meses? Sim [ ] Não [ ]
4. SOBRE O DESEMPENHO FUNCIONAL14. Na sua opinião as
aulas de ginástica laboral melhoram odesempenho dos funcionários?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
15 Se a empresa decidisse suspender as aulas de ginástica laboral você acredita que tal medida poderia piorar a disposição dos funcionários para exercerem as suas atividades diárias no trabalho?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
26. Na figura abaixo, marque a(s) parte(s) do corpo que eram mais indicadas como doloridas pelos funcionários: NUCA
[ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
COTOVELO[ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
ANTEBRAÇO[ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
PULSO[ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
COXA[ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
BATATA DA PERNA [ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
OMBRO[ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
COSTA[ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
REGIÃO LOMBAR [ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
QUADRIL[ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
JOELHO[ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
TORNOZELO[ ] Ocasionalmente
[ ] Freqüentemente
17. Os funcionários participam de outrasatividades físicas oferecidas pela empresa?
Nunca Raramente Às vezes Comfreqüência
Sempre SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
18. Você acredita que o rendimento do funcionário no trabalho está vinculado às aulas de ginástica Laboral?
CertamenteNão
ProvavelmenteNão
Talvez sim,Talvez Não
ProvavelmenteSim
CertamenteSim
SemOpinião
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
5. PERFIL DO ENTREVISTADO
19.Quantas horas diárias você trabalha?
20. Quanto tempo de serviço está nesta função?
Menos de 1 ano
1 a 2 anos 2 a 5 anos 5 a 10 anos 10 a 20 anos
Mais de 20 anos
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
21. Há quanto a Empresa promove o programa de ginástica laboral?
Menos de 6 meses 6 meses a 1 ano Mais de 1 ano
[ ] [ ] [ ]
22.Qual sua faixa etária? 20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 45 anos
45 a 49 anos
Mais de 50 anos
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
23.Qual sua escolaridade? PrimeiroGrau
SegundoGrau
incompleto
Segundograu
Superiorincompleto
Superior Pós-Graduação
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
24.Gênero? Masculino Feminino
[ ] [ ]
Anexo II
Variáveis
Variáveis do bloco 1 – Considerações Iniciais.
y = 162 * 1 * normal (x; 8,277777; 2,000776)
ESCALA
No
of
ob
s
1,2% 1,9% 1,2% 0,6%
4,3%6,8%
12,3%
8,6%
30,9%32,1%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CertamenteNão
Provav.Não
Talvez simou não
Provav.Sim
CertamenteSim
Figura 2.1 – Variável: regime de escala de serviço.
y = 165 * 1 * normal (x; 7,654545; 2,541496)
POSTO
No
of
ob
s
4,2% 3,6% 3,0% 3,0% 3,0%4,2%
15,2%13,9%
22,4%
27,3%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CertamenteNão
Provav.Não
Talvez simou Não
Provav. Sim
CertamenteSim
Figura 2.2. Variável: posto de trabalho.
Variáveis do bloco 2 – Implantação do Programa
INGRESSO
No
of o
bs
7,7%
55,4%
1,2% 1,8%
31,0%
3,0%
0
7
14
21
28
35
42
49
56
63
70
77
84
91
98
Influência dos colegIniciativa própria
OutroInsistência dos dire
Convite da empresaSaúde
Figura 2.3 – Variável: forma de ingresso nas aulas.
y = 166 * 1 * normal (x; 2,89759; 2,83833)
RESISTEN
No
of o
bs
46,4%
23,5%
4,8%6,0%
3,0%1,8% 1,2%
3,6%1,8%
7,8%
0
6
12
18
24
30
36
42
48
54
60
66
72
78
CertamenteNão
ProvavNão
Talvez simou não
ProvavSim
CertamenteSim
Figura 2.4 – Variável: resistência para participação.
y = 167 * 1 * normal (x; 6,952095; 2,640756)
DUR_AULA
No
of o
bs
6,0%3,6% 3,6%
6,0%7,2% 7,8%
13,8%
17,4% 18,0%16,8%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Certamentenão
Provavnão
Talvez simou não
Provavsim
Certamentesim
Figura 2.5 – Variável: duração das aulas.
y = 165 * 1 * normal (x; 3,30909; 1,723645)
DIFICULD
No
of o
bs
18,2% 18,8%20,0%
15,2% 15,8%
10,9%
0,6% 0,6%
0
7
14
21
28
35
42
49
56
63
70
77
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Figura 2.6 – Variável: dificuldade na realização das atividades diárias.
y = 166 * 1 * normal (x; 6,19277; 1,7124)
POSTURA
No
of o
bs
0,6%2,4%
4,2%6,6%
18,7%
24,1%
16,3%
22,9%
2,4% 1,8%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
Muitoinadequada
Razoavelmenteadequada Excelente
Figura 2.7 – Variável: postura corporal.
Variáveis do bloco 3 – Benefícios da Ginástica Laboral
y = 166 * 1 * normal (x; 7,96988; 2,127524)
HUMOR
No
of o
bs
1,8% 1,8% 1,2%3,0%
6,0%
3,0%
15,7%18,1%
20,5%
28,9%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2. 8 – Variável: estado de humor.
y = 163 * 1 * normal (x; 6,650306; 2,267684)
CONCENTR
No
of o
bs
4,3%3,1% 3,1%
5,5%
9,2%
13,5%
22,1% 22,1%
6,7%
10,4%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.9 – Variável: concentração no trabalho.
y = 163 * 1 * normal (x; 8,822086; 1,49864)
PRESERVA
No
of o
bs
0,6% 0,6% 0,6%3,1%
11,7%
16,6%
22,7%
44,2%
0
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.10 – Variável: preservação da saúde.
y = 153 * 1 * normal (x; 7,411764; 2,17198)
RELACION
No
of o
bs
2,6% 2,6%1,3% 1,3%
7,8%10,5%
20,9% 21,6%
10,5%
20,9%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.11 – Variável: relacionamento no trabalho.
y = 166 * 1 * normal (x; 8,29518; 1,667035)
FLEXIB
No
of o
bs
0,6% 1,2% 1,2%3,0%
5,4%
18,1%16,3%
25,9%28,3%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.12 – Variável: flexibilidade do corpo.
y = 167 * 1 * normal (x; 8,341317; 2,291346)
TOD_EXER
No
of o
bs
1,2%
6,0%
0,6%
3,6%4,8%
6,0%
13,2%
22,2%
42,5%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.13 – Variável: realização de todos os exercícios da aula.
y = 166 * 1 * normal (x; 8,27711; 1,863936)
MOTIVA
No
of o
bs
0,6% 0,6%2,4%
0,6%2,4%
10,2%12,0%
15,1%
22,3%
33,7%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.14 – Variável: motivação para as aulas.
y = 164 * 1 * normal (x; 7,69512; 1,759733)
SAUDE_ME
No
of o
bs
0,6% 0,6% 1,2% 1,8%
6,1%
10,4%
20,7%
26,8%
12,8%
18,9%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.15 – Variável: saúde melhor.
y = 165 * 1 * normal (x; 6,12121; 2,6887)
ALIMENTA
No
of o
bs
6,7%5,5% 6,1%
13,3%
8,5%10,9% 10,9%
14,5% 13,9%
9,7%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.16 – Variável: cuidados com a alimentação.
y = 167 * 1 * normal (x; 3,53892; 2,01425)
SONO
No
of o
bs
16,8% 16,8%
23,4%
14,4%
10,8%12,0%
1,8% 1,8%0,6%
1,8%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.17 – Variável: dificuldade para dormir.
y = 168 * 1 * normal (x; 0,440476; 0,873443)
AFASTAME
No
of o
bs
69,0%
23,8%
4,2%1,8% 0,6% 0,6%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
88
96
104
112
120
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Figura 2.18 – Variável: afastamento médico.
y = 166 * 1 * normal (x; 7,54217; 2,175907)
DESEMPEN
No
of o
bs
3,0% 2,4%0,6% 1,2%
7,8% 7,2%
21,7% 21,1%
12,7%
22,3%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.19 – Variável: desempenho funcional.
y = 163 * 1 * normal (x; 6,68098; 2,626327)
SUSPENS
No
of o
bs
6,7%
3,7%2,5%
6,7%9,2%
12,3%
15,3%17,2%
8,6%
17,8%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.20 – Variável: suspensão das aulas de ginástica laboral.
y = 167 * 1 * normal (x; 7,778443; 2,4725)
DISPOSIÇ
No
of o
bs
2,4% 3,0% 3,6% 4,2%5,4%
4,2%
13,2% 12,6%
18,0%
33,5%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.21 – Variável: disposição para atividade extra – expediente
y = 167 * 1 * normal (x; 3,461077; 2,309614)
CANSAÇO
No
of o
bs
21,6%
25,7%
11,4%13,2%
8,4%6,0% 6,0%
4,8%
1,8% 1,2%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.22 – Variável: cansaço nas atividades do trabalho
52%
89%
83%
73%
90%
81%
58%
51%
57%
85%
76%
83%
33%
7%
14% 15%
8%
14%
28% 28% 28%
14%18%
11%15%
4% 4%
11%
2%5%
14%
20%
15%
1%
6% 7%
Nuca Cotovelo Antebraço Pulso Coxa Perna Ombro Costa R. Lombar Quadril Joelho Tornozelo
Sem dor
Ocasionalmente
Frequentemente
Figura 2.23 – Variável: dor nas partes do corpo
y = 162 * 1 * normal (x; 4,21605; 3,088184)
AT_FISIC
No
of o
bs
27,2%
14,8%
10,5%
5,6%7,4%
12,3%
2,5%
5,6%3,7%
10,5%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.24 – Variável: atividade física
y = 160 * 1 * normal (x; 4,6875; 2,56289)
SOCIOREC
No
of o
bs
13,8%
9,4%
12,5%11,3%
13,8%
21,9%
3,1%5,0%
1,9%
7,5%
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.25 – Variável: atividades sócio-recreativas extra-empresa
y = 162 * 1 * normal (x; 8,65432; 1,879345)
GOST_ATF
No
of o
bs
0,6% 1,2% 1,9%
5,6% 5,6%
10,5%
7,4%
13,6%
53,7%
0
6
12
18
24
30
36
42
48
54
60
66
72
78
84
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.26 – Variável: prática de outra atividade física
17% 14%
57%
4%
49%
83%86%
43%
96%
51%
Alimentação Lazer Exercício Alcool Stress
Sim
Não
Figura 2.27 – Variável: mudança no estilo de vida
Anexo III
Tabelas dos resultados da análise de clusters
Tabela1 - Análise de variância para todas as variáveis Between Within signif.
VariáveisSS df SS df F p
ESCALA 61,53 1 345,65 108 19,22 0,0000
POSTO 43,78 1 681,71 108 6,94 0,0097
RESISTEN 0,04 1 737,41 108 0,01 0,9367
DUR_AULA 0,96 1 688,03 108 0,15 0,6992
DIFICULD 1,13 1 319,06 108 0,38 0,5383
POSTURA 9,87 1 302,68 108 3,52 0,0633
HUMOR 103,09 1 354,58 108 31,40 0,0000
CONCENTR 142,13 1 373,22 108 41,13 0,0000
PRESERVA 28,59 1 206,40 108 14,96 0,0002
RELACION 103,52 1 445,58 108 25,09 0,0000
FLEXIB 72,06 1 226,16 108 34,41 0,0000
TOD_EXER 1,08 1 454,19 108 0,26 0,6130
MOTIVA 106,93 1 244,24 108 47,28 0,0000
SAUDE_ME 94,41 1 217,31 108 46,92 0,0000
ALIMENTA 140,65 1 573,71 108 26,48 0,0000
SONO 3,13 1 429,46 108 0,79 0,3771
AFASTAME 0,10 1 109,40 108 0,10 0,7571
DESEMPEN 193,75 1 268,81 108 77,84 0,0000
SUSPENS 231,96 1 529,90 108 47,28 0,0000
DISPOSIÇ 126,70 1 460,22 108 29,73 0,0000
CANSAÇO 5,93 1 585,43 108 1,09 0,2981
AT_FISIC 149,67 1 930,18 108 17,38 0,0001
SOCIOREC 13,87 1 644,68 108 2,32 0,1303
GOST_ATF 115,26 1 290,16 108 42,90 0,0000
HORAS 3,74 1 123,61 108 3,27 0,0733
T_SERV 2,50 1 338,55 108 0,80 0,3738
TEMPO 0,47 1 64,88 108 0,78 0,3777
IDADE 2,84 1 365,35 108 0,84 0,3616
FUMA 0,36 1 54,74 108 0,72 0,3986
ESCOLARI 0,01 1 136,76 108 0,01 0,9265
Tabela 2 - Análise de variância para as variáveis significantes nadivisão dos clusters
Between Within signif. Variáveis
SS df SS df F p
ESCALA 44,48 1 399,24 119 13,26 0,0004
POSTO 55,68 1 764,04 119 8,67 0,0039
HUMOR 105,30 1 375,49 119 33,37 0,0000
CONCENTR 190,96 1 367,04 119 61,91 0,0000
PRESERVA 33,80 1 212,08 119 18,97 0,0000
RELACION 129,45 1 445,98 119 34,54 0,0000
FLEXIB 93,44 1 230,82 119 48,18 0,0000
MOTIVA 126,98 1 288,18 119 52,44 0,0000
SAUDE_ME 117,52 1 223,58 119 62,55 0,0000
ALIMENTA 191,23 1 595,34 119 38,22 0,0000
DESEMPEN 213,67 1 288,33 119 88,19 0,0000
SUSPENS 229,22 1 582,30 119 46,84 0,0000
DISPOSIÇ 168,63 1 465,37 119 43,12 0,0000
AT_FISIC 91,56 1 1065,98 119 10,22 0,0018
GOST_ATF 86,79 1 351,36 119 29,40 0,0000
Tabela 3 - Estatística Descritiva – Cluster 1: 42 casos
Variáveis Média Desvio-padrão
ESCALA 7,5 2,4
POSTO 6,7 2,9
HUMOR 6,8 1,9
CONCENTR 5,1 1,9
PRESERVA 8,1 1,5
RELACION 5,9 2,5
FLEXIB 7,2 1,8
MOTIVA 7,0 2,2
SAUDE_ME 6,3 1,7
ALIMENTA 4,5 2,2
DESEMPEN 5,9 2,0
SUSPENS 4,9 2,5
DISPOSIÇ 6,4 2,7
AT_FISIC 3,1 2,5
GOST_ATF 7,3 2,2
Tabela 4 - Estatística Descritiva – Cluster 2: 79 casos
Variáveis Média Desvio-padrão
ESCALA 8,80 1,43
POSTO 8,14 2,32
HUMOR 8,72 1,69
CONCENTR 7,73 1,66
PRESERVA 9,25 1,21
RELACION 8,10 1,53
FLEXIB 9,01 1,09
MOTIVA 9,15 1,11
SAUDE_ME 8,38 1,18
ALIMENTA 7,16 2,26
DESEMPEN 8,70 1,24
SUSPENS 7,77 2,06
DISPOSIÇ 8,86 1,47
AT_FISIC 4,90 3,24
GOST_ATF 9,09 1,40
Anexo IV
Gráficos da análise de Clusters
ClusterNo. 1
ClusterNo. 2
Plot of Means for Each Cluster
Variables
-2
0
2
4
6
8
10
12
RESISTEN POSTURA
PRESERVATOD_EXER
ALIMENTADESEMPEN
CANSAÇOGOST_ATF
TEMPOESCOLARI
Figura 4.1. Formação do clusters
Anexo V
Resultados da Regressão Múltipla
Sumário da Regressão para a Variável Dependente: Desempenho
Regression Summary for Dependent Variable: DESEMPEN R= ,66250058 R²= ,43890702 Adjusted R²= ,42947688 F(2,119)=46,543 p<,00000 Std.Error of estimate: 1,5402
St. Err. St. Err. BETA of BETA B of B t(119) p-level
Intercpt 0,840348 0,730244 1,150778 0,252131HUMOR 0,367157 0,076045 0,375113 0,077692 4,828188 4,14E-06SAUDE_ME 0,415813 0,076045 0,500255 0,091487 5,468024 2,55E-07
Matriz de CorrelaçãoESCALA POSTO RESIST DUR_AULA DIFICULD POSTURA HUMOR PRESERV RELACION FLEX TOD_EXER MOTIVA SAUDE_ME ALIMENTA SONO DESEMP DISPOSI CANSAÇO AT_FIS S
LA 1,00 0,34 0,07 0,16 -0,17 0,08 0,24 0,27 0,15 0,34 0,03 0,28 0,27 0,26 -0,10 0,20 0,19 -0,07 0,14
O 0,34 1,00 -0,08 0,25 -0,13 -0,05 0,21 0,12 0,04 0,14 -0,02 0,23 0,03 0,12 -0,05 0,13 0,07 0,00 0,05
EN 0,07 -0,08 1,00 -0,04 -0,04 0,13 -0,09 -0,01 -0,09 0,04 -0,09 -0,22 -0,05 0,07 0,06 -0,04 0,05 0,01 0,03
ULA 0,16 0,25 -0,04 1,00 -0,10 0,17 0,08 0,21 -0,03 0,25 0,03 0,09 0,18 0,07 -0,03 0,06 0,09 -0,19 0,20
ULD -0,17 -0,13 -0,04 -0,10 1,00 -0,19 0,04 -0,04 0,06 -0,12 -0,18 -0,10 -0,06 -0,02 0,18 0,00 0,04 0,11 0,12
RA 0,08 -0,05 0,13 0,17 -0,19 1,00 0,12 0,13 0,16 0,14 0,16 0,07 0,18 0,09 0,06 0,05 0,17 -0,03 0,11
OR 0,24 0,21 -0,09 0,08 0,04 0,12 1,00 0,56 0,40 0,34 0,03 0,44 0,43 0,17 0,13 0,55 0,17 0,06 0,20
RVA 0,27 0,12 -0,01 0,21 -0,04 0,13 0,56 1,00 0,14 0,53 -0,04 0,36 0,52 0,17 0,09 0,38 0,14 -0,04 0,14
ION 0,15 0,04 -0,09 -0,03 0,06 0,16 0,40 0,14 1,00 0,32 0,19 0,31 0,36 0,33 0,21 0,36 0,13 0,10 0,04
IB 0,34 0,14 0,04 0,25 -0,12 0,14 0,34 0,53 0,32 1,00 0,09 0,52 0,60 0,36 -0,01 0,46 0,47 -0,10 0,17
XER 0,03 -0,02 -0,09 0,03 -0,18 0,16 0,03 -0,04 0,19 0,09 1,00 0,29 0,07 0,06 0,11 0,03 0,13 -0,01 -0,04
VA 0,28 0,23 -0,22 0,09 -0,10 0,07 0,44 0,36 0,31 0,52 0,29 1,00 0,54 0,33 0,11 0,50 0,36 -0,04 0,22
_ME 0,27 0,03 -0,05 0,18 -0,06 0,18 0,43 0,52 0,36 0,60 0,07 0,54 1,00 0,41 0,04 0,57 0,24 -0,12 0,19
NTA 0,26 0,12 0,07 0,07 -0,02 0,09 0,17 0,17 0,33 0,36 0,06 0,33 0,41 1,00 0,01 0,26 0,26 -0,08 0,22
O -0,10 -0,05 0,06 -0,03 0,18 0,06 0,13 0,09 0,21 -0,01 0,11 0,11 0,04 0,01 1,00 0,10 0,09 0,15 0,10
PEN 0,20 0,13 -0,04 0,06 0,00 0,05 0,55 0,38 0,36 0,46 0,03 0,50 0,57 0,26 0,10 1,00 0,29 0,10 0,25
SIÇ 0,19 0,07 0,05 0,09 0,04 0,17 0,17 0,14 0,13 0,47 0,13 0,36 0,24 0,26 0,09 0,29 1,00 -0,19 0,22
AÇO -0,07 0,00 0,01 -0,19 0,11 -0,03 0,06 -0,04 0,10 -0,10 -0,01 -0,04 -0,12 -0,08 0,15 0,10 -0,19 1,00 -0,05
SIC 0,14 0,05 0,03 0,20 0,12 0,11 0,20 0,14 0,04 0,17 -0,04 0,22 0,19 0,22 0,10 0,25 0,22 -0,05 1,00
RET -0,03 -0,12 0,12 -0,14 0,11 0,13 -0,03 -0,11 0,08 -0,01 0,05 0,09 0,16 0,02 -0,03 0,04 0,11 -0,02 0,35